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PROJETO: Cultura, Literatura e Criatividade: Do erudito ao popular – CLIC
COORDENADORA DA ÁREA DE LETRAS: Magliana Rodrigues da Silva
ESCOLA PARTICIPANTE: E.E.E. Fundamental e Médio Professor Raul Córdula
SUPERVISORA DA ESCOLA: Diana Nunes Ramalho
LICENCIANDOS EM LETRAS: Ana Daniele Félix
Eloiza de Oliveira Chaves
Lígia Albuquerque Queiroz
Monalisa Barboza Santos
Nathalia Isis Oliveira
ALUNO (A): ____________________________________________________
www.clicletras.blogspot.com
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TEXTO 01
O relógio
Carlos Drummond de Andrade
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac...
Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-relogio>. Acesso em:
28 de fevereiro de 2016.
TEXTO 02
Entendendo a Adolescência - por que é tão difícil crescer?
Fernanda A. Linhares Guimarães
A adolescência pode ser definida como uma das etapas do desenvolvimento humano que se
caracteriza pelas mais complexas alterações psíquicas e sociais, sendo estas influenciadas pela época
e cultura onde estão inseridas.
Em meio a esse turbilhão de mudanças, o adolescente precisa encontrar uma nova visão do mundo
e de si, em uma tentativa de redefinir seu caráter social, sexual, ideológico e
profissional.
Nesse difícil processo de adolescer, que varia aproximadamente
entre 11 e 20 anos, há o surgimento de uma nova identidade e a
descoberta da sexualidade - na qual o adolescente investe toda a sua
energia.
Puberdade e Adolescência
A puberdade é caracterizada por processos biológicos e mudanças
físicas, em sua maioria, muito perceptíveis - como, por exemplo, o crescimento de pêlos pubianos e a
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chegada da menstruação. O início dessa fase coincide, normalmente, com os primeiros anos da
adolescência. De acordo com Fagundes (2003), com todo esse amadurecimento fisiológico, intensifica-
se também o impulso sexual, e o contato com o corpo adquire um caráter exploratório, de descoberta de
novas sensações pela erotização genital.
Frente a esse impulso, o adolescente inicia a busca por parceiros, deixando de lado os
relacionamentos infantis. Começam, assim, os contatos superficiais, depois profundos e mais íntimos,
que preenchem a vida sexual dos adolescentes.
Uma nova identidade
As primeiras identificações feitas pelo ser humano são com as figuras parentais, frequentemente,
idealizadas como heróis. Entretanto, na adolescência, essas identificações deixam de exercer sua grande
influência, pois o sujeito passa a buscar uma nova identidade: já não é mais criança e ainda não
comporta ser adulto.
Essa busca, normalmente, gera um progressivo afastamento dos pais. Porém, não é o
distanciamento dessas figuras que o adolescente deseja, e, sim, desvincular-se do seu papel de
criança. O sujeito passa pelo processo de luto pelo seu corpo de criança e aspectos infantis perdidos.
Frente a isso, vê-se obrigado a reformular todos os conceitos que até então tinha de si, ao mesmo tempo
em que se projeta para a vida adulta, ainda desconhecida.
Crises e Angústias
Nessa tentativa de se encontrar, a oscilação entre enormes urgências e postergações,
aparentemente ilógicas, aparece de forma marcante. O adolescente se encontra perdido nas referências
de tempo - a infância do passado e a vida adulta do futuro – o que gera grande angústia.
As flutuações de humor também são outro traço típico dessa fase, consequências das variações
hormonais e da ansiedade gerada pelas inúmeras experiências e descobertas que o adolescente passa a
vivenciar com intensidade.
Conflitos x Amadurecimento
Com o amadurecimento fisiológico, há um
significativo ganho psíquico e intelectual, e,
consequentemente, uma inflação egóica - crê que sabe e
pode tudo. Diante desse pensamento, o adolescente
normalmente se rebela e elabora seu próprio conjunto
de valores e regras, muitas vezes opostos aos
considerados corretos até então. As referências de
autoridade e normas sociais são, assim, questionadas e se
alteram frequentemente. Entretanto, o adolescente
não é totalmente avesso a qualquer autoridade.
Quando a reconhece nas pessoas de seu interesse, ela
pode influenciar de maneira importante sua forma de agir e pensar.
Esses conflitos, entre as normas vigentes e sua nova visão de mundo, impelem, muitas vezes, o
adolescente a recorrer a ambientes mais favoráveis. Insere-se em grupos que o aceitam e proporcionam
segurança e estima pessoal, devido às identificações entre os seus integrantes. Pouco a pouco, porém,
desvincula-se e assume sua própria identidade adulta.
Pais e seu papel na adolescência
A adolescência não é marcada somente por crises, mal-estares e angústias. É a importante época de
grandes descobertas e experiências, que definirão a identidade sexual, social, ideológica e profissional
do sujeito na vida adulta.
P á g i n a | 4
A função dos pais no direcionamento dessas vivências e na determinação dos limites, ainda em
construção nos filhos, é essencial. Um adolescente sem limites pode se tornar um adulto com
dificuldades em respeitar regras, assim como em entender a balança entre direitos e deveres em
sociedade. Pode, também, não se sentir cuidado pelos pais, resultando em um adulto carente e com
baixa autoestima. Por outro lado, a inflexibilidade na prática da autoridade parental, com a imposição
excessiva de normas - muitas vezes incompreensíveis para os adolescentes - pode contribuir para um
indivíduo revoltado ou inseguro, com dificuldades em estabelecer os próprios limites.
Para que essa adolescência seja saudável, os pais devem, portanto, compreender, e aceitar, que
suas funções na relação com os filhos sofrerão mudanças. Já não são mais suas únicas referências, e
precisam, então, realizar o luto pela perda da dependência dos filhos, assim como aprender a lidar com o
sentimento de rejeição e o vazio causado por ela.
GUIMARÃES. Fernanda A. Linhares. Entendendo a adolescência: porque é tão difícil crescer.
Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/psicologia/entendendo-adolescencia-por-que-
tao-dificil-crescer.htm>. Acesso: 18 de fevereiro de 2016.
TEXTO 03
Meninos carvoeiros
Manuel Bandeira
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
— Eh, carvoeiro!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniagem é toda remendada.
Os carvões caem.
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)
— Eh, carvoeiro!
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles. . .
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!
—Eh, carvoeiro!
Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,
Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida,
Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados.
BANDEIRA. Manuel. Meninos carvoeiros. Disponível
em:<http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira02.html>. Acesso em: 17 de fevereiro de 2016.
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TEXTO 04
Direito de ser jovem
Gustavo Covarrubias Rodriguez.
Com o advento da democracia, alguns jovens mais inseridos em contextos eclesiais gostavam de
cantar, em encontros, passeatas e romarias, palavras de ordem do tipo “deixa-me ser jovem, não me
impeça de lutar...” ou “nossos direitos vêm, nossos direitos vêm; se não nossos direitos do Brasil perde
também”. Certamente, esses refrãos apontavam, de forma simples e direta, para as aspirações de uma
juventude razoavelmente politizada e consciente que sonhava e lutava pelo reconhecimento de sua plena
cidadania.
Nos anos posteriores á Constituinte, uma boa parcela dessa juventude, já mais consciente de seus
direitos, teve um papel protagonista em movimentos como o das Diretas já e no processo de
impeachment do presidente Collor. Contudo, por falta de uma massiva educação para os direitos
humanos e pelas distorções ideológicas da mídia tendenciosa, o conceito e a reivindicação dos direitos
foram paulatinamente associados à defesa dos bandidos. Até o ponto de que ainda hoje muitos jovens
reduzem a sua compreensão positiva dos direitos a questões como o acesso à carteira de habilitação e o
direito ao voto.
Direitos específicos
Embora a Constituição de 1988 reconheça como fundamentos do Estado democrático brasileiro a
cidadania e a dignidade da pessoa humana, as condições socioeconômicas em que vive grande número de
jovens contradizem os princípios da Carta Magna e dificultam a vivência de uma cidadania plena (acesso
à educação, ao emprego, à cultura, ao lazer e ao esporte etc.).
No caso dos adolescentes e dos jovens das classes sociais mais pobres, ainda hoje muitos deles
têm de conformar-se com medidas socioeducativas ou, no melhor dos casos, com políticas paliativas que
não respondem ás suas múltiplas carências e às suas diferenciadas necessidades.
Para progredir no processo de constituição da cidadania juvenil é necessário insistirmos na
urgência de elaboração de politicas públicas de/para/com as juventudes que realmente considerem os
jovens sujeitos diferenciados e capazes de participação ativa na conquista dos próprios direitos. Para
tanto, o conhecimento, o acompanhamento crítico e o engajamento competente de adolescentes e
jovens nos diferentes espaços democráticos de participação cidadã, garantidos pela lei à sociedade civil,
são elementos indispensáveis para a efetivação de sua cidadania.
Agenda pendente
Para que aconteça o reconhecimento e a efetivação dos direitos específicos dos jovens é
necessária a garantia constitucional de tais direitos e a sua regulamentação através de lei. E esse é um
processo que ainda está em andamento e que é de fundamental importância acompanhar.
P á g i n a | 6
Recentemente foi aprovada no Brasil uma proposta de emenda constitucional (PEC) para a
institucionalização jurídica dos direitos da juventude: a PEC 138-A, de 2003 (depois conhecida como
PEC 42/2008), que “dispõe sobre a proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais da juventude”.
De acordo com o texto, jovem é todo cidadão na faixa etária entre 15 e 20 anos. Eles foram incluídos na
denominação do capítulo VII o título VIII da Constituição, que passa a ser “da família, da criança, do
adolescente, do jovem e do idoso”. Com isso, alteram-se vários itens constitucionais para estender à
juventude de direitos já assegurados à criança e ao adolescente.
Também o Projeto de Lei 4529/04, que dispõe sobre o Estatuto da juventude, propõe
regulamentar os direitos das pessoas entre 15 e 29 anos, abrangendo temas como igualdade racial e de
gênero, saúde e sexualidade, educação, trabalho e representação juvenil.
Na avultada agenda nacional, resta integrar plenamente os jovens como atores estratégicos do
desenvolvimento do país. E é preciso ressaltar que, em todo esse processo de reconhecimento e
efetivação dos direitos dos jovens, via aplicação de políticas públicas específicas, além de estabelecer
garantias jurídicas e orçamentárias claras por parte do Estado, está na hora de promover e facilitar, em
todos os níveis, a participação massiva e verdadeiramente representativa de todos os jovens.
TEXTO 05
O Meu País
Zé Ramalho
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou
mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
(Refrão)
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
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Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
(Refrão)
Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/ze-ramalho/o-meu-pais.html>.Acesso em: 28 de fevereiro de
2016.
TEXTO06
Adolescência: alvo fácil para o consumismo
Bernadette Vilhena
O valor que os jovens dão ao consumismo e como eles fazem uso de marcas para se auto afirmarem
junto à sociedade é preocupante. O celular tal, a calça X, a roupa Y, a maquiagem milagrosa! A oferta de
produtos é absurda e dispara o desejo do “sempre quis um desse”, “isso é tudo que eu quero” ou “eu
preciso muito disso”.
Os desejos são atendidos, a satisfação é momentânea e o ciclo de falsas
necessidades reinicia. Esse assunto é incômodo para alguns, inexistente
para outros e necessário para todos nós, pais ou não.
