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A prendemos na escola a lidar com a mecânica, o ele-
tromagnetismo e a óptica, ramos da física que fazem
parte de nosso dia-a-dia, mas que foram desenvolvidos há mais de
cem anos. Vez por outra, a imprensa noticia avanços tecnológicos e
novas descobertas, e uma pergunta fica no ar: quais são as frontei-
ras da física hoje.
É com prazer que apresentamos neste folder alguns dos principais
desafios que a física deverá enfrentar neste século que se inicia. A
busca de resposta para essas questões deverá ser um trabalho não só
de físicos, mas de uma parcela significativa da comunidade interna-
cional de pesquisadores, dado o caráter cada vez mais interdisciplinar
da atividade científica. O Brasil, incluindo o próprio CBPF, já desen-
volve linhas de pesquisa na maioria desses tópicos.
A lista de temas abordados não se pretende exaustiva. A pesqui-
sa atual em física vai muito além das questões que apresentamos
aqui – daí a dificuldade em selecioná-las entre tantas outras pergun-
tas interessantes ainda sem resposta.
Com este folder, damos prosseguimento às atividades de divulga-
ção científica realizadas pelo CBPF. Esperamos que ele sirva para
despertar vocações, mostrando a jovens estudantes que a carreira
científica é uma profissão promissora e instigante e que muitos desa-
fios permanecem sem solução à espera de novos cientistas dispostos
a enfrentá-los.
Finalmente, para o leitor que quiser obter mais informações sobre
as atividades de pesquisa desenvolvidas no CBPF, convidamos à lei-
tura de nossa publicação de divulgação científica CBPF – Na Vanguar-
da da Pesquisa.
João dos Anjos
COORDENADOR DO PROJETO DESAFIOS DA FÍSICA
Raios cósmicos de altas energias
Unificação das forças da natureza
Origem das massas
Plasma de quarks-glúons
Ondas gravitacionais
Computador quântico
Manipulação de átomos e os novos materiais
Matéria escura
Energia escura
Massa dos neutrinos
Formação dos elementos pesados
A biofísica das proteínas e do DNA
PHYSICS 2000 AS IT ENTERS A NEW
MILLENIUM, Paul Black, Gordon
Drake e Leonard Jossem (eds.),
International Union of Pure and
Applied Physics, 36, 2000
PHYSICS IN A NEW ERA – AN
OVERVIEW, National Academy
Press, 2001
“THE GREATEST UNANSWERED
QUESTIONS OF PHYSICS”, Eric
Haseltine, in Discover, February,
2002, pp.37-42
CBPF – NA VANGUARDA DA
PESQUISA, Cássio Leite Vieira
(ed.), Rio de Janeiro,
CBPF, 2001
Q IS FOR QUANTUM – PARTICLE
PHYSICS FROM A TO Z, John
Gribbin, London, Weidenfeld &
Nicolson, 1998
CONCISE DICTIONARY OF SCIENTISTS,
David Miller, Ian Miller, John Millar
and Margaret Miller, Edinburgh /
Cambridge, Cambridge /
W&R Chambers, 1989
O UNIVERSO DE EINSTEIN, Nigel
Calder, Brasília, Editora UnB, 1994
CONCISE SCIENCE DICTIONARY,
Oxford, Oxford University Press,
1984
Fontes
“COMPUTAÇÃO QUÂNTICA: A ÚLTIMA
FRONTEIRA DA INFORMAÇÃO”,
Ivan S. Oliveira, in Ciência Hoje,
vol. 30, n. 179 (jan-fev), 2002, pp.
63-64
O UNIVERSO ELEGANTE:
SUPERCORDAS, DIMENSÕES
OCULTAS E BUSCA DA TEORIA
DEFINITIVA, Brian Greene,
São Paulo, Editora Companhia
das Letras, 2001
“NEUTRINOS: PARTÍCULAS
ONIPRESENTES E MISTERIOSAS”,
de Adriano A. Natale
e Marcelo M. Guzzo, in Ciência
Hoje, vol. 25, n. 147 (março),
1999, pp. 32-39
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Sergio Machado Rezende
SUBSECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE PESQUISA
Avílio Antônio Franco
DIRETOR DO CBPF
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EDITORES CIENTÍFICOS
João dos Anjos
Ronald Cintra Shellard
REDAÇÃO E EDIÇÃO
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CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS
Rua Dr. Xavier Sigaud, 150
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* Para receber gratuitamente pelo correio um exemplar deste folder, envie pedi-
do com seu nome e endereço para iva@cbpf.br. Este e outros folders, bem como
a revista CBPF – Na Vanguarda da Pesquisa, estão disponíveis para download
(em formato .PDF) em http://www.cbpf.br/Publicacoes/
Vitae não compartilha necessariamente dos conceitos e opiniões expressos
neste trabalho, que são da exclusiva responsabilidade dos autores.
desafios
da física para
o século
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
12desafiosdafísicaparaoséculo21
12desafiosdafísicaparaoséculo21
IBM
D.GOODSELLETAL.
SNO
MASSA DOS NEUTRINOS
O que muda no universo agora que sabemos
que os neutrinos têm massa?
Até pouco tempo atrás, achava-se que os neutrinos não tivessem massa.
