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MARÇO
2013
O BandeirantePulicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo
Cabeça de cachorro
Prêmio Flersts Nebó
“Mas então a caraminhola da cabeça já nem sabia que
rumo tomar, pois vinha um gosto amargo subindo pela
garganta e fazendo água azeda na boca. Saliva grossa
que ele engolia, como fazia quase todo dia com tanto
desaforo, tanta mal-querença e falta-de-jeito no trato,
tamanha desavergonhice no procedimento, tanto
fanatismo desmiolado, destramelice da boca,
destemperança do juízo e falta de respeito, tudo coisa de
engrossar saliva com gosto ruim. E era só desse tipo de
coisa que um filho de ninguém tinha resolvido ocupar seu
tempo, todo dia e toda hora.”
Leia a prosa de MARCOS GIMENES SALUN na pg.3
O alisador de areia
“Somos nós que montamos o cenário das vitórias
instantâneas que não duram para sempre. Nós duramos muito
mais. Somos daquela raça de sobreviventes que resistem mais
que um recorde olímpico turbinado de anabolizantes e patroci-
nado pela Nike. Ou pela Adidas. Não temos bandeira pendura-
da nas costas. Nossa volta olímpica termina no depósito de
limpeza dos estádios, embaixo das arquibancadas, com cheiro
de pipoca e cachorro-quente, sem qualquer ovação ou
aplauso. Temos apenas a chave do cadeado ”
AcrônicadeSÉRGIOPERAZZOestánapg.5
Lua nova, quarto
minguante, flauta doce
“É ele quem toca a flauta quando a maré cheia de dengo sobe a
beira do íngreme barranco, e arrasta a lua para debaixo do
jirau da casa de palha onde ele mora com seus Sábados. Ele
apanha a flauta do seu canto ou nem sei se é ela que vai sobre
as notas agasalhar-se em sua boca moída e mascada como um
pergaminho. Ou vice-versa. E ambos tentam apaixonar a lua que
nova e cheia de caprichos.”
OcontodeLUISJORGEFERREIRAvocêlênapg.6
Carlos Roberto Ferriani (pg.3), Jacyra da Costa Funfas (pg.4), José Alberto Vieira (pg.4)
José Leopoldo Lopes de Oliveira (pg.6), Sonia Andruskevicius de Castro (3).
E mais: FATOS & OLHARES e QUEM é QUEM (pg.8)
INSCREVA-SE HOJE MESMO na XII Jornada Médico-Literária Paulista - pg.7
2 O Bandeirante - Março 2013
Jornal O Bandeirante
ANO XXII - nº. 244 -
Março 2013
Publicação mensal da Sociedade
Brasileira de Médicos Escritores -
Regional do Estado de São Paulo
SOBRAMES-SP. Sede: RuaAlves
Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP
Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604
Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes
Salun (MTb 20.405-SP)
Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto
(MTb 17.671-SP).
Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira
Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 –
Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com Tels.: (11) 4521-
6484 Celular (11) 99937-6342.
Colaboradores desta edição (textos literários): Carlos
Roberto Ferriani, Jacyra da Costa Funfas, José Alberto Vieira,
José Leopoldo Lopes de Oliveira, Luiz Jorge Ferreira, Marcos
Gimenes Salun, Sérgio Perazzo e Sonia Andruskevicius de
Castro .
Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de
1.000 exemplares PDF enviados por e-mail.
Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita
de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira
Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo-
Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-
Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro:Aida
Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal
Efetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos
Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky,
Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã.
.
Matérias assinadas são de responsabilidade de seus
autores e não representam, necessariamente, a opinião
da Sobrames-SP
Editores de O Bandeirante
Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994
Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000
Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009
Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009
RobertoA.Aniche e CarlosAugusto F.Galvão - 2010
Josyanne R.A.Franco e CarlosAugusto F.Galvão - 2011-2012
Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - janeiro 2013
Presidentes da Sobrames SP
1º. Flerts Nebó (1988-1990)
2º. Flerts Nebó (1990-1992)
3º. Helio Begliomini (1992-1994)
4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996)
5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998)
6º. Walter Whitton Harris (1999-2000)
7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002)
8º. Luiz Giovani (2003-2004)
9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005)
10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006)
11º. Helio Begliomini (2007-2008)
12º. Helio Begliomini (2009-2010)
13º.Josyanne Rita deArruda Franco (2011-2012)
14º.Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014)
Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun
Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto
Diagramação Marcos Gimenes Salun
Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica
Expediente Editorial
NESTADATAQUERIDA,
NOSSOSPARABÉNS!
Maria da Glória Moreira Civile
21/03
Helio Begliomini
21/03
Março começa divulgando as “Entradas e Bandeiras” da Sobrames SP.
Em ritmo acelerado segue a preparação da XII Jornada Médico-Literá-
riaPaulista.Telefonemas,missivasconvencionais,e-mails eumasériede
outros contatos têm ocupado grande parte dos assuntos da diretoria e
isso vai longe. Em contrapartida, restará aos confrades e confreiras
prestigiaremtodaestatrabalheiracomexpressivaparticipação,afinal
nossa regional completará 25 anos de atividades, assinalando este marco
histórico na futura Jornada.Acompanhe este percurso nas Pizzas Literá-
rias, lendo O Bandeirante e acessando nosso Blog. Inscreva-se e parti-
cipe da história da Sobrames SP!
Josyanne Rita deArruda Franco
Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP
Melhores prosas recebem prêmio
As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecem
na terceira quinta-feira de cada mês,
a partir das 19h00.
PIZZARIA BONDE PAULISTA
Rua Oscar Freire, 1597
Pinheiros - S.Paulo
Nesta edição você poderá ler
os textos em prosa premiados
na edição 2011/2012 do
Prêmio Flerts Nebó. Marcos
Gimenes Salun (ao lado,
recebendo seu prêmio),
Sérgio Perazzo e Luiz Jorge
Ferreira foram os laureados.
Veja mais informações na
coluna Fatos & Olhares na
última página.
Blog chega perto de 12.000 visitas
Desde que foi criado em meados de
2011 o Blog da Sobrames-SP já
recebeu perto de 12.000 visitas.
Neste local você encontra, além de
textos literários dos membros da
Sociedade, um grande acervo de
informações, constantemente
atualizado e revisado. Você poderá
ver, dentre outras informações,
biografias dos escritores, livros
publicados, prêmios e muito mais.
Também estão disponíveis para
leitura ou para donwload em arquivos PDF, as edições do jornal “O Bandei-
rante”, desde janeiro de 2008. Visite, conheça, participe e ajude a
divulgar este importante canal de comunicação da Sobrames-SP.
http://sobramespaulista.blogspot.com.br/
O Bandeirante - Março 2013 3
Marcos Gimenes Salun
Voar
SoniaAndruskevicius de Castro
Cabeça de cachorro
Tinha dias que ele
ficava olhando o horizonte
lá longe, um tempão.
Cismava com o que haveria
pra lá daquela fímbria que
quase não se via. Imaginava
grandiosidades e porcarias,
tudo ao mesmo tempo.
Besteira... Quando cansava
da pasmaceira de olhar o
longe que mal enxergava,
tocava o rumo do pensa-
mento pra outro canto. Sem querer, esfregava
a palma de uma mão com o dedo indicador
da outra e sentia a textura dos anos saltando.
