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Guia BABOK v3: Principais mudanças nos requisitos
1. Guia BABOK v3. Principais Mudanças
Requisitos
por Rildo Santos (@rildosan)
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Guia BABOK v3 Principais Mudanças:
Requisitos
por Rildo Santos (@rildosan) | Versão 1.0
Introdução:
A principal referência para aplicação das práticas de análise de Negócio é o corpo de
conhecimento, chamado de BABOK.
No mês de Abril de 2015, foi publicado a nova versão do guia, o BABOK® 3, ele foi
extensivamente revisado, reestruturado e reescrito. Aqui apresentamos um pequeno
resumo das principais mudanças.
Já apresentamos as principais mudanças na primeira parte do Guia BABok v3
Principais Mudanças, agora falar sobre requisitos.
Esclarecimento:
Não quero ser um critico de obra pronta, aqui exercito a análise critica como forma de
provocar melhoria continua. Meus comentários são apenas pontos de vistas que não
tem a intenção de diminuir, nem apequenar ideias, textos e soluções.
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Guia BABOK v3 Principais Mudanças:
Requisitos
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Principais Mudanças: Requisitos
A versão 3.0 do Guia BABOK, enfim mudou a forma de tratar os requisitos, veja a
análise e comparação da declaração e do esquema de classificação de requisitos.
1.0 Declaração de Requisitos:
Pequena análise e comparação da declaração de requisitos entre as versões 2.0 e
3.0.
1.1 Definição de Requisitos no Guia BABOK 2.0:
Na versão 2.0, requisitos eram definidos conforme IEEE 610.12-1990: IEEE Standard
Glossary of Software Engineering Terminology.
Um requisito é:
1. Uma condição ou capacidade necessária para uma parte interessada resolver um
problema ou atingir um objetivo.
2. Uma condição ou capacidade que deve ser alcançada ou possuída por uma
solução, ou componente de solução, para satisfazer um contrato, padrão,
especificação ou outros documentos formalmente impostos.
3. Uma representação documentada de uma condição ou capacidade como em (1) ou
(2)."
Comentários:
Essa declaração poderia se restringir apenas na primeira parte: "Uma condição ou
capacidade necessária para uma parte interessada resolver um problema ou atingir
um objetivo."
A seguir uma breve explanação dos requisitos:
"Como indicado na sua definição, um requisito pode ser implícito, inferido a partir de,
ou derivado de outros requisitos, ou ser diretamente enunciado e gerenciado. Um dos
objetivos principais da análise de negócios é garantir que os requisitos sejam visíveis
e compreendidos por todas as partes interessadas.
O termo “requisito” gera muitas discussões na comunidade de análise de negócios.
Muitos desses debates focam no que deve, ou não, ser considerado um requisito e
quais são as suas características necessárias. Ao ler o Guia BABOK®, entretanto, é
vital que “requisito” seja tomado pelo sentido mais amplo possível. Requisitos
incluem, mas não estão limitados a condições ou capacidades passadas, presentes e
futuras em uma organização e descrições de estruturas organizacionais, papéis,
processos, políticas, regras e sistemas de informação. Um requisito pode descrever o
estado presente ou futuro de qualquer aspecto da organização.
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Requisitos
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Muito da literatura existente a respeito de análise de negócios é escrita com a
premissa de que requisitos descrevem apenas um sistema de tecnologia da
informação que está sendo considerado para implementação. Outras definições
também podem incluir futuras funções do negócio ou restringir o significado do termo
para definir os resultados que as partes interessadas querem atingir e não os meios
através dos quais esses resultados são alcançados. Mesmo sendo todos esses
diferentes usos justificáveis, eles são significantemente mais restritos do que a
maneira com a qual o termo é empregado aqui.
De forma semelhante, nós não assumimos que requisitos são analisados em algum
nível específico de detalhe. Eles devem ser analisados no nível de profundidade
necessário para compreensão e ação. No contexto de uma iniciativa de BPM
(Business Process Management), os requisitos podem ser uma descrição dos
processos de negócio atualmente em uso na organização. Em outros projetos, o
analista de negócios pode escolher desenvolver requisitos no intuito de descrever o
estado atual de uma organização (o que já é por si só uma solução para
necessidades de negócio existentes ou passadas) antes de investigar mudanças
necessárias para que as condições do negócio sejam atendidas."
1.2. Definição de Requistos na versão 3.0:
Na versão 3.0, houve uma mudança a respeito definição de requisitos:
"Um requisito é uma representação útil de uma necessidade. Requisitos focam em
compreender que tipo de valor pôde ser entregue se um requisito é satisfeito.
A natureza da representação pode ser um documento (ou conjunto de documentos),
mas pode variar muito, dependendo das circunstâncias" -- tradução livre do autor.
Comentários:
Vamos dividir para ficar mais fácil fazer os comentários
Primeira parte: "Um requisito é uma representação útil de uma necessidade".
Gostamos:
1 - Definição ficou mais enxuta e simples.