Sua interação com a matéria é praticamente nula. Por exemplo, essas
partículas podem atravessar a Terra sem se chocar com nada. Isso faz com
que elas sejam extremamente difíceis de capturar. Neutrinos, ‘compa-
nheiros’ do elétron, são gerados nas mesmas
reações nucleares que criam elemen-
tos pesados. Neste exato momento,
o leitor está sendo atravessado,
a cada segundo, por trilhões de
neutrinos, vindos de fontes radio-
ativas naturais, de reatores nu-
cleares e do próprio Sol. Experi-
mentos recentes confirmaram
que os neutrinos têm massa.
Porém, não foi possível ainda
estabelecer com precisão o va-
lor para ela. Com esses resulta-
dos, essas partículas passam a
ser candidatas a ocupar o cargo
de uma pequena parte da ma-
téria escura, que representa 95%
da massa ‘invisível’ do universo.
COMPUTADOR QUÂNTICO
Quando o computador quântico será
realidade?
A área de nanotecnologia já elegeu sua vedete: os computadores quânti-
cos, máquinas diminutas – talvez, menores que uma calculadora de bolso
– e extremamente velozes, cuja capacidade de armazenamento de dados
seria impensável para os dias de hoje. Em teoria, esses artefatos – para os
quais já há até softwares dedicados – poderiam processar, em meses,
tarefas que levariam bilhões de anos para o mais veloz dos computadores
atuais. Tudo com base nas propriedades físicas de átomos e moléculas,
regidas pela física quântica – daí o nome do equipamento.
Quando um computador quântico será realidade? A resposta é in-
certa, mas, em cerca de 20 anos, a miniaturização de componentes ele-
trônicos, para atender à demanda de aumento de memória e velocidade
dos microprocessadores, atingirá seu limite: a escala
atômica. Até lá, a física espera já ter desenvolvi-
do novos materiais e estruturas que possam
implementar e controlar as operações ló-
gicas de natureza quântica, bem como ter
aprimorado técnicas das áreas de res-
sonância nuclear magnética, super-
condutores e lasers, que serviriam
de controle para esses novos com-
putadores.
A ORIGEM DAS MASSAS
O que é a
massa das
partículas
elementares?
O modelo padrão de partí-
culaselementares,queex-
plica o mundo através das
partículaselementares(ou
nãodivisíveis)edasintera-
ções entre elas, tem sido
verificado até agora nos
mais rigorosos testes. Po-
rém, ele tem limitações.
Uma delas é a impossibi-
lidade de se deduzir atra-
vés de seu instrumental
teórico a massa das partí-
culas elementares. Pode
parecer estranho que os
físicos ainda não saibam a
origem e a natureza da
propriedade que dá ‘ma-
terialidade’ a este folheto
que está em suas mãos.
A hipótese mais acei-
ta é a de que a massa sur-
ja de uma interação com-
plexa entre as próprias
partículas elementares.
Prevê-se a existência de
uma partícula especial, o
bóson de Higgs, que teria
um papel-chave nessa
interação e, portanto, na
indução de massa. A ca-
ça aos bósons de Higgs
– que seriam dotados
de massa – tem sido
uma das prioridades nos
atuais aceleradores de
partículas. Mas, por en-
quanto, essas partículas
se mostram fugidias. O
Brasil – incluindo o CBPF
– participa dessa busca.
UNIFICAÇÃO DAS FORÇAS DA NATUREZA
Será possível unificar em uma
só teoria as quatro forças da
natureza?
As partículas atômicas são sensíveis às forças eletro-
magnética,fracaeforte,enquantoaforçagravitacional
sóérelevanteparacorposmacroscópicos.Noentanto,
juntar essas quatro forças em um só corpo teórico não
tem sido das tarefas mais fáceis.
O mais forte candidato à unificação do micro com
o macrouniverso é a chamada teoria de supercordas.
Sua principal característica é substituir a caracteri-
zação pontual das partículas elementares (fótons,
elétrons, quarks etc.) por minúsculas estruturas es-
tendidas e unidimensionais que se assemelham a
cordas vibrantes, como as de um violino. Nesse mo-
delo, cada modo de vibração das cordas representa-
ria uma partícula elementar.
Porém, essa teoria prevê a existência de muitas
outras partículas elementares, que habitariam um
mundo em que, além do tempo, haveria seis dimen-
sões espaciais extras que se somariam às três conhe-
cidas (altura, largura e comprimento). Quando
acopladas, as supercordas seriam representadas por
estruturasbidimensionais,asmembranas.Ébempro-
vável que as manifestações previstas por essa teoria
só serão reveladas em fenômenos cósmicos.
MATÉRIA ESCURA
Onde estão 95% da matéria
que forma o universo?
Quando se olha para um iceberg, o que se obser-
va é apenas uma pequena porção de sua massa,
pois a grande parte dela não é visível. Algo seme-
lhante ocorre no universo: só 5% de sua massa
são visíveis, ou seja, emitem algum tipo de luz
que pode ser captada pelos instrumentos de me-
dida. Esse percentual é formado por estrelas e
galáxias. O restante da massa só pode ser detec-
tado pelo efeito gravitacional que causa sobre o
movimento das galáxias. Essa grande porção de
matéria escondida ganhou merecidamente o nome
‘matéria escura’.