Calos duros, rachados alguns. De que
adiantou tanto muque, tanta “bateção” de
cabeça, tanto sofrimento? Mas não deixava
marejar os olhos, pois disso já se cansara em
tantos dias iguais a este, de pensar no
distante. Então desviava o rumo do
pensamento de novo, que era pra
não embilolar o cucuruto com pensamento
tão sem propósito.
Queria coisa melhor pra pensar. Coisa
de maior importância e serventia do que ficar
naquele terententém do dia inteiro e de todo
dia, de toda hora e de um dia depois do
outro, depois do outro e depois do outro.
Muita coisa pra fazer, pra esquentar o juízo,
pra responder sozinho, sem ninguém pra
dividir prosa ou trabalho. E uma porção de
gente pra dizer cadê isso, cadê aquilo, por
que é que você não viu aquilo outro... Queria
era coisa melhor pra pensar e pra se ocupar.
Mas então a caraminhola da cabeça já
nem sabia que rumo tomar, pois vinha um
gosto amargo subindo pela garganta e
fazendo água azeda na boca. Saliva grossa
que ele engolia, como fazia quase todo dia
com tanto desaforo, tanta mal-querença e
falta-de-jeito no trato, tamanha
desavergonhice no procedimento, tanto
fanatismo desmiolado, destramelice da boca,
destemperança do juízo e falta de respeito,
tudo coisa de engrossar saliva com gosto ruim.
E era só desse tipo de coisa
que um filho de ninguém
tinha resolvido ocupar seu
tempo, todo dia e toda
hora.
Mas daí então passava
a mão de calos e torturas
na cabeça do cachorro que
dormitava a seu lado. Fazia
um carinho meio desa-
jeitado, pois rudeza e
carinho às vezes combinam. O cão abria um
olho agradecido e deixava o outro continuar
sonhando com suas coisas de cachorro. Pensava
outra vez no longe que seus olhos não
alcançavam. Desviava o olhar. A fímbria do
horizonte continuava lá, na sua distância, e ao
seu lado havia um cão que dormitava,
indiferente à tarde.
PREMIO FLERTS NEBÓ
Melhor Prosa de 2011/2012
Uma pequena mancha no céu
Entre nuvens
E de repente duas asas abertas
Descendo num voo rápido
Sincronizando como avião.
A velocidade diminuindo
Um pouso perfeito
Um olhar atento em todas as direções
O avistar de fruta madura
Um voo curto e rápido
A fome saciada
O retorno às alturas
Ao infinitamente grande
A busca da perfeição
O alimento da alma.
Os seres humanos não tem asas
Mas sabem rezar.
4 O Bandeirante - Março 2013
Nós(s)... (a) (Nós)... sessentões
Carlos Roberto Ferriani
A responsabilidade de quem escreve
JoséAlberto Vieira
Jacyra da Costa Funfas
Crepúsculo
Muitos escrevem para expressar um pensamento, um
sentimento, outros por defenderem uma ideia, uma posição, outros
por puro devaneio. Desejamos que aqueles que nos leem percebam o
que está diante de nossas palavras. Que eles sintam o que nós sentimos.
Vejam o que nós vemos. Afinal escrever é em última análise nos
dirigirmos aos outros. Podemos omitir. Podemos mentir, contar meias
verdades.
Fazer ficção de algo que é real ou o inverso. Criamos mitos,
anjos e demônios.
Na hora em que escrevemos temos a onipotência das palavras.
Entretanto, não controlamos a capacidade que o leitor tem de dar
vida às nossas palavras. O que o outro molda em sua mente, os
sentimentos que ele desperta, isso não podemos determinar. Nossa
escrita pode deflagrar reflexões, atos e atitudes e o que advém disso é
imprevisível. Escrever é atirar uma flecha no vazio – nunca se sabe
aonde vai atingir. Daí a importância e a responsabilidade dos que
escrevem. Somos livres para escrevermos o que quisermos, mas temos
que nos submeter às ideias que divulgamos.
Eu sou velho, mas não só sinto cheiro de flores e velas
Tenho uma dorzinha aqui ou acolá, mas que não me alimenta
Às vezes não escuto bem, outras sou surdo bem ouvindo
Durmo tarde, enquanto o sono não vem ou de felicidade de mim
Sexo, uso-o para beijar o verdadeiro amor que me ilumina
Trabalhei muito, mas foi minha maior diversão de vida aprendiz
Chorei lágrimas que saíram, mas retornaram em forma de oração
Amei e amo, acima de mim, o dom da vida que me tem sido imortal
Carrego lições de despertares com o sol ou a chuva, pois enxergo-os
Bebo um vinho bom, ou mesmo ruim quando resta o que é o único
Nunca acho que o amor é um engodo da natureza para a procriação
Vejo em meus filhos a maior lição da Bondade do Deus supremo
Atualizo meus neurônios quando oro sem perseguir a graça
Escancaro-me pelo presente, pois o meu sorriso ainda não mudou
Tenho amigos que choram, riem comigo e perdoam meus erros
Às vezes esqueço coisas, mas que não são as mais importantes
Parabenizo a felicidade de saber das minhas imperfeições
Extravagante, dou-me o direito de ouvir as músicas que me seduzem
Pela compaixão, perdôo as minhas intolerâncias aos sublimes delitos
Combato meus vícios e paixões com a sabedoria de me saber tentando
Enfim, compro-me seguro e certo de que me tenho por inteiro,
Embora um dia que me irei, nunca porém de mim.
No crepúsculo,
O Sol vaidoso
Admirava sua beleza
Espelhando-se no mar.
Mas, logo recolheu suas madeixas douradas
Para sair de cena
Dando lugar à Lua
Que já apontava sorridente,
Vestida com poucas nuvens esgarçadas,
Abrilhantadas pelo pisca-pisca das estrelas.
O Bandeirante - Março 2013 5
O alisador de areia
Sérgio Perazzo
Sou aquele cara que aparece de costas,
duas vezes, na transmissão pela tevê da seletiva
de atletismo da Jamaica, visando a classificação
para as Olimpíadas de Londres. Estou
empunhando uma espécie de rodo comprido e
largo, alisando a areia da caixa que recebe a
aterrissagem final de pés juntos dos atletas da
prova de salto triplo. Sem a minha intervenção
discreta depois de cada salto, os juízes não
podem medir a extensão das marcas e os
recordes não podem ser batidos com metragem
precisa.
Na pista ao lado, Usain Bolt, lenda viva,
se prepara para a final dos 100 metros rasos
onde, surpreendentemente, vai ser batido por
Yoyan Blake, o novo ídolo dos velocistas. Tática
de Bolt, correndo o suficiente para se classificar,
se guardando para a final de Londres? Ninguém
sabe nem tem como saber.
Somos um batalhão de anônimos
desconhecidos: o juiz que muda o suporte do
sarrafo do salto com vara; a moça de preto
com saia de faixas verde, amarela e vermelha,
que carrega a bandeja de medalhas até o pódio;
o funcionário que levanta o obstáculo de
madeira plastificada que foi derrubado nos 110
com barreiras; o garoto que enxuga o piso
sintético da quadra de vôlei ou amarra a rede
do aro da tabela de basquete; o gandula que
vai pegar a bola que passou raspando a trave
direita; o moço que abastece de pó de magnésio
o recipiente em que os ginastas mergulham as
mãos para não escorregarem dos aparelhos.
