SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
2
Indu»c~ao ¯nita e suas aplica»c~oes
2.1 Indu»c~ao ¯nita
Muitos teoremas que se referem a n¶umeros inteiros tem um formato do tipo Para cada
inteiro n, a partir de um certo inteiro n0, vale a propriedade...".
Um m¶etodo freqÄuentemente usado para demonstrar esses teoremas ¶e o da demons-
tra»c~ao por indu»c~ao sobre n. Tal m¶etodo ¶e validado pelos princ¶³pios de indu»c~ao matem¶a-
tica, ou de indu»c~ao ¯nita.
O primeiro princ¶³pio de indu»c~ao matem¶atica ¶e baseado no seguinte teorema, que
¶e uma propriedade bastante intuitiva, quase um axioma. Como veremos, este teorema
¶e uma conseqÄu^encia do princ¶³pio da boa ordena»c~ao dos inteiros positivos.
Teorema 2.1 Seja S um conjunto de inteiros positivos, satisfazendo as seguintes pro-
priedades:
1. 1 2 S
2. Para cada inteiro positivo k, se k 2 S, tem-se tamb¶em k + 1 2 S (ou seja,
k 2 S ) k + 1 2 S).
Ent~ao S ¶e o conjunto Z¤
+ de todos os inteiros positivos.
Demonstra»c~ao. Suponhamos que o conjunto S satisfaz as hip¶oteses 1 e 2, mas n~ao
cont¶em todos os inteiros positivos.
Pelo princ¶³pio da boa ordena»c~ao dos inteiros positivos, como existem inteiros posi-
tivos que n~ao pertencem a S, existe ent~ao o menor inteiro positivo s tal que s 62 S.
Temos ent~ao s > 1, pois 1 2 S.
Da¶³, s ¡ 1 ¸ 1 e s ¡ 1 2 S, visto que s ¶e o menor dos inteiros positivos n
satisfazendo n 62 S.
8
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 9
Agora, s ¡ 1 2 S ) s = (s ¡ 1) + 1 2 S, pela hip¶otese 2 sobre S. Temos ent~ao
uma contradi»c~ao: s 62 S e s 2 S.
Assim, se existe um inteiro positivo n, n 62 S, deduzimos uma contradi»c~ao. Logo,
S cont¶em todos os inteiros positivos.
Podemos adaptar a demonstra»c~ao acima e demonstrar o seguinte teorema, mais
geral.
Teorema 2.2 Sejam n0 um inteiro (positivo ou n~ao) e S um conjunto de inteiros,
satisfazendo as seguintes propriedades:
1. n0 2 S;
2. Cada elemento x de S satisfaz x ¸ n0;
3. Para cada inteiro k, se k 2 S ent~ao k + 1 2 S.
Ent~ao, S ¶e o conjunto de todos os inteiros n satisfazendo n ¸ n0.
Demonstra»c~ao. Esta demonstra»c~ao ¶e deixada como exerc¶³cio.
Considere A = fm 2 Z j m = n ¡ n0 + 1; n 2 Sg. Mostre que A ½ Z¤
+. Mostre
ent~ao que 1 2 A, e que se k 2 A, ent~ao k + 1 2 A. Aplique o teorema 2.1 e conclua
sua demonstra»c~ao.
Os resultados acima nos prov^eem um teorema utilizado para demonstrar teoremas
sobre n¶umeros inteiros, quando eles enunciam propriedades que se aplicam a todos os
inteiros a partir de um certo inteiro n0. Esse teorema ¶e o primeiro princ¶³pio de indu»c~ao
¯nita e consiste no seguinte:
Teorema 2.3 (Primeiro Princ¶³pio de Indu»c~ao Finita) Seja n0 um n¶umero inteiro e
suponhamos que a cada inteiro n, n ¸ n0, est¶a associada uma a¯rma»c~ao A(n), a qual,
dependendo de n, pode ser verdadeira ou falsa. Suponhamos que as condi»c~oes 1 e 2
abaixo sejam veri¯cadas:
1. A a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira quando n = n0;
2. Para cada k ¸ n0, quando A(k) ¶e verdadeira, A(k + 1) ¶e tamb¶em verdadeira (ou
seja, A(k) verdadeira ) A(k + 1) verdadeira).
Ent~ao a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para todo n ¸ n0.
Demonstra»c~ao. Considere o conjunto de inteiros,
S = fn 2 Z j n ¸ n0 e A(n) ¶e verdadeirag
Ent~ao temos:
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 10
1. n0 2 S pois, por hip¶otese, A(n0) ¶e verdadeira;
2. n ¸ n0 para cada n 2 S;
3. Para cada inteiro positivo k, se k 2 S, ent~ao A(k) ¶e verdadeira, e ent~ao, pelo
item 2 da hip¶otese, A(k + 1) ¶e tamb¶em verdadeira.
Portanto, k 2 S ) k + 1 2 S.
Pelo teorema 2.2, S ¶e o conjunto de todos os inteiros satisfazendo n ¸ n0. Assim,
a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para todo n ¸ n0.
Damos a seguir alguns exemplos de resultados (teoremas) que podem ser demons-
trados mediante aplica»c~ao do primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita.
Exemplo 2.1 Muitas vezes, ap¶os um pouco de experimenta»c~ao com n¶umeros, notamos
um padr~ao de comportamento, tal como no seguinte exemplo.
1 = 1
1 + 3 = 4
1 + 3 + 5 = 9
1 + 3 + 5 + 7 = 16
1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25
1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 = 36
Feitas as contas acima, podemos naturalmente suspeitar que a soma dos n primeiros
n¶umeros¶³mpares positivos ¶e igual a n2
. A con¯rma»c~ao disto vir¶a na forma de um teorema
que podemos demonstrar usando o primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita.
Pequeno teorema.
nX
j=1
(2j ¡ 1) = 1 + 3 + 5 + ¢ ¢ ¢ + (2n ¡ 1) = n2
.
Demonstra»c~ao. Faremos a demonstra»c~ao disto, por indu»c~ao sobre n.
Aqui, a a¯rma»c~ao A(n), do enunciado do teorema 2.3, que queremos demonstrar
ser verdadeira para todo inteiro n ¸ 1, ¶e a seguinte:
nX
j=1
(2j ¡ 1) = 1 + 3 + 5 + ¢ ¢ ¢ + (2n ¡ 1) = n2
Veri¯camos (facilmente) que a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira quando n = 1:
1X
j=1
(2j ¡ 1) = 1 = 12
.
Supomos ent~ao que a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para n = k, isto ¶e, supomos
que
kX
j=1
(2j ¡ 1) = 1 + 3 + ¢ ¢ ¢ (2k ¡ 1) = k2
. Esta ¶e a nossa hip¶otese de indu»c~ao.
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 11
Assumindo a hip¶otese de indu»c~ao, demonstramos que ent~ao a mesma propriedade
¶e v¶alida para n = k + 1:
Vejamos:
k+1X
j=1
(2j ¡ 1) = 1 + 3 + ¢ ¢ ¢ + (2k ¡ 1) + (2(k + 1) ¡ 1)
= 1 + 3 + ¢ ¢ ¢ + (2k ¡ 1)
| {z }
=k2
+(2k + 1) (hip¶otese de indu»c~ao)
= k2
+ 2k + 1
= (k + 1)2
e portanto, assumindo a hip¶otese de indu»c~ao, deduzimos que
k+1X
j=1
(2j ¡ 1) = (k + 1)2
.
Assim, pelo primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, temos que
1 + 3 + ¢ ¢ ¢ + (2n ¡ 1) = n2
, para todo inteiro positivo n.
Exemplo 2.2 (2o
Pequeno teorema) Para cada inteiro n, n ¸ 0, o inteiro 9n
¡ 1 ¶e
divis¶³vel por 8, ou seja (9n
¡ 1)=8 ¶e um n¶umero inteiro.
Demonstra»c~ao por indu»c~ao sobre n".
Agora a a¯rma»c~ao A(n) do enunciado do teorema 2.3, que queremos demonstrar
ser verdadeira para todo inteiro n ¸ 0, ¶e a seguinte:
A(n) : 9n
¡ 1 ¶e divis¶³vel por 8"
A demonstra»c~ao de que vale a propriedade A(n) para cada n ¸ 0, por indu»c~ao
sobre n, consiste em veri¯car a validade de A(n) em apenas duas inst^ancias, realizando
duas veri¯ca»c~oes" (da¶³ o nome indu»c~ao ¯nita"), a saber,
² veri¯camos a validade da a¯rma»c~ao A(n) para n = 0;
² considerando um inteiro k qualquer, k ¸ 0, supomos que a a¯rma»c~ao A(n) j¶a
esteja valendo para n = k (esta suposi»c~ao ¶e chamada hip¶otese de indu»c~ao) e, a
partir disto, deduzimos (demonstramos) que a¯rma»c~ao A(n) tamb¶em vale para
n = k + 1.
Se n = 0, A(n) ou A(0) ¶e a a¯rma»c~ao 90
¡1 ¶e divis¶³vel por 8", que ¶e verdadeira,
pois 90
¡ 1 = 0.
Seja ent~ao k um inteiro, k ¸ 0, e admitamos a hip¶otese de indu»c~ao, de que A(k) ¶e
verdadeira, ou seja, de que 9k
¡1 ¶e divis¶³vel por 8. Demonstraremos que ent~ao 9k+1
