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Gestão das Tecnologias na Escola
     Faculdade de Educação e Psicologia

      Universidade Católica Portuguesa




            António Andrade [aandrade@porto.ucp.pt]

                         José Lagarto [jlagarto@ucp.pt]
Conteúdo 
1         Políticas e Estratégias para os Sistemas de Informação na Escola .......... 1 

     1.1      Nativos e Imigrantes Digitais – A diferente neuroplasticidade .......... 1 

     1.2      A Sociedade da Informação ................................................... 4 

     1.3      Adopção de tecnologias, inovação e mudança ............................ 7 

          1.3.1  Modelos de Adopção de Tecnologia .................................... 8 

          1.3.2  Modelos de Presença na Internet ...................................... 12 

     1.4      Fases na Adopção de Tecnologia no Ensino ............................... 14 

     1.5      Arquitectura, Urbanismo e Ecologia dos Sistemas de Informação ..... 15 

     1.6      Alguns subsistemas das Escolas ............................................. 23 

          1.6.1  Biblioteca Escolar ........................................................ 23 

          1.6.2  LMS e outros subsistemas ............................................... 26 

     1.7      Dimensão ética dos e-spaces ................................................ 27 

          1.7.1  A problemática ........................................................... 27 

          1.7.2  As Dimensões do Problema ............................................. 28 

     1.8      Gestão da Informática e da Informação ................................... 33 

2         A formação de docentes. Políticas de enquadramento. O Plano
Tecnológico da Educação .............................................................. 35 

     2.1      A formação de docentes – uma visão global .............................. 35 

     2.2      Objectivos estratégicos do PTE ............................................. 45 

     2.3      As dimensões do PTE.......................................................... 47 

     2.4      O eixo Formação .............................................................. 50 

3         As tecnologias da aprendizagem colaborativa ................................ 53 

     3.1      Dos LMS aos PLE ............................................................... 54 

     3.2      Participação online ........................................................... 62 

     3.3      Blogs, Vlogs e Micro Blogs .................................................... 66 

     ii
3.4       WebQuest ....................................................................... 67 

     3.5       Mobile Learning ................................................................ 68 

     3.6       Podcast.......................................................................... 70 

     3.7       e-Portfólio ...................................................................... 72 

     3.8       Jogos e Simuladores .......................................................... 73 

     3.9       Quadros Multimédia Interactivos ........................................... 78 

     3.10        Produção de Conteúdos .................................................... 79 

     3.11        Qualidade dos Recursos Formativos ..................................... 81 

     3.12        Repositórios.................................................................. 82 

     3.13        Avaliação do Processo...................................................... 84 

4          Interfaces comunicacionais ...................................................... 88 

     4.1       Os Media Sociais ............................................................... 88 

     4.2       Evolução dos Serviços ........................................................ 92 

     4.3       Comunicação Institucional ................................................... 96 

     4.4       O Portal da escola ............................................................ 100 

           4.4.1  Dimensões de Gestão ................................................... 102 

           4.4.2  Gestores de Conteúdo .................................................. 103 

           4.4.3  Desempenho e impacto na sociedade ................................104 

           4.4.4  Arquitecturas de Participação ........................................108 

           4.4.5  Tecnologias colaborativas de suporte aos Departamentos .......111 

     4.5       Redes Sociais .................................................................. 111 

5          As comunidades de prática e de aprendizagem.............................. 115 

     5.1       Introdução ..................................................................... 115 

     5.2       Comunidades de prática e comunidades virtuais de aprendizagem.. 116 

     5.3       Tipos de Comunidades ....................................................... 121 

     5.4       As tecnologias das COP’s ....................................................122 


     iii
5.4.1  Gestão Colaborativa de Projectos .................................... 124 