Somos nós que montamos o cenário das
vitórias instantâneas que não duram para
sempre. Nós duramos muito mais. Somos
daquela raça de sobreviventes que resistem mais
que um recorde olímpico turbinado de
anabolizantes e patrocinado pela Nike. Ou pela
Adidas. Não temos bandeira pendurada nas
costas. Nossa volta olímpica termina no depósito
de limpeza dos estádios, embaixo das
arquibancadas, com cheiro de pipoca e cachorro-
quente, sem qualquer ovação ou aplauso. Temos
apenas a chave do cadeado. Nem chegamos a ser
treinados para a vida, que dirá para a vitória, cujo
sabor desconhecemos. A prova de nossa especialidade
é o fracasso. Fracasso à distância. Porém, ser
flagrado pela tevê alisando a caixa de areia é meu
momento de glória que campeão nenhum pode me
roubar. Mais amplo que um salto triplo. Os 15
segundos de fama a que todo ser humano tem direito
no palco dessa vida, que seja com chavão
melodramático.
Esse mundo imerso em anonimato precisa de
heróis, não é? Pois bem, eu sou o herói da vassoura,
do rodo, do esfregão, do alisador de areia diante do
altar dos deuses olímpicos. O anti-herói dá sentido
àquilo que precisamos chamar de herói, de vencedor,
de recordista. Faz jus à existência de medalhas. A
uma coleção enferrujada de troféus.
A certeza que já ultrapassou a intuição me diz
que minha vida será sempre difícil. Caminho sem
volta. Largada queimada ao som da pistola do starter.
Sim, o mundo é feito para poucos, esse mundo
inflacionado de desejos deixa pouca margem à
esperança. Ao brilho do cume das coisas.
Por isso sou perfeito alisando a areia. Quem
sabe alguém está me filmando sem que eu saiba.
Talvez eu vá parar no youtube que irá colorir o meu
triste monólogo que já virou domínio da internet
pontocom.
Sim, sou aquele cara da caixa de areia do salto
triplo, ao lado da raia do Usain Bolt quebrando
recordes olímpicos para os olhos anônimos da
arquibancada, onde eu também me dissolvo e
desapareço. Mais um grão de areia na caixa do salto
triplo. Vai ver, viemos do mesmo gueto. Do mesmo
berço. Da mesma favela.
Mas o Usain Bolt, mesmo perdendo a final dos
100 metros rasos, manteve a tradição de usar as
sapatilhas uma única vez, feitas sob medida para
seus pés de campeão, cores e desenho exclusivos.
Em parte superstição, em parte solene desprezo pelas
multinacionais, tripudiando o patrocínio. Cruzou a
linha de chegada e ficou descalço enrolado na
bandeira da Jamaica. Passou por mim ao lado da
pista e me deu as sapatilhas ainda novinhas que eu
calcei imediatamente, sorriso de orelha a orelha.
Eu sou aquele cara que você viu na tevê, de
sapatilhas de campeão, dançando abraçado ao
alisador de areia em plena pista de tartan, atrasando
a prova de salto triplo, os juízes sem poder cravar
as marcas, no estádio superlotado.
Sim, eu sou aquele cara atropelado de repente
pelo trem de uma felicidade única e gratuita que
não se repete na vida. A indescritível surpresa de
um momento perfeito, calçando as sapatilhas velozes
como o vento que cada um de nós sonhava calçar.
Sim, eu sou aquele cara.
Primeira Menção Honrosa
PREMIO FLERTS NEBÓ 2011/2012
6 O Bandeirante - Março 2013
Lua nova, quarto minguante, flauta doce
Ele tinha uma flauta esquecida no canto da sala.
Que ele apanhava para tocar sempre que a maré cheia trazia a lua para debaixo da casa.
Ele tocava lundus e valsas em compassos apaixonados.
Do outro lado do igarapé, as arraias, se espraiavam, atônitas.
Pouco depois eram os sacis que pulavam na lama, e cuspiam
cuspes, perfumados nos tralhotos, sempre no lado impar na
margem esquerda.
Sozinho na casa feita de trapos, e tempos.
Ele começava seu dia lendo.
Lendo Voltaire, e rindo com a boca, e os intestinos, assim
entrava pela noite.
Ele gostava mesmo era de descer o rio boiando de barriga
para cima alvejando com seus muitos assovios libélulas e
beija flores.
Os mais vagabundos eram os que o seguiam a cata de
beijos e acenos.
Mas quando a maré subia pelos barrancos íngremes, e vinha
se sujar no terreno seco debaixo dos cajueiros em flor, e
ali punha-se a bulir com o ninho dos Pintassilgos. Era
Domingo.
E se era Domingo, então ele se despia, retirava do corpo dois pedaços puídos de pano agora quase pele, e corria
pelo campo.
Perseguindo borboletas, que ele acreditava azuis.
Quando ele vivia em Madri o chamavam Catalão. Depois que andou pela Polinésia, e deu-se de corpo, e cor, para
uma nativa altiva de porte exemplar e caminhar lânguido, cresceu seu amor por amanhãs, e lembranças.
Um dia perseguindo a corrente de Gilbratar veio dar em Belém.
Bubuiando com os tucunarés, e embriagando-se de vinhos e defumações. Virou boto.
E ele quem toca a flauta quando a maré cheia de dengo sobe a beira do íngreme barranco, e arrasta a lua para
debaixo do jirau da casa de palha onde ele mora com seus Sábados.
Ele apanha a flauta do seu canto ou nem sei se é ela que vai sobre as notas agasalhar-se em sua boca moída e
mascada como um pergaminho. Ou vice-versa.
E ambos tentam apaixonar a lua que nova e cheia de caprichos.
Não dá bola.
E num quarto crescente de desafagos e lamentos, não se demora e mingua, mingua minguante entre Cobras
grandes e murures.
Um dia destes dias estranhos em que se chora rindo e se ri chorando, ele saiu em direção a mata, e a flauta ficou
sozinha, ainda lá no canto.
Exatamente cada vez mais em silencio. A esperar. Como se esperar resolvesse a espera. Muda fez-se úmida.
Úmida fez-se podre.
Podre fez-se lânguida. Lânguida fez-se coisa nenhuma.
Para o espanto da atônita lua.
Agora ela é só um nada, um trôpego pedaço de madeira,
Luiz Jorge Ferreira
Segunda Menção Honrosa
PREMIO FLERTS NEBÓ 2011/2012
Avenida Paulista, sábado noite. Íamos eu a mulher,
seu primo, dono do carro, um Galaxie daqueles antigos e
a mulher, quando no sinal somos chamados por Elza num
carro ao lado, querendo saber para onde estávamos indo.
Cacalo, primo da mulher, engenheiro do IPT e muito
gozador disse a Elza que iríamos para uma suruba num bar
recém inaugurado na Vila Madalena e ela prontamente fez
questão de acompanhar-nos..
Chegando ao bar perguntou ao Cacalo o que era
suruba e ele respondeu que era um prato típico do
nordeste, com frutos do mar e tempero especial, segredo
e sucesso daquele boteco, já cheio àquela hora.
Bebemos caipirinhas sempre acompanhadas de
camarões, siris, mariscos etc. e Elza questionando Cacalo
sobre a suruba e ele dizendo que era prato demorado
que exigia muita atenção para sair no ponto, até que Elza,
após umas quatro batidas resolveu interpelar o garçom e
em voz alta para todos ouvirem perguntou: “e essa suruba
vem ou não vem?”
