os museus refletem a ideologia dominante de sua época;
a formação de coleções é resultado das opções sobre o que deve ser conservado; a museografia demonstra os níveis tecnológicos e tendências de época....
1. A SOCIOLOGIA DOSA SOCIOLOGIA DOS
MUSEUSMUSEUS
Os museus refletem a ideologiaOs museus refletem a ideologia
dominante no contexto de uma políticadominante no contexto de uma política
cultural que emana do Estadocultural que emana do Estado
2. Os museus e a comunicação socialOs museus e a comunicação social
O Estado se apropria de uma legítima lutaO Estado se apropria de uma legítima luta
popular de massaspopular de massas
O caráter aparentemente subjetivo naO caráter aparentemente subjetivo na
orientação da coleta de campo, naorientação da coleta de campo, na
verdade é uma pauta ideológica sobre averdade é uma pauta ideológica sobre a
qual se apóia o projeto museológicoqual se apóia o projeto museológico
3. Museus e pesquisa científicaMuseus e pesquisa científica
O resultado da pesquisa científica não é neutroO resultado da pesquisa científica não é neutro
Por isso os museus optam por narrativasPor isso os museus optam por narrativas
lineares, isto é, baseada na cronologia dos fatoslineares, isto é, baseada na cronologia dos fatos
e na descrição básica dos objetose na descrição básica dos objetos
Origem, autor, dimensões, técnica, forma deOrigem, autor, dimensões, técnica, forma de
aquisição...aquisição...
4. Museus e narrativa ideológicaMuseus e narrativa ideológica
Textos ideológicos nas exposições, são matériaTextos ideológicos nas exposições, são matéria
de estudo da museu-pedagogia, disciplinade estudo da museu-pedagogia, disciplina
acadêmica derivada e formadora da museologiaacadêmica derivada e formadora da museologia
Exemplos clássicos para os estudos, vão alémExemplos clássicos para os estudos, vão além
do uso da linguagem em exposições, uma vezdo uso da linguagem em exposições, uma vez
que a museografia também reflete asque a museografia também reflete as
tendências estéticas e funcionais de diferentestendências estéticas e funcionais de diferentes
épocasépocas
5. Os conceitos museológicos na práticaOs conceitos museológicos na prática
O Museu mantém as unidades expositivasO Museu mantém as unidades expositivas
da época vitoriana, claro está, emda época vitoriana, claro está, em
excelente estado de conservaçãoexcelente estado de conservação
Algumas vitrinas foram recondicionadasAlgumas vitrinas foram recondicionadas
para uma melhor visualização daspara uma melhor visualização das
coleçõescoleções
Mesmo assim, é um centro avançado deMesmo assim, é um centro avançado de
pesquisa reconhecido mundialmentepesquisa reconhecido mundialmente
6. Oxford University Museum ofOxford University Museum of
Natural HistoryNatural History
As Unidades Expositivas contam a história de umaAs Unidades Expositivas contam a história de uma
épocaépoca
Museus científicos que conservaram as unidadesMuseus científicos que conservaram as unidades
expositivas de época, tem memória histórica que podeexpositivas de época, tem memória histórica que pode
ser descritaser descrita
A História do Museu se contempla na disciplinaA História do Museu se contempla na disciplina
acadêmica História dos Museus, como possibilidade deacadêmica História dos Museus, como possibilidade de
estudo de casoestudo de caso
7. Memória descritivaMemória descritiva
Fatos históricos, como a transformação dasFatos históricos, como a transformação das
funções do patrimônio histórico imóvel, devemfunções do patrimônio histórico imóvel, devem
ser rastreadas e descritasser rastreadas e descritas
Outro aspecto é o da formação das coleçõesOutro aspecto é o da formação das coleções