     5.5       Comunidades Virtuais de Aprendizagem..................................125 

     5.6       Formas de desenvolvimento das comunidades ..........................127 

     5.7       As práticas colaborativas nas CVA .........................................127 

     5.8       Conclusão ...................................................................... 132 

6         Segurança na Internet............................................................ 138 

     6.1       As funcionalidades ........................................................... 139 

     6.2       Os perigos na utilização da Internet ......................................147 

          6.2.1  Spam ...................................................................... 147 

          6.2.2  Vírus ....................................................................... 148 

          6.2.3  Exemplo de Vírus: ....................................................... 148 

          6.2.4  Worms ..................................................................... 149 

          6.2.5  Spyware ................................................................... 149 

          6.2.6  Phishing (“Pescar” informações dos utilizadores) .................149 

          6.2.7  Cyberbullying ............................................................ 150 

     6.3       As políticas de segurança ................................................... 151 



Ilustrações
FIG.: 1 – CAPA DA TIME EM 2006  ....................................................................................................................... 6 
                              .
FIG.: 2 – MODELO DE ADOPÇÃO DA WEB DE THOMPSON S.H. TEO E YUJUN PIAN ...................................................... 13 
FIG.: 3 ‐ ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO NO ELEARNING ....................................................................................... 15 
FIG.: 4 – A ORGANIZAÇÃO E O SEU CONTEXTO ...................................................................................................... 17 
FIG.: 5 ‐ SIGNIFICADOS ASSOCIADOS A INFORMAÇÃO (VISUAL THESAUROS V3.0) ........................................................ 17 
FIG.: 6 – CONCEITOS ASSOCIADOS A SISTEMA (VISUAL THESAUROS V3.0) ................................................................. 21 
FIG.: 7 – OS TRÊS NÍVEIS DE GESTÃO SUGERIDOS POR ANTHONY ............................................................................... 22 
FIG.: 8 – ARQUITECTURA DE SUPORTE AO SISTEMA DE GESTÃO DE UMA BIBLIOTECA .................................................... 24 
FIG.: 9 – ARQUITECTURA LÓGICA DE UMA BIBLIOTECA ........................................................................................... 25 
FIG.: 10 – VISÃO GLOBAL DO SISTEMA TECNOLÓGICO ESCOLAR ............................................................................... 26 
FIG.: 11 – ALGUMAS DAS MÚLTIPLAS RECOMENDAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DE COMPUTADORES ......................................... 31 



     iv
FIG.: 12 – ACTIVIDADES DA GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ......................................................................... 33 
FIG.: 13 – DOCUMENTOS DE ORIENTAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE DOCENTES EM COMPETÊNCIAS TIC  ............................. 50 
                                                                                   .
FIG.: 14 – INTERESSE NA PESQUISA DE “LMS” E “PLE” EM PORTUGAL ..................................................................... 56 
FIG.: 15 – TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS NA FORMAÇÃO COMBINADA (ADAPTADO DE MILNE, 2006) .................................... 57 
FIG.: 16 – INTERACÇÕES EDUCATIVAS ‐ MODELO DE ANDERSON (2004) ................................................................... 58 
FIG.: 17 – MODELO DE INTERACÇÃO NA APRENDIZAGEM ONLINE – MODELO DE ANDERSON (2004) .............................. 59 
FIG.: 18 – TIPOS DE INTERACÇÃO ....................................................................................................................... 64 
FIG.: 19 – ESTRATÉGIA DE ENSINO EM FUNÇÃO DE OBJECTIVOS (ADAPTADO DO WHITE PAPER DE ELISSA ROBINS LOTUS 
          LEARNINGSPACE EM 25 SET. 1997) .......................................................................................................... 79 
FIG.: 20 – ESTRUTURAÇÃO DE UMA UNIDADE CURRICULAR ..................................................................................... 81 
FIG.: 21 – MODELO DE KACZYNSKI, WOOD, E HARDING ......................................................................................... 85 
FIG.: 22 – VISTA PARCIAL DA VERSÃO ESTUDANTE DO QUESTIONÁRIO OLES ............................................................... 87 
FIG.: 23 – MODELO TRADICIONAL DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS (LASSWELL 1948) .................................................. 89 
FIG.: 24 – PAPÉIS DA TECNOLOGIA NOS SERVIÇOS (CRAIG E ROTH CITADOS POR FITZSIMMONS) ..................................... 93 
FIG.: 25 – GESTÃO DE WEB‐SITE ..................................................................................................................... 101 
FIG.: 26 – UM DOS SISTEMAS DE CONTROLO DE ESTATÍSTICAS FORNECIDO PELO GOOGLE ............................................ 102 
FIG.: 27 – O “CUBO” DE PETER KEEN ............................................................................................................... 103 
FIG.: 28 – ABORDAGENS NA AVALIAÇÃO DO WEB‐SITES ....................................................................................... 105 
FIG.: 29 – ESTRUTURAS TÍPICAS DO BLOGUE E DO WEB‐SITE ................................................................................. 109 
FIG.: 30 – CONCEITO DE COMUNIDADE (WWW.THINKMAP.COM)  .......................................................................... 113 
                                                    .
FIG.: 31 – DIMENSÕES CHAVE DE UMA COP (ADAPTADO DE WENGER) ................................................................... 118 
FIG.: 32 ‐ TIPOLOGIA DOS PARTICIPANTES DE UMA COMUNIDADE (WENGER)  ........................................................... 119 
                                                                 .
FIG.: 33 – AS TECNOLOGIAS DE SUPORTE ÀS COMUNIDADES DE PRÁTICA (WENGER)  .................................................. 123 
                                                                       .
FIG.: 34 ‐ ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DE UMA COP. (FONTE: WENGER (1998)) .............................................. 127 
FIG.: 35 ‐ GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES EM TRÊS FÓRUNS DE SENSIBILIZAÇÃO .................. 130 
FIG.: 36 – GESTÃO DO CORREIO ELECTRÓNICO .................................................................................................... 140 
FIG.: 37 – GESTÃO DE UM BLOG ...................................................................................................................... 142 
FIG.: 38 – PERMISSÕES DE PUBLICAÇÃO NO BLOG ............................................................................................... 142 
FIG.: 39 – REDE SOCIAL HI5 ........................................................................................................................... 143 
FIG.: 40 – CONFIGURAÇÃO DO PERFIL NO HI5 .................................................................................................... 144 
FIG.: 41 – ESPAÇO DE FÓRUM ......................................................................................................................... 145 
FIG.: 42 ‐ FÓRUM ......................................................................................................................................... 145 
FIG.: 43 – UTILIZAÇÃO DE FÓRUNS PÚBLICOS ..................................................................................................... 146 



