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Aula 1
Histórico do uso de cadáveres humanos
Anatomia, não e uma ciência morta, pois é através dela que os profissionais da área da
saúde adquirem conhecimentos dissecando ou observando o corpo humano

A “Anatomia” tem os seus primeiros relatos deste o início da civilização, a partir do
instante em que o homem passa observar em outro homem e em outros animais.O
homem pré-histórico já observava à sua volta a existência de seres diferentes de seu
corpo, os animais. Com isso, passou a gravar nas paredes das cavernas e fazer esculturas
das formas que via. Com isso passou a notar detalhes, que hoje nos permite identificar
as espécies animais .

Da simples observação, passou-se a prática da dissecação, o que levou a anatomia a se
firmar como princípio fundamental da prática na “área da saúde” , A anatomia é uma
antiga ciência médica básica.

A partir do ano 150 a. C. a dissecação humana foi proibida por razões éticas e religiosas
. O estudo da anatomia humana, segundo recomeçou mais por razões práticas que
intelectuais, e o motivo mais importante para a dissecação humana, foi o desejo de saber
a causa da morte por razões essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia
matado uma pessoa importante ou elucidar a natureza da peste ou outra enfermidade
infecciosa.

A história do uso do cadáver humano retrata que o meio mais antigo, de que se tem
conhecimento, para conservação de cadáveres, é a mumificação ou, este método era
praticado pelos egípcios com finalidade religiosa e não para preparar cadáveres
desconhecidos. Acreditava-se que os mortos continuariam vivos no túmulo, porém era
uma graça concedida apenas aos nobres e reis, como pode ser observado pela cabeça
mumificada do Faraó Ramses V. No Egito dos Faraós, a mais de 5.000 anos,
desenvolveu-se esta técnica de embalsamento, permitindo os primeiros estudos
anatômicos das doenças.




Os primeiros cientistas Anatomistas e Médicos foram os egípcios. Após vieram os
Mesopotâmios. Foram os gregos que denotaram um maior avanço no estudo da
anatomia. Os médicos guerreiros conheciam ossos, juntas, músculos e tendões do corpo.
O cadáver humano não era violado, por questões religiosas e leis oficiais estabelecidas .

Foi Alcameon de Croton (500 a.C.) que forneceu os mais antigos registros de
observações anatômicas reais, fazendo dissecação em animais e o seu tratado sobre a
natureza tornou-se um texto médico fundamental .
Foi através de Hipócrates na Grécia, criou a célebre "Teoria Humoral da Enfermidade",
com base na aparência externa do indivíduo e correlacionando causas e efeitos, ainda
que empiricamente. Considerado um dos fundadores da ciência anatômica, e a ele são
atribuídos 72 textos e num destes afirmou que “A Natureza do corpo é o início da
Ciência Médica”
Os “Ensinamentos e Juramento” de Hipócrates deram partida aos códigos moral e ético
da prática profissional, e o mundo grego conheceu uma nova imagem do médico, agora
sendo um homem simples, humano, real . Nessa mesma Roma antiga, viveu Cornelius
Celsus, que descreveu os 4 sinais cardeais da inflamação: vermelhidão, inchaço, calor e
dor .
Setenta e dois anos depois de Hipócrates, surge Aristóteles, o qual adotava o coração
como centro das emoções. Aristóteles (384-322 a.C.), foi o fundador da anatomia
comparativa, sendo o mais famoso dos discípulos de Platô, também não usou cadáveres
humanos, concentrando seus estudos de dissecação nos vertebrados .

Quase meio século depois de Aristóteles, surgiu o primeiro homem a ousar dissecar o
cadáver humano, apesar de todos os perigos e preconceitos existentes na época . Foi
Herófilo concretizando o desejo de muitos anatomistas ao dissecar o corpo humano, e
assim, desenvolveu um esquema de distribuição, formato e tamanho dos órgãos:
descreveu o fígado, o cérebro, os órgãos sexuais. Através dos seus estudos pioneiros
nascia a Medicina. Erasístrato de Quios (290 a.C.) colaborador de Herófilo também
dissecou cadáveres humanos e formou a Escola de Alexandria, a qual deu, a partir dali,
impulso às ciências anatômicas .
O “restaurador da anatomia”, fez voltar, de forma inovadora, o hábito de dissecar
cadáveres humanos, adotado por Herófilo e Erasístrato, dando porém mais ênfase à
prática anatômica universitária. Realizou dissecações públicas em Bolonha em 1315 e
escreveu sua Anatomia em 1316. Nesta época de Mondino, era comum as aulas práticas
de anatomia acontecerem na casa do próprio professor . Surgia a fase da real
importância do cadáver desconhecido, não só para o estudo da anatomia, como também
posteriormente, pré-requisito para a cirurgia .




Depois de Mondino, o uso de cadáver na prática da anatomia teve um retrocesso, com o
surgimento de Galeno de Pérgamo, que demonstrou e escreveu sobre anatomia sem ter
dissecado um só cadáver humano . Galeno teve reconhecimento na Roma Imperial, em
relação à prática médica, que percebeu a ação do cérebro sobre todas as manifestações
físicas dos doentes romanos. A religião grega era mais hostil e dominante do que a
religião egípcia, no que se refere a qualquer interferência quanto ao uso dos corpos dos
mortos. “As leis romanas impediam o uso de cadáveres humanos para estudos”. Mas
um dos pontos fracos do ensino de Galeno foi frustar o desenvolvimento da Medicina
por séculos. O conteúdo teológico de suas idéias era bastante aceitável para a crescente
teologia da fé cristã, objetá-las tornou-se, com o tempo, uma séria ofensa. Galeno,
efetuou estudos fisiológicos em cães, porcos, cavalos, aves, macacos e fez alusão ao ser
humano, cometendo desta maneira, grandes erros, descobertos depois por anatomistas
de outras épocas. Suas descobertas foram ainda utilizadas por 1400 anos . Os estudos
provenientes nessa época e nas seguintes dependiam da autorização expressa do rei, ou
corria-se o risco de ser preso e condenado.
Em 1275, o italiano Guglielmo Saliceto lança “Chirurgia”, é o primeiro registro de
dissecação de um cadáver humano.
Em 1315, Frederico II imperador da Alemanha e das Sicílias tornou obrigatório para os
cirurgiões o estudo da anatomia em cadáveres humanos, e a partir daí foram fundados
cursos de anatomia nas Universidades da Itália, França e toda Europa, posteriormente.
Porém existem provas de que as dissecações começaram na Itália antes de 1240.
Meio às dificuldades, clandestinidade e resistência das classes cléricas e
governamentais, um fato importante e histórico acontecia em 1376, quando o Duque
Anjou autorizou a dissecação pública e anual de um cadáver, o que constituiu-se num
importante          avanço         para      o        estudo       da         anatomia.

