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1
REVISTA LITERÁRIA
PRATA DA CASA
E.R.F.S ANO 02
IRAPORANGA-BAHIA
2012
2
EDUCANDÁRIO ROBERTO FIGUEIRA SANTOS
PROFESSORA: SUZANA DURÃES VIANA
REVISTA LITERÁRIA
PRATA DA CASA
IRAPORANGA
2012
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Ser diferente é normal.....................................................................07
Aline Pereira, Irla de J. Santos, Irlana de J. Santos, Lucimária S.
Santos e Vanessa de S. Almeida
O homem que perdeu tudo
A princesa fada
Geisiane Oliveira Souza
Inteligência com resposta
Em busca da felicidade
Amar é viver
Você e a vida
Igor Marciel de Jesus Lima
Juntinho de você
Vamos sorrir
Vamos pensar antes de xingar
Meu cordel
Itamária Aquino Alves
O preconceito não pode nos impedir de realizar nossos sonhos
Laís Jesus de Souza e Micaele de Santana Santos
O barco
Você
Contratempos
Tempos
A cada dia
4
Mágoa
Um olhar
Indiferenças
Gabriel
Marcelo Duarte da Costa
Soneto ao país
Prazeres do poeta
Jeitinho todo nosso... brasileiro!
Romaro Veloso Viana Santos
Selma Magalhães de Souza Oliveira
Salve o Educandário Roberto Santos
A máquina de lavar
Palavra mágica
Diferenças
Suzana Durães Viana
Lembranças
Família e trabalho
Infância
Waldenir Novaes da Silva
MENSAGEM.........................................................................................66
5
APRESENTAÇÃO
"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina
com um ponto final. No meio você coloca as ideias."
(Pablo Neruda)
“Sabe-se que um dos principais problemas na educação da atualidade
é a dificuldade que os estudantes têm de ler e produzir textos. Essa é
uma reclamação constante não só pelos professores da disciplina de
Língua Portuguesa, mas de toda a categoria docente.
A leitura proficiente tem infinitas possibilidades. Ela começa pelos
olhos, mas vai além deles, pois necessita de um elemento
fundamental para a compreensão, que é o conjunto de conhecimentos
prévios relacionados ao assunto do texto lido. Por isso, a capacidade
do ser humano de compreender os textos depende da relação entre o
cérebro e os olhos.”
É necessário envolver os alunos na produção de textos de diversos
gêneros para que passem a compreender o processo de leitura de
modo integral. E qualquer que seja o objetivo de uma leitura é
importante levar em consideração que ninguém vai ler algo com
atenção se não vê uma utilidade nessa leitura, pois lemos e
escrevemos sempre para atender a uma necessidade pessoal.
Por isso, no desenvolvimento do trabalho de Produção de Texto do
nível médio de ensino, optou-se por trabalhar a montagem de uma
revista, pois além de ser um dos suportes que carrega uma variedade
de gêneros, é também um dos materiais de leitura mais apreciados
pela maioria dos estudantes.
Então, para este projeto, a tarefa principal é promover a produção
escrita individual e pessoal de estudantes e professores do ERFS.
Nosso principal objetivo é mostrar o que o estudante do Roberto
produz. É também conscientizá-lo sobre o ato de ler; desenvolver
amplamente o gosto por leituras e produções literárias.
6
ALINE PEREIRA, IRLA DE J. SANTOS, IRLANA DE J.
SANTOS, LUCIMÁRIA S. SANTOS E VANESSA DE S.
ALMEIDA
Alunas do 9º ano A. Estudantes da comunidade do Esconso.
SER DIFERENTE É NORMAL
Ser diferente é normal
Em todo lugar você vai ver
Um cego, surdo ou mudo.
Só parar e perceber.
Somos excluídos da sociedade
Porque somos especiais
Nos tratam diferentes
Mas nunca normais.
Todo mundo é diferente
Ninguém é igual
A vida foi feita pra viver
Você sendo diferente ou normal.
Aprendemos com a vida
Ela vem nos ensinar
Que todos os deficientes
7
Devemos respeitar.
Eles são importantes
E também vitoriosos
Participam de olimpíadas
E ganham medalhas de ouro.
8
Daniela A. dos Santos e Ysiane Alves Pereira
Alunas do Educandário Roberto Santos. Moram no Alto da Lagoa em
Iraporanga, Bahia. Gostam de ler e escrever poesia, histórias e
mensagens. Daniela participou da primeira edição dessa Revista Literária.
CORDEL DE ESTUDANTE
Eu sou Daniela
Estudo no 8º ano A
Gosto muito da leitura
Porque me ajuda a pensar.
Eu sou Ysiane
Estudo no 6º ano C
Gosto muito da leitura
Que me ajuda a aprender.
O meu nome é Daniela
Eu gosto muito de ler
A escola é um ambiente
Que nos ajuda a crescer.
O meu nome é Ysiane
E vou falar pra você
Sempre leia bons livros
Vai te ajudar a vencer.
9
A leitura é importante
Nunca a deixa pra trás
A gente ler um livro
E muito se satisfaz.
Nunca leia livro
Que te ensine a fumar
Pense na educação
Que nunca deixa de brilhar.
Na vida tem que estudar
Na vida tem que aprender
Na vida tem que saber
A ler e a escrever.
Os professores gostam de ensinar
Os alunos de aprender
Eles querem ser alguém
Como nós queremos ser.
Eu e Ysiane
Queremos te avisar
Que a melhor coisa do mundo
É aprender e estudar.
Nós ficamos por aqui
Com amor e alegria
10
Esperamos que vocês
Leiam sempre todo dia!
11
GEISIANE OLIVEIRA SOUZA
Nasceu no dia 17 de fevereiro de 2000. Mora com os seus pais,
Gerciano Conceição de Souza e Ediná Rosa Oliveira no bairro do Gato
em Iraporanga. Tem dois irmãos, Eveni e Gustavo. Estudou no Grupo
Escolar Odilon Torres, e este ano estuda o 7º ano do Ensino
Fundamental no ERFS. Gosta dos professores. Brinca com suas
amigas de futebol, baleado e outras coisas. Gosta de fazer poemas,
de ler e escrever e de aprender artesanato. É muito alegre.
O HOMEM QUE PERDEU TUDO
Era uma vez um homem muito rico, que vivia em uma mansão
sozinho e não gostava de ninguém por perto da casa dele. Ele era um
homem muito ruim, pois não dava nem um centavo para os pobres.
Um dia, um senhor o chamou para uma aposta de toda sua
herança e ele fez a aposta, mas não perdeu, ele ficou muito contente.
Certo dia, uma mulher muito pobre passou por perto da mansão,
ela bateu no portão, entrou e perguntou se ela poderia trabalhar como
empregada, então ele deu aquele emprego. Um dia ela estava
arrumando a sala e viu o homem ligando para outro rico se ele queria
fazer apostas em todo seu dinheiro, o homem perguntou o que ela
estava fazendo lá e ela disse que iria arrumar a sala. Então ela disse
se ele fazia apostas, ele disse que fazia ela perguntou se ele queria
fazer aposta na sua herança, mas ele falou que não ia fazer aposta
com uma empregada, que ela ia perder tudo. Ela falou quem iria
perder tudo era ele, que se ele perdesse virava empregado dele, mas
ele não acreditou.
Passou alguns dias e ela o chamou para apostar, ele falou,
então apostaram e quando receberam o resultado e quem foi, foi a
empregada, que ficou com tudo. O homem virou empregado da
mulher. Então, ela ficou muito feliz.
Geisiane 7º ano B
12
A PRINCESA FADA
Era uma vez, uma mulher viúva que tinha duas filhas, a caçula
era muito má só desejava o mal para os outros e era igual a sua mãe,
a mais velha era igual ao seu pai, muito boa e ajudava as pessoas.
Um dia sua mãe e sua irmã fizeram a irmã mais velha ir ao poço
mais próximo pegar água. Então ela foi e chegando lá ela viu uma
velha tentando pegar água, então ela ajudou pegar água, ela pegou e
a velha se transformou em uma fada, a menina levou um susto, a
velha disse que ela era muito boa e iria ficar muito rica e a cada
passo que ela dava uma moeda de ouro caia sobre sua mão. Então ela
foi aconteceu a coisa ela chegou lá em sua casa cheia de moeda de
ouro e sua mãe tomou da sua mão e pegou para ela.
No outro dia foi e a velha estava lá, ela falou para ela ir a uma
floresta escura, mais ela não queria ir a fada colocou ela lá, ela ficou
com muito medo e caminhou, caminhou até se cansar ela deitou em
uma pedra, um príncipe que passava viu ela e falou que ela estava
muito cansada e levou para seu reino próximo da floresta, quando ela
acordou viu gostou muito dele. Eles se casaram e foram felizes para
sempre.
A irmã caçula e a mãe ficaram com muita raiva ao saber e as
duas se mataram.
Geisiane 7º ano B
13
IGOR MARCIEL DE JESUS LIMA
Mais conhecido como Igor, reside em Iraporanga. É considerado o
poeta do ERFS, pois adora escrever poemas e mensagens.
INTELIGÊNCIA COM RESPOSTA
Se no meu saber eu encontrasse tudo, nada seria difícil.
Se da sabedoria nascesse a inteligência, poucos venceria o mundo.
Se você tentar desvendar o mistério que é a vida, é querer explicar o
inexplicável.
No saber eu percebi que a vida é feita de encontros e desencontros, e
é passando pelos desencontros, que chegará exatamente ao seu
encontro.
A sabedoria e a inteligência estarão comigo, sempre onde eu estiver,
mas existem grande diferenças.
Por que, que sempre a vida sabe mais?
Por que, que ela quer sempre nos ensinar?
Por que, que com ela também aprendemos?
Será que existem respostas para todas as perguntas?
Saiba de uma coisa, a vida lhe ensina e você pode aprender, mas ela
nunca vai lhe dar uma resposta. A resposta é você que tem que
encontrar.
Se você quer que exista, faça existir, só assim verás que você
consegue!
Mas se não quer que exista, não subestime, não encorajem, não dê
forças nem motivos para que venha existir.
Querer realmente viver, que seja feliz.
Igor Marciel de Jesus Lima.
14
EM BUSCA DA FELICIDADE
Se um dia tudo se transformasse em brilho? Será o mundo dos
sonhos?
Se um dia sentir realmente felicidade? Será sonhos sendo realizados?
Se na distancia estiver perto! Será amor?
Se por um só momento errar profundamente? Desistiria?
Se um dia conseguir o que mais deseja, o que mais quer ter? Será um
fim, um começo ou um recomeço?
Se um dia tiver que quebrar regras, ou ultrapassar os limites,
continuaria?
Viva buscando e nunca desista, por que chegará o momento de
encontrar. Quando encontrar seja feliz, por que a felicidade espera
por você.
AMAR É VIVER
Se amar levasse-nos à riqueza, todos realizariam sonhos.
Se amar estivesse só no passado, nunca viveríamos o presente.
Porque a vida pra mim é assim, se eu vivesse no passado um grande
amor, o presente na minha vida não existiria.
Você pode estar se perguntando, por que eu entendo tanto sobre esse
sentimento? Como eu entendo tanto sobre o amor.?
Eu não achei, não encontrei e não ganhei, eu descobri vivendo,
gostando, buscando em mim próprio.
Hoje eu mim pergunto: Será que a vida tendo um sentimento tão
precioso, tem um significado?
O que significa vida? Será que existe essa resposta?
Igor Marciel de Jesus Lima.
15
VOCÊ E A VIDA
A quem você mais agradece? Por que além de fazermos as perguntas
nãos buscamos as respostas?
O que sou é um presente da vida, o que serei será o meu presente
para a vida.
Um dia olhei o meu reflexo no espelho, e vi uma pergunta nos meus
lhos, mas naquele dia eu não pude ler como era aquela pergunta. Dias
se passaram, então olhei novamente o meu reflexo no espelho e ali
estava novamente aquela mesma pergunta no meu olhar, mas naquele
dia eu pude ler aquela pergunta, então eu perguntei a mim mesmo:
Quem sou eu realmente? Naquele mesmo dia eu não ouvi a resposta,
mas sabia que em outro momento, Deus mim daria aquela resposta.
Quando você faz uma pergunta a si mesmo, veja se a resposta está
em você ou espere em Deus a sua resposta. Saiba de uma coisa, se
você tentar buscar essa resposta em outro alguém, é como querer
que o fogo não queime, algo totalmente impossível. Eu aprendi que
não se deve também, esperar uma resposta da vida, porque ela não
pode lhe dá, se você parar pra pensar, a vida pode lhe ensinar, mas
ela nunca vai lhe dá uma resposta. Eu agradeço muito a Deus pelo
meu conhecimento e peço que mim faça cada dia mais humilde, para
que eu continue buscando e para que um dia eu encontre.
Eu percebi que em qualquer busca você pode encontrar e que é
importante você ir alem do que imagina. Saiba que ver a realidade, é
um pequeno passo para um grande começo. Eu aprendi que pra
conhecer o mundo, para encontrar respostas difíceis, deve conhecer
a si mesmo, com o objetivo de ir e de não desistir, afinal não podemos
mandar no começo de nossas vidas, mas podemos enfrentar o fim
com coragem, no final veremos que para a invencibilidade, depende
de uma boa defesa, mas a possibilidade de vitória depende de um
grande ataque.
Igor Marciel de Jesus Lima.
16
ITAMÁRIA AQUINO ALVES
Itamária tem 19 anos, mora no Alto da Lagoa, em Iraporanga. Aluna
do 1º ano do Ensino Médio, turma A, turno matutino. Gosta de ler e
também adora escrever mensagens, versos e pensamentos.
JUNTINHO DE VOCÊ
Você me pergunta se estou bem, como ficar bem estando longe
de você, se não sou capaz de te esquecer, se ouço tua voz a cada
instante, tua imagem gravada na memória e você faz parte da minha
história e no meu coração desfila exuberante. Já tentei te esquecer,
mas não consigo, as lembranças que guardo aqui comigo são doces
memórias para mim, são recordações que nunca terão fim e fizeram
do meu ser o seu abrigo. Se quiseres recorda-los ao meu lado com
ternura preciso lhe dizer as palavras que vem do coração ficar bem do
juntinho de você.
Itamária A. Alves
VAMOS SORRIR
Às vezes ficamos tristes por um simples motivo, o mau humor
vai começando por dentro, aí ficamos distantes de tanta gente que
ama, afastando-os e os ignorando.
Não se esqueça de que a vida é a coisa mais bela do mundo,
sorria sempre, pois às vezes quem nos ama precisa-se de um sorriso
nosso para se sentir alegre e jamais desista de lutar. Se fracassar,
não desanime levante-te e comece tudo de novo, pois os tropeços que
encontramos e para que começamos com mais inteligência e nos
tornarmos pessoas cada vez mais fortes.
Itamária A. Alves
17
VAMOS PENSAR ANTES DE XINGAR
Loucura- brigar com sua mãe por um simples motivo.
Idiotice- eliminar amizades verdadeiras porque uma delas te traiu.
Palhaçada- odiar o mundo porque muitos ficam maus de você.
Uma injustiça- ficar chateada com o nosso criador, porque ele levou
alguém especial.
Lembre-se sempre- mãe é só uma só se perdê-la perdeu tudo, tem
amizade que vale mais que ouro.
Não o deu o mundo a vida é tão bela para se viver e jamais se
esqueça, ninguém nasce para semente só o nosso pai sabe o que faz.
