O documento descreve um estudo que avalia a acurácia da fotografia digital de retina no rastreamento de retinopatia diabética realizado por médicos de família e comparado com oftalmologistas. Os médicos de família apresentaram boa sensibilidade e especificidade, podendo ser uma alternativa para locais sem oftalmologistas. O rastreamento reduziu a necessidade de encaminhamentos em mais de 75% e pode ser realizado com telemedicina de forma a otimizar o acesso e reduzir custos no SUS.
2. Rede de colaboradores
Profa. Dra. Cristina Rolim Neumann
Adriana Szortika
Oftalmologista
Aline Lutz
Oftalmologista
Franciele
Locatelli
Bolsista
Ana Paula
Rosses
Mestranda
UFRGS
Dra. Camila
Furtado de Souza
MFC
Pesquisadora
Gabriela
Carvalho
Bolsista
Prof. Dr. Marcelo
Gonçalves
TelessaúdeRS
Profa. Ângela
Jornada Ben
Doutoranda
UFRGS
3. Contexto: O Diabetes e a perda visual
5%1
50%2
1Ferris FLI,1993
2Diabetic Retinopathy Study, 1981
4. Brasil
Oftalmologista13,8 milhões DM1
2,7 a 5,3 milhões RD 191 a 678 mil RD
Prevalência de RD
19,5%2 a 38,4%3
Risco de cegueira
7,1 a 12,8%4
1Vigitel, 2013
2Guedes MF, 2009
3JostI BS, 2010
4Mizrachi Y et al. 2014
Contexto
Sem
rastreamento
com rastreamento
5. Objetivos: Principal e Específicos
Acurácia da Fotografia Digital de Retina no Rastreamento de Retinopatia Diabética
1. Acurácia do MFC para diagnóstico de RD.
2. Análise do Impacto Orçamentário do Rastreamento da RD em APS no SUS.
3. Custo-efetividade do Rastreamento de RD Oportunístico vs. Sistemático e
intervalos de Rastreamento no SUS.
4. Implantar o Rastreamento Sistemático numa Unidade Básica de Saúde.
6. Método - EstudoAcurácia
1. Estudo Transversal
2. População: diabéticos >18 anos cadastrados no Hiperdia UBS HCPA
3. Amostra de conveniência: 219 pacientes
4. Foram realizadas duas fotos por olho - Retinógrafo CANON CR2®;
5. Dados clínicos;
6. Repositório digital;
7. 3 MFC treinados e 2 Oftalmologistas (Padrão Ouro);
8. Sensibilidade, Especificidade, Acurácia e kappa
8. Característica Dados válidos
(N = 219)
Sexo – n (%)
Masculino 88 (40,4)
Cor da pele – n (%)
Branca 194 (89,4)
Idade – anos
Média +DP 64,83 + 11
Tempo de diagnóstico de DM2 - anos
Mediana (IIQ)
6,00 (3 – 14)
Presença de HAS – n (%)
Controlada 135 (63,7)
HbA1c 10%
HbA1c 8,0 – 9,9%
HbA1c 7,1 – 7,9%
HbA1c 7%
Azotemia
Macroalbuminúria‡
Microalbuminúria†
Nefropatia ausente
RD Proliferativa
RDNP Grave
RDNP Moderada
RDNP Leve
RD Ausente
Resultados - Estudo Acurácia
9. Desempenho do rastreamento de RD entre os Médicos de Família e Comunidade e Padrão Ouro
N= 219
Sensibilidade(%) Especificidade(%) Acurácia (%) Kappa ajustado
RD MFC 1 94,8 92,6 93 0,88
RD MFC 2 87,2 90,2 89,6 0,92
RD MFC 3 66,7 93,3 88,2 0,92
Resultados - Estudo Acurácia
82,9% 92,0% 90,2% 0,90%
10. RD ausente RD não proliferativa leve RD com risco de perda
visual
Impossível classificar RD Encaminhamentos
74.90%
3.20%
14,7%
7.30%
22.30%
72.90%
9.43%
11.94%
5.77%
17.71%
PADRÃO OURO MFC's
APS
Prevalência dos estágios de Retinopatia Diabética e de encaminhamentos
conforme Padrão Ouro e MFC's
Oftalmologista
11. UBS
Oftalmologista781
140 21
Prevalência de RD 17,8%
Risco de cegueira 14,6%
Resultados – Rastreamento realizado por oftalmologista
Sem
rastreamento
com rastreamento
Impossível classificar 7,3% 57
78
12. UBS
Oftalmologista781
164 20
Prevalência de RD 21,3%
Risco de cegueira 14,6%
Sem
rastreamento
com rastreamento
Impossível classificar 5,77% 45
Resultados – Rastreamento realizado por MFC
65
13. Discussão
Os médicos de família apresentaram boa sensibilidade e especificidade para a detecção de RD
podendo ser uma alternativa para lugares onde não há oftalmologista.
