1) Daniela Mercury critica a falta de apoio financeiro para seu camarote no Carnaval, enquanto pessoas morrem por falta de assistência pública. 2) Uma leitora reclama da Embasa por não ter consertado vazamento em sua casa após quatro dias. 3) Outro leitor critica obras viárias com problemas em Salvador, sugerindo que projetos foram enviados pela internet sem conhecimento local.
1. OPINIÃO
SALVADOR QUINTA-FEIRA 5/9/2013A2
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Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ESPAÇO DO LEITOR
O choro de Mercury
É assaz delirante o lamento de Daniela Mer-
cury em relação à impossibilidade de colo-
cação do seu hedonista camarote no circuito
Barra-Ondina do Carnaval. Oh, que pena!
Queixa-sedaajudaoficialpornãopodermais
se fixar nestes lugares. Brincadeira tem hora!
Pessoas morrendo nas filas dos hospitais, nas
favelas, nas ruas, nas secas do sertão por falta
de ajuda dos órgãos públicos! Agora vem esta
coitadinha bufunfada, com o seu lamento
bem gonzaguiano, se queixar de não existir
patrocínio para que ela e os seus amigos glo-
bais se locupletem. Mas já viu! Que coisa mais
hilariante! Dinheiro do contribuinte para o
bolso de quem não precisa! “Mas, rapaz”! Co-
mo diz o nosso pobre matuto. Esta turma
bufunfada não tem jeito mesmo! A carinha
delanoATARDEdo30/8,juntamentecomsua
parceira, dá dó! Me senti ouvindo Triste par-
tida,deGonzagão:“...quandoolheiaterraseca,
...as lágrimas veio nos olhos”. “Mas, rapaz”.
NILTON RIBEIRO DA SILVA, SALVADOR - BA, NIL-
TONRSILVA46@GMAIL.COM
Embasa lenta
Desde sábado (31) abri um chamado na Em-
basa informando que a tubulação do meu
contador partiu por conta da força da água e,
até agora, nenhuma providência foi tomada.
Me passaram um prazo de no máximo 48h e
que meu pedido era com urgência, mas acho
que a Embasa não se importa com o des-
perdício de água, além de me deixar impos-
sibilitada de fazer o consumo. Socorro, Em-
basa. Protocolo 97517843. CLÁUDIA FONSECA
DO NASCIMENTO, CACAU279@HOTMAIL.COM
Nasce morto
Dizia um antigo samba: “Pau que nasce torto
não tem jeito, morre torto; baiano burro, ga-
ranto que nasce morto”. Conclui-se daí que
algumas obras viárias executadas em Salva-
dor devem ter sido projetadas por Autocad
fora daqui e os projetos enviados para cá pela
internet: viaduto Dona Canô, viaduto Nelson
Daiha, sob o qual conseguiram deixar um
cruzamento, bem como o túnel que não casou
com o viaduto em Água de Meninos (lem-
brando que, em Fortaleza, o túnel escavado
artesanalmente por ladrões bateu milime-
tricamente no cofre do Banco Central), entre
outras. HAMILTON MATOS, SALVADOR - BA,
HDAMATOS@GMAIL.COM
Pagar vexame
O governo brasileiro tem solicitado dos es-
tados Unidos explicações sobre o grampo que
foieéfeitoparaespionarogovernoeosistema
comercial e financeiro do Brasil. Pois bem, se
o governo americano, de forma taxativa, as-
sumir que faz tal procedimento, e por fim
indagar: vocês brasileiros vão fazer o quê?
Qual seria o procedimento adotado pelo go-
verno do Brasil... Retaliação comercial; contra
espionagem – dando o troco; ameaça bélica,
sançõesdiplomáticas;solicitaçãodeinterven-
ção da ONU. Acredito que o melhor que o
Brasildevefazerétãosomentemelhoraroseu
sistema de comunicação e informação, pro-
movendo uma maior segurança nos seus da-
dos e informações que são diariamente trans-
mitidos. Por exemplo, desenvolver o próprio
sistema de satélites artificiais. Cobrar infor-
mações dos Estados Unidos da América é cor-
reroriscodepagarumvexameinternacional.