Atualmente, há vários candidatos ao papel de
matéria escura. Uma pequena parte dela pode ser
idêntica àquela que forma as estrelas e os seres
humanos.
Outra parte pode ser explicada caso os neutrinos
sejam dotados de uma pequena massa – resultados
recentes indicam que isso é verdade.
Porém, suspeita-se que cerca de dois terços da
matéria escura esteja na forma de partículas ainda
nãodetectadasedenomesexóticos(áxions,fotinos,
gravitinos etc.) que teriam sido criadas no início do
universo.
ENERGIA ESCURA
O que faz o universo se expandir de forma acelerada?
Um ano depois de publicar seu artigo sobre a relatividade geral, em 1916, o físico alemão Albert Einstein
(1879-1955) introduziu nas equações dessa teoria uma constante universal – mais tarde, denominada cons-
tante cosmológica – para fazer do universo uma estrutura estática, como se acreditava na época. O significa-
do físico dessa constante é o de uma força que anularia o efeito atrativo da gravidade entre as galáxias.
No entanto, em 1929, o astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953) mostrou que o universo
estava em expansão. Pouco depois, Einstein arrependeu-se amargamente de sua constante e a considerou o
maior erro científico de sua vida. Desde então, a história permaneceu inalterada por cerca de sete décadas:
o universo se expandindo com velocidade constante, e Einstein com o estigma de seu suposto ‘erro’.
Porém, no final da década de 1990, a história sofreria uma reviravolta a favor de Einstein. Ao estudar a
luminosidade de supernovas (megaexplosões de estrelas), cientistas mostraram que o universo não só
estava em expansão, mas fazia isso de modo acelerado, contrariando as expectativas de que estaria diminu-
indo sua marcha de expansão. Como explicar essa inesperada aceleração? Tudo indica que ela seja resultado
da ação de um tipo de força de antigravidade que os cientistas denominam ‘energia escura’. Voltava assim
à cena o papel da constante cosmológica.
E qual a natureza dessa energia exótica? A resposta ainda é um mistério e, por isso, uma das questões
mais quentes da cosmologia atual.
A BIOFÍSICA DAS PROTEÍNAS E DO DNA
Como a física pode ajudar a desvendar os
segredos do código genético humano?
Em última instância, todos os mecanismos biológicos
dependem de interações entre átomos e moléculas, o
que faz da física uma ciência fundamental para des-
vendar os segredos da biologia. Um deles, por exem-
plo, é entender como cadeias moleculares se dobram
para permitir propriedades específicas às proteínas.
Outros desafios para a biofísica são entender a
atividade elétrica celular que possibilita o funciona-
mento do sistema nervoso, circulatório e respiratório.
Outros alvos atuais da pesquisa nessa área: a estrutura
dos diminutos motores orgânicos que permitem os movimentos dos seres
vivos, as propriedades mecânicas e elétricas da molécula do código genético
(DNA) e também de enzimas responsáveis pela divisão celular.
Alguns arriscam que a última das fronteiras da biofísica – ou, talvez, da pró-
pria ciência – será desvendar os segredos da mais complexa das estruturas co-
nhecidas,océrebrohumano.Aconsciênciahumana,porexemplo,podeserresulta-
do de processos quânticos e, portanto, poderia, em princípio, ser entendida com
base na microfísica que rege o comportamento do átomo e de suas subpartículas.
RAIOS CÓSMICOS DE ALTAS ENERGIAS
O que são e de onde vêm os zévatrons?
A cada século, cada quilômetro quadrado da superfície terrestre recebe um
visitante inesperado: um zévatron, partícula subatômica com energia extrema-
mente alta. Mesmo sendo bilhões de vezes menor que um grão de areia, esses
visitantes têm energia equivalente à de uma pedra arremessada à mão com toda
a força contra um muro, um patamar que é cerca de 100 milhões de vezes supe-
rior àquele obtido pelo choque de partículas nos atuais aceleradores do planeta.
De onde vem e como são acelerados esses raios cósmicos ultra-energéticos é
ainda um mistério. Em geral, eles são formados por prótons ou núcleos atômicos
leves, mas, no caso dos zévatrons, é possível que sejam algum tipo de partícula
ainda desconhecida. Os raios cósmicos não são detectados diretamente, mas sim
através de uma cascata de bilhões de partículas resultante do choque desses
visitantes contra núcleos atômicos da atmosfera terrestre. Suspeita-se que os
zévatrons sejam acelerados por mecanismos extragalácticos, como jatos de maté-
ria expelidos por eventos cataclísmicos como buracos negros e colapsos de estre-
las; ondas de choque geradas por encontro de galáxias; bem como diminutas
porções do espaço-tempo (defeitos topológicos) em que ficaram presas quanti-
dades brutais de energia desde o início do universo.
Para tentar solucionar essas questões, 15 países — incluindo o Brasil, com
participação do CBPF — se uniram em torno do Observatório Auger, formado
por uma rede terrestre de detectores que cobre área equivalente a três vezes a
do município do Rio de Janeiro em uma planície argentina. Espera-se, assim,
capturar o sinal de dezenas de zévatrons por ano, identificando sua natureza e
possível origem.
FORMAÇÃO DOS ELEMENTOS PESADOS
Como e onde
se formaram
os elementos
químicos mais
pesados que o
ferro?