Não Gostamos:
2 - Pecou no aspecto clareza, pois é preciso ler a última parte da definição para
entender o que é uma representação: "A natureza da representação pode ser um
documento (ou conjunto de documentos), mas pode variar muito, dependendo das
circunstâncias"
Segunda parte: "Requisitos focam em compreender que tipo de valor pôde ser
entregue se um requisito é satisfeito"
Não gostamos, pois poderia ser mais objetiva e simples, como: "Requisitos
devem entregar valor (para as partes interessadas)".
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Terceira parte: "A natureza da representação pode ser um documento (ou conjunto
de documentos), mas pode variar muito, dependendo das circunstâncias"
Não gostamos, pois julgamos desnecessário explicar o que é uma
representação de um requisito.
Minha explicação, sou fã da definição do Hunt e Thomas:
"Requirements are not architecture. Requirements are not design, nor are they the
user interface. Requirements are need. " Hunt e Thomas (autores do Livro
Programador Pragmático)
Principalmente da última parte: "Requisitos são necessidades"
Aqui peço licença poética para compilar e completar: "Requisitos são necessidades
das partes interessadas. Requisitos quando satisfeitos devem entregar valor"
1. 3 Pequena Comparação da Declaração de Requisitos entre a versão 2.0 e
versão 3.0:
Enfim o pessoal do IIBA resolveu ter uma declaração de requisitos mais simples e
enxuta. Mas, como apresentamos nos comentários a declaração da versão 3.0, no
meu ponto de vista, poderia ser mais objetivo e simples, mas já a consideramos
como uma evolução.
2.0 Esquema de Classificação e Requisitos:
Vamos fazer uma pequena análise e comparação do esquema de classificação de
requisitos das versões 2.0 e 3.0.
2.1 Esquema de Classificação de Requisitos na versão 2.0:
Na versão 2.0, o esquema de classificação de requisitos era feita da seguinte forma:
- Requisitos de Negócio
- Requisitos das Partes Interessadas
- Requisitos da Solução
- Requisitos Funcionais
- Requisitos Não Funcionais
- Requisitos de Transição
A seguir a descrição dos requisitos:
- Requisitos do Negócio são metas de mais alto nível, objetivos ou necessidades da
organização. Descrevem as razões pelas quais um projeto foi iniciado, os objetivos
que o projeto vai atingir e as métricas que serão utilizadas para medir o seu sucesso.
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Requisitos
por Rildo Santos (@rildosan) | Versão 1.0
Requisitos do Negócio descrevem necessidades da organização como um todo e não
de grupos ou partes interessadas dentro dela. São desenvolvidos e definidos na
Análise Corporativa.
- Requisitos das partes interessadas são necessidades de uma parte interessada
em particular ou classe de partes interessadas. Descrevem as necessidades que uma
dada parte interessada possui e como a parte interessada irá interagir com a solução.
Requisitos das partes interessadas servem como uma ponte entre os requisitos do
negócio e as várias classes de requisitos da solução. São desenvolvidos e definidos
ao longo da Análise de Requisitos.
- Requisitos da solução descrevem as características de uma solução que atende
aos requisitos do negócio e aos requisitos das partes interessadas. São
desenvolvidos e definidos ao longo da Análise de Requisitos. São frequentemente
divididos em duas subcategorias, particularmente quando os requisitos descrevem
uma solução de software:
- Requisitos Funcionais descrevem o comportamento e a informação que a
solução irá gerenciar. Descrevem capacidades que o sistema será capaz de
executar em termos de comportamentos e operações – ações ou respostas
específicas de aplicativos de tecnologia da informação.
- Requisitos Não-Funcionais capturam condições que não se relacionam
diretamente ao comportamento ou funcionalidade da solução, mas descrevem
condições ambientais sob as quais a solução deve permanecer efetiva, ou
qualidades que os sistemas precisam possuir. Também são conhecidos como
requisitos de qualidade ou suplementares. Podem incluir requisitos relacionados à
capacidade, velocidade, segurança, disponibilidade, arquitetura da informação e
apresentação da interface com o usuário.
- Requisitos de transição descrevem capacidades que a solução deve possuir com
o objetivo de facilitar a transição do estado atual da organização para um estado
futuro desejado, mas que não serão mais necessárias uma vez concluída a transição.
São diferenciados dos outros tipos de requisitos porque são sempre temporários por
natureza e porque não podem ser desenvolvidos até que ambas as soluções, a nova
e a existente, sejam definidas. Tipicamente cobrem a conversão de dados a partir dos
sistemas existentes, lacunas (gaps) de habilidade que devem ser resolvidas e outras
mudanças relacionadas para alcançar o estado futuro desejado. São desenvolvidos
ao longo da área de conhecimento: Avaliação e Validação da Solução"
Comentários:
As descrições são longas e nem sempre fica claro o objetivo do requisito, mas não
vou perder tempo, pois elas ficaram no passado.
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2.2 Esquema de Classificação de Requisitos na versão 3.0:
Na versão 3.0, o esquema de classificação de requisitos ficou igual a da versão
anterior, veja:
- Requisitos de Negócio
- Requisitos das Partes Interessadas
- Requisitos da Solução
- Requisitos Funcionais
- Requisitos Não Funcionais ou Requisitos de Qualidade de Serviço
- Requisitos de Transição
Uma pequena mudança foi nome do requisito de Requisitos Não Funcionais que na
versão atual, chama: Requisitos Não Funcionais ou Requisitos de Qualidade de
Serviço.
