O que é dependência química conceitos fundamentais
3. O que é dependência química?
Conceitos fundamentais:
Síndrome de Dependência,
Uso Nocivo,
Intoxicação e Síndrome de
Abstinência
4. Transtornos mentais e
comportamentais devidos ao uso
de substâncias psicoativas
• Compreende numerosos transtornos que
diferem entre si
– pela gravidade variável
– e por sintomatologia diversa,
– mas que têm em comum o fato de serem
todos atribuídos ao uso de uma ou de várias
substâncias psicoativas, prescritas ou não por
um médico
5. Transtornos mentais e
comportamentais devidos ao
uso de substância psicoativa
• Numerosos usuários de drogas
consomem mais de um tipo de substância
psicoativa
• Diagnósticos associados devem ser
avaliados
6. Uso indevido de substâncias psicoativas: Danos
• DURANTE A INTOXICAÇÃO:
• Maior risco de acidentes pessoais, tanto no lazer como no trabalho, que
variam de pequenos, ate a morte
• Criminalidade
• Violência familiar
• Suicídios
• CRONICAMENTE:
• Desnutrição
• Predisposição a infecções;
• Piora da qualidade do sono e da alimentação, dos cuidados pessoais e da
higiene;
• Causa direta e indireta de diversas doenças clínicas e psiquiátrica;
• Abandono e perda de emprego;
• Abandono familiar.
• DURANTE A ABSTINÊNCIA:
• Complicações físicas e psíquicas;
• Criminalidade e suicídio
7. Intoxicação aguda
• Estado conseqüente ao uso de uma substância psicoativa
– compreendendo perturbações da consciência, das faculdades
cognitivas, da percepção, do afeto ou do comportamento, ou de
outras funções e respostas psicofisiológicas.
• As perturbações estão na relação direta dos efeitos
farmacológicos agudos da substância consumida,
– desaparecem com o tempo, com cura completa, salvo nos casos
onde surgiram lesões orgânicas ou outras complicações.
• A natureza destas complicações depende da categoria
farmacológica da substância consumida assim como de seu
modo de administração.
• O principais riscos: aparecimento de complicações clínicas e
acidentes
8. Intoxicação aguda
• INTOXICAÇÃO AGUDA
• A intoxicação aguda caracteriza-se pelo desenvolvimento de sinais e
sintomas específicos decorrentes da ingestão recente ou exposição à
determinada substância.
• Segundo as diretrizes da APA (American Psychiatry Association), os
objetivos no manejo das intoxicações agudas por substância são:
– (1) diminuir a exposição a estímulos externos e garantir um ambiente seguro e
monitorado para pacientes intensamente intoxicados;
– (2) verificar quais substâncias foram utilizadas, vias de administração, dose, tempo
desde a última dose, se o nível de intoxicação está diminuindo ou aumentando;
– (3) remover as substâncias do corpo – por lavagem gástrica, por exemplo, se o tempo
de ingestão for recente, ou por aumento da taxa de excreção;
– (4) reverter os efeitos da substância através da administração de antagonistas;
– (5) promover suporte clínico adequado para estabilizar os efeitos físicos provocados
pelo uso da substância, como por exemplo, entubar o indivíduo para diminuir o risco
de aspiração.
9. Padrões de uso de substâncias
• Todo e qualquer uso de substância é
considerado
– Dependência?
– Problema?
• Substâncias com potencial de abuso são
aquelas que podem desencadear:
– auto-administração repetida,
– que geralmente resulta em tolerância,
– abstinência
– e comportamento compulsivo de consumo
10. Padrões de uso de substâncias
• O novo conceito dos transtornos
relacionados ao uso de álcool e outras
drogas rejeitou a idéia da existência
apenas do dependente e do não-
dependente.
• Existem padrões individuais de consumo
que variam de intensidade ao longo de
uma linha contínua
12. Padrões de uso de substâncias
• Qualquer padrão de consumo pode trazer
problemas para o indivíduo:
• consumo de baixo risco.
– consumo em baixas doses, com precauções
necessárias à prevenção de acidentes
relacionados
• uso nocivo
– O Uso é eventual, mas indivíduo é incapaz de
controlar ou adequar seu modo de consumo.
– Isso leva a problemas sociais (brigas, faltas no
emprego), físicos (acidentes) e psicológicos
(heteroagressividade)
13. Padrões de uso de substâncias
• Qualquer padrão de consumo pode trazer
problemas para o indivíduo:
• Dependência: relação disfuncional entre um
indivíduo e seu modo de consumir uma
determinada substância
– consumo se mostra compulsivo
– destinado à evitação de sintomas de abstinência
– intensidade é capaz de ocasionar problemas
• sociais, físicos e ou psicológicos
15. Uso nocivo
• Modo de consumo de uma substância
psicoativa que é prejudicial à saúde.
• As complicações podem ser
– físicas (hepatite conseqüente a injeções de
droga pela própria pessoa) ou
– psíquicas (por exemplo, episódios
depressivos secundários a grande consumo
de álcool).
16. Uso nocivo: critérios CID 10
• O diagnóstico requer que um dano real deva ter sido causado à
saúde física e/ou mental do usuário.
• Padrões nocivos de uso são freqüentemente criticados por outras
pessoas
– Associados a conseqüências sociais diversas.
• O fato de um padrão de uso ou uma substância em particular não
ser aprovado por outra pessoa, pela cultura ou por ter levado a
conseqüências socialmente negativas, tais como prisão ou brigas
conjugais, não é por si mesmo evidência de uso nocivo.
• O uso nocivo não deve ser diagnosticado se a síndrome de
dependência, um transtorno psicótico ou outra forma específica de
transtorno relacionado ao uso de drogas ou álcool está presente.