Quadros
QUADRO 1 – OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS DO PLANO TECNOLÓGICO DA EDUCAÇÃO. ..................................................... 46 
QUADRO 2 – ESTRUTURA FUNCIONAL DO PLANO TECNOLÓGICO DA EDUCAÇÃO (FONTE PTE) ....................................... 47 


      v
QUADRO 3 – CONTEÚDOS DOS CURSOS DE FORMAÇÃO PARA O NÍVEL I (FONTE: PORTARIA 731/2009 DO MINISTRO DA 
          EDUCAÇÃO) .......................................................................................................................................... 51 
QUADRO 4 ‐ ESTRUTURA DOS CURSOS DE FORMAÇÃO PARA O NÍVEL II (FONTE: PORTARIA 731/2009 DO MINISTRO DA 
          EDUCAÇÃO) .......................................................................................................................................... 51 
QUADRO 5 – GERAÇÃO DE INTERNET E COMO SE APRENDE (ADAPTADO DE ANDERSON 2004) ....................................... 61 
QUADRO 6 – MATRIZ DE EFICIÊNCIA E DE EFICÁCIA RELATIVA A PARTICIPAÇÃO ONLINE ................................................. 65 
QUADRO 7 – NÍVEIS DO MODELO DE KIRKPATRICK ................................................................................................ 84 
QUADRO 8 – ADAPTAÇÃO DO MODELO DE KACZYNSKI, WOOD, E HARDING ............................................................... 86 
QUADRO 9 – EXEMPLOS DE SERVIÇOS COM MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA  ....................................................................... 95 
                                                        .
QUADRO 10 – OS SERVIÇOS MEDIADOS E O TRADICIONAL ....................................................................................... 95 
QUADRO 11 – EQUILÍBRIO DAS FORMAS COMUNICACIONAIS (SEGUINDO A ÓPTICA DE LEVINSON) ................................. 100 
QUADRO 12 – GESTORES DE CONTEÚDOS  ......................................................................................................... 104 
                                 .
QUADRO 13 – PRINCIPAIS FACTORES DE AVALIAÇÃO DE SÍTIOS EDUCATIVOS (ANA AMÉLIA 2006) ................................ 107 
QUADRO 14 – APLICAÇÕES PARA APOIO À GESTÃO DE PROJECTOS ......................................................................... 125 
QUADRO 15 – CRIAR E DESENVOLVER COMUNIDADES (FONTE JOSÉ CLÁUDIO TERRA) ................................................ 135 
QUADRO 16 – ATITUDES TÉCNICAS DE SEGURANÇA PARA UTILIZAÇÃO DA INTERNET. (FONTE:“GUIA PARA A SEGURANÇA NA 
          INTERNET” ) ........................................................................................................................................ 152 
QUADRO 17 – ATITUDES COMPORTAMENTAIS DE SEGURANÇA PARA A UTILIZAÇÃO DA INTERNET. (FONTE:“GUIA PARA A 
          SEGURANÇA NA INTERNET” ) ..................................................................................................................  54 
                                                                                                                                                     1




