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I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL


                  FORMAÇÃO PONTA GROSSA : HISTÓRIA, FÁCIES E FÓSSEIS


                  PONTA GROSSA FORMATION: HISTORY, FACIES AND FOSSILS

                                                             ELVIO P. BOSETTI

    Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia, Departamento de Geociências, Universidade Estadual de Ponta
                                                      Grossa.
           R: Otaviano Macedo Ribas, nº 164, Bairro Boa Vista, CEP 84070 540, Ponta Grossa, Paraná.
                                        <epbosetti@terra.com.br>

                                                      DRIELLI PEYERL
                              Universidade Estadual de Ponta Grossa, Departamento de História
                                                     Bolsista do CNPq
                                               Praça Santos Andrade, Centro
                                         <dreiellipeyerl@yahoo.com.br>

                                             RODRIGO S. HORODYSKI
      Pesquisador do Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia, Departamento de Geociências, Universidade
                                            Estadual de Ponta Grossa.
            R: Otaviano Macedo Ribas, nº 164, Bairro Boa Vista, CEP 84070 540, Ponta Grossa, Paraná.
                                        <rodrigo.geo@gmail.com >

                                                      CAROLINA ZABINI
                                 Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bolsista do CNPq
                                               <cazabini@.gmail.com>

Abstract - The designation "Schistos of Ponta Grossa" was used for the first time by Euzébio Paulo de Oliveira (Oliveira, 1912), to designate the
loamy layers abundantly fossiliferous of the Devonian lands close to the city of Ponta Grossa, in the Paraná State, Brazil. However, layers of
sedimentary rocks containing concentrations of fossil sea invertebrate animals, were first registered in the State of Paraná, for the Geological
commission of the Empire of Brazil (1875-1877), constituted by the government of Emperor D. Pedro II. There are three phases identified in the
evolution of the knowledge of the Devonian of the Paraná State. The first, acted by the phase of pioneering works, begins among the end of the
XIX century and beginning of the XX century. It is characterized by an intense descriptive and qualifying phase of analyses that reflected the
tendencies of the Natural History of that time. Later, among the decades of 1940 and 1980, a second phase of studies is promoted. In this cycle it
was looked for by answers and questions of interpretative character where themes and propositions of models were approached involving the
autoctonia or aloctonia of the fossils, its apparent endemism and their relationships with other contemporary sedimentary basins. In this time the
studies also suffered progress in the area of Sedimentology and Stratigraphy, and the Paleogeography of the period began then to be unmasked. In
the current apprenticeship of the knowledge of south-Brazilian Devonian, a tendency is observed to the revaluation of the concepts, as well as the
reverse-investigation of the fossiliferous graves under the perspective of Taphonomy and of the Stratigraphy of Sequences.


Keywords - Devonian; Ponta Grossa Formation; Paraná.


Resumo - A designação “Schistos de Ponta Grossa” foi usada pela primeira vez por Euzébio Paulo de Oliveira (Oliveira, 1912), para designar as
camadas argilosas abundantemente fossilíferas dos terrenos devonianos próximos à cidade de Ponta Grossa, no Estado do Paraná, Brasil. No
entanto camadas de rochas sedimentares, contendo concentrações de invertebrados marinhos fósseis, foram pioneiramente registradas no Estado
do Paraná pela comissão Geológica do Império do Brasil (1875-1877), constituída pelo governo do Imperador D. Pedro II. São identificadas três
fases na evolução do conhecimento sobre o Devoniano do Estado do Paraná. A primeira, representada pela fase de trabalhos pioneiros, inicia-se
entre o final do século XIX e início do século XX. É caracterizada uma intensa fase de análises descritivas e classificatórias que refletiram as
tendências da História Natural daquela época. Posteriormente, entre as décadas de 1940 e 1980, uma segunda fase de estudos é promovida. Neste
ciclo se buscou por respostas e questionamentos de caráter interpretativo onde foram abordados temas e proposições de modelos envolvendo a
autoctonia ou aloctonia dos fósseis, seu aparente endemismo e suas relações com outras bacias sedimentares contemporâneas. Nesta época os
estudos também sofreram avanços na área de Sedimentologia e Estratigrafia, e a Paleogeografia do período começou então a ser desvendada. No
atual estágio do conhecimento sobre o Devoniano sul-brasileiro, observa-se uma tendência à reavaliação dos conceitos, bem como à re-
investigação dos jazigos fossilíferos sob a perspectiva da Tafonomia e da Estratigrafia de Seqüências.


Palavras-chave - Devoniano; Formação Ponta Grossa; Paraná.




                                                                      353
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL


Linha temática - História das Ciências da Terra


                                                               rochas devonianas no sul do Brasil (Bergamaschi,
                                                               1999, p. 40) e posteriormente envia uma coleção
              1 Evolução do Conhecimento                       de fósseis encontrados na região ao paleontólogo
                                                               John Mason Clarke (1857–1925) do New York
   A designação “Schistos de Ponta Grossa” foi                 State Museum (Albany, NY). Clarke foi estudante
   usada pela primeira vez por Euzébio Paulo de                profundo e intérprete agudo da significação da
   Oliveira (Oliveira, 1912), para designar as                 Paleontologia de invertebrados; autor de muitas
   camadas argilosas abundantemente fossilíferas               memórias significativas, especialmente das faunas
   dos terrenos devonianos próximos à cidade de                devonianas da Bacia de Nova Iorque;
   Ponta Grossa, no Estado do Paraná, Brasil. A                administrador capaz e precursor dos estudos
   proposição formal desta unidade litoestratigráfica          paleontológicos do Devoniano brasileiro. Esta
   como “Formação Ponta Grossa” foi efetuada por               coleção retornou posteriormente ao Brasil e é a
   Petri (1948) e posteriormente, Lange e Petri                referência paleobiológica mais completa da
   (1967), a subdividiram em três membros. No                  Formação Ponta Grossa. Encontra-se depositada
   entanto camadas de rochas sedimentares,                     na Divisão de Paleontologia do Departamento
   contendo     concentrações     de    invertebrados          Nacional de Produção Mineral (DNPM) na cidade
   marinhos fósseis, foram pioneiramente registradas           do Rio de Janeiro.
   no Estado do Paraná pela comissão Geológica do                       Os trabalhos básicos mais importantes
   Império do Brasil (1875-1877), constituída pelo             desta fase inicial são representados pelas
   governo do Imperador D. Pedro II.                           publicações de Orville A. Derby, em 1879 e 1883;
            Coordenada pelo geólogo canadense                  Josef v. Siemiradski, em 1898; I. C. White, em
   Charles Friederich Hartt, a comissão iniciou seus           1908; J. B. Woodworth, em 1912, e pelas notas
   trabalhos em 1875 e o planejamento preliminar               paleontológicas de E. Kayser, em 1900. Clarke
   enfocou o estudo da Geologia, da Paleontologia e            (1890) descreve o trilobita Dalmanites
   das minas do Império. Como assistentes imediatos            gonzaganus, que, embora tenha sido revisado
   foram designados ainda os geólogos norte-                   mais tarde pelo próprio autor, foi o primeiro fóssil
   americanos Orville A. Derby, Richard Rathbun,               especificamente identificado para o Estado do
   John Casper Branner e Herbert Smith. Além                   Paraná (Lange, 1954).
   destes, os exploradores Elias Pacheco Jordão,                        Clarke (1913) publica a monografia que
   Luthero Wagoner, Francisco de Freitas e Marc                se tornaria a obra clássica das descrições
   Ferrez fizeram parte da equipe atuando                      paleontológicas do Devoniano da Bacia do Paraná
   diretamente nos trabalhos de campo (cf. Lange,              (Fósseis Devonianos do Estado do Paraná). No
   1954). No ano seguinte Charles F. Hartt, então              mesmo ano é publicada outra obra de grande
   empenhado no reconhecimento da bacia                        importância para a paleontologia do devoniano
   carbonífera do Estado de Santa Catarina encarrega           paranaense. Trata-se do trabalho de Roman
   o auxiliar Luthero Wagoner de percorrer parte do            Kozlowski (1913), que foi efetivado em
   Estado do Paraná. Durante esta excursão,                    concomitância ao trabalho de Clarke, porém foi
   Wagoner investiga a região de Ponta Grossa e                publicado posteriormente e por esse motivo não
   encontra alguns fragmentos fósseis, que foram               obteve a prioridade dos termos.
   identificados posteriormente por Orville A. Derby                    As denominações geológicas que viriam
   e Richard Rathbun como sendo de provável idade              a ser consagradas pelo uso por grande parte dos
   devoniana.                                                  pesquisadores subseqüentes foram introduzidas
            Outra excursão é realizada no Estado do            por Oliveira (1912), que definiu da base para o
   Paraná no ano de 1877. Desta vez o próprio                  topo a seguinte subdivisão litoestratigráfica: “grés
   Orville Derby visita as localidades fossilíferas do         de Furnas”, “schisto de Ponta Grossa” e “grés de
   Município de Ponta Grossa, descobertas no ano               Tibagy”. Uma quarta unidade devoniana foi
   anterior por Luthero Wagoner. O relatório desta             acrescentada no topo desta seção por Maack
   excursão noticia a presença de espécies de                  (1947), e foi denominada           “Folhelhos São
   moluscos, braquiópodes e equinodermas muito                 Domingos”.
   semelhantes e provavelmente idênticas às já                          Como já referido, a formalização das
   identificadas do Devoniano do Estado do                     unidades devonianas paranaenses acontece com
   Amazonas. Estes fósseis fazem parte dos                     Petri (1948), onde foram propostas as
   primeiros registros genéricos do Estado do Paraná.          denominações “Formação Furnas e Formação
            No ano de 1878, Orville A. Derby                   Ponta Grossa”, para designar a base e o topo da
   publica a primeira notícia de caráter                       seqüência, respectivamente.
   eminentemente científico sobre a existência de



