1. A questão da identidade nacional
O que faz do brasil, Brasil?
2. Semana da Pátria?
Pode-se dizer que o pensamento sociológico brasileiro tenha
começado por volta do século XIX e, de lá pra cá alguns temas
são sempre recorrentes:
O Brasil é ou não é um país moderno?
Como ocorreu o processo de modernização do país?
O Brasil é de fato e de direito um país independente?
Como ocorreu o processo que torna o Brasil independente?
Quem é o povo brasileiro?
Essas questões não são simples, as respostas ainda não foram
dadas, ao longo dessa unidade vamos tentar entender melhor.
Vídeos:
3. Para o Sociólogo Francês Félix Guattari, existem 3 formas
de pensar ou dividir a cultura:
a) Cultura Valor:
b) Cultura Alma-coletiva:
c) Cultura Mercadoria:
Após o vídeo responder:
Reformulando a questão:
Qual é a Alma-coletiva do povo
A) Cultura Valor é uma forma de classificar ou selecionar o indivíduo que tem
cultura r aquele que não tem. Exemplo:
O que faz do brasil, Brasil?
B) Cultura Alma-coletiva está ligada a ideia de pertencer a um grupo maior, se
reconhecer como membro de alguma coisa, estar ligado, enfim, identidade.
Definir um país, ou inventar um país é também
se reconhecer como membro de uma cultura:
A cultura brasileira.
Exemplo:
C) Cultura Mercadoria é todo objeto de identidade com um grupo transformado em
mercadoria. Exemplo:
brasileiro?
4. Intenso Processo de transformação
Primeiros dados confiáveis sobre o Brasil:
1872 = 9 930 478 habitantes;
2010 = 190 milhões ( ou mais);
A análise e a interpretação desses dados é
responsabilidade dos sociólogos e cientistas
sociais brasileiros na busca da construção de um
conhecimento sobre nosso país;
Até 1960, a maior parte da população (55%) vivia no campo;
Hoje, 84% da população vive em áreas urbanas do país;
Apenas 9% da população adulta possui formação de nível superior;
Cerca de 20% dos brasileiros ainda são Analfabetos;
Cerca de 52% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos estão fora da escola;
5. Visão Paradisíaca: Essa imagem sobre o Brasil é
construída de forma lenta e gradual na Europa,
através de relatos orais e cartas de viajantes
sobre as belezas naturais do Brasil. Esses
relatos são fortes na carta de Pero Vaz de
Caminha e nos poemas de Camões. Criam uma
imagem do Brasil como um novo jardim do
Edem.
Identidade Nacional:
Outro tema que marca a
sociologia e o
pensamento brasileiro
são as dicotomias que
existem em nosso país,
Um dos maiores debates sobre o Brasil aconteceu
em torno do tema: Quem é o brasileiro de verdade?
O Homem Cordial: vários intelectuais ao
analisarem as consequências da mistura
das raças no país concluíram que o
brasileiro é um homem cordial, no
sentido de agir demais utilizando o
coração e não a razão.
temas como:
Cidade X Interior
Branco X Negro
Rico X Pobre
Civilização X Barbárie
Influenciaram uma
centena de livros, filmes
A esse debate chamamos de identidade nacional.
Grande parte dele foi moldada por questões de
fundo racial, ou de imagens romantizadas sobre o
nosso país.
Democracia Racial: Essa imagem a cerca da identidade
nacional também é uma construção histórica e enfatiza a
ideia de que o Brasil é um país maravilhoso, onde as mais
diferentes raças convivem sem nenhum tipo de
preconceito ou exploração. Brancos, Negros, Indígenas
todos vivendo uma espécie de democracia racial.
e novelas;
6. Trecho da Carta
"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como
pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco
mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa,
do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua
cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos
dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia
nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo
de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta,
que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio pardo
que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os
houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma
galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas
como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos
passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a
lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram
dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um
o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um
deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e
lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a
terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por
aquilo."
7. Segundo eles, todas as
sociedades modernas, já
foram tradicionais, sendo a
evolução uma etapa natural
A sociologia da Modernização
O que é modernização?
dessas sociedades.