Itamária A. Alves
18
MEU CORDEL
Eu me chamo Itamária Alves
Tenho 19 anos de idade
Não vivo sem fazer poesias
E também minhas mensagens
Não vivos sem fazer isso
Isso é uma das minhas qualidades.
Adoro inventar poesias
Isso me faz muito bem Não me esqueço dos poemas
E das mensagens também
Elas nos fazem viajar
Além do universo e do além
A literatura nos transmite
Muita paz e harmonia
Além de descobrir coisas novas
Ela nos traz alegria
Não esqueça do que eu falo
Vamos lê todos os dias
A literatura é uma coisa gostosa
Boa de fazer
Quando tiver um tempo vago
19
Pegue o livro e comece a ler
Você vai viajar
E também vai aprender.
Tem gente que acha poesia chata
Eu não acho isso não
A poesia é uma maneira de aliviar os corações
Pois as vezes a vida é dura
E a poesia é como canções
Para você que não pega em um livro
Vamos começar a ler
Além de aprender a falar melhor
Elogio irá receber
Que tal começar agora
E aprender melhor a ler
Para você que lê poesias
Eu dou os meus parabéns
A poesia é como um hino
E não faz mal a ninguém
Pra você que nunca leu
Experimente, ela agradará a ti também.
Itamária A. Alves
20
LAÍS JESUS DE SOUZA E MICAELE DE SANTANA
SANTOS
Alunas de 14 e 15 anos. Moram no bairro do Gato em Iraporanga. Elas
cursam o 8º ano do Ensino Fundamental, turma A, matutino. Gostam
de ler, de escrever e de fazer artesanato.
O PRECONCEITO NÃO PODE NOS IMPEDIR DE
REALIZAR NOSSOS SONHOS
Era uma vez, quatro amigas que se chamavam Tyfany, Naty-
Helly, Thalya e Roberta, elas eram românticas, mas sofriam bastante
na escola com o preconceito e o racismo porque eram morenas, elas
não davam muita ousadia por que tinha uma frase que elas gostavam.
“Nós temos orgulho da nossa cor, de nossa raça”.
Elas sonhavam em ser alguma coisa que agradece todas as
pessoas que debocharam delas. Elas queriam ser cantoras ou autoras
mais ainda não tinham decidido.
Um lindo dia de segunda-feira, elas se encontraram na escola e
foram direto para a biblioteca, era o único lugar que ninguém as
encontraria, chegando na biblioteca, Tyzany pegou um livro para ler
em casa e foram para a sala.
Na hora da aula a professora estava perguntando a todos os
alunos o que eles queriam ser quando se fossem adultas, quando
chegou a vez de Naty-Heley ela disse?
_ Naty o que você quer ser?
_Eu quero ser autora.
Depois perguntou a Roberta:
_ Eu também quero ser autora.
Depois perguntou a Thalya e a Tyfany:
21
_ Ah professora nós também queremos ser autoras. Foi o que
elas disseram que queriam ser, mais ao mesmo tempo desistiram,
porque todo mundo começou a rir delas até mesmo a professora. Elas
saíram da sala e foram embora chorando, cada uma pra sua casa.
Thyfany, muito triste começou a ler o livro quando um colega
dela ligou e disse:
_ Alô Thyfany!
_ Soueu mesmo.
_ Fiquei sabendo que você ta querendo ser autora com a cor que
você e suas amigas têm ninguém vai ler a capa do livro que vocês
escreverem há, há, há.
Thyfany desligou o telefone e começou a chorar. Quando de
repente ela passou a pagina do livro e estava escrito “nunca desista
dos seus sonhos, erga a cabeça e siga em frente, você tem que
confiar em você mesmo, não nos outros, mesmo que debochem de
você, acredite que você pode vencer todos os obstáculos e siga em
frente”.
Isso mexeu muito com ela que logo em seguida ligou para as
amigas e marcou um encontro no parque.
Ela passou essa mensagem para suas amigas. Elas juntaram as
mãos e disseram:
_ Nunca vamos desistir.
Assim elas começaram a ter ideias de escrever um livro, o titulo
era “O preconceito não pode nos impedir”. Assim elas foram até à
livraria e publicaram o livro. Na hora de entregar elas disseram com o
divulgador.
_ Você não vai nos julgar, né?
_ Claro que não, amanhã todos estarão lendo o livro de vocês.
E foi mesmo, no dia seguinte em todas as bancas estava o livro
delas e na escola todas as trataram bem, fizeram muitas perguntas
principalmente essa.
_ Vocês pretendem divulgar outros livros?
22
Claro que sim. E vai se chamar “A fama”. Todo mundo as
consideraram como eles gente importante.
Laís e Micaele 9º ano B
23
MARCELO DUARTE SOUZA
Marcelo Duarte Souza nasceu sem 07 de fevereiro de 1975 em
Salvador, filho de Helinoel Nicolau de Souza, natural de Iraporanga-BA
e Railda Duarte Souza, natural de Salvador-BA. Sempre gostou da vida
no interior e vivia aguardando ansiosamente as férias escolares para
poder viajar para Iraporanga, até que em 1981, seus pais mudaram-se
definitivamente para lá. Viveu praticamente toda a sua infância nesta
pequena Vila e compartilhou das travessuras inesquecíveis da vida no
interior. Foi estudante e mais tarde professor no Educandário Roberto
Figueira Santos. Estudou Administração e atualmente mora em São
Paulo e sempre que pode volta pra visitar a sua tão encantada Vila de
Iraporanga.
O BARCO
Um Barco, ao navegar, por mais simples que seja a sua viagem,
atende a todos os princípios da sua jornada. Seu mastro, velas, leme,
lastro... E principalmente o seu Comandante compartilham de
extrema cumplicidade e extraordinária sintonia. E assim, alcançam o
seu destino glorificado pelo seu belo desempenho e aprendizado...
Caso alguma das funções não correspondesse às suas obrigações,
certamente o destino seria o caos e o Barco afundaria, esquecido no
imenso oceano... Assim, a lição que às vezes se pode tirar de
pequenas coisas, pode ser de uma enorme valia para a nossa jornada
na vida, onde a DISCIPLINA e o PLANEJAMENTO são também
importantes Mestres...
VOCÊ
... Não me interessa as questões relativas aos seus defeitos, mesmo
porque não sou ninguém a altura de julgá-los... Mas as suas virtudes,
suas qualidades em si, isso sim é o que me fascina e o que desejo
focar...
(Macho)
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CONTRATEMPOS
... E guiado por um Colibri de plumagem negra, percebi que as vezes é
preciso tirar um tempo pro mundo natural, esquecer as mazelas
cotidianas e apreciar um pouco mais os detalhes que nos passam
quase que invisíveis... Que fiz então, segui-o e resolvi observá-lo
durante um longo e belo período... E quanto aos deveres do dia, deixa
pra lá, quem sabe eles não se resolvam sozinhos... Nem sempre
somos tão necessários quanto pensamos...
(Macho)
TEMPOS
Tempos... Dentre todos os tempos, o que mais me intriga é o
Presente, pois quando falamos no Passado refletimos sobre as
experiências que não voltam mais, sejam boas ou não... Quando se
fala no Futuro, é lógico que esperamos a realização dos nossos
sonhos e mesmo que a nossa realidade não seja tão favorável, ainda
assim, esperamos o melhor... Mas o que falar do Presente?? Que
atitudes podemos tomar agora para que nossos sonhos se realizem no
Futuro?? Que fazer agora para não cometer novamente os erros do
Passado?? Diante desta incógnita, presumo então que o Presente é o
grande Mestre dentre os Tempos e os atos de hoje escreverão nossa
história... E sendo assim, podemos dizer que o Passado deixou lições
para que agora, no Presente, possamos construir um Futuro ao menos
um pouco melhor, em todos os campos de nossas vidas...
(Macho)
A CADA DIA
O Tempo é o melhor aliado na evolução da vida... Pois quem é bom
pode ser melhor, quem errou pode recomeçar e tentar fazer o certo,
quem chorou pode voltar a sorrir, quem caiu pode levantar-se e seguir
novamente, quem feriu pode pedir desculpas e reconquistar o que foi
perdido... E assim o TEMPO torna-se indispensável para o nosso
crescimento, nos dando novas possibilidades e novas oportunidades...
(Macho)
25
MÁGOA
Envergonho-me às vezes, em algumas situações, por estar perto de
alguns que se acham sábios o bastante para julgar o comportamento
alheio sem ao menos perceberem que precisam antes atentar-se ao
próprio umbigo... E ainda queres que não me afaste???
(Macho)
UM OLHAR
... Quem sabe aquela indiferença não signifique um mero desprezo,
mas sim um medo aterrorizante de não resistir aos seus encantos e
cair na tentação dos seus braços...
(Macho)
INDIFERENÇA
... Pois eu, não pretendo e nem desejo diferenciar-me dos demais pelo
que tenho ou pelo que venha a possuir... Desejo mesmo é diferenciar-
me de alguns pelo que sou e pelo estilo de vida que escolhi viver...
Simples e livre de preceitos moldados, que na maioria das vezes
não...
GABRIEL
Ser Matuto me faz bem,
andando de jegue ou de trem...
Ser Matuto é ser da roça,
andando de carro ou numa carroça...
Ser Matuto é uma alegria,
seja noite ou seja dia...
E ninguém pense que é só farra,
de besta aqui só tem a cara...
E nessa me lembrei do Cordel,
do meu Compadre Gabriel...
(Macho)
26
ROMARO VELOSO VIANA SANTOS
Nasceu em 27/03/1986 na cidade de Seabra-BA, filho de Suzana
Durães Viana e Ronilson Vieira Santos. Passou toda a infância e
juventude em Iraporanga (Parnaíba)-BA. Sempre gostou de ler,
escrever (em especial poesias) e observar o comportamento das
pessoas por onde quer que fosse. Sonhara em ser escritor (artigos,
teatro, poesia, afins), começou a estudar o curso de Letras na UNEB,
porém, abandonou o curso no segundo semestre por não gostar de
Pedagogia, apesar de ter gostando de ter dado aula por três meses na
escola em que se formou. Depois de abandonar o curso na UNEB foi
morar em São Paulo. Em São Paulo começou a cursar Técnico em
Administração na ETEC (Escola Técnica do Estado de São Paulo),
saindo devido as constantes mudanças de horário no trabalho, mais
tarde entrou novamente na ETEC desta vez para cursar Técnico em
Contabilidade, curso também abandonado pelo mesmo motivo.
Começou Gestão Comercial na UNINOVE, não concluindo pelos
mesmos motivos anteriores. Se encantou pela área de finanças
pessoais, investimentos e economia e atualmente estuda Gestão
Financeira na UNINOVE.
Ainda escreve algumas coisas no seu blog pessoal
(www.parnaibando.blogspot.com.br), nome este em referência ao
nome da vila onde viveu praticamente toda a sua vida.
SONETO AO PAÍS
Por saber o que sei, não saberei
Impossível de viver sempre calado
Dores de cabeça provocarei
Se é pra saber, não fico conformado.
Sempre, muito menos, me calarei
Sempre direi verdades exaltado
Pela pátria amada assim viverei
Aí sim, raios fúlgidos no céu olharei
Algo tem que ser no fundo mudado
Sairá de mim algo já vivenciado
27
Salve, salve, Brasil, sempre te amei...
Então retumbante será o meu brado
Só sentir o prazer do que lutei.
Velô Viana
PRAZERES DO POETA
Não há melhor que viver,
Triste, sofrendo, apaixonado, desprezado,
Para tal fazer.
Pois sendo já não sente,
Tal como finge,
E por mais da dor que se tinge,
O pranto jamais será o seu.
Velô Viana
28
JEITINHO TODO NOSSO...BRASILEIRO!
Lá se vai Marvin para mais um dia de vida, sabedoria, esperteza,
trabalho e tudo o mais que o torna o mais esperto de todos. Ele sai
de casa rumo ao ponto de ônibus, é preciso trabalhar...já no ponto eis
a espera de 30 minutos 'normalescos' e cotidianos, ele se irrita: "-
Essa porra que não chega logo, e ainda vão aumenta o preço e o
serviço continua a mesma bosta! Chega o ônibus, e lá se vai ele...dá 5
reais ao cobrador, este por sua vez te dá de troco 7 reais(passagem
custa 3 reais), Marvin percebe o erro, pensa consigo mesmo cheio de
orgulho,"-Pelos menos uma coisa boa nisso", e assim continua sua
viagem cheio de orgulho da sua esperteza. Chegando ao trabalho um
pouco mais cedo ele toma café, olha o ponto, ainda faltam 15
minutos, mas ele passa o crachá e espera chegar as 8 horas para
começar a trabalhar,(pensa, tô precisando de dinheiro, umas extras)
logo chega a hora e ele sobe e começa o dia reclamando da empresa,
emprego, colegas de trabalho, tudo ali é uma merda. É chegada a
hora de ir embora, 17 horas de uma sexta-feira, e agora trabalhar só
segunda...ah, mas ficou algo pra terminar ainda, mas Marvin quer ir
embora, hoje é sexta-feira esqueceram?!, -depois dá-se um jeito, diz
Marvin ao seu colega de trabalho o convencendo a ir embora e lá se
vão. Chegando em casa o nosso protagonista, realiza as tarefas de
casa, faz sua janta, é ele mora sozinho, paga aluguel, o salário não da
pra pagar uma diarista, bem chega a noite e tudo feito ele se deita em
sua cama e assiste a sua novela e seu reality show, e encerra o seu
dia junto com o programa, estão os dois programados para serem
desligados à meia-noite. Sol, claridade invade aquela casa,
quarto/cozinha, ele desperta...tem que preparar o seu café, lavar as
suas roupas e uniformes...tarde...noite...Eduardo, amigo de Marvin,
liga pra ele e o convida para ir numa balada, afinal é sábado, Marvin
claro, aceitou...na balada...regada a noite de muitas cervejas,
energéticos, destilados, mulheres e amigos, e desconhecidos
também...uma noite regada ao som de "Ai se eu te
pego...delícia,delícia"...e ele se delicia naquela noite...já são 6 da
manhã, e lá se vão todos para suas respectivas casas...Marvin dorme
até as 15 horas...acorda muito mal...faz vômitos até não aguentar
mais...Marvin resolve ir ao médico, se arruma, e se dirige ao
ponto...ah, hoje não demora 30 minutos, são 50 minutos de espera,
domingo né, e chega o ônibus super-lotado, Marvin olha e resmunga
consigo em voz baixa "-Mas nem domingo"...mais 50 minutos e chega
ao posto de saúde...ele entra e pega uma senha...espera...30
minutos...para fazer o cadastro...e mais...20 minutos, até ser atendido
pela triagem do posto...agora se dirige a outra sala, espera...mais 20
minutos...enfim, atendido...sai da sala do médico e vai pra outra
29
sala...agora...mais 15 minutos de espera e ele é medicado...agora
volta a sala anterior...mais 10 minutos e o médico o reexamina e o
libera...ah, sim, tem...um atestado de horas...ele sai reclamando pra si
mesmo, "- só de horas, sacanagem!" Marvin pega o ônibus de volta
para casa, chega em casa, bem, já passa das 21 horas...ele resmunga
e diz que perdeu o domingo por causa daquele posto lento. Nosso
caro artista da vida comum janta e deita pra assistir o seu reality
mais uma vez, mais uma vez são desligados ao mesmo
tempo...segunda...5 da madrugada...o ciclo se repete...e o Marvin
chega no trabalho reclamando como sempre, de tudo...no almoço ele
conversa com os colegas e comenta que sexta-feira é pagamento, já
vai dar pra fazer um rolê... o amigo de Marvin reclama que tem que
pagar o IPVA, MATRÍCULA, IPTU, FATURA DE NOVEMBRO E
DEZEMBRO, todavia, é também carnaval, e parece que veio bem na
hora pra esfriar os ânimos de tantas contas, e depois a gente dá um
jeitinho, já que por aqui nada funciona nesta época, mas nada
mesmo...na sexta será publicado o aumento do valor da passagem do
ônibus e a segunda começará um pouco mais cara...mas, Marvin
prefere falar da Páscoa...e quando vir a Declaração do Imposto de
Renda, bem, aí se falará de São João, as juninas e até a
julinas...aumentam-se os impostos, do leite e da indústria de
cigarros,...Marvin muda a marca do leite, e toda vez que vai comprar o
mesmo, é sempre a mesma reclamação do absurdo do preço...e o
nosso Marvin trabalha feito um Titã pra pagar todas as contas do
lar...talvez o Zeus e os seus deuses olímpicos estejam no Planaltos da
vida, ou dentro de si mesmo...mas, Marvin, a vida é pra valer, e o seu
destino...
