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BARROCO ARTE QUE PREDOMINOU NO SEC. XVII
 O termo "barroco" advém da palavra portuguesa homônima que significa "pérola imperfeita"
O Barroco nasceu na Itália, que desde o Renascimento se tornara o maior pólo de atração de artistas em toda a Europa e o maior centro irradiador de influência. 	Seu surgimento está intimamente ligado à Contrarreforma, onde, como já se disse, a arte desempenhou um importante papel propagandístico.
A orientação da Igreja agora era na direção de se produzir uma arte que pudesse cooptar a massa do povo, apelando para o sensacionalismo e uma emocionalidade intensa.
As imagens eram criadas com formas naturalistas como meio de oferecerem uma compreensibilidade imediata para o povo inculto, mas faziam uso de complexos recursos ilusionísticos e dramáticos, de efeito grandioso e teatral, para acentuar o apelo emotivo e estimular a piedade e a devoção. São especialmente ilustrativos os grandes painéis pintados nos tetos nas igrejas católicas nesse período, que aparentemente dissolvem a arquitetura e se abrem para visões sublimes do Paraíso, povoado de santos, anjos e do Cristo.
A literatura barroca é fruto do conflito característico de sua época. Pressionado pela Igreja e pelo racionalismo, o homem perde-se entre dois polos opostos: Igreja X pensamento renascentista / salvação X pecado / céu X inferno / espírito X carne / fé X razão.
HOMEM BARROCO Atormentado por este conflito, o homem produz textos literários com características bastante nítidas.  São elas:
CARACTERÍSITICAS 1 – uso de contrastes: as ideias opostas seduzem o barroco; os textos mostram choques entre amor e dor, vida e morte, religiosidade e erotismo, juventude e velhice, etc.
2 – pessimismo: conflito entre o eu e o mundo. A vida terrena é vista como triste, cheia de sofrimento, enquanto que a vida celestial é luminosa e tranquila.
3 – presença de impressões sensoriais: usando seus sentidos, o homem busca captar todo o sentido da miséria humana, ressaltando seus aspectos dolorosos e cruéis.
4 – preocupação com a transitoriedade da vida: por ser curta, a vida não permite que o homem a viva intensamente, como seria seu desejo.
5 – intensidade: desejo de expressar as emoções fortes do amor, do desejo e da dor em profundidade, na tentativa de encontrar o sentido da existência humana.
6 – linguagem complicada, excessivamente trabalhada, através de: expressões eruditas; sintaxe rebuscada, com uso frequente da ordem inversa; repetições; paralelismo; uso abusivo de figuras de linguagem, principalmente antíteses, hipérboles, paradoxos, e metáforas; uso frequente de frases interrogativas.
7 – tentativa de conciliação entre a religiosidade e o racionalismo: há uma constante oscilação entre os dois opostos. Duas correntes se distinguem na literatura barroca: o cultismo e o conceptismo.
O cultismo  Esse estilo é marcado pela erudição, pelo rebuscamento, pelo uso de inversões brutais e de numerosas figuras de linguagem. Trata-se de uma espécie de jogo de palavras, exageradamente trabalhado quanto à forma.
O conceptismo  Desenvolve-se paralelamente ao cultismo. Definiu-se na primeira metade do século XVII nas obras de grandes escritores: Quevedo, Padre Vieira e Shakespeare. É um estilo fluente, pouco rebuscado, preocupado em expor, através do raciocínio lógico, ideias e conceitos. Num texto com características conceptistas, há o emprego da linguagem figurada: inversões, antíteses; há jogo de palavras e de ideias.
O Barroco é um estilo de época comum a quase toda a Europa. No Brasil, escritores do século XVII e primeira metade do século XVIII seguiram os modelos e padrões europeus. O estilo Barroco desenvolveu-se inicialmente nas artes plásticas, atingindo sua fase áurea, de modo especial, nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.
No Brasil O Barroco brasileiro na literatura tem como marco inicial a publicação da obra Prosopopéia, de Bento Teixeira, em 1601. Essa obra é constituída de 94 oitavas. Nela o autor exalta as qualidades do governador de Pernambuco, Jorge Albuquerque Coelho, e de seu irmão Duarte. O término desse movimento no Brasil é assinalado com a publicação do livro Obras (1768), de Cláudio Manuel da Costa, introduzindo, assim, o Arcadismo no Brasil.
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  • 1. BARROCO ARTE QUE PREDOMINOU NO SEC. XVII
  • 2.
