2. O Computador na Educação
Eduardo O C Chaves
Principais Críticas
Muito se tem dito, ultimamente, sobre a utilização do computador na educação
como um meio de minorar os problemas evidenciados pelos baixos índices de desempenho
dos alunos no processo ensino-aprendizagem e os altos índices de evasão e repetência. A
favor e contra. Infelizmente, grande parte das afirmações feitas, tanto de um lado como do
outro, reflete, freqüentemente, algum desconhecimento de causa. As vezes até_ muita
desinformação. Tanto do lado dos defensores como dos críticos há pessoas que, no fervor do
entusiasmo ou no zelo da crítica, não foram, lamentavelmente, informar-se, antes de tomar
posição. E o essencial, aqui, mesmo mais importante do que ser a favor ou contra, é
compreender do que efetivamente se trata.
Nem toda forma de utilização do computador na educação se presta igualmente
bem a atingir certas objetivos educacionais. Algumas formas de utilização são mais
adaptadas a certos objetivos educacionais, outras se prestam melhor a outras finalidades
pedagógicas. Mas, ao final, quase todo emprego do computador na educação pode trazer
resultados pedagogicamente benéficos.
O objetivo principal, nesta parte do trabalho, será tentar esclarecer uma série de
questões que não têm sido muito bem compreendidas pelos críticos, e, às vezes, nem pelos
defensores da utilização do computador na educação.
3. Ao refletir sobre essa questão, entretanto, não podemos perder de vista
fatos importantes, alguns dos quais já mencionados.
1 - O processo do informatização da sociedade que já atinge o Brasil
caminha com espantosa rapidez e parece ser irreversível. Temos a
responsabilidade de nos preocupar em oferecer a melhor preparação possível para
que os nossos alunos, inclusive da rede pública, possam viver e atuar numa
sociedade informatizada.
2 - Diante desse quadro, muitas escolas particulares estão ativa e
decididamente introduzindo o computador no processo de ensino e
aprendizagem. O poder publico a respeito da gravidade dos problemas que afetam
a escola publica não pode ignorar esse fato, permitindo, assim, que o tipo de
educação que é oferecido na escola publica se distancie ainda mais do ensino
ministrado na escola particular.
3 - Por outro lado, o poder público tem significativa parcela de
responsabilidade na tarefa de criar condições que venham a contribuir para a
autonomia cultural e tecnológica da nação, diminuindo assim, eventualmente, a
distância que separa o Pais das nações mais desenvolvidas.
Assim sendo, não podemos perder de vista o fato de que a escola tem que preparar
cidadãos suficientemente familiarizados com os mais básicos desenvolvimentos
tecnológicos, de modo a poder participar no processo de geração e incorporação
da tecnologia de que o País precisa para sair do estágio de subdesenvolvimento
econômico e de dependência cultural e tecnol6gica em que se encontra. E a
informática está no centro de toda essa tecnologia.
4. 4 - Quando temos um sistema de ensino deficiente, o que é claro pelos resultados
dos alunos brasileiros das escolas públicas, devemos considerar que quaisquer melhorias do
processo ensino-aprendizagem serão bem-vindas. Experiências realizadas em Santos, na
EEPSG Marquês de S. Vicente, sugerem que a repetência em classes da 1ª série do 1º Grau que
usam o computador como auxiliar no processo da alfabetização é da ordem de 10%.
Suponhamos, para raciocinar, que o Governo resolvesse empregar recursos para criar
1.000.000 de vagas para a 1ª série do 1º Grau. De acordo com as estatísticas atuais, nos anos
seguintes essas vagas seriam reduzidas a cerca de 500.000, já que teríamos 50% de
repetentes.
O custo operacional do sistema seria alto, já que apenas metade dos alunos seria
aprovada, sendo perdida a metade dos salários, da merenda, das despesas de
manutenção, de amortização do investimento etc.
Se se criassem apenas 600.000 vagas com o mesmo investimento inicial, mas tendo as
escolas tecnologias educacionais à disposição do ensino, e considerando-se uma taxa de
aproveitamento de cerca de 85%, o número de vagas disponíveis nos anos seguintes seria
também de 500.000, mas a um custo operacional muito menor, já que apenas 15% dos custos
seriam devidos a evadidos e repetentes.
5 - Por fim, a questão mais importante. Devemo-nos preocupar com a questão da
Informática na Educação porque a evidência disponível, embora não tão ampla e
contundente quanto se poderia desejar, demonstra que o contato regrado e orientado da
criança com o computador em situação de ensino-aprendizagem contribui positivamente
para o aceleramento de seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, em especial no que esse
desenvolvimento diz respeito ao raciocínio lógico e formal, à capacidade de pensar com rigor
e sistematicidade, à habilidade de inventar ou encontrar soluções para problemas. Mesmo os
maiores críticos do uso do computador na educação não ousam negar esse fato.
5. - Maneiras de Utilizar o Computador na Educação
Além de discutir, em princípio, as vantagens e os benefícios da introdução de
microcomputadores na educação, é necessário indicar algumas das maneiras em
que o microcomputador pode auxiliar o processo pedagógico:
A - Instrução Programada;
B - Simulações e Jogos;
C - Aprendizagem por Descoberta;
D - Pacotes Aplicativos.
A - Instrução Programada
Instrução programada é um método de instrução através do qual o
microcomputador é realmente colocado na posição de quem ensina ao aluno. O
termo "CAI", do inglês "Computer Assisted Instruction", tem sido freqüentemente
utilizado para se referir a esta modalidade de utilização do microcomputador na
educação.
B - Simulações e Jogos
Uma simulação é um modelo; é algo que pretende imitar um
sistema, real ou imaginário, com base em uma teoria da operação daquele sistema
que o simulador tem em mente. Uma das principais utilizações de computadores
nas forças armadas e no governo tem sido para simular alguns ambientes, a fim de
testar os efeitos, sobre aqueles ambientes, de várias formas de intervenção.
