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Edu-comunicación para El cambio social, 117-119


                           Rosely de Sá Oliveira
Uma aproximação conceitual: o autor inicia sua reflexão
propondo algumas questões:

 O que é exatamente a comunicação para a mudança social?
 A que nos referimos quando vinculamos essas noções?
 Qual é o papel da comunicação nos processos de desenvolvimento?
 Existe mudança social sempre que nos comunicamos?
 Como articular o educativo na esfera das transformações sociais?
 Pela experiência histórica, os deslocamentos semânticos nos fazem
  entender que se trata de um problema complexo, cuja problemática
  tem se desenvolvido como uma ideia motriz e transversal dos mais
  diversos âmbitos da filosofia e das ciências sociais.
 Derivada do avanço da ilustração, essa proposta e adquire força após
  a 2ª. Guerra Mundial (1945) juntamente com o conceito de
  reconstrução do Ocidente.
Surgem então uma diversidade de programas de desenvolvimento que
buscam compensar as desigualdades dos países subdesenvolvidos do
Terceiro Mundo, tendo como base o crescimento econômico e a
construção nacional. Poucos anos depois, o projeto:
   Denuncia a disfuncionalidade social
   seu caráter etnocêntrico e essencialista
   limitação e utilitarismo
   Nos anos 60 e 70: críticas pelas teorias de dependência (Prebish, Cardoso, Faletto,
    etc.)
   Situam a origem do subdesenvolvimento a uma relação de desigualdade econômica
    entre países mais ou menos poderosos (centrais e periféricos respectivamente)
   Evolução da ideia a partir da perspectiva economicista inicial até a concepção
    holística, sobretudo social.
   HOJE, desenvolvimento se entende:
   Como um processo de mudanças qualitativas e quantitativas experimentados por um
    grupo humano;
   Deverá se relacionar a seu bem estar pessoal e social nas diferentes ordens:
       Política
       Econômica
       Cultural
       Etc.
   O desenvolvimento está focado somente no caráter natural do ser humano e precisa
    ser definido de forma autônoma pelos próprios sujeitos (endógeno) da mudança, sem
    comprometer o bem estar das gerações futuras: SUSTENTABILIDADE.
O lado desgastado do conceito:
   Seu surgimento no período entre guerras com a intenção de ser um instrumento
    bélico-propagandístico
   Caráter persuasivo, unilateral e autoritário do ato de informar
   Abertura de margem para réplica ou retroalimentação do receptor (TEORIA
    MATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO)
   Modelos funcionalistas e conducistas (métodos de indução?), etc.
   O ressurgimento das novas correntes de pensamento que colocaram foco nas práticas
    de resistência e resignificação das mensagens por parte do receptor:
   Usos e ganhos pós estruturalismo
   Estudos culturais, etc.
   Principais autores que refletiram sobre comunicação/educação nos anos finais da
    década de 50 com vistas ao desenvolvimento da nação através da mudança social:
   Everett Rogers
   Daniel Lerner
   Wilbur Schramm
   Eles buscavam através de modernas técnicas de persuasão, incorporar a modernidade
    às nações e grupos sociais mais desfavorecidos, enfatizando a favor do progresso e da
    técnica:
   bases econômicas
   Mudança de atitudes individuais
   A CONTRAPARTIDA e INSUFICIÊNCIAS
   Este modelo como sendo aplicável somente na América Latina e no contexto histórico
    dos anos 70, solo fértil da função democretizadora para as ideias de dependência e
    liberação
UMA NOVA RECONDUÇÃO DA PERSPECTIVA DOMINANTE INICIAL
através dos estudos de:

   Paulo Freire, Luis Ramiro Beltrán, Orlando Fals Borda, Juan Dias Bordenave, etc.
        Trouxeram pressupostos mais complexos, privilegiando o caráter participativo, o dialógico e endógeno
         da mudança social
        FOCO: a mudança social e a função democratizadora da comunicação
   Surge a expressão EDU-COMUNICAÇÃO:
        Alerta para a distinção entre informação e comunicação
        Informação é um ato unidirecional, orienta a transmissão de dados, ideias, emoções, habilidades, etc.
        A comunicação –em constante transformação- é uma via de mão dupla, possível entre os polos da
         estrutura relacional, propondo uma lei de bivalência:
            Todo transmissor pode ser um receptor, e todo receptor pode ser um transmissor (Pasquali, 1963)
   Segundo Freire:
        A comunicação vem a ser sinônimo de diálogo (recuperando-se o sentido etimológico da palavra)
        É um processo de compartilhar, de se por em comum com o outro
        Intersubjetividade como larga tradição de pensamento dialógico

   Barranquero identifica esta como sendo a autêntica comunicação, pois segundo este modelo,
    a DIALÉTICA é a resolução para as contradições entre conhecimento / reflexão / teoria e
    acontecer / ação / práxis. Ele diz que é assim que se gera conscientização no duplo sentido
    político-pedagógico freireano:

        Como conhecimento ( o descobrimento e a razão das coisas)
        Como consciência (de si mesmo, do outro e da realidade)
        Tudo isso sempre acompanhado de ações transformadoras políticas, e é por isso que o diálogo e a
         comunicação HORIZONTAL são processos privilegiados para promover a capacidade crítica e o progresso
         do indivíduo. Com isso, e consequentemente, a existência de uma sociedade mais digna e mais
         humana.
NOS ANOS 80: Latouche (1986)
   NOS ANOS 80: Latouche (1986), disse que a atualidade se privilegia da noção de
    comunicação para a mudança social, como um diálogo público e privado a partir do
    qual as pessoas decidem quem são, quais suas aspirações e do que necessitam, e
    como podem administrar coletivamente para alcançar suas metas e melhorar suas
    vidas. Portanto, são os próprios grupos humanos que devem decidir de forma
    autônoma sobre seus destinos através de um processo dialógico e participativo que
    gere conhecimento e ação.


      Questões em aberto:
   Qual o papel da Edu-comunicação para a mudança social em um contexto altamente
    industrializado?
   Nesse contexto se pode planejar processos participativos de diálogo e transformação?
   O que implica ser um comunicador para a mudança social nas regiões mais carentes?
   Desde os anos 40 os estudos tem se empenhado em responder essas questões, em
    diferentes países do mundo. São investigações que têm proporcionado EVIDÊNCIAS
    de que existem sim vínculos comprovados entre o desenvolvimento de um
    determinado grupo humano e a comunicação.
   Assim, toda ação de desenvolvimento implica entender a comunicação como qualquer
    processo comunicativo e está, por sua vez, conectado a algum tipo de transformação.
    Para isso, é preciso o planejamento e direção das ações , decisões e estratégias com
    objetivos prévios.
Os modos de proceder são múltiplos e dependerão de
premissas básicas como:




 A comunicação e educação para mudança social coletiva;
 Acesso, participação e apropriação do mesmo por parte dos atores
  implicados;
 Consideração das particularidades de cada cultura e cada língua
 Saber comunitário e representatividade dos membros evitando-se
  monopólio;
 Evitar o localismo
 Utilização das tecnologias
 Objetivos a médio e longo prazo – sustentabilidade
 Flexibilidade metodológica
Enfim, para uma sustentabilidade cultural adequada e para abordar os
problemas de desenvolvimento, o NOVO COMUNICADOR deverá
apresentar:

   Conhecimentos especializados nas diversas disciplinas que abordem a mudança social:
      Antropologia
      Pedagogia
      Política
      Economia
      Sociologia
      Psicologia, etc.
   Experiências em metodologias de investigação, planejamento e execução de projetos
   Conhecimento as tecnologias da comunicação

O intuito de todo esse esforço deverá ter como meta:
 Avançar na definição da educação/comunicação para a mudança social, e como disciplina
   acadêmica;
 Inovar a comunicação educativa;
 Propiciar outras formas de comunicação e organização das tecnologias de baixo custo como internet,
   softwares livres e o vídeo.