ANTÔNIO ANDRADE MOTA, AAMOTA@
BOL.COM.BR
Diplomacia americana
Na diplomacia e na guerra, é como no xadrez:
busca-se enxergar vários lances à frente, e já
se tem a próxima jogada em mente, para os
diversos cenários estudados. Se a reação ame-
ricana aos protestos brasileiros não for “ade-
quada”, que fará Dilma? Declara guerra aos
Estados Unidos? Estabelece um embargo eco-
nômico?ImpedeaidadebrasileirosàDisney?
Ou, magnânima, aceita a resposta frouxa que
vier? MARIA COELHO, SALVADOR - BA, MARI-
COTINHA63@GMAIL.COM
Obras sem fiscalização
A prefeitura de Salvador deveria possuir téc-
nicosparaacompanharefiscalizarasobrasde
recapeamento asfáltico da cidade. O absurdo
é tão grande que na avenida Caminho de
Areia, na Cidade Baixa, a obra de recapea-
mento sequer teve ainda as pinturas das fai-
xas terminadas e já apresenta dois buracos
entre o largo de Roma e o largo do Papagaio.
É o dinheiro público literalmente indo parar
no buraco. RODRIGO LIMA FERREIRA, SALVA-
DOR - BA, RODRIGO@ALBA.COM.BR
“Passeatódromo”
É deveras preocupante essa questão das ma-
nifestações diárias. Entendemos necessárias
as manifestações e reivindicações desde
quando realizadas com coerência e foco. As-
susta-nos a banalização da manifestação que
hoje agora se confunde com baderna e van-
dalismo. Enxergo em muitos destes movi-
mentosumatransgressãoedesrespeitoàCar-
taMagna–ConstituiçãoFederal,vezqueestão
cerceando o direito de ir e vir das pessoas.
Assim, parafraseando o cantor carioca Lobão,
“necessário torna-se a criação de um ‘pas-
seatódromo’, onde os manifestantes pode-
riam reivindicar e/ou pedir o que bem quiser,
sem atrapalhar a vida dos outros e princi-
palmentesemdepredaropatrimôniopúblico
e/ou privado”. MATHEUS VERNECK, SALVADOR
- BA, MATHEUSVERNECK@YAHOO.COM.BR
Osvaldo Campos Magalhães
Engenheiro civil, mestre em Administração
nelt.oscip@gmail.com
N
o dia 30 de julho de 2013, con-
forme promessa do ex-presidente
Lula em evento de avaliação do
PAC realizado em 2010, a Ferrovia de
Integração Oeste-Leste (Fiol) deveria ter
sido inaugurada, marcando uma nova
etapa para logística de transportes de
cargas no Brasil. Infelizmente, o que se
constatou é que nem um único metro de
trilho foi instalado ao longo dos 1.022
quilômetros do traçado previsto e que,
no trecho entre as cidades de Caetité e
Barreiras, praticamente nenhuma inter-
venção foi feita até agora.
Conforme amplas reportagens realizadas
pelo jornal Valor Econômico, que percorreu
todo o traçado da ferrovia, a Valec, estatal
responsável pela implantação da Fiol, co-
meteu o erro primário de licitar a ferrovia
sem dispor do projeto executivo da obra e,
sem estudos ambien-
tais adequados.
Lembremos que o
ex-presidente da Va-
lec, que dirigiu a em-
presa durante sete
anos e que foi res-
ponsável pela licita-
ção da Fiol, foi preso
pela Polícia Federal,
acusado de prática
de atos administrati-
vos ilegais à frente
da empresa. Lembre-
mos ainda que um
dos principais tre-
chos da ferrovia foi
ganho pela emprei-
teira Delta Engenha-
ria, líder em obras
do PAC, acusada por corrupção ativa.
Enquanto isso, as ligações ferroviárias
de Belo Horizonte a Salvador e Alagoi-
nhas a Juazeiro, que tinham sido pri-
vatizadas em 1996, e que apresentavam
movimentação de cargas sempre decres-
centes, acabam de ser retomadas pelo
governo federal, comprovando o fracasso
do processo de privatização do setor fer-
roviário na Bahia. O acesso ao Porto de
Salvador e a ligação entre Recife e Sal-
vador foram desativados ha mais de 10
anos, sem que nenhuma providência ti-
vesse sido adotada pela Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT).