     vi
Quando uma coisa é nova, as pessoas dizem: “Não é
                                           verdade!”
   Mais tarde, quando a sua verdade se torna evidente,
                           dizem: “Não é importante!”
Por fim, quando a sua importância não pode ser negada
            dizem: “de qualquer modo, já não é novo!”
                              Adaptado de William James
Cap. I – Sistema de Informação




I have been impressed with the urgency of doing. Knowing is not
enough; we must apply. Being willing is not enough; we must do.

                                         Leonardo da Vinci (1452-1519)




1 Políticas  e  Estratégias  para  os  Sistemas  de  Informação  na 
   Escola 

1.1 Nativos e Imigrantes Digitais – A diferente neuroplasticidade 

Os jovens de hoje representam uma profunda mudança que é uma clara
descontinuidade face aos padrões geracionais evolutivos, mais conhecidos e
sistematicamente verificados até há poucos anos, no plano da educação e da
formação. O sistema de ensino parece não estar preparado para trabalhar
com eles e com a sua diferente forma de processar informação!

Um adolescente de hoje terá passado cerca de 5000 horas a ler livros e 10000
horas a jogar no computador ou em consolas, 10000 horas a usar telemóvel e
20000 horas a ver televisão. Um adolescente terá enviado e recebido 200000




    1
Cap. I – Sistemas de Informação

e-mails e SMS e visto 500000 filmes publicitários, enquanto manipula um leitor
de MP3 ou um telemóvel (Prensky, 2001) 1.

Esta realidade torna-os nativos digitais na expressão do citado Marc Prensky
que considera os docentes imigrantes no universo digital. Imigrantes nem
sempre adaptados e integrados. Os casos de maior inadaptação (docentes ou
não) verificam-se pelo facto de imprimirem e-mails para ler, ou alguém os
imprime por si, não redigem directamente no computador, não lêem em
formato digital, não enviam o endereço de um site, mas convidam a ir ao
gabinete, ou ao seu computador para ver e analisar o conteúdo. Os mais
adaptados usam ainda, por vezes, uma linguagem da era pré-digital e uma
atitude pedagógica que não tira partido do novo meio, tendo como inevitável
e infeliz efeito motivar os estudantes a desligar do contexto estático que
muitas vezes se abate quando entram na sala de aula.

A investigação em neurobiologia vai dando indicações, ainda segundo Marc
Prensky, da neuroplasticidade do cérebro que se manifesta na constante
capacidade de auto reorganização em função dos inputs recebidos. Este
princípio é consensualmente aceite quando falamos, por exemplo, das
capacidades complementares, ou alternativas, desenvolvidas pelos artistas ou
pelos cegos. Face a esta constatação Ken Robinson afirma que as escolas
matam a criatividade 2!

O uso de jogos e simuladores com conteúdos sérios que antecipam realidades
e modelam outras é um recurso com enorme potencial educativo e formativo.
Desta forma os objectos educativos e as estratégias pedagógicas podem
aproximar-se das suas capacidades de multitarefa, acesso aleatório,
visualização gráfica, diversão, fantasia e conectividade entre pares que a
educação tipicamente ignora ao manter ainda o professor como o Information
Provider que planeia estímulos e distribuí reforços 3.

