2. HERMAN MELVILLE (1819 - 1891)
Aos 19 anos, foi para o mar. Seu
interesse pela vida dos marinheiros
brotou naturalmente de suas
próprias experiências e muitos de
seus primeiros romances
inspiraram-se nestas viagens.
3. Segundo alguns críticos, a intenção do autor em
Moby Dick foi evidenciar o eterno conflito entre o
homem e seu destino - a baleia representando o
mal infinito por ter decepado a perna de um
homem do mar (capitão Ahab), e ele a vontade do
homem que se opõe às forças da natureza. O leitor
percebe que a baleia branca é antes de tudo a
concretização da ferocidade, da coisa que se
revolta contra o ser humano.
4. Herman Melville viveu e ambientou sua obra no período que
antecede a Guerra Civil americana.
Era a época da grande tensão separatista entre o sul agrícola
escravocrata e os estados progressistas e industrializados do
norte, enquanto os Estados Unidos
expandiam arbitrariamente suas fronteiras a oeste e fortaleciam
seu impulso imperialista com o crescimento do comércio
marítimo, cuja sustentação também vinha da mão-de-obra
escrava e da exploração de povos marginalizados locais (latinos,
indígenas, imigrantes chineses) ou de países subjugados
posteriormente, como as Filipinas.
Os mais conservadores não viam grandes problemas nesse
cenário, pois acreditavam que a superioridade americana era
justificada pelo Destino Manifesto.
5. MOBY DICK
"Moby Dick", publicado em
1851.
A indústria baleeira na Nova
Inglaterra
A crença do século XIX no
destino manifesto e a
exploração da fronteira.
6. ‘Épico natural’
Dramatização do espírito
humano encenada na
natureza primitiva
Mito do caçador, tema
da iniciação, simbolismo
da ilha paradisíaca,
abordagem positiva dos
povos pré-tecnológicos e
busca do renascimento.
7. MOBY DICK - METÁFORAS
A caça à baleia é
a grande metáfora
para a busca do
conhecimento.
8. MOBY DICK
No capítulo 15, o narrador diz que
a Baleia Direita é estoica e que a
Baleia Cachalote é platônica,
referindo-se a duas escolas
clássicas de filosofia.
Moby-Dick, a grande baleia
branca, é um ser cósmico,
inescrutável, que domina todo o
romance à medida que obceca
Ahab.
9. História bíblica de Jonas,
lançado ao mar por seus
colegas marinheiros, por ser
considerado objeto de má
sorte.
O texto bíblico diz que foi
engolido por um ‘grande
peixe’ e viveu algum tempo
dentro do seu ventre, antes
de ser devolvido à terra firme
pela intervenção de Deus.
Ao tentar fugir do sofrimento,
só fez provocar sofrimento
ainda maior para si mesmo.
10. MOBY DICK - CAPITÃO
Ahab:“semideus perverso”, cuja
caça obsessiva à baleia branca
Moby-Dick levou o navio e sua
tripulação à destruição.
11. CAPITÃO AHAB
Ahab: É o nome de um
rei do Velho Testamento,
deseja um
conhecimento total,
quase divino.
Paga caro pelo
conhecimento indevido,
fica cego antes de ser
ferido na perna e
finalmente morto.
12. Moby-Dick termina com a palavra
“órfão”.
Ishmael, o narrador, é um viajante
“órfão”.
13. O nome Ishmael emana do livro do Gênesis, no Velho
Testamento — era filho de Abraão e Hagar (serva de Sara,
esposa de Abraão). Ishmael e Hagar foram lançados ao
deserto por Abraão.
Ishmael, na história dos Judeus vem a ser o filho renegado de
Abraão e, para os povos árabes mulçumanos vem a ser o seu
precursor (os mulçumanos são também conhecidos como
Sarracenos, cujo significado vem a ser uma corruptela de
“povos sem Sara”).
14. No livro Melville coloca um mendigo, exatamente o
mendigo que irá alertar o narrador Ishmael do grande
perigo que ele irá correr ao entrar no barco para a
grande aventura, mendigo cujo nome vem a ser Elias.
Por fim, seria desnecessário acrescentar que Moby
Dick pode muito bem representar também a grande
besta apocalíptica.
15. O barco Pequod tem o nome de uma tribo indígena extinta da Nova
Inglaterra; o nome sugere, portanto, que o barco está fadado à
destruição.
16. A caça de baleias era de fato uma importante indústria, sobretudo
na Nova Inglaterra: fornecia óleo, uma importante fonte de energia,
especialmente para lâmpadas. Assim, a baleia literalmente ‘ilumina’
o universo.
17. A caça às baleias era expansionista e ligada à ideia de um destino
manifesto, por exigir que os americanos navegassem por todo o
mundo à procura das baleias (na realidade, o estado do Havaí
tornou-se possessão americana porque era a principal base de
reabastecimento para os navios baleeiros americanos).
18. A tripulação do Pequod representa todas as raças e diversas
religiões, o que sugere a ideia da América como um estado de
espírito universal, além de um caldeirão de culturas.
19. Ahab encarna a versão trágica do
individualismo democrático
americano. Ele afirma sua
dignidade como indivíduo e ousa
opor-se às forças externas
inexoráveis do universo.
Por toda a obra, Melville enfatiza a
importância da amizade e da
comunidade multicultural.
20. Depois do naufrágio, Ishmael é
salvo pelo caixão entalhado por
seu grande amigo, Queequeg,
príncipe da Polinésia e heroico
arpoador tatuado.
21. As figuras primitivas e
mitológicas entalhadas no
caixão incorporam a história
dos cosmos.
Ishmael é salvo da morte por
um objeto de morte. Da
morte, surge a vida, no final.