Silêncio seguido de risos gerais. Cacalo explicou o
que era suruba.
Suruba
José Leopoldo Lopes Oliveira
O Bandeirante - Março 2013 7
,
tam-
bém
XII JORNADA MÉDICO – LITERÁRIA DA SOBRAMES SP
VII JORNADA NACIONAL DA SOBRAMES
DATA: 26 de setembro a 29 de setembro de 2013
LOCAL: PRIMAR PLAZA HOTEL
Rua Dr. José FreireVillas Boas, 468
Botucatu - SP
INSCRIÇÕESABERTAS
Sua participação contempla:
* Três diárias no Primar Plaza Hotel.
* Refeições durante a Jornada (bebidas a parte).
* Coffee Break
* Transporte dentro da cidade
* Passeio Eclusa Barra Bonita com almoço a bordo.
* Sessões Literárias dinâmicas com apresentação dos trabalhos
inscritos.
* Intercâmbio cultural com aAcademia Botucatuense de Letras
e Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP).
* Um exemplar dosAnais da Jornada.
*Um exemplar da IXAntologia Paulista
* Certificado de participação
Passeios Opcionais:
-Três Pedras: conjunto de elevações rochosas que, vistas de
longe, assemelham-se a um “GiganteAdormecido”
- Museu do Café: preserva a memória da cultura cafeeira.
- Fazenda Lajeado: remonta ao período dos coronéis e dos
escravos.
Custo do Pacote: R$1.200,00 por pessoa (cada acompanhante
deverá se inscrever com taxa de idêntico valor)
Forma de Pagamento: cinco parcelas de R$ 240,00 (cheques
pré-datados para 30/04, 30/05, 30/06, 30/07 e 30/08 de 2013).
REGULAMENTODOCONCURSOLITERÁRIO
XII Jornada Médico-Literária Paulista - SOBRAMES SP
VII Jornada Nacional da SOBRAMES
I.CATEGORIAS: Sócio e Estudantes de Medicina
II.GÊNERO:Prosa e Poesia -Tema Livre.
Cada participante poderá se inscrever com dois textos, sendo
um de cada gênero ou os dois de mesma modalidade.
III.FORMATAÇÃO:
Microsoft Word, digitados em folha A4, frente única, fonte
Times New Roman, tamanho 12, espaço simples. Margens de
2,5cm.
Os textos deverão conter apenas título, categoria e pseudônimo
e não deverão ultrapassar 80 linhas (cerca de uma página e
meia), salvos em .doc
Não colocar seu nome verdadeiro para garantir imparcialidade
de avaliação.
IV.NORMASPARAENTREGA
O autor deverá enviar impreterivelmente até o dia 30 de junho:
a) Envelope A4 com seus textos em cinco cópias impressas (a
serem encaminhadas para a Comissão Julgadora)
b) Envelope menor com ficha de inscrição preenchida com os
dados do autor, lacrado, colocado dentro do envelope maior
que contém os trabalhos concorrentes.
c) cinco cheques pré-datados, nominais à SOBRAMES SP,
correspondentes à inscrição na Jornada.
d) Para enviarmos os trabalhos para a gráfica que confeccionará
os Anais, é necessário que os textos sejam gravados em CD e
remetidos com os itens acima ou, se houver preferência,
enviados via eletrônica para o e-mail da secretária da Sobrames
SP: marciaetelli@ig.com.br.
V.ENDEREÇOPARAREMESSACONVENCIONAL:
Márcia Etelli Coelho (Secretária da SOBRAMES SP)
Rua Borges Lagoa, 1246,Apto 91, Vila Clementino,
São Paulo – SP, CEP: 04038-003
Atenção: A revisão rigorosa dos textos ficará a cargo do autor
e, uma vez enviadas as cópias, não será possível promover
alterações.
VI.CONFIRMAÇÃO:
A aceitação definitiva dos textos será confirmada
apócumprimento dessas formalidades e do pagamento da taxa
de inscrição.
Solicite hoje mesmo sua ficha de inscrição e participe.
Conforto e lazer nas instalações
do Primar Plaza Hotel, que
receberá a XII Jornada Médico-
Literária Paulista em setembro.
FATOS & OLHARES
Márcia Etelli Coelho
“QUEM é QUEM”: novo desafio DIVULGUE SEUS
TEXTOS
Para garantir que seus textos literários
apresentados nas reuniões das Pizzas Literárias
participem dos concursos de prosa e verso da
Sobrames-SP, facilitar a sua publicação nas
edições do jornal “O Bandeirante” e como
consequência ser selecionado para publicação
no livro bi-anual “Antologia Paulista”, não se
esqueça de enviá-los por e-mail para um destes
endereços:
marciaetelli@ig.com.br
jlouza@uol.com.br
josyannerita@gmail.com
PRÊMIO FLERTS NEBÓ
Um dos destaques da Pizza Literária de 21 de março de 2013 foi a entrega do Prêmio
Flerts Nebó: Primeiro Lugar: Marcos Gimenes Salun (“Cabeça de Cachorro”). Primeira
Menção Honrosa: Sérgio Perazzo (“O Alisador de Areia”). Segunda Menção Honrosa:
Luiz Jorge Ferreira (“Lua Nova, Quarto Minguante, Flauta Doce”).
Os textos em prosa apresentados nas Pizzas Literárias durante o período de agosto de
2011 a julho de 2012 receberam numerosos elogios dos avaliadores: Durce Gonçalves
Sanches (ACADIL – Academia de Letras de Itu), Lázaro José Piunti (membro fundador da
Academia de Letras de Iperó), Nelson Manzatto (Academia Jundiaiense de Letras) e
Luiz Haroldo Gomes de Soutello, (membro da Academia Jundiaiense de Letras e da
Academia de Letras Jurídicas de Jundiaí). Parabéns a todos que, com seus textos de
diversos estilos, fazem das Pizzas Literárias um encontro cada vez mais agradável.
NOVA SEDE DA SOBRAMES-SP
Dia 21 de março também marcou a realização da Assembleia Geral Extraordinária para a aprovação da nova sede da
Sobrames São Paulo. Em regime de comodato, uma sala na Associação Paulista de Medicina (APM) localizada na Avenida
Brigadeiro Luiz Antônio 278 sétimo andar sala 1 preservará o acervo histórico e literário de nossa Sociedade além de
possibilitar maior divulgação dos nossos eventos perante à classe médica.
JORNADA LITERÁRIA EM BOTUCATU
A XII Jornada Médico Literária Paulista se realizará no período de 26 a 29 de setembro
de 2013 em Botucatu. Anfitriã da VII Jornada Nacional da Sobrames, é notória a
dedicação da Sobrames SP em programar sessões literárias dinâmicas, oferecendo aos
participantes confraternização, passeios, excelente gastronomia e intercâmbios
regionais. Mas atenção: 30 de junho é a data limite para as inscrições dos textos
(Categoria Prosa e Poesia) que concorrem ao troféu “O Bandeirante” e que serão
avaliados por membros da Academia Botucatuense de Letras. Maiores informações
(incluindo Regulamento do Concurso Literário, Taxa e Ficha de Inscrição) podem ser
solicitadas pelo e mail: marciaetelli@ig.com.br
De volta para o passado
Na foto ao lado uma foto escolar
de um associado, aos sete anos de
idade. Atualmente tem sido escritor
talentoso e bastante comprometido
com as atividades da Sobrames.