Na Idade Média o curso da Anatomia modificou-se quando um artista italiano, tentando
esculpir um crucifixo para uma igreja, obteve do prior a permissão para esfolar um
cadáver para verificação de seus músculos. Nascia a Anatomia como arte .

O Renascimento chegava em boa hora para o bem e progresso da humanidade, pois o
espírito liberal rompia as barreiras do culto cego das autoridades e, aos poucos, ganhava
espaço em nome da razão e evolução dos tempos. A anatomia foi estudada por artistas
como, por exemplo, Leonardo da Vinci, que contribuiu muito para a anatomia .
Estudando com finalidade de buscar a perfeição em suas formas artísticas, acabou por
contribuir com a descrição de partes do corpo. Ele acreditava que a verdade anatômica
na      arte     só    poderia     ser     atingida    na     mesa      de    dissecação.
As proporções do corpo humano não foram simplesmente medidas e cálculos, mas um
conhecimento exato do corpo, sendo o primeiro a se dedicar de maneira sistemática a
analisar a anatomia e as proporções do corpo humano e dos animais. Os desenhos de Da
Vinci evidenciam, não só a arte, mas também um profundo conhecimento anatômico,
mostrando não apenas anatomia de superfície, mas grupos musculares perfeitos, como
os músculos do dorso e membros superiores vistos na figura




A comparação de imagens obtidas nos modernos aparelhos de tomografia
computadorizada com seus desenhos sobre a anatomia oferece uma espécie de
revelação: Leonardo acertou com exatidão espantosa, por exemplo, detalhes sobre a
posição do feto no interior do útero antecipando imagens modernas. Da Vinci é a maior
prova de que a arte e ciência caminham juntas de mãos dadas e, na anatomia, o cadáver
foi                                       esse                                    elo.
A força e o dinamismo desmedidos do corpo humano atingiram seu ápice com
Michelangelo Buonarotti. Ele passou pelo menos vinte anos adquirindo conhecimentos
anatômicos através das dissecações que praticava pessoalmente. Michelangelo também
estudou o corpo humano a fundo, e para isso, dissecou e desenhou até que a figura
deixasse de ter quaisquer segredos . Usava modelos vivos para capturar a realidade,
sendo retratado em obras como: David uma obra-prima de anatomia(exposto em
Florença – Galeria da Academia); Móises – exposto em uma igreja em Roma a escultura
de Moisés concluída em 1516, traz a estrutura de um ombro dissecado na perna do
patriarca bíblico e as imagens do teto da Capela Sistina, que são imensas mas
anatomicamente corretas.

 Mas a ciência não podia parar e, movidos pelo ímpeto e desejo de aprender e
desmistificar o proibido em prol da ciência, os anatomistas não se davam por
vencidos .E, enquanto a autorização não chegava, eles insistiam em dissecar os
cadáveres às escondidas, normalmente em calabouços ou subterrâneos devidamente
escolhidos                   para                   este                   fim.

No passado apenas os cadáveres de criminosos e assassinos enforcados eram usados nas
dissecações. Isto gerou um grave problema que era a quantidade insuficiente de
cadáveres para estudo, resultando com isto o aparecimento dos chamados
“ressucitadores” que eram pessoas que supriam, com cadáveres roubados, os famosos
médicos               e              anatomistas              da              época.

A anatomia foi totalmente reformada por Andreas Vesalius, em seu livro “De humani
corporis fabrica”. nesta época a anatomia deu um grande passo para conquistar
definitivamente o seu papel fundamental como “Ciência Básica”. Finalmente o cadáver
desconhecido não só seria conhecido do público, como a partir dessa época passaria a




ser, depois do professor, a figura mais importante no ensino da anatomia.
Vesalius em vez de apoiar-se em aparências, preferiu pesquisar todas as partes do corpo,
corrigindo muitos erros cometidos por outros estudiosos anteriores a ele. Vesalius
descobriu que várias das descrições de Galeno não estavam de acordo com os fatos
observados. As dissecações públicas de Vesalius, demonstradas através de seu livro De
Humani Corporis Fabrica comprovam que ele estabeleceu definitivamente o método
correto de dissecação anatômica. As poses dos corpos dissecados lembram mais a vida
que a morte, em alguns casos, o pano de fundo retrata paisagens naturais ou cidades
italianas. Já a figura 30, retrata uma das pranchas de seu livro, a qual descreve todos os
músculos superficiais do corpo. A postura do cadáver, sugeriu a posição anatômica,
hoje padronizada, para o ensino de anatomia humana em todo mundo .



