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1. Biologia e ecofisiologia de buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis)
LAZAROTO, Carlos Alberto; FLECK, Nilson Gilberto; VIDAL, Ribas Antonio.. Cienc. Rural , Santa Maria, v. 38, n. 3, 2008.

Conyza bonariensis (L.) Cronquist e Conyza canadensis (L.) Cronquist são duas espécies de plantas daninhas
pertencentes à família Asteraceae. Com freqüência, elas infestam pomares, vinhedos e outras culturas, como
milho, soja e algodão e, também, culturas forrageiras, pastagens e áreas não-cultivadas. Esta revisão de
literatura tem por objetivos descrever e discutir as características botânicas, biológicas e ecofisiológicas
daquelas espécies com a finalidade de facilitar a adoção de estratégias para seu manejo em culturas ou limitar
seu estabelecimento. Conyza canadensis é uma espécie anual ou bienal, nativa da América do Norte,
enquanto C. bonariensis é uma espécie anual, nativa da América do Sul. A propagação destas espécies dá-se
através de sementes que são facilmente dispersas através do vento e da água. As sementes não apresentam
dormência e podem germinar prontamente em condições de temperatura e umidade favoráveis. Em vários
países, inclusive no Brasil, foi constatada resistência aos herbicidas em biótipos destas espécies. Adoção de
práticas culturais diversificadas, integradas ao controle químico, pode minimizar os efeitos negativos
provocados por buva e, também, prevenir casos de resistência.

HERBICIDAS
ALTERNATIVOS
RESISTENTE AO GLYPHOSATE

PARA

MANEJO

DE

BUVA

Leandro Vargas (Embrapa Trigo,vargas@cnpt.embrapa.br), Dirceu Agostinetto (Universidade Federal de Pelotas - dirceu_agostinetto@ufpel.tche.br), Roberto Estevão Toledo
(Associação brasileira de ação a resistência de plantas a herbicidas (HRAC-BR, roberto.toledo@arysta.com.br), Juliana Maria de Paula (Estudante de Mestrado da UFPel, bolsista
CNPq).

RESUMO - A buva é uma espécie daninha comum em lavouras de inverno/verão no Brasil. O glyphosate é um
herbicida total, utilizado para manejo da vegetação para formar a palhada no sistema plantio direto. Biótipos de
buva resistentes ao glyphosate foram identificados no Rio Grande do Sul e São Paulo. O controle dos biótipos
resistentes necessita ser realizado com uso de herbicidas alternativos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
eficiência de diferentes tratamentos herbicidas no controle de buva resistente ao glyphosate. Para isso, foi
realizado um experimento a campo e avaliados diferentes tratamentos herbicidas. Como resultados observouse que os tratamentos herbicidas contendo 2,4-D (DMA ou Aminol) ou Ally (metsulfuron-methyl) associados ao
glyphosate (Trop, Gliz ou Roundup Original), os tratamentos seqüenciais com Roundup Original (glyphosate) e
Gramocil (paraquat + diuron) e a aplicação seqüencial de Finale (glufosinato de amônio) isolado proporcionam
controle acima de 90% dos biótipos de buva resistentes ao glyphosate. Conclui-se que a buva adquiriu
resistência ao glyphosate e que mecanismos herbicidas alternativos apresentam controle satisfatório de buva e
que a aplicação do Ally e Hussar pode resultar em fitotoxicidade para a soja.
Palavras-chave: Conyza bonariensis, resistência, inibidores da EPSPs.
INTRODUÇÃO
O glyphosate é um herbicida não seletivo, utilizado há mais de 20 anos para manejo da vegetação para formar
a palhada no sistema plantio direto. Com a introdução comercial da soja transgênica resistente ao glyphosate o
uso desse herbicida aumentou e atualmente são realizadas de duas a três aplicações por ciclo da soja. O uso
indiscriminado de herbicidas provocou a evolução de muitos casos de resistência aos herbicidas por diversas
espécies daninhas (Burnside, 1992).
A buva, Conyza bonariensis (L.) Cronq., é uma espécie nativa da América do Sul que ocorre na Argentina,
Uruguai, Paraguai e Brasil. É uma planta anual que se reproduz por sementes que germinam no
outono/inverno com encerramento do ciclo na primavera e verão. A buva apresenta grande produção de
sementes e fácil dispersão, caracterizando-se como uma espécie agressiva (Kissmann & Groth, 1999).
Nos últimos anos observou-se controle insatisfatório da buva em algumas lavouras no Rio Grande do Sul com
uso do herbicida glyphosate. Nestas áreas o glyphosate vinha sendo utilizado com sucesso na dessecação
pré-semeadura com controle eficiente da buva em diferentes estádios de desenvolvimento. O controle
insatisfatório da buva com uso do glyphosate provocou a suspeita de que esta espécie adquiriu resistência a tal
molécula herbicida. A resistência é a capacidade adquirida de uma planta em sobreviver a determinados
tratamentos herbicidas que, sob condições normais, controlam os integrantes da população. A resistência pode
ocorrer naturalmente (seleção) ou ser induzida com uso da biotecnologia (Weed Science, 2007). O uso
repetido de uma molécula herbicida pode selecionar biótipos existentes de plantas daninhas preexistentes na
população, levando ao aumento do seu número (Powles e Holtum, 1994). Evidências sugerem que o
aparecimento de resistência a um herbicida em uma população de plantas é devido à seleção de genótipos
resistentes preexistentes, que devido à pressão de seleção, exercida por repetidas aplicações de um mesmo
herbicida, encontra condições para multiplicação (Betts et al., 1992). O primeiro caso de Conyza bonariensis
resistente ao glyphosate
O primeiro caso de Conyza bonariensis resistente ao glyphosate foi relatado em 2003 e atualmente foram
identificados biótipos de buva resistentes ao glyphosate na África do Sul, Espanha e Brasil (Weed Science,
2007). No Brasil Roman et al. (2004) e Vargas et al. (2005) identificaram e caracterizaram biótipos de azevém
resistentes ao glyphosate em pomares e culturas anuais. O número de espécies resistentes ao glyphosate está
aumentando, sendo que, atualmente, são reconhecidas 8 espécies resistentes em 30 diferentes regiões (Weed