O pesquisador da UFMG Paulo César Pinho Ribeiro alerta
sobre essa tendência entre os jovens: “Há um consumo exagerado
de tudo: dinheiro, imagem, roupas, perfumes, adornos, grifes,
amor, sexo, bens de consumo e substâncias lícitas e ilícitas. O
planeta em que vivemos está em crise. De um lado, consumismo
exagerado e avanços tecnológicos que nos surpreendem a cada
dia; de outro, fome, miséria e desigualdade. Um mundo onde o
ter é mais importante do que o ser. Neste mundo consumista, os
adolescentes foram escolhidos como o alvo mais fácil dessa
escalada sem rumo, sendo hoje chamados de filhos do
consumismo”.
Não é fácil educar um filho em um mundo cercado de valores
superficiais. Precisamos estar centrados em nossa responsabilidade como pais
e não podemos deixar que essa missão fique comprometida por conta da nossa vida agitada.
O cotidiano cada vez mais exigente entra em choque com o nosso compromisso de educar, assim os
dias precisam ser vividos com sabedoria e olhar atento. O importante é ter essa consciência e fazer com
que o tempo passado junto aos filhos tenha qualidade, para que eles cresçam bem, com saúde física e
emocional.
 São aspectos fundamentais dessa relação:
 Estabelecer de um diálogo sincero e próximo;
 Saber que o nosso exemplo vale mais que muitas palavras;
 Entender o que é ser adolescente nos dias de hoje;
 Dar carinho e limite na dose certa;
 Buscar entender a personalidade do seu filho, o que é importante para ele e como ele
compreende o mundo;
 Desenvolver a confiança mútua e respeito pelo espaço de ambos;
 Ter atenção para não cair na armadilha de funcionar no automático e achar que tudo isso é
normal, “moderno”.
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Quando as pesquisas apontam que os adolescentes estão muito voltados para o consumismo,
precisamos nos perguntar o motivo para tantos desejos materiais. Alguns fatores são conhecidos dos
pesquisadores: o uso de marcas e bens eletrônicos para se sentirem parte da turma, uso de determinadas
marcas para afirmação social, desejo de ser igual ao outro, carência emocional, consumo de cosméticos
por parte das meninas para atenderem ao padrão de beleza ditado pela mídia etc.
O adolescente está na fase de construção de sua identidade e ainda não tem o aparato psíquico
desenvolvido o suficiente para lidar com a avalanche de “necessidades impostas” pelo meio em que vive.
Ele acredita que isso faz parte da vida e fará o possível para se encaixar nos padrões ditados por uma
sociedade consumista e superficial.
Aqui é o ponto importante que eu gostaria de salientar. Sabemos que na adolescência os amigos
passam a ter um lugar de destaque na vida dos filhos, nessa fase os valores assimilados em casa serão
confrontados com os valores dos amigos. Nessa fase, a presença dos pais é tão importante quanto na
infância.
Os ensinamentos sobre o valor da amizade, do respeito e da diversidade humana deverão se tornar
mais profundos. É preciso levá-los ao encontro consigo e trazê-los para dentro de si, já que o mundo
direciona muito para o externo. Ensinar o equilíbrio entre o ser natural, com suas necessidades de
sobrevivência, de busca e do uso da matéria, e o ser espiritual, onde as aspirações são mais profundas e
definitivas para sua evolução. O ser natural busca e o espiritual encontra!
É preciso assumir a responsabilidade de educar para que nossos jovens sejam consumidores
conscientes e que saibam dar o valor para o essencial da vida. Precisamos estar atentos às necessidades
afetivas dos filhos: entendê-las é um caminho para evitar que eles preencham as lacunas emocionais com
compras.
Termino esse artigo com um texto do educador Celso Antunes, onde a aprendizagem é uma
potente aliada na construção de dias mais leves:
“Da mesma forma como não se conquista o corpo malhado com o qual se sonha sem um programa
de atividade marcado por regras de periodicidade e empenho, também não se combate a violência
consumista dos nossos filhos sem um envolvimento em projetos onde os pais reservam um tempo para
aprender a vencer esse inimigo e, depois, um tempo ainda mais gostoso para brincar e estar com eles. Isso
estimula a inteligência e fortalece os afetos”.
VILHENA. Bernadette. Adolescência: alvo para o consumismo. Disponível em:
<http://dinheirama.com/blog/2013/04/23/adolescencia-alvo-facil-para-o-consumismo/>. Acesso em: 02 de
março de 2016.
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TEXTO 07
Admirável Chip Novo
Pitty
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vêm eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor; sim, senhor
Não, senhor; sim, senhor
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vêm eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor; sim, senhor
Não, senhor; sim, senhor
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
PITTY. Admirável Chip. Disponível em: <http://www.letras.com.br/#!pitty/admiravel-chip-novo>. Acesso
em: 02 de março de 2016.
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TEXTO 08
Eu, etiqueta
Carlos Drummond de Andrade
Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comparo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam
e cada gesto, cada olhar
cada vinco da roupa
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade ANDRADE, C. D. Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações
Europa-América, 1989. Acesso em: 02 de março de 2016.
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TEXTO 09
Consumismo Desenfreado: Consequências para você, a sociedade e o meio-ambiente
Vitor Garcia
O consumismo desenfreado dos dias atuais têm muitas consequências tanto para a própria pessoa,
como para a sociedade e o meio ambiente.
As pessoas devido ao sistema que vivem, onde o importante é o que você tem e não que você é,
tendem a desenvolver distúrbios caracterizados pela compulsão em comprar coisas
desnecessárias que talvez nunca usarão. Além disso, elas são influenciadas por um
dos maiores difusores do consumismo: a mídia. Todos os dias somos
“bombardeados” com milhares de propagandas. São milhões e milhões gastos para
tentar nos fazer comprar os produtos.
O consumismo também causa consequências à sociedade, já que contribuem
para o processo de degradação das relações sociais. Muitas vezes, excluímos
pessoas, julgamo-as, pelo simples fato de ela não possuir tal coisa ou não estar com
“roupas da moda”. É surpreendente como uma pessoa é “crucificada” pelo simples
fato de não se submeter ao sistema que privilegia poucos, faz você valer o que possui
e paga centavos a uma criança chinesa para produzir produtos que são vendidos do
outro lado do mundo por preços absurdamente altos.
Mas a parte mais desastrosa é a do meio-ambiente. Como é possível um planeta suportar um
sistema em que a lei vigente é: “use, descarte, compre sempre o novo”? Estamos destruindo totalmente a
Terra para satisfazermos o nosso prazer de comprar, comprar e comprar. Mas nunca cansamos! Esse é o
problema! Queremos sempre mais e mais. A cada dia surgem aparelhos mais novos, roupas diferentes. O
sistema impõe-nos que devemos sempre ter o mais novo, mesmo que o antigo ainda esteja bom.
Devemos mudar nossa mentalidade primitiva e irracional, devemos deixar de pensar apenas no
nosso “próprio umbigo” e ver as pessoas que tem menos que nós. Um dos nossos principais problemas é
que sempre quando vamos nos comparar com outras pessoas, sempre escolhemos as que têm mais. Por
que nunca nos comparamos com as que têm menos?
Devemos evoluir. Acabar com esse pensamento que temos de sempre ter mais e mais. Acabar com
o “descartar” e, seguir a nova lei: reutilizar, reciclar e reduzir. Reduzir! Todos nós temos direito de
comprar, de gastar nosso dinheiro tão suado, mas isso não quer dizer que devemos ter tudo, enquanto
outros não têm nada.
Mas a mudança depende de nós. Desde mim até ti. Desde o miserável até o bilionário. Desde
pessoas sem grandes cargos até presidentes. Desde o ignorante até o intelectual. Depende de todos nós.
Pense nisso! E viva! Reflita! Quebre as regras impostas pelo sistema! Seja livre!
Disponível em: http://apequenapartedecadaum.blogspot.com.br/2009/03/consumismo-desenfreado.html.
Acesso em: 02 de março de 2016.
P á g i n a | 12
TEXTO 10
Adolescentes X Profissão: Como escolher a profissão certa
Ser feliz. Esta deve ser a prioridade do adolescente enquanto busca informações sobre o seu futuro
profissional.
 Há um leque muito diversificado de opções de carreira
hoje em dia. Com a facilidade de ingressar no ensino
superior os jovens estão cada vez mais estimulados a
buscar uma carreira a partir do nível superior. São
programas governamentais de incentivo à graduação,
Universidades e Faculdades que oferecem cursos com
preços competitivos e ao alcance de muitos. Além dos
cursos técnicos e de especialização que já são até
oferecidos junto com o ensino médio.
Mas, é possível escolher a profissão certa já na
adolescência?
Trabalhei como administradora em uma escola de cursos
técnicos e pude perceber que o jovem do século XXI
quer ingressar em áreas que sejam rentáveis antes de
pensar em sua vocação. Por isso, muitas vezes, cometem
o erro de fazer um curso por ouvir dizer que a área de
atuação está em alta, ou seja, que é a carreira do momento. E com isso acabam saindo “toneladas” de
egressos para o mercado, que não consegue absorver a demanda destes profissionais.
Neste momento o jovem conclui que escolheu errado, e em alguns casos foi exatamente o que
aconteceu. Seguiu o modismo e acabou entrando na longa fila de profissionais esperando por uma vaga
de emprego.
Mesmo profissões seculares como enfermagem, advocacia, medicina e engenharia estão exigindo um
novo perfil de habilidades e qualificações pela grande demanda destes profissionais no mercado.
O especialista de Recursos Humanos como diretor da Hellet Consultoria em RH e consultor de negócios
brasileiros da Colemna Research Group (EUA), afirma que o inchaço de profissionais no mercado está
causando uma mudança nas profissões que se conhece hoje em dia. Com isso o adolescente deve estar
atento a estas mudanças tendo em vista que em breve deverá fazer a escolha de qual profissão seguirá.
Em certa ocasião Micheletti proferiu uma palestra aos alunos da escola em que trabalhei e disse; “As
empresas precisam de psicólogos que entendam de administração, de advogados que entendam de meio
ambiente, de mais engenheiros dispostos a atuar na área técnico comercial e assim por diante”.Nunca
mais me esqueci disso e sempre que possível observo se os jovens ao escolher uma profissão sabem deste
novo perfil que o mercado exige. Muitos ainda não perceberam a mudança e optam pela profissão por
herança familiar, influência da família ou pelo modismo.
Três coisas básicas que devem ser levadas em conta na hora da escolha da profissão:
 1. O cenário mundial da profissão
Hoje não dá mais para pensar no cenário somente da região em que mora, cidade estado ou país. É
preciso ter um olhar globalizado. Observar as perspectivas para quando encerrar o curso. Ler a respeito
desta profissão, conversar com profissionais veteranos e recém-formados é uma forma de avaliar o
desenvolvimento da área.
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 2. A afinidade com a carreira
Que tipo de sentimento desperta ao pensar na profissão analisada? Pode parecer um tanto romântico
para determinadas pessoas, mas o jovem precisa fazer esta reflexão para ter consciência se possui
habilidades e potencialidades que favoreçam a escolha. Ter afinidade com a área é primordial para o
sucesso e mais uma vez será necessário fazer pesquisa, conhecer particularidades da área para avaliar se
é compatível com os anseios e desejos.
 3. Ter visão concreta do projeto de vida a curto e longo prazo
Pode parecer difícil imaginar um adolescente ou jovem tendo uma visão concreta do que espera para sua
vida, mas é possível se ele escolher um modelo para se espelhar. Mais uma vez a pesquisa e busca de
informações é a base para decisões.