Dessa forma, as sociedades
desenvolvidas não precisam
“Processo de mudança econômica, política, social e
cultural que ocorreu em países da periférica do sistema
capitalista, ajudar as ou sociedades
subdesenvolvidos, à medida que esses países se
direcionam atrasadas.
para padrões mais complexos de organização”.
Esse pensamento
recebe muitas criticas
pois, esquece de dizer
que grande parte do
desenvolvimento das
sociedades modernas, é
devido a exploração das
sociedades tidas como
As primeiras teorias ensinavam que existem dois tipos de
sociedades: as sociedades tradicionais (rurais e atrasadas) e as
sociedades modernas (industrial e urbana).
atrasadas.
8. Já em países com a Alemanha e Brasil o processo de
modernização Modernização foi diferente, conservadora.
não implicou em uma
completa transformação, mas sim, num processo de
modernização conservadora onde as características do país
O processo de modernização foi diferente em cada país.
Por muda, isso mas não o poder existe continua uma receita com a mesma mágica classe.
para se
modernizar.
Nos E.U.A, caracterizada pela luta entre as duas colônias,
norte e sul;
Na França foi através da revolução que promoveu uma
ruptura total com o antigo regime;
Na Inglaterra foi através da revolução industrial;
9. Em outras palavras.
Enquanto outros países foram modernizados por
meio da revolução, revoltas, levantes populares e
guerras.
Quem são os principais políticos brasileiros? Os de maior
tradição?
Quem são os grandes industriais, donos de redes de
comunicação no país?
O Brasil foi modernizado pela força das elites
econômicas. Ou seja, modernizado de cima pra
baixo.
Quem ocupa as vagas nos melhores cursos das maiores
universidade públicas do país?
Como consequência, nunca aconteceu uma
revolução brasileira, o poder continua na mão das
Imsseos meaxspelilcitae s.
Quem ocupa os melhores cargos no funcionalismo
muitas coisas::
público (maiores salários) do país?
10.
11. Vamos Fazer?
Em poucas palavras, descreva como
foi o processo de modernização
brasileira e compare com o processo
de modernização da Alemanha;
Descreva o papel e a importância da
estrada de ferro no processo de
modernização do Brasil;
Quais as consequências do trabalho escravo no
Brasil? Ele ainda existe? Como ocorre hoje em dia?
12.
13. Transição para modernidade nas
grandes interpretações do Brasil
Um olhar sobre o Brasil a partir dos clássicos:
Euclides da Cunha
Oliveira Viena
Sergio Buarque
Gilberto Freyre.
14. Primeiros sociólogos brasileiros.
A sociologia demorou pra chegar no Brasil como disciplina
acadêmica nos cursos superiores e nas escolas de educação básica.
Os primeiros sociólogos de formação
começaram a surgir a partir da década de
1930, principalmente com a criação do
curso de ciências sociais da USP – São
Paulo.
Contudo, podemos dizer que a partir dos anos de 1870 a elite
cultural (intelectual) do país passa a reconhecer usa importância
como disciplina capaz de explicar as transformações ocorridas na
sociedade.
Nesse momento existe uma
grande esperança em relação ao
progresso do país, e a melhoria
Nesse período muitos intelectuais de outras áreas se dedicam a
fazer sociologia, nas entre desigualdades eles sociais.
destacamos médicos (saúde),
advogados (direito), engenheiros (vida urbana) entre outras
conexões possíveis com outras disciplinas.
1930
Nesse momento se
percebe que os
desequilíbrios e
desigualdades que
caracterizam a sociedade
brasileira tem origens
mais profundas, e, que
solucionar esses
problemas requer maior
estudos.