1
Science, 2007). O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes tratamentos herbicidas no
controle de buva (Conyza bonariensis) resistente ao glyphosate.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado em Cruz Alta, em área do produtor, colaborador da Embrapa Trigo, infestada com
buva resistente ao glyphosate, utilizando-se o delineamento experimental de blocos casualizados, com 4
repetições. Os tratamentos estão listados na Tabela 1. Os tratamentos foram aplicados no dia 28.11.06 em
dessecação pré semeadura da soja sobre plantas de buva em estádio vegetativo, com altura de 30 a 50 cm. A
variedade de soja utilizada foi a BRS-244 e a semeadura ocorreu no dia 28.12.06. Para aplicar os tratamentos
foi utilizado aspersor de precisão pressurizado com C02. A infestação média da área era de 136 plantas de
buva por metro quadrado. As avaliações de controle foram realizadas aos 7, 14 e 28 dias após a aplicação dos
tratamentos (DAA), utilizando-se escala percentual, onde a nota zero significou ausência de controle enquanto
que a nota 100% morte ou completa supressão das plantas de buva. Nos tratamentos com aplicação
seqüencial as avaliações foram realizadas após a aplicação do segundo herbicida. Foi avaliada ainda a
fitotoxicidade sobre a cultura da soja aos 7, 14, 28 dias após a emergência da cultura (DAE). Os resultados
foram analisados estatisticamente pelo teste F e quando constatadas diferenças significativas, as médias foram
comparadas pelo teste de Duncan a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação realizada aos 7 DAA, observou-se que os tratamentos contendo os herbicidas Finale (glufosinato
de amônio) e Gramocil (paraquat + diuron) foram os que provocaram sintomas de fitotoxicidade mais severos
nas plantas de buva (Conyza bonariensis) (Tab. 2). Vale destacar ainda que os tratamentos contendo DMA ou
Aminol (2,4-D) ou Ally (metsulfuron methyl) associados ao Gliz, Trop ou Roundup Original (glyphosate)
proporcionaram controle entre 70 e 80%. Os demais tratamentos apresentaram controle entre 30 e 70%.
Na segunda avaliação, realizada aos 14 DAA, os tratamentos contendo os herbicidas Finale (glufosinato de
amônio), Gramocil (paraquat + diuron), DMA ou Aminol (2,4-D) + Gliz ou Trop (glyphosate) e os tratamentos
com Ally (metsulfuron-methyl) ou Sanson (nicosulfuron) associados ao Roundup Original, Gliz ou Trop
(glyphosate) apresentaram controle acima de 85%. Novamente observou-se que os tratamentos contendo
Roundup Original (glyphosate) isolado não apresentaram controle satisfatório (Tab. 2). Os demais tratamentos
apresentaram controle entre 50 e 80%.
Na terceira avaliação, realizada aos 28 DAT, observou-se que os tratamentos contendo Trop (glyphosate)
associado ao DMA, Gliz (glyphosate) + Aminol (2,4-D) ou Roundup original (glyphosate) associado ao Ally
(metsulfuron-methyl) apresentaram controle total da buva (Tab. 2). Já os tratamentos contendo DMA (2,4-D)
isolado e os tratamentos Roundup Original (glyphosate) associado ao Sanson (nicosulfuron) evidenciaram
controle acima de 95% (Tab. 2). Os tratamentos com aplicações seqüenciais de Roundup Original (glyphosate)
mais Gramocil (paraquat + diuron) e a aplicação seqüencial de Finale (glufosinato de amônio) e Finale +
Hussar (iodosulfuron methyl sodium) provocaram controle semelhante sobre a buva, com valores entre 88 e
93% (Tab. 2). Já os tratamentos contendo Roundup original (glyphosate) associado ao Classic (chlorimuron) e
os tratamentos seqüenciais de Finale (glufosinato de amônio) mais Sencor (metribuzin) ou Cobra (lactofen)
proporcionaram controle entre 80 e 85%. Os tratamentos contendo Roundup Original (glyphosate) isolado não
apresentaram controle satisfatório (38%). Os demais tratamentos evidenciaram níveis de controle entre 50 e
75% (Tab. 2).
A avaliação de fitotoxicidade sobre a cultura da soja (variedade BRS-244) evidenciou que os tratamentos
herbicidas contendo Ally (metsulfuron-methyl) e Hussar (iodosulfuron methyl sodium) provocam redução do
crescimento e clorose das folhas da soja.
CONCLUSÕES
Os resultados permitem concluir que buva adquiriu resistência ao glyphosate e que mecanismos herbicidas
alternativos apresentam controle satisfatório de buva. Os tratamentos herbicidas contendo 2,4-D (DMA ou
Aminol) ou Ally (metsulfuron-methyl) associados ao glyphosate (Trop, Gliz ou Roundup Original), os
tratamentos seqüenciais com Roundup Original (glyphosate) e Gramocil (paraquat + diuron) e a aplicação
seqüencial de Finale (glufosinato de amônio) isolado proporcionam controle acima de 90% dos biótipos de
buva resistentes ao glyphosate. Além disso, detectou-se que a aplicação do Ally e do Hussar resulta em
fitotoxicidade na cultura da soja.
CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO
O trabalho apresenta como contribuição prática a informação sobre a sensibilidade da buva resistente aos
mecanismos herbicidas alternativos, destacando-se o 2,4-D, o Ally, o Finale e o Gramocil como excelentes
alternativas de controle. Como contribuição científica
comprova a ocorrência de resistência ao glyphosate e a sensibilidade ao outros mecanismos de ação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTS, K.J.; EHLKE, N.J.; WYSE, D.L.; GRONWALD, J.W.; SOMERS, D.A. Mechanism of inheritance of diclofop resistance in italian ryegrass (Lolium multiflorum). Weed Science, Champaign, v.40, n.2, p.184-189, 1992.
BURNSIDE, O. C. Rationale for developing herbicide-resistant crops. Weed technology, champaign, v.6, n.3, p.621-625, 1992.
KISSMANN, K. G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. TOMO II. São Paulo: Basf Brasileira S. A., 1992. 798p. POWLES, S. B. & HOLTUM, J. A. M. Herbicide resistance in plants: biology and biochemistry.
Boca Raton, 1994.
ROMAN, E.S.; VARGAS, L.; RIZZARDI, M.A.; MATTEI, R.W. Resistência de azevém (Lolium multiflorum) ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, v.22, n.2, p.301-306, 2004.
VARGAS, L.; ROMAN, E. S.; RIZZARDI, M. A.; MATTEI, R. W. Alteração das características biológicas dos biótipos de azevém (Lolium multiflorum) ocasionada pela resistência ao herbicida glyphosate. Planta Daninha,
Viçosa, v. 23, n. 1, p. 153-160, 2005. WEED SCIENCE. International survey of herbicide resistant weeds. Disponível em: <http://www.weedscience.org/in.asp>. Acesso em 10/02/2007. WEED SCIENCE. Glycines (g/9)
resistant weeds by species and country.
Disponível em: http://www.weedscience.org/Summary/ UspeciesMOA.asp?lstMOAID=12&FmHRACGroup=Go. Acesso em 10/ 02/2007.