Um jovem que admira um médico, por exemplo, deve saber
que apesar de ser bem sucedido financeiramente teve que
dedicar pelo menos oito anos de sua vida entre os estudos
e práticas constantes e que para o resto da vida terá que
se dedicar mesmo que parcialmente. Além disso, mesmo
sabendo que um médico vive em uma bela residência com
carros de último modelo, dependendo de sua
especialidade terá que estar disposto a atender um
paciente a qualquer hora do dia ou da noite, seja qual for
a classe social do paciente e tipo de enfermidade. Será que o
adolescente está disposto a se submeter? Pelo menos uma
pequena projeção do que quer para sua vida o adolescente já tem e isso deve ser considerado na sua
escolha pela profissão.
Outras duas coisas importantes devem ser levadas em consideração tanto pela família quanto pelo
adolescente ou jovem na hora de escolher a profissão.
 Vale mudar de ideia
Familiares e jovens devem ter esta questão muito bem resolvida para que a escolha não resulte em um
profissional medíocre e sem sucesso. O período da adolescência é o momento de começar a pensar no
futuro. Isso pode representar que mudar de ideia quanto à profissão escolhida será um fator
corriqueiro tendo em vista que a busca de informações é a prioridade no momento. Os três tópicos aqui
sugeridos são os que devem ser a meta e não a decisão final.
 Ser feliz
Esta deve ser a prioridade do adolescente enquanto busca informações sobre seu futuro profissional.
Portanto pressionar a fazer a escolha não ajudará. Respeitar o tempo de cada pessoa e apoiar a escolha
é um bom começo para o sucesso futuro, pois a escolha da profissão é só o começo do resto da vida de
um jovem e isso é muito sério.
Para responder a questão levantada no início deste artigo: É possível escolher a profissão certa já na
adolescência? Atrevo-me a concluir que em alguns casos sim, se o adolescente for bem orientado para
ter clareza sobre sua escolha e se tiver o apoio da família. Do contrário, o melhor é dar tempo ao tempo
e deixar a experiência confirmar a aptidão deste jovem.
BONILHA. Beth Proença. Disponível em: http://familia.com.br/superacao/adolescentes-x-profissao-
como-escolher-a-profissao-certa. Acesso em: 02 de março.
P á g i n a | 14
TEXTO 11
Supertrabalhador
Gabriel Pensador
Quem trabalha e mata fome não come o pão de ninguém
Mas quem come e não trabalha tá comendo o pão de alguém
Quem trabalha e mata a fome não come o pão de ninguém
Mas quem come e não trabalha tá comendo o pão de alguém
É pra ganhar o pão tem que trabalhar Missão para os heróis que estão dentro do seu lar
O seu pai, sua mãe, são trabalhadores
São os super-heróis, verdadeiros protetores
A superjornalista, o superdoutor
O supermotorista, o supertrocador
O superguitarrista, o superprodutor
E a superprofessora, é que me ensinou
E o supercarteiro, quê que faz, quê que faz?
Manda carta e manda conta pra mamãe e pro papai
E o supergari, o lixeiro, o quê que faz?
Bota o lixo no lixo que aqui tem lixo demais
Cada um faz o que sabe, cada uma sabe o que faz
Ninguém menos ninguém mais, todo mundo corre atrás
E volta pra casa com saudade do filho
Enfrentando o desafio, desviando do gatilho
Mais uma jornada, adivinha quem chegou?
São as aventuras do supertrabalhador
Sou o supertrabalhador
Alimento minha família com orgulho e amor
Supertrabalhador
São as aventuras do supertrabalhador
Sou o Supertrabalhador
Enfrento os desafios, o perigo que for
Supertrabalhador
São as aventuras do Supertrabalhador
Demorou
Quem trabalha e mata fome não come o pão de ninguém
Mas quem come e não trabalha tá comendo o pão de alguém
Quem trabalha e mata a fome não come o pão de ninguém
E pra fazer o pão tem que colher o grão
Separar o joio do trigo na plantação
P á g i n a | 15
O superlavrador falou com o agricultor,
Que sabe que precisa também do motorista do trator
na cidade, o engenheiro precisa di pedreiro
Mas pra fazer o prédio tem que desenhar primeiro
O sonho do arquiteto, bonito no projeto, virando concreto
Vai virando o concreto!
Eu sou o supertrabalhador
Alimento minha família com orgulho e amor
Supertrabalhador
São as aventuras do supertrabalhador
Sou o Supertrabalhador
Enfrento os desafios, o perigo que for
Supertrabalhador
São as aventuras do Supertrabalhador
Demorou
Quero ser trabalhador, quem não é um dia quis
Minha mãe sempre falou: "Quem trabalha é mais feliz"
Mas tem que suar pra ganhar o pão
E ainda tem que enfrentar o leão
O leão quer morder nosso pão
Cuidado com o leão, que ele come o nosso pão
O leão quer morder nosso pão
Cuidado com o leão, não dá mole não
Eu sou o supertrabalhador
Alimento minha família com orgulho e amor
Supertrabalhador
São as aventuras do supertrabalhador
Sou o Supertrabalhador
Enfrento os desafios, o perigo que for
Supertrabalhador
São as aventuras do Supertrabalhador
Demorou
Supertrabalhador
Taxista, motoboy, assistente, diretor
Supertrabalhador
Pipoqueiro, pedagogo, poteiro, pesqisador
Supertrabalhador
Ambulante, feirante, astronauta, ilustrador
Supertrabalhador
P á g i n a | 16
Comandante, comissário, caixa, vendedor
Supertrabalhador
Cozinheiro, garçom, bibliotecário, escritor
Supertrabalhador
Maquinista, sambista, surfista, historiador
Supertrabalhador
Marceneiro, carpinteiro, ferreiro, minerador
Supertrabalhador
Telefonista, salva-vidas, bombeiro, mergulhador
Supertrabalhador
Paraquedista, arqueólogo, filósofo, pintor
Supertrabalhador
Sapateiro, boiadeiro, farmacêutico, cantor
Super.
Disponível em:<http://letras.kboing.com.br/gabriel-pensador/supertrabalhador/>. Acesso em: 02 de
março de 2016.
TEXTO 12
Reportagem: A geração ‘nem-nem’
Um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalha nem estuda. É a chamada "geração
nem nem", dimensionada em estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Esses jovens são vítimas
de um "desalento estrutural", como analisou Fernando de Holanda Filho,
professor da Fundação Getúlio Vargas, ao jornal O Globo (16/9). Ou seja:
são pessoas que desistiram de procurar trabalho, porque não têm quase
nenhuma qualificação, e tampouco querem voltar a
estudar, porque não se sentem atraídas pela escola.
No total, há 5,3 milhões de jovens que não trabalham nem estudam,
indica a pesquisa coordenada pelo professor Adalberto Cardoso. Se
fossem computados os jovens que ainda procuram alguma ocupação, o
número saltaria para 7,2 milhões. Num país com cenário de baixo
desemprego e economia em expansão (em 2010, ano em que os números
usados na pesquisa foram colhidos, o PIB cresceu 7,5%), isso significa que
uma parcela importante dos brasileiros não está participando do
desenvolvimento experimentado nos últimos anos. Uma vez sem
perspectiva, alguns deles podem cair na criminalidade.
As mulheres, principalmente em razão da maternidade, são maioria
nesse grupo elas somam 3,5 milhões, e os homens, 1,8 milhão , o que inclui
a desigualdade de gênero na equação. O impacto também é maior entre
os mais pobres. Na parcela da população com renda per capita de até R$
P á g i n a | 17
77,75, a geração "nem nem" chega a 46,2%. E é notável a disparidade regional: no Norte e no Nordeste, a
incidência passa dos 25%, contra 13% no Sul e 16,8% no Sudeste.
Os países ricos também têm seus "nem nem", mas o motivo é a recessão persistente, que inexiste no
Brasil. Entre os 34 integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
a média dos jovens que se encontram nessa situação é de 15,8% contabilizando se os que ainda procuram
emprego e se considerando que a faixa etária usada como critério é mais larga, de 15 a 29 anos.
A OCDE afirma, no entanto, que a situação dos "nem nem" na maioria dos países estudados é
transitória e que os motivos variam de lugar para lugar, incluindo se aí questões culturais o que explica,
por exemplo, que 77% das jovens mexicanas nem trabalhem fora de casa nem estudem, preferindo
dedicar se à formação da família.
As eventuais dificuldades econômicas dos países integrantes da OCDE que incluem potências
como Estados Unidos e Grã-Bretanha e também emergentes como Turquia e México não impediram que
o investimento em educação fosse não apenas mantido, como, em alguns casos, experimentasse sensível
ampliação. Como mostra o mais recente estudo da organização, o Education at a Glance 2012, isso
aconteceu com pelo menos 24 dos 34 membros durante os anos de 2008 e 2009, que foram de forte crise
e recessão. Segundo a OCDE, tal cenário se explica pela conclusão generalizada de que apostar em
educação traz benefícios tanto para os indivíduos quanto para a sociedade, ainda mais em tempos de
dificuldades econômicas. Em 2008, um homem com instrução superior nos países da OCDE ganhou, em
média, 58% mais do que aquele que possuísse apenas nível secundário. Em 2010, esse porcentual subiu
para 67%.
Tal perspectiva é semelhante no Brasil, mas, ao que parece, uma parte considerável dos jovens
brasileiros não consegue enxergar essa oportunidade, quer por desinformação, quer porque não se sente
estimulada a enfrentar a rotina de estudos em escolas de baixa qualidade. Tratasse de um indicativo de
que o crescimento econômico brasileiro pode ter seus problemas agravados no futuro próximo, porque é
essa geração que terá de enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais exigente. Portanto, a
escassez de mão de obra com um mínimo de competência técnica, que é um dos entraves crônicos do
desenvolvimento no Brasil, tende a se acentuar a não ser que haja uma virada drástica e imediata no
sistema educacional, de modo a atrair novamente essa massa de jovens para os estudos e a
especialização, fazendo-os perceber que a educação pode significar um futuro melhor.
Disponível em: <http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-geracao-nem-nem-imp-,935944>. Acesso em:
03 de março de 2016.
P á g i n a | 18
TEXTO 13
O outro lado da rebeldia
Flávio Bastos
Conforme o dicionário da Língua Portuguesa, de Sérgio Ximenes, rebelde "É quem se rebela contra
a autoridade constituída. É o indivíduo teimoso, obstinado, indomável".
A história das civilizações está repleta de indivíduos "rebeldes" que se revoltaram contra situações
que consideraram injustas e, por este motivo, se envolveram em sangrentas lutas revolucionárias contra
tiranos ou contra regimes autoritários, corruptos e
imperialistas.
As civilizações indígenas das Américas Latina e do Norte
foram, durante séculos, massacradas por interesses
colonialistas. Estes índios que morreram lutando
bravamente, nada mais fizeram do que reagir à violência e à
ocupação ilegal de suas terras. No entanto, foram
chamados de selvagens assassinos e rotulados de sub- raça
pelos brancos colonizadores.
O significado do comportamento rebelde, portanto, nem sempre é o lado "pecaminoso" do contexto
sócio-histórico. Pelo contrário, a história não oficial tem revelado através de inúmeras obras editadas,
verdadeiras monstruosidades que o homem, com a desculpa de combater a "rebeldia social" cometeu - e
tem cometido - contra o próprio homem.
Na verdade, este lado oculto da rebeldia muitas vezes revela o lado saudável do comportamento
humano que reage a indivíduos ou sistemas que representam legítimas esquizofrenias institucionalizadas.