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ANTONIO GUNES VIANA
Professor de Matemática. Atualmente é vice-diretor do ERFS. É
compositor e poeta. Aprecia a música e gosta muito de cantar.
Publicou seu primeiro livro, VERSOS METEOROLÓGICOS, em outubro
de 2010.
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MARIA MOREIRA DE SOUZA NETA E SILVA
Licenciada em Letras Vernáculas pela UNEB e pós-graduada em
Língua e Sociedade pelo ISEGO. Tem 25 anos de docência. Foi
diretora por 12 anos do ERFS, escola onde hoje leciona Língua
Portuguesa e Literatura Brasileira.
GRATIDÃO
Quantas vezes durante a nossa vida nos sentimos realmente gratos ao
universo pelas graças recebidas?
O que é ser grato? É simplesmente dizer muito obrigada? É fazer uma oração
mecanicamente antes de dormir?
A gratidão deve ser uma virtude moral que transcende a simples retribuição por
bons modos expressos em regras de conduta social que dão o verniz da
civilização.
Depois que passamos por situações adversas que não estão sob nosso
controle e que envolve questões como, por exemplo: vou continuar vivo? Como
vou viver a partir desse momento? Vou depender de quem ou de quê para
sobreviver? É que vemos a profundidade do que é existir e o reconhecimento
que não temos o controle de nada pois somos só mais uma partícula a compor
a grandiosa obra criada por um Ser Superior.
Faz-nos refletir que dependemos não só da proteção desse Ser superior, mas
de todas as frações orgânicas e inorgânicas que compõem a natureza.
Acredito-me, e agora mais que nunca, (após esse momento adverso em minha
vida: uma cirurgia), o quanto a medicina desde Hipócrates até os dias de hoje
tem evoluído para a preservação e uma melhor qualidade da vida. Quantas
dores têm aliviado, quantas vidas têm salvado!
E nós agradecemos aos médicos, enfermeiros, aos hospitais? Ou pensamos
que eles são apenas profissionais que têm a obrigação de fazer aquele
procedimento, pois ganham para isso? Somos gratos aos seres espirituais
(anjos, santos, Jesus, Deus etc.) que nos assistem e velam por nós? Aos
nossos familiares e amigos por amenizarem as nossas dores?
Como somos pequeninos diante de tanta grandeza. Ainda bem que de vez em
quando aparecem adversidades em nossa vida para nos fazer ver que não
somos Deuses. Necessitamos uns dos outros! Precisamos olhar ao nosso
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redor e descobrir o quanto somos ricos por termos uma família, amigos,
inteligência, dons e que nos falta sabedoria para entender que o universo
inteiro conspira ao nosso favor quando nos voltamos para o entendimento da
nossa existência.
Vamos agradecer mais, abraçar, elogiar, cuidar, beijar e respeitar os nossos
companheiros de jornada compreendendo e acreditando sempre na
transitoriedade da matéria e na imortalidade do espírito!
Em tudo dai graças!
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PALAVRAS
Descortina- se diante de nós mais um cenário, armado ou não, para a próxima corrida
ao palco das ilusões. Trocam-se atores, alguns amadores, outros veteranos, mas todos
lutando por uma causa nobre: A SUA SOBREVIVENCIA. Pois desde os primórdios o
HOMEM luta para sobreviver. E nessa arena, os duelos, os sofismas, e os sofistas vão
tomando conta de todos: candidatos e eleitores. E as palavras são usadas para tentar
convencer, e a maioria é convencida, de que TAL Plano Desenvolvimentista é o
MELHOR. Como seria bom se esse momento fosse só isso, Partidos e Partidários
defendendo sua Plataforma Política. Infelizmente o que vemos fica longe disso, salvo
algumas exceções, porquanto as palavras são usadas na sua maioria para denegrir e
maltratar as pessoas. Contratos, tratos e distratos são feitos a partir do principio de
que quem puder agrupar mais, vale mais. E a disputa pelo poder corre célere, pois os
envolvidos não podem perder tempo. Famílias são separadas, amizades são desfeitas,
grupos vão sendo formados e as palavras vão sendo proferidas... Discursos para lá,
discursos para cá, e nós pobres mortais às vezes por invigilância nos vemos envolvidos
nessas forças que nos arrastam para os debates, em muitas ocasiões, desnecessários.
Precisamos acreditar na força que possui as nossas palavras. Elas produzem tanto
energias boas como más. Como dizia Cecília Meireles “Ai palavras, ai palavras que
grande potência é a vossa”.
“Sabe-se hoje cientificamente, que a boa palavra proferida com entusiasmo, faz que o
cérebro e o hipotálamo secretem uma substancia denominada endorfina, que atua na
medula e bloqueia a dor, tal como ocorre na acupuntura”. Por isso é cientifico e
estratégico reconhecer a força da palavra.
Vamos usar as nossas palavras para edificar, elogiar, trazer alegrias e encantamento às
pessoas e não desencanto, sofrimento e dor. E assim deveria ser em todos os setores
de convivência social: na família, no trabalho, no grupo de amigos, com as pessoas que
cruzamos na rua, enfim. Que possamos utilizar desse instrumento que pode produzir
tantos fluidos salutares, a palavra, para o engrandecimento e para a defesa de nossos
princípios sem que para isso necessitemos maltratar de quem de nós se aproximar,
pois somos responsáveis pelo que falamos e fazemos e indubitavelmente seremos
atingidos pelas energias que produzimos.
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VIVER BEM OU BEM VIVER?
“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que
não tenhamos, nisso, um dia a menos nela”.
Fernando Pessoa
Quanta sabedoria encerra estas palavras do poeta português!
E nós na nossa cultura ocidental em cada aniversário comemoramos mais um
ano de vida!
E como vivemos?
A nossa civilização nos faz viver de uma forma a não querer nem imaginar que
somos seres mortais, que o dia terminado é menos uma oportunidade de
estamos na terra e mais próximos estamos do fim carnal. Procuramos no nosso
dia a dia nos ocupar de um busca incessante do nosso bem estar físico, social,
e material, nos envolvendo em questões principalmente de ordem política, pois
todos somos seres políticos, porquanto sempre escolhemos alguma coisa em
detrimento de outra. Buscando o TER e não o SER. E quanto sofrimento essa
busca traz para o ser humano, pois na grande ilusão do poder nos
desequilibramos e nos sentimos “deuses” capazes de sermos os porta –vozes
de todos os saberes. E nos esquecemos que somos seres frágeis , carentes ,
necessitados de desenvolvermos a nossa consciência emocional e nos permitir
buscar o real sentido da vida, a nossa capacidade de amar e ser amado.
O que gera essa situação é a retórica contemporânea de crescimento e
desenvolvimento econômico, capitalista que reforça intensamente a tendência
das pessoas para a competitividade e a inveja; para o isolamento.
Mas a natureza é Sábia e ela nos impulsiona mesmo a contragosto para as
transformações necessárias rumo à nossa evolução espiritual. E a busca pelo
TER vai perdendo espaço para o SER. O Individuo vai sentindo o vazio e o
novo homem vai tomando conta do seu verdadeiro eu, de sua realidade mais
profunda. Surge o ser social, globalizado, preocupado com a fragmentação que
tantos males tem causado a toda humanidade. E é nesse momento que
percebemos o quanto somos capazes de produzir, amar, compartilhar, sofrer,
sorrir e crescer. Crescer de uma forma que nem imaginávamos capazes. Um
ser humano completo buscando o seu real objetivo como espírito imortal: estar
em sintonia com as energias superiores, com o planeta, com o universo.
E esse processo acontece quando nos conectamos com o nosso mundo
interior, com a espiritualidade maior: Deus, Cristo, Santos. Anjos etc, com o
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autoconhecimento das fraquezas e forças que cada indivíduo possui e com a
grande certeza de que as diferenças existem e a descoberta do bem viver, e o
sentimento de alteridade farão de nós seres mais felizes, livres e completos.
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O PODER
"Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."
(Abraham Lincoln)
Como devemos nos relacionar com o poder?
Será que ter poder não é apoderar-se de algo que não lhe pertence? Ou vai
possuir provisoriamente?
Ninguém detém o poder. Ele nos é dado ou tirado à nossa revelia. (MICHEL
FOUCAULT , grifo meu)
Será que não perdemos tempo e energia dando poder a quem não tem?
Queremos a todo custo e se possível, de uma forma mais rápida, nos investir
de poder ou nos apoderarmos de alguma coisa. Esse apoderamento só
acontece quando alguém, ou muitos nos enche de autoridade.
Estamos preparados para termos poder? O que nos faz seres poderosos? A
inteligência? A sabedoria? O dinheiro? A facilidade de lidar com a palavra? O
amor que dispensamos a quem estimamos? O conhecimento?
São tantos os caminhos e elementos que nos favorecem o poder que às vezes
nos perdemos no emaranhado de ilusões criados por nos mesmos ou por
outros. E nesse momento nos sentimos DIVINDADES com toda arrogância
peculiar ao domínio construído, não pela autoridade competente e sim pelo
autoritarismo e deslumbramento.
Quão perigoso pode ser o poder quando ele tem por companheiro o orgulho, a
prepotência, a vaidade e a cegueira da ignorância. Faz-nos acreditar que
somos insubstituíveis, donos de uma única verdade e que estamos acima das
leis. E esse conjunto de fantasias nos arrasta cada vez mais para um labirinto
de alucinações que só traz sofrimento e dor para nós e para aqueles que estão
à nossa volta.
Quanto poder existe no homem que subjuga sua companheira, no patrão que
desrespeita o seu servidor, nos pais tiranos, no amigo, no vizinho e outras
tantas relações sociais que se mantém através do domínio autoritário! E esse
poder se esvai no momento em que o dominado se liberta pelo conhecimento e
descoberta de um ser que também tem potencialidades e tem possibilidades de
caminhos diferentes. É nesse momento que o poder constitucional ou individual
acaba.
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Vimos isso há pouco nos resultados das eleições municipais em todo país.
Quantos viram o poder escapando de suas mãos e outros tantos recebendo
(de muitos) o tão almejado PODER.
E agora? O que fazer do poder perdido e do poder conquistado? Terão esses
indivíduos ou grupos, equilíbrio para lidar com a vitória ou a derrota? Só o
tempo dirá.
“Na natureza nada se cria tudo se transforma”. (Lavoisier).
Esperamos que as transformações sejam para o progresso material, moral e
espiritual de todos nós que acreditamos ou não, que tudo é transitório, flexível,
mutável e transferível. E nada acontece sem a permissão do nosso maior
coordenador do planeta: Jesus Cristo.
Que os próximos gestores municipais tenham a sabedoria necessária para lidar
com os novos desafios, que com certeza não serão pequenos.
Muita paz a todos.
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SUZANA DURÃES VIANA
Natural da vila de Iraporanga, município de Iraquara-BA, onde reside.
É graduada em Letras Vernáculas e pós-graduada em Língua,
Sociedade e Educação pelo ISEGO e atua como professora de Língua
Portuguesa e Produção Textual na rede pública. Apaixonada por livros
e artesanato. Publicou na Antologia de Poetas Brasileiros
Contemporâneos, pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores.
Atualmente publica seus textos nos sites Recanto das Letras e O
melhor da web. Gosta de escrever poemas e cordéis.
SALVE O EDUCANDÁRIO ROBERTO SANTOS
O Educandário nasceu
Seu nome é Roberto Santos
Governador da Bahia
Semeou em nossos campos
A semente do saber
Educação em cada canto.
Desde a sua fundação
O Roberto mantém firme
O propósito de educar
Seu alicerce persiste
Instrução pra nossa gente
Para isso de fato existe.
Lembrar seus pioneiros
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Nossos mestres de valor
Tanta gente competente
Por esta escola lutou
Honro Robinson e Maria Torres
Com apreço e louvor
Tanto fez Dona Maria
Sua vida dedicou.
Foram tantos os personagens
Participantes deste enredo
Alunos, hoje, professores,
Funcionários tão cedo
Que abrilhantam este colégio
Com trabalho e amor
Levando o Roberto Santos
No voo alto do condor.
Lembremos Maria Neta
Quanto soube conduzir
Época de muito brilho
Fez o Roberto luzir
Com uma equipe fiel
Cuja garra suplantava
As dificuldades existentes
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Não importa o que faltava
Tantos outros diretores
Também honraram a casa.
Os alunos do passado
Quanta diferença há
Interesse e respeito
Vontade de estudar
Participavam com gosto
Desse nosso labutar
Hoje em carreiras diversas
Vale a pena ressaltar.
Foram tantos os eventos
O Roberto apresentou
Nestes 35 anos
De muito suor e labor
Desfiles e muitas feiras,
Que a muitos agradou
Hoje falta autonomia
Manter o que conquistou.
Nos últimos quatro anos
Vem sofrendo opressão
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Arrocho pra todo lado
Causando muita tensão
Ele não desiste nunca
Pois esta é sua missão.
Não percamos a esperança
Unamos as nossas mãos
Pra reerguer nossa escola
Mudar a situação
São muitos anos de história
De luta e construção.
Defendê-la é um dever
Ajamos com gratidão.
Obrigada, Educandário,
Desde o início me acolheu
Como aluna dedicada
Minha ignorância rompeu
Me ensinou a respeitar
E honrar o saber meu
Busco aqui retribuir
Pelo muito que me deu.
Saudemos o Educandário
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Louvemos sua bandeira
Brindemos a esta escola
Em educação pioneira.
Deixo aqui o meu recado:
Olhem com mais devoção
Roberto Santos tem nome
Reconheça a tradição
Nossa escola merece
Mais respeito e atenção.
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A MÁQUINA DE LAVAR
O caso é engraçado
De fácil composição
Contado por uma amiga
Colega de profissão
Cujo registro merece
A nova conotação,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Viajou para São Paulo
Em férias com o maridão
Levando na bagagem
Também o filho João
Em visita a parentalha
Essa foi a decisão,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Depois de muito passeio
E grande celebração
De hospedagem gratuita
Na casa de um irmão
Eis a hora de ajudar
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Surgiu a ocasião,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Antes de ir trabalhar
Assim disse o rapagão
- Um cesto de roupa suja
Escondido no porão,
Você faz a gentileza?