2
Tabela 1. Lista de tratamentos avaliados. Embrapa Trigo, 2006.

Tabela 2. Controle (%) de buva (Conyza bonariensis) por diferentes herbicidas e doses. Embrapa Trigo, Passo
Fundo, RS, 2006.

3
ALTERNATIVAS DE CONTROLE PARA BUVA (Conyza canadensis E
Conyza bonariensi) RESISTENTE AO GLYPHOSATE
Murilo Sala Moreira (murilosala9@hotmail.com, ESALQ/USP); Marcel Sereguin Cabral de Melo (ESALQ/USP); Fernando Tersi (Fazenda Cambuhy); Paulo Sperandio (Fazenda
Cambuhy); Marcelo Nicolai (ESALQ.USP); Pedro Jacob Christoffoleti (ESALQ/USP).

RESUMO – A identificação da existência de biótipos resistentes de buva (Conyza canadensis e Conyza
bonariensis) ao herbicida glyphosate no Brasil ocorreu em 2005, em pomares de citros do estado de São
Paulo. Sabendo-se da importância que o glyphosate apresenta no setor, o presente trabalho teve por objetivo
identificar as melhores alternativas de controle para as populações resistentes de buva em diferentes estádios
fenológicos. Para isso foram realizados três experimentos em pomares de citros do estado de São Paulo, que
apresentavam biótipos resistentes de buva ao glyphosate. O delineamento estatístico utilizado foi de blocos ao
acaso com três repetições para todos os experimentos, e a unidade experimental era representada por duas
entrelinhas de citros. A aplicação dos tratamentos foi realizado com pulverizador costal pressurizado por CO2,
regulado para uma vazão de 200 L ha-1. Os resultados
obtidos foram analisados através do teste de Tukey sobre a análise da variância ao nível de 10% de
probabilidade. Todos os experimentos foram realizados após uma aplicação usual de glyphosate realizada pela
fazenda, fazendo com que apenas as plantas resistentes de buva sobrevivessem. Através dos resultados
pode-se concluir que, em plantas jovens os tratamentos de glyphosate + bromacil + diuron, glyphosate +
atrazina e glyphosate + diuron são os tratamentos mais eficientes.
Em plantas em estágio de desenvolvimento mais avançado (pré florescimento), o glyphosate apresenta uma
eficiência bastante reduzida, necessitando, portanto que outro herbicida não seletivo seja utilizado como
padrão. Isso pode ser comprovado pelos resultados do terceiro experimento, onde o amônio glufosinato foi
utilizado como padrão, obtendo resultados bem eficientes.
Palavras chave: glyphosate, buva, citros.
INTRODUÇÃO
É obvio que a grande utilização de culturas tolerantes ao glyphosate tem aumentado o uso deste produto nos
últimos anos, aumentando significativamente também a adoção de sistemas conservacionistas de solo, como o
plantio direto (Gianessi et al., 2002).
A combinação de fatores como o aumento significativo na utilização do glyphosate, aumento na adoção de
sistemas conservacionistas de solo e possibilidade de uso do glyphosate em qualquer estádio fenológico das
culturas criou um aumento significativo no risco de aparecimento de plantas daninhas resistentes, isso por
conseqüência do aumento da pressão de seleção exercida pelo herbicida (Neve et al., 2003). Vale ressaltar
que a utilização intensiva de glyphosate, além de aumentar o risco de seleção de plantas resistentes, também
provoca a seleção de plantas tolerantes a este produto, como a trapoeraba, erva-quente e corda-de-viola
(Culpepper, 2006; Christoffoleti, 2001).
A evolução da resistência de plantas daninhas ao glyphosate é recente, pois se observando os registros da
década de 1980, não se encontra nenhum caso de resistência, mesmo após 20 anos de utilização do
glyphosate (Dyer, 1994).
O primeiro relato de resistência no Brasil foi em 2003, para o Lolium multiflorum, no Rio Grande do Sul, onde a
adoção de sistemas conservacionistas de solo, principalmente em culturas perenes e de culturas tolerantes ao
glyphosate, especialmente a soja, fez com que aumentasse muito a utilização do glyphosate, selecionando
assim biótipos resistentes. Já para Conyza canadensis e C. bonariensis os primeiros relatos foram feitos em
2005, em pomares de citros do Estado de São Paulo (Moreira et al., 2007), que também tem como base o
manejo conservacionista do solo, onde o glyphosate é muitas vezes o único herbicida utilizado.
Os fatores que levaram a seleção dos biótipos resistentes dessas espécies são praticamente os mesmos:
utilização intensiva do glyphosate; adoção de sistemas conservacionistas de solo, que tem como base a
dessecação das plantas e o não revolvimento do solo; e espécies altamente prolíficas que possuem alta
adaptabilidade aos sistemas de produção adotados. Sendo assim, sabendo da importância que o glyphosate
possui no atual sistema de manejo de plantas daninhas adotado por grande parte dos produtores, o objetivo do
trabalho foi identificar alternativas de controle que possam ser utilizadas para o controle dos biótipos
resistentes de buva em diferentes estádios fenológicos.
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram realizados no município de Matão- SP, em áreas da fazenda Cambuhy durante os
meses de março a julho de 2007, em áreas que apresentavam biótipos de buva resistentes ao glyphosate.
Foram realizados três experimentos, com aplicação de glyphosate em diferentes estádios de desenvolvimento
das plantas de buva. Em todos os experimentos o delineamento estatístico utilizado foi de blocos ao acaso com
três repetições para cada tratamento, cada unidade experimental foi representada por 3 plantas de citros. A
aplicação do herbicida nos tratamentos foram realizados com pulverizador costal pressurizado com CO 2, com
pressão constante de 40 lb, regulado para um consumo de calda de 200 L ha-1.
Para padronização da área, evitando que alguns tratamentos pudessem ser beneficiados ou prejudicados pela
maior ou menor proporção de plantas resistentes, antes da aplicação dos tratamentos foi realizada uma
aplicação de glyphosate na dose de 1440 g. e.a. ha-1, fazendo com que apenas as plantas resistentes
sobrevivessem.