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I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL


          No ano de 1954, vários trabalhos tratam            perspectiva da Tafonomia e da Estratigrafia de
da geologia e paleontologia devonianas da Bacia              Sequências. Na Formação Ponta Grossa a
do Paraná. Entre eles destacam-se o de Caster                Tafonomia vem sendo utilizada como ferramenta
(1954), Almeida (1954), Sommer (1954) e                      de análise com uma freqüência cada vez maior.
Bigarella (1954). Lange (1954) publica um                    Pode-se tomar como início da aplicação desse
detalhado histórico das pesquisas até aquele ano e           ramo da Paleontologia nesta formação, a
Lange e Petri (1967) propõem uma divisão                     dissertação de Ciguel (1989), que aborda o grau
tripartite para os sedimentitos da Formação Ponta            de achatamento de espécimens de Tentaculites,
Grossa, constituída a partir da base pelos                   característica importante em um trabalho que se
membros Jaguariaíva, Tibagi e São Domingos. A                utilize de caracteres taxonômicos, uma vez que
partir daí, a nomenclatura estratigráfica do                 estes podem apresentar-se tendenciados (Simões,
Devoniano da Bacia do Paraná é marcada por                   2003). Bolzon & Bogo (1996) e Azevedo (1996)
intensa discussão. Bergamaschi (1999) observa                publicam trabalhos com referências à tafonômica
que nas antigas referências da pesquisa sobre o              de crinoides e ostracodas. Mas foi somente a partir
Devoniano da Bacia do Paraná, ou seja, aquelas               do final da década de 1990 que trabalhos de cunho
anteriores à década de 1960, o enfoque principal             estritamente tafonômicos começaram a surgir na
das análises é essencialmente descritivo segundo             literatura. Nunes (1999) tece monografia de
uma visão generalizada. A partir daí surgem                  conclusão de curso utilizando-se da tafonomia dos
trabalhos que procuram abordar os aspectos                   Lingulídeos do Membro Jaguariaíva, analisando-
genéticos das rochas devonianas.                             os sob os seguintes aspectos: modo de ocorrência,
          Sobre      os    trabalhos    de    cunho          qualidade de preservação, tipo de preservação e
paleontológico observa-se que a partir e em                  distribuição vertical e horizontal dos padrões de
exceção ao trabalho de Clarke (1913), até meados             preservação. Simões et al. (2000b) publica o
da década de 1950, foram raros os trabalhos que              primeiro artigo que tem como tema a tafonomia
se preocuparam com aspectos paleoecológicos, a               de conularídeos da Formação Ponta Grossa. Neste
grande maioria ocupou-se da taxonomia dos                    trabalho os autores retratam o modo incomum de
fósseis, em revisão aos trabalhos precedentes                preservação deste (até então) pouco compreendido
(Bosetti, 2004).                                             grupo fóssil, indicando a presença de três modos
          Foi preciso pouco menos de meio século             típicos de ocorrência de tais animais, inferindo,
em relação ao trabalho de Clarke (1913) para que             com estes dados, o hábito de vida do grupo, graus
Boucot e Gill (1956), ao estabelecerem uma                   de bioturbação do substrato associado e
diferenciação genérica de um fóssil abundante e              interpretando também a fácies de ocorrência de
hoje reconhecidamente característico da fauna                tais animais.
devoniana austral, o braquiópode Australocoelia                        Rodrigues et al. (2001) trabalham com a
tourtelloti, iniciassem o que se poderia denominar           ocorrência de acumulações de Tentaculita na
de uma "época moderna das pesquisas". Esta                   seção Jaguariaíva. Os autores observaram a
época culminou com a introdução de um conceito               ocorrência destes animais alinhados de formas
quantitativo do problema do provincialismo                   diametralmente opostas, e atribuíram tal fato à
faunístico dos mares devonianos do Hemisfério                remobilização dos bioclastos associada ao
Sul. O termo “Província Malvinocáfrica” passou a             movimento orbital de ondas; o modo de
ser constante na bibliografia, aceito por alguns             ocorrência, as classes de tamanho, o tipo de
autores e muito discutido por outros. O termo                fossilização e o grau de empacotamento dos
define um isolamento geográfico para esta fauna              bioclastos também foram analisados. Rodrigues et
marinha, e é embasado em caracteres                          al. (2003) publicam artigo relacionado à
morfológicos e genéticos (Melo, 1985).                       dissertação de mestrado da primeira autora, no
          No atual estágio do conhecimento sobre o           qual aplicam tafonomia de alta resolução para os
Devoniano sul-brasileiro, observa-se uma                     Conulatae da Formação Ponta Grossa e
tendência      à     reavaliação    dos    conceitos         identificam três classes tafonômicas. Simões et al.
anteriormente propostos, bem como a re-                      (2003) tratam sobre a ocorrência de taphotaxa e
investigação dos jazigos fossilíferos sob a                  de artefatos tafonômicos (taphonomic taxa e
                                                       355
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL


taphonomic artifacts) na utilização de caracteres                      2 A Formação Ponta Grossa – Fácies e
biométricos e outros nas diagnoses de espécies               Fósseis
fósseis, utilizando como exemplo os Conulatae da
Formação Ponta Grossa.                                       A Formação Ponta Grossa sobrepõe-se à
          Bosetti (2004), aplica a tafonomia de alta         Formação Furnas (fig 1) e é constituída por uma
resolução na fácies de offshore da região de Ponta           superposição de folhelhos, folhelhos sílticos,
Grossa, utilizando-se de metodologia específica              arenitos e siltitos cinza escuros a negros,
de coleta, e analisando o controle da ocorrência             localmente carbonosos, fossilíferos, micáceos.
dos bioclastos pelas superfícies estratigráficas.                     Quando      alterada    apresenta   cores
Como resultados demonstra a presença de tal                  variegadas, predominando as colorações amarela,
controle, e fornece exemplos de tendenciamentos              aroxeada e castanha. A estrutura sedimentar
tafonômicos.                                                 predominante é a laminação plano-paralela. Em
          Ghilardi (2004) trabalha com a tafonomia           certos intervalos observam-se estratificações do
e a paleoecologia dos macroinvertebrados, dando              tipo hummocky cross stratification de pequeno
ênfase aos trilobitas da Formação Ponta Grossa.              porte, laminação flazer, marcas onduladas,
Também implementa metodologia de coleta                      bioturbação e estruturas de escorregamento. A sua
inovadora, utilizando-se de até 60 tipos diferentes          espessura maior é numa seção de 654 m de rochas
de informações acerca de cada fóssil encontrado.             que vão do Lockoviano ao Frasniano. Assine
Reconhece duas classes tafonômicas principais                (1996) atesta o paleoambiente plataformal
para os trilobites (articulados e desarticulados) e          marinho para grande parte da formação.
explica a gênese de tais classes, associando-as às                    Apesar da subdivisão tripartite proposta
fácies nas quais são encontradas.                            por Lange e Petri (1967) ser ainda amplamente
          Rodrigues et al. (2006) analisam                   utilizada, Northfleet et al. (1969) e Schneider et
conulários da Formação Ponta Grossa sob o ponto              al. (1974), ao trabalharem com a estratigrafia do
de vista paleobiológico; analisando o modo de                devoniano paranaense embasada em dados de
ocorrência dos fósseis para se determinar se                 subsuperfície utilizam a designação “Grupo
possuíam hábito gregário ou se formavam                      Paraná”, englobando as formações Furnas e Ponta
colônias. E finalmente Zabini (2007) efetua                  Grossa sem mencionarem membros ou fácies,
análise tafonômica básica dos lingulídeos da                 tratando-as como indivisas.
Formação Ponta Grossa.




                                                       356
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL




         Seguindo os novos conceitos da                   seis seqüências deposicionais definidas da base
Estratigrafia de Seqüências e apoiando-se em              para o topo pelas letras A, B, C, D, E e F, sendo as
dados mais reveladores, principalmente de                 cinco últimas correlatas à Formação Ponta Grossa.
subsuperfície, destacam-se os trabalhos de Assine                  A fauna fóssil na sucessão é composta
(1996, 2001) e Bergamaschi (1999). Assine                 por braquiópodes, trilobitas, equinodermas,
(1996), resume as seqüências devonianas da Bacia          celenterados,       pelecípodes,       gastrópodes,
do Paraná correlacionando-as em parte com as              cricoconarídeos, ostracodes, caliptoptomatídeos,
unidades litoestratigráficas na seguinte ordem da         anelídeos e traços fósseis, com predominância dos
base para o topo: Seqüência Lochkoviana;                  braquiópodes e faz parte do domínio
Seqüência      Praguiana-Eifeliana;     Seqüência         paleogeográfico definido como Província
Eifeliana-Frasniana . Bergamaschi (1999)                  Malvinocáfrica. Os invertebrados marinhos
identificou para a sucessão devoniana paranaense          devonianos da Bacia do Paraná, tomados em seu
                                                    357
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL


conjunto, distinguiram-se essencialmente por               uma intensa fase de análises descritivas e
incluir gêneros distintivos de braquiópodes,               classificatórios que refletiram as tendências da
trilobitas e moluscos bivalves que são                     História Natural daquela época. Posteriormente,
desconhecidos ou mal representados nos                     entre as décadas de 1940 e 1980, uma segunda
conjuntos faunísticos de mesma idade do                    fase de estudos é promovida. Neste ciclo se
Hemisfério Norte e Oceania. Em oposição às                 buscou por respostas e questionamentos de caráter
entidades zoogeográficas contemporâneas que                interpretativo onde foram abordados temas e
dominavam essas regiões de águas mais                      proposições de modelos envolvendo a autoctonia
aquecidas,      a     Província     Malvinocáfrica         ou aloctonia dos fósseis, seu aparente endemismo
caracterizou-se por apresentar uma baixa                   e suas relações com outras bacias sedimentares
diversidade, em que relativamente poucos taxa              contemporâneas. Nesta época os estudos também
seriam bem representados por numerosos                     sofreram avanços na área de Sedimentologia e
indivíduos com ampla dispersão regional.                   Estratigrafia, e a Paleogeografia do período
          Esta fauna peculiar habitou regiões de           começou então a ser desvendada. No atual estágio
águas plataformais, provavelmente frias, que               do conhecimento sobre o Devoniano sul-
então ocupavam porções do atual território                 brasileiro, observa-se uma tendência à reavaliação
brasileiro (Paraná, São Paulo, Goiás e Mato                dos conceitos, bem como à re-investigação dos
Grosso) e ainda o sul do Peru, Bolívia, Paraguai,          jazigos fossilíferos sob a perspectiva da
Uruguai, Argentina, Ilhas Falklands, Antártica e           Tafonomia e da Estratigrafia de Sequências.
África do Sul.
             O Eodevoniano e, até certo ponto,
também o Mesodevoniano foram tempos de                                Referências Bibliográficas
acentuado endemismo ecológico, principalmente
para certos grupos de invertebrados marinhos que,      Assine, M. L. (1996). Aspectos da estratigrafia das
como os trilobitas e os braquiópodes, habitaram os        seqüências pré-carboníferas da Bacia do Paraná
mares rasos epiplataformais de então (Melo,               no Brasil. São Paulo, 206 f. Tese de
1985). O grau de distinção inter-regional, segundo        Doutoramento. USP/SP.
o autor, em termos genéricos, observados entre         Assine, M. L. (2001). O ciclco Devoniano na Bacia
representantes contemporâneos daqueles grupos            do Paraná e correlação com outras Bacias
de organismos marinhos no lapso geocronológico           Gondwânicas. In: J. H. G. Melo e G. J. S. Terra
supracitado foi, no seu conjunto, suficientemente        (eds.). Correlações de Seqüências Paleozóicas
elevado para permitir a definição de entidades           Sul-Americanas. Ciência Técnica Petróleo. Seção
paleozoogeográficas apreciavelmente distintas            Exploração de Petróleo. 20:55.
entre si, numa escala mundial, embora jamais           Azevedo, I. (1996). Considerações tafonômicas sobre
implicando isolamento completo entre as diversas         os ostracodes da Formação Ponta Grossa
faunas endêmicas.                                        (Devoniano). In: Simpósio Sul Americano do
             A despeito destas considerações, as         Siluro-Devoniano – Paleontologia e Estratigrafia.
regiões dominadas por faunas malvinocáfricas não         Ponta Grossa/PR, 4 p., fig. 1. Anais...
foram imunes à penetração de representantes            Bergamaschi, S. (1999). Análise estratigráfica do
provenientes (via migração secular) de stocks            Siluro-Devoniano (Formações Furnas e Ponta
boreais, isto ocorrendo mesmo entre os grupos-           Grossa) da sub-bacia de Apucarana, Bacia do
chave de trilobitas e braquiópodes.                      Paraná, Brasil. São Paulo, 167 f. Tese de
                                                         Doutoramento. USP/SP.
           Considerações Finais                        Bigarella, J. J. (1954). Esboço da geologia e
                                                         paleogeografia do Estado do Paraná. Instituto de
São identificadas três fases na evolução do              Biologia e Pesquisas Tecnológicas. Paraná, 29, 34
conhecimento sobre o Devoniano do Estado do              p.
Paraná. A primeira, representada pela fase de          Bolzon, R. T. e Bogo, M. (1996). Tafonomia dos
trabalhos pioneiros, inicia-se entre o final do          Crinoidea da Formação Ponta Grossa, Estado do
século XIX e início do século XX. É caracterizada        Paraná – Análise Preliminar. In: Simpósio Sul
                                                     358
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
  III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL


  Americano do Siluro Devoniano – Estratigrafia e          Melo, J. H. G. (1985). A Província Malvinocáfrica
  Paleontologia. Ponta Grossa/PR, p.6, fig.1.                no Devoniano do Brasil. Rio de Janeiro, 467 f.
  Anais...                                                   Dissertação de mestrado. Ciências. Universidade
Bosetti, E. P. (2004). Tafonomia de alta resolução           Federal do Rio de Janeiro, Instituto de
  das fácies de offshore da                  sucessão        Geociências, v.1 880p., v. 2, v.3 182 fig.
  devoniana da Bacia do Paraná, Brasil.                    Northfleet, A. A.; Medeiros, R. A. e Mullmann, H.
  Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio             (1969). Reavaliação dos dados geológicos da
  Grande do Sul, Tese de Doutorado, 152p.                    Bacia do Paraná. Boletim Técnico da Petrobrás.
Boucot, A. J. e Gill, E. D. (1956). Australocoelia, a        Rio de Janeiro, (12) (3): 291-346.
  new Lower Devonian Brachiopod from South                 Nunes, J. R. da S. (1999). Análise tafonômica dos
  Africa, South America and Australia. Journal of            braquiópodes inarticulados (Lingulida) do
  Paleontology. Menasha, 30 (5): 1173-8, est. 126,           Membro Jaguariaíva, Formação Ponta Grossa
  Sep.                                                       (Devoniano) e suas implicações paleoambientais.
Caster, K. E. (1954). A new carpoid echinoderm               1999, 60 f. Monografia (Graduação) – Instituto
  from the Parana Devonian. Anais da Academia                de Biociências, Curso de Ciências Biológicas,
  Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro, 26 (1):            Universidade Estadual de São Paulo, Botucatu.
  123-47, est. 1-3, Jan.                                   Oliveira, E. P. (1912). O terreno Devoneano do sul
Clarke, J. M. (1890). As trilobitas do gréz de Erere e       do Brasil. Annaes da Escola de Minas de Ouro
  Maecuru, Estado do Pará, Brazil. Archivos do               Preto. Ouro Preto, 14: 31-41.
  Museu Nacional, Rio de Janeiro, 9: 1-58, est. 1,2.       Petri, S. (1948). Contribuição ao estudo do
Clarke, J. M. (1913). Fósseis Devonianos do Paraná.          Devoniano paranaense. Boletim da Divisão de
  Monographias do Serviço Geológico e                        Geologia e Mineralogia. Rio de Janeiro, 129,
  Mineralógico do Brasil. Rio de Janeiro, f: 1-353,          125p. foto 1-5, 1 mapa.
  pl. 1-27.                                                Rodrigues, M. A.; Soares, H. L. A.; Bergamaschi, S.
Ciguel, J. H. G. (1989). Bioestratigrafia dos                (2001). Horizontes de mortalidade em massa de
  Tentaculitoidea no flanco oriental da Bacia do             Tentaculida na Formação Ponta Grossa
  Paraná e sua ocorrência na América do Sul. São             (Devoniano, Bacia do Paraná, Brasil). Ciência-
  Paulo, 233 f. Dissertação de Mestrado. USP/SP.             Técnica-Petróleo. Seção exploração de petróleo.
Ghilardi, R. P. (2004). Tafonomia comparada e                Rio de Janeiro: vol. 20, pág. 73-80.
  paleoecologia dos macroinvertebrados         (ênfase     Rodrigues, S. C.; Simões, M. G.; Leme, J. de M.
  em trilobites), da Formação Ponta Grossa                   (2003). Tafonomia Comparada dos Conulatae
  (Devoniano, Sub-bacia Apucarana), Estado do                (Cnidaria), Formação Ponta Grossa (Devoniano),
  Paraná, Brasil. 2004, 113 f. Tese de Doutorado.            Bacia do Paraná. Revista Brasileira de
  Instituto de Geociências, Curso de Pós-Graduação           Geociências. Brasília: vol. 33, nº 3, pág. 1-10.
  em Geologia Sedimentar, Universidade de São              Rodrigues, S. C.; Leme, J. de M.; Simões, M. G.
  Paulo, São Paulo.                                          (2006).Significado         paleobiológico        de
Kozlowski, R. (1913). Fósiles Dévoniens de l’état de         agrupamentos (coloniais/gregários) de Conularia
  Paraná (Brésil). Annales de Paleontologie, Paris, 8        quichua Ulrich 1890 (Cnidaria), Formação Ponta
  (3): 1-19, est. 1-3.                                       Grossa, Devoniano (Pragiano-Emsiano), Bacia do
Lange, F. W. (1954). Paleontologia do Paraná. In:            Paraná, Brasil. Ameghiniana. Argentina: vol. 43,
  Paleontologia do Paraná,                                   nº 2, pág. 273-284.
    Curitiba. Comissão de Comemoração do                   Schneider, R. L.; Muhlmann, H.; Mommasi, E.;
       Centenário do Paraná, dez., p. 1-105.                 Medeiros, R. A.; Daemon, R. F. e Nogueira, A. A.
Lange, F. W. e Petri, S. (1967). The devonian of             (1974). Revisão estratigráfica da Bacia do Paraná.
  Paraná      Basin.     Boletim     Paranaense     de       in: Congresso brasileiro de Geologia, 28, Porto
  Geociências. Curitiba, 21:22 – 5-55, fig. 1-5.             Alegre, v.1, p. 41-65. Sociedade Brasileira de
Maack, R. (1947). Breves notícias sobre a geologia           Geologia. Anais...
  dos Estados do Paraná e Santa Catarina. Arquivos         Simões, M. G.; MELLO, L. H. C.; RODRIGUES, S.
  de Biologia e Tecnologia. Curitiba, 2: 63-154, est.        C.; LEME, J. DE M.; MARQUES, A. C.(2000)
  13-73, fig.1, tab. 1,2, anexo 1-4.                         Conulariid      taphonomy      as     a    tool  in
                                                         359
I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA
  III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL


  paleoenvironmental analysis. Revista Brasileira          Taphonomic Artifacts. Journal of Taphonomy.
  de Geociências. Brasília: vol. 30, nº 4, pág. 757-       Espanha: vol. 1, nº 3, pág. 165-186.
  762. 2000b.                                            Sommer, F. W. (1954). Contribuição à
Simões, M. G.; Rodrigues, S. C.; Leme, J. de M.;           paleofitografia do Paraná. In: Paleontologia do
  Van Iten, H. (2003). Some Middle Paleozoic               Paraná. Volume comemorativo do 1O Centenário
  Conulariids (Cnidaria) as Possible Examples of           do Estado do Paraná.