¡ 1
tamb¶em ¶e divis¶³vel por 8.
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 12
Por hip¶otese de indu»c~ao, 9k¡1
8
= a, para algum inteiro a. Da¶³ 9k
= 8a + 1.
Como conseqÄu^encia temos ent~ao
9k+1
¡ 1 = 9k
¢ 9 ¡ 1
= (8a + 1) ¢ 9 ¡ 1 (hip¶otese de indu»c~ao)
= 72a + 9 ¡ 1
= 72a + 8
= 8(9a + 1)
e portanto 9k+1¡1
8
= 9a+1, ou seja, 9k+1
¡1 ¶e um m¶ultiplo inteiro de 8, isto ¶e, tamb¶em
¶e divis¶³vel por 8.
Demonstramos portanto que a hip¶otese de indu»c~ao, isto ¶e, a validade da a¯rma»c~ao
A(k), implica na validade da a¯rma»c~ao A(k + 1).
Sendo assim, demonstramos, pelo primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, que A(n)
¶e v¶alida para cada n ¸ 0, ou seja, que 9n
¡ 1 ¶e divis¶³vel por 8 para cada n ¸ 0.
2.1.1 Divis~ao euclidiana em N
Um n¶umero natural ¶e um inteiro n~ao negativo. O conjunto dos n¶umeros naturais ¶e
denotado por N. Assim,
N = fn 2 Z j n ¸ 0g
Um importante resultado da aritm¶etica dos inteiros, e que pode ser demonstrado
por indu»c~ao ¯nita, ¶e o seguinte teorema.
Teorema 2.4 (Teorema do algoritmo da divis~ao euclidiana em N) Para cada
n¶umero natural n, e cada inteiro positivo d, existem n¶umeros naturais q (quociente) e r
(resto) satisfazendo:
n = d ¢ q + r e 0 · r < d:
Al¶em disso, os naturais q e r, satisfazendo as condi»c~oes acima, s~ao ¶unicos.
Demonstra»c~ao da exist^encia dos naturais q e r, por indu»c~ao sobre n.
Mostraremos que, ¯xado um inteiro positivo d, para cada n¶umero natural n, exis-
tem q e r nas condi»c~oes enunciadas.
Se n = 0, basta tomar q = r = 0.
Seja k um n¶umero natural e suponhamos que existem q e r satisfazendo
k = dq + r e 0 · r < d:
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 13
Ent~ao k + 1 = dq + (r + 1).
Como 0 · r < d, temos r +1 < d+1, ou seja, r +1 · d. Se r+1 < d, tomamos
q0
= q e r0
= r + 1 e teremos k + 1 = dq0
+ r0
, com 0 · r0
< d.
Se r + 1 = d, ent~ao k + 1 = dq + d = d(q + 1) = dq00
+ r00
, onde q00
= q + 1 e
r00
= 0.
Portanto, pelo primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, para cada n 2 N , existem q e
r satifazendo n = dq + r, com 0 · r < d.
Demonstra»c~ao da unicidade de q e r:
Suponhamos que existem naturais q1; q2; r1 e r2 tais que
n = q1d + r1 = q2d + r2
e 0 · r1 < d, 0 · r2 < d.
Ent~ao (q1 ¡ q2)d = r2 ¡ r1. Da¶³, jq1 ¡ q2jjdj = jr2 ¡ r1j.
Agora, como 0 · r1 < d e 0 · r2 < d, temos ent~ao 0 · jr2 ¡ r1j < d (justi¯que
esta passagem). Logo, jq1 ¡q2jjdj < jdj, e ent~ao jq1 ¡q2j < 1. Sendo 0 · jq1 ¡q2j < 1,
como n~ao existem inteiros x com 0 < x < 1, temos necessariamente jq1 ¡ q2j = 0, ou
seja, q1 = q2 e, por conseguinte, r1 = r2.
Logo, o quociente e o resto, em uma divis~ao euclidiana, s~ao determinados de
maneira ¶unica.
Observa»c~ao 2.1 (Uma nota»c~ao para o algoritmo da divis~ao.) Se n e d s~ao n¶ume-
ros naturais, com d 6= 0, e se q e r s~ao n¶umeros naturais como no teorema 2.4, denotamos
simbolicamente:
n d
r q
Neste caso, nessa divis~ao euclidiana de n por d, n ¶e o dividendo, d ¶e o divisor, q
¶e o quociente e r ¶e o resto.
Assim, por exemplo, escrevemos
59 7
3 8
para indicar que, na divis~ao euclidiana de 59 por 7, o quociente ¶e 8 e o resto ¶e 3.
O leitor poder¶a veri¯car facilmente, atrav¶es de alguns poucos exemplos, que o
teorema 2.4 n~ao ¶e v¶alido se d = 0.
Um pouco mais adiante, enunciaremos e demonstraremos um teorema do algoritmo
da divis~ao na sua vers~ao mais geral para inteiros, n~ao necessariamente naturais.
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 14
2.1.2 O segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita
Uma segunda forma de demonstra»c~ao por indu»c~ao, algumas vezes utilizada, ¶e estabele-
cida pelo seguinte teorema:
Teorema 2.5 (Segundo Princ¶³pio de Indu»c~ao Finita.) Seja n0 um n¶umero inteiro
e suponhamos que a cada inteiro n, n ¸ n0, est¶a associada uma a¯rma»c~ao A(n), a
qual, dependendo de n, pode ser verdadeira ou falsa. Suponhamos que as condi»c~oes 1
e 2 abaixo sejam veri¯cadas:
1. A a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para n = n0;
2. Para cada inteiro k ¸ n0, se A(n) ¶e verdadeira para cada inteiro n tal que
n0 · n · k, ent~ao A(k + 1) ¶e tamb¶em verdadeira (ou seja, A(n) verdadeira para
n = n0; n0 + 1; : : : ; k ) A(k + 1) verdadeira)
Ent~ao a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para cada n ¸ n0.
Observa»c~ao 2.2 O que difere o segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita do primeiro ¶e a
forma como ¶e formulada a hip¶otese de indu»c~ao. Na hip¶otese de indu»c~ao do primeiro
princ¶³pio, supomos que a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para n = k somente, enquanto
que, na hip¶otese do segundo, supomos A(n) v¶alida para cada n desde n0 at¶e k, ou seja,
para n0 · n · k. Em ambos os princ¶³pios, devemos demonstrar que a hip¶otese de
indu»c~ao acarreta a validade de A(n) para n = k + 1.
Um teorema cuja demonstra»c~ao pode ser feita pelo segundo princ¶³pio de indu»c~ao
¶e o seguinte
Teorema 2.6 (Representa»c~ao decimal de n¶umeros naturais) Para cada inteiro
n ¸ 1, existem n¶umeros naturais a0; : : : ; as, (s ¸ 0), com os algarismos" a0, : : : , as,
tomados no conjunto f0; 1; 2; : : : ; 9g, e as 6= 0, tais que
n =
sX
i=0
ai ¢ 10i
= as10s
+ ¢ ¢ ¢ + a0100
Observa»c~ao 2.3 Ilustrando o teorema acima com um exemplo, quando escrevemos,
por exemplo, 50 237, queremos dizer 5 ¢ 104
+ 0 ¢ 103
+ 2 ¢ 102
+ 3 ¢ 101
+ 7 ¢ 100
.
Demonstra»c~ao do teorema 2.6.
Se n = 1, podemos tomar n = a0 = 1.
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 15
Seja k ¸ 1 um inteiro e suponhamos que o resultado do teorema seja verdadeiro
para cada inteiro n, com 1 · n · k. Mostraremos que isto acarreta a validade da
mesma propriedade para n = k + 1.
Com efeito, realizando a divis~ao euclidiana de k + 1 por 10,
k + 1 10
r q
obtemos um quociente q 2 N e um resto r 2 N, satisfazendo k + 1 = 10q + r, com
0 · r < 10, conforme o teorema 2.4.
Se q = 0, ent~ao k + 1 = r = a0, com a0 2 f0; 1; 2; : : : ; 9g.
Se q > 0, ent~ao q · k, pois se q > k, ent~ao k + 1 = 10q + r > 10k + r ¸ 10k, e
assim k + 1 > 10k e ent~ao 1 > 9k ¸ 9, o que ¶e imposs¶³vel.
Sendo ent~ao 1 · q · k, pela hip¶otese de indu»c~ao,
q = bt ¢ 10t
+ ¢ ¢ ¢ + b0 ¢ 100
para certos algarismos bt; : : : ; b0, todos em f0; 1; 2; : : : ; 9g.
Ent~ao,
k + 1 = 10q + r
= 10(bt ¢ 10t
+ ¢ ¢ ¢ + b0 ¢ 100
) + r
= bt ¢ 10t+1
+ ¢ ¢ ¢ + b0 ¢ 101
+ r
com bt; : : : ; b0 e r todos em f0; 1; 2; : : : ; 9g.
Logo, pelo segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, a representa»c~ao decimal de n ¶e
poss¶³vel para cada inteiro n ¸ 1.
2.1.3 Exerc¶³cios
1. Sendo a1, a2, : : : , an uma sequ^encia de n n¶umeros reais, de¯ne-se
nX
k=1
ak = a1 + a2 + ¢ ¢ ¢ + an
como sendo o somat¶orio (ou soma) dos ak, para k de 1 at¶e n. Se m · n,
nX
k=m
ak = am + am+1 + ¢ ¢ ¢ + an.
Demonstre que, sendo a um n¶umero real, com a 6= 1,
nX
j=0
aj
=
an+1
¡ 1
a ¡ 1