Ou seja, o lado lúcido e inconformado com uma situação declaradamente injusta, revolta-se contra o
lado doentio que mantém este estado de coisas e que representa o poder.
Jesus Cristo, pela forma que pregava a verdade cristã e enfrentava as privilegiadas castas sociais
da época, entre elas, os fariseus, foi considerado um rebelde, um revolucionário que incomodava os
poderes político e religioso. Foi no simbólico ato da "lavagem das mãos", que Pilatos expressou o lado
oculto e doentio daquela sociedade.
Mais recentemente, Mahatma Gandhi foi um líder religioso que pregava a paz e, assim como Cristo,
o amor incondicional. Foi assassinado por interesses contrários que revelaram o lado enfermo da
sociedade da sua época.
Martin Luther King, negro ativista norte americano, defendia os direitos dos negros em uma sociedade
representada por uma cultura branca marcada por forte conotação racial. Foi também assassinado por
contrariar interesses do "outro lado".
E assim, na história da humanidade, milhões de pessoas consideradas "indesejáveis" sob o ponto de
vista oficial, foram eliminadas ou perseguidas porque representavam este "lado proibido da rebeldia". O
lado que não se conforma, que aponta os erros, as injustiças. O lado, que de certa forma, Jesus
representou.
P á g i n a | 19
Portanto, no alvorecer do terceiro milênio, posturas arrogantes e autoritárias de pessoas que
representam algum poderem, seja no nível político, social ou religioso, começam a se tornar
comportamentos arcaicos que, inevitavelmente, entrarão em conflito com indivíduos cada vez mais
lúcidos e preparados para reagirem em prol do equilíbrio da verdade e da justiça.
As gerações índigo entre nós são hoje uma constatação e uma demonstração de que o ser humano
começa a dar um passo qualitativo na perspectiva de evolução em todos os sentidos. O líder de perfil
personalista que insistir em permanecer com posturas ou ideias que não contemplem o interesse coletivo
e sim seus interesses pessoais, cedo ou tarde, terá suas intenções descobertas e a sua pseudoliderança
naturalmente desmascarada.
Com o passar dos séculos e, principalmente, com a chegada do milênio da Luz, o lado oculto da
rebeldia começa, aos poucos, a expressar-se e a emergir a luz da consciência humana de uma forma
verdadeira, pacífica e definitiva.
Caminhamos para o ideal de sociedades equilibradas em que a consciência será o instrumento avaliador e
construtor deste equilíbrio, e onde não haverá mais razão da existência de comportamentos que
provoquem situações antagônicas e conflitantes entre os homens. Com a evolução consciencial da
humanidade, as relações humanas tenderão a serem mais transparentes e próximas, e o indivíduo, nem
poderosamente arrogante, nem revolucionariamente rebelde.
Disponível em: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?Id=3699 Acesso em: 02 de março de
2016.
TEXTO 14
A juventude na busca de caminhos
Izabel Sadalla Grispino
Diante das contradições e incertezas do mundo atual, em especial no campo profissional, das
indefinições das políticas sociais, das mazelas que se arrastam pela sociedade, o jovem, perplexo, busca,
ansioso, saídas para as suas indagações. Muitos não conseguem perceber o futuro como trajeto
confiável, antes o veem como algo ameaçador. Resta-lhes o presente e, nele, grande parte se entrega na
transgressividade comportamental, no consumismo, no prazer imediato e intenso, quando não, pela fuga,
nas drogas. Encontram no desfrute dos bens materiais a razão do existir.
P á g i n a | 20
A esses aspectos, acresce-se uma constatada revolução mundial, nos modos de captar os valores
morais, influenciados pelos meios de comunicação. A mídia, com seu forte poder, introduz e reflete
novas atitudes, novos estilos de vida.
Uma pesquisa de maio de 2000, feita pelo Departamento de Educação da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC), com o intuito de decifrar, para os próximos três anos, a construção
do juízo moral de jovens pertencentes a sociedades emergentes, lançou a pergunta: “Qual é o valor mais
importante: ter bom caráter ou muito dinheiro?”. Dos, aproximadamente, 400 alunos arrolados, apenas
um respondeu: “É ter bom caráter, sem dúvida alguma”. Os demais votaram no dinheiro, sem pestanejar.
Durante a pesquisa, iniciada no começo do ano passado, questionários foram entregues aos mais
de 10 mil alunos da universidade, durante a matrícula. Numa folha, à parte, os pesquisadores pediram
aos estudantes que apresentassem os três principais valores da juventude de hoje. Pouco mais de 1.000
alunos, apenas, devolveram a folha. Em suas respostas, dinheiro apareceu em primeiro lugar, seguido de
ter emprego, por 186 votos. A ênfase ficou nos valores materiais. Os alunos próximos de se formar
revelaram medo de não conquistar um espaço no mercado de trabalho. O medo chegava a turvar-lhes a
esperança. A pesquisa revela que família, amizade, felicidade também foram votadas, mas em escala
menor.
Uma outra pesquisa, mais recente, feita pelo Departamento de Ciências Sociais da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), vem mostrar uma faceta mais animadora da juventude. Foram entrevistados
900 jovens entre 14 e 20 anos de diferentes classes sociais de Curitiba. Desses jovens, 397 (44,1%)
apontaram a família como instituição de maior ascendência em suas decisões. Em seguida, vem a escola,
com 37% e a TV com 13,7% das respostas. Na sequência da pesquisa, os estudantes deveriam dar uma
nota sobre suas avaliações políticas, ponto em que revelaram decepção, forte rejeição. A média do
governo ficou em 3,96; dos partidos políticos, 3,07; do Congresso Nacional, 4,49; e do Judiciário, 4,99.
Valorizaram a família, 9,02, a escola, 7,74 e a Igreja, 7,56.
Essa pesquisa surgiu como um oásis no meio do deserto. Mostrou que uma parte dos jovens está
buscando valores, como respeito, amor, fidelidade. A vida em família foi considerada fundamental,
mesmo havendo conflito. Eles acharam melhor ter uma família danificada que não ter nenhuma. Isso se
explica pelo fato de esses jovens serem filhos da permissividade e que hoje sentem necessidade de
limites, de valores consistentes. Não querem mais a concessão impensada, mas a orientação, a palavra
segura. Os anos da revolução sexual produziram muito sexo e pouco amor; produziram a relação
descartável, com sua insegurança, seu vazio.
Há outra vertente, a do aspecto religioso, que devemos considerar. Estamos vivendo uma
época de dupla face: de febre racionalista e de febre espiritualista. Os defensores de uma cultura
agnóstica acreditam que a humanidade seria mais civilizada e feliz se se libertasse das “amarras”
espirituais. Acreditam que a religião, sutilmente, empurra o Homem a um sentimento místico,
desfavorável à sua libertação total. O conhecimento desse aspecto é importante porque esse ardor
racionalista se encontra subentendido em textos comemorativos do cinquentenário da “Declaração
Universal dos Direitos Humanos”, veiculados na imprensa internacional. Neles, nota-se, segundo a crítica
especializada, a apologia da razão, do sonho da libertação pela razão, contrapondo-se à corrente
espiritualista, que preconiza o sonho da libertação pela religião.
É marca frequente da humanidade esta dualidade. Em uma célebre pintura de Goya, encontra-se
cunhada a frase: “Deus e o sonho da liberdade” e o grande escritor Dostoievski expressa sua convicção
através de um personagem: “Se Deus não existe, então tudo é permitido”.
Um fato extraordinário, no campo da espiritualidade, que chamou a atenção da imprensa mundial,
especialmente europeia, aconteceu em 20 de agosto passado, no “Dia Mundial da Juventude”. O Papa
João Paulo II celebrou uma missa, no campus de Tor Vergata, nos arredores de Roma, onde
compareceram nada menos que cerca de dois milhões de jovens católicos do mundo todo. Eram jovens
procedentes dos cinco continentes, de 160 países, participando da “15.ª Jornada Mundial da Juventude”.
Atendendo a um chamado do Santo Padre, foram a Roma aclamar, orar, cantar em louvor a Cristo. Lá
estavam de coração aberto, prontos para receber mensagens, ouvir, como discípulos, a palavra do maior
guia católico, o Papa João Paulo II.
P á g i n a | 21
Qual o significado dessa ida dos jovens para professar sua fé em Jesus Cristo? Como interpretar
essa mensagem? Estaremos, por acaso, presenciando uma reviravolta, um contrapeso da balança, em
direção aos valores espirituais perenes? Certamente, os jovens não estão encontrando, no materialismo
exacerbado, sentido real para suas vidas. Estão buscando caminhos novos para seu futuro, estão em
busca de algo maior, de um significado maior para a vida.
Diante de tão significativa participação, o Papa, entusiasmado, disse: “Olho com fé o futuro
da humanidade”. A juventude mostra uma forte necessidade de religião, pois esta ajuda a superar “a
espiral do desespero, da insensatez e da violência”. João Paulo II exortou-os “a empenhar-se na
edificação de um novo mundo, baseado no poder do amor e do perdão, na luta contra a injustiça e
contra toda a miséria física, moral e espiritual”. Lançou-lhes uma provocação: que tivessem a coragem
de ser os santos do 3.º milênio, o que aconteceria se eles seguissem Jesus Cristo.
Esse encontro, classificado como o Woodstock da Igreja, foi também chamado de “Parada Católica
do Amor” e nos manda o recado de que nem tudo está perdido, que há esperanças e luzes despontando
num horizonte aberto, promissor. Que assim seja, Senhor!
GRISPINO. Isabel Dalla. A juventude na busca de caminhos. Disponível em:
<http://www.izabelsadallagrispino.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1426>. Acesso
em: 03 de março de 2016.
TEXTO 15
Pais e Filhos
Legião Urbana
Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender
Dorme agora
É só o vento lá fora
Quero colo! Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três
Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há
Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há
Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer.
Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo
Disponível em:
<https://www.letras.mus.br/legiao-
urbana/22488/>. Acesso em: 03 de março de 2016.