4
Tabela 1. Características dos três experimentos realizados, estádio fenológico, herbicida padrão.

Tabela 2. Lista dos tratamentos utilizados em plantas com até 10 folhas.

1 Ingrediente ativo; 2 produto comercial; * adição de adjuvante 0,25 v/v.

Tabela 3. Lista dos tratamentos aplicados em estádio de pré-florescimento, tendo o glyphosate como padrão

1 Ingrediente ativo; 2 produto comercial; * adição de adjuvante 0,25 v/v.

5
Tabela 4. Lista dos tratamentos aplicados em estádio de pré-florescimento tendo o amônio-glufosinato como
padrão.

Tabela 5. Nível de controle percentual de buvas (Conyza canadensis e Conyza bonariensis) aos 14, 21 e 28
DAA, quando as plantas apresentavam se em estádio fenológico de 10 folhas.

* adição de adjuvante 0,25 v/v. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (10%).

Na tabela 1, é possível verificar as características dos três experimentos realizados, como estádio fenológico
no momento da aplicação e o herbicida que foi utilizado como padrão para a dessecação. Nas tabelas 2, 3 e 4
encontram-se as listas dos tratamentos utilizados nos três experimentos, podendo ser verificado que a dose e
os tratamentos variam de acordo com o estádio fenológico. As listas de tratamentos foram feitas somente com
produtos registrados para a cultura do citros e baseado nas condições de cada herbicida.
Foi realizada avaliação percentual de controle aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos tratamentos, onde
“0” representava ausência total de sintomas e “100” morte da planta. Os dados coletados foram analisados
através do teste F sobre a análise da variância, seguido do teste de Tukey ao nível de 10%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 5 estão representados os resultados do experimento realizado com as plantas em estádio fenológico
de até 10 folhas. Observa-se que os tratamentos mais eficientes foram os: glyphosate + bromacil + diuron,
glyphosate + atrazina e glyphosate + diuron. Percebe-se ainda que o tratamento com glyphosate aplicado
isoladamente apresentou um controle muito baixo comprovando a resistência da população em questão. O
paraquat e o amônio glufosinato que são herbicidas não seletivos, apresentaram um controle ineficiente, devido
a alta brotação lateral das plantas após a sua aplicação.

6
Na tabela 6, encontram-se os resultados do experimento com aplicação dos herbicidas em plantas em estádio
de pré-florescimento, tendo o glyphosate e o paraquat como herbicidas padrões para a dessecação. Observase que os tratamentos de amônio-glufosinato, paraquat + MSMA e paraquat + flumioxazin foram os tratamentos
que apresentam um controle mais eficiente, porém insatisfatório, com médias inferiores a 80% ao final das
avaliações. Considerando que as plantas em estádio mais avançado de desenvolvimento apresentaram uma
maior dificuldade para serem controladas, utilizando tratamentos em que os herbicidas padrões de dessecação
foram glyphosate e paraquat, um terceiro experimento representado na tabela 7, teve como herbicida padrão
de dessecação o amônio-glufosinato.
Tabela 6. Nível de controle percentual de buvas (Conyza canadensis e Conyza bonariensis) aos 14, 21 e 28
DAA, quando as plantas apresentavam se em estádio fenológico de pré-florescimento.

* adição de adjuvante 0,25 v/v. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (10%).

Tabela 7. Nível de controle percentual de buvas (Conyza canadensis e Conyza bonariensis) aos 14, 21 e 28
DAA, quando as plantas apresentavam se em estádio fenológico de pré-florescimento, tendo o amônio
glufosinato como padrão.

* adição de adjuvante 0,25 v/v. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (10%).

Observando os resultados da tabela 7, pode-se concluir que o amônio-glufosinato apresentou um controle
eficiente em quase todos os tratamentos realizados, inclusive em associação com o glyphosate, com médias
de controle acima de 81% para a maioria dos tratamentos testados ao final das avaliações. Tais resultados
podem indicar uma alternativa de controle eficiente para plantas de buva resistentes e em estádios fenológicos
de desenvolvimento avançado.
7
CONCLUSÕES
Através dos dados e das condições em que foram realizados os experimentos, podemos concluir que: - A
suscetibilidade das plantas de buva está diretamente ligadas ao seu estádio de desenvolvimento, sendo,
portanto, de grande importância um conhecimento mais detalhado sobre as características biológicos de
crescimento e desenvolvimento para que se possa assim,
montar um plano de controle mais eficiente. - Em plantas jovens, os herbicidas inibidores do fotossistema II,
como a atrazina e o diuron, apresentam um controle muito eficiente sobre as plantas de buva resistente. - O
amônio-glufosinato pode ser utilizado com alternativa eficiente de controle em plantas com estágio de
desenvolvimento mais avançados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHRISTOFFOLETI, P.J. Análise comparativa do crescimento de biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) resistente e suscetível aos herbicidas inibidores da ALS. Planta daninha, v. 19,
p. 75-83, 2001. CULPEPPER, A.S. Glyphosate-induced weed shifts. Weed Technology, v. 20, p.277-281, 2006.
DYER, W.E. Resistance to glyphosate. In: POWLES, S.B.; HOLTUM, J.A.M. (Ed.). Herbicide resistance in plants: biology and biochemistry. Boca Raton, FL: Lewis, 1994. p. 229–242.
GIANESSI, L.P.; SILVERS, C.S.; SANKULA, S.; CARPENTER, J. Plant
biotechnology: current and potential impact for improving pest management in U.S. agriculture. An analysis of 40 case studies-herbicide tolerant soybean. Washington D.C.: National
Center for Food and Agricultural Policy, 2002. 32p.
MOREIRA, M.S.; NICOLAI, M.; CARVALHO, S.J.P.; CHRISTOFFOLETI, P.J. Resistência de Conyza canadensis e Conyza bonariensis ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, v. 25,
n. 1, p. 157-164 , 2007.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a todo apoio da Fazenda Cambury para realização deste projeto, em especial o Eng. Agro Dr. Fernando Tersi e o Eng. Agro. Paulo Sperandio.