O rastreamento foi possível na maior parte dos pacientes, e reduziu a necessidade de
encaminhamento para o oftalmologista em 77,7% e em 82,3% no rastreamento com FDR realizado por
oftalmologista e MFC respectivamente.
14. Perspectivas
Telemedicina pode ser uma alternativa para otimizar o acesso dos pacientes com risco de cegueira ao
oftalmologista.
Determinar o custo-efetividade do rastreamento no SUS.
Criar a logística que permita o rastreamento sistemático e periódico para RD em toda população de
POA com intervalos de tempo baseados no nível de RD (Coorte).
Avaliar capacidade instalada para tratamento dos casos rastreados.
Reduzir a cegueira pelo diabetes.
16. Impacto Orçamentário Incremental = (NiNt x CtNt) - (NtA x CttA)
NiNt = número de indivíduos abrangidos pelo rastreamento sistemático.
CtNt = custo total do rastreamento sistemático.
NtA = número de indivíduos abrangidos pelo rastreamento oportunístico.
CttA = custo total do rastreamento oportunístico.
Método
Estudo Custo Efetividade
17. Razão de Custo-utilidade Incremental = Custo rastreamento com Telemedicina – Custo rastreamento oportunístico
Cálculo da Razão de Custo-Utilidade
QALY rastreamento com Telemedicina – QALY rastreamento oportunístico
Método
O diabetes é uma doença que impossibilita o metabolismo da glicose no organismo. O excesso de glicose causa dano e inflamação nas artérias provocando sangramentos. Quando essa inflamação é no fundo do olho, causa sangramento que não causam sintomas, mas podem levar a cegueira. Esse é o primeiro problema.
Estima-se que 50% dos diabéticos com retinopatia proliferativa não tratada cegam após 5 anos do diagnóstico.
O rastreamento e tratamento oportunos reduz o risco de perda visual permanente a menos de 5% nos pacientes.
Considerando apenas pacientes com retinopatia proliferativa, o tratamento com panfotocoagulação, reduziu em 50% o risco de evolução para perda visual grave.
Hoje, 13,8 milhões de pessoas com diabetes no Brasil necessitariam de pelo menos uma consulta com oftalmologista para rastreamento da RD.
As pessoas têm cegado na fila de espera por uma consulta com oftalmologista no sistema público.
Um processo de rastreamento que identifique os casos em risco de cegueira otimizaria o acesso desses pacientes ao tratamento com oftalmologista, pois necessitam de avaliação e encaminhamento aproximadamente 7,1 a 12,8% dos casos.
Dados da Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostrou prevalência de diabetes referido de 6,9%. (população brasileira em 2013: 200 milhões). Isso equivale a aproximadamente, 13 milhões de diabéticos que necessitariam de pelo menos uma consulta oftalmológica anual de rastreamento para retinopatia diabética recomendada pelo Ministério da Saúde. Em contra partida, o número de consultas com oftalmologista não tem sido suficiente para atender essa população. No Rio Grande do Sul, em especial Porto Alegre, observa-se uma demora superior a um ano para consulta com oftalmologista.
Considerando a prevalência de RD na APS teríamos 3 a 5 milhões de pacientes com RD, destes apenas 7,1 a 12,8% cerca de 155 a 550 mil realmente necessitariam de consulta com oftalmologista. Assim, o rastreamento permitiria um encaminhamento assertivo dos casos de risco de perda visual ao oftalmologista otimizando o acesso à consulta com essa especialidade.