À medida que o univer-
so começou a se resfriar
depois de seu início (Big
Bang), começaram a ser
criados os primeiros ele-
mentos leves, como o
hélio e o lítio. Mais tar-
de, no interior das estre-
las, elementos mais pe-
sados foram gerados
através da união (fusão)
de núcleos atômicos.
Noentanto,parafor-
mar núcleos mais pesa-
dos que o ferro (26
prótons e 30 nêutrons),
a natureza precisou de
um suprimento extra de
nêutrons que não pode
ser fornecido pelas rea-
ções estelares. Onde,
então, foram criados os
elementos que vão do
ferro ao urânio? Suspei-
ta-se que isso tenha
ocorrido na explosão de
estrelas que chegam ao
final da vida, onde exis-
tiria um vasto suprimen-
to de nêutrons. Mas, por
enquanto,oexatomeca-
nismoportrásdessafor-
mação permanece como
um mistério que a física
deste século se propõe
a solucionar.
MANIPULAÇÃO DE ÁTOMOS E OS NOVOS MATERIAIS
O que é possível construir
manipulando átomos
individualmente?
Assimcomoumguindastepodeposicionarpesados
blocos de concreto para construir estruturas gi-
gantescas,nooutroextremoaciênciajáécapazde
fazeralgosemelhantecomosátomos.Em1989,uma
empresa norte-americana conseguiu a façanha de
manipular 35 átomos do elemento químico xenô-
nioeescrevercomelesseunomesobreumaplaca.
Hoje,combasenessamanipulaçãoliliputiana,
já é possível construir os chamados sistemas mi-
croeletromecânicos,comodiminutosmotoreseen-
grenagens. Mas a escala de intervenção dessa
área, comumente denominada nanotecnologia,
pretende ir mais fundo: novos materiais que con-
tenham grande número de elementos; supercon-
dutores que conduzam eletricidade à tempera-
tura próxima à ambiente; compostos com capaci-
dade de se auto-reproduzirem, imitando proces-
sosbiológicos;dispositivosultra-sensíveisdeme-
dição. Será possível também estudar mais deta-
lhadamente processos complexos ainda mal-en-
tendidos, como turbulência, fraturas e aderência.
PLASMA DE QUARKS-GLÚONS
É possível recriar em
laboratório as condições
dos primeiros instantes
do universo?
Nos primeiros instantes após a criação do universo,
não havia átomos nem mesmo os componentes bá-
sicos de seu núcleo (prótons e nêutrons), pois as
altíssimas temperaturas impossibilitavam que es-
ses constituintes se ligassem. Nesse cenário, o que
dominava era um estado extremamente quente da
matéria, um tipo de ‘sopa’ — que os físicos deno-
minamplasma—formadaparticularmenteporduas
classes de partículas, os quarks e os glúons. No
entanto, essa situação perdurou apenas por um
décimo de milésimo de segundo depois da grande
explosão inicial do universo (Big Bang).
Para tentar recriar essas condições iniciais do
universo, os físicos fazem núcleos de átomos pesa-
dos (ouro, por exemplo) se chocarem uns contra os
outros a velocidades que chegam a 99,99% da ve-
locidade da luz no vácuo (300 mil km/s). Espera-se
assim reproduzir o plasma de quarks-glúons, em
que a densidade média é cerca de três vezes aque-
la da matéria nuclear ordinária de nosso dia-a-dia.
Esses experimentos têm sido feitos principalmente
no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Suíça)
enoLaboratórioNacionalBrookhaven(EUA).OCBPF
e outros centros de pesquisa brasileiros participam
dessas pesquisas.
ONDAS GRAVITACIONAIS
Será possível confirmar as previsões de Einstein
sobre ondas gravitacionais?
Quando se atira uma pedra sobre as águas calmas de um lago, surgem ondas que se afastam concentri-
camente do ponto de impacto. De modo semelhante, corpos com massa, ao se movimentarem de modo
particular, criariam ondas que se espalhariam, viajando à velocidade da luz, pelo chamado espaço-
tempo, um uno quadridimensional que reúne as três dimensões espaciais (altura, largura e comprimento)
e a quarta dimensão (tempo).
Essas ondas, denominadas gravitacionais, são previstas pela teoria da relatividade geral, publicada
em 1916 pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955). Exceto nas proximidades de grandes massas, sua
intensidade é praticamente desprezível se comparada com a das ondas eletromagnéticas (ondas de rádio,
microondas, luz visível, raios X e raios gama).
Basicamente, duas fontes produziriam ondas gravitacionais detectáveis a partir da Terra: supernovas
(megaexplosões estelares) e estrelas que giram uma em torno da outra (sistemas binários). No primeiro caso, a
energia ejetada seria equivalente à situação em que toda a massa do Sol se transformaria em energia em meros
5 milionésimos de segundo. Porém, supernovas só ocorrem uma vez a cada meio século em alguma galáxia do
universo. Assim, é mais provável que a detecção fique por conta dos sistemas binários, que, apesar de criarem
ondasmenosintensas,sãofenômenoscósmicosmaiscorriqueiros.
Os físicos dão a existência das ondas gravitacionais como certa e esperam detectá-las já nos primeiros
anos deste século. O Brasil participa da caça às ondas gravitacionais através de projeto Gráviton, coorde-
nado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais, em São José dos Campos (SP).