Usando esta f¶ormula, calcule as seguintes somas.
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 16
(a) 1 ¡ 2 + 22
¡ 23
+ ¢ ¢ ¢ + 2100
(b) 3 + 3 ¢ 52
+ 3 ¢ 54
+ 3 ¢ 56
+ ¢ ¢ ¢ + 3 ¢ 51000
(c) 73
¢ 112
+ 75
¢ 116
+ 77
¢ 1110
+ ¢ ¢ ¢ + 799
¢ 11194
(d) 1 + 1
2
+ 1
22 + 1
23 + ¢ ¢ ¢ + 1
2100
Sugest~ao. Em todas as somas, coloque o primeiro termo em evid^encia.
2. Use indu»c~ao ¯nita para demonstrar que
(a)
nP
j=1
j = 1 + 2 + ¢ ¢ ¢ + n = n(n+1)
2
, para todo inteiro n ¸ 1.
(b)
nP
j=1
j2
= 12
+ 22
+ ¢ ¢ ¢ + n2
= n(n+1)(2n+1)
6
, para todo inteiro n ¸ 1.
(c)
nP
j=1
j3
= 13
+ 23
+ ¢ ¢ ¢ + n3
=
h
n(n+1)
2
i2
, para todo inteiro n ¸ 1.
(d)
nP
k=1
1
k2 = 1
12 + 1
22 + ¢ ¢ ¢ + 1
n2 < 2 ¡ 1
n
, para todo inteiro n ¸ 2.
(e) Um conjunto com n elementos tem 2n
subconjuntos.
Sugest~ao. Considere An = fx1; x2; : : : ; xng. Mostre, por indu»c~ao sobre n,
que o n¶umero de subconjuntos de An ¶e 2n
. Ao fazer uso da hip¶otese de
indu»c~ao, use o fato de que An+1 = An [ fxn+1g. Ao contar os subconjuntos
de An+1, subdivida-os em subconjuntos que cont¶em xn+1 e subconjuntos que
n~ao cont¶em xn+1.
(f)
nP
j=1
j ¢ j! = 1 ¢ 1! + 2 ¢ 2! + ¢ ¢ ¢ + n ¢ n! = (n + 1)! ¡ 1
(g) Sendo Hn =
nP
j=1
1
j
= 1 + 1
2
+ 1
3
+ 1
4
+ ¢ ¢ ¢ + 1
n
, tem-se H2n ¸ 1 + n
2
, para
cada inteiro n ¸ 1.
3. Conjeture uma f¶ormula para An
, sendo A =
¡1 1
0 1
¢
. Demonstre sua conjetura
usando indu»c~ao sobre n.
4. (a) Uma fun»c~ao f, de¯nida no conjunto N, satisfaz f(1) = 2 e f(n+1) = 2f(n),
para n ¸ 1. Que f¶ormula de¯ne f(n)? Demonstre sua a¯rma»c~ao usando
indu»c~ao ¯nita.
(b) De¯ne-se uma fun»c~ao f, recursivamente, pelas regras: f(1) = 1, f(2) = 5
e, para n ¸ 3, f(n) = f(n¡1)+2f(n¡2). Mostre que f(n) = 2n
+(¡1)n
,
para todo inteiro positivo n.
5. Nos itens abaixo, fn denota o n-¶esimo termo da seqÄu^encia de Fibonacci, de¯nida
recursivamente por f1 = f2 = 1, e fn = fn¡1 + fn¡2 para cada inteiro n ¸ 3.
Assim, os termos iniciais da seqÄu^encia de Fibonacci s~ao (con¯ra)
1; 1; 2; 3; 5; 8; 13; 21; 34; 55; 89; : : :
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 17
(a) Suponha que em 1o
de janeiro, um casal de coelhos ¶e deixado numa ilha.
Este casal leva dois meses para procriar, e em 1o
de mar»co d¶a µa luz um
novo casal de coelhos. Eles produzem continuadamente um novo par de
coelhos no primeiro dia de cada m^es subseqÄuente. Cada novo casal gerado
leva dois meses para tornar-se adulto e produz um novo casal no primeiro
dia do terceiro m^es de sua vida, bem como no primeiro dia de cada m^es
subseqÄuente. Mostre que o n¶umero de casais de coelhos presentes na ilha no
n-¶esimo m^es ¶e fn, o n-¶esimo termo da seqÄu^encia de Fibonacci.
(b) Veri¯que que fk = fk+2 ¡ fk+1 (isto n~ao requer mais que duas linhas), e
ent~ao calcule
Pn
j=1 fj = f1 + f2 + ¢ ¢ ¢ + fn.
(c) Mostre que sendo ® =
1 +
p
5
2
e ¯ =
1 ¡
p
5
2
, tem-se fn =
®n
¡ ¯n
p
5
, para
cada inteiro positivo n.
Sugest~ao. Chame an = (®n
¡ ¯n
)=
p
5. Mostre que a1 = a2 = 1, e que
an = an¡1 + an¡2, para cada inteiro n ¸ 3.
(d) De¯ne-se a seqÄu^encia generalizada de Fibonacci por g1 = a, g2 = b e,
para cada inteiro n ¸ 3, gn = gn¡1 + gn¡2. Mostre que, para n ¸ 3,
gn = afn¡2 + bfn¡1.
6. Sendo n e k inteiros positivos, com n ¸ k, denotamos por
¡n
k
¢
o n¶umero de
subconjuntos com k elementos, de um conjunto de n elementos.
¡n
k
¢
¶e tamb¶em
chamado o n¶umero de combina»c~oes de n objetos, tomados k a k, e tamb¶em recebe
o nome de n¶umero binomial n sobre k.
(a) Explique porque
¡n
0
¢
= 1.
(b) Demonstre a rela»c~ao de Stifel: para n ¸ k + 1 e k ¸ 0,
µ
n
k
¶
+
µ
n
k + 1
¶
=
µ
n + 1
k + 1
¶
Sugest~ao. Considere An+1 = fx1; x2; : : : ; xn; xn+1g, um conjunto de n + 1
elementos. Temos An+1 = An [ fxn+1g. Considere que os subconjuntos
de An+1, com k elementos, subdividem-se em dois tipos. Aqueles que n~ao
cont¶em xn+1 e aqueles que cont¶em xn+1.
(c) Demonstre, por indu»c~ao sobre n, que
µ
n
k
¶
=
n!
k!(n ¡ k)!
(O fatorial de um inteiro positivo n, ¶e o produto n! =
Qn
k=1 k = 1¢2¢¢ ¢ ¢ ¢n.
De¯ne-se tamb¶em 0! = 1. Assim, por exemplo, 1! = 1, 2! = 1 ¢ 2 = 2,
3! = 1 ¢ 2 ¢ 3 = 6, 4! = 24, 5! = 120.)
Sugest~ao. Use a rela»c~ao de Stifel, exerc¶³cio 6b acima.
(d) Demonstre, por indu»c~ao sobre n, que sendo a e b n¶umeros reais,
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 18
(a + b)n
=
nP
k=0
¡n
k
¢
an¡k
bk
=
an
+
¡n
1
¢
an¡1
b +
¡n
2
¢
an¡2
b2
+ ¢ ¢ ¢ +
¡ n
n¡2
¢
a2
bn¡2
+
¡ n
n¡1
¢
abn¡1
+ bn
Sugest~ao. Ao utilizar a hip¶otese de indu»c~ao, voc^e se deparar¶a com os
seguintes c¶alculos:
(a + b)n+1
= (a + b)n
¢ (a + b) =
à nX
k=0
µ
n
k
¶
an¡k
bk
!
¢ (a + b)
= an+1
+
nX
k=1
µ
n
k
¶
an+1¡k
bk
+
n¡1X
k=0
µ
n
k
¶
an¡k
bk+1
+ bn+1
Fa»ca ent~ao k = j + 1 no primeiro somat¶orio, obtendo, em seu lugar,
n¡1P
j=0
¡ n
j+1
¢
an¡j
bj+1
, e ent~ao
(a + b)n+1
= an+1
+
n¡1X
k=0
µ
n
k + 1
¶
an¡k
bk+1
+
n¡1X
k=0
µ
n
k
¶
an¡k
bk+1
+ bn+1
Agora, agrupe os dois somat¶orios centrais e use a rela»c~ao de Stifel, exerc¶³cio
6b acima.
7. Mostre que, sendo n um inteiro positivo,
(a)
¡n
0
¢
+
¡n
1
¢
+
¡n
2
¢
+ ¢ ¢ ¢ +
¡n
n
¢
= 2n
.
(b)
¡n
0
¢
¡
¡n
1
¢
+
¡n
2
¢
¡ ¢ ¢ ¢ + (¡1)n
¡n
n
¢
= 0. Sugest~ao. Expanda (1 + (¡1))n
.
(c) Um conjunto ¯nito de n elementos tem 2n
subconjuntos (agora fa»ca uma
demonstra»c~ao direta, usando n¶umeros binomiais, sem usar indu»c~ao).
8. Sendo n um inteiro positivo, use os resultados do exerc¶³cio 7 para calcular
(a)
¡n
0
¢
+
¡n
2
¢
+
¡n
4
¢
+ ¢ ¢ ¢ (b)
¡n
1
¢
+
¡n
3
¢
+
¡n
5
¢
+ ¢ ¢ ¢
9. Sendo n e r inteiros, n ¸ r ¸ 1, mostre que
¡r
r
¢
+
¡r+1
r
¢
+ ¢ ¢ ¢ +
¡n
r
¢
=
¡n+1
r+1
¢
.
Sugest~ao. Indu»c~ao sobre n.
10. Utilizando o princ¶³pio da boa ordena»c~ao dos inteiros positivos, ou o teorema 2.1,
demonstre o teorema 2.2.
Sugest~ao. Desenvolva em detalhes o resumo da demonstra»c~ao, dado ap¶os o enun-
ciado do teorema.
11. Demonstre o teorema 2.5. Sugest~ao. Considere o conjunto S de todos os inteiros
k ¸ n0 tais que A(n) ¶e verdadeira para todo n satisfazendo n0 · n · k. Use
ent~ao o teorema 2.2 para demonstrar que todo inteiro n ¸ n0 est¶a em S.
12. O prop¶osito deste exerc¶³cio ¶e explorar como podem ser deduzidas as f¶ormulas para
somat¶orios do tipo
nP
k=1
kr
= 1r
+ 2r
+ ¢ ¢ ¢ + nr
, com r inteiro positivo.
Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 19
(a) Mostre que, sendo a0; : : : ; an uma seqÄu^encia de n¶umeros reais,
nX
k=1
(ak ¡ ak¡1) = an ¡ a0
(b) Somando membro a membro as igualdades
(k + 1)2
¡ k2
= 2k + 1;
de k = 1 at¶e k = n, e usando o resultado do item (a), deduza uma f¶ormula
para
nP
k=1
k.
(c) Somando membro a membro as igualdades
(k + 1)3
¡ k3
= 3k2
+ 3k + 1;
de k = 1 at¶e k = n, e usando o resultado do item (a) e a f¶ormula para
nP
k=1
k,
deduza uma f¶ormula para
nP
k=1
k2
.
(d) Deduza uma f¶ormula para
nP
k=1
k3
.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...
Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...
Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...Adriano Silva
 