Expôs a situação,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Um pedido como aquele
Não receberia um não
Lavaria com prazer
Alegria e sabão
Ele disse: - Use a máquina!
Causando apreensão,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
A máquina estava ali
À espera da ação
A mulher admirada:
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- Nunca vi tanto botão!!
- E agora o que eu faço?
Surgiu a indecisão,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Apertou um vermelhinho
Saiu água de montão
Ela colocou a roupa
E também muito sabão
A bermuda do marido,
Sobrava satisfação,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
O aparelho girou
Fazendo um barulhão
- Será que ele quebrou?!
Perguntava em aflição
Mas depois veio o silêncio,
Fruto da programação,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Em seguida acelerou
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Era a centrifugação
- As roupas estão sumindo!!
Questionava o maridão.
- E minha bermuda nova?!
Veja a consternação,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Terminada a lavagem
Depois de tal confusão
A mulher viu que a roupa
Não tinha sumido não
- Elas estavam secando!
Disse com admiração,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
Quando tudo se acalmou
Ela contou ao irmão
Dos apuros que passou
Frente à situação
Muitas risadas marcaram
Aquela agitação,
Vivida por Valdetina
Lá bem longe do sertão.
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E eu fico agradecida
Pela boa ocasião
De ouvir mais uma história
Da amiga em questão
Para registrar o fato
Num cordel de gratidão.
16032012
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PALAVRA MÁGICA
“Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, e, sendo
arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.
Uma Pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma
folha, e a deixou cair na correnteza perto dela. A Formiga subiu na
folha, e flutuou em segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros, veio por baixo da
árvore, e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba
que repousava nos galhos alheia ao perigo.
A Formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé.
Ele repentinamente deixou cair sua armadilha, e isso deu chance para
que a Pomba voasse para longe a salvo.
“O grato de coração sempre encontrará oportunidades para mostrar
sua gratidão.”
Fábula
A formiga e a Pomba. Esopo.
Os fabulistas eram grandes observadores da natureza humana.
Escreviam com a finalidade de fazer o homem enxergar a si próprio.
Para isso usavam os animais como personagens, a quem atribuía
características e sentimentos tipicamente humanos. A fábula da
Formiga e a Pomba evidencia o sentimento de gratidão.
”Obrigada, meu Deus, por mais um dia!”. Esse é o ritual de toda
manhã assim que acordo. Durante o dia nem sempre retribuo em
ações o meu agradecimento. Isso é fato.
Agradecer deveria ser uma prática constante em nossas vidas. A
gratidão não é apenas um gesto de educação, mas um sentimento de
reconhecimento e validação. Ela gera contentamento em ambas as
partes. Se eu agradeço, eu valorizo o outro. Ser grato é retribuir a
tudo que recebemos. É reconhecer o quanto o próximo é generoso
com as nossas limitações.
Geralmente reclamamos mais e agradecemos menos.
Quem não é grato fecha as portas para novas bênçãos, porém
aquele que agradece atrai para si situações positivas, afinal as
energias salutares geradas por este sentimento retornam à pessoa
em forma de novas realizações. Eis a magia da palavra! Quando a
atitude é de gratidão reduz-se a negatividade, melhora-se o humor e
consequentemente, a saúde e as relações.
Que tal praticarmos? Comecemos a agradecer por estarmos vivos.
Viver a experiência terrena é uma grande oportunidade, e não pode
ser desperdiçada. Sejamos gratos pelo ar que respiramos, pela água,
pelo alimento, tudo tão vital à nossa sobrevivência. Agradeçamos
pelo corpo, mente e espírito. Pela família que nos acolheu, os amigos,
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os companheiros; todos, que de alguma forma têm contribuído para o
nosso amadurecimento, ainda que, às vezes, essa contribuição seja
amarga. Na intimidade, agradeça o prazer vivenciado, a troca, a
gentileza. Agradeçamos a todos os seres da natureza pelas lições de
sabedoria.
Praticar esse sentimento não nos custa nada. Não faltam motivos
para tal.
Qual foi a última vez que você pensou nisso? Neste momento não
vem à sua mente algo que precisa de agradecimento? Pense. Sinta.
Expresse. Dê um telefonema, envie um email, faça um comentário,
mas não perca a oportunidade de dizer “Obrigado”. Arrependo-me de
todas as vezes que as deixei passar. Hoje procuro estar mais atenta.
Se decidirmos agir com gratidão de forma consciente e sincera
com tudo aquilo que nos cerca, certamente atrairemos situações e
relações que nos trarão mais equilíbrio e realização. A escolha está
em nossas mãos. Gratidão é atitude. Por isso, aproveito esse
momento para agradecer à minha família, aos velhos e novos amigos
carnais e espirituais, aos ex-companheiros. Enfim a tudo e a todos
que povoam meu pensamento agora.
A intenção aqui não é ditar modelo de conduta, mas repensar
valores. Que cada um crie suas próprias ideias através do estudo ou
da experiência.
Obrigada por esta leitura!
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DIFERENÇAS
Tem gente que usa os pés
Tem gente que precisa de rodas
Tem gente que usa os olhos
Outros só veem quando tocam.
Tem gente que é solidária
Tem gente um tanto mesquinha
Tem gente que é nuvem negra
Outros têm alma limpinha.
Tem gente que usa as mãos
Gente que pinta com os pés
Tem gente que sonha e delira
Outros são cheios de fé.
Somos todos diferentes
Basta sentir para saber
Igualdade não existe
Diversidade se vê.
Ser diferente é normal
O normal é ser diferente
Seja, pois, sem preconceito
E respeite toda gente.
Suzana Durães
03.11.2011
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FARINHAS DO MESMO SACO
Nos últimos meses o cidadão iraquarense vem assistindo a cenas de amor e cortesia
entre pessoas que deveriam se odiar. Bom, pelo menos se odiavam há poucos anos.
Gente que caluniou, feriu, desonrou. Gente que humilhou, enxovalhou reputações e
cuspiu na cara. É a mesma gente que agora se abraça e se elogia. Andam de mãos dadas
e sorri para o povo. E eu cá com meus botões, “sujeito volúvel é o tal político...”.
Há alguma cartilha que ensine esse estranho modo de agir? Por certo, se não há manual,
modelos não faltam para serem copiados. O que temos por aqui são cópias infiéis dos
velhos paradigmas do Planalto Central? Brasília é escola. Bastam lembrar-se das
guerras declaradas entre os ex-presidentes Lula, Collor e Sarney em momentos diversos,
cujas alfinetadas e ofensas renderam muitas matérias jornalísticas. Pouco depois, lá
estava a tríplice aliança. Os melhores amigos do mundo trocando gentilezas. E nada
mudou por lá. Para a manutenção das tais bases aliadas, conchavos continuam sendo
feitos, memória curta em nome das alianças. E nós, brasileiros comuns, indignados,
desinteressados de política e políticos, resumindo tudo numa palavra feia: descaração.
Mas os ‘entendidos’ dizem que isso é apenas a busca por governabilidade. Certamente
discordo. E para as bandas de cá? A mesma safadeza ou serve a explicação governista?
Sinceramente, o que querem os políticos na capital do país, na Chapada Diamantina ou
qualquer outro canto dessa nação se resume numa coisa só: apropriar-se da máquina
pública. O que importa é deter e manter-se no poder. Para tal se ama e se odeia; se cospe
e se beija; se morre e se mata.
Mas, e a tal fidelidade? Levanto essa questão porque ainda há quem a cobre. Vejam a
incoerência! Infiéis mercenários consideram-se no direito de exigi-la de seus
compatriotas. Já estão à cata de antigos votos na vã esperança de que o eleitor
permaneça o mesmo. Fiéis eleitores... Isso ainda existe? Façam-me o favor! Quem não
servia no passado, hoje já serve? Tantos defeitos apontados se transformaram em
virtudes. Milagres? O mundo gira, funcionários do povo! O público de hoje não é mais
o dantes. Muitos já roeram- a duras penas - a corda de seus pescoços. Já queimaram os
cabrestos. O povo lê pouco, mas lê; assiste TV, se informa, conhece mais os seus
direitos. Não o trate como imbecil. Não sejam também. Atos dizem mais que mil
palavras e o cidadão está atento aos fatos. Convencer o eleitor de que jiló agora é doce
fica difícil.
Em Brasília, Salvador ou Iraquara todos veem quem reza a cartilha das manobras
governistas. Quem atende aos interesses da população. Se é que alguém atende. Vejam
o que fizeram os deputados baianos com as conquistas de tantos anos dos professores de
nível médio. Sabe-se lá o que acontecerá com os outros. Já pus minha orelha de molho...
Seja no Planalto Central ou nessas brenhas de meu Deus, o interesse político-partidário
é o mesmo: dinheiro. Seja em forma de empregos, verbas, fundações, licenças,
licitações lucrativas, ONGs., etc., etc. – tudo que puder arrancar da máquina pública.
Aliado ou oposição, lados da mesma moeda. Basta o sabor de ventos interesseiros para
que se alterem as posições.
Moral da história: Farinhas do mesmo sac
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WALDENIR NOVAES DA SILVA
Nasceu em Riacho do Mel, Município de Iraquara - BA, em 17 de Abril
de 1972. De uma família de lavradores, estudou no Educandário
Roberto Santos, Iraporanga – Iraquara – BA.
Foi para São Paulo tentar melhores recursos de vida, onde decidiu
ingressar em uma faculdade, em 2003 formou-se em Pedagogia pela
Universidade de Santo Amaro (UNISA), seis meses depois regressou
para sua cidade natal com o objetivo de seguir carreira como
professora, iniciando como professora no Educandário Roberto
Santos, no povoado de Iraporanga na cidade de Iraquara.
Em 2005 nascem os seus filhos gêmeos Ramiro e Radija.
Em 2010 formou-se no curso de pós-graduação em Psicopedagogia
pela Faculdade de Salvador.
Em 2012 ingressa na universidade para o Curso de Letras
LEMBRANÇAS
Lembro-me muito bem quando o meu pai ficou doente, eu era
ainda uma criança de apenas dez anos de idade. Recordo como se
fosse hoje, a minha mãe cuidava com dedicação e carinho levando-o
no hospital aqui mesmo em nossa região, o médico pediu para que a
família o levasse para fazer o tratamento em São Paulo, lá moravam
os meus irmãos mais velhos e resolveram vir buscá-lo acreditando
que haveria solução para aquele problema, más, infelizmente foi
diagnosticado que o meu pai estava com câncer de garganta, pois o
ele fumava muito, todos acreditavam que haveria cura para aquela
doença tão cruel e traiçoeira, não teve jeito a doença já estava em
processo avançado, três meses depois o meu pai veio a falecer.
A partir daí comecei a perguntar, o que é a vida? O que é viver e
morrer? Por que existe a morte?
Minha mãe continuou com os trabalhos na roça, porque naquela
época não tinha os benefícios do governo que temos hoje, o meu
irmão mais novo não deixou que tudo se acabasse, enfrentou com
muita garra os trabalhos pesado da lavoura. Eu e minha irmã caçula
precisávamos estudar, então a minha mãe ia para roça depois que
nós chegássemos da escola, com toda dificuldade não deixou que
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ficássemos sem escola porque esse era o seu lema “educação é o
alicerce da vida, sem estudo não somos nada”.
Anos depois o meu irmão que ajudava na roça precisou ir para
São Paulo trabalhar e a minha mãe já não trabalhava mais com tanto
afinco na lavoura, foi quando minha irmã e eu ingressamos na escola
Educandário Roberto Santos para estudar na 5ª série, pois no nosso
povoado só estudava até a 4ª série do fundamenta I, lembro-me como
se fosse hoje, tinha o carro para transportar os estudantes, mas tinha
dias na semana que precisávamos ir andando até Iraporanga, hoje
não existe mais isso, os alunos têm o ônibus à disposição e mesmo
assim não tem mais aquele interesse pelos estudos. Muitos entram no
ônibus para ir à escola e do nada resolvem descer, outros dizem que
vão para escola, mas não entram na mesma, para cumprir o dever de
aluno. Que saudade do meu tempo de estudante na Escola Roberto
Santos, onde tínhamos a fome por aprender e sede de vencer.
Estudei junto com a minha irmã até o 1º ano do ensino médio,
minha família resolveu nos levar para São Paulo juntamente com a
nossa mãe, lá continuamos os estudos, nossa mãe sofria de coração
e estava fazendo tratamento, já no ano da nossa formatura mais uma
decepção em nossas vidas, a morte outra vez nos pregou uma “peça”,
perdemos a nossa mãe. Fiquei um tempo sem estudar, dediquei
apenas ao trabalho. Em um belo dia pensei:
- Por que viver em São Paulo sem nenhuma expectativa de vida? Por
que não voltar para a minha terra?
Só que para voltar para a minha terra eu precisava me preparar.
Com o apoio de toda a família, resolvi ingressar na universidade para
fazer graduação em Pedagogia, terminando a graduação resolvi voltar
para a minha terra natal, os meus sobrinhos e amigos acharam que eu
estivesse perdendo o juízo, pois para eles aqui na Bahia não haveria
meios de vida melhor do que em São Paulo, más nada me fez desistir
do meu objetivo.
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FAMÍLIA e TRABALHO
Chegando, em Riacho do mel descobri o verdadeiro amor,
momentos bons e difíceis em minha vida, pois não foi aceito pela
minha família, sofremos com o preconceito e racismo, as pessoas
decidiram que eu não deveria viver esse amor, que momentos tristes
pelo qual passei! E mais uma vez ergui a cabeça e disse. Eu não vou
desistir de ser feliz, mergulhei de “cabeça” nesse amor. Decidi viver o
momento bom que a vida estava me proporcionando, que é amar,
amar sem pedir nada em troca, o amor não tem cor nem idade e o
fruto desse amor não poderia ser melhor, Deus preparou um grande
presente, os meus filhos gêmeos.
Quando os meus filhos estavam com dois anos de idade, fui à
procura de emprego, muitas portas se fecharam para mim, más eu
não desisti e continuei a bater, até que uma das portas se abriu, a
Secretaria de Educação de Iraquara me deu a oportunidade de
trabalhar como educadora na Escola Roberto Santos, o destino
proporcionou-me mais essa alegria, naquele momento só consegui
dizer um muito obrigado meu Deus por ter me concedido a honra de
começar a minha carreira de educadora na Escola Roberto Santos.
Obrigada Iraquara! Obrigada Iraporanga. Obrigada a todas as
pessoas que direto ou indiretamente não me deixaram desistir de
lutar. Obrigada família do Roberto Santos e Odilon Torres por me
receberem de braços abertos sempre. Obrigada, meu Deus, pela
família que tenho. Obrigada, meu Deus, por mais um ano de trabalho.
Obrigada meu Deus pela vida.
Waldenir Novaes
55
INFÂNCIA
Oh! Que saudade que tenho
Do meu tempo de infância
O meu pai trabalhando na roça
Com minha mãe ao seu lado.
Eu e minha irmã brincando
Pois não tínhamos com quem ficar
Saiamos da escola mais cedo
Para a minha mãe acompanhar.
Naquela época não tinha
Luz elétrica, televisão
Mas fazia lição de casa
À luz do candeeiro.
Oh! Que saudade que tenho
Da minha infância querida
Embaixo de um pé de manga
Para as provas estudava.