6. C - Aprendizagem por Descoberta
Há, hoje em dia, várias linguagens de programação voltadas
para a área da educação. Dessas, a mais antiga e mais famosa é
LOGO. LOGO também é aquela que mais ênfase dá à
aprendizagem; na verdade, à auto-aprendizagem. Por isso, embora
não seja a única linguagem a ilustrar essa abordagem, vamos falar
somente nela, para podermos entrar, com um pouco mais de
detalhe, em sua filosofia. LOGO é não só o nome de uma
linguagem de programação, mas, também, de uma filosofia da
educação.
D - Pacotes Aplicativos
Por fim vejamos algo do uso, em contextos educacionais, de
pacotes aplicativos genéricos, como processadores de
texto, gerenciadores de bancos de dados, planilhas eletrônicas etc.
Normalmente, não se considera o uso desses aplicativos
como tendo importante significado pedagógico. Contudo, muitos
educadores e muitas escotas têm concluído que seu uso não só é
uma maneira interessante e útil de introduzir os alunos ao
computador, como é um excelente recurso para prepará-los para o
uso regular do computador em suas vidas.
7. O uso do Computador na Educação:
a Informática Educativa
por Sinara Socorro Duarte Rocha
Nos dias de hoje, tornou-se trivial o comentário de que a
tecnologia está presente em todos os lugares, o que certamente seria um
exagero. Entretanto, não se pode negar que a informática, de forma mais
ou menos agressiva, tem intensificado a sua presença em nossas vidas.
Gradualmente, o computador vai tornando-se um aparelho corriqueiro
em nosso meio social. Paulatinamente, todas as áreas vão fazendo uso
deste instrumento e fatalmente todos terão de aprender a conviver com
essas máquinas na vida pessoal assim como também na vida profissional.
Na educação não seria diferente. A manipulação dos
computadores, tratamento, armazenamento e processamento dos dados
estão relacionados com a idéia de informática. O termo informática vem
da aglutinação dos vocábulosinformação + automática. Buscando um
sentido léxico, pode-se dizer que Informática é: “conjunto de
conhecimentos e técnicas ligadas ao tratamento racional e automático de
informação (armazenamento, análise, organização e transmissão), o qual
se encontra associado à utilização de computadores e respectivos
programas.” (LUFT, 2006:365).
8. É papel da escola democratizar o acesso ao computador, promovendo a inclusão
sócio-digital de nossos alunos. É preciso também que os dirigentes discutam e
compreendam as possibilidades pedagógicas deste valioso recurso. Contudo, é preciso estar
conscientes de que não é somente a introdução da tecnologia em sala de aula, que trará
mudanças na aprendizagem dos alunos, o computador não é uma “panacéia” para todos os
problemas educacionais.
As ferramentas computacionais, especialmente a Internet, podem ser um recurso
rico em possibilidades que contribuam com a melhoria do nível de aprendizagem, desde que
haja uma reformulação no currículo, que se crie novos modelos metodológicos, que se
repense qual o significado da aprendizagem. Uma aprendizagem onde haja espaço para que
se promova a construção do conhecimento. Conhecimento, não como algo que se
recebe, mas concebido como relação, ou produto da relação entre o sujeito e seu
conhecimento. Onde esse sujeito descobre, constrói e modifica, de forma criativa seu
próprio conhecimento.
Certamente, o papel do professor está mudando, seu maior desafio é reaprender a
aprender. Compreender que não é mais a única fonte de informação, o transmissor do
conhecimento, aquele que ensina, mas aquele que faz aprender, tornando-se um mediador
entre o conhecimento e a realidade, um especialista no processo de aprendizagem, em prol
de uma educação que priorize não apenas o domínio dos conteúdos, mas o desenvolvimento
de habilidades, competências, inteligências, atitudes e valores.
A Informática Educativa se caracteriza pelo uso da informática como suporte ao
professor, como um instrumento a mais em sua sala de aula, no qual o professor possa
utilizar esses recursos colocados a sua disposição. Nesse nível, o computador é explorado
pelo professor especialista em sua potencialidade e capacidade, tornando possível
simular, praticar ou vivenciar situações, podendo até sugerir conjecturas
abstratas, fundamentais a compreensão de um conhecimento ou modelo de conhecimento
que se está construindo. (BORGES, 1999: 136).
9. A democratização do acesso a esses produtos tecnológicos é
talvez o maior desafio para esta sociedade demandando esforços e
mudanças nas esferas econômica e educacional. Para que todos
possam ter informações e utilizar-se de modo confortável as novas
tecnologias, é preciso um grande esforço político. Como as
tecnologias estão permanentemente em mudança, a aprendizagem
contínua é conseqüência natural do momento social e tecnológico
que vivemos, a ponto de podermos chamar nossa de sociedade de
“sociedade de aprendizagem”. Todavia, a utilização de ferramentas
computacionais em sala de aula, ainda parece ser um desafio para
alguns professores que se sentem inseguros em conciliar os
conteúdos acadêmicos com instrumentos e ambientes
multimídia, os quais ainda não têm pleno domínio.
Deste modo, ao invés de aprender a utilizar este novo
aparato tecnológico em prol de aprendizagem significativa e do
acesso universal ao conhecimento, os alunos eram e ainda são
“adestrados” no uso da mais nova tecnologia computacional, em
aulas descontextualizadas, sem nenhum vínculo com as demais
disciplinas e sem nenhuma concepção pedagógica.
10. Referências:
O uso do Computador na Educação: a Informática
Educativa por Sinara Socorro Duarte Rocha
O Computador na Educação por Eduardo O C
Chaves