Aula 21: Exercícios
Aula 21: ExercíciosAula 21: Exercícios
Aula 21: ExercíciosAdriano Silva
 
Aula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrau
Aula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrauAula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrau
Aula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrauAdriano Silva
 
Aula 13: O poço de potencial finito
Aula 13: O poço de potencial finitoAula 13: O poço de potencial finito
Aula 13: O poço de potencial finitoAdriano Silva
 
A matemática do ensino médio vol 1
A matemática do ensino médio vol 1A matemática do ensino médio vol 1
A matemática do ensino médio vol 1joutrumundo
 
Aula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênioAula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênioAdriano Silva
 
Aula 16: Exercícios
Aula 16: ExercíciosAula 16: Exercícios
Aula 16: ExercíciosAdriano Silva
 
Aula 4: Função de onda e Equação de Schrödinger
Aula 4: Função de onda e Equação de SchrödingerAula 4: Função de onda e Equação de Schrödinger
Aula 4: Função de onda e Equação de SchrödingerAdriano Silva
 
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodingerMarcelo de Souza
 
Intro teoria dos numeros cap1
Intro teoria dos numeros cap1Intro teoria dos numeros cap1
Intro teoria dos numeros cap1Paulo Martins
 
Fis mat resolucao comentada 001
Fis mat resolucao comentada   001Fis mat resolucao comentada   001
Fis mat resolucao comentada 001comentada
 
Aula 19: O operador momento angular
Aula 19: O operador momento angularAula 19: O operador momento angular
Aula 19: O operador momento angularAdriano Silva
 
Apontamento quantica
Apontamento quanticaApontamento quantica
Apontamento quanticaRaiane Sodré
 
Sequencias recorrentes
Sequencias recorrentesSequencias recorrentes
Sequencias recorrentesSamuel Ribeiro
 

Mais procurados (20)

Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...
Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...
Aula 17: Separação da equação de Schrödinger em coordenadas cartesianas. Part...
 
Aula 21: Exercícios
Aula 21: ExercíciosAula 21: Exercícios
Aula 21: Exercícios
 
Aula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrau
Aula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrauAula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrau
Aula 9: O degrau de potencial. Caso II: Energia maior que o degrau
 
Aula 13: O poço de potencial finito
Aula 13: O poço de potencial finitoAula 13: O poço de potencial finito
Aula 13: O poço de potencial finito
 
A matemática do ensino médio vol 1
A matemática do ensino médio vol 1A matemática do ensino médio vol 1
A matemática do ensino médio vol 1
 
Estr mat i
Estr mat iEstr mat i
Estr mat i
 
Aula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênioAula 20: O átomo de hidrogênio
Aula 20: O átomo de hidrogênio
 
Aula 16: Exercícios
Aula 16: ExercíciosAula 16: Exercícios
Aula 16: Exercícios
 
Aula11
Aula11Aula11
Aula11
 
Fisica estado-solido parte ii
Fisica estado-solido parte iiFisica estado-solido parte ii
Fisica estado-solido parte ii
 
Aula 4: Função de onda e Equação de Schrödinger
Aula 4: Função de onda e Equação de SchrödingerAula 4: Função de onda e Equação de Schrödinger
Aula 4: Função de onda e Equação de Schrödinger
 
Capitulo1
Capitulo1Capitulo1
Capitulo1
 
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
 
Intro teoria dos numeros cap1
Intro teoria dos numeros cap1Intro teoria dos numeros cap1
Intro teoria dos numeros cap1
 
Teorema Chinês Dos Restos
Teorema Chinês Dos RestosTeorema Chinês Dos Restos
Teorema Chinês Dos Restos
 
Fis mat resolucao comentada 001
Fis mat resolucao comentada   001Fis mat resolucao comentada   001
Fis mat resolucao comentada 001
 
Aula 19: O operador momento angular
Aula 19: O operador momento angularAula 19: O operador momento angular
Aula 19: O operador momento angular
 
Atômica e molecular lista1
Atômica e molecular lista1Atômica e molecular lista1
Atômica e molecular lista1
 
Apontamento quantica
Apontamento quanticaApontamento quantica
Apontamento quantica
 
Sequencias recorrentes
Sequencias recorrentesSequencias recorrentes
Sequencias recorrentes
 

Semelhante a Intro teoria dos números cap2

Sucessoes e series com res
Sucessoes e series com resSucessoes e series com res
Sucessoes e series com resMaths Tutoring
 
Teoria do números - Classificações especiais
Teoria do números - Classificações especiaisTeoria do números - Classificações especiais
Teoria do números - Classificações especiaisRomulo Garcia
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidosBrunna Vilar
 
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidosHAROLDO MIRANDA DA COSTA JR
 
Sequencias e series
Sequencias e seriesSequencias e series
Sequencias e seriesRodrigo Jrs
 