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Bosetti et. al. 2007

  • 1. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL FORMAÇÃO PONTA GROSSA : HISTÓRIA, FÁCIES E FÓSSEIS PONTA GROSSA FORMATION: HISTORY, FACIES AND FOSSILS ELVIO P. BOSETTI Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia, Departamento de Geociências, Universidade Estadual de Ponta Grossa. R: Otaviano Macedo Ribas, nº 164, Bairro Boa Vista, CEP 84070 540, Ponta Grossa, Paraná. <epbosetti@terra.com.br> DRIELLI PEYERL Universidade Estadual de Ponta Grossa, Departamento de História Bolsista do CNPq Praça Santos Andrade, Centro <dreiellipeyerl@yahoo.com.br> RODRIGO S. HORODYSKI Pesquisador do Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia, Departamento de Geociências, Universidade Estadual de Ponta Grossa. R: Otaviano Macedo Ribas, nº 164, Bairro Boa Vista, CEP 84070 540, Ponta Grossa, Paraná. <rodrigo.geo@gmail.com > CAROLINA ZABINI Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bolsista do CNPq <cazabini@.gmail.com> Abstract - The designation "Schistos of Ponta Grossa" was used for the first time by Euzébio Paulo de Oliveira (Oliveira, 1912), to designate the loamy layers abundantly fossiliferous of the Devonian lands close to the city of Ponta Grossa, in the Paraná State, Brazil. However, layers of sedimentary rocks containing concentrations of fossil sea invertebrate animals, were first registered in the State of Paraná, for the Geological commission of the Empire of Brazil (1875-1877), constituted by the government of Emperor D. Pedro II. There are three phases identified in the evolution of the knowledge of the Devonian of the Paraná State. The first, acted by the phase of pioneering works, begins among the end of the XIX century and beginning of the XX century. It is characterized by an intense descriptive and qualifying phase of analyses that reflected the tendencies of the Natural History of that time. Later, among the decades of 1940 and 1980, a second phase of studies is promoted. In this cycle it was looked for by answers and questions of interpretative character where themes and propositions of models were approached involving the autoctonia or aloctonia of the fossils, its apparent endemism and their relationships with other contemporary sedimentary basins. In this time the studies also suffered progress in the area of Sedimentology and Stratigraphy, and the Paleogeography of the period began then to be unmasked. In the current apprenticeship of the knowledge of south-Brazilian Devonian, a tendency is observed to the revaluation of the concepts, as well as the reverse-investigation of the fossiliferous graves under the perspective of Taphonomy and of the Stratigraphy of Sequences. Keywords - Devonian; Ponta Grossa Formation; Paraná. Resumo - A designação “Schistos de Ponta Grossa” foi usada pela primeira vez por Euzébio Paulo de Oliveira (Oliveira, 1912), para designar as camadas argilosas abundantemente fossilíferas dos terrenos devonianos próximos à cidade de Ponta Grossa, no Estado do Paraná, Brasil. No entanto camadas de rochas sedimentares, contendo concentrações de invertebrados marinhos fósseis, foram pioneiramente registradas no Estado do Paraná pela comissão Geológica do Império do Brasil (1875-1877), constituída pelo governo do Imperador D. Pedro II. São identificadas três fases na evolução do conhecimento sobre o Devoniano do Estado do Paraná. A primeira, representada pela fase de trabalhos pioneiros, inicia-se entre o final do século XIX e início do século XX. É caracterizada uma intensa fase de análises descritivas e classificatórias que refletiram as tendências da História Natural daquela época. Posteriormente, entre as décadas de 1940 e 1980, uma segunda fase de estudos é promovida. Neste ciclo se buscou por respostas e questionamentos de caráter interpretativo onde foram abordados temas e proposições de modelos envolvendo a autoctonia ou aloctonia dos fósseis, seu aparente endemismo e suas relações com outras bacias sedimentares contemporâneas. Nesta época os estudos também sofreram avanços na área de Sedimentologia e Estratigrafia, e a Paleogeografia do período começou então a ser desvendada. No atual estágio do conhecimento sobre o Devoniano sul-brasileiro, observa-se uma tendência à reavaliação dos conceitos, bem como à re- investigação dos jazigos fossilíferos sob a perspectiva da Tafonomia e da Estratigrafia de Seqüências. Palavras-chave - Devoniano; Formação Ponta Grossa; Paraná. 353
  • 2. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL Linha temática - História das Ciências da Terra rochas devonianas no sul do Brasil (Bergamaschi, 1999, p. 40) e posteriormente envia uma coleção 1 Evolução do Conhecimento de fósseis encontrados na região ao paleontólogo John Mason Clarke (1857–1925) do New York A designação “Schistos de Ponta Grossa” foi State Museum (Albany, NY). Clarke foi estudante usada pela primeira vez por Euzébio Paulo de profundo e intérprete agudo da significação da Oliveira (Oliveira, 1912), para designar as Paleontologia de invertebrados; autor de muitas camadas argilosas abundantemente fossilíferas memórias significativas, especialmente das faunas dos terrenos devonianos próximos à cidade de devonianas da Bacia de Nova Iorque; Ponta Grossa, no Estado do Paraná, Brasil. A administrador capaz e precursor dos estudos proposição formal desta unidade litoestratigráfica paleontológicos do Devoniano brasileiro. Esta como “Formação Ponta Grossa” foi efetuada por coleção retornou posteriormente ao Brasil e é a Petri (1948) e posteriormente, Lange e Petri referência paleobiológica mais completa da (1967), a subdividiram em três membros. No Formação Ponta Grossa. Encontra-se depositada entanto camadas de rochas sedimentares, na Divisão de Paleontologia do Departamento contendo concentrações de invertebrados Nacional de Produção Mineral (DNPM) na cidade marinhos fósseis, foram pioneiramente registradas do Rio de Janeiro. no Estado do Paraná pela comissão Geológica do Os trabalhos básicos mais importantes Império do Brasil (1875-1877), constituída pelo desta fase inicial são representados pelas governo do Imperador D. Pedro II. publicações de Orville A. Derby, em 1879 e 1883; Coordenada pelo geólogo canadense Josef v. Siemiradski, em 1898; I. C. White, em Charles Friederich Hartt, a comissão iniciou seus 1908; J. B. Woodworth, em 1912, e pelas notas trabalhos em 1875 e o planejamento preliminar paleontológicas de E. Kayser, em 1900. Clarke enfocou o estudo da Geologia, da Paleontologia e (1890) descreve o trilobita Dalmanites das minas do Império. Como assistentes imediatos gonzaganus, que, embora