2. Movimento das Artes e
Ofícios
• Nascido na Inglaterra, na segunda metade do
século XIX, foi um movimento estético e social,
onde o governo inglês buscava já há algum
tempo estreitar a distância entre as artes e a
industria artesanal, mas isso só foi conseguido
com a criação das escolas oficiais de desenho,
em 1835, nas quais John Ruskin foi professor.
O objetivo dessas escolas era aperfeiçoar o
design das manufaturas e desenvolver projetos
nos quais arte e indústria se integrassem de
maneira harmoniosa.
3. • Com a liderança do socialista militante William
Morris, o movimento passou do ideário para o
plano prático. Morris defendia o artesanato
criativo como opção contra a industrialização e
a produção em massa, buscando revalorizar o
trabalho manual e recuperar a dimensão
estética dos objetos utilizados no cotidiano,
agora produzidos pela indústria. Suas ideias
fundamentavam-se nas teses de Ruskin e
tentavam aliá-las às de Karl Marx, na tentativa
de atingir uma arte “feita pelo povo e para o
povo”. Morris tentava também acabar com a
distinção entre artista e artesão.
4. • Morris buscou inspiração nas guildas
medievais, espécies de cooperativas existentes
na Idade Média, nas quais operários, artistas,
artesãos e comerciantes agrupavam-se e
auxiliavam-se mutuamente. O artesão
idealizaria, desenharia e executaria sua obra
em um ambiente de produção coletiva.
Produziam também tapeçarias, forrações,
papéis de parede, pratarias e vidros.
5. • No entanto, Morris percebeu que não era
possível associar a técnica de produção
artesanal ao consumo que crescia
vertiginosamente, pois a Revolução Industrial
havia criado uma nova realidade e era
necessário aceitar o trabalho artístico
mecanizado.
6. • Embora de existência relativamente curta, o
Arts and Crafts Movements, além de ter
influenciado o movimento francês Art Nouveau,
é considerado ainda responsável pela criação
do moderno desenho industrial, design gráfico,
tendo contribuído até mesmo para a arquitetura
moderna. Dele, nasceu a ideia de artistas
criarem em suas pranchetas os objetos a
serem industrializados.
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9. Art Nouveau
• Art Nouveau, ou Arte Nova, embora com
origens no movimento inglês Art and Crafts
Movement, eclodiu em 1890, ganhando em
seguida vários países europeus, como
Alemanha, Áustria, Países Baixos e
Escandinávia. Perdurou até o início da Primeira
Guerra Mundial.
10. • Chamado de Jugendsti (Estilo Jovem) na
Alemanha, Sezessionstil na Áustria, Stile
Liberty na Itália, Modernista na Espanha ou
Style Moderne na França, em qualquer lugar o
movimento era facilmente identificado por seus
elementos marcantes: curvas e linhas sinuosas
entrelaçadas, como trepadeiras. Diferente do
Arts and Crafts Movement, a Art Nouveau não
tinha a intenção de contestar a indústria, mas
sim de contrapôr-se à estética pobre dos
produtos por ela fabricados.
11. • Floresceu como um estilo decorativo, baseado
em motivos florais, com formas retorcidas e
orgânicas. Lançou mão dos novos materiais
disponíveis no mundo moderno, tais como
cimento, ferro e vidro. Criou sua própria
estética, influenciando as artes aplicadas, como
a cerâmica, a tipografia, a joalheria, os vitrais, a
tapeçaria, o ferro forjado trabalhado, o
mobiliário e até mesmo a arquitetura. Antoni
Gaudí (1852-1926), famoso arquiteto espanhol,
utilizou-se de seus elementos em sua obra. O
belga Victor Horta povoou seus projetos com
esse novo design de interiores.
13. Templo da Arquitetura: Sagrada
Família em Barcelona
• Templo Expiatório da Sagrada Família,
assinado por ninguém menos do que Antoni
Gaudí.
• Dizer que se trata de uma igreja é minimizar a
obra-prima do mestre da arquitetura catalã e
parte do Patrimônio Mundial da UNESCO. A
visita à Sagrada Família é emocionante, e estar
dentro do templo chega a ser, para alguns,
uma experiência alucinógena, cheia de
estímulos visuais e sensoriais.
14. • Gaudí utilizava um método de trabalho incomum na
época – ele começou a construção da Sagrada
Família em 1883 – que eram os modelos
tridimensionais em escala moldados pela gravidade.