DETECTOR DO OBSERVATÓRIO
DE NEUTRINOS SUDBURY
DETECTOR DO
OBSERVATÓRIO AUGER
NASA
DNA
CURRAL QUÂNTICO
COM 76 ÁTOMOS
DE COBRE

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Folder 12 desafios_

  • 1. A prendemos na escola a lidar com a mecânica, o ele- tromagnetismo e a óptica, ramos da física que fazem parte de nosso dia-a-dia, mas que foram desenvolvidos há mais de cem anos. Vez por outra, a imprensa noticia avanços tecnológicos e novas descobertas, e uma pergunta fica no ar: quais são as frontei- ras da física hoje. É com prazer que apresentamos neste folder alguns dos principais desafios que a física deverá enfrentar neste século que se inicia. A busca de resposta para essas questões deverá ser um trabalho não só de físicos, mas de uma parcela significativa da comunidade interna- cional de pesquisadores, dado o caráter cada vez mais interdisciplinar da atividade científica. O Brasil, incluindo o próprio CBPF, já desen- volve linhas de pesquisa na maioria desses tópicos. A lista de temas abordados não se pretende exaustiva. A pesqui- sa atual em física vai muito além das questões que apresentamos aqui – daí a dificuldade em selecioná-las entre tantas outras pergun- tas interessantes ainda sem resposta. Com este folder, damos prosseguimento às atividades de divulga- ção científica realizadas pelo CBPF. Esperamos que ele sirva para despertar vocações, mostrando a jovens estudantes que a carreira científica é uma profissão promissora e instigante e que muitos desa- fios permanecem sem solução à espera de novos cientistas dispostos a enfrentá-los. Finalmente, para o leitor que quiser obter mais informações sobre as atividades de pesquisa desenvolvidas no CBPF, convidamos à lei- tura de nossa publicação de divulgação científica CBPF – Na Vanguar- da da Pesquisa. João dos Anjos COORDENADOR DO PROJETO DESAFIOS DA FÍSICA Raios cósmicos de altas energias Unificação das forças da natureza Origem das massas Plasma de quarks-glúons Ondas gravitacionais Computador quântico Manipulação de átomos e os novos materiais Matéria escura Energia escura Massa dos neutrinos Formação dos elementos pesados A biofísica das proteínas e do DNA PHYSICS 2000 AS IT ENTERS A NEW MILLENIUM, Paul Black, Gordon Drake e Leonard Jossem (eds.), International Union of Pure and Applied Physics, 36, 2000 PHYSICS IN A NEW ERA – AN OVERVIEW, National Academy Press, 2001 “THE GREATEST UNANSWERED QUESTIONS OF PHYSICS”, Eric Haseltine, in Discover, February, 2002, pp.37-42 CBPF – NA VANGUARDA DA PESQUISA, Cássio Leite Vieira (ed.), Rio de Janeiro, CBPF, 2001 Q IS FOR QUANTUM – PARTICLE PHYSICS FROM A TO Z, John Gribbin, London, Weidenfeld & Nicolson, 1998 CONCISE DICTIONARY OF SCIENTISTS, David Miller, Ian Miller, John Millar and Margaret Miller, Edinburgh / Cambridge, Cambridge / W&R Chambers, 1989 O UNIVERSO DE EINSTEIN, Nigel Calder, Brasília, Editora UnB, 1994 CONCISE SCIENCE DICTIONARY, Oxford, Oxford University Press, 1984 Fontes “COMPUTAÇÃO QUÂNTICA: A ÚLTIMA FRONTEIRA DA INFORMAÇÃO”, Ivan S. Oliveira, in Ciência Hoje, vol. 30, n. 179 (jan-fev), 2002, pp. 63-64 O UNIVERSO ELEGANTE: SUPERCORDAS, DIMENSÕES OCULTAS E BUSCA DA TEORIA DEFINITIVA, Brian Greene, São Paulo, Editora Companhia das Letras, 2001 “NEUTRINOS: PARTÍCULAS ONIPRESENTES E MISTERIOSAS”, de Adriano A. Natale e Marcelo M. Guzzo, in Ciência Hoje, vol. 25, n. 147 (março), 1999, pp. 32-39 PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Sergio Machado Rezende SUBSECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE PESQUISA Avílio Antônio Franco DIRETOR DO CBPF Ricardo Magnus Osório Galvão EDITORES CIENTÍFICOS João dos Anjos Ronald Cintra Shellard REDAÇÃO E EDIÇÃO Cássio Leite Vieira PROJETO GRÁFICO Ampersand Comunicação Gráfica (www.amperdesign.com.br) CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS Rua Dr. Xavier Sigaud, 150 22290-180 – Rio de Janeiro – RJ Tel: (21) 2141-7100 Fax: (21) 2141-7400 Internet: http://www.cbpf.br * Para receber gratuitamente pelo correio um exemplar deste folder, envie pedi- do com seu nome e endereço para iva@cbpf.br. Este e outros folders, bem como a revista CBPF – Na Vanguarda da Pesquisa, estão disponíveis para download (em formato .PDF) em http://www.cbpf.br/Publicacoes/ Vitae não compartilha necessariamente dos conceitos e opiniões expressos neste trabalho, que são da exclusiva responsabilidade dos autores. desafios da física para o século Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas 12desafiosdafísicaparaoséculo21 12desafiosdafísicaparaoséculo21