Aula 2
A anatomia é o ramo da medicina que estuda, macro e microscopicamente, a
constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Ela analisa, em termos
descritivos, cada um dos diferentes níveis de organização dos vegetais, dos animais e do
ser humano.
Subdivisões.
Microscopicamente: organizações subcelulares, celulares, histológicas (de tecidos),
orgânicas, de sistemas etc.
Macroscopicamente
 • Anatomia Sistêmica ou Descritiva
 • A anatomia topográfica
 • anatomia patológica
 • Anatomia Radiológica
 • Anatomia Antropológica
 • Anatomia comparada
 • Anatomia Aplicada

  A anatomia Sistêmica ou descritiva, ocupa-se de isolar e descrever, cada um dos
  componentes dos distintos sistemas anatômicos: aparelhos Esquelético( estrutura
  óssea); Articular;Muscular ; Nervoso(nervos, tendões); Circulatório( vasos
  sanguíneos), Respiratório; Digestório; Urinário; Reprodutor; Endócrino(secreções
  fisiológica especificas); Tegumentar ( camadas da pele); Linfático( órgãos linfóides,
  linfonodos, ductos, tecidos, capilares e vasos )
  A anatomia topográfica estuda os órgãos e sistemas que compõem uma determinada
  parte do corpo. Já foram elaboradas, por exemplo, detalhadas análises
  anatomotopográficas da cabeça, do pescoço, da tronco( região abdominal) e dos
  membros inferiores e superiores. A principal área de aplicação desse ramo da
  anatomia é a cirurgia.
  A anatomia patológica estuda as modificações por que passam as células, tecidos e
  órgãos em decorrência dos diferentes processos suscetíveis de tratamento: doenças,
  defeitos congênitos ou traumatismos. Esse ramo da anatomia desenvolveu-se,
  sobretudo, com base em autópsias. No entanto, o progresso dos métodos de observação
  e das técnicas de anestesia tem contribuído para que os dados fornecidos por autópsias
  sejam complementados por exames em seres vivos (as biópsias).
  Anatomia Antropológica – aplicação do conhecimento anatômico no estudo de
  grupos humanos atuais ou antigos.
  Por fim, a anatomia comparada ocupa-se do estudo dos aspectos que permitem
  distinguir as diversas espécies animais ou vegetais, a partir de critérios puramente
  morfológicos. ciência da classificação dos organismos vivos. Nesse domínio, intervêm
  ainda inúmeros aspectos descritivos relacionados com os restos fósseis e com as
  características embriológicas de cada espécie.
Na mitologia grega, Aquiles foi o maior guerreiro da história grega. Ele era o
filho daninfa Tétis, que tentou torná-lo imortal, mergulhando-o no rio Styx. Ela estava
quase bem sucedida, no entanto, ela segurou-o pelo calcanhar e não submergir que parte
de seu corpo. Este foi o único ponto em seu corpo que foi dito ser vulnerável. Ele
passou a lutar na guerra de Tróia, superando melhor lutador Troy, Hector, em um
combate. Antes da demissão de Troy e o cavalo de Tróia, ele foi atingido por uma
flecha no tornozelo por Paris, irmão de Hector, e morto.

Nomenclatura anatômica
Chama-se nomenclatura anatômica ao conjunto de termos empregados para indicar e
descrever as partes do organismo; é a base da linguagem anatômica. Compreende
termos que indicam a situação e a direção das partes do corpo; termos gerais, comuns a
vários constituintes do corpo; e termos especiais, que denominam os diferentes
constituintes do corpo.
Até o fim do século XIX não havia acordo geral sobre os termos usados na anatomia.
Do primeiro esforço conjunto para criar uma terminologia anatômica padrão, realizado
em (1895), resultaria a Basle Nomina Anatomica (BNA). A Nomina Anatomica aceita
hoje, oficial e internacionalmente, é a de Paris, PNA, de 1955, complementada por
vários congressos internacionais de anatomia. Ao lado da Nomina Anatomica existem as
nomenclaturas histológica e embriológica internacionais. A Sociedade Brasileira de
Anatomia (SBA), publicou e mantém atualizada a tradução da Nomina Anatomica para
o português, revista por uma comissão mista Brasil-Portugal, por decretos e
determinações dos governos de ambos os países.
Os termos constantes da nomenclatura anatômica têm, em geral, origem grega, latina,
árabe ou híbrida, e encontram seu fundamento na forma do órgão ou parte dele .Outros
termos, de origens as mais diversas, muitas vezes impróprios, foram consagrados pelo
uso e são conservados. Os nomes dos autores que acompanham muitas designações
devem ser excluídos, porque além de nada significarem morfológica ou funcionalmente,
não representam, na maioria das vezes, justa homenagem histórica.
Termos gerais são habitualmente abreviados: a. - artéria; v. - veia; n. - nervo; m. -
músculo; lig. - ligamento; gl. - glândula; g. - gânglio.

Estudo de anatomia
O estudo da anatomia humana, é feito em cadáveres de indivíduos adultos, considerados
normais, mas deve incluir noções relativas aos fatores gerais de variação e às diferenças
morfológicas decorrentes das modificações resultantes da passagem do estado de vivo
ao de cadáver. Em vista da relatividade dos conhecimentos que se podem obter pela
dissecação de cadáveres, a qual representa um meio e não a finalidade da anatomia, os
métodos de observação têm sido aperfeiçoados e deles se vale a anatomia para conseguir
dados no próprio indivíduo vivo; assim, entre outros recursos, utilizam-se os raios X, a
cinerradiografia, as drogas radioativas, aparelhos elétricos registradores e, para exame
de órgãos cavitários, a endoscopia.
Fatores gerais de variação em anatomia. São os seguintes os fatores gerais de
variação em anatomia a considerar: idade, sexo, grupo étnico e biotipo.
Idade. Verificam-se modificações anatômicas com o progredir da idade, nos diversos
períodos ou fases da vida intra e extra-uterina.
As fases de vida intra-uterina são: (1) ovo ou germe, primeiras duas semanas; (2)
embrião, até o fim do segundo mês; (3) feto, do terceiro ao nono mês.
Na vida pós-natal ou extra-uterina os períodos principais são os seguintes: (1) recém-
nascido e período neonatal, primeira quinzena após o nascimento; (2) 1ª infância, até o
fim do primeiro ano; (3) 2ª infancia, que inclui a segunda infância, entre os dois e cinco
anos e a pequena puberdade, dos seis aos dez anos; (4) pré-puberdade, dos dez anos à
puberdade; (5) puberdade (início de maturidade sexual), dos 12 aos 14 anos, muito
variável nos seus limites e nos dois sexos; (6) pós-puberdade, da puberdade até cerca de
21 anos nas mulheres e 25 anos nos homens, passando por adolescente e jovem,
sucessivamente; (7) virilidade, em que o indivíduo é adulto, atinge a maturidade, que
perdura até a menopausa (castração fisiológica natural), aproximadamente aos cinqüenta
anos na mulher e aos sessenta no homem; (8) velhice, até ao redor dos oitenta anos,
seguido de senilidade.