Isso fez com que o arquiteto pudesse experimentar
novas técnicas e conseguir resultados arrojados,
como podemos ver no teto da Sagrada Família e na
magnitude de suas várias torres, algumas nunca
acabadas.
• Gaudí morreu antes de ver a obra concluída. De
acordo com os responsáveis, seu término não deve
acontecer até 2026.
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18. Casa Milá
• Construído entre 1906 e 1912, foi
encomendada por Pere Milà, por ocasião do
seu casamento com Roser Segimon. Hoje
pertence a um banco. A Casa Milà, também
conhecida como La Pedrera (em catalão: A
Pedreira), é um edifício desenhado pelo
arquiteto catalão Antoni Gaudí e construída
entre os anos 1905 e 1907.Foi construída para
Roger Segimon de Milà. É parte do Património
mundial da UNESCO, juntamente com outras
obras de Antoni Gaudí.
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24. • A Bauhaus, escola alemã fundada por Walter
Gropius, em 1919, e que tinha como objetivo
associar arquitetura, artesanato e arte, também
tem suas raízes no movimento Arts and Crafts.
Conseguia criar bens de consumo com extrema
funcionalidade, a baixo custo e em larga escala
de produção, baseando-se em um novo estilo
arquitetônico. Foi fechada em 1933 pelo
governo nazista.
25. • No campo da ilustração gráfica, juntamente
com Alphonse Mucha e Toulouse-Lautrec,
destacou-se o ilustrador e escritor inglês
Aubrey Vincent Beardsley. Seu trabalho, com
traços da estampa japonesa, sofreu influência
do grupo pré-rafaelita e contribuiu para o
sucesso da Art Nouveau.
26. • Inspirado na nova tendência, o norte-americano
Louis Comfort Tiffany, fundou, em 1879, a
Tiffany Glass and Decorating Company, após
estudar arte em Paris e Nova York. Herdou de
seu pai a famosa joalheria Tiffany’s de Nova
York, mas seu nome ganhou prestígio
internacional quando se dedicou a criar vitrais
para igrejas, substituindo santos e mártires por
motivos florais, paisagens e aves. Criou
também peças em vidro, como jarras, abajures
e vasos abaulados, sempre decoradas com
motivos florais, com pétalas graciosas em
cores luminosas.
27. Vitrais, vasos e abajures foram
a marca de Louis Comfort
Tiffany
30. O Nascimento da Fotografia
• O químico francês Joseph Nicéphore Niépce
(1765-1833) tornou-se, em 1826, a primeira
pessoa a fotografar de forma verdadeira, se a
fotografia for entendida como uma imagem
gravada pela ação direta da luz sobre uma
superfície sensível e que permanece inalterada
pela ação do tempo. Da janela do sótão de sua
casa, expôs a chapa sensível por oito horas
consecutivas para obter a fotografia. Utilizou
para isso uma placa de vidro à qual foi aplicado
betume da Judeia e uma mistura de óleos para
32. • A foto só foi obtida por Niépce após dez anos
de estudos e pesquisas. Porém, o processo
que ele batizou de heliografia, ou “escrita do
sol”, não se mostrou eficiente o bastante para
captar imagens, devido ao longo tempo
necessário de exposição e fixação.
• Ainda em 1826, Niépce uniu-se ao cientista
Louis-Jacques Mandé Daguerre (1787-1851) e
iniciaram novas pesquisas, buscando registrar
e fixar imagens na câmara escura.
33. • Essa parceira tinha como principal objetivo
conseguir melhorar a sensibilidade dos
halógenos de prata e, com isso, diminuir o
tempo de exposição, além de conseguir maior
nitidez das imagens. Mesmo após a morte de
Niépce, em 1833, Daguerre prosseguiu com a
pesquisa. Por volta de 1835, utilizando uma
placa de cobre sensibilizada com prata e
tratada com vapores de iodo, que revelava a
imagem latente, conseguiu a sua fixação por
meio do vapor de mercúrio aquecido.
34. • No Brasil, na Vila de São Carlos (hoje
Campinas), mais ou menos na mesma época,
vivia o francês Hercule Florence (1801-1879),
pesquisador que também se interessava pelo
assunto. Sabendo das propriedades do nitrato
de prata, com ele sensibilizou uma folha de
papel e com amônia tentou a fixação da
imagem. Em 1833, obteve resultados bastante
satisfatórios na fixação da imagem, quando,
por falta de amônia, utilizou sua própria urina.
Estudiosos afirmam que Hercule Florence foi o
primeiro a atribuir a esse processo o nome de
fotografia.