Vários países tem utilizado a fotografia digital de retina para rastreamento dos casos de retinopatia em risco de cegueira. A fotografia pode ser avaliada quanto ao nível de RD por oftalmologista, endocrinologistas e MFC’s
Nos interessava conhecer qual a acurácia do MFC.
Além disso, nos interessa saber qual o impacto orçamentário do rastreamento na APS, ou seja quanto custa para o sistema público e quanto custa em relação por anos de vida ganho com qualidade de vida nessa população.
Foram realizadas duas fotos por olho (retinógrafo CANON CR2), as quais foram colocadas em repositório digital para serem avaliadas por três MFCs e um oftalmologista quanto gravidade de RD e necessidade de encaminhamento.
Dados clínicos foram coletados em prontuários. Foi utilizada estatística descritiva e, para avaliar o desempenho dos médicos de família, foi calculada sensibilidade, especificidade e acurácia, além da análise de concordância através do Kappa. Projeto foi aprovado pelo comitê de ética do HCPA .
Para o estudo de custo efetividade elaboramos uma arvore de decisão comparando duas estratégias.
Hoje, 13,8 milhões de pessoas com diabetes no Brasil necessitariam de pelo menos uma consulta com oftalmologista para rastreamento da RD.
As pessoas têm cegado na fila de espera por uma consulta com oftalmologista no sistema público.
Um processo de rastreamento que identifique os casos em risco de cegueira otimizaria o acesso desses pacientes ao tratamento com oftalmologista, pois necessitam de avaliação e encaminhamento aproximadamente 7,1 a 12,8% dos casos.
Dados da Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostrou prevalência de diabetes referido de 6,9%. (população brasileira em 2013: 200 milhões). Isso equivale a aproximadamente, 13 milhões de diabéticos que necessitariam de pelo menos uma consulta oftalmológica anual de rastreamento para retinopatia diabética recomendada pelo Ministério da Saúde. Em contra partida, o número de consultas com oftalmologista não tem sido suficiente para atender essa população. No Rio Grande do Sul, em especial Porto Alegre, observa-se uma demora superior a um ano para consulta com oftalmologista.
Considerando a prevalência de RD na APS teríamos 3 a 5 milhões de pacientes com RD, destes apenas 7,1 a 12,8% cerca de 155 a 550 mil realmente necessitariam de consulta com oftalmologista. Assim, o rastreamento permitiria um encaminhamento assertivo dos casos de risco de perda visual ao oftalmologista otimizando o acesso à consulta com essa especialidade.
Hoje, 13,8 milhões de pessoas com diabetes no Brasil necessitariam de pelo menos uma consulta com oftalmologista para rastreamento da RD.
As pessoas têm cegado na fila de espera por uma consulta com oftalmologista no sistema público.
Um processo de rastreamento que identifique os casos em risco de cegueira otimizaria o acesso desses pacientes ao tratamento com oftalmologista, pois necessitam de avaliação e encaminhamento aproximadamente 7,1 a 12,8% dos casos.
Dados da Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostrou prevalência de diabetes referido de 6,9%. (população brasileira em 2013: 200 milhões). Isso equivale a aproximadamente, 13 milhões de diabéticos que necessitariam de pelo menos uma consulta oftalmológica anual de rastreamento para retinopatia diabética recomendada pelo Ministério da Saúde. Em contra partida, o número de consultas com oftalmologista não tem sido suficiente para atender essa população. No Rio Grande do Sul, em especial Porto Alegre, observa-se uma demora superior a um ano para consulta com oftalmologista.
Considerando a prevalência de RD na APS teríamos 3 a 5 milhões de pacientes com RD, destes apenas 7,1 a 12,8% cerca de 155 a 550 mil realmente necessitariam de consulta com oftalmologista. Assim, o rastreamento permitiria um encaminhamento assertivo dos casos de risco de perda visual ao oftalmologista otimizando o acesso à consulta com essa especialidade.