Se as obras dos sistemas de metrôs nas
principais metrópoles brasileiras não
avançam, o governo federal continua co-
locando como prioridade para o setor o
megaprojeto do trem-bala, ligando Cam-
pinas ao Rio de Janeiro e orçado em
R$ 35 bilhões. Curiosamente, atendendo
a pedido da empresa alemã Siemens, a
Empresa de Planejamento Logístico (EPL)
anunciou o possível adiamento da lici-
tação do projeto.
Coincidentemente, a mesma empresa
alemã, que integrou o Consócio Metrosal,
responsável pelo fracassado projeto do
metrô de Salvador, foi destaque na im-
prensa nacional, ao revelar a existência
de esquema ilegal nos contratos relacio-
nados às obras de metrô e trens urbanos
em São Paulo.
Através de um acordo de leniência que
garantiu imunidade à empresa no pro-
cesso, os executivos da Siemens, em de-
poimento ao Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade), revelaram as
tratativas que resultaram na formação de
cartel em pelo menos cinco licitações
para compra e manutenção de trens para
a Companhia Paulista de Trens Metro-
politanos e para os Metrôs de São Paulo
e do Distrito Federal.
As denúncias atingem principalmen-
te as administrações do PSDB e DEM,
envolvendo os governos Mário Covas,
José Serra, Geraldo Alckmin e José Ar-
ruda. Destaque-se
que o atual governo
de São Paulo tem
nos projetos de mo-
bilidade urbana so-
bre trilhos sua prin-
cipal bandeira.
Lembremos que a
Polícia Federal, em
operação denomi-
nada Castelo de
Areia, já havia com-
provado a existên-
cia de formação de
cartel e acordos de
preços entre as
principais emprei-
teiras do Brasil, nas
obras dos metrôs
das principais me-
trópoles brasileiras, incluindo o de Sal-
vador, que após mais de 13 anos de
obras, quase um bilhão de reais con-
sumidos, ainda não foi capaz de trans-
portar um único passageiro. Contudo, as
provas tinham sido obtidas através de
denúncia anônima, o que possibilitou
ao advogado das empreiteiras, Márcio
Thomas Bastos, conseguir junto ao STJ a
anulação das mesmas. Enquanto os ca-
minhões fazem filas de mais de 25 km
no Porto de Santos para o embarque de
soja e os engarrafamentos travam a mo-
bilidade urbana nas grandes cidades,
provocando imensos prejuízos para eco-
nomia e perda de qualidade de vida
para os cidadãos, permanece a questão:
até quando o Brasil continuará fora dos
trilhos?
Se as obras dos
sistemas de metrôs
nas principais
metrópoles brasileiras
não avançam,
o governo federal
continua colocando
como prioridade para
o setor o megaprojeto
do trem-bala
Menino Joel
Em reunião realizada ontem na Defensoria
Pública do Estado, o coordenador das bases
comunitárias de segurança, tenente-coronel
Admar Fontes, comprometeu-se a permitir a
exibição do documentário Menino Joel, no
Nordeste de Amaralina.
No dia 3 de agosto último, a comunidade do
Nordeste estava reunida em uma das praças
do bairro para mais uma edição do Cine Ma-
loca, projeto que acontece aos sábados, onde
filmes e documentários são exibidos gratui-
tamente. Eles assistiriam ao vídeo que conta
a história do menino que foi morto durante
operação policial, caso de repercussão inter-
nacional.PMsfortementearmadosproibiram
a exibição alegando que o vídeo incitaria a
população contra eles.
Indignados,membrosdaassociaçãodemo-
radores procuraram a Defensoria e pediram
ajuda. O defensor Marcos Fonseca convidou a
PM e os moradores para uma conversa.
Saiuoacordo.Odocumentárioseráexibido
sábado, às 15h, sem intervenção da PM.
Intrigante. A PM agora também censura?
Poder e susto
Duas notícias fizeram os aliados de Jaques
Wagner voarem do céu ao inferno ontem.