Mas as diferenças estão nos detalhes, ou melhor, as mudanças de fato foram na
descrição dos requisitos:
- Requisitos de Negócio: Declarações de metas, objetivos e resultados que
descreve por que uma mudança foi iniciada. Eles podem ser aplicados a toda a
empresa, uma área de negócios, ou uma iniciativa específica.
- Requisitos das Partes Interessadas: Descreve as necessidades das partes
interessadas que devem ser cumpridas a fim de alcançar os requisitos de negócio.
Eles podem servir como uma ponte entre requisitos de negócios e requisitos da
solução.
- Requisitos da Solução: Descreve as capacidades e qualidades de uma solução
que atende aos requisitos das partes interessados.
Eles fornecem o nível adequado de detalhe para permitir o desenvolvimento e a
implementação da solução. Requisitos de solução podem ser divididos em duas
subcategorias:
- Requisitos Funcionais: Descreve as capacidades que uma solução deve ter, em
termos de comportamento e a informação de que a solução de irá gerenciar e;
- Requisitos Não Funcionais ou Requisitos de Qualidade de Serviço:
Diretamente não se relacionam com o comportamento da funcionalidade da
solução, mas sim descreve as condições em que uma solução deve ter para
permanecer eficaz ou qualidades que uma solução deve ter.
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Requisitos
por Rildo Santos (@rildosan) | Versão 1.0
- Requisitos da Transição: Descreve as capacidades que uma solução deve ter e as
condições para facilitar a transição do estado atual para o estado futuro, mas que não
são necessários para uma mudança é completa.
Eles são diferenciados dos outros tipos de requisitos porque eles são de natureza
temporária. Requisitos de Transição endereçam tópicos como conversão de dados,
treinamento e continuidade de negócios.
Comentários:
No geral as declarações, continuo insistindo, poderiam ser mais simples: veja como
elas poderiam ser:
- Requisitos de Negócio: Declarações de metas, objetivos e resultados que
descreve por que uma mudança foi iniciada. Eles podem ser aplicados a toda a
empresa, uma área de negócios, ou uma iniciativa específica.
- Requisitos das Partes Interessadas: Descreve as necessidades das partes
interessadas que devem ser cumpridas a fim de alcançar os requisitos de negócio.
Eles podem servir como uma ponte entre requisitos de negócios e requisitos da
solução.
- Requisitos da Solução: Descreve as capacidades e qualidades de uma solução
que atende aos requisitos das partes interessados.
Eles fornecem o nível adequado de detalhe para permitir o desenvolvimento e a
implementação da solução. Requisitos de solução podem ser divididos em duas
subcategorias
- Requisitos da Transição: Descreve as capacidades que uma solução deve ter e as
condições para facilitar a transição do estado atual para o estado futuro, mas que não
são necessários para uma mudança é completa.
Eles são diferenciados dos outros tipos de requisitos porque eles são de natureza
temporária. Requisitos de Transição endereçam tópicos como conversão de dados,
treinamento e continuidade de negócios.
Fácil só cortei o que acho desnecessário, contudo o ideal seria reescrevê-las para
ficar mais simples.
2. 3 Pequena Comparação do Esquema de Classificação de Requisitos entre a
versão 2.0 e versão 3.0:
Nitidamente houve uma evolução nos requisitos entre as versões, mas isso não quer
dizer que agora eles estão na forma e no conteúdo ideal, mas como já disse, a
evolução é lenta e gradativa, temos que ter fé, que ainda chegaremos no ideal.
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Guia BABOK v3 Principais Mudanças:
Requisitos
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3.0 Comentário Final
A evolução é necessária, disso já sabemos, e o guia está evoluindo.
Considero o tema requisitos como critico.
Não existe solução sem requisitos, é o obvio! Todos esperam e cobram que o
Analista de Negócio dê boas soluções, para isso é fundamental o entendimento claro
dos requisitos.
Se a principal referência de análise de negócio, o Guia BABOK, não tiver definições
inteligíveis, fica difícil e pode até comprometer o trabalho do Analista de Negócio.
Uma provocação final:
Será que não é hora de parar de evoluir e começar revolucionar ?
Nota: Tradução livre do autor
4.0 Referências:
Guia BABOK v3, Abril/2015, IIBA.
Guia BABOK 2.0 - IIBA
The Pragmatic Programmer: From Journeyman to Master
Autores: Andrew Hunt e David Thomas
Rildo Santos (@rildosan) é Consultor, Mentor, Escritor, Autor, Facilitador,
Palestrante, Instrutor e Empreendedor.
Trabalha com Processos, Inovação, Estratégia, Gestão de Negócio, Liderança,
Estratégia, Empreendedorismo, Tecnologia da Informação e Métodos Ágeis.
Atua a mais de 7 anos com Análise de Negócio em projetos e treinamento para
diversas empresas. Já treinou mais de 3000 pessoas em Análise de Negócio.