Não se trata do que ensinar e aprender, mas como ensinar e aprender! Como
tornar interessante o que é importante!



1
    http://www.youtube.com/watch?v=dGCJ46vyR9o&eur
2
    http://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity.html
3
    «O visível sobre o inteligível leva a ver sem compreender» Giovanni Sartori

        2
Cap. I – Sistemas de Informação

Os ambientes ricos em tecnologia vão superando o actual hábito de usarmos
ferramentas tecnológicas para as diferentes tarefas 4. O divulgado projecto
Sixth Sense saído do MIT Media LAB e liderado por Pattie Maes, mostra-nos um
novo rumo resultante da interacção em ambientes ricos em tecnologia (Maes,
2009). A estes avanços tecnológicos podemos associar o potencial das
descobertas de Elvira Fortunato 5 (transístores de papel) e tecnologia
educativa como os promissores Siftables de David Merrill 6 que permite às
pessoas interagir com informação digital de forma natural, sem fios e teclados
(Merrill, 2009).

Estamos perante uma nova Idade Media!

Se a tecnologia devidamente enquadrada pode mudar a forma como
aprendemos e ensinamos, também pode ser uma ameaça à seriedade das
aprendizagens e do trabalho desenvolvido nas escolas, em qualquer grau de
ensino, se sob uma capa de modernidade apenas se facilita a «pedagogia» do
corta e cola através da Internet (Kauppila, 2005). Por outro lado a enfatizada
capacidade de multitarefa também parece não ser muito eficaz em termos de
aprendizagem como indica um estudo da Universidade de Standford 7.

Esta atitude só pode sustentar a argumentação dos «Velhos do Restelo» que
atravessam toda a história e emergem face a qualquer mudança tecnológica
como, por exemplo, o antagonismo face aos relógios de sol na Roma antiga
revelado por um texto do séc. III a.c., que relata o descontentamento de um
cidadão face à presença daqueles objectos, agora instalados, por toda a
cidade que perturbam os seus hábitos, condicionando e interferindo no
horário das suas refeições.

O tradicional paradigma do ensino baseado no princípio do Conteúdo e da
Transmissão deverá evoluir com o reforço da vertente Contexto e Actividade.
De certa forma é regressar a processos anteriores à massificação da escola
iniciada no século XIX, em que se aprende no contexto profissional e nas
oportunidades ocorridas no quotidiano mediante a interacção entre mestre e

4
  http://www.youtube.com/watch?v=NsREy3A8RbI
5
  http://idpt.wordpress.com/2008/08/26/elvira-fortunato/
6
  http://web.media.mit.edu/~dmerrill/siftables.html
7
   http://www.nytimes.com/2009/08/30/weekinreview/30pennebaker.html?_r=2 (31 Agosto
2009)

     3
Cap. I – Sistemas de Informação

o aprendiz. Desta forma o problema não se centra no acesso a conteúdos
digitais, mas na exploração de contextos oferecidos e geridos nesse meio
(Figueiredo & Afonso, 2006).

1.2 A Sociedade da Informação 

As mudanças a que hoje assistimos começaram a desenhar-se em 1965 quando
o número de trabalhadores ligados aos serviços ultrapassou o número daqueles
que exerciam a sua actividade na agricultura e na indústria. Colocava-se assim
fim ao ciclo da Sociedade Industrial que sucedera ao longo período da
Sociedade Agrícola. Estávamos perante o advento da Terceira Vaga (Toffler &
Toffler, 1995), a que Peter Druker vai chamar «Sociedade Pós-capitalista” e
que se fixa, posteriormente, em Sociedade da Informação.

Será adequado recordar que cada época tem o seu ciclo de utopias. Nos finais
do século XIX, a quando da emergência das redes eléctricas, surgia a utopia
de uma sociedade mais promissora, capaz de reconciliar o trabalho com o
lazer e a cidade com o campo 8. No final do século XX e do milénio passado
viveu-se uma utopia de objectivos e ideais semelhantes com o acesso
massificado da INTERNET (Mattelart, 2002).