Sexo. O sexo masculino e o feminino apresentam caracteres próprios, correspondentes
ao dimorfismo sexual.
Grupo étnico. Compreende os grandes grupos raciais -- branco, negro e amarelo -- e os
seus graus de mestiçagem, responsáveis por diferenças morfológicas externas e internas.

Biótipo. Refere-se ao tipo constitucional que existe em cada grupo racial. Há dois tipos
extremos e um médio, além dos tipos intermediários. Nos tipos extremos é que melhor
se notam as diferenças, quer nos caracteres morfológicos externos, quer nos internos,
derivando das mesmas uma construção corpórea qualitativa e quantitativamente diversa.
Os tipos extremos são denominados:
 (1) longilíneo -- indivíduos esguios, magros, altos, com pescoço longo, tórax achatado
anteroposteriormente e membros longos em relação ao tronco;
 (2) brevilíneo -- atarracados, baixos, com pescoço curto, tórax tendendo para cilíndrico
e membros curtos relativamente ao tronco.
O normolíneo ou mediolíneo tem caracteres intermediários aos dois tipos extremos
(éctipos). Além desses fatores de variação, existem as variações individuais, que vêm
dificultar a aplicação prática dos conhecimentos anatômicos oriundos de uma descrição
padrão.

Normal em anatomia. De modo geral significa, sadio, hígido. No entanto, em
anatomia, há que considerar os conceitos estatístico e idealístico. Pelo conceito
idealístico, entende-se por normal o melhor para o desempenho da função, enquanto,
pelo conceito estatístico, normal é o mais freqüente, ou seja, o que ocorre na maioria dos
casos estudados e que serve de base para a descrição anatômica padrão. Isso significa
que, embora haja uma constituição semelhante para todos os homens, existem diferenças
de um indivíduo para outro, sem que seja prejudicado o bom funcionamento do
organismo. Essas pequenas diferenças morfológicas, que aparecem e são encontradas
em qualquer dos sistemas orgânicos, denominam-se "variações". Quando o desvio da
normalidade é maior, podendo perturbar uma determinada função, denomina-se
"anomalia". Por fim, se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a
construção do organismo, é denominada "monstruosidade", que pertence propriamente
ao domínio da teratologia, isto é, ao estudo das aberrações dos seres vivos.

Aula 03

Divisão anatômica do corpo humano.
 O corpo humano é constituído fundamentalmente de cabeça, pescoço, tronco e
membros. A cabeça compreende crânio e face e une-se ao tronco por meio do pescoço.
No tronco consideram-se o tórax, o abdome e a pelve, com as respectivas cavidades
torácica e abdominal separadas entre si por um septo muscular, o diafragma. A cavidade
abdominal prolonga-se na cavidade pélvica.
Os membros, em número de quatro, dois superiores e dois inferiores, possuem uma
parte radicular, cinta ou cintura do membro, pela qual se unem ao tronco, e uma parte
livre. Na parte livre de cada membro superior consideram-se o braço, o antebraço e a
mão, esta última com palma e dorso, e cinco dedos. Na parte livre do membro inferior
consideram-se a coxa, a perna e o pé, este último com planta e dorso do pé, e cinco
dedos. A parte radicular do membro superior é denominada espádua ou ombro; a do
membro inferior denomina-se quadril. Na transição do braço para o antebraço há o
cotovelo; do antebraço à mão, o pulso ou punho; da coxa à perna, o joelho; e da perna
ao pé, o tornozelo.
Na parte posterior do pescoço, tronco e quadril, encontram-se, respectivamente, a nuca,
o dorso, o lombo e a região sacrococcígea. Ladeando esta última, localizam-se as
nádegas, regiões glúteas.

Planos e eixos do corpo humano. A descrição anatômica do corpo humano baseia-se
no indivíduo adulto, em posição ereta, isto é, em pé ou posição ortostática, com os
membros superiores estendidos, aplicados ao tronco, os inferiores justapostos, e com a
face, as palmas da mão e as pontas dos pés dirigidas para a frente. Nessa posição
anatômica de descrição, o corpo humano pode ser delimitado por planos e atravessado
por eixos imaginários, a saber: (1) plano longitudinal, que divide o corpo em partes
direita e esquerda, sendo que, se essa divisão for mediana, em metades direita e
esquerda simétricas, o plano será sagital mediano; por qualquer outro plano sagital,
paralelo a esse, será um plano lateral, direito ou esquerdo; (2) plano horizontal ou
transversal, que separa o corpo em partes superior e inferior; há o transversal cranial, o
transversal caudal, e todos os outros a eles paralelos; (3) planos frontais, ventrais ou
dorsais, isto é, anteriores ou posteriores, e a eles paralelos; (4) a cada plano corresponde
um eixo, tendo-se assim, eixos sagitais, anteroposteriores; eixos longitudinais, ou
verticais, súpero-inferiores; e eixos transversais, laterolaterais ou destro-sinistros.

Termos de posição em anatomia. Na descrição anatômica usam-se termos específicos
para situar um órgão ou parte dele em relação a outros. Medial significa que a estrutura
está mais próxima do plano sagital mediano. Lateral indica posição mais afastada do
plano mediano. Muitas vezes os termos medial e lateral também são usados para
designar a posição relativa de duas estruturas: "o nervo é medial à artéria". Anterior
pode significar a parte "da frente" do corpo, porém em sentido mais amplo refere-se
também à posição mais próxima da frente do corpo. Do mesmo modo, posterior refere-
se às costas. Proximal e distal é a porção mais próxima ou mais afastada do centro.
Cranial e caudal são termos indicativos de formações superiores (mais próximas da
cabeça) ou inferiores (mais próximas da região caudal). Interno e externo, superficial e
profundo, são outros termos de posição muito empregados em anatomia, assim como
intermédio, isto é, que tem situação intermediária a duas outras estruturas ou formações.