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Buva

  • 1. 1. Biologia e ecofisiologia de buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis) LAZAROTO, Carlos Alberto; FLECK, Nilson Gilberto; VIDAL, Ribas Antonio.. Cienc. Rural , Santa Maria, v. 38, n. 3, 2008. Conyza bonariensis (L.) Cronquist e Conyza canadensis (L.) Cronquist são duas espécies de plantas daninhas pertencentes à família Asteraceae. Com freqüência, elas infestam pomares, vinhedos e outras culturas, como milho, soja e algodão e, também, culturas forrageiras, pastagens e áreas não-cultivadas. Esta revisão de literatura tem por objetivos descrever e discutir as características botânicas, biológicas e ecofisiológicas daquelas espécies com a finalidade de facilitar a adoção de estratégias para seu manejo em culturas ou limitar seu estabelecimento. Conyza canadensis é uma espécie anual ou bienal, nativa da América do Norte, enquanto C. bonariensis é uma espécie anual, nativa da América do Sul. A propagação destas espécies dá-se através de sementes que são facilmente dispersas através do vento e da água. As sementes não apresentam dormência e podem germinar prontamente em condições de temperatura e umidade favoráveis. Em vários países, inclusive no Brasil, foi constatada resistência aos herbicidas em biótipos destas espécies. Adoção de práticas culturais diversificadas, integradas ao controle químico, pode minimizar os efeitos negativos provocados por buva e, também, prevenir casos de resistência. HERBICIDAS ALTERNATIVOS RESISTENTE AO GLYPHOSATE PARA MANEJO DE BUVA Leandro Vargas (Embrapa Trigo,vargas@cnpt.embrapa.br), Dirceu Agostinetto (Universidade Federal de Pelotas - dirceu_agostinetto@ufpel.tche.br), Roberto Estevão Toledo (Associação brasileira de ação a resistência de plantas a herbicidas (HRAC-BR, roberto.toledo@arysta.com.br), Juliana Maria de Paula (Estudante de Mestrado da UFPel, bolsista CNPq). RESUMO - A buva é uma espécie daninha comum em lavouras de inverno/verão no Brasil. O glyphosate é um herbicida total, utilizado para manejo da vegetação para formar a palhada no sistema plantio direto. Biótipos de buva resistentes ao glyphosate foram identificados no Rio Grande do Sul e São Paulo. O controle dos biótipos resistentes necessita ser realizado com uso de herbicidas alternativos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes tratamentos herbicidas no controle de buva resistente ao glyphosate. Para isso, foi realizado um experimento a campo e avaliados diferentes tratamentos herbicidas. Como resultados observouse que os tratamentos herbicidas contendo 2,4-D (DMA ou Aminol) ou Ally (metsulfuron-methyl) associados ao glyphosate (Trop, Gliz ou Roundup Original), os tratamentos seqüenciais com Roundup Original (glyphosate) e Gramocil (paraquat + diuron) e a aplicação seqüencial de Finale (glufosinato de amônio) isolado proporcionam controle acima de 90% dos biótipos de buva resistentes ao glyphosate. Conclui-se que a buva adquiriu resistência ao glyphosate e que mecanismos herbicidas alternativos apresentam controle satisfatório de buva e que a aplicação do Ally e Hussar pode resultar em fitotoxicidade para a soja. Palavras-chave: Conyza bonariensis, resistência, inibidores da EPSPs. INTRODUÇÃO O glyphosate é um herbicida não seletivo, utilizado há mais de 20 anos para manejo da vegetação para formar a palhada no sistema plantio direto. Com a introdução comercial da soja transgênica resistente ao glyphosate o uso desse herbicida aumentou e atualmente são realizadas de duas a três aplicações por ciclo da soja. O uso indiscriminado de herbicidas provocou a evolução de muitos casos de resistência aos herbicidas por diversas espécies daninhas (Burnside, 1992). A buva, Conyza bonariensis (L.) Cronq., é uma espécie nativa da América do Sul que ocorre na Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. É uma planta anual que se reproduz por sementes que germinam no outono/inverno com encerramento do ciclo na primavera e verão. A buva apresenta grande produção de sementes e fácil dispersão, caracterizando-se como uma espécie agressiva (Kissmann & Groth, 1999). Nos últimos anos observou-se controle insatisfatório da buva em algumas lavouras no Rio Grande do Sul com uso do herbicida glyphosate. Nestas áreas o glyphosate vinha sendo utilizado com sucesso na dessecação pré-semeadura com controle eficiente da buva em diferentes estádios de desenvolvimento. O controle insatisfatório da buva com uso do glyphosate provocou a suspeita de que esta espécie adquiriu resistência a tal molécula herbicida. A resistência é a capacidade adquirida de uma planta em sobreviver a determinados tratamentos herbicidas que, sob condições normais, controlam os integrantes da população. A resistência pode ocorrer naturalmente (seleção) ou ser induzida com uso da biotecnologia (Weed Science, 2007). O uso repetido de uma molécula herbicida pode selecionar biótipos existentes de plantas daninhas preexistentes na população, levando ao aumento do seu número (Powles e Holtum, 1994). Evidências sugerem que o aparecimento de resistência a um herbicida em uma população de plantas é devido à seleção de genótipos resistentes preexistentes, que devido à pressão de seleção, exercida por repetidas aplicações de um mesmo herbicida, encontra condições para multiplicação (Betts et al., 1992). O primeiro caso de Conyza bonariensis resistente ao glyphosate O primeiro caso de Conyza bonariensis resistente ao glyphosate foi relatado em 2003 e atualmente foram identificados biótipos de buva resistentes ao glyphosate na África do Sul, Espanha e Brasil (Weed Science, 2007). No Brasil Roman et al. (2004) e Vargas et al. (2005) identificaram e caracterizaram biótipos de azevém resistentes ao glyphosate em pomares e culturas anuais. O número de espécies resistentes ao glyphosate está aumentando, sendo que, atualmente, são reconhecidas 8 espécies resistentes em 30 diferentes regiões (Weed 1