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CLIC Cultura Literatura Criatividade

  • 1. PROJETO: Cultura, Literatura e Criatividade: Do erudito ao popular – CLIC COORDENADORA DA ÁREA DE LETRAS: Magliana Rodrigues da Silva ESCOLA PARTICIPANTE: E.E.E. Fundamental e Médio Professor Raul Córdula SUPERVISORA DA ESCOLA: Diana Nunes Ramalho LICENCIANDOS EM LETRAS: Ana Daniele Félix Eloiza de Oliveira Chaves Lígia Albuquerque Queiroz Monalisa Barboza Santos Nathalia Isis Oliveira ALUNO (A): ____________________________________________________ www.clicletras.blogspot.com
  • 2. P á g i n a | 2 TEXTO 01 O relógio Carlos Drummond de Andrade Passa, tempo, tic-tac Tic-tac, passa, hora Chega logo, tic-tac Tic-tac, e vai-te embora Passa, tempo Bem depressa Não atrasa Não demora Que já estou Muito cansado Já perdi Toda a alegria De fazer Meu tic-tac Dia e noite Noite e dia Tic-tac Tic-tac Tic-tac... Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-relogio>. Acesso em: 28 de fevereiro de 2016. TEXTO 02 Entendendo a Adolescência - por que é tão difícil crescer? Fernanda A. Linhares Guimarães A adolescência pode ser definida como uma das etapas do desenvolvimento humano que se caracteriza pelas mais complexas alterações psíquicas e sociais, sendo estas influenciadas pela época e cultura onde estão inseridas. Em meio a esse turbilhão de mudanças, o adolescente precisa encontrar uma nova visão do mundo e de si, em uma tentativa de redefinir seu caráter social, sexual, ideológico e profissional. Nesse difícil processo de adolescer, que varia aproximadamente entre 11 e 20 anos, há o surgimento de uma nova identidade e a descoberta da sexualidade - na qual o adolescente investe toda a sua energia. Puberdade e Adolescência A puberdade é caracterizada por processos biológicos e mudanças físicas, em sua maioria, muito perceptíveis - como, por exemplo, o crescimento de pêlos pubianos e a
  • 3. P á g i n a | 3 chegada da menstruação. O início dessa fase coincide, normalmente, com os primeiros anos da adolescência. De acordo com Fagundes (2003), com todo esse amadurecimento fisiológico, intensifica- se também o impulso sexual, e o contato com o corpo adquire um caráter exploratório, de descoberta de novas sensações pela erotização genital. Frente a esse impulso, o adolescente inicia a busca por parceiros, deixando de lado os relacionamentos infantis. Começam, assim, os contatos superficiais, depois profundos e mais íntimos, que preenchem a vida sexual dos adolescentes. Uma nova identidade As primeiras identificações feitas pelo ser humano são com as figuras parentais, frequentemente, idealizadas como heróis. Entretanto, na adolescência, essas identificações deixam de exercer sua grande influência, pois o sujeito passa a buscar uma nova identidade: já não é mais criança e ainda não comporta ser adulto. Essa busca, normalmente, gera um progressivo afastamento dos pais. Porém, não é o distanciamento dessas figuras que o adolescente deseja, e, sim, desvincular-se do seu papel de criança. O sujeito passa pelo processo de luto pelo seu corpo de criança e aspectos infantis perdidos. Frente a isso, vê-se obrigado a reformular todos os conceitos que até então tinha de si, ao mesmo tempo em que se projeta para a vida adulta, ainda desconhecida. Crises e Angústias Nessa tentativa de se encontrar, a oscilação entre enormes urgências e postergações, aparentemente ilógicas, aparece de forma marcante. O adolescente se encontra perdido nas referências de tempo - a infância do passado e a vida adulta do futuro – o que gera grande angústia. As flutuações de humor também são outro traço típico dessa fase, consequências das variações hormonais e da ansiedade gerada pelas inúmeras experiências e descobertas que o adolescente passa a vivenciar com intensidade. Conflitos x Amadurecimento Com o amadurecimento fisiológico, há um significativo ganho psíquico e intelectual, e, consequentemente, uma inflação egóica - crê que sabe e pode tudo. Diante desse pensamento, o adolescente normalmente se rebela e elabora seu próprio conjunto de valores e regras, muitas vezes opostos aos considerados corretos até então. As referências de autoridade e normas sociais são, assim, questionadas e se alteram frequentemente. Entretanto, o adolescente não é totalmente avesso a qualquer autoridade. Quando a reconhece nas pessoas de seu interesse, ela pode influenciar de maneira importante sua forma de agir e pensar. Esses conflitos, entre as normas vigentes e sua nova visão de mundo, impelem, muitas vezes, o adolescente a recorrer a ambientes mais favoráveis. Insere-se em grupos que o aceitam e proporcionam segurança e estima pessoal, devido às identificações entre os seus integrantes. Pouco a pouco, porém, desvincula-se e assume sua própria identidade adulta. Pais e seu papel na adolescência A adolescência não é marcada somente por crises, mal-estares e angústias. É a importante época de grandes descobertas e experiências, que definirão a identidade sexual, social, ideológica e profissional do sujeito na vida adulta.
  • 4. P á g i n a | 4 A função dos pais no direcionamento dessas vivências e na determinação dos limites, ainda em construção nos filhos, é essencial. Um adolescente sem limites pode se tornar um adulto com dificuldades em respeitar regras, assim como em entender a balança entre direitos e deveres em sociedade. Pode, também, não se sentir cuidado pelos pais, resultando em um adulto carente e com baixa autoestima. Por outro lado, a inflexibilidade na prática da autoridade parental, com a imposição excessiva de normas - muitas vezes incompreensíveis para os adolescentes - pode contribuir para um indivíduo revoltado ou inseguro, com dificuldades em estabelecer os próprios limites. Para que essa adolescência seja saudável, os pais devem, portanto, compreender, e aceitar, que suas funções na relação com os filhos sofrerão mudanças. Já não são mais suas únicas referências, e precisam, então, realizar o luto pela perda da dependência dos filhos, assim como aprender a lidar com o sentimento de rejeição e o vazio causado por ela. GUIMARÃES. Fernanda A. Linhares. Entendendo a adolescência: porque é tão difícil crescer. Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/psicologia/entendendo-adolescencia-por-que- tao-dificil-crescer.htm>. Acesso: 18 de fevereiro de 2016. TEXTO 03 Meninos carvoeiros Manuel Bandeira Os meninos carvoeiros Passam a caminho da cidade. — Eh, carvoeiro! E vão tocando os animais com um relho enorme. Os burros são magrinhos e velhos. Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. A aniagem é toda remendada. Os carvões caem. (Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.) — Eh, carvoeiro! Só mesmo estas crianças raquíticas Vão bem com estes burrinhos descadeirados. A madrugada ingênua parece feita para eles. . . Pequenina, ingênua miséria! Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis! —Eh, carvoeiro! Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado, Encarapitados nas alimárias, Apostando corrida, Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados. BANDEIRA. Manuel. Meninos carvoeiros. Disponível em:<http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira02.html>. Acesso em: 17 de fevereiro de 2016.
  • 5. P á g i n a | 5 TEXTO 04 Direito de ser jovem Gustavo Covarrubias Rodriguez. Com o advento da democracia, alguns jovens mais inseridos em contextos eclesiais gostavam de cantar, em encontros, passeatas e romarias, palavras de ordem do tipo “deixa-me ser jovem, não me impeça de lutar...” ou “nossos direitos vêm, nossos direitos vêm; se não nossos direitos do Brasil perde também”. Certamente, esses refrãos apontavam, de forma simples e direta, para as aspirações de uma juventude razoavelmente politizada e consciente que sonhava e lutava pelo reconhecimento de sua plena cidadania. Nos anos posteriores á Constituinte, uma boa parcela dessa juventude, já mais consciente de seus direitos, teve um papel protagonista em movimentos como o das Diretas já e no processo de impeachment do presidente Collor. Contudo, por falta de uma massiva educação para os direitos humanos e pelas distorções ideológicas da mídia tendenciosa, o conceito e a reivindicação dos direitos foram paulatinamente associados à defesa dos bandidos. Até o ponto de que ainda hoje muitos jovens reduzem a sua compreensão positiva dos direitos a questões como o acesso à carteira de habilitação e o direito ao voto. Direitos específicos Embora a Constituição de 1988 reconheça como fundamentos do Estado democrático brasileiro a cidadania e a dignidade da pessoa humana, as condições socioeconômicas em que vive grande número de jovens contradizem os princípios da Carta Magna e dificultam a vivência de uma cidadania plena (acesso à educação, ao emprego, à cultura, ao lazer e ao esporte etc.). No caso dos adolescentes e dos jovens das classes sociais mais pobres, ainda hoje muitos deles têm de conformar-se com medidas socioeducativas ou, no melhor dos casos, com políticas paliativas que não respondem ás suas múltiplas carências e às suas diferenciadas necessidades. Para progredir no processo de constituição da cidadania juvenil é necessário insistirmos na urgência de elaboração de politicas públicas de/para/com as juventudes que realmente considerem os jovens sujeitos diferenciados e capazes de participação ativa na conquista dos próprios direitos. Para tanto, o conhecimento, o acompanhamento crítico e o engajamento competente de adolescentes e jovens nos diferentes espaços democráticos de participação cidadã, garantidos pela lei à sociedade civil, são elementos indispensáveis para a efetivação de sua cidadania. Agenda pendente Para que aconteça o reconhecimento e a efetivação dos direitos específicos dos jovens é necessária a garantia constitucional de tais direitos e a sua regulamentação através de lei. E esse é um processo que ainda está em andamento e que é de fundamental importância acompanhar.
  • 6. P á g i n a | 6 Recentemente foi aprovada no Brasil uma proposta de emenda constitucional (PEC) para a institucionalização jurídica dos direitos da juventude: a PEC 138-A, de 2003 (depois conhecida como PEC 42/2008), que “dispõe sobre a proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais da juventude”. De acordo com o texto, jovem é todo cidadão na faixa etária entre 15 e 20 anos. Eles foram incluídos na denominação do capítulo VII o título VIII da Constituição, que passa a ser “da família, da criança, do adolescente, do jovem e do idoso”. Com isso, alteram-se vários itens constitucionais para estender à juventude de direitos já assegurados à criança e ao adolescente. Também o Projeto de Lei 4529/04, que dispõe sobre o Estatuto da juventude, propõe regulamentar os direitos das pessoas entre 15 e 29 anos, abrangendo temas como igualdade racial e de gênero, saúde e sexualidade, educação, trabalho e representação juvenil. Na avultada agenda nacional, resta integrar plenamente os jovens como atores estratégicos do desenvolvimento do país. E é preciso ressaltar que, em todo esse processo de reconhecimento e efetivação dos direitos dos jovens, via aplicação de políticas públicas específicas, além de estabelecer garantias jurídicas e orçamentárias claras por parte do Estado, está na hora de promover e facilitar, em todos os níveis, a participação massiva e verdadeiramente representativa de todos os jovens. TEXTO 05 O Meu País Zé Ramalho Tô vendo tudo, tô vendo tudo Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo Um país que crianças elimina Que não ouve o clamor dos esquecidos Onde nunca os humildes são ouvidos E uma elite sem Deus é quem domina Que permite um estupro em cada esquina E a certeza da dúvida infeliz Onde quem tem razão baixa a cerviz E massacram - se o negro e a mulher Pode ser o país de quem quiser Mas não é, com certeza, o meu país Um país onde as leis são descartáveis Por ausência de códigos corretos Com quarenta milhões de analfabetos E maior multidão de miseráveis Um país onde os homens confiáveis Não têm voz, não têm vez, nem diretriz Mas corruptos têm voz e vez e bis E o respaldo de estímulo incomum Pode ser o país de qualquer um Mas não é com certeza o meu país Um país que perdeu a identidade Sepultou o idioma português Aprendeu a falar pornofonês Aderindo à global vulgaridade Um país que não tem capacidade De saber o que pensa e o que diz Que não pode esconder a cicatriz De um povo de bem que vive mal Pode ser o país do carnaval Mas não é com certeza o meu país Um país que seus índios discrimina E as ciências e as artes não respeita Um país que ainda morre de maleita Por atraso geral da medicina Um país onde escola não ensina E hospital não dispõe de raio - x Onde a gente dos morros é feliz Se tem água de chuva e luz do sol Pode ser o país do futebol Mas não é com certeza o meu país (Refrão) Um país que é doente e não se cura Quer ficar sempre no terceiro mundo Que do poço fatal chegou ao fundo Sem saber emergir da noite escura Um país que engoliu a compostura Atendendo a políticos sutis
  • 7. P á g i n a | 7 Que dividem o Brasil em mil Brasis Pra melhor assaltar de ponta a ponta Pode ser o país do faz-de-conta Mas não é com certeza o meu país (Refrão) Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/ze-ramalho/o-meu-pais.html>.Acesso em: 28 de fevereiro de 2016. TEXTO06 Adolescência: alvo fácil para o consumismo Bernadette Vilhena O valor que os jovens dão ao consumismo e como eles fazem uso de marcas para se auto afirmarem junto à sociedade é preocupante. O celular tal, a calça X, a roupa Y, a maquiagem milagrosa! A oferta de produtos é absurda e dispara o desejo do “sempre quis um desse”, “isso é tudo que eu quero” ou “eu preciso muito disso”. Os desejos são atendidos, a satisfação é momentânea e o ciclo de falsas necessidades reinicia. Esse assunto é incômodo para alguns, inexistente para outros e necessário para todos nós, pais ou não. O pesquisador da UFMG Paulo César Pinho Ribeiro alerta sobre essa tendência entre os jovens: “Há um consumo exagerado de tudo: dinheiro, imagem, roupas, perfumes, adornos, grifes, amor, sexo, bens de consumo e substâncias lícitas e ilícitas. O planeta em que vivemos está em crise. De um lado, consumismo exagerado e avanços tecnológicos que nos surpreendem a cada dia; de outro, fome, miséria e desigualdade. Um mundo onde o ter é mais importante do que o ser. Neste mundo consumista, os adolescentes foram escolhidos como o alvo mais fácil dessa escalada sem rumo, sendo hoje chamados de filhos do consumismo”. Não é fácil educar um filho em um mundo cercado de valores superficiais. Precisamos estar centrados em nossa responsabilidade como pais e não podemos deixar que essa missão fique comprometida por conta da nossa vida agitada. O cotidiano cada vez mais exigente entra em choque com o nosso compromisso de educar, assim os dias precisam ser vividos com sabedoria e olhar atento. O importante é ter essa consciência e fazer com que o tempo passado junto aos filhos tenha qualidade, para que eles cresçam bem, com saúde física e emocional.  São aspectos fundamentais dessa relação:  Estabelecer de um diálogo sincero e próximo;  Saber que o nosso exemplo vale mais que muitas palavras;  Entender o que é ser adolescente nos dias de hoje;  Dar carinho e limite na dose certa;  Buscar entender a personalidade do seu filho, o que é importante para ele e como ele compreende o mundo;  Desenvolver a confiança mútua e respeito pelo espaço de ambos;  Ter atenção para não cair na armadilha de funcionar no automático e achar que tudo isso é normal, “moderno”.
