Este documento discute medidas de atividades físicas, incluindo por que é importante medir atividades físicas, diferentes métodos para medir atividades físicas e desafios atuais. Também aborda protocolos para determinar o consumo máximo de oxigênio, incluindo métodos diretos e indiretos.
1. CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA - 12ª REGIÃO - PERNAMBUCO / ALAGOAS
PROGRAMA DE INSTRUÇÃO PARA
PROVISIONADOS - MÓDULO I
DISCIPLINA : ATIVIDADE FÍSICA , SAÚDE E
QUALIDADE DE VIDA
Março - 2006
3. MEDIDAS
• Aspectos de saúde
medidas de morbidade
e mortalidade
• Atividades físicas
componentes da aptidão
4. POR QUE MEDIR ATIVIDADES FÍSICAS?
• Monitorar as tendências nos níveis
de atividade física da população
• Determinar a relação entre atividade
física e diversos indicadores de
saúde
5. POR QUE MEDIR ATIVIDADES FÍSICAS?
• Determinar a prevalência e
distribuição dos níveis de atividade
física nos grupos populacionais
• Identificar fatores biológicos,
psicossociais e ambientais a
atividade física
6. POR QUE MEDIR ATIVIDADES FÍSICAS?
• Avaliar a eficácia de programas que
visam promover atividade física
• Determinar a quantidade ou dose de
atividade requerida para influenciar
determinados parâmetros de saúde
7. DIFICULDADES ATUAIS
Não há instrumentos válidos para
grandes levantamentos
populacionais
Inexistência de um padrão de
referência (gold standard)
Instrumentos medem diferentes
aspectos da atividade física
8. QUALIDADE DAS MEDIDAS
Validade
Objetividade
Reprodutibilidade
Facilidade de aplicação
Custo compatível
9. MEDIDAS DE AF: CLASSIFICAÇÃO
Informações fornecidas pelo
avaliado (questionários e diários)
Monitoração direta das atividades
(sensores de movimento e de FC,
observação comportamental)
10. MEDIDAS DE AF: CLASSIFICAÇÃO
Métodos laboratoriais
Métodos de campo
11. MÉTODOS LABORATORIAIS
custo elevado
critério para validar
outras técnicas
não se aplicam a
estudos epidemiológicos
12. CALORIMETRIA
Direta
custo elevado
validação de outras técnicas
erro < 1%
Indireta
estimativa do GE pelo VO2
erro de 2 a 3%
13. ÁGUA DUPLAMENTE MARCADA
(Doubly Labeled Water)
custo elevado (18O = $400-600/pessoa)
padrão ouro para validação de outras
técnicas
ingestão de água marcada por
isótopos de hidrogênio e oxigênio
necessidade de analisar fluídos corporais
(urina, sangue e saliva)
14. ÁGUA DUPLAMENTE MARCADA
(Doubly Labeled Water)
Água Marcada
Isótopos 18O e 2H
18O 2H
Água Gás Carbônico Água
H218O C18O2 2H O
2
urina, suor e vapor d'água
Análise: diferenças nas taxas de eliminação de 18O e 2H
19. OBSERVAÇÃO
COMPORTAMENTAL
situações específicas da vida diária
(trabalho ou escola)
baixa eficiência (tempo / custo)
não se aplica a avaliação de grandes
grupos
direta / vídeo-tape
20. QUESTIONÁRIOS
Baixo custo
Fácil administração
Úteis em grandes levantamentos
Específicos para certos tipos de
AF
Auto-administrados / entrevistas