  • 2. Science, 2007). O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes tratamentos herbicidas no controle de buva (Conyza bonariensis) resistente ao glyphosate. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado em Cruz Alta, em área do produtor, colaborador da Embrapa Trigo, infestada com buva resistente ao glyphosate, utilizando-se o delineamento experimental de blocos casualizados, com 4 repetições. Os tratamentos estão listados na Tabela 1. Os tratamentos foram aplicados no dia 28.11.06 em dessecação pré semeadura da soja sobre plantas de buva em estádio vegetativo, com altura de 30 a 50 cm. A variedade de soja utilizada foi a BRS-244 e a semeadura ocorreu no dia 28.12.06. Para aplicar os tratamentos foi utilizado aspersor de precisão pressurizado com C02. A infestação média da área era de 136 plantas de buva por metro quadrado. As avaliações de controle foram realizadas aos 7, 14 e 28 dias após a aplicação dos tratamentos (DAA), utilizando-se escala percentual, onde a nota zero significou ausência de controle enquanto que a nota 100% morte ou completa supressão das plantas de buva. Nos tratamentos com aplicação seqüencial as avaliações foram realizadas após a aplicação do segundo herbicida. Foi avaliada ainda a fitotoxicidade sobre a cultura da soja aos 7, 14, 28 dias após a emergência da cultura (DAE). Os resultados foram analisados estatisticamente pelo teste F e quando constatadas diferenças significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na avaliação realizada aos 7 DAA, observou-se que os tratamentos contendo os herbicidas Finale (glufosinato de amônio) e Gramocil (paraquat + diuron) foram os que provocaram sintomas de fitotoxicidade mais severos nas plantas de buva (Conyza bonariensis) (Tab. 2). Vale destacar ainda que os tratamentos contendo DMA ou Aminol (2,4-D) ou Ally (metsulfuron methyl) associados ao Gliz, Trop ou Roundup Original (glyphosate) proporcionaram controle entre 70 e 80%. Os demais tratamentos apresentaram controle entre 30 e 70%. Na segunda avaliação, realizada aos 14 DAA, os tratamentos contendo os herbicidas Finale (glufosinato de amônio), Gramocil (paraquat + diuron), DMA ou Aminol (2,4-D) + Gliz ou Trop (glyphosate) e os tratamentos com Ally (metsulfuron-methyl) ou Sanson (nicosulfuron) associados ao Roundup Original, Gliz ou Trop (glyphosate) apresentaram controle acima de 85%. Novamente observou-se que os tratamentos contendo Roundup Original (glyphosate) isolado não apresentaram controle satisfatório (Tab. 2). Os demais tratamentos apresentaram controle entre 50 e 80%. Na terceira avaliação, realizada aos 28 DAT, observou-se que os tratamentos contendo Trop (glyphosate) associado ao DMA, Gliz (glyphosate) + Aminol (2,4-D) ou Roundup original (glyphosate) associado ao Ally (metsulfuron-methyl) apresentaram controle total da buva (Tab. 2). Já os tratamentos contendo DMA (2,4-D) isolado e os tratamentos Roundup Original (glyphosate) associado ao Sanson (nicosulfuron) evidenciaram controle acima de 95% (Tab. 2). Os tratamentos com aplicações seqüenciais de Roundup Original (glyphosate) mais Gramocil (paraquat + diuron) e a aplicação seqüencial de Finale (glufosinato de amônio) e Finale + Hussar (iodosulfuron methyl sodium) provocaram controle semelhante sobre a buva, com valores entre 88 e 93% (Tab. 2). Já os tratamentos contendo Roundup original (glyphosate) associado ao Classic (chlorimuron) e os tratamentos seqüenciais de Finale (glufosinato de amônio) mais Sencor (metribuzin) ou Cobra (lactofen) proporcionaram controle entre 80 e 85%. Os tratamentos contendo Roundup Original (glyphosate) isolado não apresentaram controle satisfatório (38%). Os demais tratamentos evidenciaram níveis de controle entre 50 e 75% (Tab. 2). A avaliação de fitotoxicidade sobre a cultura da soja (variedade BRS-244) evidenciou que os tratamentos herbicidas contendo Ally (metsulfuron-methyl) e Hussar (iodosulfuron methyl sodium) provocam redução do crescimento e clorose das folhas da soja. CONCLUSÕES Os resultados permitem concluir que buva adquiriu resistência ao glyphosate e que mecanismos herbicidas alternativos apresentam controle satisfatório de buva. Os tratamentos herbicidas contendo 2,4-D (DMA ou Aminol) ou Ally (metsulfuron-methyl) associados ao glyphosate (Trop, Gliz ou Roundup Original), os tratamentos seqüenciais com Roundup Original (glyphosate) e Gramocil (paraquat + diuron) e a aplicação seqüencial de Finale (glufosinato de amônio) isolado proporcionam controle acima de 90% dos biótipos de buva resistentes ao glyphosate. Além disso, detectou-se que a aplicação do Ally e do Hussar resulta em fitotoxicidade na cultura da soja. CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO O trabalho apresenta como contribuição prática a informação sobre a sensibilidade da buva resistente aos mecanismos herbicidas alternativos, destacando-se o 2,4-D, o Ally, o Finale e o Gramocil como excelentes alternativas de controle. Como contribuição científica comprova a ocorrência de resistência ao glyphosate e a sensibilidade ao outros mecanismos de ação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BETTS, K.J.; EHLKE, N.J.; WYSE, D.L.; GRONWALD, J.W.; SOMERS, D.A. Mechanism of inheritance of diclofop resistance in italian ryegrass (Lolium multiflorum). Weed Science, Champaign, v.40, n.2, p.184-189, 1992. BURNSIDE, O. C. Rationale for developing herbicide-resistant crops. Weed technology, champaign, v.6, n.3, p.621-625, 1992. KISSMANN, K. G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. TOMO II. São Paulo: Basf Brasileira S. A., 1992. 798p. POWLES, S. B. & HOLTUM, J. A. M. Herbicide resistance in plants: biology and biochemistry. Boca Raton, 1994. ROMAN, E.S.; VARGAS, L.; RIZZARDI, M.A.; MATTEI, R.W. Resistência de azevém (Lolium multiflorum) ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, v.22, n.2, p.301-306, 2004. VARGAS, L.; ROMAN, E. S.; RIZZARDI, M. A.; MATTEI, R. W. Alteração das características biológicas dos biótipos de azevém (Lolium multiflorum) ocasionada pela resistência ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, Viçosa, v. 23, n. 1, p. 153-160, 2005. WEED SCIENCE. International survey of herbicide resistant weeds. Disponível em: <http://www.weedscience.org/in.asp>. Acesso em 10/02/2007. WEED SCIENCE. Glycines (g/9) resistant weeds by species and country. Disponível em: http://www.weedscience.org/Summary/ UspeciesMOA.asp?lstMOAID=12&FmHRACGroup=Go. Acesso em 10/ 02/2007. 2