  • 8. P á g i n a | 8 Quando as pesquisas apontam que os adolescentes estão muito voltados para o consumismo, precisamos nos perguntar o motivo para tantos desejos materiais. Alguns fatores são conhecidos dos pesquisadores: o uso de marcas e bens eletrônicos para se sentirem parte da turma, uso de determinadas marcas para afirmação social, desejo de ser igual ao outro, carência emocional, consumo de cosméticos por parte das meninas para atenderem ao padrão de beleza ditado pela mídia etc. O adolescente está na fase de construção de sua identidade e ainda não tem o aparato psíquico desenvolvido o suficiente para lidar com a avalanche de “necessidades impostas” pelo meio em que vive. Ele acredita que isso faz parte da vida e fará o possível para se encaixar nos padrões ditados por uma sociedade consumista e superficial. Aqui é o ponto importante que eu gostaria de salientar. Sabemos que na adolescência os amigos passam a ter um lugar de destaque na vida dos filhos, nessa fase os valores assimilados em casa serão confrontados com os valores dos amigos. Nessa fase, a presença dos pais é tão importante quanto na infância. Os ensinamentos sobre o valor da amizade, do respeito e da diversidade humana deverão se tornar mais profundos. É preciso levá-los ao encontro consigo e trazê-los para dentro de si, já que o mundo direciona muito para o externo. Ensinar o equilíbrio entre o ser natural, com suas necessidades de sobrevivência, de busca e do uso da matéria, e o ser espiritual, onde as aspirações são mais profundas e definitivas para sua evolução. O ser natural busca e o espiritual encontra! É preciso assumir a responsabilidade de educar para que nossos jovens sejam consumidores conscientes e que saibam dar o valor para o essencial da vida. Precisamos estar atentos às necessidades afetivas dos filhos: entendê-las é um caminho para evitar que eles preencham as lacunas emocionais com compras. Termino esse artigo com um texto do educador Celso Antunes, onde a aprendizagem é uma potente aliada na construção de dias mais leves: “Da mesma forma como não se conquista o corpo malhado com o qual se sonha sem um programa de atividade marcado por regras de periodicidade e empenho, também não se combate a violência consumista dos nossos filhos sem um envolvimento em projetos onde os pais reservam um tempo para aprender a vencer esse inimigo e, depois, um tempo ainda mais gostoso para brincar e estar com eles. Isso estimula a inteligência e fortalece os afetos”. VILHENA. Bernadette. Adolescência: alvo para o consumismo. Disponível em: <http://dinheirama.com/blog/2013/04/23/adolescencia-alvo-facil-para-o-consumismo/>. Acesso em: 02 de março de 2016.
  • 9. P á g i n a | 9 TEXTO 07 Admirável Chip Novo Pitty Pane no sistema, alguém me desconfigurou Aonde estão meus olhos de robô? Eu não sabia, eu não tinha percebido Eu sempre achei que era vivo Parafuso e fluído em lugar de articulação Até achava que aqui batia um coração Nada é orgânico, é tudo programado E eu achando que tinha me libertado Mas lá vêm eles novamente E eu sei o que vão fazer: Reinstalar o sistema Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Tenha, more, gaste e viva Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Não, senhor; sim, senhor Não, senhor; sim, senhor Pane no sistema, alguém me desconfigurou Aonde estão meus olhos de robô? Eu não sabia, eu não tinha percebido Eu sempre achei que era vivo Parafuso e fluído em lugar de articulação Até achava que aqui batia um coração Nada é orgânico, é tudo programado E eu achando que tinha me libertado Mas lá vêm eles novamente E eu sei o que vão fazer: Reinstalar o sistema Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Tenha, more, gaste e viva Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga Não, senhor; sim, senhor Não, senhor; sim, senhor Mas lá vem eles novamente E eu sei o que vão fazer: Reinstalar o sistema PITTY. Admirável Chip. Disponível em: <http://www.letras.com.br/#!pitty/admiravel-chip-novo>. Acesso em: 02 de março de 2016.
  • 10. P á g i n a | 10 TEXTO 08 Eu, etiqueta Carlos Drummond de Andrade Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente). E nisto me comparo, tiro glória de minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar cada vinco da roupa sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. Carlos Drummond de Andrade ANDRADE, C. D. Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América, 1989. Acesso em: 02 de março de 2016.
  • 11. P á g i n a | 11 TEXTO 09 Consumismo Desenfreado: Consequências para você, a sociedade e o meio-ambiente Vitor Garcia O consumismo desenfreado dos dias atuais têm muitas consequências tanto para a própria pessoa, como para a sociedade e o meio ambiente. As pessoas devido ao sistema que vivem, onde o importante é o que você tem e não que você é, tendem a desenvolver distúrbios caracterizados pela compulsão em comprar coisas desnecessárias que talvez nunca usarão. Além disso, elas são influenciadas por um dos maiores difusores do consumismo: a mídia. Todos os dias somos “bombardeados” com milhares de propagandas. São milhões e milhões gastos para tentar nos fazer comprar os produtos. O consumismo também causa consequências à sociedade, já que contribuem para o processo de degradação das relações sociais. Muitas vezes, excluímos pessoas, julgamo-as, pelo simples fato de ela não possuir tal coisa ou não estar com “roupas da moda”. É surpreendente como uma pessoa é “crucificada” pelo simples fato de não se submeter ao sistema que privilegia poucos, faz você valer o que possui e paga centavos a uma criança chinesa para produzir produtos que são vendidos do outro lado do mundo por preços absurdamente altos. Mas a parte mais desastrosa é a do meio-ambiente. Como é possível um planeta suportar um sistema em que a lei vigente é: “use, descarte, compre sempre o novo”? Estamos destruindo totalmente a Terra para satisfazermos o nosso prazer de comprar, comprar e comprar. Mas nunca cansamos! Esse é o problema! Queremos sempre mais e mais. A cada dia surgem aparelhos mais novos, roupas diferentes. O sistema impõe-nos que devemos sempre ter o mais novo, mesmo que o antigo ainda esteja bom. Devemos mudar nossa mentalidade primitiva e irracional, devemos deixar de pensar apenas no nosso “próprio umbigo” e ver as pessoas que tem menos que nós. Um dos nossos principais problemas é que sempre quando vamos nos comparar com outras pessoas, sempre escolhemos as que têm mais. Por que nunca nos comparamos com as que têm menos? Devemos evoluir. Acabar com esse pensamento que temos de sempre ter mais e mais. Acabar com o “descartar” e, seguir a nova lei: reutilizar, reciclar e reduzir. Reduzir! Todos nós temos direito de comprar, de gastar nosso dinheiro tão suado, mas isso não quer dizer que devemos ter tudo, enquanto outros não têm nada. Mas a mudança depende de nós. Desde mim até ti. Desde o miserável até o bilionário. Desde pessoas sem grandes cargos até presidentes. Desde o ignorante até o intelectual. Depende de todos nós. Pense nisso! E viva! Reflita! Quebre as regras impostas pelo sistema! Seja livre! Disponível em: http://apequenapartedecadaum.blogspot.com.br/2009/03/consumismo-desenfreado.html. Acesso em: 02 de março de 2016.
  • 12. P á g i n a | 12 TEXTO 10 Adolescentes X Profissão: Como escolher a profissão certa Ser feliz. Esta deve ser a prioridade do adolescente enquanto busca informações sobre o seu futuro profissional.  Há um leque muito diversificado de opções de carreira hoje em dia. Com a facilidade de ingressar no ensino superior os jovens estão cada vez mais estimulados a buscar uma carreira a partir do nível superior. São programas governamentais de incentivo à graduação, Universidades e Faculdades que oferecem cursos com preços competitivos e ao alcance de muitos. Além dos cursos técnicos e de especialização que já são até oferecidos junto com o ensino médio. Mas, é possível escolher a profissão certa já na adolescência? Trabalhei como administradora em uma escola de cursos técnicos e pude perceber que o jovem do século XXI quer ingressar em áreas que sejam rentáveis antes de pensar em sua vocação. Por isso, muitas vezes, cometem o erro de fazer um curso por ouvir dizer que a área de atuação está em alta, ou seja, que é a carreira do momento. E com isso acabam saindo “toneladas” de egressos para o mercado, que não consegue absorver a demanda destes profissionais. Neste momento o jovem conclui que escolheu errado, e em alguns casos foi exatamente o que aconteceu. Seguiu o modismo e acabou entrando na longa fila de profissionais esperando por uma vaga de emprego. Mesmo profissões seculares como enfermagem, advocacia, medicina e engenharia estão exigindo um novo perfil de habilidades e qualificações pela grande demanda destes profissionais no mercado. O especialista de Recursos Humanos como diretor da Hellet Consultoria em RH e consultor de negócios brasileiros da Colemna Research Group (EUA), afirma que o inchaço de profissionais no mercado está causando uma mudança nas profissões que se conhece hoje em dia. Com isso o adolescente deve estar atento a estas mudanças tendo em vista que em breve deverá fazer a escolha de qual profissão seguirá. Em certa ocasião Micheletti proferiu uma palestra aos alunos da escola em que trabalhei e disse; “As empresas precisam de psicólogos que entendam de administração, de advogados que entendam de meio ambiente, de mais engenheiros dispostos a atuar na área técnico comercial e assim por diante”.Nunca mais me esqueci disso e sempre que possível observo se os jovens ao escolher uma profissão sabem deste novo perfil que o mercado exige. Muitos ainda não perceberam a mudança e optam pela profissão por herança familiar, influência da família ou pelo modismo. Três coisas básicas que devem ser levadas em conta na hora da escolha da profissão:  1. O cenário mundial da profissão Hoje não dá mais para pensar no cenário somente da região em que mora, cidade estado ou país. É preciso ter um olhar globalizado. Observar as perspectivas para quando encerrar o curso. Ler a respeito desta profissão, conversar com profissionais veteranos e recém-formados é uma forma de avaliar o desenvolvimento da área.