21. DIÁRIO DE ATIVIDADES FÍSICAS
Baixo custo
Não requer a presença de um
observador
Permite aplicação simultânea
Exige análise de grande volume de
dados
Erro de registro e classificação
22. Cálculo Estimativo de Atividade Física Semanal *
Freqüência Duração Intensidade Peso
3 vezes / sem
x 1 h / vez
x 5 METs
x 70 kg
1 MET=1 kcal/kg/h
Tempo Total 5 kcal / kg / h
3 h / sem
Gasto Energético
15 MET-h / sem
15 kcal / kg / sem
Gasto Energético
1.050 kcal / semana
* Kriska e Caspersen, MSSE 29(6), 1997
23. SENSORES DE MOVIMENTO
Baixo custo
Podem influenciar o
comportamento
Exigem período adaptação
anterior a coleta de dados
Período de medidas varia de 4 a
7 dias/semana
27. DETERMINAÇÃO DO CONSUMO MÁXIMO
DE OXIGÊNIO (VO2MÁX)
(((
. MÉTODOS DIRETOS MÉTODOS INDIRETOS
Dispositivos Eletrônicos Equações
Vmax series Teem100 FC antropométricas sexo
28. MÉTODOS DIRETOS
Equipamentos sofisticados
Custo Elevado
Difícil aplicação
Mão de obra especializada
Menor número de indivíduos
36. Teste de Cooper - 12 min
Fonte: Maud &Foster (1995)
População: homens 17-52 anos
Protocolo: Percorrer a maior distância em 12 minutos
Equação n= 115 r= .90
VO2máx (ml.kg-1.min-1)= 35,97 (D)/1609 - 11,29, onde;
D = distância (m)
37. Teste da Milha ou Teste de Kline
Fonte Kline et.al. (1987)
População: ambos sexos 30 - 69 anos
Protocolo: máxima velocidade de caminhada
Equação
VO2máx (ml.kg-1.min-1)= 132,9 - P0,0769/0,454- Id0,388-T3,265-
FC0,157 + K ,onde:
P= peso (lb)
T = tempo (min)
Id = idade
K masc = 6,315
FC = Frequência cardíaca
38. Teste de Kalinina
Fonte Kalinina( 2002)
População: mulheres de 30 a 55 anos
Protocolo: caminhar em uma velocidade rápida
que considere melhor
Equação n = 15 r = .99
VO2máx (ml.kg-1.min-1)= 132,9 - P0,169- Id0,388-T13,125-FC0,166
39. TESTE SUB-MÁXIMO EM CICLOERGOMETRO
Protocolo de Astrand & Rhyming
Fonte Maud & Foster
População: Ambos os sexos 18 - 30 anos
Protocolo - 6 minutos
Pedalar 50 rpm
Carga 150 w - 100 w - 75 w
FC 5 e 6 min
Diferença < 5 bpm 5 e 6 min - 130 e 170
130 bpm reiniciar o teste + 50W - 100 W
41. Referenciais Teóricos
1- HANSON P.; HOLLY, R.G. ACSM American College of Sports Medicine: Prova
de Esforço & Prescrição de Exercício. Revinter. Rio de Janeiro,1994.
2- KALININA, G. VO2máx. & Saúde Somática: Metodologia Simplificada da
Determinação. P.P.G.C.M.H. UFSM, 2002.
3- KLINE, Greg M.; PORCARI, John P.; HINTERMEISTER, Robert;
FREEEDSON, Patty S.;WARD, Ann; MACCARRON, Robert F.;ROSS,
Jessica and RIPPE, James M.. Estimation of VO2máx from a one-mile track
walk, gender,age and body weight. Medicine and Science in Sports and
exercise. Vol.19. nº 3, 1987.
4- MATHEUS, Silvana Correa. Desempenho em atividades de longa duração Vs
Variáveis de Diagnóstico de Performance aeróbia. Dissertação de Mestrado –
PPGCMH – UFSM/RS, 1999.
5 – MAUD, Peter J. & FOSTER, Carl: Physiological Assement of human Fitness.