  • 3. Tabela 1. Lista de tratamentos avaliados. Embrapa Trigo, 2006. Tabela 2. Controle (%) de buva (Conyza bonariensis) por diferentes herbicidas e doses. Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS, 2006. 3
  • 4. ALTERNATIVAS DE CONTROLE PARA BUVA (Conyza canadensis E Conyza bonariensi) RESISTENTE AO GLYPHOSATE Murilo Sala Moreira (murilosala9@hotmail.com, ESALQ/USP); Marcel Sereguin Cabral de Melo (ESALQ/USP); Fernando Tersi (Fazenda Cambuhy); Paulo Sperandio (Fazenda Cambuhy); Marcelo Nicolai (ESALQ.USP); Pedro Jacob Christoffoleti (ESALQ/USP). RESUMO – A identificação da existência de biótipos resistentes de buva (Conyza canadensis e Conyza bonariensis) ao herbicida glyphosate no Brasil ocorreu em 2005, em pomares de citros do estado de São Paulo. Sabendo-se da importância que o glyphosate apresenta no setor, o presente trabalho teve por objetivo identificar as melhores alternativas de controle para as populações resistentes de buva em diferentes estádios fenológicos. Para isso foram realizados três experimentos em pomares de citros do estado de São Paulo, que apresentavam biótipos resistentes de buva ao glyphosate. O delineamento estatístico utilizado foi de blocos ao acaso com três repetições para todos os experimentos, e a unidade experimental era representada por duas entrelinhas de citros. A aplicação dos tratamentos foi realizado com pulverizador costal pressurizado por CO2, regulado para uma vazão de 200 L ha-1. Os resultados obtidos foram analisados através do teste de Tukey sobre a análise da variância ao nível de 10% de probabilidade. Todos os experimentos foram realizados após uma aplicação usual de glyphosate realizada pela fazenda, fazendo com que apenas as plantas resistentes de buva sobrevivessem. Através dos resultados pode-se concluir que, em plantas jovens os tratamentos de glyphosate + bromacil + diuron, glyphosate + atrazina e glyphosate + diuron são os tratamentos mais eficientes. Em plantas em estágio de desenvolvimento mais avançado (pré florescimento), o glyphosate apresenta uma eficiência bastante reduzida, necessitando, portanto que outro herbicida não seletivo seja utilizado como padrão. Isso pode ser comprovado pelos resultados do terceiro experimento, onde o amônio glufosinato foi utilizado como padrão, obtendo resultados bem eficientes. Palavras chave: glyphosate, buva, citros. INTRODUÇÃO É obvio que a grande utilização de culturas tolerantes ao glyphosate tem aumentado o uso deste produto nos últimos anos, aumentando significativamente também a adoção de sistemas conservacionistas de solo, como o plantio direto (Gianessi et al., 2002). A combinação de fatores como o aumento significativo na utilização do glyphosate, aumento na adoção de sistemas conservacionistas de solo e possibilidade de uso do glyphosate em qualquer estádio fenológico das culturas criou um aumento significativo no risco de aparecimento de plantas daninhas resistentes, isso por conseqüência do aumento da pressão de seleção exercida pelo herbicida (Neve et al., 2003). Vale ressaltar que a utilização intensiva de glyphosate, além de aumentar o risco de seleção de plantas resistentes, também provoca a seleção de plantas tolerantes a este produto, como a trapoeraba, erva-quente e corda-de-viola (Culpepper, 2006; Christoffoleti, 2001). A evolução da resistência de plantas daninhas ao glyphosate é recente, pois se observando os registros da década de 1980, não se encontra nenhum caso de resistência, mesmo após 20 anos de utilização do glyphosate (Dyer, 1994). O primeiro relato de resistência no Brasil foi em 2003, para o Lolium multiflorum, no Rio Grande do Sul, onde a adoção de sistemas conservacionistas de solo, principalmente em culturas perenes e de culturas tolerantes ao glyphosate, especialmente a soja, fez com que aumentasse muito a utilização do glyphosate, selecionando assim biótipos resistentes. Já para Conyza canadensis e C. bonariensis os primeiros relatos foram feitos em 2005, em pomares de citros do Estado de São Paulo (Moreira et al., 2007), que também tem como base o manejo conservacionista do solo, onde o glyphosate é muitas vezes o único herbicida utilizado. Os fatores que levaram a seleção dos biótipos resistentes dessas espécies são praticamente os mesmos: utilização intensiva do glyphosate; adoção de sistemas conservacionistas de solo, que tem como base a dessecação das plantas e o não revolvimento do solo; e espécies altamente prolíficas que possuem alta adaptabilidade aos sistemas de produção adotados. Sendo assim, sabendo da importância que o glyphosate possui no atual sistema de manejo de plantas daninhas adotado por grande parte dos produtores, o objetivo do trabalho foi identificar alternativas de controle que possam ser utilizadas para o controle dos biótipos resistentes de buva em diferentes estádios fenológicos. MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram realizados no município de Matão- SP, em áreas da fazenda Cambuhy durante os meses de março a julho de 2007, em áreas que apresentavam biótipos de buva resistentes ao glyphosate. Foram realizados três experimentos, com aplicação de glyphosate em diferentes estádios de desenvolvimento das plantas de buva. Em todos os experimentos o delineamento estatístico utilizado foi de blocos ao acaso com três repetições para cada tratamento, cada unidade experimental foi representada por 3 plantas de citros. A aplicação do herbicida nos tratamentos foram realizados com pulverizador costal pressurizado com CO 2, com pressão constante de 40 lb, regulado para um consumo de calda de 200 L ha-1. Para padronização da área, evitando que alguns tratamentos pudessem ser beneficiados ou prejudicados pela maior ou menor proporção de plantas resistentes, antes da aplicação dos tratamentos foi realizada uma aplicação de glyphosate na dose de 1440 g. e.a. ha-1, fazendo com que apenas as plantas resistentes sobrevivessem. 4