  • 13. P á g i n a | 13  2. A afinidade com a carreira Que tipo de sentimento desperta ao pensar na profissão analisada? Pode parecer um tanto romântico para determinadas pessoas, mas o jovem precisa fazer esta reflexão para ter consciência se possui habilidades e potencialidades que favoreçam a escolha. Ter afinidade com a área é primordial para o sucesso e mais uma vez será necessário fazer pesquisa, conhecer particularidades da área para avaliar se é compatível com os anseios e desejos.  3. Ter visão concreta do projeto de vida a curto e longo prazo Pode parecer difícil imaginar um adolescente ou jovem tendo uma visão concreta do que espera para sua vida, mas é possível se ele escolher um modelo para se espelhar. Mais uma vez a pesquisa e busca de informações é a base para decisões. Um jovem que admira um médico, por exemplo, deve saber que apesar de ser bem sucedido financeiramente teve que dedicar pelo menos oito anos de sua vida entre os estudos e práticas constantes e que para o resto da vida terá que se dedicar mesmo que parcialmente. Além disso, mesmo sabendo que um médico vive em uma bela residência com carros de último modelo, dependendo de sua especialidade terá que estar disposto a atender um paciente a qualquer hora do dia ou da noite, seja qual for a classe social do paciente e tipo de enfermidade. Será que o adolescente está disposto a se submeter? Pelo menos uma pequena projeção do que quer para sua vida o adolescente já tem e isso deve ser considerado na sua escolha pela profissão. Outras duas coisas importantes devem ser levadas em consideração tanto pela família quanto pelo adolescente ou jovem na hora de escolher a profissão.  Vale mudar de ideia Familiares e jovens devem ter esta questão muito bem resolvida para que a escolha não resulte em um profissional medíocre e sem sucesso. O período da adolescência é o momento de começar a pensar no futuro. Isso pode representar que mudar de ideia quanto à profissão escolhida será um fator corriqueiro tendo em vista que a busca de informações é a prioridade no momento. Os três tópicos aqui sugeridos são os que devem ser a meta e não a decisão final.  Ser feliz Esta deve ser a prioridade do adolescente enquanto busca informações sobre seu futuro profissional. Portanto pressionar a fazer a escolha não ajudará. Respeitar o tempo de cada pessoa e apoiar a escolha é um bom começo para o sucesso futuro, pois a escolha da profissão é só o começo do resto da vida de um jovem e isso é muito sério. Para responder a questão levantada no início deste artigo: É possível escolher a profissão certa já na adolescência? Atrevo-me a concluir que em alguns casos sim, se o adolescente for bem orientado para ter clareza sobre sua escolha e se tiver o apoio da família. Do contrário, o melhor é dar tempo ao tempo e deixar a experiência confirmar a aptidão deste jovem. BONILHA. Beth Proença. Disponível em: http://familia.com.br/superacao/adolescentes-x-profissao- como-escolher-a-profissao-certa. Acesso em: 02 de março.
  • 14. P á g i n a | 14 TEXTO 11 Supertrabalhador Gabriel Pensador Quem trabalha e mata fome não come o pão de ninguém Mas quem come e não trabalha tá comendo o pão de alguém Quem trabalha e mata a fome não come o pão de ninguém Mas quem come e não trabalha tá comendo o pão de alguém É pra ganhar o pão tem que trabalhar Missão para os heróis que estão dentro do seu lar O seu pai, sua mãe, são trabalhadores São os super-heróis, verdadeiros protetores A superjornalista, o superdoutor O supermotorista, o supertrocador O superguitarrista, o superprodutor E a superprofessora, é que me ensinou E o supercarteiro, quê que faz, quê que faz? Manda carta e manda conta pra mamãe e pro papai E o supergari, o lixeiro, o quê que faz? Bota o lixo no lixo que aqui tem lixo demais Cada um faz o que sabe, cada uma sabe o que faz Ninguém menos ninguém mais, todo mundo corre atrás E volta pra casa com saudade do filho Enfrentando o desafio, desviando do gatilho Mais uma jornada, adivinha quem chegou? São as aventuras do supertrabalhador Sou o supertrabalhador Alimento minha família com orgulho e amor Supertrabalhador São as aventuras do supertrabalhador Sou o Supertrabalhador Enfrento os desafios, o perigo que for Supertrabalhador São as aventuras do Supertrabalhador Demorou Quem trabalha e mata fome não come o pão de ninguém Mas quem come e não trabalha tá comendo o pão de alguém Quem trabalha e mata a fome não come o pão de ninguém E pra fazer o pão tem que colher o grão Separar o joio do trigo na plantação
  • 15. P á g i n a | 15 O superlavrador falou com o agricultor, Que sabe que precisa também do motorista do trator na cidade, o engenheiro precisa di pedreiro Mas pra fazer o prédio tem que desenhar primeiro O sonho do arquiteto, bonito no projeto, virando concreto Vai virando o concreto! Eu sou o supertrabalhador Alimento minha família com orgulho e amor Supertrabalhador São as aventuras do supertrabalhador Sou o Supertrabalhador Enfrento os desafios, o perigo que for Supertrabalhador São as aventuras do Supertrabalhador Demorou Quero ser trabalhador, quem não é um dia quis Minha mãe sempre falou: "Quem trabalha é mais feliz" Mas tem que suar pra ganhar o pão E ainda tem que enfrentar o leão O leão quer morder nosso pão Cuidado com o leão, que ele come o nosso pão O leão quer morder nosso pão Cuidado com o leão, não dá mole não Eu sou o supertrabalhador Alimento minha família com orgulho e amor Supertrabalhador São as aventuras do supertrabalhador Sou o Supertrabalhador Enfrento os desafios, o perigo que for Supertrabalhador São as aventuras do Supertrabalhador Demorou Supertrabalhador Taxista, motoboy, assistente, diretor Supertrabalhador Pipoqueiro, pedagogo, poteiro, pesqisador Supertrabalhador Ambulante, feirante, astronauta, ilustrador Supertrabalhador
  • 16. P á g i n a | 16 Comandante, comissário, caixa, vendedor Supertrabalhador Cozinheiro, garçom, bibliotecário, escritor Supertrabalhador Maquinista, sambista, surfista, historiador Supertrabalhador Marceneiro, carpinteiro, ferreiro, minerador Supertrabalhador Telefonista, salva-vidas, bombeiro, mergulhador Supertrabalhador Paraquedista, arqueólogo, filósofo, pintor Supertrabalhador Sapateiro, boiadeiro, farmacêutico, cantor Super. Disponível em:<http://letras.kboing.com.br/gabriel-pensador/supertrabalhador/>. Acesso em: 02 de março de 2016. TEXTO 12 Reportagem: A geração ‘nem-nem’ Um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalha nem estuda. É a chamada "geração nem nem", dimensionada em estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Esses jovens são vítimas de um "desalento estrutural", como analisou Fernando de Holanda Filho, professor da Fundação Getúlio Vargas, ao jornal O Globo (16/9). Ou seja: são pessoas que desistiram de procurar trabalho, porque não têm quase nenhuma qualificação, e tampouco querem voltar a estudar, porque não se sentem atraídas pela escola. No total, há 5,3 milhões de jovens que não trabalham nem estudam, indica a pesquisa coordenada pelo professor Adalberto Cardoso. Se fossem computados os jovens que ainda procuram alguma ocupação, o número saltaria para 7,2 milhões. Num país com cenário de baixo desemprego e economia em expansão (em 2010, ano em que os números usados na pesquisa foram colhidos, o PIB cresceu 7,5%), isso significa que uma parcela importante dos brasileiros não está participando do desenvolvimento experimentado nos últimos anos. Uma vez sem perspectiva, alguns deles podem cair na criminalidade. As mulheres, principalmente em razão da maternidade, são maioria nesse grupo elas somam 3,5 milhões, e os homens, 1,8 milhão , o que inclui a desigualdade de gênero na equação. O impacto também é maior entre os mais pobres. Na parcela da população com renda per capita de até R$
  • 17. P á g i n a | 17 77,75, a geração "nem nem" chega a 46,2%. E é notável a disparidade regional: no Norte e no Nordeste, a incidência passa dos 25%, contra 13% no Sul e 16,8% no Sudeste. Os países ricos também têm seus "nem nem", mas o motivo é a recessão persistente, que inexiste no Brasil. Entre os 34 integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média dos jovens que se encontram nessa situação é de 15,8% contabilizando se os que ainda procuram emprego e se considerando que a faixa etária usada como critério é mais larga, de 15 a 29 anos. A OCDE afirma, no entanto, que a situação dos "nem nem" na maioria dos países estudados é transitória e que os motivos variam de lugar para lugar, incluindo se aí questões culturais o que explica, por exemplo, que 77% das jovens mexicanas nem trabalhem fora de casa nem estudem, preferindo dedicar se à formação da família. As eventuais dificuldades econômicas dos países integrantes da OCDE que incluem potências como Estados Unidos e Grã-Bretanha e também emergentes como Turquia e México não impediram que o investimento em educação fosse não apenas mantido, como, em alguns casos, experimentasse sensível ampliação. Como mostra o mais recente estudo da organização, o Education at a Glance 2012, isso aconteceu com pelo menos 24 dos 34 membros durante os anos de 2008 e 2009, que foram de forte crise e recessão. Segundo a OCDE, tal cenário se explica pela conclusão generalizada de que apostar em educação traz benefícios tanto para os indivíduos quanto para a sociedade, ainda mais em tempos de dificuldades econômicas. Em 2008, um homem com instrução superior nos países da OCDE ganhou, em média, 58% mais do que aquele que possuísse apenas nível secundário. Em 2010, esse porcentual subiu para 67%. Tal perspectiva é semelhante no Brasil, mas, ao que parece, uma parte considerável dos jovens brasileiros não consegue enxergar essa oportunidade, quer por desinformação, quer porque não se sente estimulada a enfrentar a rotina de estudos em escolas de baixa qualidade. Tratasse de um indicativo de que o crescimento econômico brasileiro pode ter seus problemas agravados no futuro próximo, porque é essa geração que terá de enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais exigente. Portanto, a escassez de mão de obra com um mínimo de competência técnica, que é um dos entraves crônicos do desenvolvimento no Brasil, tende a se acentuar a não ser que haja uma virada drástica e imediata no sistema educacional, de modo a atrair novamente essa massa de jovens para os estudos e a especialização, fazendo-os perceber que a educação pode significar um futuro melhor. Disponível em: <http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-geracao-nem-nem-imp-,935944>. Acesso em: 03 de março de 2016.
