4. • Nasceu em 1225, no Condado de Aquino (Um reino perto de Roma)
• Sua família era muito rica, seu pai era o italiano Conde Landolfo e sua
mãe Teodora, faziam parte do grupo dos Condes de Aquino. Teve a
oportunidade de receber toda formação possível na época. Estudou
primeiro em um Mosteiro em Monte Cassino e depois na Universidade
de Nápoles, a qual foi fundada pelo imperador Frederico II, foi nesta
situação onde teve seus primeiros contatos com a ordem dominicana.
• Com 19 anos sentiu-se inclinado a vida monástica tendo interesse de
ingressar na Ordem dos Dominicanos, fundada por São Domingos.
Essa Ordem assim como a Franciscana tinha o cunho de
mendicância, ou seja, era uma ordem mendicante de extrema pobreza,
desapego material e vivência radical do Evangelho. Sua família
repudiou essa idéia com uma oposição cerada, especialmente de sua
mãe que era condessa.
• Para fugir desta pressão Tomás fugiu as escondidas para Roma, onde
encerrou-se no Mosteiro de Santa Sabina. Lá ficou por algum tempo e
foi enviado para Paris, contudo em sua viagem foi detido por um
pelotão de soldados guiados por dois de seus irmãos que serviam as
tropas imperiais que sediavam a Itália. Foi enviado novamente ao lar
paterno, no castelo de Roccaseca, onde ficou detido por ordem de sua
mãe que com isso pretendia afasta-lo do serviço a Igreja. Os seus
ambiciosos familiares o queriam destinar a um cargo político,
administrativo ou um cargo prelaticio já que a Ordem Dominicana era
um tanto desconhecida e mendicante.
5. • Em 1244 ingressa definitivamente na Ordem Dominicana. Esteve em
Colônia para os estudos de filosofia e de teologia sob a direção do
célebre mestre Alberto Magno, passou a residir em Paris, o maior centro
de estudos superiores da Europa. Certa vez foi convidado por Alberto
Magno a expor seu pensamento sobre uma questão que estava sendo
debatida, Tomás, era chamado de “boi mudo” devido seu
comportamento reservado e silencioso, expos o problema com tanta
profundidade e limpidez que levou seu mestre a exclamar: “Este moço,
que nós chamamos “boi mudo”, mugirá tão forte que se fará ouvir no
mundo inteiro”. Daí por diante sua vida se torna totalmente dedicada
ao ensino e aos estudos filosóficos e teológicos. Em 1259 recebe o grau
de doutor em teologia, e bacharel em Bíblia juntamente com
Boaventura. Dominava o latim, mas utilizou muitas obras em grego,
hebraico e árabe.
• Depois de Paris Tomás andou peregrinando como de costume dos
mestres da ordem dominicana, pelas maiores universidades
européias(Colônia, Bolonha, Roma, Nápoles). Foi chamado novamente a
Paris para combater o anti-aristotelismo de Averróis, defendido por
Singer e Brabante, com isso escreveu o Tratado “De unitate intellectus
contra averroistas” e “De aeternitate mundi”.
7. • Além dos estudos e do magistério se dedicava a meditação e a oração
assiduamente a adoração Eucarística e a contemplação da paixão de
Nosso Senhor Jesus no crucifixo. Certa vez afirmou que aprendia
mais observando a imagem do Crucifixo do que mergulhado na leitura
de grandes obras literárias.
8. • A convite do Papa Urbano IV, Tomás preparou a liturgia - oficio e
Missa da Solenidade do Corpo de Deus( Corpus Christi ), resultando
em uma maravilhosa síntese de uma Teologia Eucarística e ao mesmo
tempo criou um monumento de fé e de amor a presença de Cristo na
Eucaristia, compôs o poema “Pange Lingua” :
“Vamos todos louvar juntos
O mistério do amor transformou o vinho e pão
Pois o preço deste mundo no seu sangue e no seu corpo
Foi o sangue redentor, para a nossa salvação.
Recebido de Maria, que nos deu o Salvador. O milagre nós não vemos,
Veio ao mundo por Maria, basta a fé no coração.