Human Kinetics, 1995
42. É necessário se capacitar
profissionalmente para
prescrever atividades
físicas que promovam
saúde em função das
capacidades individuais e
de acordo com critérios
aceitos pela comunidade
científica para este
NOVO ser humano
43. O novo problema
No Brasil encontramos três realidades:
• Pessoas com excessivas jornadas de trabalho braçal
MONOCULTURA
•Pessoas lutando pelo trabalho e desenvolvimento da Industria (não
automatizada - robótica)
Estilo de vida moderno – MODERNIDADE > tempo livre?
•Pessoas com ocupações e estilo de vida da pós modernidade
Tudo se resolve com um apertar de botões
Pouca atividade física
44. Imagine o Indivíduo do futuro
• Segundo Markus V
Nahas, terá:
– uma BUNDA enorme
(fica muito tempo
sentado)
– Uma cabeça enorme (
só trabalho cognitivo)
– Pernas e braços
atrofiados
– Somente um dedo
nas mãos
45. Preocupação das autoridades
Recomendações oficiais para prescrição de exercícios
• Colégio Americano de Medicina dos Esportes – ACSM
•60% dos adultos americanos não são ativos regulares
•25% são completamente inativos
•Atividade física regular reduz o risco para todas as causas de
mortes, de coronariopatia, obesidade, hipertensão, câncer de mama
do colo do útero e diabetes melito
•Promove saúde mental, aumento da densidade óssea e do tônus
muscular
•Aumenta o tempo e vida (Paffembarger Jr., Pesquisa com 16 936
ex-alunos de Harvard – 2001)
46. Colégio Americano de Medicina dos Esportes – ACSM
•É necessário fazer exames preliminares
•È fundamental testes para identificar o nível de aptidão física
•Testes de esforço, proporcionam importantes informações, sobre
os níveis de segurança da prática
• É importante se exercitar com freqüência, intensidade e duração
de forma individual pois, exercícios físicos “intensos” podem
desencadear complicações músculo-esqueléticas e
cardiovasculares
47. Fatores a serem considerados para prescrição dos exercícios
Modalidade apropriada
Professor/Treinador
Interesse individual Freqüência
Necessidades de saúde Intensidade
Estado clínico Duração
Progressão
Atividade Física Não Formal x Atividade Física Formal
Exercícios Exercícios
contínuos/cíclicos x intermitentes/acíclicos
48. • Porque Treinamento
Cardiorrespiratório?
Os baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória estão
associadas com maior risco por morte prematura de todas
as causas, principalmente cardiovascular
Os aumentos nos níveis de aptidão cardiorrespiratória
estão associadas com redução de mortes por todas as
causas.
Os altos níveis de aptidão cardiorrespiratória estão
associadas níveis mais altos de atividade física habitual,
que por sua vez estão associados aos vários benefícios
para promoção da saúde
(ACSM,2003)
49. Aptidão cardiorrespiratória
• “Capacidade de realizar um
exercícios dinâmico de
intensidade moderada a alta com
grandes grupos musculares por
longos períodos de tempo” (ASCM,
2003)
DEPENDE Sistema Sistema Sistema
respiratório cardiovascular musculoesquelético
51. Qualidade de vida na literatura
1975- Incluído como verbete no MEDLINE
1977- Conceito no INDEX MEDICUS
Qualidade de vida como palavra-chave
16000 15235
14000 13451
12000
10000
8000
6000 6097
4000 3638
2000
575
0
1965- 1981- 1991- 1996- 2001-
1980 1990 1995 2000 2004
52. Qualidade de vida
FATORES FATORES
SÓCIO-AMBIENTAIS INDIVIDUAIS
PERCEPÇÃO DE
BEM-ESTAR
QUALIDADE DE
VIDA
53. Qualidade de vida
Percepção do indivíduo de sua
posição na vida no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais
ele vive e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e
preocupações (OMS,1995)
54. Qualidade de Vida (QV)
Estilo de Vida Ambiente e condições de
Trabalho
Comportamento
preventivo Ambiente físico
Nutrição saudável Ambiente social
Relevância social do trabalho
Controle do estresse
Realização pessoal
Relacionamentos Remuneração e benefícios
56. Indicadores de Saúde
Década de 70 a 80
Mortalidade infantil (Simões &
Monteiro, 1995)
Desnutrição em crianças e adultos
(Monteiro el al, 1995; Monteiro, Souza &
Mondin, 1995)
57. Indicadores de Saúde
Morbi-mortalidade por doenças
infecciosas e parasitárias (Waldman,
Silva & Monteiro, 1995)
*Menor no Norte e Nordeste
58. Contínuo Progresso
• Serviços de saúde
• Educação
• Saneamento
• Menor taxa de fecundidade
• Reduzido crescimento populacional
59. Década de 90
Melhoria dos indicadores
Prevalência de mortalidade infantil
Desnutrição em crianças
*diferença entre as regiões
60. Que fatos têm influenciado a
evolução dos indicadores?