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  • 1. Edu-comunicación para El cambio social, 117-119 Rosely de Sá Oliveira
  • 2. Uma aproximação conceitual: o autor inicia sua reflexão propondo algumas questões:  O que é exatamente a comunicação para a mudança social?  A que nos referimos quando vinculamos essas noções?  Qual é o papel da comunicação nos processos de desenvolvimento?  Existe mudança social sempre que nos comunicamos?  Como articular o educativo na esfera das transformações sociais?  Pela experiência histórica, os deslocamentos semânticos nos fazem entender que se trata de um problema complexo, cuja problemática tem se desenvolvido como uma ideia motriz e transversal dos mais diversos âmbitos da filosofia e das ciências sociais.  Derivada do avanço da ilustração, essa proposta e adquire força após a 2ª. Guerra Mundial (1945) juntamente com o conceito de reconstrução do Ocidente.
  • 3. Surgem então uma diversidade de programas de desenvolvimento que buscam compensar as desigualdades dos países subdesenvolvidos do Terceiro Mundo, tendo como base o crescimento econômico e a construção nacional. Poucos anos depois, o projeto:  Denuncia a disfuncionalidade social  seu caráter etnocêntrico e essencialista  limitação e utilitarismo  Nos anos 60 e 70: críticas pelas teorias de dependência (Prebish, Cardoso, Faletto, etc.)  Situam a origem do subdesenvolvimento a uma relação de desigualdade econômica entre países mais ou menos poderosos (centrais e periféricos respectivamente)  Evolução da ideia a partir da perspectiva economicista inicial até a concepção holística, sobretudo social.  HOJE, desenvolvimento se entende:  Como um processo de mudanças qualitativas e quantitativas experimentados por um grupo humano;  Deverá se relacionar a seu bem estar pessoal e social nas diferentes ordens:  Política  Econômica  Cultural  Etc.  O desenvolvimento está focado somente no caráter natural do ser humano e precisa ser definido de forma autônoma pelos próprios sujeitos (endógeno) da mudança, sem comprometer o bem estar das gerações futuras: SUSTENTABILIDADE.
  • 4. O lado desgastado do conceito:  Seu surgimento no período entre guerras com a intenção de ser um instrumento bélico-propagandístico  Caráter persuasivo, unilateral e autoritário do ato de informar  Abertura de margem para réplica ou retroalimentação do receptor (TEORIA MATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO)  Modelos funcionalistas e conducistas (métodos de indução?), etc.  O ressurgimento das novas correntes de pensamento que colocaram foco nas práticas de resistência e resignificação das mensagens por parte do receptor:  Usos e ganhos pós estruturalismo  Estudos culturais, etc.  Principais autores que refletiram sobre comunicação/educação nos anos finais da década de 50 com vistas ao desenvolvimento da nação através da mudança social:  Everett Rogers  Daniel Lerner  Wilbur Schramm  Eles buscavam através de modernas técnicas de persuasão, incorporar a modernidade às nações e grupos sociais mais desfavorecidos, enfatizando a favor do progresso e da técnica:  bases econômicas  Mudança de atitudes individuais  A CONTRAPARTIDA e INSUFICIÊNCIAS  Este modelo como sendo aplicável somente na América Latina e no contexto histórico dos anos 70, solo fértil da função democretizadora para as ideias de dependência e liberação