Equações de recorrência - II (Otimização)
Equações de recorrência - II (Otimização)Equações de recorrência - II (Otimização)
Equações de recorrência - II (Otimização)Jedson Guedes
 
Cálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostos
Cálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostosCálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostos
Cálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostosMaths Tutoring
 
Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)
Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)
Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)ludenir
 
Notas de aula 01 2015-2
Notas de aula 01 2015-2Notas de aula 01 2015-2
Notas de aula 01 2015-2bonesea
 
Introducaoanalise
IntroducaoanaliseIntroducaoanalise
IntroducaoanaliseJosé Mota
 
Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3Paulo Martins
 
Teoria dos numeros primos i
Teoria dos numeros primos iTeoria dos numeros primos i
Teoria dos numeros primos iPaulo Martins
 
Intro teoria dos numerros cap5
Intro teoria dos numerros cap5Intro teoria dos numerros cap5
Intro teoria dos numerros cap5Paulo Martins
 
Lista de exercícios 1
Lista de exercícios 1Lista de exercícios 1
Lista de exercícios 1Carlos Campani
 
Aula 8 inducao matematica
Aula 8   inducao matematicaAula 8   inducao matematica
Aula 8 inducao matematicawab030
 

Semelhante a Intro teoria dos números cap2 (20)

Sucessoes e series com res
Sucessoes e series com resSucessoes e series com res
Sucessoes e series com res
 
Teoria do números - Classificações especiais
Teoria do números - Classificações especiaisTeoria do números - Classificações especiais
Teoria do números - Classificações especiais
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidos
 
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
 
Sequencias e series
Sequencias e seriesSequencias e series
Sequencias e series
 
Equações de recorrência - II (Otimização)
Equações de recorrência - II (Otimização)Equações de recorrência - II (Otimização)
Equações de recorrência - II (Otimização)
 
Mat regra de sinais
Mat regra de sinaisMat regra de sinais
Mat regra de sinais
 
Demonstrações
DemonstraçõesDemonstrações
Demonstrações
 
euclides primos
euclides primoseuclides primos
euclides primos
 
Cálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostos
Cálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostosCálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostos
Cálculo Diferencial e Integral - Sucessões - Exercicios resolvidos e propostos
 
Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)
Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)
Formula luderiana racional para extracao de raiz quadrada (completo)
 
Notas de aula 01 2015-2
Notas de aula 01 2015-2Notas de aula 01 2015-2
Notas de aula 01 2015-2
 
Calculo1 aula09
Calculo1 aula09Calculo1 aula09
Calculo1 aula09
 
Calculo1 aula09
Calculo1 aula09Calculo1 aula09
Calculo1 aula09
 
Introducaoanalise
IntroducaoanaliseIntroducaoanalise
Introducaoanalise
 
Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3
 
Teoria dos numeros primos i
Teoria dos numeros primos iTeoria dos numeros primos i
Teoria dos numeros primos i
 
Intro teoria dos numerros cap5
Intro teoria dos numerros cap5Intro teoria dos numerros cap5
Intro teoria dos numerros cap5
 
Lista de exercícios 1
Lista de exercícios 1Lista de exercícios 1
Lista de exercícios 1
 
Aula 8 inducao matematica
Aula 8   inducao matematicaAula 8   inducao matematica
Aula 8 inducao matematica
 

Mais de Paulo Martins

Teoria dos-numerosiii
Teoria dos-numerosiiiTeoria dos-numerosiii
Teoria dos-numerosiiiPaulo Martins
 
Introd logica mat ii
Introd logica mat iiIntrod logica mat ii
Introd logica mat iiPaulo Martins
 
Intro teoria dos numerros i
Intro teoria dos numerros iIntro teoria dos numerros i
Intro teoria dos numerros iPaulo Martins
 
Intro teoria dos numerros cap8
Intro teoria dos numerros cap8Intro teoria dos numerros cap8
Intro teoria dos numerros cap8Paulo Martins
 
Intro teoria dos numerros cap7
Intro teoria dos numerros cap7Intro teoria dos numerros cap7
Intro teoria dos numerros cap7Paulo Martins
 
Intro teoria dos numerros cap6
Intro teoria dos numerros cap6Intro teoria dos numerros cap6
Intro teoria dos numerros cap6Paulo Martins
 
Intro teoria dos numerros cap4
Intro teoria dos numerros cap4Intro teoria dos numerros cap4
Intro teoria dos numerros cap4Paulo Martins
 

Mais de Paulo Martins (9)

Teoria dos-numerosiii
Teoria dos-numerosiiiTeoria dos-numerosiii
Teoria dos-numerosiii
 
N inteiros
N inteirosN inteiros
N inteiros
 
Introd logica mat ii
Introd logica mat iiIntrod logica mat ii
Introd logica mat ii
 
Introd logica mat
Introd logica matIntrod logica mat
Introd logica mat
 
Intro teoria dos numerros i
Intro teoria dos numerros iIntro teoria dos numerros i
Intro teoria dos numerros i
 
Intro teoria dos numerros cap8
Intro teoria dos numerros cap8Intro teoria dos numerros cap8
Intro teoria dos numerros cap8
 
Intro teoria dos numerros cap7
Intro teoria dos numerros cap7Intro teoria dos numerros cap7
Intro teoria dos numerros cap7
 
Intro teoria dos numerros cap6
Intro teoria dos numerros cap6Intro teoria dos numerros cap6
Intro teoria dos numerros cap6
 
Intro teoria dos numerros cap4
Intro teoria dos numerros cap4Intro teoria dos numerros cap4
Intro teoria dos numerros cap4
 

Último

ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 

Último (20)

ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 

Intro teoria dos números cap2

  • 1. 2 Indu»c~ao ¯nita e suas aplica»c~oes 2.1 Indu»c~ao ¯nita Muitos teoremas que se referem a n¶umeros inteiros tem um formato do tipo Para cada inteiro n, a partir de um certo inteiro n0, vale a propriedade...". Um m¶etodo freqÄuentemente usado para demonstrar esses teoremas ¶e o da demons- tra»c~ao por indu»c~ao sobre n. Tal m¶etodo ¶e validado pelos princ¶³pios de indu»c~ao matem¶a- tica, ou de indu»c~ao ¯nita. O primeiro princ¶³pio de indu»c~ao matem¶atica ¶e baseado no seguinte teorema, que ¶e uma propriedade bastante intuitiva, quase um axioma. Como veremos, este teorema ¶e uma conseqÄu^encia do princ¶³pio da boa ordena»c~ao dos inteiros positivos. Teorema 2.1 Seja S um conjunto de inteiros positivos, satisfazendo as seguintes pro- priedades: 1. 1 2 S 2. Para cada inteiro positivo k, se k 2 S, tem-se tamb¶em k + 1 2 S (ou seja, k 2 S ) k + 1 2 S). Ent~ao S ¶e o conjunto Z¤ + de todos os inteiros positivos. Demonstra»c~ao. Suponhamos que o conjunto S satisfaz as hip¶oteses 1 e 2, mas n~ao cont¶em todos os inteiros positivos. Pelo princ¶³pio da boa ordena»c~ao dos inteiros positivos, como existem inteiros posi- tivos que n~ao pertencem a S, existe ent~ao o menor inteiro positivo s tal que s 62 S. Temos ent~ao s > 1, pois 1 2 S. Da¶³, s ¡ 1 ¸ 1 e s ¡ 1 2 S, visto que s ¶e o menor dos inteiros positivos n satisfazendo n 62 S. 8
  • 2. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 9 Agora, s ¡ 1 2 S ) s = (s ¡ 1) + 1 2 S, pela hip¶otese 2 sobre S. Temos ent~ao uma contradi»c~ao: s 62 S e s 2 S. Assim, se existe um inteiro positivo n, n 62 S, deduzimos uma contradi»c~ao. Logo, S cont¶em todos os inteiros positivos. Podemos adaptar a demonstra»c~ao acima e demonstrar o seguinte teorema, mais geral. Teorema 2.2 Sejam n0 um inteiro (positivo ou n~ao) e S um conjunto de inteiros, satisfazendo as seguintes propriedades: 1. n0 2 S; 2. Cada elemento x de S satisfaz x ¸ n0; 3. Para cada inteiro k, se k 2 S ent~ao k + 1 2 S. Ent~ao, S ¶e o conjunto de todos os inteiros n satisfazendo n ¸ n0. Demonstra»c~ao. Esta demonstra»c~ao ¶e deixada como exerc¶³cio. Considere A = fm 2 Z j m = n ¡ n0 + 1; n 2 Sg. Mostre que A ½ Z¤ +. Mostre ent~ao que 1 2 A, e que se k 2 A, ent~ao k + 1 2 A. Aplique o teorema 2.1 e conclua sua demonstra»c~ao. Os resultados acima nos prov^eem um teorema utilizado para demonstrar teoremas sobre n¶umeros inteiros, quando eles enunciam propriedades que se aplicam a todos os inteiros a partir de um certo inteiro n0. Esse teorema ¶e o primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita e consiste no seguinte: Teorema 2.3 (Primeiro Princ¶³pio de Indu»c~ao Finita) Seja n0 um n¶umero inteiro e suponhamos que a cada inteiro n, n ¸ n0, est¶a associada uma a¯rma»c~ao A(n), a qual, dependendo de n, pode ser verdadeira ou falsa. Suponhamos que as condi»c~oes 1 e 2 abaixo sejam veri¯cadas: 1. A a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira quando n = n0; 2. Para cada k ¸ n0, quando A(k) ¶e verdadeira, A(k + 1) ¶e tamb¶em verdadeira (ou seja, A(k) verdadeira ) A(k + 1) verdadeira). Ent~ao a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para todo n ¸ n0. Demonstra»c~ao. Considere o conjunto de inteiros, S = fn 2 Z j n ¸ n0 e A(n) ¶e verdadeirag Ent~ao temos:
  • 3. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 10 1. n0 2 S pois, por hip¶otese, A(n0) ¶e verdadeira; 2. n ¸ n0 para cada n 2 S; 3. Para cada inteiro positivo k, se k 2 S, ent~ao A(k) ¶e verdadeira, e ent~ao, pelo item 2 da hip¶otese, A(k + 1) ¶e tamb¶em verdadeira. Portanto, k 2 S ) k + 1 2 S. Pelo teorema 2.2, S ¶e o conjunto de todos os inteiros satisfazendo n ¸ n0. Assim, a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para todo n ¸ n0. Damos a seguir alguns exemplos de resultados (teoremas) que podem ser demons- trados mediante aplica»c~ao do primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita. Exemplo 2.1 Muitas vezes, ap¶os um pouco de experimenta»c~ao com n¶umeros, notamos um padr~ao de comportamento, tal como no seguinte exemplo. 1 = 1 1 + 3 = 4 1 + 3 + 5 = 9 1 + 3 + 5 + 7 = 16 1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25 1 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 = 36 Feitas as contas acima, podemos naturalmente suspeitar que a soma dos n primeiros n¶umeros¶³mpares positivos ¶e igual a n2 . A con¯rma»c~ao disto vir¶a na forma de um teorema que podemos demonstrar usando o primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita. Pequeno teorema. nX j=1 (2j ¡ 1) = 1 + 3 + 5 + ¢ ¢ ¢ + (2n ¡ 1) = n2 . Demonstra»c~ao. Faremos a demonstra»c~ao disto, por indu»c~ao sobre n. Aqui, a a¯rma»c~ao A(n), do enunciado do teorema 2.3, que queremos demonstrar ser verdadeira para todo inteiro n ¸ 1, ¶e a seguinte: nX j=1 (2j ¡ 1) = 1 + 3 + 5 + ¢ ¢ ¢ + (2n ¡ 1) = n2 Veri¯camos (facilmente) que a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira quando n = 1: 1X j=1 (2j ¡ 1) = 1 = 12 . Supomos ent~ao que a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para n = k, isto ¶e, supomos que kX j=1 (2j ¡ 1) = 1 + 3 + ¢ ¢ ¢ (2k ¡ 1) = k2 . Esta ¶e a nossa hip¶otese de indu»c~ao.
  • 4. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 11 Assumindo a hip¶otese de indu»c~ao, demonstramos que ent~ao a mesma propriedade ¶e v¶alida para n = k + 1: Vejamos: k+1X j=1 (2j ¡ 1) = 1 + 3 + ¢ ¢ ¢ + (2k ¡ 1) + (2(k + 1) ¡ 1) = 1 + 3 + ¢ ¢ ¢ + (2k ¡ 1) | {z } =k2 +(2k + 1) (hip¶otese de indu»c~ao) = k2 + 2k + 1 = (k + 1)2 e portanto, assumindo a hip¶otese de indu»c~ao, deduzimos que k+1X j=1 (2j ¡ 1) = (k + 1)2 . Assim, pelo primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, temos que 1 + 3 + ¢ ¢ ¢ + (2n ¡ 1) = n2 , para todo inteiro positivo n. Exemplo 2.2 (2o Pequeno teorema) Para cada inteiro n, n ¸ 0, o inteiro 9n ¡ 1 ¶e divis¶³vel por 8, ou seja (9n ¡ 1)=8 ¶e um n¶umero inteiro. Demonstra»c~ao por indu»c~ao sobre n". Agora a a¯rma»c~ao A(n) do enunciado do teorema 2.3, que queremos demonstrar ser verdadeira para todo inteiro n ¸ 0, ¶e a seguinte: A(n) : 9n ¡ 1 ¶e divis¶³vel por 8" A demonstra»c~ao de que vale a propriedade A(n) para cada n ¸ 0, por indu»c~ao sobre n, consiste em veri¯car a validade de A(n) em apenas duas inst^ancias, realizando duas veri¯ca»c~oes" (da¶³ o nome indu»c~ao ¯nita"), a saber, ² veri¯camos a validade da a¯rma»c~ao A(n) para n = 0; ² considerando um inteiro k qualquer, k ¸ 0, supomos que a a¯rma»c~ao A(n) j¶a esteja valendo para n = k (esta suposi»c~ao ¶e chamada hip¶otese de indu»c~ao) e, a partir disto, deduzimos (demonstramos) que a¯rma»c~ao A(n) tamb¶em vale para n = k + 1. Se n = 0, A(n) ou A(0) ¶e a a¯rma»c~ao 90 ¡1 ¶e divis¶³vel por 8", que ¶e verdadeira, pois 90 ¡ 1 = 0. Seja ent~ao k um inteiro, k ¸ 0, e admitamos a hip¶otese de indu»c~ao, de que A(k) ¶e verdadeira, ou seja, de que 9k ¡1 ¶e divis¶³vel por 8. Demonstraremos que ent~ao 9k+1 ¡ 1 tamb¶em ¶e divis¶³vel por 8.