Você consegue adivinhar quem é
ele?
Resposta na edição de ABRIL.
(Participe, enviando para nossa redação
uma foto sua bem antiga).
*Prêmio Bernardo de Oliveira Martins:
Entrega na Pizza Literária de Abril
*Sabatina Literária: Realização em Maio
*Homenagem a autores consagrados:
Pizza Literária de Julho
*Jubileu de Prata: “SOBRAMES-SP 25 ANOS”:
Pizza Literária de Setembro
*XII Jornada Médico-Literária Paulista e
Jornada Nacional da Sobrames:
dias 26, 27, 28 e 29 de setembro, em Botucatu-SP.
*Lançamento da 9a
Antologia Paulista: Jornada de Botucatu.
*Pizza Literária de Natal: dia 19 de dezembro.

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O Bandeirante - n.258 - Maio 2014
 

O Bandeirante - Março 2013 - nº 244

  • 1. 244244244244244 MARÇO 2013 O BandeirantePulicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo Cabeça de cachorro Prêmio Flersts Nebó “Mas então a caraminhola da cabeça já nem sabia que rumo tomar, pois vinha um gosto amargo subindo pela garganta e fazendo água azeda na boca. Saliva grossa que ele engolia, como fazia quase todo dia com tanto desaforo, tanta mal-querença e falta-de-jeito no trato, tamanha desavergonhice no procedimento, tanto fanatismo desmiolado, destramelice da boca, destemperança do juízo e falta de respeito, tudo coisa de engrossar saliva com gosto ruim. E era só desse tipo de coisa que um filho de ninguém tinha resolvido ocupar seu tempo, todo dia e toda hora.” Leia a prosa de MARCOS GIMENES SALUN na pg.3 O alisador de areia “Somos nós que montamos o cenário das vitórias instantâneas que não duram para sempre. Nós duramos muito mais. Somos daquela raça de sobreviventes que resistem mais que um recorde olímpico turbinado de anabolizantes e patroci- nado pela Nike. Ou pela Adidas. Não temos bandeira pendura- da nas costas. Nossa volta olímpica termina no depósito de limpeza dos estádios, embaixo das arquibancadas, com cheiro de pipoca e cachorro-quente, sem qualquer ovação ou aplauso. Temos apenas a chave do cadeado ” AcrônicadeSÉRGIOPERAZZOestánapg.5 Lua nova, quarto minguante, flauta doce “É ele quem toca a flauta quando a maré cheia de dengo sobe a beira do íngreme barranco, e arrasta a lua para debaixo do jirau da casa de palha onde ele mora com seus Sábados. Ele apanha a flauta do seu canto ou nem sei se é ela que vai sobre as notas agasalhar-se em sua boca moída e mascada como um pergaminho. Ou vice-versa. E ambos tentam apaixonar a lua que nova e cheia de caprichos.” OcontodeLUISJORGEFERREIRAvocêlênapg.6 Carlos Roberto Ferriani (pg.3), Jacyra da Costa Funfas (pg.4), José Alberto Vieira (pg.4) José Leopoldo Lopes de Oliveira (pg.6), Sonia Andruskevicius de Castro (3). E mais: FATOS & OLHARES e QUEM é QUEM (pg.8) INSCREVA-SE HOJE MESMO na XII Jornada Médico-Literária Paulista - pg.7
  • 2. 2 O Bandeirante - Março 2013 Jornal O Bandeirante ANO XXII - nº. 244 - Março 2013 Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP. Sede: RuaAlves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604 Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes Salun (MTb 20.405-SP) Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP). Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 – Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com Tels.: (11) 4521- 6484 Celular (11) 99937-6342. Colaboradores desta edição (textos literários): Carlos Roberto Ferriani, Jacyra da Costa Funfas, José Alberto Vieira, José Leopoldo Lopes de Oliveira, Luiz Jorge Ferreira, Marcos Gimenes Salun, Sérgio Perazzo e Sonia Andruskevicius de Castro . Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo- Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro- Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro:Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky, Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã. . Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da Sobrames-SP Editores de O Bandeirante Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994 Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000 Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009 Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009 RobertoA.Aniche e CarlosAugusto F.Galvão - 2010 Josyanne R.A.Franco e CarlosAugusto F.Galvão - 2011-2012 Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - janeiro 2013 Presidentes da Sobrames SP 1º. Flerts Nebó (1988-1990) 2º. Flerts Nebó (1990-1992) 3º. Helio Begliomini (1992-1994) 4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996) 5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998) 6º. Walter Whitton Harris (1999-2000) 7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002) 8º. Luiz Giovani (2003-2004) 9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005) 10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006) 11º. Helio Begliomini (2007-2008) 12º. Helio Begliomini (2009-2010) 13º.Josyanne Rita deArruda Franco (2011-2012) 14º.Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014) Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto Diagramação Marcos Gimenes Salun Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica Expediente Editorial NESTADATAQUERIDA, NOSSOSPARABÉNS! Maria da Glória Moreira Civile 21/03 Helio Begliomini 21/03 Março começa divulgando as “Entradas e Bandeiras” da Sobrames SP. Em ritmo acelerado segue a preparação da XII Jornada Médico-Literá- riaPaulista.Telefonemas,missivasconvencionais,e-mails eumasériede outros contatos têm ocupado grande parte dos assuntos da diretoria e isso vai longe. Em contrapartida, restará aos confrades e confreiras prestigiaremtodaestatrabalheiracomexpressivaparticipação,afinal nossa regional completará 25 anos de atividades, assinalando este marco histórico na futura Jornada.Acompanhe este percurso nas Pizzas Literá- rias, lendo O Bandeirante e acessando nosso Blog. Inscreva-se e parti- cipe da história da Sobrames SP! Josyanne Rita deArruda Franco Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP Melhores prosas recebem prêmio As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecem na terceira quinta-feira de cada mês, a partir das 19h00. PIZZARIA BONDE PAULISTA Rua Oscar Freire, 1597 Pinheiros - S.Paulo Nesta edição você poderá ler os textos em prosa premiados na edição 2011/2012 do Prêmio Flerts Nebó. Marcos Gimenes Salun (ao lado, recebendo seu prêmio), Sérgio Perazzo e Luiz Jorge Ferreira foram os laureados. Veja mais informações na coluna Fatos & Olhares na última página. Blog chega perto de 12.000 visitas Desde que foi criado em meados de 2011 o Blog da Sobrames-SP já recebeu perto de 12.000 visitas. Neste local você encontra, além de textos literários dos membros da Sociedade, um grande acervo de informações, constantemente atualizado e revisado. Você poderá ver, dentre outras informações, biografias dos escritores, livros publicados, prêmios e muito mais. Também estão disponíveis para leitura ou para donwload em arquivos PDF, as edições do jornal “O Bandei- rante”, desde janeiro de 2008. Visite, conheça, participe e ajude a divulgar este importante canal de comunicação da Sobrames-SP. http://sobramespaulista.blogspot.com.br/