  • 2. IBM D.GOODSELLETAL. SNO MASSA DOS NEUTRINOS O que muda no universo agora que sabemos que os neutrinos têm massa? Até pouco tempo atrás, achava-se que os neutrinos não tivessem massa. Sua interação com a matéria é praticamente nula. Por exemplo, essas partículas podem atravessar a Terra sem se chocar com nada. Isso faz com que elas sejam extremamente difíceis de capturar. Neutrinos, ‘compa- nheiros’ do elétron, são gerados nas mesmas reações nucleares que criam elemen- tos pesados. Neste exato momento, o leitor está sendo atravessado, a cada segundo, por trilhões de neutrinos, vindos de fontes radio- ativas naturais, de reatores nu- cleares e do próprio Sol. Experi- mentos recentes confirmaram que os neutrinos têm massa. Porém, não foi possível ainda estabelecer com precisão o va- lor para ela. Com esses resulta- dos, essas partículas passam a ser candidatas a ocupar o cargo de uma pequena parte da ma- téria escura, que representa 95% da massa ‘invisível’ do universo. COMPUTADOR QUÂNTICO Quando o computador quântico será realidade? A área de nanotecnologia já elegeu sua vedete: os computadores quânti- cos, máquinas diminutas – talvez, menores que uma calculadora de bolso – e extremamente velozes, cuja capacidade de armazenamento de dados seria impensável para os dias de hoje. Em teoria, esses artefatos – para os quais já há até softwares dedicados – poderiam processar, em meses, tarefas que levariam bilhões de anos para o mais veloz dos computadores atuais. Tudo com base nas propriedades físicas de átomos e moléculas, regidas pela física quântica – daí o nome do equipamento. Quando um computador quântico será realidade? A resposta é in- certa, mas, em cerca de 20 anos, a miniaturização de componentes ele- trônicos, para atender à demanda de aumento de memória e velocidade dos microprocessadores, atingirá seu limite: a escala atômica. Até lá, a física espera já ter desenvolvi- do novos materiais e estruturas que possam implementar e controlar as operações ló- gicas de natureza quântica, bem como ter aprimorado técnicas das áreas de res- sonância nuclear magnética, super- condutores e lasers, que serviriam de controle para esses novos com- putadores. A ORIGEM DAS MASSAS O que é a massa das partículas elementares? O modelo padrão de partí- culaselementares,queex- plica o mundo através das partículaselementares(ou nãodivisíveis)edasintera- ções entre elas, tem sido verificado até agora nos mais rigorosos testes. Po- rém, ele tem limitações. Uma delas é a impossibi- lidade de se deduzir atra- vés de seu instrumental teórico a massa das partí- culas elementares. Pode parecer estranho que os físicos ainda não saibam a origem e a natureza da propriedade que dá ‘ma- terialidade’ a este folheto que está em suas mãos. A hipótese mais acei- ta é a de que a massa sur- ja de uma interação com- plexa entre as próprias partículas elementares. Prevê-se a existência de uma partícula especial, o bóson de Higgs, que teria um papel-chave nessa interação e, portanto, na indução de massa. A ca- ça aos bósons de Higgs – que seriam dotados de massa – tem sido uma das prioridades nos atuais aceleradores de partículas. Mas, por en- quanto, essas partículas se mostram fugidias. O Brasil – incluindo o CBPF – participa dessa busca. UNIFICAÇÃO DAS FORÇAS DA NATUREZA Será possível unificar em uma só teoria as quatro forças da natureza? As partículas atômicas são sensíveis às forças eletro- magnética,fracaeforte,enquantoaforçagravitacional sóérelevanteparacorposmacroscópicos.Noentanto, juntar essas quatro forças em um só corpo teórico não tem sido das tarefas mais fáceis. O mais forte candidato à unificação do micro com o macrouniverso é a chamada teoria de supercordas. Sua principal característica é substituir a caracteri- zação pontual das partículas elementares (fótons, elétrons, quarks etc.) por minúsculas estruturas es- tendidas e unidimensionais que se assemelham a cordas vibrantes, como as de um violino. Nesse mo- delo, cada modo de vibração das cordas representa- ria uma partícula elementar. Porém, essa teoria prevê a existência de muitas outras partículas elementares, que habitariam um mundo em que, além do tempo, haveria seis dimen- sões espaciais extras que se somariam às três conhe- cidas (altura, largura e comprimento). Quando acopladas, as supercordas seriam representadas por estruturasbidimensionais,asmembranas.Ébempro- vável que as manifestações previstas por essa teoria só serão reveladas em fenômenos cósmicos. MATÉRIA ESCURA Onde estão 95% da matéria que forma o universo? Quando se olha para um iceberg, o que se obser- va é apenas uma pequena porção de sua massa, pois a grande parte dela não é visível. Algo seme- lhante ocorre no universo: só 5% de sua massa são visíveis, ou seja, emitem algum tipo de luz que pode ser captada pelos instrumentos de me- dida. Esse percentual é formado por estrelas e galáxias. O restante da massa só pode ser detec- tado pelo efeito gravitacional que causa sobre o movimento das galáxias. Essa grande porção de matéria escondida ganhou merecidamente o nome ‘matéria escura’. Atualmente, há vários candidatos ao papel de matéria escura. Uma pequena parte dela pode ser idêntica àquela que forma as estrelas e os seres humanos. Outra parte pode ser explicada caso os neutrinos sejam dotados de uma pequena massa – resultados recentes indicam que isso é verdade. Porém, suspeita-se que cerca de dois terços da