  • 5. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 12 Por hip¶otese de indu»c~ao, 9k¡1 8 = a, para algum inteiro a. Da¶³ 9k = 8a + 1. Como conseqÄu^encia temos ent~ao 9k+1 ¡ 1 = 9k ¢ 9 ¡ 1 = (8a + 1) ¢ 9 ¡ 1 (hip¶otese de indu»c~ao) = 72a + 9 ¡ 1 = 72a + 8 = 8(9a + 1) e portanto 9k+1¡1 8 = 9a+1, ou seja, 9k+1 ¡1 ¶e um m¶ultiplo inteiro de 8, isto ¶e, tamb¶em ¶e divis¶³vel por 8. Demonstramos portanto que a hip¶otese de indu»c~ao, isto ¶e, a validade da a¯rma»c~ao A(k), implica na validade da a¯rma»c~ao A(k + 1). Sendo assim, demonstramos, pelo primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, que A(n) ¶e v¶alida para cada n ¸ 0, ou seja, que 9n ¡ 1 ¶e divis¶³vel por 8 para cada n ¸ 0. 2.1.1 Divis~ao euclidiana em N Um n¶umero natural ¶e um inteiro n~ao negativo. O conjunto dos n¶umeros naturais ¶e denotado por N. Assim, N = fn 2 Z j n ¸ 0g Um importante resultado da aritm¶etica dos inteiros, e que pode ser demonstrado por indu»c~ao ¯nita, ¶e o seguinte teorema. Teorema 2.4 (Teorema do algoritmo da divis~ao euclidiana em N) Para cada n¶umero natural n, e cada inteiro positivo d, existem n¶umeros naturais q (quociente) e r (resto) satisfazendo: n = d ¢ q + r e 0 · r < d: Al¶em disso, os naturais q e r, satisfazendo as condi»c~oes acima, s~ao ¶unicos. Demonstra»c~ao da exist^encia dos naturais q e r, por indu»c~ao sobre n. Mostraremos que, ¯xado um inteiro positivo d, para cada n¶umero natural n, exis- tem q e r nas condi»c~oes enunciadas. Se n = 0, basta tomar q = r = 0. Seja k um n¶umero natural e suponhamos que existem q e r satisfazendo k = dq + r e 0 · r < d:
  • 6. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 13 Ent~ao k + 1 = dq + (r + 1). Como 0 · r < d, temos r +1 < d+1, ou seja, r +1 · d. Se r+1 < d, tomamos q0 = q e r0 = r + 1 e teremos k + 1 = dq0 + r0 , com 0 · r0 < d. Se r + 1 = d, ent~ao k + 1 = dq + d = d(q + 1) = dq00 + r00 , onde q00 = q + 1 e r00 = 0. Portanto, pelo primeiro princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, para cada n 2 N , existem q e r satifazendo n = dq + r, com 0 · r < d. Demonstra»c~ao da unicidade de q e r: Suponhamos que existem naturais q1; q2; r1 e r2 tais que n = q1d + r1 = q2d + r2 e 0 · r1 < d, 0 · r2 < d. Ent~ao (q1 ¡ q2)d = r2 ¡ r1. Da¶³, jq1 ¡ q2jjdj = jr2 ¡ r1j. Agora, como 0 · r1 < d e 0 · r2 < d, temos ent~ao 0 · jr2 ¡ r1j < d (justi¯que esta passagem). Logo, jq1 ¡q2jjdj < jdj, e ent~ao jq1 ¡q2j < 1. Sendo 0 · jq1 ¡q2j < 1, como n~ao existem inteiros x com 0 < x < 1, temos necessariamente jq1 ¡ q2j = 0, ou seja, q1 = q2 e, por conseguinte, r1 = r2. Logo, o quociente e o resto, em uma divis~ao euclidiana, s~ao determinados de maneira ¶unica. Observa»c~ao 2.1 (Uma nota»c~ao para o algoritmo da divis~ao.) Se n e d s~ao n¶ume- ros naturais, com d 6= 0, e se q e r s~ao n¶umeros naturais como no teorema 2.4, denotamos simbolicamente: n d r q Neste caso, nessa divis~ao euclidiana de n por d, n ¶e o dividendo, d ¶e o divisor, q ¶e o quociente e r ¶e o resto. Assim, por exemplo, escrevemos 59 7 3 8 para indicar que, na divis~ao euclidiana de 59 por 7, o quociente ¶e 8 e o resto ¶e 3. O leitor poder¶a veri¯car facilmente, atrav¶es de alguns poucos exemplos, que o teorema 2.4 n~ao ¶e v¶alido se d = 0. Um pouco mais adiante, enunciaremos e demonstraremos um teorema do algoritmo da divis~ao na sua vers~ao mais geral para inteiros, n~ao necessariamente naturais.
  • 7. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 14 2.1.2 O segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita Uma segunda forma de demonstra»c~ao por indu»c~ao, algumas vezes utilizada, ¶e estabele- cida pelo seguinte teorema: Teorema 2.5 (Segundo Princ¶³pio de Indu»c~ao Finita.) Seja n0 um n¶umero inteiro e suponhamos que a cada inteiro n, n ¸ n0, est¶a associada uma a¯rma»c~ao A(n), a qual, dependendo de n, pode ser verdadeira ou falsa. Suponhamos que as condi»c~oes 1 e 2 abaixo sejam veri¯cadas: 1. A a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para n = n0; 2. Para cada inteiro k ¸ n0, se A(n) ¶e verdadeira para cada inteiro n tal que n0 · n · k, ent~ao A(k + 1) ¶e tamb¶em verdadeira (ou seja, A(n) verdadeira para n = n0; n0 + 1; : : : ; k ) A(k + 1) verdadeira) Ent~ao a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para cada n ¸ n0. Observa»c~ao 2.2 O que difere o segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita do primeiro ¶e a forma como ¶e formulada a hip¶otese de indu»c~ao. Na hip¶otese de indu»c~ao do primeiro princ¶³pio, supomos que a a¯rma»c~ao A(n) ¶e verdadeira para n = k somente, enquanto que, na hip¶otese do segundo, supomos A(n) v¶alida para cada n desde n0 at¶e k, ou seja, para n0 · n · k. Em ambos os princ¶³pios, devemos demonstrar que a hip¶otese de indu»c~ao acarreta a validade de A(n) para n = k + 1. Um teorema cuja demonstra»c~ao pode ser feita pelo segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¶e o seguinte Teorema 2.6 (Representa»c~ao decimal de n¶umeros naturais) Para cada inteiro n ¸ 1, existem n¶umeros naturais a0; : : : ; as, (s ¸ 0), com os algarismos" a0, : : : , as, tomados no conjunto f0; 1; 2; : : : ; 9g, e as 6= 0, tais que n = sX i=0 ai ¢ 10i = as10s + ¢ ¢ ¢ + a0100 Observa»c~ao 2.3 Ilustrando o teorema acima com um exemplo, quando escrevemos, por exemplo, 50 237, queremos dizer 5 ¢ 104 + 0 ¢ 103 + 2 ¢ 102 + 3 ¢ 101 + 7 ¢ 100 . Demonstra»c~ao do teorema 2.6. Se n = 1, podemos tomar n = a0 = 1.
  • 8. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 15 Seja k ¸ 1 um inteiro e suponhamos que o resultado do teorema seja verdadeiro para cada inteiro n, com 1 · n · k. Mostraremos que isto acarreta a validade da mesma propriedade para n = k + 1. Com efeito, realizando a divis~ao euclidiana de k + 1 por 10, k + 1 10 r q obtemos um quociente q 2 N e um resto r 2 N, satisfazendo k + 1 = 10q + r, com 0 · r < 10, conforme o teorema 2.4. Se q = 0, ent~ao k + 1 = r = a0, com a0 2 f0; 1; 2; : : : ; 9g. Se q > 0, ent~ao q · k, pois se q > k, ent~ao k + 1 = 10q + r > 10k + r ¸ 10k, e assim k + 1 > 10k e ent~ao 1 > 9k ¸ 9, o que ¶e imposs¶³vel. Sendo ent~ao 1 · q · k, pela hip¶otese de indu»c~ao, q = bt ¢ 10t + ¢ ¢ ¢ + b0 ¢ 100 para certos algarismos bt; : : : ; b0, todos em f0; 1; 2; : : : ; 9g. Ent~ao, k + 1 = 10q + r = 10(bt ¢ 10t + ¢ ¢ ¢ + b0 ¢ 100 ) + r = bt ¢ 10t+1 + ¢ ¢ ¢ + b0 ¢ 101 + r com bt; : : : ; b0 e r todos em f0; 1; 2; : : : ; 9g. Logo, pelo segundo princ¶³pio de indu»c~ao ¯nita, a representa»c~ao decimal de n ¶e poss¶³vel para cada inteiro n ¸ 1. 2.1.3 Exerc¶³cios 1. Sendo a1, a2, : : : , an uma sequ^encia de n n¶umeros reais, de¯ne-se nX k=1 ak = a1 + a2 + ¢ ¢ ¢ + an como sendo o somat¶orio (ou soma) dos ak, para k de 1 at¶e n. Se m · n, nX k=m ak = am + am+1 + ¢ ¢ ¢ + an. Demonstre que, sendo a um n¶umero real, com a 6= 1, nX j=0 aj = an+1 ¡ 1 a ¡ 1 Usando esta f¶ormula, calcule as seguintes somas.