  • 3. O Bandeirante - Março 2013 3 Marcos Gimenes Salun Voar SoniaAndruskevicius de Castro Cabeça de cachorro Tinha dias que ele ficava olhando o horizonte lá longe, um tempão. Cismava com o que haveria pra lá daquela fímbria que quase não se via. Imaginava grandiosidades e porcarias, tudo ao mesmo tempo. Besteira... Quando cansava da pasmaceira de olhar o longe que mal enxergava, tocava o rumo do pensa- mento pra outro canto. Sem querer, esfregava a palma de uma mão com o dedo indicador da outra e sentia a textura dos anos saltando. Calos duros, rachados alguns. De que adiantou tanto muque, tanta “bateção” de cabeça, tanto sofrimento? Mas não deixava marejar os olhos, pois disso já se cansara em tantos dias iguais a este, de pensar no distante. Então desviava o rumo do pensamento de novo, que era pra não embilolar o cucuruto com pensamento tão sem propósito. Queria coisa melhor pra pensar. Coisa de maior importância e serventia do que ficar naquele terententém do dia inteiro e de todo dia, de toda hora e de um dia depois do outro, depois do outro e depois do outro. Muita coisa pra fazer, pra esquentar o juízo, pra responder sozinho, sem ninguém pra dividir prosa ou trabalho. E uma porção de gente pra dizer cadê isso, cadê aquilo, por que é que você não viu aquilo outro... Queria era coisa melhor pra pensar e pra se ocupar. Mas então a caraminhola da cabeça já nem sabia que rumo tomar, pois vinha um gosto amargo subindo pela garganta e fazendo água azeda na boca. Saliva grossa que ele engolia, como fazia quase todo dia com tanto desaforo, tanta mal-querença e falta-de-jeito no trato, tamanha desavergonhice no procedimento, tanto fanatismo desmiolado, destramelice da boca, destemperança do juízo e falta de respeito, tudo coisa de engrossar saliva com gosto ruim. E era só desse tipo de coisa que um filho de ninguém tinha resolvido ocupar seu tempo, todo dia e toda hora. Mas daí então passava a mão de calos e torturas na cabeça do cachorro que dormitava a seu lado. Fazia um carinho meio desa- jeitado, pois rudeza e carinho às vezes combinam. O cão abria um olho agradecido e deixava o outro continuar sonhando com suas coisas de cachorro. Pensava outra vez no longe que seus olhos não alcançavam. Desviava o olhar. A fímbria do horizonte continuava lá, na sua distância, e ao seu lado havia um cão que dormitava, indiferente à tarde. PREMIO FLERTS NEBÓ Melhor Prosa de 2011/2012 Uma pequena mancha no céu Entre nuvens E de repente duas asas abertas Descendo num voo rápido Sincronizando como avião. A velocidade diminuindo Um pouso perfeito Um olhar atento em todas as direções O avistar de fruta madura Um voo curto e rápido A fome saciada O retorno às alturas Ao infinitamente grande A busca da perfeição O alimento da alma. Os seres humanos não tem asas Mas sabem rezar.
  • 4. 4 O Bandeirante - Março 2013 Nós(s)... (a) (Nós)... sessentões Carlos Roberto Ferriani A responsabilidade de quem escreve JoséAlberto Vieira Jacyra da Costa Funfas Crepúsculo Muitos escrevem para expressar um pensamento, um sentimento, outros por defenderem uma ideia, uma posição, outros por puro devaneio. Desejamos que aqueles que nos leem percebam o que está diante de nossas palavras. Que eles sintam o que nós sentimos. Vejam o que nós vemos. Afinal escrever é em última análise nos dirigirmos aos outros. Podemos omitir. Podemos mentir, contar meias verdades. Fazer ficção de algo que é real ou o inverso. Criamos mitos, anjos e demônios. Na hora em que escrevemos temos a onipotência das palavras. Entretanto, não controlamos a capacidade que o leitor tem de dar vida às nossas palavras. O que o outro molda em sua mente, os sentimentos que ele desperta, isso não podemos determinar. Nossa escrita pode deflagrar reflexões, atos e atitudes e o que advém disso é imprevisível. Escrever é atirar uma flecha no vazio – nunca se sabe aonde vai atingir. Daí a importância e a responsabilidade dos que escrevem. Somos livres para escrevermos o que quisermos, mas temos que nos submeter às ideias que divulgamos. Eu sou velho, mas não só sinto cheiro de flores e velas Tenho uma dorzinha aqui ou acolá, mas que não me alimenta Às vezes não escuto bem, outras sou surdo bem ouvindo Durmo tarde, enquanto o sono não vem ou de felicidade de mim Sexo, uso-o para beijar o verdadeiro amor que me ilumina Trabalhei muito, mas foi minha maior diversão de vida aprendiz Chorei lágrimas que saíram, mas retornaram em forma de oração Amei e amo, acima de mim, o dom da vida que me tem sido imortal Carrego lições de despertares com o sol ou a chuva, pois enxergo-os Bebo um vinho bom, ou mesmo ruim quando resta o que é o único Nunca acho que o amor é um engodo da natureza para a procriação Vejo em meus filhos a maior lição da Bondade do Deus supremo Atualizo meus neurônios quando oro sem perseguir a graça Escancaro-me pelo presente, pois o meu sorriso ainda não mudou Tenho amigos que choram, riem comigo e perdoam meus erros Às vezes esqueço coisas, mas que não são as mais importantes Parabenizo a felicidade de saber das minhas imperfeições Extravagante, dou-me o direito de ouvir as músicas que me seduzem Pela compaixão, perdôo as minhas intolerâncias aos sublimes delitos Combato meus vícios e paixões com a sabedoria de me saber tentando Enfim, compro-me seguro e certo de que me tenho por inteiro, Embora um dia que me irei, nunca porém de mim. No crepúsculo, O Sol vaidoso Admirava sua beleza Espelhando-se no mar. Mas, logo recolheu suas madeixas douradas Para sair de cena Dando lugar à Lua Que já apontava sorridente, Vestida com poucas nuvens esgarçadas, Abrilhantadas pelo pisca-pisca das estrelas.