17. O que é dependência química?
• Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos
e fisiológicos
• que se desenvolvem após repetido consumo de uma
substância psicoativa,
• tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar
a droga, à dificuldade de controlar o consumo,
• à utilização persistente apesar das suas
conseqüências nefastas,
• a uma maior prioridade dada ao uso da droga em
detrimento de outras atividades e obrigações,
• a um aumento da tolerância pela droga e por vezes, a
um estado de abstinência física.
18. O que é dependência química?
• A dependência é um transtorno complexo,
• “ bio-psico-social” ,
• Tem componentes sociais, psicológicos e
biológicos críticos,
• A abstinência total e duradoura após um
único tratamento é rara,
• Deve ser encarada como uma doença
crônica (hipertensão arterial ou diabetes),
onde o controle e manejo da doença é o
principal foco, e não somente a “cura”.
19. O que é dependência química?
• Nos últimos 30 anos, avanços científicos
na neurociência e nas ciências
comportamentais:
– Dependência é um transtorno crônico, que
cursa com recaídas,
20. O que é dependência química?
• Nos últimos 30 anos, avanços científicos
na neurociência e nas ciências
comportamentais:
– Dependência é um transtorno crônico, que
cursa com recaídas,
– Caracterizada pela procura compulsiva pelo
uso da substância, a despeito das
consequências físicas, psíquicas ou sociais,
21. O que é dependência química?
• Nos últimos 30 anos, avanços científicos na
neurociência e nas ciências comportamentais:
– Dependência é um transtorno crônico, que cursa com
recaídas,
– Caracterizada pela procura compulsiva pelo uso da
substância, a despeito das consequências físicas,
psíquicas ou sociais,
– É resultado das modificações prolongadas e
persistentes que a substância provoca no cérebro.
22. CRITÉRIOS
• O conceito atual de dependência química é:
– descritivo,
– baseado em sinais e sintomas,
– objetividade,
– critérios diagnósticos claros,
– apontou para a existência de diferentes graus de
dependência,
• rejeitando a idéia dicotômica anterior (dependente e não-
dependente)
• Desse modo, a dependência é vista como
uma síndrome,
– determinada a partir da combinação de diversos
fatores de risco,
– aparecendo de maneiras distintas em cada
indivíduo
23. Sinais e Sintomas da Síndrome
de Dependência
• Compulsão para o
consumo
• Aumento da tolerância
• Síndrome de
abstinência
• Alívio ou evitação da
abstinência pelo
aumento do consumo
• A experiência de um desejo incontrolável de
consumir uma substância. O indivíduo imagina-
se incapaz de colocar barreiras a tal desejo.
• A necessidade de doses crescentes de uma
determinada substância para alcançar efeitos
originalmente obtidos com doses mais baixas.
• O surgimento de sinais e sintomas de
intensidade variável quando o consumo de
substância psicoativa cessou ou foi reduzido.
• O consumo de substâncias psicoativas visando
ao alívio dos sintomas de abstinência.O
indivíduo aprende a detectar os intervalos da
manifestação de sintomas, passa a consumir a
substância preventivamente, a fim de evitá-los.
24. Sinais e Sintomas da Síndrome
de Dependência
• Relevância do consumo
• Estreitamento ou
empobrecimento do
repertório
• Reinstalação da
síndrome de
dependência
• O consumo de uma substância torna-se
prioridade, mais importante do que
coisas que outrora eram valorizadas pelo
indivíduo.
• A perda das referências internas e
externas que norteiam o consumo. À
medida que a dependência avança, as
referências voltam-se exclusivamente
para uso, em detrimento do consumo
ligado a eventos sociais. Passa a ocorrer
em locais incompatíveis, como por
exemplo o local de trabalho.
• Uma síndrome que levou anos para se
desenvolver pode se reinstalar em
poucos dias, mesmo depois de um longo
período de abstinência.
25. Critérios da Síndrome de Dependência
• Critérios do CID-10 para dependência de substâncias
• Um diagnóstico definitivo de dependência deve usualmente ser feito
somente se três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido
experenciados ou exibidos em algum momento do ano anterior:
– (a) um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
– (b) dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância
em termos de seu início, término e níveis de consumo;
– (c) um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância
cessou ou foi reduzido, como evidenciado por: síndrome de abstinência para
a substância ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente
relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
– (d) evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da
substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente
produzidos por doses mais baixas;
– (e) abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor
do uso da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo
necessária para se recuperar de seus efeitos;
– (f) persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de
conseqüências manifestamente nocivas. Deve-se fazer esforços claros para
determinar se o usuário estava realmente consciente da natureza e extensão do
dano.
26. Síndrome [estado] de
abstinência
• Conjunto de sintomas que se agrupam de
diversas maneiras, tem gravidade variável,
– ocorrem quando o individuo pára absoluta ou
relativamente o uso de uma substância psicoativa,
que era consumida por tempo prolongado.
• O início e a evolução da síndrome de abstinência
são:
– limitadas no tempo
– dependem da categoria e da dose da substância
consumida antes da parada ou da redução do
consumo.
• A síndrome de abstinência pode se complicar pela
ocorrência de convulsões e/ou delirium.
27. Síndrome [estado] de
abstinência
• A síndrome resulta de um processo neuro-
adaptativo do sistema nervoso central
• São descritos dois tipos de adaptação
frente à presença constante da substância,
elas se estabelecem em busca de um novo
equilíbrio.
– A adaptação de prejuízo é a diminuição do efeito
da droga sobre a célula.
– A adaptação de oposição é a instituição de uma
força no interior da célula, antagônica ao efeito
da droga.
– A síndrome de abstinência aparece quando da
remoção a substância, total ou parcialmente,
afetando o novo equilíbrio.