35. • Também quase simultaneamente ao processo
de Daguerre e ao de Florence, em 1841, na
Inglaterra, o aristocrata William Fox Talbot
patenteou uma nova forma de captação de
imagens em uma superfície fotossensível, a
qual chamou de calotipia. Ao invés de utilizar
uma superfície de metal, utilizou uma folha de
papel com cloreto de prata e assim obteve o
negativo da imagem. Utilizando outra folha com
a mesma emulsão e em contato com a
primeira, obteve o positivo da imagem. Talbot
foi, portanto, o primeiro homem a criar o
processo fotográfico que permitia, a partir de
um original, a reprodução de diversas cópias..
37. • A calotipia e o daguerreótipo, até
aproximadamente 1860, eram os únicos
processos fotográficos de relativa qualidade
utilizados na Europa, na América e também na
Ásia, mas ambos tinham ainda muitas
limitações. No início da década de 1860, novos
materiais e tecnologias fizeram com que o
papel fosse deixado de lado; passou-se a
sensibilizar placas de vidro transparente, o que
facilitava o processo de reprodução e
melhorava a qualidade das imagens. Porém,
apesar das boas propriedades do vidro, restava
um problema: como fixar a imagem em um
material não absorvente?
38. • O problema foi resolvido em 1851, pelo inglês
Scott Archer (1813-1857), que utilizou colódio,
um líquido adesivo, como meio para a emulsão
sensível à luz. Surgia o processo da “placa
molhada”. Mas as placas de vidro, além de
pesadas, exigiam ser preparadas, expostas à
luz e reveladas em seguida, pois essa emulsão
secava e inibia a ação fotossensível da placa,
devido às características do colódio.
39.
40. • Mais um passo se daria para o
desenvolvimento da fotografia com o médico
inglês Richard Maddox (1816-1902), que, em
1871, substituiu o colódio por uma suspensão
de nitrato de prata misturada a uma gelatina de
secagem rápida. Era o processo da “placa
seca”. A gelatina, além de preservar as
características do material sensível, aumentava
significativamente sua sensibilidade, permitindo
a fotografia instantânea, que podia dispensar o
uso do tripé.
41.
42. • O norte-americano George Eastman (1854-
1932), então um jovem bancário de 23 anos,
com poucas economias, começou a se dedicar
à fotografia, mas a praticava ainda com o
método da placa úmida. Eastman se aborrecia
com o peso do equipamento e com o processo
lento e trabalhoso do preparo das placas. Um
dia, lendo um artigo sobre a emulsão
gelatinosa, passou a pesquisá-la e, procurando
racionalizar o processo, começou uma
produção em série de placas de vidro com uma
nova emulsão, à base de brometo de prata.
43. • Em seguida, substituiu o suporte de vidro pelo
de nitrocelulose. Agora dispunha de um
material leve, transparente e flexível, o que lhe
permitiu criar o rolo de filme, ou seja, várias
chapas num único rolo. Em 1884, Eastman
fabricou o primeiro filme em carretel, com 24
exposições. Aprofundando-se ainda mais em
suas pesquisas, criou uma câmara portátil, que
lhe permitiu usar seu rolo de filme; a ela deu o
nome de câmara Kodak.
44.
45. • Em 1888, lançou um aparelho realmente
inovador: uma câmara de apenas 18 cm de
comprimento, provida de um filme para 100
fotos, dotada de um foco fixo e um obturador
com velocidade de 1/25 segundo. Depois de
terminado o filme, bastava levar o aparelho a
uma loja da Kodak e reabastecê-lo com outro
filme. Para esse lançamento, que custava
aproximadamente 25 dólares, Eastman criou o
famoso slogan: Você aperta o botão, nós
faremos o resto.
46. • O sistema de filme em celuloide, criado por
Eastman, continua sendo utilizado até hoje,
muito embora tenha perdido bastante mercado
para a fotografia digital. A fotografia tradicional
ainda se mantém viva devido às
especificidades do material e por conta de
certas aplicações específicas, como nas artes
gráficas, na publicidade e em trabalhos
científicos.
47.
48. • Quando, em 1888, George Eastman, por meio
da Eastman Kodak Company criou o rolo de
filme, também formou a base para a invenção
do filme cinematográfico. Nascia o cinema e
apresentava-se ao mundo o primeiro cineasta,
Louis Le Prince, seguido, dez anos depois, por
Léon Bouly, Thomas Edison, os Irmãos
Lumière e Georges Meliès.