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Texto de anatomia

  • 1. Aula 1 Histórico do uso de cadáveres humanos Anatomia, não e uma ciência morta, pois é através dela que os profissionais da área da saúde adquirem conhecimentos dissecando ou observando o corpo humano A “Anatomia” tem os seus primeiros relatos deste o início da civilização, a partir do instante em que o homem passa observar em outro homem e em outros animais.O homem pré-histórico já observava à sua volta a existência de seres diferentes de seu corpo, os animais. Com isso, passou a gravar nas paredes das cavernas e fazer esculturas das formas que via. Com isso passou a notar detalhes, que hoje nos permite identificar as espécies animais . Da simples observação, passou-se a prática da dissecação, o que levou a anatomia a se firmar como princípio fundamental da prática na “área da saúde” , A anatomia é uma antiga ciência médica básica. A partir do ano 150 a. C. a dissecação humana foi proibida por razões éticas e religiosas . O estudo da anatomia humana, segundo recomeçou mais por razões práticas que intelectuais, e o motivo mais importante para a dissecação humana, foi o desejo de saber a causa da morte por razões essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia matado uma pessoa importante ou elucidar a natureza da peste ou outra enfermidade infecciosa. A história do uso do cadáver humano retrata que o meio mais antigo, de que se tem conhecimento, para conservação de cadáveres, é a mumificação ou, este método era praticado pelos egípcios com finalidade religiosa e não para preparar cadáveres desconhecidos. Acreditava-se que os mortos continuariam vivos no túmulo, porém era uma graça concedida apenas aos nobres e reis, como pode ser observado pela cabeça mumificada do Faraó Ramses V. No Egito dos Faraós, a mais de 5.000 anos, desenvolveu-se esta técnica de embalsamento, permitindo os primeiros estudos anatômicos das doenças. Os primeiros cientistas Anatomistas e Médicos foram os egípcios. Após vieram os Mesopotâmios. Foram os gregos que denotaram um maior avanço no estudo da anatomia. Os médicos guerreiros conheciam ossos, juntas, músculos e tendões do corpo. O cadáver humano não era violado, por questões religiosas e leis oficiais estabelecidas . Foi Alcameon de Croton (500 a.C.) que forneceu os mais antigos registros de observações anatômicas reais, fazendo dissecação em animais e o seu tratado sobre a natureza tornou-se um texto médico fundamental .
  • 2. Foi através de Hipócrates na Grécia, criou a célebre "Teoria Humoral da Enfermidade", com base na aparência externa do indivíduo e correlacionando causas e efeitos, ainda que empiricamente. Considerado um dos fundadores da ciência anatômica, e a ele são atribuídos 72 textos e num destes afirmou que “A Natureza do corpo é o início da Ciência Médica” Os “Ensinamentos e Juramento” de Hipócrates deram partida aos códigos moral e ético da prática profissional, e o mundo grego conheceu uma nova imagem do médico, agora sendo um homem simples, humano, real . Nessa mesma Roma antiga, viveu Cornelius Celsus, que descreveu os 4 sinais cardeais da inflamação: vermelhidão, inchaço, calor e dor . Setenta e dois anos depois de Hipócrates, surge Aristóteles, o qual adotava o coração como centro das emoções. Aristóteles (384-322 a.C.), foi o fundador da anatomia comparativa, sendo o mais famoso dos discípulos de Platô, também não usou cadáveres humanos, concentrando seus estudos de dissecação nos vertebrados . Quase meio século depois de Aristóteles, surgiu o primeiro homem a ousar dissecar o cadáver humano, apesar de todos os perigos e preconceitos existentes na época . Foi Herófilo concretizando o desejo de muitos anatomistas ao dissecar o corpo humano, e assim, desenvolveu um esquema de distribuição, formato e tamanho dos órgãos: descreveu o fígado, o cérebro, os órgãos sexuais. Através dos seus estudos pioneiros nascia a Medicina. Erasístrato de Quios (290 a.C.) colaborador de Herófilo também dissecou cadáveres humanos e formou a Escola de Alexandria, a qual deu, a partir dali, impulso às ciências anatômicas . O “restaurador da anatomia”, fez voltar, de forma inovadora, o hábito de dissecar cadáveres humanos, adotado por Herófilo e Erasístrato, dando porém mais ênfase à prática anatômica universitária. Realizou dissecações públicas em Bolonha em 1315 e escreveu sua Anatomia em 1316. Nesta época de Mondino, era comum as aulas práticas de anatomia acontecerem na casa do próprio professor . Surgia a fase da real importância do cadáver desconhecido, não só para o estudo da anatomia, como também posteriormente, pré-requisito para a cirurgia . Depois de Mondino, o uso de cadáver na prática da anatomia teve um retrocesso, com o surgimento de Galeno de Pérgamo, que demonstrou e escreveu sobre anatomia sem ter dissecado um só cadáver humano . Galeno teve reconhecimento na Roma Imperial, em relação à prática médica, que percebeu a ação do cérebro sobre todas as manifestações físicas dos doentes romanos. A religião grega era mais hostil e dominante do que a religião egípcia, no que se refere a qualquer interferência quanto ao uso dos corpos dos mortos. “As leis romanas impediam o uso de cadáveres humanos para estudos”. Mas um dos pontos fracos do ensino de Galeno foi frustar o desenvolvimento da Medicina por séculos. O conteúdo teológico de suas idéias era bastante aceitável para a crescente teologia da fé cristã, objetá-las tornou-se, com o tempo, uma séria ofensa. Galeno,