tenha sido revisado foram designados ainda os geólogos norte- mais tarde pelo próprio autor, foi o primeiro fóssil americanos Orville A. Derby, Richard Rathbun, especificamente identificado para o Estado do John Casper Branner e Herbert Smith. Além Paraná (Lange, 1954). destes, os exploradores Elias Pacheco Jordão, Clarke (1913) publica a monografia que Luthero Wagoner, Francisco de Freitas e Marc se tornaria a obra clássica das descrições Ferrez fizeram parte da equipe atuando paleontológicas do Devoniano da Bacia do Paraná diretamente nos trabalhos de campo (cf. Lange, (Fósseis Devonianos do Estado do Paraná). No 1954). No ano seguinte Charles F. Hartt, então mesmo ano é publicada outra obra de grande empenhado no reconhecimento da bacia importância para a paleontologia do devoniano carbonífera do Estado de Santa Catarina encarrega paranaense. Trata-se do trabalho de Roman o auxiliar Luthero Wagoner de percorrer parte do Kozlowski (1913), que foi efetivado em Estado do Paraná. Durante esta excursão, concomitância ao trabalho de Clarke, porém foi Wagoner investiga a região de Ponta Grossa e publicado posteriormente e por esse motivo não encontra alguns fragmentos fósseis, que foram obteve a prioridade dos termos. identificados posteriormente por Orville A. Derby As denominações geológicas que viriam e Richard Rathbun como sendo de provável idade a ser consagradas pelo uso por grande parte dos devoniana. pesquisadores subseqüentes foram introduzidas Outra excursão é realizada no Estado do por Oliveira (1912), que definiu da base para o Paraná no ano de 1877. Desta vez o próprio topo a seguinte subdivisão litoestratigráfica: “grés Orville Derby visita as localidades fossilíferas do de Furnas”, “schisto de Ponta Grossa” e “grés de Município de Ponta Grossa, descobertas no ano Tibagy”. Uma quarta unidade devoniana foi anterior por Luthero Wagoner. O relatório desta acrescentada no topo desta seção por Maack excursão noticia a presença de espécies de (1947), e foi denominada “Folhelhos São moluscos, braquiópodes e equinodermas muito Domingos”. semelhantes e provavelmente idênticas às já Como já referido, a formalização das identificadas do Devoniano do Estado do unidades devonianas paranaenses acontece com Amazonas. Estes fósseis fazem parte dos Petri (1948), onde foram propostas as primeiros registros genéricos do Estado do Paraná. denominações “Formação Furnas e Formação No ano de 1878, Orville A. Derby Ponta Grossa”, para designar a base e o topo da publica a primeira notícia de caráter seqüência, respectivamente. eminentemente científico sobre a existência de 354
  • 3. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL No ano de 1954, vários trabalhos tratam perspectiva da Tafonomia e da Estratigrafia de da geologia e paleontologia devonianas da Bacia Sequências. Na Formação Ponta Grossa a do Paraná. Entre eles destacam-se o de Caster Tafonomia vem sendo utilizada como ferramenta (1954), Almeida (1954), Sommer (1954) e de análise com uma freqüência cada vez maior. Bigarella (1954). Lange (1954) publica um Pode-se tomar como início da aplicação desse detalhado histórico das pesquisas até aquele ano e ramo da Paleontologia nesta formação, a Lange e Petri (1967) propõem uma divisão dissertação de Ciguel (1989), que aborda o grau tripartite para os sedimentitos da Formação Ponta de achatamento de espécimens de Tentaculites, Grossa, constituída a partir da base pelos característica importante em um trabalho que se membros Jaguariaíva, Tibagi e São Domingos. A utilize de caracteres taxonômicos, uma vez que partir daí, a nomenclatura estratigráfica do estes podem apresentar-se tendenciados (Simões, Devoniano da Bacia do Paraná é marcada por 2003). Bolzon & Bogo (1996) e Azevedo (1996) intensa discussão. Bergamaschi (1999) observa publicam trabalhos com referências à tafonômica que nas antigas referências da pesquisa sobre o de crinoides e ostracodas. Mas foi somente a partir Devoniano da Bacia do Paraná, ou seja, aquelas do final da década de 1990 que trabalhos de cunho anteriores à década de 1960, o enfoque principal estritamente tafonômicos começaram a surgir na das análises é essencialmente descritivo segundo literatura. Nunes (1999) tece monografia de uma visão generalizada. A partir daí surgem conclusão de curso utilizando-se da tafonomia dos trabalhos que procuram abordar os aspectos Lingulídeos do Membro Jaguariaíva, analisando- genéticos das rochas devonianas. os sob os seguintes aspectos: modo de ocorrência, Sobre os trabalhos de cunho qualidade de preservação, tipo de preservação e paleontológico observa-se que a partir e em distribuição vertical e horizontal dos padrões de exceção ao trabalho de Clarke (1913), até meados preservação. Simões et al. (2000b) publica o da década de 1950, foram raros os trabalhos que primeiro artigo que tem como tema a tafonomia se preocuparam com aspectos paleoecológicos, a de conularídeos da Formação Ponta Grossa. Neste grande maioria ocupou-se da taxonomia dos trabalho os autores retratam o modo incomum de fósseis, em revisão aos trabalhos precedentes preservação deste (até então) pouco compreendido (Bosetti, 2004). grupo fóssil, indicando a presença de três modos Foi preciso pouco menos de meio século típicos de ocorrência de tais animais, inferindo, em relação ao trabalho de Clarke (1913) para que com estes dados, o hábito de vida do grupo, graus Boucot e Gill (1956), ao estabelecerem uma de bioturbação do substrato associado e diferenciação genérica de um fóssil abundante e interpretando também a fácies de ocorrência de hoje reconhecidamente característico da fauna tais animais. devoniana austral, o braquiópode Australocoelia Rodrigues et al. (2001) trabalham com a tourtelloti, iniciassem o que se poderia denominar ocorrência de acumulações de Tentaculita na de uma "época moderna das pesquisas". Esta seção Jaguariaíva. Os autores observaram a época culminou com a introdução de um conceito ocorrência destes animais alinhados de formas quantitativo do problema do provincialismo diametralmente opostas, e atribuíram tal fato à faunístico dos mares devonianos do Hemisfério remobilização dos bioclastos associada ao Sul. O termo “Província Malvinocáfrica” passou a movimento orbital de ondas; o modo de ser constante na bibliografia, aceito por alguns ocorrência, as classes de tamanho, o tipo de autores e muito discutido por outros. O termo fossilização e o grau de empacotamento dos define um isolamento geográfico para esta fauna bioclastos também foram analisados. Rodrigues et marinha, e é embasado em caracteres al. (2003) publicam artigo relacionado à morfológicos e genéticos (Melo, 1985). dissertação de mestrado da primeira autora, no No atual estágio do conhecimento sobre o qual aplicam tafonomia de alta resolução para os Devoniano sul-brasileiro, observa-se uma Conulatae da Formação Ponta Grossa e tendência à reavaliação dos conceitos identificam três classes tafonômicas. Simões et al. anteriormente propostos, bem como a re- (2003) tratam sobre a ocorrência de taphotaxa e investigação dos jazigos fossilíferos sob a de artefatos tafonômicos (taphonomic taxa e 355