• Renda familiar
• Expansão na oferta de serviços
de saúde e saneamento
61. Que fatos têm influenciado a
evolução dos indicadores?
• Progresso na escolaridade da
população feminina
• Mudança em padrões reprodutivos
63. Serviços de Saúde
• cuidado as mães durante a gravidez
• Assistência as mães e recém-
nascidos
• imunizações
64. Saneamento
• Falta de abastecimento de água e
ausência de rede de esgoto estão
associados a RR 2,5 de retardo de
crescimento
65. Escolaridade
• Relação entre escolaridade materna
e retardo de crescimento na infância
Não conclusão 2º Grau --- 1,4 X
Não conclusão 1º Grau --- 1,7 X
Escolatidade elementar --- 4,3 X
(4 anos)
67. Índice de desenvolvimento humano
(IDH)
o nível de desenvolvimento humano
dos países utilizando como critérios
indicadores de educação
(alfabetização e taxa de matrícula),
longevidade (esperança de vida ao
nascer) e renda (PIB per capita).
68. IDH
• zero (nenhum desenvolvimento
humano)
• um (desenvolvimento humano total).
69. • Países com IDH até 0,499 (baixo)
• Países com índices entre 0,500 e
0,799 (médio)
• países com IDH superior a 0,800
(alto)
73. • Os cinco IDH-M mais baixos são: Alagoas
(0,633)
• Maranhão (0,647)
• Piauí (0,673)
• Paraíba (0,678)
• Sergipe (0,687).
*Em 2000, como em 1991, nenhum estado
situou-se na faixa de baixo
desenvolvimento humano.
74. WHOQOL
Busca de um instrumento que
avaliasse qualidade de vida dentro
de uma perspectiva genuinamente
internacional fez com que OMS
organizasse um projeto
colaborativo multicêntrico.
75. O resultado deste projeto foi a
elaboração do WHOQOL-100, um
instrumento de avaliação de
qualidade de vida composto por 100
itens.
76. Domínios do WHOQOL-100
1. Físico
2. Psicológico
3. Nível de Independência
4. Relações sociais
5. Meio-ambiente
6. Espiritualidade
78. • Basear-se tanto quanto possível nas
sugestões dos pacientes e
profissionais de saúde participantes
dos grupo focais.
• Proporcionar respostas que
esclareçam acerca da qualidade de
vida dos respondentes, como
definida pelo projeto.
79. • Serem compatíveis com uma escala
de avaliação.
• Explorar um só problema por faceta.
• Evitar as referências explícitas em
relação a tempo ou outro termo de
comparação (p.ex. o ideal, ou antes
de eu estar doente).
80. • Ser aplicável a indivíduos com vários
graus de disfunção.
• Ser formuladas como questões e não
como afirmações.
• Refletir a tipologia das questões
adotadas no projeto
81. Características do WHOQOL
• Disponível em 40 línguas
• Desenvolvimento transcultural
• Ênfase na percepção do indivíduo
• Desenvolvimento sistemático c/
responsáveis em cada centro
• Desenvolvimento de módulos