  • 3. efetuou estudos fisiológicos em cães, porcos, cavalos, aves, macacos e fez alusão ao ser humano, cometendo desta maneira, grandes erros, descobertos depois por anatomistas de outras épocas. Suas descobertas foram ainda utilizadas por 1400 anos . Os estudos provenientes nessa época e nas seguintes dependiam da autorização expressa do rei, ou corria-se o risco de ser preso e condenado. Em 1275, o italiano Guglielmo Saliceto lança “Chirurgia”, é o primeiro registro de dissecação de um cadáver humano. Em 1315, Frederico II imperador da Alemanha e das Sicílias tornou obrigatório para os cirurgiões o estudo da anatomia em cadáveres humanos, e a partir daí foram fundados cursos de anatomia nas Universidades da Itália, França e toda Europa, posteriormente. Porém existem provas de que as dissecações começaram na Itália antes de 1240. Meio às dificuldades, clandestinidade e resistência das classes cléricas e governamentais, um fato importante e histórico acontecia em 1376, quando o Duque Anjou autorizou a dissecação pública e anual de um cadáver, o que constituiu-se num importante avanço para o estudo da anatomia. Na Idade Média o curso da Anatomia modificou-se quando um artista italiano, tentando esculpir um crucifixo para uma igreja, obteve do prior a permissão para esfolar um cadáver para verificação de seus músculos. Nascia a Anatomia como arte . O Renascimento chegava em boa hora para o bem e progresso da humanidade, pois o espírito liberal rompia as barreiras do culto cego das autoridades e, aos poucos, ganhava espaço em nome da razão e evolução dos tempos. A anatomia foi estudada por artistas como, por exemplo, Leonardo da Vinci, que contribuiu muito para a anatomia . Estudando com finalidade de buscar a perfeição em suas formas artísticas, acabou por contribuir com a descrição de partes do corpo. Ele acreditava que a verdade anatômica na arte só poderia ser atingida na mesa de dissecação. As proporções do corpo humano não foram simplesmente medidas e cálculos, mas um conhecimento exato do corpo, sendo o primeiro a se dedicar de maneira sistemática a analisar a anatomia e as proporções do corpo humano e dos animais. Os desenhos de Da Vinci evidenciam, não só a arte, mas também um profundo conhecimento anatômico, mostrando não apenas anatomia de superfície, mas grupos musculares perfeitos, como os músculos do dorso e membros superiores vistos na figura A comparação de imagens obtidas nos modernos aparelhos de tomografia computadorizada com seus desenhos sobre a anatomia oferece uma espécie de revelação: Leonardo acertou com exatidão espantosa, por exemplo, detalhes sobre a posição do feto no interior do útero antecipando imagens modernas. Da Vinci é a maior prova de que a arte e ciência caminham juntas de mãos dadas e, na anatomia, o cadáver foi esse elo.
  • 4. A força e o dinamismo desmedidos do corpo humano atingiram seu ápice com Michelangelo Buonarotti. Ele passou pelo menos vinte anos adquirindo conhecimentos anatômicos através das dissecações que praticava pessoalmente. Michelangelo também estudou o corpo humano a fundo, e para isso, dissecou e desenhou até que a figura deixasse de ter quaisquer segredos . Usava modelos vivos para capturar a realidade, sendo retratado em obras como: David uma obra-prima de anatomia(exposto em Florença – Galeria da Academia); Móises – exposto em uma igreja em Roma a escultura de Moisés concluída em 1516, traz a estrutura de um ombro dissecado na perna do patriarca bíblico e as imagens do teto da Capela Sistina, que são imensas mas anatomicamente corretas. Mas a ciência não podia parar e, movidos pelo ímpeto e desejo de aprender e desmistificar o proibido em prol da ciência, os anatomistas não se davam por vencidos .E, enquanto a autorização não chegava, eles insistiam em dissecar os cadáveres às escondidas, normalmente em calabouços ou subterrâneos devidamente escolhidos para este fim. No passado apenas os cadáveres de criminosos e assassinos enforcados eram usados nas dissecações. Isto gerou um grave problema que era a quantidade insuficiente de cadáveres para estudo, resultando com isto o aparecimento dos chamados “ressucitadores” que eram pessoas que supriam, com cadáveres roubados, os famosos médicos e anatomistas da época. A anatomia foi totalmente reformada por Andreas Vesalius, em seu livro “De humani corporis fabrica”. nesta época a anatomia deu um grande passo para conquistar definitivamente o seu papel fundamental como “Ciência Básica”. Finalmente o cadáver desconhecido não só seria conhecido do público, como a partir dessa época passaria a ser, depois do professor, a figura mais importante no ensino da anatomia. Vesalius em vez de apoiar-se em aparências, preferiu pesquisar todas as partes do corpo, corrigindo muitos erros cometidos por outros estudiosos anteriores a ele. Vesalius descobriu que várias das descrições de Galeno não estavam de acordo com os fatos observados. As dissecações públicas de Vesalius, demonstradas através de seu livro De Humani Corporis Fabrica comprovam que ele estabeleceu definitivamente o método correto de dissecação anatômica. As poses dos corpos dissecados lembram mais a vida que a morte, em alguns casos, o pano de fundo retrata paisagens naturais ou cidades italianas. Já a figura 30, retrata uma das pranchas de seu livro, a qual descreve todos os músculos superficiais do corpo. A postura do cadáver, sugeriu a posição anatômica, hoje padronizada, para o ensino de anatomia humana em todo mundo . Aula 2