matéria escura esteja na forma de partículas ainda nãodetectadasedenomesexóticos(áxions,fotinos, gravitinos etc.) que teriam sido criadas no início do universo. ENERGIA ESCURA O que faz o universo se expandir de forma acelerada? Um ano depois de publicar seu artigo sobre a relatividade geral, em 1916, o físico alemão Albert Einstein (1879-1955) introduziu nas equações dessa teoria uma constante universal – mais tarde, denominada cons- tante cosmológica – para fazer do universo uma estrutura estática, como se acreditava na época. O significa- do físico dessa constante é o de uma força que anularia o efeito atrativo da gravidade entre as galáxias. No entanto, em 1929, o astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953) mostrou que o universo estava em expansão. Pouco depois, Einstein arrependeu-se amargamente de sua constante e a considerou o maior erro científico de sua vida. Desde então, a história permaneceu inalterada por cerca de sete décadas: o universo se expandindo com velocidade constante, e Einstein com o estigma de seu suposto ‘erro’. Porém, no final da década de 1990, a história sofreria uma reviravolta a favor de Einstein. Ao estudar a luminosidade de supernovas (megaexplosões de estrelas), cientistas mostraram que o universo não só estava em expansão, mas fazia isso de modo acelerado, contrariando as expectativas de que estaria diminu- indo sua marcha de expansão. Como explicar essa inesperada aceleração? Tudo indica que ela seja resultado da ação de um tipo de força de antigravidade que os cientistas denominam ‘energia escura’. Voltava assim à cena o papel da constante cosmológica. E qual a natureza dessa energia exótica? A resposta ainda é um mistério e, por isso, uma das questões mais quentes da cosmologia atual. A BIOFÍSICA DAS PROTEÍNAS E DO DNA Como a física pode ajudar a desvendar os segredos do código genético humano? Em última instância, todos os mecanismos biológicos dependem de interações entre átomos e moléculas, o que faz da física uma ciência fundamental para des- vendar os segredos da biologia. Um deles, por exem- plo, é entender como cadeias moleculares se dobram para permitir propriedades específicas às proteínas. Outros desafios para a biofísica são entender a atividade elétrica celular que possibilita o funciona- mento do sistema nervoso, circulatório e respiratório. Outros alvos atuais da pesquisa nessa área: a estrutura dos diminutos motores orgânicos que permitem os movimentos dos seres vivos, as propriedades mecânicas e elétricas da molécula do código genético (DNA) e também de enzimas responsáveis pela divisão celular. Alguns arriscam que a última das fronteiras da biofísica – ou, talvez, da pró- pria ciência – será desvendar os segredos da mais complexa das estruturas co- nhecidas,océrebrohumano.Aconsciênciahumana,porexemplo,podeserresulta- do de processos quânticos e, portanto, poderia, em princípio, ser entendida com base na microfísica que rege o comportamento do átomo e de suas subpartículas. RAIOS CÓSMICOS DE ALTAS ENERGIAS O que são e de onde vêm os zévatrons? A cada século, cada quilômetro quadrado da superfície terrestre recebe um visitante inesperado: um zévatron, partícula subatômica com energia extrema- mente alta. Mesmo sendo bilhões de vezes menor que um grão de areia, esses visitantes têm energia equivalente à de uma pedra arremessada à mão com toda a força contra um muro, um patamar que é cerca de 100 milhões de vezes supe- rior àquele obtido pelo choque de partículas nos atuais aceleradores do planeta. De onde vem e como são acelerados esses raios cósmicos ultra-energéticos é ainda um mistério. Em geral, eles são formados por prótons ou núcleos atômicos leves, mas, no caso dos zévatrons, é possível que sejam algum tipo de partícula ainda desconhecida. Os raios cósmicos não são detectados diretamente, mas sim através de uma cascata de bilhões de partículas resultante do choque desses visitantes contra núcleos atômicos da atmosfera terrestre. Suspeita-se que os zévatrons sejam acelerados por mecanismos extragalácticos, como jatos de maté- ria expelidos por eventos cataclísmicos como buracos negros e colapsos de estre- las; ondas de choque geradas por encontro de galáxias; bem como diminutas porções do espaço-tempo (defeitos topológicos) em que ficaram presas quanti- dades brutais de energia desde o início do universo. Para tentar solucionar essas questões, 15 países — incluindo o Brasil, com participação do CBPF — se uniram em torno do Observatório Auger, formado por uma rede terrestre de detectores que cobre área equivalente a três vezes a do município do Rio de Janeiro em uma planície argentina. Espera-se, assim, capturar o sinal de dezenas de zévatrons por ano, identificando sua natureza e possível origem. FORMAÇÃO DOS ELEMENTOS PESADOS Como e onde se formaram os elementos químicos mais pesados que o ferro? À medida que o univer- so começou a se resfriar depois de seu início (Big Bang), começaram a ser criados os primeiros