Na luz do candeeiro
O meu cabelo sapecava
Mas eu não estava nem aí
56
Eu queria mesmo era estudar.
Hoje nossos filhos têm tudo
E não encontram tempo para estudar
Com tanto luxo e desinteresse
Aonde nós vamos parar.
Waldenir Novaes
57
MENSAGEM
Escrever o que pensamos e o que sentimos nos liberta, nos conforta e
nos atrela àqueles que nos leem.
Que a edição desta Revista Literária seja o primeiro passo para que
tantos outros estudantes que apreciam não só a leitura, mas também
a escrita, desenvolvam cada vez mais o seu potencial criativo e que
sejam reconhecidos.
O nosso objetivo é dar visibilidade a esses escritores anônimos do
Educandário Roberto Santos.
Agradecemos a todos e todas que colaboraram para que este trabalho
acontecesse.
Parabéns aos escritores e escritoras PRATA DA CASA presentes
nesta 2ª edição.
Organização: Suzana Durães Viana.
Iraporanga
2012
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  • 1. 1 REVISTA LITERÁRIA PRATA DA CASA E.R.F.S ANO 02 IRAPORANGA-BAHIA 2012
  • 2. 2 EDUCANDÁRIO ROBERTO FIGUEIRA SANTOS PROFESSORA: SUZANA DURÃES VIANA REVISTA LITERÁRIA PRATA DA CASA IRAPORANGA 2012
  • 3. 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO Ser diferente é normal.....................................................................07 Aline Pereira, Irla de J. Santos, Irlana de J. Santos, Lucimária S. Santos e Vanessa de S. Almeida O homem que perdeu tudo A princesa fada Geisiane Oliveira Souza Inteligência com resposta Em busca da felicidade Amar é viver Você e a vida Igor Marciel de Jesus Lima Juntinho de você Vamos sorrir Vamos pensar antes de xingar Meu cordel Itamária Aquino Alves O preconceito não pode nos impedir de realizar nossos sonhos Laís Jesus de Souza e Micaele de Santana Santos O barco Você Contratempos Tempos A cada dia
  • 4. 4 Mágoa Um olhar Indiferenças Gabriel Marcelo Duarte da Costa Soneto ao país Prazeres do poeta Jeitinho todo nosso... brasileiro! Romaro Veloso Viana Santos Selma Magalhães de Souza Oliveira Salve o Educandário Roberto Santos A máquina de lavar Palavra mágica Diferenças Suzana Durães Viana Lembranças Família e trabalho Infância Waldenir Novaes da Silva MENSAGEM.........................................................................................66
  • 5. 5 APRESENTAÇÃO "Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias." (Pablo Neruda) “Sabe-se que um dos principais problemas na educação da atualidade é a dificuldade que os estudantes têm de ler e produzir textos. Essa é uma reclamação constante não só pelos professores da disciplina de Língua Portuguesa, mas de toda a categoria docente. A leitura proficiente tem infinitas possibilidades. Ela começa pelos olhos, mas vai além deles, pois necessita de um elemento fundamental para a compreensão, que é o conjunto de conhecimentos prévios relacionados ao assunto do texto lido. Por isso, a capacidade do ser humano de compreender os textos depende da relação entre o cérebro e os olhos.” É necessário envolver os alunos na produção de textos de diversos gêneros para que passem a compreender o processo de leitura de modo integral. E qualquer que seja o objetivo de uma leitura é importante levar em consideração que ninguém vai ler algo com atenção se não vê uma utilidade nessa leitura, pois lemos e escrevemos sempre para atender a uma necessidade pessoal. Por isso, no desenvolvimento do trabalho de Produção de Texto do nível médio de ensino, optou-se por trabalhar a montagem de uma revista, pois além de ser um dos suportes que carrega uma variedade de gêneros, é também um dos materiais de leitura mais apreciados pela maioria dos estudantes. Então, para este projeto, a tarefa principal é promover a produção escrita individual e pessoal de estudantes e professores do ERFS. Nosso principal objetivo é mostrar o que o estudante do Roberto produz. É também conscientizá-lo sobre o ato de ler; desenvolver amplamente o gosto por leituras e produções literárias.
  • 6. 6 ALINE PEREIRA, IRLA DE J. SANTOS, IRLANA DE J. SANTOS, LUCIMÁRIA S. SANTOS E VANESSA DE S. ALMEIDA Alunas do 9º ano A. Estudantes da comunidade do Esconso. SER DIFERENTE É NORMAL Ser diferente é normal Em todo lugar você vai ver Um cego, surdo ou mudo. Só parar e perceber. Somos excluídos da sociedade Porque somos especiais Nos tratam diferentes Mas nunca normais. Todo mundo é diferente Ninguém é igual A vida foi feita pra viver Você sendo diferente ou normal. Aprendemos com a vida Ela vem nos ensinar Que todos os deficientes
  • 7. 7 Devemos respeitar. Eles são importantes E também vitoriosos Participam de olimpíadas E ganham medalhas de ouro.
  • 8. 8 Daniela A. dos Santos e Ysiane Alves Pereira Alunas do Educandário Roberto Santos. Moram no Alto da Lagoa em Iraporanga, Bahia. Gostam de ler e escrever poesia, histórias e mensagens. Daniela participou da primeira edição dessa Revista Literária. CORDEL DE ESTUDANTE Eu sou Daniela Estudo no 8º ano A Gosto muito da leitura Porque me ajuda a pensar. Eu sou Ysiane Estudo no 6º ano C Gosto muito da leitura Que me ajuda a aprender. O meu nome é Daniela Eu gosto muito de ler A escola é um ambiente Que nos ajuda a crescer. O meu nome é Ysiane E vou falar pra você Sempre leia bons livros Vai te ajudar a vencer.
  • 9. 9 A leitura é importante Nunca a deixa pra trás A gente ler um livro E muito se satisfaz. Nunca leia livro Que te ensine a fumar Pense na educação Que nunca deixa de brilhar. Na vida tem que estudar Na vida tem que aprender Na vida tem que saber A ler e a escrever. Os professores gostam de ensinar Os alunos de aprender Eles querem ser alguém Como nós queremos ser. Eu e Ysiane Queremos te avisar Que a melhor coisa do mundo É aprender e estudar. Nós ficamos por aqui Com amor e alegria
  • 10. 10 Esperamos que vocês Leiam sempre todo dia!
  • 11. 11 GEISIANE OLIVEIRA SOUZA Nasceu no dia 17 de fevereiro de 2000. Mora com os seus pais, Gerciano Conceição de Souza e Ediná Rosa Oliveira no bairro do Gato em Iraporanga. Tem dois irmãos, Eveni e Gustavo. Estudou no Grupo Escolar Odilon Torres, e este ano estuda o 7º ano do Ensino Fundamental no ERFS. Gosta dos professores. Brinca com suas amigas de futebol, baleado e outras coisas. Gosta de fazer poemas, de ler e escrever e de aprender artesanato. É muito alegre. O HOMEM QUE PERDEU TUDO Era uma vez um homem muito rico, que vivia em uma mansão sozinho e não gostava de ninguém por perto da casa dele. Ele era um homem muito ruim, pois não dava nem um centavo para os pobres. Um dia, um senhor o chamou para uma aposta de toda sua herança e ele fez a aposta, mas não perdeu, ele ficou muito contente. Certo dia, uma mulher muito pobre passou por perto da mansão, ela bateu no portão, entrou e perguntou se ela poderia trabalhar como empregada, então ele deu aquele emprego. Um dia ela estava arrumando a sala e viu o homem ligando para outro rico se ele queria fazer apostas em todo seu dinheiro, o homem perguntou o que ela estava fazendo lá e ela disse que iria arrumar a sala. Então ela disse se ele fazia apostas, ele disse que fazia ela perguntou se ele queria fazer aposta na sua herança, mas ele falou que não ia fazer aposta com uma empregada, que ela ia perder tudo. Ela falou quem iria perder tudo era ele, que se ele perdesse virava empregado dele, mas ele não acreditou. Passou alguns dias e ela o chamou para apostar, ele falou, então apostaram e quando receberam o resultado e quem foi, foi a empregada, que ficou com tudo. O homem virou empregado da mulher. Então, ela ficou muito feliz. Geisiane 7º ano B
  • 12. 12 A PRINCESA FADA Era uma vez, uma mulher viúva que tinha duas filhas, a caçula era muito má só desejava o mal para os outros e era igual a sua mãe, a mais velha era igual ao seu pai, muito boa e ajudava as pessoas. Um dia sua mãe e sua irmã fizeram a irmã mais velha ir ao poço mais próximo pegar água. Então ela foi e chegando lá ela viu uma velha tentando pegar água, então ela ajudou pegar água, ela pegou e a velha se transformou em uma fada, a menina levou um susto, a velha disse que ela era muito boa e iria ficar muito rica e a cada passo que ela dava uma moeda de ouro caia sobre sua mão. Então ela foi aconteceu a coisa ela chegou lá em sua casa cheia de moeda de ouro e sua mãe tomou da sua mão e pegou para ela. No outro dia foi e a velha estava lá, ela falou para ela ir a uma floresta escura, mais ela não queria ir a fada colocou ela lá, ela ficou com muito medo e caminhou, caminhou até se cansar ela deitou em uma pedra, um príncipe que passava viu ela e falou que ela estava muito cansada e levou para seu reino próximo da floresta, quando ela acordou viu gostou muito dele. Eles se casaram e foram felizes para sempre. A irmã caçula e a mãe ficaram com muita raiva ao saber e as duas se mataram. Geisiane 7º ano B
  • 13. 13 IGOR MARCIEL DE JESUS LIMA Mais conhecido como Igor, reside em Iraporanga. É considerado o poeta do ERFS, pois adora escrever poemas e mensagens. INTELIGÊNCIA COM RESPOSTA Se no meu saber eu encontrasse tudo, nada seria difícil. Se da sabedoria nascesse a inteligência, poucos venceria o mundo. Se você tentar desvendar o mistério que é a vida, é querer explicar o inexplicável. No saber eu percebi que a vida é feita de encontros e desencontros, e é passando pelos desencontros, que chegará exatamente ao seu encontro. A sabedoria e a inteligência estarão comigo, sempre onde eu estiver, mas existem grande diferenças. Por que, que sempre a vida sabe mais? Por que, que ela quer sempre nos ensinar? Por que, que com ela também aprendemos? Será que existem respostas para todas as perguntas? Saiba de uma coisa, a vida lhe ensina e você pode aprender, mas ela nunca vai lhe dar uma resposta. A resposta é você que tem que encontrar. Se você quer que exista, faça existir, só assim verás que você consegue! Mas se não quer que exista, não subestime, não encorajem, não dê forças nem motivos para que venha existir. Querer realmente viver, que seja feliz. Igor Marciel de Jesus Lima.
  • 14. 14 EM BUSCA DA FELICIDADE Se um dia tudo se transformasse em brilho? Será o mundo dos sonhos? Se um dia sentir realmente felicidade? Será sonhos sendo realizados? Se na distancia estiver perto! Será amor? Se por um só momento errar profundamente? Desistiria? Se um dia conseguir o que mais deseja, o que mais quer ter? Será um fim, um começo ou um recomeço? Se um dia tiver que quebrar regras, ou ultrapassar os limites, continuaria? Viva buscando e nunca desista, por que chegará o momento de encontrar. Quando encontrar seja feliz, por que a felicidade espera por você. AMAR É VIVER Se amar levasse-nos à riqueza, todos realizariam sonhos. Se amar estivesse só no passado, nunca viveríamos o presente. Porque a vida pra mim é assim, se eu vivesse no passado um grande amor, o presente na minha vida não existiria. Você pode estar se perguntando, por que eu entendo tanto sobre esse sentimento? Como eu entendo tanto sobre o amor.? Eu não achei, não encontrei e não ganhei, eu descobri vivendo, gostando, buscando em mim próprio. Hoje eu mim pergunto: Será que a vida tendo um sentimento tão precioso, tem um significado? O que significa vida? Será que existe essa resposta? Igor Marciel de Jesus Lima.
  • 15. 15 VOCÊ E A VIDA A quem você mais agradece? Por que além de fazermos as perguntas nãos buscamos as respostas? O que sou é um presente da vida, o que serei será o meu presente para a vida. Um dia olhei o meu reflexo no espelho, e vi uma pergunta nos meus lhos, mas naquele dia eu não pude ler como era aquela pergunta. Dias se passaram, então olhei novamente o meu reflexo no espelho e ali estava novamente aquela mesma pergunta no meu olhar, mas naquele dia eu pude ler aquela pergunta, então eu perguntei a mim mesmo: Quem sou eu realmente? Naquele mesmo dia eu não ouvi a resposta, mas sabia que em outro momento, Deus mim daria aquela resposta. Quando você faz uma pergunta a si mesmo, veja se a resposta está em você ou espere em Deus a sua resposta. Saiba de uma coisa, se você tentar buscar essa resposta em outro alguém, é como querer que o fogo não queime, algo totalmente impossível. Eu aprendi que não se deve também, esperar uma resposta da vida, porque ela não pode lhe dá, se você parar pra pensar, a vida pode lhe ensinar, mas ela nunca vai lhe dá uma resposta. Eu agradeço muito a Deus pelo meu conhecimento e peço que mim faça cada dia mais humilde, para que eu continue buscando e para que um dia eu encontre. Eu percebi que em qualquer busca você pode encontrar e que é importante você ir alem do que imagina. Saiba que ver a realidade, é um pequeno passo para um grande começo. Eu aprendi que pra conhecer o mundo, para encontrar respostas difíceis, deve conhecer a si mesmo, com o objetivo de ir e de não desistir, afinal não podemos mandar no começo de nossas vidas, mas podemos enfrentar o fim com coragem, no final veremos que para a invencibilidade, depende de uma boa defesa, mas a possibilidade de vitória depende de um grande ataque. Igor Marciel de Jesus Lima.