Destacamos as intervenções políticas queDestacamos as intervenções políticas que
originaram as modificações de funçõesoriginaram as modificações de funções
8. O que faz a ideologia no museu?O que faz a ideologia no museu?
Hitler organizou em 1937 uma exposição em BerlimHitler organizou em 1937 uma exposição em Berlim
mostrando a “arte degenerada” judia-bolcheviquemostrando a “arte degenerada” judia-bolchevique
Os quadros foram mostrados junto aos desenhos deOs quadros foram mostrados junto aos desenhos de
incapacitados mentaisincapacitados mentais
Etnologia e povos ameríndios, costumavam ser temasEtnologia e povos ameríndios, costumavam ser temas
que destacavam a inoperância e o atraso social dessasque destacavam a inoperância e o atraso social dessas
comunidadescomunidades
9. Museus de consciênciaMuseus de consciência
Lugares históricos musealizadosLugares históricos musealizados
MuseusMuseus
Centros de interpretação da memóriaCentros de interpretação da memória
Recordam lutas passadas e interpretam oRecordam lutas passadas e interpretam o
legado das lutas e resistênciaslegado das lutas e resistências
Integram-se em programas sociaisIntegram-se em programas sociais
Promovem valores democráticos e humanitáriosPromovem valores democráticos e humanitários
10. As redes africanas, asiáticas, européias, do Oriente MédioAs redes africanas, asiáticas, européias, do Oriente Médio
e da África do Norte, russas e latino americanas...e da África do Norte, russas e latino americanas...
As redes integram os lugares de consciência sobre aAs redes integram os lugares de consciência sobre a
imigração e os direitos civis,imigração e os direitos civis,
Foram construídas para refletir os problemas deForam construídas para refletir os problemas de
corrupção e das consequências do totalitarismo,corrupção e das consequências do totalitarismo,
das ditaduras, da importância da participação cidadã nosdas ditaduras, da importância da participação cidadã nos
processos de democratização, e na defesa dos direitosprocessos de democratização, e na defesa dos direitos
humanos...humanos...
11. Lugares de memóriaLugares de memória
Museus, monumentos, memoriais contribuem para aMuseus, monumentos, memoriais contribuem para a
reconstrução das relações entre comunidades divididasreconstrução das relações entre comunidades divididas
Necessitam disponibilizar um espaço físico para asNecessitam disponibilizar um espaço físico para as
atividades museológicasatividades museológicas
Podem ser espaços de luto, reflexão e esperançaPodem ser espaços de luto, reflexão e esperança
Devem contar a verdade e organizar os registrosDevem contar a verdade e organizar os registros
históricos corretos e manter compromissos cívicoshistóricos corretos e manter compromissos cívicos
O estudo museu-pedagógico contempla os programasO estudo museu-pedagógico contempla os programas
de educação, as iniciativas de memória e de açãode educação, as iniciativas de memória e de ação
culturalcultural
Consideramos como categoria museológica osConsideramos como categoria museológica os
processos de memorializaçãoprocessos de memorialização
12. O alcance da Museologia em escalaO alcance da Museologia em escala
Estabelecer parâmetros e opções disponíveis para as partesEstabelecer parâmetros e opções disponíveis para as partes
interessadasinteressadas
Administrar as expectativasAdministrar as expectativas
Construir os processos para o desenvolvimento dos projetosConstruir os processos para o desenvolvimento dos projetos
Incorporar novas tendências como os espaços orgânicos, queIncorporar novas tendências como os espaços orgânicos, que
estimulam uma integração permanenteestimulam uma integração permanente
Relação dinâmica com o público e sensibilidade às demandasRelação dinâmica com o público e sensibilidade às demandas
sociaissociais
13. Museu memorial vivoMuseu memorial vivo
Pode ser criado a partir de um processo dePode ser criado a partir de um processo de
consulta públicaconsulta pública
As opiniões sobre as maneiras como osAs opiniões sobre as maneiras como os
conflitos podem ser recordadosconflitos podem ser recordados
Pesquisa e consultas sobre temas referentes àPesquisa e consultas sobre temas referentes à
recordação, guarda de memóriasrecordação, guarda de memórias
Incluir formas inovadoras de registro doIncluir formas inovadoras de registro do
patrimônio cultural não tangívelpatrimônio cultural não tangível
14. Parâmetro museológicoParâmetro museológico
Centros de interpretação da memória, memoriais,Centros de interpretação da memória, memoriais,
museus da memória viva...museus da memória viva...