  • 5. O Bandeirante - Março 2013 5 O alisador de areia Sérgio Perazzo Sou aquele cara que aparece de costas, duas vezes, na transmissão pela tevê da seletiva de atletismo da Jamaica, visando a classificação para as Olimpíadas de Londres. Estou empunhando uma espécie de rodo comprido e largo, alisando a areia da caixa que recebe a aterrissagem final de pés juntos dos atletas da prova de salto triplo. Sem a minha intervenção discreta depois de cada salto, os juízes não podem medir a extensão das marcas e os recordes não podem ser batidos com metragem precisa. Na pista ao lado, Usain Bolt, lenda viva, se prepara para a final dos 100 metros rasos onde, surpreendentemente, vai ser batido por Yoyan Blake, o novo ídolo dos velocistas. Tática de Bolt, correndo o suficiente para se classificar, se guardando para a final de Londres? Ninguém sabe nem tem como saber. Somos um batalhão de anônimos desconhecidos: o juiz que muda o suporte do sarrafo do salto com vara; a moça de preto com saia de faixas verde, amarela e vermelha, que carrega a bandeja de medalhas até o pódio; o funcionário que levanta o obstáculo de madeira plastificada que foi derrubado nos 110 com barreiras; o garoto que enxuga o piso sintético da quadra de vôlei ou amarra a rede do aro da tabela de basquete; o gandula que vai pegar a bola que passou raspando a trave direita; o moço que abastece de pó de magnésio o recipiente em que os ginastas mergulham as mãos para não escorregarem dos aparelhos. Somos nós que montamos o cenário das vitórias instantâneas que não duram para sempre. Nós duramos muito mais. Somos daquela raça de sobreviventes que resistem mais que um recorde olímpico turbinado de anabolizantes e patrocinado pela Nike. Ou pela Adidas. Não temos bandeira pendurada nas costas. Nossa volta olímpica termina no depósito de limpeza dos estádios, embaixo das arquibancadas, com cheiro de pipoca e cachorro- quente, sem qualquer ovação ou aplauso. Temos apenas a chave do cadeado. Nem chegamos a ser treinados para a vida, que dirá para a vitória, cujo sabor desconhecemos. A prova de nossa especialidade é o fracasso. Fracasso à distância. Porém, ser flagrado pela tevê alisando a caixa de areia é meu momento de glória que campeão nenhum pode me roubar. Mais amplo que um salto triplo. Os 15 segundos de fama a que todo ser humano tem direito no palco dessa vida, que seja com chavão melodramático. Esse mundo imerso em anonimato precisa de heróis, não é? Pois bem, eu sou o herói da vassoura, do rodo, do esfregão, do alisador de areia diante do altar dos deuses olímpicos. O anti-herói dá sentido àquilo que precisamos chamar de herói, de vencedor, de recordista. Faz jus à existência de medalhas. A uma coleção enferrujada de troféus. A certeza que já ultrapassou a intuição me diz que minha vida será sempre difícil. Caminho sem volta. Largada queimada ao som da pistola do starter. Sim, o mundo é feito para poucos, esse mundo inflacionado de desejos deixa pouca margem à esperança. Ao brilho do cume das coisas. Por isso sou perfeito alisando a areia. Quem sabe alguém está me filmando sem que eu saiba. Talvez eu vá parar no youtube que irá colorir o meu triste monólogo que já virou domínio da internet pontocom. Sim, sou aquele cara da caixa de areia do salto triplo, ao lado da raia do Usain Bolt quebrando recordes olímpicos para os olhos anônimos da arquibancada, onde eu também me dissolvo e desapareço. Mais um grão de areia na caixa do salto triplo. Vai ver, viemos do mesmo gueto. Do mesmo berço. Da mesma favela. Mas o Usain Bolt, mesmo perdendo a final dos 100 metros rasos, manteve a tradição de usar as sapatilhas uma única vez, feitas sob medida para seus pés de campeão, cores e desenho exclusivos. Em parte superstição, em parte solene desprezo pelas multinacionais, tripudiando o patrocínio. Cruzou a linha de chegada e ficou descalço enrolado na bandeira da Jamaica. Passou por mim ao lado da pista e me deu as sapatilhas ainda novinhas que eu calcei imediatamente, sorriso de orelha a orelha. Eu sou aquele cara que você viu na tevê, de sapatilhas de campeão, dançando abraçado ao alisador de areia em plena pista de tartan, atrasando a prova de salto triplo, os juízes sem poder cravar as marcas, no estádio superlotado. Sim, eu sou aquele cara atropelado de repente pelo trem de uma felicidade única e gratuita que não se repete na vida. A indescritível surpresa de um momento perfeito, calçando as sapatilhas velozes como o vento que cada um de nós sonhava calçar. Sim, eu sou aquele cara. Primeira Menção Honrosa PREMIO FLERTS NEBÓ 2011/2012
  • 6. 6 O Bandeirante - Março 2013 Lua nova, quarto minguante, flauta doce Ele tinha uma flauta esquecida no canto da sala. Que ele apanhava para tocar sempre que a maré cheia trazia a lua para debaixo da casa. Ele tocava lundus e valsas em compassos apaixonados. Do outro lado do igarapé, as arraias, se espraiavam, atônitas. Pouco depois eram os sacis que pulavam na lama, e cuspiam cuspes, perfumados nos tralhotos, sempre no lado impar na margem esquerda. Sozinho na casa feita de trapos, e tempos. Ele começava seu dia lendo. Lendo Voltaire, e rindo com a boca, e os intestinos, assim entrava pela noite. Ele gostava mesmo era de descer o rio boiando de barriga para cima alvejando com seus muitos assovios libélulas e beija flores. Os mais vagabundos eram os que o seguiam a cata de beijos e acenos. Mas quando a maré subia pelos barrancos íngremes, e vinha se sujar no terreno seco debaixo dos cajueiros em flor, e ali punha-se a bulir com o ninho dos Pintassilgos. Era Domingo. E se era Domingo, então ele se despia, retirava do corpo dois pedaços puídos de pano agora quase pele, e corria pelo campo. Perseguindo borboletas, que ele acreditava azuis. Quando ele vivia em Madri o chamavam Catalão. Depois que andou pela Polinésia, e deu-se de corpo, e cor, para uma nativa altiva de porte exemplar e caminhar lânguido, cresceu seu amor por amanhãs, e lembranças. Um dia perseguindo a corrente de Gilbratar veio dar em Belém. Bubuiando com os tucunarés, e embriagando-se de vinhos e defumações. Virou boto. E ele quem toca a flauta quando a maré cheia de dengo sobe a beira do íngreme barranco, e arrasta a lua para debaixo do jirau da casa de palha onde ele mora com seus Sábados. Ele apanha a flauta do seu canto ou nem sei se é ela que vai sobre as notas agasalhar-se em sua boca moída e mascada como um pergaminho. Ou vice-versa. E ambos tentam apaixonar a lua que nova e cheia de caprichos. Não dá bola. E num quarto crescente de desafagos e lamentos, não se demora e mingua, mingua minguante entre Cobras grandes e murures. Um dia destes dias estranhos em que se chora rindo e se ri chorando, ele saiu em direção a mata, e a flauta ficou sozinha, ainda lá no canto. Exatamente cada vez mais em silencio. A esperar. Como se esperar resolvesse a espera. Muda fez-se úmida. Úmida fez-se podre. Podre fez-se lânguida. Lânguida fez-se coisa nenhuma. Para o espanto da atônita lua. Agora ela é só um nada, um trôpego pedaço de madeira, Luiz Jorge Ferreira Segunda Menção Honrosa PREMIO FLERTS NEBÓ 2011/2012 Avenida Paulista, sábado noite. Íamos eu a mulher, seu primo, dono do carro, um Galaxie daqueles antigos e a mulher, quando no sinal somos chamados por Elza num carro ao lado, querendo saber para onde estávamos indo. Cacalo, primo da mulher, engenheiro do IPT e muito gozador disse a Elza que iríamos para uma suruba num bar recém inaugurado na Vila Madalena e ela prontamente fez questão de acompanhar-nos.. Chegando ao bar perguntou ao Cacalo o que era suruba e ele respondeu que era um prato típico do nordeste, com frutos do mar e tempero especial, segredo e sucesso daquele boteco, já cheio àquela hora. Bebemos caipirinhas sempre acompanhadas de camarões, siris, mariscos etc. e Elza questionando Cacalo sobre a suruba e ele dizendo que era prato demorado que exigia muita atenção para sair no ponto, até que Elza, após umas quatro batidas resolveu interpelar o garçom e em voz alta para todos ouvirem perguntou: “e essa suruba vem ou não vem?” Silêncio seguido de risos gerais. Cacalo explicou o que era suruba. Suruba José Leopoldo Lopes Oliveira