ele- mentos leves, como o hélio e o lítio. Mais tar- de, no interior das estre- las, elementos mais pe- sados foram gerados através da união (fusão) de núcleos atômicos. Noentanto,parafor- mar núcleos mais pesa- dos que o ferro (26 prótons e 30 nêutrons), a natureza precisou de um suprimento extra de nêutrons que não pode ser fornecido pelas rea- ções estelares. Onde, então, foram criados os elementos que vão do ferro ao urânio? Suspei- ta-se que isso tenha ocorrido na explosão de estrelas que chegam ao final da vida, onde exis- tiria um vasto suprimen- to de nêutrons. Mas, por enquanto,oexatomeca- nismoportrásdessafor- mação permanece como um mistério que a física deste século se propõe a solucionar. MANIPULAÇÃO DE ÁTOMOS E OS NOVOS MATERIAIS O que é possível construir manipulando átomos individualmente? Assimcomoumguindastepodeposicionarpesados blocos de concreto para construir estruturas gi- gantescas,nooutroextremoaciênciajáécapazde fazeralgosemelhantecomosátomos.Em1989,uma empresa norte-americana conseguiu a façanha de manipular 35 átomos do elemento químico xenô- nioeescrevercomelesseunomesobreumaplaca. Hoje,combasenessamanipulaçãoliliputiana, já é possível construir os chamados sistemas mi- croeletromecânicos,comodiminutosmotoreseen- grenagens. Mas a escala de intervenção dessa área, comumente denominada nanotecnologia, pretende ir mais fundo: novos materiais que con- tenham grande número de elementos; supercon- dutores que conduzam eletricidade à tempera- tura próxima à ambiente; compostos com capaci- dade de se auto-reproduzirem, imitando proces- sosbiológicos;dispositivosultra-sensíveisdeme- dição. Será possível também estudar mais deta- lhadamente processos complexos ainda mal-en- tendidos, como turbulência, fraturas e aderência. PLASMA DE QUARKS-GLÚONS É possível recriar em laboratório as condições dos primeiros instantes do universo? Nos primeiros instantes após a criação do universo, não havia átomos nem mesmo os componentes bá- sicos de seu núcleo (prótons e nêutrons), pois as altíssimas temperaturas impossibilitavam que es- ses constituintes se ligassem. Nesse cenário, o que dominava era um estado extremamente quente da matéria, um tipo de ‘sopa’ — que os físicos deno- minamplasma—formadaparticularmenteporduas classes de partículas, os quarks e os glúons. No entanto, essa situação perdurou apenas por um décimo de milésimo de segundo depois da grande explosão inicial do universo (Big Bang). Para tentar recriar essas condições iniciais do universo, os físicos fazem núcleos de átomos pesa- dos (ouro, por exemplo) se chocarem uns contra os outros a velocidades que chegam a 99,99% da ve- locidade da luz no vácuo (300 mil km/s). Espera-se assim reproduzir o plasma de quarks-glúons, em que a densidade média é cerca de três vezes aque- la da matéria nuclear ordinária de nosso dia-a-dia. Esses experimentos têm sido feitos principalmente no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Suíça) enoLaboratórioNacionalBrookhaven(EUA).OCBPF e outros centros de pesquisa brasileiros participam dessas pesquisas. ONDAS GRAVITACIONAIS Será possível confirmar as previsões de Einstein sobre ondas gravitacionais? Quando se atira uma pedra sobre as águas calmas de um lago, surgem ondas que se afastam concentri- camente do ponto de impacto. De modo semelhante, corpos com massa, ao se movimentarem de modo particular, criariam ondas que se espalhariam, viajando à velocidade da luz, pelo chamado espaço- tempo, um uno quadridimensional que reúne as três dimensões espaciais (altura, largura e comprimento) e a quarta dimensão (tempo). Essas ondas, denominadas gravitacionais, são previstas pela teoria da relatividade geral, publicada em 1916 pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955). Exceto nas proximidades de grandes massas, sua intensidade é praticamente desprezível se comparada com a das ondas eletromagnéticas (ondas de rádio, microondas, luz visível, raios X e raios gama). Basicamente, duas fontes produziriam ondas gravitacionais detectáveis a partir da Terra: supernovas (megaexplosões estelares) e estrelas que giram uma em torno da outra (sistemas binários). No primeiro caso, a energia ejetada seria equivalente à situação em que toda a massa do Sol se transformaria em energia em meros 5 milionésimos de segundo. Porém, supernovas só ocorrem uma vez a cada meio século em alguma galáxia do universo. Assim, é mais provável que a detecção fique por conta dos sistemas binários, que, apesar de criarem ondasmenosintensas,sãofenômenoscósmicosmaiscorriqueiros. Os físicos dão a existência das ondas gravitacionais como certa e esperam detectá-las já nos primeiros anos deste século. O Brasil participa da caça às ondas gravitacionais através de projeto Gráviton, coorde- nado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais, em São José dos Campos (SP). DETECTOR DO OBSERVATÓRIO DE NEUTRINOS SUDBURY DETECTOR DO OBSERVATÓRIO AUGER NASA DNA CURRAL QUÂNTICO COM 76 ÁTOMOS DE COBRE