Foi por nós que ele nasceu. Tão sublime sacramento
Ensinou sua doutrina, adoremos neste altar,
Com os homens conviveu. Pois o Antigo Testamento
No final de sua vida, deu ao Novo seu lugar.
Um presente ele nos deu. Venha a fé por suplemento
Observando a Lei mosaica, os sentidos completar.
Se reuniu com seus irmãos. Ao Eterno Pai cantemos
Era noite. Despedida. e a Jesus o Salvador.
Numa ceia: refeição. Ao Espírito exaltemos,
Deu-se aos doze em alimento, na Trindade eterno amor.
Pelas suas próprias mãos. Ao Deus Uno e Trino demos
A palavra do Deus vivo a alegria do louvor”.
11. • Em 1274 foi convocado pelo Papa Gregório X, para auxiliar no
Concílio de Lião. Mas foi surpreendido por uma doença súbita, que o
levou a falecer no dia 03 de março de 1274 no mosteiro cisterciense
de Fossanova, com 53 anos.
• Foi canonizado em 1334 pelo Papa João XXII. Sua memória litúrgica
ficou fixada no dia 28 de janeiro, dia em que seu corpo foi transladado
para Tolosa no ano de 1369.
• O Papa Pio XII em 1950, o declarou como “Doutor Angélico” por seu
exemplo de vida, de pureza, de amor, de desapego as grandezas
mundanas, de firmeza na vocação e na fidelidade a Igreja.
“ Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método
e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e
abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao
progredir e perfeição ao concluir .” ( SÃO TOMÁS DE AQUINO )
15. • As obras de São Tomás de Aquino podem se dividir em quarto
grupos:
+ Comentários
+ Sumas
+ Questões
+ Opúsculos
16. + Comentários: à lógica, à física, à metafísica, à ética de
Aristóteles; à Sagrada Escritura; a Dionísio pseudo-areopagita;
aos quatro livros das “Sentenças de Pedro Lombardo”.
+ Sumas: Suma Contra os Gentios , baseada
substancialmente em demonstrações racionais; Suma
Teológica , dividida em três volumes, começada em 1265,
ficando inacabada devido à morte prematura do autor.
“A Suma Teológica é o céu visto da terra"
(Pio XI, Alocução de 12-12-1924 no colégio «Angelicum» de Roma)
17. - Questões: Questões Disputadas (Da verdade , Da alma ,
Do mal, ...) e Questões variadas.
- Opúsculos: Da Unidade do Intelecto Contra os
Averroístas (“De Unitate Intellectus contra Averroistas”) e Da
Eternidade do Mundo (“De Aeternitate Mundi”).
“Pela Lei Divina os homens estão obrigados a aceitar a
verdadeira fé”
(Suma contra os Gentios, capítulo CXVIII; São Tomás)
20. Em geral, o termo felicidade é empregado
como estado de satisfação. Por esta relação com
a situação, a noção de felicidade difere de bem-
aventurança, em um termo mundano está restrito
a satisfação dos desejos carnais e materiais,
diferente da abordagem tomista que aborda a
felicidade como uma satisfação interior, do
espirito. A ética pós-aristotélica, ao contrário,
ocupa-se exclusivamente da felicidade do sábio. O
sábio é aquele que basta a si mesmo e que acha a
felicidade em si mesmo, o que melhor se chamaria
bem-aventurança. Plotino censura na noção
aristotélica de felicidade o fato de ela consistir em
que cada ser desempenhe sua função e atinja
seus próprios objetivos, podendo ser
perfeitamente aplicada não só aos homens, mas
também aos animais e às plantas.
21. • Nos estóicos Plotino, critica a incoerência que
consiste em considerar a felicidade
independente das coisas externas ao mesmo
tempo que aponta essas mesmas coisas como
objeto da razão. Para Plotino, a felicidade é a
própria vida; por isso, enquanto pertence a
todos os seres vivos, pertence eminentemente à
vida mais completa e perfeita, que é a da
inteligência pura. O sábio, em quem tal vida se
realiza, é um bem para si mesmo: só tem
necessidade de si para ser feliz e não busca as
outras coisas ou então as busca somente
porque são indispensáveis às coisas que lhe
pertencem (por exemplo: ao corpo), e não a ele
mesmo.