  • 7. O Bandeirante - Março 2013 7 , tam- bém XII JORNADA MÉDICO – LITERÁRIA DA SOBRAMES SP VII JORNADA NACIONAL DA SOBRAMES DATA: 26 de setembro a 29 de setembro de 2013 LOCAL: PRIMAR PLAZA HOTEL Rua Dr. José FreireVillas Boas, 468 Botucatu - SP INSCRIÇÕESABERTAS Sua participação contempla: * Três diárias no Primar Plaza Hotel. * Refeições durante a Jornada (bebidas a parte). * Coffee Break * Transporte dentro da cidade * Passeio Eclusa Barra Bonita com almoço a bordo. * Sessões Literárias dinâmicas com apresentação dos trabalhos inscritos. * Intercâmbio cultural com aAcademia Botucatuense de Letras e Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP). * Um exemplar dosAnais da Jornada. *Um exemplar da IXAntologia Paulista * Certificado de participação Passeios Opcionais: -Três Pedras: conjunto de elevações rochosas que, vistas de longe, assemelham-se a um “GiganteAdormecido” - Museu do Café: preserva a memória da cultura cafeeira. - Fazenda Lajeado: remonta ao período dos coronéis e dos escravos. Custo do Pacote: R$1.200,00 por pessoa (cada acompanhante deverá se inscrever com taxa de idêntico valor) Forma de Pagamento: cinco parcelas de R$ 240,00 (cheques pré-datados para 30/04, 30/05, 30/06, 30/07 e 30/08 de 2013). REGULAMENTODOCONCURSOLITERÁRIO XII Jornada Médico-Literária Paulista - SOBRAMES SP VII Jornada Nacional da SOBRAMES I.CATEGORIAS: Sócio e Estudantes de Medicina II.GÊNERO:Prosa e Poesia -Tema Livre. Cada participante poderá se inscrever com dois textos, sendo um de cada gênero ou os dois de mesma modalidade. III.FORMATAÇÃO: Microsoft Word, digitados em folha A4, frente única, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço simples. Margens de 2,5cm. Os textos deverão conter apenas título, categoria e pseudônimo e não deverão ultrapassar 80 linhas (cerca de uma página e meia), salvos em .doc Não colocar seu nome verdadeiro para garantir imparcialidade de avaliação. IV.NORMASPARAENTREGA O autor deverá enviar impreterivelmente até o dia 30 de junho: a) Envelope A4 com seus textos em cinco cópias impressas (a serem encaminhadas para a Comissão Julgadora) b) Envelope menor com ficha de inscrição preenchida com os dados do autor, lacrado, colocado dentro do envelope maior que contém os trabalhos concorrentes. c) cinco cheques pré-datados, nominais à SOBRAMES SP, correspondentes à inscrição na Jornada. d) Para enviarmos os trabalhos para a gráfica que confeccionará os Anais, é necessário que os textos sejam gravados em CD e remetidos com os itens acima ou, se houver preferência, enviados via eletrônica para o e-mail da secretária da Sobrames SP: marciaetelli@ig.com.br. V.ENDEREÇOPARAREMESSACONVENCIONAL: Márcia Etelli Coelho (Secretária da SOBRAMES SP) Rua Borges Lagoa, 1246,Apto 91, Vila Clementino, São Paulo – SP, CEP: 04038-003 Atenção: A revisão rigorosa dos textos ficará a cargo do autor e, uma vez enviadas as cópias, não será possível promover alterações. VI.CONFIRMAÇÃO: A aceitação definitiva dos textos será confirmada apócumprimento dessas formalidades e do pagamento da taxa de inscrição. Solicite hoje mesmo sua ficha de inscrição e participe. Conforto e lazer nas instalações do Primar Plaza Hotel, que receberá a XII Jornada Médico- Literária Paulista em setembro.
  • 8. FATOS & OLHARES Márcia Etelli Coelho “QUEM é QUEM”: novo desafio DIVULGUE SEUS TEXTOS Para garantir que seus textos literários apresentados nas reuniões das Pizzas Literárias participem dos concursos de prosa e verso da Sobrames-SP, facilitar a sua publicação nas edições do jornal “O Bandeirante” e como consequência ser selecionado para publicação no livro bi-anual “Antologia Paulista”, não se esqueça de enviá-los por e-mail para um destes endereços: marciaetelli@ig.com.br jlouza@uol.com.br josyannerita@gmail.com PRÊMIO FLERTS NEBÓ Um dos destaques da Pizza Literária de 21 de março de 2013 foi a entrega do Prêmio Flerts Nebó: Primeiro Lugar: Marcos Gimenes Salun (“Cabeça de Cachorro”). Primeira Menção Honrosa: Sérgio Perazzo (“O Alisador de Areia”). Segunda Menção Honrosa: Luiz Jorge Ferreira (“Lua Nova, Quarto Minguante, Flauta Doce”). Os textos em prosa apresentados nas Pizzas Literárias durante o período de agosto de 2011 a julho de 2012 receberam numerosos elogios dos avaliadores: Durce Gonçalves Sanches (ACADIL – Academia de Letras de Itu), Lázaro José Piunti (membro fundador da Academia de Letras de Iperó), Nelson Manzatto (Academia Jundiaiense de Letras) e Luiz Haroldo Gomes de Soutello, (membro da Academia Jundiaiense de Letras e da Academia de Letras Jurídicas de Jundiaí). Parabéns a todos que, com seus textos de diversos estilos, fazem das Pizzas Literárias um encontro cada vez mais agradável. NOVA SEDE DA SOBRAMES-SP Dia 21 de março também marcou a realização da Assembleia Geral Extraordinária para a aprovação da nova sede da Sobrames São Paulo. Em regime de comodato, uma sala na Associação Paulista de Medicina (APM) localizada na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio 278 sétimo andar sala 1 preservará o acervo histórico e literário de nossa Sociedade além de possibilitar maior divulgação dos nossos eventos perante à classe médica. JORNADA LITERÁRIA EM BOTUCATU A XII Jornada Médico Literária Paulista se realizará no período de 26 a 29 de setembro de 2013 em Botucatu. Anfitriã da VII Jornada Nacional da Sobrames, é notória a dedicação da Sobrames SP em programar sessões literárias dinâmicas, oferecendo aos participantes confraternização, passeios, excelente gastronomia e intercâmbios regionais. Mas atenção: 30 de junho é a data limite para as inscrições dos textos (Categoria Prosa e Poesia) que concorrem ao troféu “O Bandeirante” e que serão avaliados por membros da Academia Botucatuense de Letras. Maiores informações (incluindo Regulamento do Concurso Literário, Taxa e Ficha de Inscrição) podem ser solicitadas pelo e mail: marciaetelli@ig.com.br De volta para o passado Na foto ao lado uma foto escolar de um associado, aos sete anos de idade. Atualmente tem sido escritor talentoso e bastante comprometido com as atividades da Sobrames. Você consegue adivinhar quem é ele? Resposta na edição de ABRIL. (Participe, enviando para nossa redação uma foto sua bem antiga). *Prêmio Bernardo de Oliveira Martins: Entrega na Pizza Literária de Abril *Sabatina Literária: Realização em Maio *Homenagem a autores consagrados: Pizza Literária de Julho *Jubileu de Prata: “SOBRAMES-SP 25 ANOS”: Pizza Literária de Setembro *XII Jornada Médico-Literária Paulista e Jornada Nacional da Sobrames: dias 26, 27, 28 e 29 de setembro, em Botucatu-SP. *Lançamento da 9a Antologia Paulista: Jornada de Botucatu. *Pizza Literária de Natal: dia 19 de dezembro.