49. • Com a popularização da fotografia, surgiram
vários campos de aplicação para essa nova
maneira de “congelar” a realidade. Ainda na
época das pesadas chapas de vidro, fotógrafos
profissionais ou “aventureiros intrépidos”
lançaram-se por terras distantes buscando
documentar povos, lugares e culturas exóticas.
Nascia assim a fotografia de viagem. Traziam
em suas bagagens esfinges do Egito, tribos
africanas, grandes pirâmides, cataratas,
montanhas, desfiladeiros e vulcões, tudo isso
para agradar a um público ávido por conhecer
as maravilhas do mundo remoto.
50.
51. • Mathew Brady (1822-1896), fotógrafo
americano, acompanhou os soldados, em uma
carroça carregada de equipamentos, para
documentar a Guerra Civil nos Estados Unidos
em milhares de negativos. Foi considerado o
primeiro a fazer fotografia de guerra.
52.
53. • O dinamarquês Jacob Riis (1849-1914)
imigrou, com 21 anos, para Nova York e criou a
fotografia documental. Durante
aproximadamente dez anos, documentou o
cotidiano dos segmentos menos favorecidos da
sociedade, como as favelas e os guetos dos
imigrantes que viviam em condições sub-
humanas e de quase escravidão. Para esse
trabalho, Jacob utilizou o recém-inventado flash
de pólvora.
54. • Com ele, conseguia, à noite, flagrar a
criminalidade e as condições miseráveis de
vida no Lower East Side (zona sudeste) de
Manhattan. Em seguida, Jacob foi contratado
pelo New York Tribune, como repórter policial.
Em 1890, compilou suas fotos em um livro
intitulado Como vive a outra metade, que
chocou a opinião pública e provocou a decisão
do governo de criar leis sobre trabalho, moradia
e educação.
56. • Em 1853, o caricaturista francês Félix Nadar
(1820-1910) criou a fotografia-retrato,
registrando imagens de celebridades e artistas
famosos da época. Também criou a fotografia
aérea, quando, em 1858, construiu um balão
de ar quente e sobrevoou Paris, mostrando a
“Cidade Luz” por ângulos nunca imaginados.
Nadar, ao fotografar seus personagens, já
utilizando a luz elétrica, sabia como ninguém
iluminá-los, captando seus traços de caráter.
62. • Pelas mãos da britânica Julia Margaret
Cameron (1815-1879) nasceu a fotografia de
arte. Ela usava lentes especiais que permitiam
um efeito difuso no foco das imagens, o que
resultou na criação de uma nova linguagem
para a fotografia. A fotografia de arte permite
ao fotógrafo ou “artista” criar, com sua objetiva,
sua criatividade e seu olhar único, uma nova
realidade quando dispara o botão do obturador.
63.
64. Fotografia e pintura: rivalidade
que se tornou amizade
Com o advento do daguerreótipo, que custava
12,5 centavos e ficava pronto em quinze
minutos, decretou-se o fim da arte de pintar
retratos em miniatura. Alguns pintores
sentiram-se ameaçados, como o romântico
francês Delaroche, que afirmou que o
nascimento da fotografia anunciava a morte da
pintura, e o fovista Vlaminck, que, em nome de
outros pintores amedrontados, disse repudiar
“tudo o que tem a ver com a fotografia”.
65. • Outros artistas, no entanto, viram na fotografia
uma grande aliada. Ao invés de sacrificar as
pessoas em intermináveis sessões, passaram
a utilizar a fotografia para estudos e referência
para retratos e poses difíceis. Manet, Courbet,
Degas e muitos outros se utilizaram da
fotografia como suporte e meio auxiliar para
suas pinturas.
66. • A fotografia, paralelamente ao seu nascimento
e desenvolvimento, fazia nascer também uma
nova forma de arte: o cinema. Em 28 de
dezembro de 1895, em Paris, no Salão Grand
Café, os irmãos Lumière fizeram a primeira
demonstração ao público de seu invento, que
chamaram de cinematógrafo. O filme exibido
era intitulado L’arrivée d’un train à la ciotat. Até
chegar ao cinematógrafo, muitos outros
experimentos foram realizados.
67. • Hoje, a fotografia e o cinema têm lugar entre as
artes plásticas e visuais ao lado de desenho,
pintura, escultura, gravura em metal,
litogravura, xilogravura, com espaços
garantidos nos melhores museus de arte do
mundo.Em nosso país, a fotografia tem nomes
de destaque internacional como Sebastião
Salgado, Mário Cravo Neto, Rosângela Rennó,
Ella Durst e outros.