  • 5. A anatomia é o ramo da medicina que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Ela analisa, em termos descritivos, cada um dos diferentes níveis de organização dos vegetais, dos animais e do ser humano. Subdivisões. Microscopicamente: organizações subcelulares, celulares, histológicas (de tecidos), orgânicas, de sistemas etc. Macroscopicamente • Anatomia Sistêmica ou Descritiva • A anatomia topográfica • anatomia patológica • Anatomia Radiológica • Anatomia Antropológica • Anatomia comparada • Anatomia Aplicada A anatomia Sistêmica ou descritiva, ocupa-se de isolar e descrever, cada um dos componentes dos distintos sistemas anatômicos: aparelhos Esquelético( estrutura óssea); Articular;Muscular ; Nervoso(nervos, tendões); Circulatório( vasos sanguíneos), Respiratório; Digestório; Urinário; Reprodutor; Endócrino(secreções fisiológica especificas); Tegumentar ( camadas da pele); Linfático( órgãos linfóides, linfonodos, ductos, tecidos, capilares e vasos ) A anatomia topográfica estuda os órgãos e sistemas que compõem uma determinada parte do corpo. Já foram elaboradas, por exemplo, detalhadas análises anatomotopográficas da cabeça, do pescoço, da tronco( região abdominal) e dos membros inferiores e superiores. A principal área de aplicação desse ramo da anatomia é a cirurgia. A anatomia patológica estuda as modificações por que passam as células, tecidos e órgãos em decorrência dos diferentes processos suscetíveis de tratamento: doenças, defeitos congênitos ou traumatismos. Esse ramo da anatomia desenvolveu-se, sobretudo, com base em autópsias. No entanto, o progresso dos métodos de observação e das técnicas de anestesia tem contribuído para que os dados fornecidos por autópsias sejam complementados por exames em seres vivos (as biópsias). Anatomia Antropológica – aplicação do conhecimento anatômico no estudo de grupos humanos atuais ou antigos. Por fim, a anatomia comparada ocupa-se do estudo dos aspectos que permitem distinguir as diversas espécies animais ou vegetais, a partir de critérios puramente morfológicos. ciência da classificação dos organismos vivos. Nesse domínio, intervêm ainda inúmeros aspectos descritivos relacionados com os restos fósseis e com as características embriológicas de cada espécie. Na mitologia grega, Aquiles foi o maior guerreiro da história grega. Ele era o filho daninfa Tétis, que tentou torná-lo imortal, mergulhando-o no rio Styx. Ela estava quase bem sucedida, no entanto, ela segurou-o pelo calcanhar e não submergir que parte de seu corpo. Este foi o único ponto em seu corpo que foi dito ser vulnerável. Ele
  • 6. passou a lutar na guerra de Tróia, superando melhor lutador Troy, Hector, em um combate. Antes da demissão de Troy e o cavalo de Tróia, ele foi atingido por uma flecha no tornozelo por Paris, irmão de Hector, e morto. Nomenclatura anatômica Chama-se nomenclatura anatômica ao conjunto de termos empregados para indicar e descrever as partes do organismo; é a base da linguagem anatômica. Compreende termos que indicam a situação e a direção das partes do corpo; termos gerais, comuns a vários constituintes do corpo; e termos especiais, que denominam os diferentes constituintes do corpo. Até o fim do século XIX não havia acordo geral sobre os termos usados na anatomia. Do primeiro esforço conjunto para criar uma terminologia anatômica padrão, realizado em (1895), resultaria a Basle Nomina Anatomica (BNA). A Nomina Anatomica aceita hoje, oficial e internacionalmente, é a de Paris, PNA, de 1955, complementada por vários congressos internacionais de anatomia. Ao lado da Nomina Anatomica existem as nomenclaturas histológica e embriológica internacionais. A Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA), publicou e mantém atualizada a tradução da Nomina Anatomica para o português, revista por uma comissão mista Brasil-Portugal, por decretos e determinações dos governos de ambos os países. Os termos constantes da nomenclatura anatômica têm, em geral, origem grega, latina, árabe ou híbrida, e encontram seu fundamento na forma do órgão ou parte dele .Outros termos, de origens as mais diversas, muitas vezes impróprios, foram consagrados pelo uso e são conservados. Os nomes dos autores que acompanham muitas designações devem ser excluídos, porque além de nada significarem morfológica ou funcionalmente, não representam, na maioria das vezes, justa homenagem histórica. Termos gerais são habitualmente abreviados: a. - artéria; v. - veia; n. - nervo; m. - músculo; lig. - ligamento; gl. - glândula; g. - gânglio. Estudo de anatomia O estudo da anatomia humana, é feito em cadáveres de indivíduos adultos, considerados normais, mas deve incluir noções relativas aos fatores gerais de variação e às diferenças morfológicas decorrentes das modificações resultantes da passagem do estado de vivo ao de cadáver. Em vista da relatividade dos conhecimentos que se podem obter pela dissecação de cadáveres, a qual representa um meio e não a finalidade da anatomia, os métodos de observação têm sido aperfeiçoados e deles se vale a anatomia para conseguir dados no próprio indivíduo vivo; assim, entre outros recursos, utilizam-se os raios X, a cinerradiografia, as drogas radioativas, aparelhos elétricos registradores e, para exame de órgãos cavitários, a endoscopia. Fatores gerais de variação em anatomia. São os seguintes os fatores gerais de variação em anatomia a considerar: idade, sexo, grupo étnico e biotipo.
  • 7. Idade. Verificam-se modificações anatômicas com o progredir da idade, nos diversos períodos ou fases da vida intra e extra-uterina. As fases de vida intra-uterina são: (1) ovo ou germe, primeiras duas semanas; (2) embrião, até o fim do segundo mês; (3) feto, do terceiro ao nono mês. Na vida pós-natal ou extra-uterina os períodos principais são os seguintes: (1) recém- nascido e período neonatal, primeira quinzena após o nascimento; (2) 1ª infância, até o fim do primeiro ano; (3) 2ª infancia, que inclui a segunda infância, entre os dois e cinco anos e a pequena puberdade, dos seis aos dez anos; (4) pré-puberdade, dos dez anos à puberdade; (5) puberdade (início de maturidade sexual), dos 12 aos 14 anos, muito variável nos seus limites e nos dois sexos; (6) pós-puberdade, da puberdade até cerca de 21 anos nas mulheres e 25 anos nos homens, passando por adolescente e jovem, sucessivamente; (7) virilidade, em que o indivíduo é adulto, atinge a maturidade, que perdura até a menopausa (castração fisiológica natural), aproximadamente aos cinqüenta anos na mulher e aos sessenta no