  • 16. 16 ITAMÁRIA AQUINO ALVES Itamária tem 19 anos, mora no Alto da Lagoa, em Iraporanga. Aluna do 1º ano do Ensino Médio, turma A, turno matutino. Gosta de ler e também adora escrever mensagens, versos e pensamentos. JUNTINHO DE VOCÊ Você me pergunta se estou bem, como ficar bem estando longe de você, se não sou capaz de te esquecer, se ouço tua voz a cada instante, tua imagem gravada na memória e você faz parte da minha história e no meu coração desfila exuberante. Já tentei te esquecer, mas não consigo, as lembranças que guardo aqui comigo são doces memórias para mim, são recordações que nunca terão fim e fizeram do meu ser o seu abrigo. Se quiseres recorda-los ao meu lado com ternura preciso lhe dizer as palavras que vem do coração ficar bem do juntinho de você. Itamária A. Alves VAMOS SORRIR Às vezes ficamos tristes por um simples motivo, o mau humor vai começando por dentro, aí ficamos distantes de tanta gente que ama, afastando-os e os ignorando. Não se esqueça de que a vida é a coisa mais bela do mundo, sorria sempre, pois às vezes quem nos ama precisa-se de um sorriso nosso para se sentir alegre e jamais desista de lutar. Se fracassar, não desanime levante-te e comece tudo de novo, pois os tropeços que encontramos e para que começamos com mais inteligência e nos tornarmos pessoas cada vez mais fortes. Itamária A. Alves
  • 17. 17 VAMOS PENSAR ANTES DE XINGAR Loucura- brigar com sua mãe por um simples motivo. Idiotice- eliminar amizades verdadeiras porque uma delas te traiu. Palhaçada- odiar o mundo porque muitos ficam maus de você. Uma injustiça- ficar chateada com o nosso criador, porque ele levou alguém especial. Lembre-se sempre- mãe é só uma só se perdê-la perdeu tudo, tem amizade que vale mais que ouro. Não o deu o mundo a vida é tão bela para se viver e jamais se esqueça, ninguém nasce para semente só o nosso pai sabe o que faz. Itamária A. Alves
  • 18. 18 MEU CORDEL Eu me chamo Itamária Alves Tenho 19 anos de idade Não vivo sem fazer poesias E também minhas mensagens Não vivos sem fazer isso Isso é uma das minhas qualidades. Adoro inventar poesias Isso me faz muito bem Não me esqueço dos poemas E das mensagens também Elas nos fazem viajar Além do universo e do além A literatura nos transmite Muita paz e harmonia Além de descobrir coisas novas Ela nos traz alegria Não esqueça do que eu falo Vamos lê todos os dias A literatura é uma coisa gostosa Boa de fazer Quando tiver um tempo vago
  • 19. 19 Pegue o livro e comece a ler Você vai viajar E também vai aprender. Tem gente que acha poesia chata Eu não acho isso não A poesia é uma maneira de aliviar os corações Pois as vezes a vida é dura E a poesia é como canções Para você que não pega em um livro Vamos começar a ler Além de aprender a falar melhor Elogio irá receber Que tal começar agora E aprender melhor a ler Para você que lê poesias Eu dou os meus parabéns A poesia é como um hino E não faz mal a ninguém Pra você que nunca leu Experimente, ela agradará a ti também. Itamária A. Alves
  • 20. 20 LAÍS JESUS DE SOUZA E MICAELE DE SANTANA SANTOS Alunas de 14 e 15 anos. Moram no bairro do Gato em Iraporanga. Elas cursam o 8º ano do Ensino Fundamental, turma A, matutino. Gostam de ler, de escrever e de fazer artesanato. O PRECONCEITO NÃO PODE NOS IMPEDIR DE REALIZAR NOSSOS SONHOS Era uma vez, quatro amigas que se chamavam Tyfany, Naty- Helly, Thalya e Roberta, elas eram românticas, mas sofriam bastante na escola com o preconceito e o racismo porque eram morenas, elas não davam muita ousadia por que tinha uma frase que elas gostavam. “Nós temos orgulho da nossa cor, de nossa raça”. Elas sonhavam em ser alguma coisa que agradece todas as pessoas que debocharam delas. Elas queriam ser cantoras ou autoras mais ainda não tinham decidido. Um lindo dia de segunda-feira, elas se encontraram na escola e foram direto para a biblioteca, era o único lugar que ninguém as encontraria, chegando na biblioteca, Tyzany pegou um livro para ler em casa e foram para a sala. Na hora da aula a professora estava perguntando a todos os alunos o que eles queriam ser quando se fossem adultas, quando chegou a vez de Naty-Heley ela disse? _ Naty o que você quer ser? _Eu quero ser autora. Depois perguntou a Roberta: _ Eu também quero ser autora. Depois perguntou a Thalya e a Tyfany:
  • 21. 21 _ Ah professora nós também queremos ser autoras. Foi o que elas disseram que queriam ser, mais ao mesmo tempo desistiram, porque todo mundo começou a rir delas até mesmo a professora. Elas saíram da sala e foram embora chorando, cada uma pra sua casa. Thyfany, muito triste começou a ler o livro quando um colega dela ligou e disse: _ Alô Thyfany! _ Soueu mesmo. _ Fiquei sabendo que você ta querendo ser autora com a cor que você e suas amigas têm ninguém vai ler a capa do livro que vocês escreverem há, há, há. Thyfany desligou o telefone e começou a chorar. Quando de repente ela passou a pagina do livro e estava escrito “nunca desista dos seus sonhos, erga a cabeça e siga em frente, você tem que confiar em você mesmo, não nos outros, mesmo que debochem de você, acredite que você pode vencer todos os obstáculos e siga em frente”. Isso mexeu muito com ela que logo em seguida ligou para as amigas e marcou um encontro no parque. Ela passou essa mensagem para suas amigas. Elas juntaram as mãos e disseram: _ Nunca vamos desistir. Assim elas começaram a ter ideias de escrever um livro, o titulo era “O preconceito não pode nos impedir”. Assim elas foram até à livraria e publicaram o livro. Na hora de entregar elas disseram com o divulgador. _ Você não vai nos julgar, né? _ Claro que não, amanhã todos estarão lendo o livro de vocês. E foi mesmo, no dia seguinte em todas as bancas estava o livro delas e na escola todas as trataram bem, fizeram muitas perguntas principalmente essa. _ Vocês pretendem divulgar outros livros?
  • 22. 22 Claro que sim. E vai se chamar “A fama”. Todo mundo as consideraram como eles gente importante. Laís e Micaele 9º ano B
  • 23. 23 MARCELO DUARTE SOUZA Marcelo Duarte Souza nasceu sem 07 de fevereiro de 1975 em Salvador, filho de Helinoel Nicolau de Souza, natural de Iraporanga-BA e Railda Duarte Souza, natural de Salvador-BA. Sempre gostou da vida no interior e vivia aguardando ansiosamente as férias escolares para poder viajar para Iraporanga, até que em 1981, seus pais mudaram-se definitivamente para lá. Viveu praticamente toda a sua infância nesta pequena Vila e compartilhou das travessuras inesquecíveis da vida no interior. Foi estudante e mais tarde professor no Educandário Roberto Figueira Santos. Estudou Administração e atualmente mora em São Paulo e sempre que pode volta pra visitar a sua tão encantada Vila de Iraporanga. O BARCO Um Barco, ao navegar, por mais simples que seja a sua viagem, atende a todos os princípios da sua jornada. Seu mastro, velas, leme, lastro... E principalmente o seu Comandante compartilham de extrema cumplicidade e extraordinária sintonia. E assim, alcançam o seu destino glorificado pelo seu belo desempenho e aprendizado... Caso alguma das funções não correspondesse às suas obrigações, certamente o destino seria o caos e o Barco afundaria, esquecido no imenso oceano... Assim, a lição que às vezes se pode tirar de pequenas coisas, pode ser de uma enorme valia para a nossa jornada na vida, onde a DISCIPLINA e o PLANEJAMENTO são também importantes Mestres... VOCÊ ... Não me interessa as questões relativas aos seus defeitos, mesmo porque não sou ninguém a altura de julgá-los... Mas as suas virtudes, suas qualidades em si, isso sim é o que me fascina e o que desejo focar... (Macho)
  • 24. 24 CONTRATEMPOS ... E guiado por um Colibri de plumagem negra, percebi que as vezes é preciso tirar um tempo pro mundo natural, esquecer as mazelas cotidianas e apreciar um pouco mais os detalhes que nos passam quase que invisíveis... Que fiz então, segui-o e resolvi observá-lo durante um longo e belo período... E quanto aos deveres do dia, deixa pra lá, quem sabe eles não se resolvam sozinhos... Nem sempre somos tão necessários quanto pensamos... (Macho) TEMPOS Tempos... Dentre todos os tempos, o que mais me intriga é o Presente, pois quando falamos no Passado refletimos sobre as experiências que não voltam mais, sejam boas ou não... Quando se fala no Futuro, é lógico que esperamos a realização dos nossos sonhos e mesmo que a nossa realidade não seja tão favorável, ainda assim, esperamos o melhor... Mas o que falar do Presente?? Que atitudes podemos tomar agora para que nossos sonhos se realizem no Futuro?? Que fazer agora para não cometer novamente os erros do Passado?? Diante desta incógnita, presumo então que o Presente é o grande Mestre dentre os Tempos e os atos de hoje escreverão nossa história... E sendo assim, podemos dizer que o Passado deixou lições para que agora, no Presente, possamos construir um Futuro ao menos um pouco melhor, em todos os campos de nossas vidas... (Macho) A CADA DIA O Tempo é o melhor aliado na evolução da vida... Pois quem é bom pode ser melhor, quem errou pode recomeçar e tentar fazer o certo, quem chorou pode voltar a sorrir, quem caiu pode levantar-se e seguir novamente, quem feriu pode pedir desculpas e reconquistar o que foi perdido... E assim o TEMPO torna-se indispensável para o nosso crescimento, nos dando novas possibilidades e novas oportunidades... (Macho)
  • 25. 25 MÁGOA Envergonho-me às vezes, em algumas situações, por estar perto de alguns que se acham sábios o bastante para julgar o comportamento alheio sem ao menos perceberem que precisam antes atentar-se ao próprio umbigo... E ainda queres que não me afaste??? (Macho) UM OLHAR ... Quem sabe aquela indiferença não signifique um mero desprezo, mas sim um medo aterrorizante de não resistir aos seus encantos e cair na tentação dos seus braços... (Macho) INDIFERENÇA ... Pois eu, não pretendo e nem desejo diferenciar-me dos demais pelo que tenho ou pelo que venha a possuir... Desejo mesmo é diferenciar- me de alguns pelo que sou e pelo estilo de vida que escolhi viver... Simples e livre de preceitos moldados, que na maioria das vezes não... GABRIEL Ser Matuto me faz bem, andando de jegue ou de trem... Ser Matuto é ser da roça, andando de carro ou numa carroça... Ser Matuto é uma alegria, seja noite ou seja dia... E ninguém pense que é só farra, de besta aqui só tem a cara... E nessa me lembrei do Cordel, do meu Compadre Gabriel... (Macho)
  • 26. 26 ROMARO VELOSO VIANA SANTOS Nasceu em 27/03/1986 na cidade de Seabra-BA, filho de Suzana Durães Viana e Ronilson Vieira Santos. Passou toda a infância e juventude em Iraporanga (Parnaíba)-BA. Sempre gostou de ler, escrever (em especial poesias) e observar o comportamento das pessoas por onde quer que fosse. Sonhara em ser escritor (artigos, teatro, poesia, afins), começou a estudar o curso de Letras na UNEB, porém, abandonou o curso no segundo semestre por não gostar de Pedagogia, apesar de ter gostando de ter dado aula por três meses na escola em que se formou. Depois de abandonar o curso na UNEB foi morar em São Paulo. Em São Paulo começou a cursar Técnico em Administração na ETEC (Escola Técnica do Estado de São Paulo), saindo devido as constantes mudanças de horário no trabalho, mais tarde entrou novamente na ETEC desta vez para cursar Técnico em Contabilidade, curso também abandonado pelo mesmo motivo. Começou Gestão Comercial na UNINOVE, não concluindo pelos mesmos motivos anteriores. Se encantou pela área de finanças pessoais, investimentos e economia e atualmente estuda Gestão Financeira na UNINOVE. Ainda escreve algumas coisas no seu blog pessoal (www.parnaibando.blogspot.com.br), nome este em referência ao nome da vila onde viveu praticamente toda a sua vida. SONETO AO PAÍS Por saber o que sei, não saberei Impossível de viver sempre calado Dores de cabeça provocarei Se é pra saber, não fico conformado. Sempre, muito menos, me calarei Sempre direi verdades exaltado Pela pátria amada assim viverei Aí sim, raios fúlgidos no céu olharei Algo tem que ser no fundo mudado Sairá de mim algo já vivenciado
  • 27. 27 Salve, salve, Brasil, sempre te amei... Então retumbante será o meu brado Só sentir o prazer do que lutei. Velô Viana PRAZERES DO POETA Não há melhor que viver, Triste, sofrendo, apaixonado, desprezado, Para tal fazer. Pois sendo já não sente, Tal como finge, E por mais da dor que se tinge, O pranto jamais será o seu. Velô Viana
  • 28. 28 JEITINHO TODO NOSSO...BRASILEIRO! Lá se vai Marvin para mais um dia de vida, sabedoria, esperteza, trabalho e tudo o mais que o torna o mais esperto de todos. Ele sai de casa rumo ao ponto de ônibus, é preciso trabalhar...já no ponto eis a espera de 30 minutos 'normalescos' e cotidianos, ele se irrita: "- Essa porra que não chega logo, e ainda vão aumenta o preço e o serviço continua a mesma bosta! Chega o ônibus, e lá se vai ele...dá 5 reais ao cobrador, este por sua vez te dá de troco 7 reais(passagem custa 3 reais), Marvin percebe o erro, pensa consigo mesmo cheio de orgulho,"-Pelos menos uma coisa boa nisso", e assim continua sua viagem cheio de orgulho da sua esperteza. Chegando ao trabalho um pouco mais cedo ele toma café, olha o ponto, ainda faltam 15 minutos, mas ele passa o crachá e espera chegar as 8 horas para começar a trabalhar,(pensa, tô precisando de dinheiro, umas extras) logo chega a hora e ele sobe e começa o dia reclamando da empresa, emprego, colegas de trabalho, tudo ali é uma merda. É chegada a hora de ir embora, 17 horas de uma sexta-feira, e agora trabalhar só segunda...ah, mas ficou algo pra terminar ainda, mas Marvin quer ir embora, hoje é sexta-feira esqueceram?!, -depois dá-se um jeito, diz Marvin ao seu colega de trabalho o convencendo a ir embora e lá se vão. Chegando em casa o nosso protagonista, realiza as tarefas de casa, faz sua janta, é ele mora sozinho, paga aluguel, o salário não da pra pagar uma diarista, bem chega a noite e tudo feito ele se deita em sua cama e assiste a sua novela e seu reality show, e encerra o seu dia junto com o programa, estão os dois programados para serem desligados à meia-noite. Sol, claridade invade aquela casa, quarto/cozinha, ele desperta...tem que preparar o seu café, lavar as suas roupas e uniformes...tarde...noite...Eduardo, amigo de Marvin, liga pra ele e o convida para ir numa balada, afinal é sábado, Marvin claro, aceitou...na balada...regada a noite de muitas cervejas, energéticos, destilados, mulheres e amigos, e desconhecidos também...uma noite regada ao som de "Ai se eu te pego...delícia,delícia"...e ele se delicia naquela noite...já são 6 da manhã, e lá se vão todos para suas respectivas casas...Marvin dorme até as 15 horas...acorda muito mal...faz vômitos até não aguentar mais...Marvin resolve ir ao médico, se arruma, e se dirige ao ponto...ah, hoje não demora 30 minutos, são 50 minutos de espera, domingo né, e chega o ônibus super-lotado, Marvin olha e resmunga consigo em voz baixa "-Mas nem domingo"...mais 50 minutos e chega ao posto de saúde...ele entra e pega uma senha...espera...30 minutos...para fazer o cadastro...e mais...20 minutos, até ser atendido pela triagem do posto...agora se dirige a outra sala, espera...mais 20 minutos...enfim, atendido...sai da sala do médico e vai pra outra
  • 29. 29 sala...agora...mais 15 minutos de espera e ele é medicado...agora volta a sala anterior...mais 10 minutos e o médico o reexamina e o libera...ah, sim, tem...um atestado de horas...ele sai reclamando pra si mesmo, "- só de horas, sacanagem!" Marvin pega o ônibus de volta para casa, chega em casa, bem, já passa das 21 horas...ele resmunga e diz que perdeu o domingo por causa daquele posto lento. Nosso caro artista da vida comum janta e deita pra assistir o seu reality mais uma vez, mais uma vez são desligados ao mesmo tempo...segunda...5 da madrugada...o ciclo se repete...e o Marvin chega no trabalho reclamando como sempre, de tudo...no almoço ele conversa com os colegas e comenta que sexta-feira é pagamento, já vai dar pra fazer um rolê... o amigo de Marvin reclama que tem que pagar o IPVA, MATRÍCULA, IPTU, FATURA DE NOVEMBRO E DEZEMBRO, todavia, é também carnaval, e parece que veio bem na hora pra esfriar os ânimos de tantas contas, e depois a gente dá um jeitinho, já que por aqui nada funciona nesta época, mas nada mesmo...na sexta será publicado o aumento do valor da passagem do ônibus e a segunda começará um pouco mais cara...mas, Marvin prefere falar da Páscoa...e quando vir a Declaração do Imposto de Renda, bem, aí se falará de São João, as juninas e até a julinas...aumentam-se os impostos, do leite e da indústria de cigarros,...Marvin muda a marca do leite, e toda vez que vai comprar o mesmo, é sempre a mesma reclamação do absurdo do preço...e o nosso Marvin trabalha feito um Titã pra pagar todas as contas do lar...talvez o Zeus e os seus deuses olímpicos estejam no Planaltos da vida, ou dentro de si mesmo...mas, Marvin, a vida é pra valer, e o seu destino...