  • 5. UMA NOVA RECONDUÇÃO DA PERSPECTIVA DOMINANTE INICIAL através dos estudos de:  Paulo Freire, Luis Ramiro Beltrán, Orlando Fals Borda, Juan Dias Bordenave, etc.  Trouxeram pressupostos mais complexos, privilegiando o caráter participativo, o dialógico e endógeno da mudança social  FOCO: a mudança social e a função democratizadora da comunicação  Surge a expressão EDU-COMUNICAÇÃO:  Alerta para a distinção entre informação e comunicação  Informação é um ato unidirecional, orienta a transmissão de dados, ideias, emoções, habilidades, etc.  A comunicação –em constante transformação- é uma via de mão dupla, possível entre os polos da estrutura relacional, propondo uma lei de bivalência:  Todo transmissor pode ser um receptor, e todo receptor pode ser um transmissor (Pasquali, 1963)  Segundo Freire:  A comunicação vem a ser sinônimo de diálogo (recuperando-se o sentido etimológico da palavra)  É um processo de compartilhar, de se por em comum com o outro  Intersubjetividade como larga tradição de pensamento dialógico  Barranquero identifica esta como sendo a autêntica comunicação, pois segundo este modelo, a DIALÉTICA é a resolução para as contradições entre conhecimento / reflexão / teoria e acontecer / ação / práxis. Ele diz que é assim que se gera conscientização no duplo sentido político-pedagógico freireano:  Como conhecimento ( o descobrimento e a razão das coisas)  Como consciência (de si mesmo, do outro e da realidade)  Tudo isso sempre acompanhado de ações transformadoras políticas, e é por isso que o diálogo e a comunicação HORIZONTAL são processos privilegiados para promover a capacidade crítica e o progresso do indivíduo. Com isso, e consequentemente, a existência de uma sociedade mais digna e mais humana.
  • 6. NOS ANOS 80: Latouche (1986)  NOS ANOS 80: Latouche (1986), disse que a atualidade se privilegia da noção de comunicação para a mudança social, como um diálogo público e privado a partir do qual as pessoas decidem quem são, quais suas aspirações e do que necessitam, e como podem administrar coletivamente para alcançar suas metas e melhorar suas vidas. Portanto, são os próprios grupos humanos que devem decidir de forma autônoma sobre seus destinos através de um processo dialógico e participativo que gere conhecimento e ação.  Questões em aberto:  Qual o papel da Edu-comunicação para a mudança social em um contexto altamente industrializado?  Nesse contexto se pode planejar processos participativos de diálogo e transformação?  O que implica ser um comunicador para a mudança social nas regiões mais carentes?  Desde os anos 40 os estudos tem se empenhado em responder essas questões, em diferentes países do mundo. São investigações que têm proporcionado EVIDÊNCIAS de que existem sim vínculos comprovados entre o desenvolvimento de um determinado grupo humano e a comunicação.  Assim, toda ação de desenvolvimento implica entender a comunicação como qualquer processo comunicativo e está, por sua vez, conectado a algum tipo de transformação. Para isso, é preciso o planejamento e direção das ações , decisões e estratégias com objetivos prévios.
  • 7. Os modos de proceder são múltiplos e dependerão de premissas básicas como:  A comunicação e educação para mudança social coletiva;  Acesso, participação e apropriação do mesmo por parte dos atores implicados;  Consideração das particularidades de cada cultura e cada língua  Saber comunitário e representatividade dos membros evitando-se monopólio;  Evitar o localismo  Utilização das tecnologias  Objetivos a médio e longo prazo – sustentabilidade  Flexibilidade metodológica
  • 8. Enfim, para uma sustentabilidade cultural adequada e para abordar os problemas de desenvolvimento, o NOVO COMUNICADOR deverá apresentar:  Conhecimentos especializados nas diversas disciplinas que abordem a mudança social:  Antropologia  Pedagogia  Política  Economia  Sociologia  Psicologia, etc.  Experiências em metodologias de investigação, planejamento e execução de projetos  Conhecimento as tecnologias da comunicação O intuito de todo esse esforço deverá ter como meta:  Avançar na definição da educação/comunicação para a mudança social, e como disciplina acadêmica;  Inovar a comunicação educativa;  Propiciar outras formas de comunicação e organização das tecnologias de baixo custo como internet, softwares livres e o vídeo.