  • 4. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL taphonomic artifacts) na utilização de caracteres 2 A Formação Ponta Grossa – Fácies e biométricos e outros nas diagnoses de espécies Fósseis fósseis, utilizando como exemplo os Conulatae da Formação Ponta Grossa. A Formação Ponta Grossa sobrepõe-se à Bosetti (2004), aplica a tafonomia de alta Formação Furnas (fig 1) e é constituída por uma resolução na fácies de offshore da região de Ponta superposição de folhelhos, folhelhos sílticos, Grossa, utilizando-se de metodologia específica arenitos e siltitos cinza escuros a negros, de coleta, e analisando o controle da ocorrência localmente carbonosos, fossilíferos, micáceos. dos bioclastos pelas superfícies estratigráficas. Quando alterada apresenta cores Como resultados demonstra a presença de tal variegadas, predominando as colorações amarela, controle, e fornece exemplos de tendenciamentos aroxeada e castanha. A estrutura sedimentar tafonômicos. predominante é a laminação plano-paralela. Em Ghilardi (2004) trabalha com a tafonomia certos intervalos observam-se estratificações do e a paleoecologia dos macroinvertebrados, dando tipo hummocky cross stratification de pequeno ênfase aos trilobitas da Formação Ponta Grossa. porte, laminação flazer, marcas onduladas, Também implementa metodologia de coleta bioturbação e estruturas de escorregamento. A sua inovadora, utilizando-se de até 60 tipos diferentes espessura maior é numa seção de 654 m de rochas de informações acerca de cada fóssil encontrado. que vão do Lockoviano ao Frasniano. Assine Reconhece duas classes tafonômicas principais (1996) atesta o paleoambiente plataformal para os trilobites (articulados e desarticulados) e marinho para grande parte da formação. explica a gênese de tais classes, associando-as às Apesar da subdivisão tripartite proposta fácies nas quais são encontradas. por Lange e Petri (1967) ser ainda amplamente Rodrigues et al. (2006) analisam utilizada, Northfleet et al. (1969) e Schneider et conulários da Formação Ponta Grossa sob o ponto al. (1974), ao trabalharem com a estratigrafia do de vista paleobiológico; analisando o modo de devoniano paranaense embasada em dados de ocorrência dos fósseis para se determinar se subsuperfície utilizam a designação “Grupo possuíam hábito gregário ou se formavam Paraná”, englobando as formações Furnas e Ponta colônias. E finalmente Zabini (2007) efetua Grossa sem mencionarem membros ou fácies, análise tafonômica básica dos lingulídeos da tratando-as como indivisas. Formação Ponta Grossa. 356
  • 5. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL Seguindo os novos conceitos da seis seqüências deposicionais definidas da base Estratigrafia de Seqüências e apoiando-se em para o topo pelas letras A, B, C, D, E e F, sendo as dados mais reveladores, principalmente de cinco últimas correlatas à Formação Ponta Grossa. subsuperfície, destacam-se os trabalhos de Assine A fauna fóssil na sucessão é composta (1996, 2001) e Bergamaschi (1999). Assine por braquiópodes, trilobitas, equinodermas, (1996), resume as seqüências devonianas da Bacia celenterados, pelecípodes, gastrópodes, do Paraná correlacionando-as em parte com as cricoconarídeos, ostracodes, caliptoptomatídeos, unidades litoestratigráficas na seguinte ordem da anelídeos e traços fósseis, com predominância dos base para o topo: Seqüência Lochkoviana; braquiópodes e faz parte do domínio Seqüência Praguiana-Eifeliana; Seqüência paleogeográfico definido como Província Eifeliana-Frasniana . Bergamaschi (1999) Malvinocáfrica. Os invertebrados marinhos identificou para a sucessão devoniana paranaense devonianos da Bacia do Paraná, tomados em seu 357
  • 6. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL conjunto, distinguiram-se essencialmente por uma intensa fase de análises descritivas e incluir gêneros distintivos de braquiópodes, classificatórios que refletiram as tendências da trilobitas e moluscos bivalves que são História Natural daquela época. Posteriormente, desconhecidos ou mal representados nos entre as décadas de 1940 e 1980, uma segunda conjuntos faunísticos de mesma idade do fase de estudos é promovida. Neste ciclo se Hemisfério Norte e Oceania. Em oposição às buscou por respostas e questionamentos de caráter entidades zoogeográficas contemporâneas que interpretativo onde foram abordados temas e dominavam essas regiões de águas mais proposições de modelos envolvendo a autoctonia aquecidas, a Província Malvinocáfrica ou aloctonia dos fósseis, seu aparente endemismo caracterizou-se por apresentar uma baixa e suas relações com outras bacias sedimentares diversidade, em que relativamente poucos taxa contemporâneas. Nesta época os estudos também seriam bem representados por numerosos sofreram avanços na área de Sedimentologia e indivíduos com ampla dispersão regional. Estratigrafia, e a Paleogeografia do período Esta fauna peculiar habitou regiões de começou então a ser desvendada. No atual estágio águas plataformais, provavelmente frias, que do conhecimento sobre o Devoniano sul- então ocupavam porções do atual território brasileiro, observa-se uma tendência à reavaliação brasileiro (Paraná, São Paulo, Goiás e Mato dos conceitos, bem como à re-investigação dos Grosso) e ainda o sul do Peru, Bolívia, Paraguai, jazigos fossilíferos sob a perspectiva da Uruguai, Argentina, Ilhas Falklands, Antártica e Tafonomia e da Estratigrafia de Sequências. África do Sul. O Eodevoniano e, até certo ponto, também o Mesodevoniano foram tempos de Referências Bibliográficas acentuado endemismo ecológico, principalmente para certos grupos de invertebrados marinhos que, Assine, M. L. (1996). Aspectos da estratigrafia das como os trilobitas e os braquiópodes, habitaram os seqüências pré-carboníferas da Bacia do Paraná mares rasos epiplataformais de então (Melo, no Brasil. São Paulo, 206 f. Tese de 1985). O grau de distinção inter-regional, segundo Doutoramento. USP/SP. o autor, em termos genéricos, observados entre Assine, M. L. (2001). O ciclco Devoniano na Bacia representantes contemporâneos daqueles grupos do Paraná e correlação com outras Bacias de organismos marinhos no lapso geocronológico Gondwânicas. In: J. H. G. Melo e G. J. S. Terra supracitado foi, no seu conjunto, suficientemente (eds.). Correlações de Seqüências Paleozóicas elevado para permitir a definição de entidades Sul-Americanas. Ciência Técnica Petróleo. Seção paleozoogeográficas apreciavelmente distintas Exploração de Petróleo. 