homem; (8) velhice, até ao redor dos oitenta anos, seguido de senilidade. Sexo. O sexo masculino e o feminino apresentam caracteres próprios, correspondentes ao dimorfismo sexual. Grupo étnico. Compreende os grandes grupos raciais -- branco, negro e amarelo -- e os seus graus de mestiçagem, responsáveis por diferenças morfológicas externas e internas. Biótipo. Refere-se ao tipo constitucional que existe em cada grupo racial. Há dois tipos extremos e um médio, além dos tipos intermediários. Nos tipos extremos é que melhor se notam as diferenças, quer nos caracteres morfológicos externos, quer nos internos, derivando das mesmas uma construção corpórea qualitativa e quantitativamente diversa. Os tipos extremos são denominados: (1) longilíneo -- indivíduos esguios, magros, altos, com pescoço longo, tórax achatado anteroposteriormente e membros longos em relação ao tronco; (2) brevilíneo -- atarracados, baixos, com pescoço curto, tórax tendendo para cilíndrico e membros curtos relativamente ao tronco. O normolíneo ou mediolíneo tem caracteres intermediários aos dois tipos extremos (éctipos). Além desses fatores de variação, existem as variações individuais, que vêm dificultar a aplicação prática dos conhecimentos anatômicos oriundos de uma descrição padrão. Normal em anatomia. De modo geral significa, sadio, hígido. No entanto, em anatomia, há que considerar os conceitos estatístico e idealístico. Pelo conceito idealístico, entende-se por normal o melhor para o desempenho da função, enquanto, pelo conceito estatístico, normal é o mais freqüente, ou seja, o que ocorre na maioria dos casos estudados e que serve de base para a descrição anatômica padrão. Isso significa
  • 8. que, embora haja uma constituição semelhante para todos os homens, existem diferenças de um indivíduo para outro, sem que seja prejudicado o bom funcionamento do organismo. Essas pequenas diferenças morfológicas, que aparecem e são encontradas em qualquer dos sistemas orgânicos, denominam-se "variações". Quando o desvio da normalidade é maior, podendo perturbar uma determinada função, denomina-se "anomalia". Por fim, se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do organismo, é denominada "monstruosidade", que pertence propriamente ao domínio da teratologia, isto é, ao estudo das aberrações dos seres vivos. Aula 03 Divisão anatômica do corpo humano. O corpo humano é constituído fundamentalmente de cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça compreende crânio e face e une-se ao tronco por meio do pescoço. No tronco consideram-se o tórax, o abdome e a pelve, com as respectivas cavidades torácica e abdominal separadas entre si por um septo muscular, o diafragma. A cavidade abdominal prolonga-se na cavidade pélvica. Os membros, em número de quatro, dois superiores e dois inferiores, possuem uma parte radicular, cinta ou cintura do membro, pela qual se unem ao tronco, e uma parte livre. Na parte livre de cada membro superior consideram-se o braço, o antebraço e a mão, esta última com palma e dorso, e cinco dedos. Na parte livre do membro inferior consideram-se a coxa, a perna e o pé, este último com planta e dorso do pé, e cinco dedos. A parte radicular do membro superior é denominada espádua ou ombro; a do membro inferior denomina-se quadril. Na transição do braço para o antebraço há o cotovelo; do antebraço à mão, o pulso ou punho; da coxa à perna, o joelho; e da perna ao pé, o tornozelo. Na parte posterior do pescoço, tronco e quadril, encontram-se, respectivamente, a nuca, o dorso, o lombo e a região sacrococcígea. Ladeando esta última, localizam-se as nádegas, regiões glúteas. Planos e eixos do corpo humano. A descrição anatômica do corpo humano baseia-se no indivíduo adulto, em posição ereta, isto é, em pé ou posição ortostática, com os membros superiores estendidos, aplicados ao tronco, os inferiores justapostos, e com a face, as palmas da mão e as pontas dos pés dirigidas para a frente. Nessa posição anatômica de descrição, o corpo humano pode ser delimitado por planos e atravessado por eixos imaginários, a saber: (1) plano longitudinal, que divide o corpo em partes direita e esquerda, sendo que, se essa divisão for mediana, em metades direita e esquerda simétricas, o plano será sagital mediano; por qualquer outro plano sagital, paralelo a esse, será um plano lateral, direito ou esquerdo; (2) plano horizontal ou transversal, que separa o corpo em partes superior e inferior; há o transversal cranial, o
  • 9. transversal caudal, e todos os outros a eles paralelos; (3) planos frontais, ventrais ou dorsais, isto é, anteriores ou posteriores, e a eles paralelos; (4) a cada plano corresponde um eixo, tendo-se assim, eixos sagitais, anteroposteriores; eixos longitudinais, ou verticais, súpero-inferiores; e eixos transversais, laterolaterais ou destro-sinistros. Termos de posição em anatomia. Na descrição anatômica usam-se termos específicos para situar um órgão ou parte dele em relação a outros. Medial significa que a estrutura está mais próxima do plano sagital mediano. Lateral indica posição mais afastada do plano mediano. Muitas vezes os termos medial e lateral também são usados para designar a posição relativa de duas estruturas: "o nervo é medial à artéria". Anterior pode significar a parte "da frente" do corpo, porém em sentido mais amplo refere-se também à posição mais próxima da frente do corpo. Do mesmo modo, posterior refere- se às costas. Proximal e distal é a porção mais próxima ou mais afastada do centro. Cranial e caudal são termos indicativos de formações superiores (mais próximas da cabeça) ou inferiores (mais próximas da região caudal). Interno e externo, superficial e profundo, são outros termos de posição muito empregados em anatomia, assim como intermédio, isto é, que tem situação intermediária a duas outras estruturas ou formações.