  • 3. O termo "barroco" advém da palavra portuguesa homônima que significa "pérola imperfeita"
  • 4. O Barroco nasceu na Itália, que desde o Renascimento se tornara o maior pólo de atração de artistas em toda a Europa e o maior centro irradiador de influência. Seu surgimento está intimamente ligado à Contrarreforma, onde, como já se disse, a arte desempenhou um importante papel propagandístico.
  • 5.
  • 6. A orientação da Igreja agora era na direção de se produzir uma arte que pudesse cooptar a massa do povo, apelando para o sensacionalismo e uma emocionalidade intensa.
  • 7. As imagens eram criadas com formas naturalistas como meio de oferecerem uma compreensibilidade imediata para o povo inculto, mas faziam uso de complexos recursos ilusionísticos e dramáticos, de efeito grandioso e teatral, para acentuar o apelo emotivo e estimular a piedade e a devoção. São especialmente ilustrativos os grandes painéis pintados nos tetos nas igrejas católicas nesse período, que aparentemente dissolvem a arquitetura e se abrem para visões sublimes do Paraíso, povoado de santos, anjos e do Cristo.
  • 8.
  • 9. A literatura barroca é fruto do conflito característico de sua época. Pressionado pela Igreja e pelo racionalismo, o homem perde-se entre dois polos opostos: Igreja X pensamento renascentista / salvação X pecado / céu X inferno / espírito X carne / fé X razão.
  • 10.
  • 11. HOMEM BARROCO Atormentado por este conflito, o homem produz textos literários com características bastante nítidas. São elas:
  • 12.
  • 13. CARACTERÍSITICAS 1 – uso de contrastes: as ideias opostas seduzem o barroco; os textos mostram choques entre amor e dor, vida e morte, religiosidade e erotismo, juventude e velhice, etc.
  • 14. 2 – pessimismo: conflito entre o eu e o mundo. A vida terrena é vista como triste, cheia de sofrimento, enquanto que a vida celestial é luminosa e tranquila.
  • 15. 3 – presença de impressões sensoriais: usando seus sentidos, o homem busca captar todo o sentido da miséria humana, ressaltando seus aspectos dolorosos e cruéis.
  • 16. 4 – preocupação com a transitoriedade da vida: por ser curta, a vida não permite que o homem a viva intensamente, como seria seu desejo.
  • 17. 5 – intensidade: desejo de expressar as emoções fortes do amor, do desejo e da dor em profundidade, na tentativa de encontrar o sentido da existência humana.
  • 18. 6 – linguagem complicada, excessivamente trabalhada, através de: expressões eruditas; sintaxe rebuscada, com uso frequente da ordem inversa; repetições; paralelismo; uso abusivo de figuras de linguagem, principalmente antíteses, hipérboles, paradoxos, e metáforas; uso frequente de frases interrogativas.
  • 19. 7 – tentativa de conciliação entre a religiosidade e o racionalismo: há uma constante oscilação entre os dois opostos. Duas correntes se distinguem na literatura barroca: o cultismo e o conceptismo.
  • 20. O cultismo Esse estilo é marcado pela erudição, pelo rebuscamento, pelo uso de inversões brutais e de numerosas figuras de linguagem. Trata-se de uma espécie de jogo de palavras, exageradamente trabalhado quanto à forma.
  • 21. O conceptismo Desenvolve-se paralelamente ao cultismo. Definiu-se na primeira metade do século XVII nas obras de grandes escritores: Quevedo, Padre Vieira e Shakespeare. É um estilo fluente, pouco rebuscado, preocupado em expor, através do raciocínio lógico, ideias e conceitos. Num texto com características conceptistas, há o emprego da linguagem figurada: inversões, antíteses; há jogo de palavras e de ideias.
  • 22. O Barroco é um estilo de época comum a quase toda a Europa. No Brasil, escritores do século XVII e primeira metade do século XVIII seguiram os modelos e padrões europeus. O estilo Barroco desenvolveu-se inicialmente nas artes plásticas, atingindo sua fase áurea, de modo especial, nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.
  • 23.
  • 24. No Brasil O Barroco brasileiro na literatura tem como marco inicial a publicação da obra Prosopopéia, de Bento Teixeira, em 1601. Essa obra é constituída de 94 oitavas. Nela o autor exalta as qualidades do governador de Pernambuco, Jorge Albuquerque Coelho, e de seu irmão Duarte. O término desse movimento no Brasil é assinalado com a publicação do livro Obras (1768), de Cláudio Manuel da Costa, introduzindo, assim, o Arcadismo no Brasil.