20:55. entre si, numa escala mundial, embora jamais Azevedo, I. (1996). Considerações tafonômicas sobre implicando isolamento completo entre as diversas os ostracodes da Formação Ponta Grossa faunas endêmicas. (Devoniano). In: Simpósio Sul Americano do A despeito destas considerações, as Siluro-Devoniano – Paleontologia e Estratigrafia. regiões dominadas por faunas malvinocáfricas não Ponta Grossa/PR, 4 p., fig. 1. Anais... foram imunes à penetração de representantes Bergamaschi, S. (1999). Análise estratigráfica do provenientes (via migração secular) de stocks Siluro-Devoniano (Formações Furnas e Ponta boreais, isto ocorrendo mesmo entre os grupos- Grossa) da sub-bacia de Apucarana, Bacia do chave de trilobitas e braquiópodes. Paraná, Brasil. São Paulo, 167 f. Tese de Doutoramento. USP/SP. Considerações Finais Bigarella, J. J. (1954). Esboço da geologia e paleogeografia do Estado do Paraná. Instituto de São identificadas três fases na evolução do Biologia e Pesquisas Tecnológicas. Paraná, 29, 34 conhecimento sobre o Devoniano do Estado do p. Paraná. A primeira, representada pela fase de Bolzon, R. T. e Bogo, M. (1996). Tafonomia dos trabalhos pioneiros, inicia-se entre o final do Crinoidea da Formação Ponta Grossa, Estado do século XIX e início do século XX. É caracterizada Paraná – Análise Preliminar. In: Simpósio Sul 358
  • 7. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL Americano do Siluro Devoniano – Estratigrafia e Melo, J. H. G. (1985). A Província Malvinocáfrica Paleontologia. Ponta Grossa/PR, p.6, fig.1. no Devoniano do Brasil. Rio de Janeiro, 467 f. Anais... Dissertação de mestrado. Ciências. Universidade Bosetti, E. P. (2004). Tafonomia de alta resolução Federal do Rio de Janeiro, Instituto de das fácies de offshore da sucessão Geociências, v.1 880p., v. 2, v.3 182 fig. devoniana da Bacia do Paraná, Brasil. Northfleet, A. A.; Medeiros, R. A. e Mullmann, H. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio (1969). Reavaliação dos dados geológicos da Grande do Sul, Tese de Doutorado, 152p. Bacia do Paraná. Boletim Técnico da Petrobrás. Boucot, A. J. e Gill, E. D. (1956). Australocoelia, a Rio de Janeiro, (12) (3): 291-346. new Lower Devonian Brachiopod from South Nunes, J. R. da S. (1999). Análise tafonômica dos Africa, South America and Australia. Journal of braquiópodes inarticulados (Lingulida) do Paleontology. Menasha, 30 (5): 1173-8, est. 126, Membro Jaguariaíva, Formação Ponta Grossa Sep. (Devoniano) e suas implicações paleoambientais. Caster, K. E. (1954). A new carpoid echinoderm 1999, 60 f. Monografia (Graduação) – Instituto from the Parana Devonian. Anais da Academia de Biociências, Curso de Ciências Biológicas, Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro, 26 (1): Universidade Estadual de São Paulo, Botucatu. 123-47, est. 1-3, Jan. Oliveira, E. P. (1912). O terreno Devoneano do sul Clarke, J. M. (1890). As trilobitas do gréz de Erere e do Brasil. Annaes da Escola de Minas de Ouro Maecuru, Estado do Pará, Brazil. Archivos do Preto. Ouro Preto, 14: 31-41. Museu Nacional, Rio de Janeiro, 9: 1-58, est. 1,2. Petri, S. (1948). Contribuição ao estudo do Clarke, J. M. (1913). Fósseis Devonianos do Paraná. Devoniano paranaense. Boletim da Divisão de Monographias do Serviço Geológico e Geologia e Mineralogia. Rio de Janeiro, 129, Mineralógico do Brasil. Rio de Janeiro, f: 1-353, 125p. foto 1-5, 1 mapa. pl. 1-27. Rodrigues, M. A.; Soares, H. L. A.; Bergamaschi, S. Ciguel, J. H. G. (1989). Bioestratigrafia dos (2001). Horizontes de mortalidade em massa de Tentaculitoidea no flanco oriental da Bacia do Tentaculida na Formação Ponta Grossa Paraná e sua ocorrência na América do Sul. São (Devoniano, Bacia do Paraná, Brasil). Ciência- Paulo, 233 f. Dissertação de Mestrado. USP/SP. Técnica-Petróleo. Seção exploração de petróleo. Ghilardi, R. P. (2004). Tafonomia comparada e Rio de Janeiro: vol. 20, pág. 73-80. paleoecologia dos macroinvertebrados (ênfase Rodrigues, S. C.; Simões, M. G.; Leme, J. de M. em trilobites), da Formação Ponta Grossa (2003). Tafonomia Comparada dos Conulatae (Devoniano, Sub-bacia Apucarana), Estado do (Cnidaria), Formação Ponta Grossa (Devoniano), Paraná, Brasil. 2004, 113 f. Tese de Doutorado. Bacia do Paraná. Revista Brasileira de Instituto de Geociências, Curso de Pós-Graduação Geociências. Brasília: vol. 33, nº 3, pág. 1-10. em Geologia Sedimentar, Universidade de São Rodrigues, S. C.; Leme, J. de M.; Simões, M. G. Paulo, São Paulo. (2006).Significado paleobiológico de Kozlowski, R. (1913). Fósiles Dévoniens de l’état de agrupamentos (coloniais/gregários) de Conularia Paraná (Brésil). Annales de Paleontologie, Paris, 8 quichua Ulrich 1890 (Cnidaria), Formação Ponta (3): 1-19, est. 1-3. Grossa, Devoniano (Pragiano-Emsiano), Bacia do Lange, F. W. (1954). Paleontologia do Paraná. In: Paraná, Brasil. Ameghiniana. Argentina: vol. 43, Paleontologia do Paraná, nº 2, pág. 273-284. Curitiba. Comissão de Comemoração do Schneider, R. L.; Muhlmann, H.; Mommasi, E.; Centenário do Paraná, dez., p. 1-105. Medeiros, R. A.; Daemon, R. F. e Nogueira, A. A. Lange, F. W. e Petri, S. (1967). The devonian of (1974). Revisão estratigráfica da Bacia do Paraná. Paraná Basin. Boletim Paranaense de in: Congresso brasileiro de Geologia, 28, Porto Geociências. Curitiba, 21:22 – 5-55, fig. 1-5. Alegre, v.1, p. 41-65. Sociedade Brasileira de Maack, R. (1947). Breves notícias sobre a geologia Geologia. Anais... dos Estados do Paraná e Santa Catarina. Arquivos Simões, M. G.; MELLO, L. H. C.; RODRIGUES, S. de Biologia e Tecnologia. Curitiba, 2: 63-154, est. C.; LEME, J. DE M.; MARQUES, A. C.(2000) 13-73, fig.1, tab. 1,2, anexo 1-4. Conulariid taphonomy as a tool in 359
  • 8. I SIMPÓSIO DE PESQUISA EM ENSINO E HISTÓRIA DE CIÊNCIAS DA TERRA III SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE GEOLOGIA NO BRASIL paleoenvironmental analysis. Revista Brasileira Taphonomic Artifacts. Journal of Taphonomy. de Geociências. Brasília: vol. 30, nº 4, pág. 757- Espanha: vol. 1, nº 3, pág. 165-186. 762. 2000b. Sommer, F. W. (1954). Contribuição à Simões, M. G.; Rodrigues, S. C.; Leme, J. de M.; paleofitografia do Paraná. In: Paleontologia do Van Iten, H. (2003). Some Middle Paleozoic Paraná. Volume comemorativo do 1O Centenário Conulariids (Cnidaria) as Possible Examples of do Estado do Paraná. 360