  • 5. Tabela 1. Características dos três experimentos realizados, estádio fenológico, herbicida padrão. Tabela 2. Lista dos tratamentos utilizados em plantas com até 10 folhas. 1 Ingrediente ativo; 2 produto comercial; * adição de adjuvante 0,25 v/v. Tabela 3. Lista dos tratamentos aplicados em estádio de pré-florescimento, tendo o glyphosate como padrão 1 Ingrediente ativo; 2 produto comercial; * adição de adjuvante 0,25 v/v. 5
  • 6. Tabela 4. Lista dos tratamentos aplicados em estádio de pré-florescimento tendo o amônio-glufosinato como padrão. Tabela 5. Nível de controle percentual de buvas (Conyza canadensis e Conyza bonariensis) aos 14, 21 e 28 DAA, quando as plantas apresentavam se em estádio fenológico de 10 folhas. * adição de adjuvante 0,25 v/v. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (10%). Na tabela 1, é possível verificar as características dos três experimentos realizados, como estádio fenológico no momento da aplicação e o herbicida que foi utilizado como padrão para a dessecação. Nas tabelas 2, 3 e 4 encontram-se as listas dos tratamentos utilizados nos três experimentos, podendo ser verificado que a dose e os tratamentos variam de acordo com o estádio fenológico. As listas de tratamentos foram feitas somente com produtos registrados para a cultura do citros e baseado nas condições de cada herbicida. Foi realizada avaliação percentual de controle aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos tratamentos, onde “0” representava ausência total de sintomas e “100” morte da planta. Os dados coletados foram analisados através do teste F sobre a análise da variância, seguido do teste de Tukey ao nível de 10%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 5 estão representados os resultados do experimento realizado com as plantas em estádio fenológico de até 10 folhas. Observa-se que os tratamentos mais eficientes foram os: glyphosate + bromacil + diuron, glyphosate + atrazina e glyphosate + diuron. Percebe-se ainda que o tratamento com glyphosate aplicado isoladamente apresentou um controle muito baixo comprovando a resistência da população em questão. O paraquat e o amônio glufosinato que são herbicidas não seletivos, apresentaram um controle ineficiente, devido a alta brotação lateral das plantas após a sua aplicação. 6
  • 7. Na tabela 6, encontram-se os resultados do experimento com aplicação dos herbicidas em plantas em estádio de pré-florescimento, tendo o glyphosate e o paraquat como herbicidas padrões para a dessecação. Observase que os tratamentos de amônio-glufosinato, paraquat + MSMA e paraquat + flumioxazin foram os tratamentos que apresentam um controle mais eficiente, porém insatisfatório, com médias inferiores a 80% ao final das avaliações. Considerando que as plantas em estádio mais avançado de desenvolvimento apresentaram uma maior dificuldade para serem controladas, utilizando tratamentos em que os herbicidas padrões de dessecação foram glyphosate e paraquat, um terceiro experimento representado na tabela 7, teve como herbicida padrão de dessecação o amônio-glufosinato. Tabela 6. Nível de controle percentual de buvas (Conyza canadensis e Conyza bonariensis) aos 14, 21 e 28 DAA, quando as plantas apresentavam se em estádio fenológico de pré-florescimento. * adição de adjuvante 0,25 v/v. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (10%). Tabela 7. Nível de controle percentual de buvas (Conyza canadensis e Conyza bonariensis) aos 14, 21 e 28 DAA, quando as plantas apresentavam se em estádio fenológico de pré-florescimento, tendo o amônio glufosinato como padrão. * adição de adjuvante 0,25 v/v. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (10%). Observando os resultados da tabela 7, pode-se concluir que o amônio-glufosinato apresentou um controle eficiente em quase todos os tratamentos realizados, inclusive em associação com o glyphosate, com médias de controle acima de 81% para a maioria dos tratamentos testados ao final das avaliações. Tais resultados podem indicar uma alternativa de controle eficiente para plantas de buva resistentes e em estádios fenológicos de desenvolvimento avançado. 7
  • 8. CONCLUSÕES Através dos dados e das condições em que foram realizados os experimentos, podemos concluir que: - A suscetibilidade das plantas de buva está diretamente ligadas ao seu estádio de desenvolvimento, sendo, portanto, de grande importância um conhecimento mais detalhado sobre as características biológicos de crescimento e desenvolvimento para que se possa assim, montar um plano de controle mais eficiente. - Em plantas jovens, os herbicidas inibidores do fotossistema II, como a atrazina e o diuron, apresentam um controle muito eficiente sobre as plantas de buva resistente. - O amônio-glufosinato pode ser utilizado com alternativa eficiente de controle em plantas com estágio de desenvolvimento mais avançados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHRISTOFFOLETI, P.J. Análise comparativa do crescimento de biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) resistente e suscetível aos herbicidas inibidores da ALS. Planta daninha, v. 19, p. 75-83, 2001. CULPEPPER, A.S. Glyphosate-induced weed shifts. Weed Technology, v. 20, p.277-281, 2006. DYER, W.E. Resistance to glyphosate. In: POWLES, S.B.; HOLTUM, J.A.M. (Ed.). Herbicide resistance in plants: biology and biochemistry. Boca Raton, FL: Lewis, 1994. p. 229–242. GIANESSI, L.P.; SILVERS, C.S.; SANKULA, S.; CARPENTER, J. Plant biotechnology: current and potential impact for improving pest management in U.S. agriculture. An analysis of 40 case studies-herbicide tolerant soybean. Washington D.C.: National Center for Food and Agricultural Policy, 2002. 32p. MOREIRA, M.S.; NICOLAI, M.; CARVALHO, S.J.P.; CHRISTOFFOLETI, P.J. Resistência de Conyza canadensis e Conyza bonariensis ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, v. 25, n. 1, p. 157-164 , 2007. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a todo apoio da Fazenda Cambury para realização deste projeto, em especial o Eng. Agro Dr. Fernando Tersi e o Eng. Agro. Paulo Sperandio. 8