Estão inseridos na Tipologia de Museus de HistóriaEstão inseridos na Tipologia de Museus de História
Caracterizam-se por temáticas diversasCaracterizam-se por temáticas diversas
Podem ser entes públicos, privados ou mistosPodem ser entes públicos, privados ou mistos
Definem-se pela capacidade de elaborar programasDefinem-se pela capacidade de elaborar programas
sócio-educativos integradores da comunidadesócio-educativos integradores da comunidade
Resgatam a memória coletiva enquanto recordação doResgatam a memória coletiva enquanto recordação do
passado como reconciliador em tempo presente.passado como reconciliador em tempo presente.
16. referênciasreferências
Bock, Teresa & Repetto, Luis. La Sociologia de los Museos. ENCRyM (1982)Bock, Teresa & Repetto, Luis. La Sociologia de los Museos. ENCRyM (1982)
Mexico. in: Papéis do IMSP (1991-92) textos acadêmicos.Mexico. in: Papéis do IMSP (1991-92) textos acadêmicos.
IDEM. La contribuición de los Museos para la comprensión de la Memoria de losIDEM. La contribuición de los Museos para la comprensión de la Memoria de los
Pueblos/Museo de la Diaspora- TelAviv – Israel. (trad. IMSP, 1992)Pueblos/Museo de la Diaspora- TelAviv – Israel. (trad. IMSP, 1992)
Idem. O Projeto cultural de ação social sustentável. In: Papéis do IMSP(1992) deIdem. O Projeto cultural de ação social sustentável. In: Papéis do IMSP(1992) de
Cooperação Internacional.Cooperação Internacional.
Idem. Apuntes para uma Política Nacional de Museos en Brasil (ADECO) trad.Idem. Apuntes para uma Política Nacional de Museos en Brasil (ADECO) trad.
IMSP, 1993)IMSP, 1993)
Bock, Teresa. Políticas Públicas: As Políticas Culturais no Brasil do GovernoBock, Teresa. Políticas Públicas: As Políticas Culturais no Brasil do Governo
Lula. (2002) in: Projetos de Pesquisa – CNPq (Brasil)Lula. (2002) in: Projetos de Pesquisa – CNPq (Brasil)
Idem. Cooperación internacional y Gestión del Patrimonio cultural (ADECO-Idem. Cooperación internacional y Gestión del Patrimonio cultural (ADECO-
Madrid – 2006)Madrid – 2006)
idem:. Lés musées au service du développement (EPA) ADECO, 2007.idem:. Lés musées au service du développement (EPA) ADECO, 2007.
Review. International Coalition of Sites of Conscience. De la memoria a laReview. International Coalition of Sites of Conscience. De la memoria a la
acción. Comissão de Anistia (Brasil)acción. Comissão de Anistia (Brasil)
17. Museus comprometidos com o desenvolvimento eMuseus comprometidos com o desenvolvimento e
com os Objetivos do Milêniocom os Objetivos do Milênio
Profa. Dra. Teresa Cristina de Andrade Bock (Plataforma Lattes)Profa. Dra. Teresa Cristina de Andrade Bock (Plataforma Lattes)
Bacharel em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política deBacharel em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de
São Paulo (1980) área de concentração em Relações Internacionais.São Paulo (1980) área de concentração em Relações Internacionais.
Bolsista do MASHAV no curso sobre “Desarrollo comunitário y organizaciónBolsista do MASHAV no curso sobre “Desarrollo comunitário y organización
cooperativa” (1996) The Golda Meir International Training Centre – Haifa – Israelcooperativa” (1996) The Golda Meir International Training Centre – Haifa – Israel
Doutora em Ciências Políticas e Sociologia pela Universidad Complutense deDoutora em Ciências Políticas e Sociologia pela Universidad Complutense de
Madrid – UCM (1991) Bolsista do Conselho Nacional de DesenvolvimentoMadrid – UCM (1991) Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq- Brasil.Científico e Tecnológico – CNPq- Brasil.
Área de concentração em Direito Administrativo e Ciência da Administração.Área de concentração em Direito Administrativo e Ciência da Administração.