O céu: ele apareceu em 33º lugar entre as 60
personalidade mais poderosas do Brasil, se-
gundo listagem feita pelo site IG.
O inferno: estava a bordo do avião da Gol
que foi abalroado ontem no Aeroporto do
Galeão por um Boeing da Emirates.
Wagner disse que só sentiu ‘um tranco’. E,
em entrevista à Metrópole ontem, brincou:
– A Gol que vá reclamar. Quem bate no
fundo tem culpa.
Efeito Donadon
EmvisitaoficialàChinanodiadavotaçãoque
salvou o mandato do deputado-prisioneiro
Nathan Donadon, a deputada Alice Portugal
(PCdoB) teve imenso trabalho para se jus-
tificar, após a execração midiática por conta
da ausência. E admite que não gostou.
Ontem, ela apresentou um projeto de re-
solução que obriga o painel da Câmara que
atesta as presenças a registrar os motivos da
ausência quando o deputado estiver fora.
O presidente Henrique Eduardo Alves
achou a ideia boa.
Saques e tiros
Ás de ouro na polícia baiana até sucumbir
envolvido no escândalo dos grampos telefô-
nicos da era ACM, o delegado Valdir Barbosa
volta à mídia, mas noutro personagem, o de
escritor. Vai lançar dia 16, no Salão no Othon
(19h), pela Casa de Cultura Carolina Taboada,
olivroSaqueseTirosnaNoite–Sonhos,estórias
e histórias de um homem de polícia.
Valdir, que por vários anos foi delega-
do-chefe, narra uma série de episódios po-
liciais, entre eles o de Leonardo Pareja, que
sequestrou uma sobrinha de ACM em Feira.
Condenação revogada
Lembraaquelahistóriadaex-secretáriadePla-
nejamento da Prefeitura de Salvador ter sido
condenada a nove meses e 10 dias de detenção
porcalúnia,injúriaedifamação,numprocesso
movido pelo empresário Alcebíades Barata?
Nada disso está valendo mais.
A juíza Sílvia Lúcia Bonifácio Carvalho, da
6ª Vara Criminal de Salvador, deu decisão
favorável a ela nos embargos de declaração
apresentados contra a sentença anterior.
Ou melhor, anulou a condenação. Kátia se
disse prejudicada no direito de defesa.
SOS Fipe
Pressionado pelo Movimento Passe Livre, que
não dá trégua, o prefeito de Ilhéus, Jabes Ri-
beiro (PP), contratou a Fundação de Pesquisas
Econômicas (Fipe) para analisar o preço da
passagem de ônibus na cidade.
Jabes diz que lá as linhas foram licitadas e
não pode bulir nas tarifas aleatoriamente.
Se a Fipe constatar que é possível baixar, ele
se diz disposto a fazê-lo.
Aliás, o MPL de Ilhéus não dá trégua tam-
bém ao deputado Ronaldo Carletto (PP), que
é sócio de uma das empresas.
Onde a Assembleia itinerante vai, o MPL
está na cola, como em Porto Seguro.
. A Transalvador promete deflagrar a partir
de segunda as novas regras para as ope-
rações de carga e descarga nas ruas de Sal-
vador. Vai ficar proibida das 6h às 21h de
segunda a sexta e aos sábados das 6h às 14h.
Éoportuno.Ontempelamanhã,houvegran-
de engarrafamento rua Thomaz Antônio
Gonzaga, em Pernambués. Era um cami-
nhão de uma cervejaria descarregando.
. O jornalista Carlos Navarro deixou a as-
sessoria do deputado Nelson Pelegrino, com
quem trabalhava desde o início da campa-
nha eleitoral do ano passado.
COLABOROU: PATRÍCIA FRANÇA
Levi Vasconcelos
Jornalista
tempopresente@grupoatarde.com.br
TEMPO PRESENTE O Brasil fora
dos trilhos
Editor interino
Valmir Palma
atarde.com.br/concursos
www.atarde.uol.com.br
DESTAQUES DO PORTAL A TARDE
Prêmio Multishow é
criticado nas redes
Seagri lança edital de
concurso para 137 vagas
Multishow / Divulgação
Ivete e Paulo Gustavo no Multishow
Cau Gomez