23. Na filosofia grega a felicidade é o fim
último e o supremo bem do homem, o que
constitui o verdadeiro sentido de sua vida;
na verdade, só se tinha em mira a
realização imperfeita, terrena, de dito bem
supremo. Várias foram às concepções
acerca do conteúdo da felicidade:
perguntava-se se ela era o prazer ou a
posse de bens exteriores, ou a virtude, ou
o conhecimento; se era dom e mercê dos
deuses ou fruto do esforço próprio.
24. • A mais importante determinação do conceito de
felicidade deu-a Aristóteles na Ética a
Nicômaco; segundo ele, a eudaimonia consiste
na atividade do espírito, mediante o
conhecimento da verdade, atividade essa
conforme a natureza do mesmo espírito e de
acordo com a sua teleologia. O prazer e a
alegria são somente um eco da perfeição
alcançada. Afora isso, a atitude moral virtuosa
constitui um elemento essencial da felicidade, a
qual, quanto ao mais, é concebida
exclusivamente dentro do âmbito terreno.
25. São Tomás aplicou o conceito de eudaimonia ao fim
último da visão beatificante de Deus, fim que nos é dado
a conhecer pela revelação. O puro eudemonismo, que
vê o fim da vida humana unicamente numa satisfação
concebida de maneira não teleológica, é superado pela
idéia da perfeição interna da personalidade, alcançável
somente na posse de Deus por meio do conhecimento,
do amor, da santidade perfeita e do gozo. A doutrina
cristã, com maior precisão, distingue uma felicidade
natural, correspondente às capacidades e tendências da
natureza espiritual, e outra sobrenatural, que, na ordem
efetiva, constitui por si só o destino do homem e
consiste na contemplação da Santíssima Trindade.
26. • Posteriormente, advertiu-se que a felicidade não tem
sentido sem os bens que fazem felizes e tendeu-se para
distinguir entre várias espécies de felicidade: uma
felicidade bestial, não é felicidade senão aparente; uma
felicidade eterna, que é a vida contemplativa; e uma
felicidade final, que é a beatitude. Santo Agostinho falou
da felicidade como fim da sabedoria; a felicidade é a
possessão do verdadeiro absoluto, quer dizer, de Deus,
todas as demais felicidades se encontram subordinadas
àquela. Tomás de Aquino usou o termo beatitude como
equivalente a felicidade e definiu como: “um bem
perfeito de natureza intelectual” (Suma Teológica).
27. • A felicidade não é simplesmente um estado de alma,
mas algo que a alma recebe a partir de fora, pois de
contrário a felicidade não estaria ligada a um bem
verdadeiro. Embora os autores modernos tratassem o
tema de forma diferente dos filósofos antigos e
medievais, há qualquer coisa de comum em todos eles:
que a felicidade nunca se apresenta como um bem em
si mesmo, visto que para ser o que é a felicidade é
preciso conhecer o bem ou bens que a produzem.
Inclusivamente aqueles que fazem radicar a felicidade
no estado de ânimo independente dos possíveis bens
ou males supostamente externos chegam à conclusão
de que não pode definir-se a felicidade se não se define
certo bem, por mais subjetivo que este seja.
33. Referências Bibliográficas:
- BUENO, Silveira. Mini Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: FTD, 2000
- CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 9ª ed. São Paulo: Loyola, 1999.
- CONTI, Dom Servilho. O Santo do Dia. Santa Maria: Palotti, 1983.
- FACULDADE PALOTINA. Normas Técnicas para Trabalhos Científicos. Biblos, Santa
Maria: 2002
- HUGON, Édouard. Os princípios da filosofia de São Tomás de Aquino. Tradução de Odilão
Moura. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998. 318p.
- OS PONTÍFICES. Loyola. São Paulo: 2001
- PENSADORES, Os. Tomás de Aquino. São Paulo: Nova Cultura, 1996. 288p.
- REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e Medieval. Volume I. São Paulo:
Paulus, 1990.
- TOMÁS DE AQUINO, Santo. Suma Teológica. Volume III. Porto Alegre: Ed. Sulina, 1980.
Volumes I, II e III