  • 30. 30 ANTONIO GUNES VIANA Professor de Matemática. Atualmente é vice-diretor do ERFS. É compositor e poeta. Aprecia a música e gosta muito de cantar. Publicou seu primeiro livro, VERSOS METEOROLÓGICOS, em outubro de 2010.
  • 31. 31 MARIA MOREIRA DE SOUZA NETA E SILVA Licenciada em Letras Vernáculas pela UNEB e pós-graduada em Língua e Sociedade pelo ISEGO. Tem 25 anos de docência. Foi diretora por 12 anos do ERFS, escola onde hoje leciona Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. GRATIDÃO Quantas vezes durante a nossa vida nos sentimos realmente gratos ao universo pelas graças recebidas? O que é ser grato? É simplesmente dizer muito obrigada? É fazer uma oração mecanicamente antes de dormir? A gratidão deve ser uma virtude moral que transcende a simples retribuição por bons modos expressos em regras de conduta social que dão o verniz da civilização. Depois que passamos por situações adversas que não estão sob nosso controle e que envolve questões como, por exemplo: vou continuar vivo? Como vou viver a partir desse momento? Vou depender de quem ou de quê para sobreviver? É que vemos a profundidade do que é existir e o reconhecimento que não temos o controle de nada pois somos só mais uma partícula a compor a grandiosa obra criada por um Ser Superior. Faz-nos refletir que dependemos não só da proteção desse Ser superior, mas de todas as frações orgânicas e inorgânicas que compõem a natureza. Acredito-me, e agora mais que nunca, (após esse momento adverso em minha vida: uma cirurgia), o quanto a medicina desde Hipócrates até os dias de hoje tem evoluído para a preservação e uma melhor qualidade da vida. Quantas dores têm aliviado, quantas vidas têm salvado! E nós agradecemos aos médicos, enfermeiros, aos hospitais? Ou pensamos que eles são apenas profissionais que têm a obrigação de fazer aquele procedimento, pois ganham para isso? Somos gratos aos seres espirituais (anjos, santos, Jesus, Deus etc.) que nos assistem e velam por nós? Aos nossos familiares e amigos por amenizarem as nossas dores? Como somos pequeninos diante de tanta grandeza. Ainda bem que de vez em quando aparecem adversidades em nossa vida para nos fazer ver que não somos Deuses. Necessitamos uns dos outros! Precisamos olhar ao nosso
  • 32. 32 redor e descobrir o quanto somos ricos por termos uma família, amigos, inteligência, dons e que nos falta sabedoria para entender que o universo inteiro conspira ao nosso favor quando nos voltamos para o entendimento da nossa existência. Vamos agradecer mais, abraçar, elogiar, cuidar, beijar e respeitar os nossos companheiros de jornada compreendendo e acreditando sempre na transitoriedade da matéria e na imortalidade do espírito! Em tudo dai graças!
  • 33. 33 PALAVRAS Descortina- se diante de nós mais um cenário, armado ou não, para a próxima corrida ao palco das ilusões. Trocam-se atores, alguns amadores, outros veteranos, mas todos lutando por uma causa nobre: A SUA SOBREVIVENCIA. Pois desde os primórdios o HOMEM luta para sobreviver. E nessa arena, os duelos, os sofismas, e os sofistas vão tomando conta de todos: candidatos e eleitores. E as palavras são usadas para tentar convencer, e a maioria é convencida, de que TAL Plano Desenvolvimentista é o MELHOR. Como seria bom se esse momento fosse só isso, Partidos e Partidários defendendo sua Plataforma Política. Infelizmente o que vemos fica longe disso, salvo algumas exceções, porquanto as palavras são usadas na sua maioria para denegrir e maltratar as pessoas. Contratos, tratos e distratos são feitos a partir do principio de que quem puder agrupar mais, vale mais. E a disputa pelo poder corre célere, pois os envolvidos não podem perder tempo. Famílias são separadas, amizades são desfeitas, grupos vão sendo formados e as palavras vão sendo proferidas... Discursos para lá, discursos para cá, e nós pobres mortais às vezes por invigilância nos vemos envolvidos nessas forças que nos arrastam para os debates, em muitas ocasiões, desnecessários. Precisamos acreditar na força que possui as nossas palavras. Elas produzem tanto energias boas como más. Como dizia Cecília Meireles “Ai palavras, ai palavras que grande potência é a vossa”. “Sabe-se hoje cientificamente, que a boa palavra proferida com entusiasmo, faz que o cérebro e o hipotálamo secretem uma substancia denominada endorfina, que atua na medula e bloqueia a dor, tal como ocorre na acupuntura”. Por isso é cientifico e estratégico reconhecer a força da palavra. Vamos usar as nossas palavras para edificar, elogiar, trazer alegrias e encantamento às pessoas e não desencanto, sofrimento e dor. E assim deveria ser em todos os setores de convivência social: na família, no trabalho, no grupo de amigos, com as pessoas que cruzamos na rua, enfim. Que possamos utilizar desse instrumento que pode produzir tantos fluidos salutares, a palavra, para o engrandecimento e para a defesa de nossos princípios sem que para isso necessitemos maltratar de quem de nós se aproximar, pois somos responsáveis pelo que falamos e fazemos e indubitavelmente seremos atingidos pelas energias que produzimos.
  • 34. 34 VIVER BEM OU BEM VIVER? “O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela”. Fernando Pessoa Quanta sabedoria encerra estas palavras do poeta português! E nós na nossa cultura ocidental em cada aniversário comemoramos mais um ano de vida! E como vivemos? A nossa civilização nos faz viver de uma forma a não querer nem imaginar que somos seres mortais, que o dia terminado é menos uma oportunidade de estamos na terra e mais próximos estamos do fim carnal. Procuramos no nosso dia a dia nos ocupar de um busca incessante do nosso bem estar físico, social, e material, nos envolvendo em questões principalmente de ordem política, pois todos somos seres políticos, porquanto sempre escolhemos alguma coisa em detrimento de outra. Buscando o TER e não o SER. E quanto sofrimento essa busca traz para o ser humano, pois na grande ilusão do poder nos desequilibramos e nos sentimos “deuses” capazes de sermos os porta –vozes de todos os saberes. E nos esquecemos que somos seres frágeis , carentes , necessitados de desenvolvermos a nossa consciência emocional e nos permitir buscar o real sentido da vida, a nossa capacidade de amar e ser amado. O que gera essa situação é a retórica contemporânea de crescimento e desenvolvimento econômico, capitalista que reforça intensamente a tendência das pessoas para a competitividade e a inveja; para o isolamento. Mas a natureza é Sábia e ela nos impulsiona mesmo a contragosto para as transformações necessárias rumo à nossa evolução espiritual. E a busca pelo TER vai perdendo espaço para o SER. O Individuo vai sentindo o vazio e o novo homem vai tomando conta do seu verdadeiro eu, de sua realidade mais profunda. Surge o ser social, globalizado, preocupado com a fragmentação que tantos males tem causado a toda humanidade. E é nesse momento que percebemos o quanto somos capazes de produzir, amar, compartilhar, sofrer, sorrir e crescer. Crescer de uma forma que nem imaginávamos capazes. Um ser humano completo buscando o seu real objetivo como espírito imortal: estar em sintonia com as energias superiores, com o planeta, com o universo. E esse processo acontece quando nos conectamos com o nosso mundo interior, com a espiritualidade maior: Deus, Cristo, Santos. Anjos etc, com o
  • 35. 35 autoconhecimento das fraquezas e forças que cada indivíduo possui e com a grande certeza de que as diferenças existem e a descoberta do bem viver, e o sentimento de alteridade farão de nós seres mais felizes, livres e completos.
  • 36. 36 O PODER "Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder." (Abraham Lincoln) Como devemos nos relacionar com o poder? Será que ter poder não é apoderar-se de algo que não lhe pertence? Ou vai possuir provisoriamente? Ninguém detém o poder. Ele nos é dado ou tirado à nossa revelia. (MICHEL FOUCAULT , grifo meu) Será que não perdemos tempo e energia dando poder a quem não tem? Queremos a todo custo e se possível, de uma forma mais rápida, nos investir de poder ou nos apoderarmos de alguma coisa. Esse apoderamento só acontece quando alguém, ou muitos nos enche de autoridade. Estamos preparados para termos poder? O que nos faz seres poderosos? A inteligência? A sabedoria? O dinheiro? A facilidade de lidar com a palavra? O amor que dispensamos a quem estimamos? O conhecimento? São tantos os caminhos e elementos que nos favorecem o poder que às vezes nos perdemos no emaranhado de ilusões criados por nos mesmos ou por outros. E nesse momento nos sentimos DIVINDADES com toda arrogância peculiar ao domínio construído, não pela autoridade competente e sim pelo autoritarismo e deslumbramento. Quão perigoso pode ser o poder quando ele tem por companheiro o orgulho, a prepotência, a vaidade e a cegueira da ignorância. Faz-nos acreditar que somos insubstituíveis, donos de uma única verdade e que estamos acima das leis. E esse conjunto de fantasias nos arrasta cada vez mais para um labirinto de alucinações que só traz sofrimento e dor para nós e para aqueles que estão à nossa volta. Quanto poder existe no homem que subjuga sua companheira, no patrão que desrespeita o seu servidor, nos pais tiranos, no amigo, no vizinho e outras tantas relações sociais que se mantém através do domínio autoritário! E esse poder se esvai no momento em que o dominado se liberta pelo conhecimento e descoberta de um ser que também tem potencialidades e tem possibilidades de caminhos diferentes. É nesse momento que o poder constitucional ou individual acaba.
  • 37. 37 Vimos isso há pouco nos resultados das eleições municipais em todo país. Quantos viram o poder escapando de suas mãos e outros tantos recebendo (de muitos) o tão almejado PODER. E agora? O que fazer do poder perdido e do poder conquistado? Terão esses indivíduos ou grupos, equilíbrio para lidar com a vitória ou a derrota? Só o tempo dirá. “Na natureza nada se cria tudo se transforma”. (Lavoisier). Esperamos que as transformações sejam para o progresso material, moral e espiritual de todos nós que acreditamos ou não, que tudo é transitório, flexível, mutável e transferível. E nada acontece sem a permissão do nosso maior coordenador do planeta: Jesus Cristo. Que os próximos gestores municipais tenham a sabedoria necessária para lidar com os novos desafios, que com certeza não serão pequenos. Muita paz a todos.
  • 38. 38 SUZANA DURÃES VIANA Natural da vila de Iraporanga, município de Iraquara-BA, onde reside. É graduada em Letras Vernáculas e pós-graduada em Língua, Sociedade e Educação pelo ISEGO e atua como professora de Língua Portuguesa e Produção Textual na rede pública. Apaixonada por livros e artesanato. Publicou na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Atualmente publica seus textos nos sites Recanto das Letras e O melhor da web. Gosta de escrever poemas e cordéis. SALVE O EDUCANDÁRIO ROBERTO SANTOS O Educandário nasceu Seu nome é Roberto Santos Governador da Bahia Semeou em nossos campos A semente do saber Educação em cada canto. Desde a sua fundação O Roberto mantém firme O propósito de educar Seu alicerce persiste Instrução pra nossa gente Para isso de fato existe. Lembrar seus pioneiros
  • 39. 39 Nossos mestres de valor Tanta gente competente Por esta escola lutou Honro Robinson e Maria Torres Com apreço e louvor Tanto fez Dona Maria Sua vida dedicou. Foram tantos os personagens Participantes deste enredo Alunos, hoje, professores, Funcionários tão cedo Que abrilhantam este colégio Com trabalho e amor Levando o Roberto Santos No voo alto do condor. Lembremos Maria Neta Quanto soube conduzir Época de muito brilho Fez o Roberto luzir Com uma equipe fiel Cuja garra suplantava As dificuldades existentes
  • 40. 40 Não importa o que faltava Tantos outros diretores Também honraram a casa. Os alunos do passado Quanta diferença há Interesse e respeito Vontade de estudar Participavam com gosto Desse nosso labutar Hoje em carreiras diversas Vale a pena ressaltar. Foram tantos os eventos O Roberto apresentou Nestes 35 anos De muito suor e labor Desfiles e muitas feiras, Que a muitos agradou Hoje falta autonomia Manter o que conquistou. Nos últimos quatro anos Vem sofrendo opressão
  • 41. 41 Arrocho pra todo lado Causando muita tensão Ele não desiste nunca Pois esta é sua missão. Não percamos a esperança Unamos as nossas mãos Pra reerguer nossa escola Mudar a situação São muitos anos de história De luta e construção. Defendê-la é um dever Ajamos com gratidão. Obrigada, Educandário, Desde o início me acolheu Como aluna dedicada Minha ignorância rompeu Me ensinou a respeitar E honrar o saber meu Busco aqui retribuir Pelo muito que me deu. Saudemos o Educandário
  • 42. 42 Louvemos sua bandeira Brindemos a esta escola Em educação pioneira. Deixo aqui o meu recado: Olhem com mais devoção Roberto Santos tem nome Reconheça a tradição Nossa escola merece Mais respeito e atenção.
  • 43. 43 A MÁQUINA DE LAVAR O caso é engraçado De fácil composição Contado por uma amiga Colega de profissão Cujo registro merece A nova conotação, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Viajou para São Paulo Em férias com o maridão Levando na bagagem Também o filho João Em visita a parentalha Essa foi a decisão, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Depois de muito passeio E grande celebração De hospedagem gratuita Na casa de um irmão Eis a hora de ajudar
  • 44. 44 Surgiu a ocasião, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Antes de ir trabalhar Assim disse o rapagão - Um cesto de roupa suja Escondido no porão, Você faz a gentileza? Expôs a situação, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Um pedido como aquele Não receberia um não Lavaria com prazer Alegria e sabão Ele disse: - Use a máquina! Causando apreensão, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. A máquina estava ali À espera da ação A mulher admirada:
  • 45. 45 - Nunca vi tanto botão!! - E agora o que eu faço? Surgiu a indecisão, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Apertou um vermelhinho Saiu água de montão Ela colocou a roupa E também muito sabão A bermuda do marido, Sobrava satisfação, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. O aparelho girou Fazendo um barulhão - Será que ele quebrou?! Perguntava em aflição Mas depois veio o silêncio, Fruto da programação, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Em seguida acelerou
  • 46. 46 Era a centrifugação - As roupas estão sumindo!! Questionava o maridão. - E minha bermuda nova?! Veja a consternação, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Terminada a lavagem Depois de tal confusão A mulher viu que a roupa Não tinha sumido não - Elas estavam secando! Disse com admiração, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão. Quando tudo se acalmou Ela contou ao irmão Dos apuros que passou Frente à situação Muitas risadas marcaram Aquela agitação, Vivida por Valdetina Lá bem longe do sertão.