  • 18. P á g i n a | 18 TEXTO 13 O outro lado da rebeldia Flávio Bastos Conforme o dicionário da Língua Portuguesa, de Sérgio Ximenes, rebelde "É quem se rebela contra a autoridade constituída. É o indivíduo teimoso, obstinado, indomável". A história das civilizações está repleta de indivíduos "rebeldes" que se revoltaram contra situações que consideraram injustas e, por este motivo, se envolveram em sangrentas lutas revolucionárias contra tiranos ou contra regimes autoritários, corruptos e imperialistas. As civilizações indígenas das Américas Latina e do Norte foram, durante séculos, massacradas por interesses colonialistas. Estes índios que morreram lutando bravamente, nada mais fizeram do que reagir à violência e à ocupação ilegal de suas terras. No entanto, foram chamados de selvagens assassinos e rotulados de sub- raça pelos brancos colonizadores. O significado do comportamento rebelde, portanto, nem sempre é o lado "pecaminoso" do contexto sócio-histórico. Pelo contrário, a história não oficial tem revelado através de inúmeras obras editadas, verdadeiras monstruosidades que o homem, com a desculpa de combater a "rebeldia social" cometeu - e tem cometido - contra o próprio homem. Na verdade, este lado oculto da rebeldia muitas vezes revela o lado saudável do comportamento humano que reage a indivíduos ou sistemas que representam legítimas esquizofrenias institucionalizadas. Ou seja, o lado lúcido e inconformado com uma situação declaradamente injusta, revolta-se contra o lado doentio que mantém este estado de coisas e que representa o poder. Jesus Cristo, pela forma que pregava a verdade cristã e enfrentava as privilegiadas castas sociais da época, entre elas, os fariseus, foi considerado um rebelde, um revolucionário que incomodava os poderes político e religioso. Foi no simbólico ato da "lavagem das mãos", que Pilatos expressou o lado oculto e doentio daquela sociedade. Mais recentemente, Mahatma Gandhi foi um líder religioso que pregava a paz e, assim como Cristo, o amor incondicional. Foi assassinado por interesses contrários que revelaram o lado enfermo da sociedade da sua época. Martin Luther King, negro ativista norte americano, defendia os direitos dos negros em uma sociedade representada por uma cultura branca marcada por forte conotação racial. Foi também assassinado por contrariar interesses do "outro lado". E assim, na história da humanidade, milhões de pessoas consideradas "indesejáveis" sob o ponto de vista oficial, foram eliminadas ou perseguidas porque representavam este "lado proibido da rebeldia". O lado que não se conforma, que aponta os erros, as injustiças. O lado, que de certa forma, Jesus representou.
  • 19. P á g i n a | 19 Portanto, no alvorecer do terceiro milênio, posturas arrogantes e autoritárias de pessoas que representam algum poderem, seja no nível político, social ou religioso, começam a se tornar comportamentos arcaicos que, inevitavelmente, entrarão em conflito com indivíduos cada vez mais lúcidos e preparados para reagirem em prol do equilíbrio da verdade e da justiça. As gerações índigo entre nós são hoje uma constatação e uma demonstração de que o ser humano começa a dar um passo qualitativo na perspectiva de evolução em todos os sentidos. O líder de perfil personalista que insistir em permanecer com posturas ou ideias que não contemplem o interesse coletivo e sim seus interesses pessoais, cedo ou tarde, terá suas intenções descobertas e a sua pseudoliderança naturalmente desmascarada. Com o passar dos séculos e, principalmente, com a chegada do milênio da Luz, o lado oculto da rebeldia começa, aos poucos, a expressar-se e a emergir a luz da consciência humana de uma forma verdadeira, pacífica e definitiva. Caminhamos para o ideal de sociedades equilibradas em que a consciência será o instrumento avaliador e construtor deste equilíbrio, e onde não haverá mais razão da existência de comportamentos que provoquem situações antagônicas e conflitantes entre os homens. Com a evolução consciencial da humanidade, as relações humanas tenderão a serem mais transparentes e próximas, e o indivíduo, nem poderosamente arrogante, nem revolucionariamente rebelde. Disponível em: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?Id=3699 Acesso em: 02 de março de 2016. TEXTO 14 A juventude na busca de caminhos Izabel Sadalla Grispino Diante das contradições e incertezas do mundo atual, em especial no campo profissional, das indefinições das políticas sociais, das mazelas que se arrastam pela sociedade, o jovem, perplexo, busca, ansioso, saídas para as suas indagações. Muitos não conseguem perceber o futuro como trajeto confiável, antes o veem como algo ameaçador. Resta-lhes o presente e, nele, grande parte se entrega na transgressividade comportamental, no consumismo, no prazer imediato e intenso, quando não, pela fuga, nas drogas. Encontram no desfrute dos bens materiais a razão do existir.
  • 20. P á g i n a | 20 A esses aspectos, acresce-se uma constatada revolução mundial, nos modos de captar os valores morais, influenciados pelos meios de comunicação. A mídia, com seu forte poder, introduz e reflete novas atitudes, novos estilos de vida. Uma pesquisa de maio de 2000, feita pelo Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), com o intuito de decifrar, para os próximos três anos, a construção do juízo moral de jovens pertencentes a sociedades emergentes, lançou a pergunta: “Qual é o valor mais importante: ter bom caráter ou muito dinheiro?”. Dos, aproximadamente, 400 alunos arrolados, apenas um respondeu: “É ter bom caráter, sem dúvida alguma”. Os demais votaram no dinheiro, sem pestanejar. Durante a pesquisa, iniciada no começo do ano passado, questionários foram entregues aos mais de 10 mil alunos da universidade, durante a matrícula. Numa folha, à parte, os pesquisadores pediram aos estudantes que apresentassem os três principais valores da juventude de hoje. Pouco mais de 1.000 alunos, apenas, devolveram a folha. Em suas respostas, dinheiro apareceu em primeiro lugar, seguido de ter emprego, por 186 votos. A ênfase ficou nos valores materiais. Os alunos próximos de se formar revelaram medo de não conquistar um espaço no mercado de trabalho. O medo chegava a turvar-lhes a esperança. A pesquisa revela que família, amizade, felicidade também foram votadas, mas em escala menor. Uma outra pesquisa, mais recente, feita pelo Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), vem mostrar uma faceta mais animadora da juventude. Foram entrevistados 900 jovens entre 14 e 20 anos de diferentes classes sociais de Curitiba. Desses jovens, 397 (44,1%) apontaram a família como instituição de maior ascendência em suas decisões. Em seguida, vem a escola, com 37% e a TV com 13,7% das respostas. Na sequência da pesquisa, os estudantes deveriam dar uma nota sobre suas avaliações políticas, ponto em que revelaram decepção, forte rejeição. A média do governo ficou em 3,96; dos partidos políticos, 3,07; do Congresso Nacional, 4,49; e do Judiciário, 4,99. Valorizaram a família, 9,02, a escola, 7,74 e a Igreja, 7,56. Essa pesquisa surgiu como um oásis no meio do deserto. Mostrou que uma parte dos jovens está buscando valores, como respeito, amor, fidelidade. A vida em família foi considerada fundamental, mesmo havendo conflito. Eles acharam melhor ter uma família danificada que não ter nenhuma. Isso se explica pelo fato de esses jovens serem filhos da permissividade e que hoje sentem necessidade de limites, de valores consistentes. Não querem mais a concessão impensada, mas a orientação, a palavra segura. Os anos da revolução sexual produziram muito sexo e pouco amor; produziram a relação descartável, com sua insegurança, seu vazio. Há outra vertente, a do aspecto religioso, que devemos considerar. Estamos vivendo uma época de dupla face: de febre racionalista e de febre espiritualista. Os defensores de uma cultura agnóstica acreditam que a humanidade seria mais civilizada e feliz se se libertasse das “amarras” espirituais. Acreditam que a religião, sutilmente, empurra o Homem a um sentimento místico, desfavorável à sua libertação total. O conhecimento desse aspecto é importante porque esse ardor racionalista se encontra subentendido em textos comemorativos do cinquentenário da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, veiculados na imprensa internacional. Neles, nota-se, segundo a crítica especializada, a apologia da razão, do sonho da libertação pela razão, contrapondo-se à corrente espiritualista, que preconiza o sonho da libertação pela religião. É marca frequente da humanidade esta dualidade. Em uma célebre pintura de Goya, encontra-se cunhada a frase: “Deus e o sonho da liberdade” e o grande escritor Dostoievski expressa sua convicção através de um personagem: “Se Deus não existe, então tudo é permitido”. Um fato extraordinário, no campo da espiritualidade, que chamou a atenção da imprensa mundial, especialmente europeia, aconteceu em 20 de agosto passado, no “Dia Mundial da Juventude”. O Papa João Paulo II celebrou uma missa, no campus de Tor Vergata, nos arredores de Roma, onde compareceram nada menos que cerca de dois milhões de jovens católicos do mundo todo. Eram jovens procedentes dos cinco continentes, de 160 países, participando da “15.ª Jornada Mundial da Juventude”. Atendendo a um chamado do Santo Padre, foram a Roma aclamar, orar, cantar em louvor a Cristo. Lá estavam de coração aberto, prontos para receber mensagens, ouvir, como discípulos, a palavra do maior guia católico, o Papa João Paulo II.
  • 21. P á g i n a | 21 Qual o significado dessa ida dos jovens para professar sua fé em Jesus Cristo? Como interpretar essa mensagem? Estaremos, por acaso, presenciando uma reviravolta, um contrapeso da balança, em direção aos valores espirituais perenes? Certamente, os jovens não estão encontrando, no materialismo exacerbado, sentido real para suas vidas. Estão buscando caminhos novos para seu futuro, estão em busca de algo maior, de um significado maior para a vida. Diante de tão significativa participação, o Papa, entusiasmado, disse: “Olho com fé o futuro da humanidade”. A juventude mostra uma forte necessidade de religião, pois esta ajuda a superar “a espiral do desespero, da insensatez e da violência”. João Paulo II exortou-os “a empenhar-se na edificação de um novo mundo, baseado no poder do amor e do perdão, na luta contra a injustiça e contra toda a miséria física, moral e espiritual”. Lançou-lhes uma provocação: que tivessem a coragem de ser os santos do 3.º milênio, o que aconteceria se eles seguissem Jesus Cristo. Esse encontro, classificado como o Woodstock da Igreja, foi também chamado de “Parada Católica do Amor” e nos manda o recado de que nem tudo está perdido, que há esperanças e luzes despontando num horizonte aberto, promissor. Que assim seja, Senhor! GRISPINO. Isabel Dalla. A juventude na busca de caminhos. Disponível em: <http://www.izabelsadallagrispino.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1426>. Acesso em: 03 de março de 2016. TEXTO 15 Pais e Filhos Legião Urbana Estátuas e cofres e paredes pintadas Ninguém sabe o que aconteceu Ela se jogou da janela do quinto andar Nada é fácil de entender Dorme agora É só o vento lá fora Quero colo! Vou fugir de casa Posso dormir aqui com vocês? Estou com medo, tive um pesadelo Só vou voltar depois das três Meu filho vai ter nome de santo Quero o nome mais bonito É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Porque se você parar pra pensar Na verdade não há Me diz, por que que o céu é azul? Explica a grande fúria do mundo São meus filhos Que tomam conta de mim Eu moro com a minha mãe Mas meu pai vem me visitar Eu moro na rua, não tenho ninguém Eu moro em qualquer lugar Já morei em tanta casa Que nem me lembro mais Eu moro com os meus pais É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Porque se você parar pra pensar Na verdade não há Sou uma gota d'água Sou um grão de areia Você me diz que seus pais não te entendem Mas você não entende seus pais Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo São crianças como você O que você vai ser Quando você crescer. Composição: Dado Villa-Lobos / Renato Russo Disponível em: <https://www.letras.mus.br/legiao- urbana/22488/>. Acesso em: 03 de março de 2016.