15. PENSADORES:
EUCLIDES DA CUNHA – o
BRASIL DO LITORAL AO
SERTÃO;
OLIVEIRA VIANA – A
MODERNIZAÇÃO
AUTORITÁRIA;
SERGIO BUARQUE DE
HOLANDA – AS RAÍZES RURAIS
DO BRASIL;
GILBERTO FREYRE – RAÍZES
IBERICAS DA CULTURA
BRASILEIRA;
16. Vamos Fazer?
Formar duplas de duas pessoas, com no
máximo 2 alunos em cada dupla;
Cada dupla escolhe um dos autores propostos na apostila capitulo final;
Elaborar um pequeno texto contento:
a) Dados biográficos do autor (aspectos sobre sua vida e formação);
b) Principais obras (livros, textos, entre outras);
c) Principais teses do autor sobre o Brasil;
d) Conclusão: Opinião da dupla sobre o trabalho do autor;
17. Pensamento Social Brasileiro
Contexto:
“predominava no Brasil e no mundo as
teorias de caráter eugenista, ou seja, a crença na
existência de uma raça pura e superior,
enquanto as outras raças precisavam evoluir”.
Essas teorias correspondem a influencia do
pensamento de Darwin nas ciências humanas:
Darwinismo social
18. Darwinismo Social.
As ideias de Darwin
sobre a evolução das
espécies foi utilizada
para explicar as
diferenças sociais e
culturais entre os seres
humanos.
Como os milionários
na época eram
brancos, a crença na
superioridade da
raça branca como
“mais” evoluída
predominava.
Um país para ser
considerado “evoluído”,
deve ter a maior parte
de sua população de cor
Dessa forma, o pobre e o
rico são resultados da
evolução natural. Os
milionários são resultado
direto da seleção natural.
branca.
19. Euclides da Cunha
Em seu livro os Sertões, o autor análise
um Brasil de contrastes.
• A existência de vários
povos compõem o que
chamamos de Brasil:
• Cada um deles está em
um estágio diferente da
evolução,
1 Brasil Urbano, Burguês e Moderno;
2 Brasil Rural, sertanejo e atrasado;
Povo brasileiro:
Europeu + Negro Africano + Indígena =
Negro
Africano
O mestiço ou Sertanejo
Europeu
Segundo o autor, o sertanejo não
representa uma raça degenerada como
pensavam muitos, mas sim, um atraso
na evolução, uma raça RETROGRADA,
por isso deveria ser modernizada.
• Sendo que o alto grau
de miscigenação que
aqui acontece forma
uma novo tipo de
homem, o mestiço, que
é o sertanejo de suas
análises.
Indígena
20. Oliveira Viana
Existe um divorcio entre 2 brasis:
Uma das soluções defendidas por Oliveira Viana era o
branqueamento da população, que poderia acontecer
de duas formas:
a) Aumentar o número de casamentos entre raças;
b) Incentivar a vinda de imigrantes europeus, em
especial italianos e alemães;
O Brasil Legal VS O Brasil Real.
O Brasil legal: corresponde ao brasil
pensado pelo governo, pelas leis
existentes (não cumpridas), pelo Brasil
que está no papel.
O Brasil Real: Corresponde ao Brasil que
existe de fato, repleto de desigualdades,
marcado pela mistura de raças
atrasadas.
Solução: Modernizar a força, o governo
deve impor as transformações
necessárias, pois como nossa cultura é
atrasada, as mudanças não viram das
camadas populares.
21. Sergio Buarque de Holanda
Procura identificar na história do Brasil e no
processo de colonização as origens de nossa
cultura:
O Homem Cordial: A mistura das raças no Brasil, criou
um tipo diferente de homem, uma nova cultura que
pensadores como Sergio Buarque e Antônio Candido
chamam de homem cordial, ou seja, um homem que
se orienta muito mais pelo coração do que pela razão.
Movidos por sentimentos, e não pela racionalidade e
pela relação de planejamento. Causa e Efeito.
Percebe que: Em nossa cultura, existe pouco
valor aos sentimentos democráticos e a ideia
de participação popular.
Isso se explica pelas raízes de nossa
colonização, que sempre valorizou o
patriarcalismo, ou seja, a ideia de ver nos
lideres a figura de um pai que deve ser adorado
e seguido. Dessa forma o brasileiro valoriza o
autoritarismo como forma de representação.
Dito de outra forma: O Coronel.
“No Brasil, a democracia sempre foi um mal
entendido”. (Serio Buarque de Holanda).