  • 47. 47 E eu fico agradecida Pela boa ocasião De ouvir mais uma história Da amiga em questão Para registrar o fato Num cordel de gratidão. 16032012
  • 48. 48 PALAVRA MÁGICA “Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, e, sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar. Uma Pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma folha, e a deixou cair na correnteza perto dela. A Formiga subiu na folha, e flutuou em segurança até a margem. Pouco tempo depois, um caçador de pássaros, veio por baixo da árvore, e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba que repousava nos galhos alheia ao perigo. A Formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé. Ele repentinamente deixou cair sua armadilha, e isso deu chance para que a Pomba voasse para longe a salvo. “O grato de coração sempre encontrará oportunidades para mostrar sua gratidão.” Fábula A formiga e a Pomba. Esopo. Os fabulistas eram grandes observadores da natureza humana. Escreviam com a finalidade de fazer o homem enxergar a si próprio. Para isso usavam os animais como personagens, a quem atribuía características e sentimentos tipicamente humanos. A fábula da Formiga e a Pomba evidencia o sentimento de gratidão. ”Obrigada, meu Deus, por mais um dia!”. Esse é o ritual de toda manhã assim que acordo. Durante o dia nem sempre retribuo em ações o meu agradecimento. Isso é fato. Agradecer deveria ser uma prática constante em nossas vidas. A gratidão não é apenas um gesto de educação, mas um sentimento de reconhecimento e validação. Ela gera contentamento em ambas as partes. Se eu agradeço, eu valorizo o outro. Ser grato é retribuir a tudo que recebemos. É reconhecer o quanto o próximo é generoso com as nossas limitações. Geralmente reclamamos mais e agradecemos menos. Quem não é grato fecha as portas para novas bênçãos, porém aquele que agradece atrai para si situações positivas, afinal as energias salutares geradas por este sentimento retornam à pessoa em forma de novas realizações. Eis a magia da palavra! Quando a atitude é de gratidão reduz-se a negatividade, melhora-se o humor e consequentemente, a saúde e as relações. Que tal praticarmos? Comecemos a agradecer por estarmos vivos. Viver a experiência terrena é uma grande oportunidade, e não pode ser desperdiçada. Sejamos gratos pelo ar que respiramos, pela água, pelo alimento, tudo tão vital à nossa sobrevivência. Agradeçamos pelo corpo, mente e espírito. Pela família que nos acolheu, os amigos,
  • 49. 49 os companheiros; todos, que de alguma forma têm contribuído para o nosso amadurecimento, ainda que, às vezes, essa contribuição seja amarga. Na intimidade, agradeça o prazer vivenciado, a troca, a gentileza. Agradeçamos a todos os seres da natureza pelas lições de sabedoria. Praticar esse sentimento não nos custa nada. Não faltam motivos para tal. Qual foi a última vez que você pensou nisso? Neste momento não vem à sua mente algo que precisa de agradecimento? Pense. Sinta. Expresse. Dê um telefonema, envie um email, faça um comentário, mas não perca a oportunidade de dizer “Obrigado”. Arrependo-me de todas as vezes que as deixei passar. Hoje procuro estar mais atenta. Se decidirmos agir com gratidão de forma consciente e sincera com tudo aquilo que nos cerca, certamente atrairemos situações e relações que nos trarão mais equilíbrio e realização. A escolha está em nossas mãos. Gratidão é atitude. Por isso, aproveito esse momento para agradecer à minha família, aos velhos e novos amigos carnais e espirituais, aos ex-companheiros. Enfim a tudo e a todos que povoam meu pensamento agora. A intenção aqui não é ditar modelo de conduta, mas repensar valores. Que cada um crie suas próprias ideias através do estudo ou da experiência. Obrigada por esta leitura!
  • 50. 50 DIFERENÇAS Tem gente que usa os pés Tem gente que precisa de rodas Tem gente que usa os olhos Outros só veem quando tocam. Tem gente que é solidária Tem gente um tanto mesquinha Tem gente que é nuvem negra Outros têm alma limpinha. Tem gente que usa as mãos Gente que pinta com os pés Tem gente que sonha e delira Outros são cheios de fé. Somos todos diferentes Basta sentir para saber Igualdade não existe Diversidade se vê. Ser diferente é normal O normal é ser diferente Seja, pois, sem preconceito E respeite toda gente. Suzana Durães 03.11.2011
  • 51. 51 FARINHAS DO MESMO SACO Nos últimos meses o cidadão iraquarense vem assistindo a cenas de amor e cortesia entre pessoas que deveriam se odiar. Bom, pelo menos se odiavam há poucos anos. Gente que caluniou, feriu, desonrou. Gente que humilhou, enxovalhou reputações e cuspiu na cara. É a mesma gente que agora se abraça e se elogia. Andam de mãos dadas e sorri para o povo. E eu cá com meus botões, “sujeito volúvel é o tal político...”. Há alguma cartilha que ensine esse estranho modo de agir? Por certo, se não há manual, modelos não faltam para serem copiados. O que temos por aqui são cópias infiéis dos velhos paradigmas do Planalto Central? Brasília é escola. Bastam lembrar-se das guerras declaradas entre os ex-presidentes Lula, Collor e Sarney em momentos diversos, cujas alfinetadas e ofensas renderam muitas matérias jornalísticas. Pouco depois, lá estava a tríplice aliança. Os melhores amigos do mundo trocando gentilezas. E nada mudou por lá. Para a manutenção das tais bases aliadas, conchavos continuam sendo feitos, memória curta em nome das alianças. E nós, brasileiros comuns, indignados, desinteressados de política e políticos, resumindo tudo numa palavra feia: descaração. Mas os ‘entendidos’ dizem que isso é apenas a busca por governabilidade. Certamente discordo. E para as bandas de cá? A mesma safadeza ou serve a explicação governista? Sinceramente, o que querem os políticos na capital do país, na Chapada Diamantina ou qualquer outro canto dessa nação se resume numa coisa só: apropriar-se da máquina pública. O que importa é deter e manter-se no poder. Para tal se ama e se odeia; se cospe e se beija; se morre e se mata. Mas, e a tal fidelidade? Levanto essa questão porque ainda há quem a cobre. Vejam a incoerência! Infiéis mercenários consideram-se no direito de exigi-la de seus compatriotas. Já estão à cata de antigos votos na vã esperança de que o eleitor permaneça o mesmo. Fiéis eleitores... Isso ainda existe? Façam-me o favor! Quem não servia no passado, hoje já serve? Tantos defeitos apontados se transformaram em virtudes. Milagres? O mundo gira, funcionários do povo! O público de hoje não é mais o dantes. Muitos já roeram- a duras penas - a corda de seus pescoços. Já queimaram os cabrestos. O povo lê pouco, mas lê; assiste TV, se informa, conhece mais os seus direitos. Não o trate como imbecil. Não sejam também. Atos dizem mais que mil palavras e o cidadão está atento aos fatos. Convencer o eleitor de que jiló agora é doce fica difícil. Em Brasília, Salvador ou Iraquara todos veem quem reza a cartilha das manobras governistas. Quem atende aos interesses da população. Se é que alguém atende. Vejam o que fizeram os deputados baianos com as conquistas de tantos anos dos professores de nível médio. Sabe-se lá o que acontecerá com os outros. Já pus minha orelha de molho... Seja no Planalto Central ou nessas brenhas de meu Deus, o interesse político-partidário é o mesmo: dinheiro. Seja em forma de empregos, verbas, fundações, licenças, licitações lucrativas, ONGs., etc., etc. – tudo que puder arrancar da máquina pública. Aliado ou oposição, lados da mesma moeda. Basta o sabor de ventos interesseiros para que se alterem as posições. Moral da história: Farinhas do mesmo sac
  • 52. 52 WALDENIR NOVAES DA SILVA Nasceu em Riacho do Mel, Município de Iraquara - BA, em 17 de Abril de 1972. De uma família de lavradores, estudou no Educandário Roberto Santos, Iraporanga – Iraquara – BA. Foi para São Paulo tentar melhores recursos de vida, onde decidiu ingressar em uma faculdade, em 2003 formou-se em Pedagogia pela Universidade de Santo Amaro (UNISA), seis meses depois regressou para sua cidade natal com o objetivo de seguir carreira como professora, iniciando como professora no Educandário Roberto Santos, no povoado de Iraporanga na cidade de Iraquara. Em 2005 nascem os seus filhos gêmeos Ramiro e Radija. Em 2010 formou-se no curso de pós-graduação em Psicopedagogia pela Faculdade de Salvador. Em 2012 ingressa na universidade para o Curso de Letras LEMBRANÇAS Lembro-me muito bem quando o meu pai ficou doente, eu era ainda uma criança de apenas dez anos de idade. Recordo como se fosse hoje, a minha mãe cuidava com dedicação e carinho levando-o no hospital aqui mesmo em nossa região, o médico pediu para que a família o levasse para fazer o tratamento em São Paulo, lá moravam os meus irmãos mais velhos e resolveram vir buscá-lo acreditando que haveria solução para aquele problema, más, infelizmente foi diagnosticado que o meu pai estava com câncer de garganta, pois o ele fumava muito, todos acreditavam que haveria cura para aquela doença tão cruel e traiçoeira, não teve jeito a doença já estava em processo avançado, três meses depois o meu pai veio a falecer. A partir daí comecei a perguntar, o que é a vida? O que é viver e morrer? Por que existe a morte? Minha mãe continuou com os trabalhos na roça, porque naquela época não tinha os benefícios do governo que temos hoje, o meu irmão mais novo não deixou que tudo se acabasse, enfrentou com muita garra os trabalhos pesado da lavoura. Eu e minha irmã caçula precisávamos estudar, então a minha mãe ia para roça depois que nós chegássemos da escola, com toda dificuldade não deixou que
  • 53. 53 ficássemos sem escola porque esse era o seu lema “educação é o alicerce da vida, sem estudo não somos nada”. Anos depois o meu irmão que ajudava na roça precisou ir para São Paulo trabalhar e a minha mãe já não trabalhava mais com tanto afinco na lavoura, foi quando minha irmã e eu ingressamos na escola Educandário Roberto Santos para estudar na 5ª série, pois no nosso povoado só estudava até a 4ª série do fundamenta I, lembro-me como se fosse hoje, tinha o carro para transportar os estudantes, mas tinha dias na semana que precisávamos ir andando até Iraporanga, hoje não existe mais isso, os alunos têm o ônibus à disposição e mesmo assim não tem mais aquele interesse pelos estudos. Muitos entram no ônibus para ir à escola e do nada resolvem descer, outros dizem que vão para escola, mas não entram na mesma, para cumprir o dever de aluno. Que saudade do meu tempo de estudante na Escola Roberto Santos, onde tínhamos a fome por aprender e sede de vencer. Estudei junto com a minha irmã até o 1º ano do ensino médio, minha família resolveu nos levar para São Paulo juntamente com a nossa mãe, lá continuamos os estudos, nossa mãe sofria de coração e estava fazendo tratamento, já no ano da nossa formatura mais uma decepção em nossas vidas, a morte outra vez nos pregou uma “peça”, perdemos a nossa mãe. Fiquei um tempo sem estudar, dediquei apenas ao trabalho. Em um belo dia pensei: - Por que viver em São Paulo sem nenhuma expectativa de vida? Por que não voltar para a minha terra? Só que para voltar para a minha terra eu precisava me preparar. Com o apoio de toda a família, resolvi ingressar na universidade para fazer graduação em Pedagogia, terminando a graduação resolvi voltar para a minha terra natal, os meus sobrinhos e amigos acharam que eu estivesse perdendo o juízo, pois para eles aqui na Bahia não haveria meios de vida melhor do que em São Paulo, más nada me fez desistir do meu objetivo.
  • 54. 54 FAMÍLIA e TRABALHO Chegando, em Riacho do mel descobri o verdadeiro amor, momentos bons e difíceis em minha vida, pois não foi aceito pela minha família, sofremos com o preconceito e racismo, as pessoas decidiram que eu não deveria viver esse amor, que momentos tristes pelo qual passei! E mais uma vez ergui a cabeça e disse. Eu não vou desistir de ser feliz, mergulhei de “cabeça” nesse amor. Decidi viver o momento bom que a vida estava me proporcionando, que é amar, amar sem pedir nada em troca, o amor não tem cor nem idade e o fruto desse amor não poderia ser melhor, Deus preparou um grande presente, os meus filhos gêmeos. Quando os meus filhos estavam com dois anos de idade, fui à procura de emprego, muitas portas se fecharam para mim, más eu não desisti e continuei a bater, até que uma das portas se abriu, a Secretaria de Educação de Iraquara me deu a oportunidade de trabalhar como educadora na Escola Roberto Santos, o destino proporcionou-me mais essa alegria, naquele momento só consegui dizer um muito obrigado meu Deus por ter me concedido a honra de começar a minha carreira de educadora na Escola Roberto Santos. Obrigada Iraquara! Obrigada Iraporanga. Obrigada a todas as pessoas que direto ou indiretamente não me deixaram desistir de lutar. Obrigada família do Roberto Santos e Odilon Torres por me receberem de braços abertos sempre. Obrigada, meu Deus, pela família que tenho. Obrigada, meu Deus, por mais um ano de trabalho. Obrigada meu Deus pela vida. Waldenir Novaes
  • 55. 55 INFÂNCIA Oh! Que saudade que tenho Do meu tempo de infância O meu pai trabalhando na roça Com minha mãe ao seu lado. Eu e minha irmã brincando Pois não tínhamos com quem ficar Saiamos da escola mais cedo Para a minha mãe acompanhar. Naquela época não tinha Luz elétrica, televisão Mas fazia lição de casa À luz do candeeiro. Oh! Que saudade que tenho Da minha infância querida Embaixo de um pé de manga Para as provas estudava. Na luz do candeeiro O meu cabelo sapecava Mas eu não estava nem aí
  • 56. 56 Eu queria mesmo era estudar. Hoje nossos filhos têm tudo E não encontram tempo para estudar Com tanto luxo e desinteresse Aonde nós vamos parar. Waldenir Novaes
  • 57. 57 MENSAGEM Escrever o que pensamos e o que sentimos nos liberta, nos conforta e nos atrela àqueles que nos leem. Que a edição desta Revista Literária seja o primeiro passo para que tantos outros estudantes que apreciam não só a leitura, mas também a escrita, desenvolvam cada vez mais o seu potencial criativo e que sejam reconhecidos. O nosso objetivo é dar visibilidade a esses escritores anônimos do Educandário Roberto Santos. Agradecemos a todos e todas que colaboraram para que este trabalho acontecesse. Parabéns aos escritores e escritoras PRATA DA CASA presentes nesta 2ª edição. Organização: Suzana Durães Viana. Iraporanga 2012
  • 58. 58