  • 9. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 16 (a) 1 ¡ 2 + 22 ¡ 23 + ¢ ¢ ¢ + 2100 (b) 3 + 3 ¢ 52 + 3 ¢ 54 + 3 ¢ 56 + ¢ ¢ ¢ + 3 ¢ 51000 (c) 73 ¢ 112 + 75 ¢ 116 + 77 ¢ 1110 + ¢ ¢ ¢ + 799 ¢ 11194 (d) 1 + 1 2 + 1 22 + 1 23 + ¢ ¢ ¢ + 1 2100 Sugest~ao. Em todas as somas, coloque o primeiro termo em evid^encia. 2. Use indu»c~ao ¯nita para demonstrar que (a) nP j=1 j = 1 + 2 + ¢ ¢ ¢ + n = n(n+1) 2 , para todo inteiro n ¸ 1. (b) nP j=1 j2 = 12 + 22 + ¢ ¢ ¢ + n2 = n(n+1)(2n+1) 6 , para todo inteiro n ¸ 1. (c) nP j=1 j3 = 13 + 23 + ¢ ¢ ¢ + n3 = h n(n+1) 2 i2 , para todo inteiro n ¸ 1. (d) nP k=1 1 k2 = 1 12 + 1 22 + ¢ ¢ ¢ + 1 n2 < 2 ¡ 1 n , para todo inteiro n ¸ 2. (e) Um conjunto com n elementos tem 2n subconjuntos. Sugest~ao. Considere An = fx1; x2; : : : ; xng. Mostre, por indu»c~ao sobre n, que o n¶umero de subconjuntos de An ¶e 2n . Ao fazer uso da hip¶otese de indu»c~ao, use o fato de que An+1 = An [ fxn+1g. Ao contar os subconjuntos de An+1, subdivida-os em subconjuntos que cont¶em xn+1 e subconjuntos que n~ao cont¶em xn+1. (f) nP j=1 j ¢ j! = 1 ¢ 1! + 2 ¢ 2! + ¢ ¢ ¢ + n ¢ n! = (n + 1)! ¡ 1 (g) Sendo Hn = nP j=1 1 j = 1 + 1 2 + 1 3 + 1 4 + ¢ ¢ ¢ + 1 n , tem-se H2n ¸ 1 + n 2 , para cada inteiro n ¸ 1. 3. Conjeture uma f¶ormula para An , sendo A = ¡1 1 0 1 ¢ . Demonstre sua conjetura usando indu»c~ao sobre n. 4. (a) Uma fun»c~ao f, de¯nida no conjunto N, satisfaz f(1) = 2 e f(n+1) = 2f(n), para n ¸ 1. Que f¶ormula de¯ne f(n)? Demonstre sua a¯rma»c~ao usando indu»c~ao ¯nita. (b) De¯ne-se uma fun»c~ao f, recursivamente, pelas regras: f(1) = 1, f(2) = 5 e, para n ¸ 3, f(n) = f(n¡1)+2f(n¡2). Mostre que f(n) = 2n +(¡1)n , para todo inteiro positivo n. 5. Nos itens abaixo, fn denota o n-¶esimo termo da seqÄu^encia de Fibonacci, de¯nida recursivamente por f1 = f2 = 1, e fn = fn¡1 + fn¡2 para cada inteiro n ¸ 3. Assim, os termos iniciais da seqÄu^encia de Fibonacci s~ao (con¯ra) 1; 1; 2; 3; 5; 8; 13; 21; 34; 55; 89; : : :
  • 10. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 17 (a) Suponha que em 1o de janeiro, um casal de coelhos ¶e deixado numa ilha. Este casal leva dois meses para procriar, e em 1o de mar»co d¶a µa luz um novo casal de coelhos. Eles produzem continuadamente um novo par de coelhos no primeiro dia de cada m^es subseqÄuente. Cada novo casal gerado leva dois meses para tornar-se adulto e produz um novo casal no primeiro dia do terceiro m^es de sua vida, bem como no primeiro dia de cada m^es subseqÄuente. Mostre que o n¶umero de casais de coelhos presentes na ilha no n-¶esimo m^es ¶e fn, o n-¶esimo termo da seqÄu^encia de Fibonacci. (b) Veri¯que que fk = fk+2 ¡ fk+1 (isto n~ao requer mais que duas linhas), e ent~ao calcule Pn j=1 fj = f1 + f2 + ¢ ¢ ¢ + fn. (c) Mostre que sendo ® = 1 + p 5 2 e ¯ = 1 ¡ p 5 2 , tem-se fn = ®n ¡ ¯n p 5 , para cada inteiro positivo n. Sugest~ao. Chame an = (®n ¡ ¯n )= p 5. Mostre que a1 = a2 = 1, e que an = an¡1 + an¡2, para cada inteiro n ¸ 3. (d) De¯ne-se a seqÄu^encia generalizada de Fibonacci por g1 = a, g2 = b e, para cada inteiro n ¸ 3, gn = gn¡1 + gn¡2. Mostre que, para n ¸ 3, gn = afn¡2 + bfn¡1. 6. Sendo n e k inteiros positivos, com n ¸ k, denotamos por ¡n k ¢ o n¶umero de subconjuntos com k elementos, de um conjunto de n elementos. ¡n k ¢ ¶e tamb¶em chamado o n¶umero de combina»c~oes de n objetos, tomados k a k, e tamb¶em recebe o nome de n¶umero binomial n sobre k. (a) Explique porque ¡n 0 ¢ = 1. (b) Demonstre a rela»c~ao de Stifel: para n ¸ k + 1 e k ¸ 0, µ n k ¶ + µ n k + 1 ¶ = µ n + 1 k + 1 ¶ Sugest~ao. Considere An+1 = fx1; x2; : : : ; xn; xn+1g, um conjunto de n + 1 elementos. Temos An+1 = An [ fxn+1g. Considere que os subconjuntos de An+1, com k elementos, subdividem-se em dois tipos. Aqueles que n~ao cont¶em xn+1 e aqueles que cont¶em xn+1. (c) Demonstre, por indu»c~ao sobre n, que µ n k ¶ = n! k!(n ¡ k)! (O fatorial de um inteiro positivo n, ¶e o produto n! = Qn k=1 k = 1¢2¢¢ ¢ ¢ ¢n. De¯ne-se tamb¶em 0! = 1. Assim, por exemplo, 1! = 1, 2! = 1 ¢ 2 = 2, 3! = 1 ¢ 2 ¢ 3 = 6, 4! = 24, 5! = 120.) Sugest~ao. Use a rela»c~ao de Stifel, exerc¶³cio 6b acima. (d) Demonstre, por indu»c~ao sobre n, que sendo a e b n¶umeros reais,
  • 11. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 18 (a + b)n = nP k=0 ¡n k ¢ an¡k bk = an + ¡n 1 ¢ an¡1 b + ¡n 2 ¢ an¡2 b2 + ¢ ¢ ¢ + ¡ n n¡2 ¢ a2 bn¡2 + ¡ n n¡1 ¢ abn¡1 + bn Sugest~ao. Ao utilizar a hip¶otese de indu»c~ao, voc^e se deparar¶a com os seguintes c¶alculos: (a + b)n+1 = (a + b)n ¢ (a + b) = à nX k=0 µ n k ¶ an¡k bk ! ¢ (a + b) = an+1 + nX k=1 µ n k ¶ an+1¡k bk + n¡1X k=0 µ n k ¶ an¡k bk+1 + bn+1 Fa»ca ent~ao k = j + 1 no primeiro somat¶orio, obtendo, em seu lugar, n¡1P j=0 ¡ n j+1 ¢ an¡j bj+1 , e ent~ao (a + b)n+1 = an+1 + n¡1X k=0 µ n k + 1 ¶ an¡k bk+1 + n¡1X k=0 µ n k ¶ an¡k bk+1 + bn+1 Agora, agrupe os dois somat¶orios centrais e use a rela»c~ao de Stifel, exerc¶³cio 6b acima. 7. Mostre que, sendo n um inteiro positivo, (a) ¡n 0 ¢ + ¡n 1 ¢ + ¡n 2 ¢ + ¢ ¢ ¢ + ¡n n ¢ = 2n . (b) ¡n 0 ¢ ¡ ¡n 1 ¢ + ¡n 2 ¢ ¡ ¢ ¢ ¢ + (¡1)n ¡n n ¢ = 0. Sugest~ao. Expanda (1 + (¡1))n . (c) Um conjunto ¯nito de n elementos tem 2n subconjuntos (agora fa»ca uma demonstra»c~ao direta, usando n¶umeros binomiais, sem usar indu»c~ao). 8. Sendo n um inteiro positivo, use os resultados do exerc¶³cio 7 para calcular (a) ¡n 0 ¢ + ¡n 2 ¢ + ¡n 4 ¢ + ¢ ¢ ¢ (b) ¡n 1 ¢ + ¡n 3 ¢ + ¡n 5 ¢ + ¢ ¢ ¢ 9. Sendo n e r inteiros, n ¸ r ¸ 1, mostre que ¡r r ¢ + ¡r+1 r ¢ + ¢ ¢ ¢ + ¡n r ¢ = ¡n+1 r+1 ¢ . Sugest~ao. Indu»c~ao sobre n. 10. Utilizando o princ¶³pio da boa ordena»c~ao dos inteiros positivos, ou o teorema 2.1, demonstre o teorema 2.2. Sugest~ao. Desenvolva em detalhes o resumo da demonstra»c~ao, dado ap¶os o enun- ciado do teorema. 11. Demonstre o teorema 2.5. Sugest~ao. Considere o conjunto S de todos os inteiros k ¸ n0 tais que A(n) ¶e verdadeira para todo n satisfazendo n0 · n · k. Use ent~ao o teorema 2.2 para demonstrar que todo inteiro n ¸ n0 est¶a em S. 12. O prop¶osito deste exerc¶³cio ¶e explorar como podem ser deduzidas as f¶ormulas para somat¶orios do tipo nP k=1 kr = 1r + 2r + ¢ ¢ ¢ + nr , com r inteiro positivo.
  • 12. Induc»~ao finita e suas aplicac»~oes 19 (a) Mostre que, sendo a0; : : : ; an uma seqÄu^encia de n¶umeros reais, nX k=1 (ak ¡ ak¡1) = an ¡ a0 (b) Somando membro a membro as igualdades (k + 1)2 ¡ k2 = 2k + 1; de k = 1 at¶e k = n, e usando o resultado do item (a), deduza uma f¶ormula para nP k=1 k. (c) Somando membro a membro as igualdades (k + 1)3 ¡ k3 = 3k2 + 3k + 1; de k = 1 at¶e k = n, e usando o resultado do item (a) e a f¶ormula para nP k=1 k, deduza uma f¶ormula para nP k=1 k2 . (d) Deduza uma f¶ormula para nP k=1 k3 .