Numa primeira fase a Internet (1.0) veio finalmente concretizar parte da visão
de Marshall McLuhan na criação da «Aldeia Global». Isto é, estabelecer um
espaço de equilíbrio na produção e no consumo de informação. A designada
Web social, ou Internet 2.0, apresenta-nos um conjunto de tecnologias que
finalmente estão a concretizar a tal visão de McLuhan para a qual Manuel
Castells encontra uma nova designação - «Sociedade em Rede».

As variáveis espaço, tempo e realidade alteraram-se fortemente com a
presença massiva das Tecnologias da Informação (TI). As distâncias são hoje
facilmente vencidas, em particular, onde é possível a desmaterialização da
matéria como no caso da informação, dos documentos e do dinheiro. Por
outro lado, no mesmo tempo, é possível executar mais tarefas com a ajuda
das tecnologias e a realidade pode ser também virtual, imersiva ou não.



8
 Chegou o comboio, e com ele vêm perfumes, mercadorias e ideias. Eça de Queirós (citado
de memória)

     4
Cap. I – Sistemas de Informação

A Sociedade da Informação é uma sociedade interligada, flexível, participada,
móvel, criativa, onde a informação e o conhecimento são gerados e
partilhados em ambientes cada vez mais mediados por tecnologia.

Torna-se     visível   e   progressivamente       mais    clara   a    influência    e   o
enquadramento global dos impactos das tecnologias da informação e da
comunicação no plano do sujeito e da sociedade (Miller, Michalski, & Stevens,
2000). Assim, Carlos Tedesco (Tedesco, 1999) caracteriza esta nova sociedade
identificando três dimensões onde ocorrem mudanças profundas sob o
dominador comum da influência das Tecnologias da Informação: (I) estrutura
dos interesses, (II) carácter dos símbolos e (III) natureza das comunidades. Isto
é, em que pensamos, com que pensamos e onde desenvolvemos o nosso
pensamento são influenciados pelas tecnologias da informação.

A presença crescente das tecnologias da informação e da comunicação no
quotidiano coloca-nos perante um novo paradigma cujas características
fundamentais são constatadas com clareza pelo sociólogo Manuel Castells
(Castells, 2001):

    • hoje, a informação não existe apenas para agir sobre a tecnologia,
         mas é efectivamente cada vez mais a sua matéria prima. Trata-se de
         possuir poderosa tecnologia para agir sobre informação;
    • a penetrabilidade dos seus efeitos é indiscutivelmente profunda dado
         que a informação é parte incontornável de toda a actividade
         humana;
    • por último, a versatilidade e potencialidade da sua estruturação em
         rede está provada, pois a sua morfologia tem-se mostrado capaz de
         responder à complexidade crescente da globalizada interacção
         humana.

Esta análise realiza-se dando primordial atenção ao potencial inovador
atribuído às tecnologias da informação e da comunicação que estão cada vez
mais presentes em todas as actividades desenvolvidas pelo Homem, pelo que
assumem também progressivamente um estatuto de tecnologia social 9.


9
 «As pessoas na net não são apenas solitários de informação, são também seres sociais.» Lee
Sproull e Samer Faraj, 1995

     5
Cap. I – Sistemas de Informação

Como corolário do crescimento das redes sociais na Internet a revista Time é
levada a eleger cada um de nós como a personalidade do ano de 2006 (Fig.:
1).




                          Fig.: 1 – Capa da Time em 2006
Efectivamente, a revolução proposta pelas tecnologias da informação altera
os nossos comportamentos e vida em sociedade. Ao evoluírem de espécie-em-
espécie tecnológica aproximam-se sucessivamente, mais e melhor, da nossa
forma natural de comunicar. Efectivamente, com o telemóvel e os portáteis
(netbook, leitores livros digitais) ligados em rede as actividades não são, como
outrora, em função do local. Os aviões, os comboios, os automóveis, os
espaços públicos são transformados em escritórios. A esfera pública e privada
altera-se e a tecnologia permite transformarmo-nos em trabalhadores
contínuos.

Actualmente, o telemóvel é uma prótese cognitiva porque é o nosso elo de
ligação à informação e à rede social, tal como McLuhan antecipava ao
mencionar a ideia de «prótese electrónica» (Ganito, 2007). Noutro plano, as
tecnologias móveis têm um papel de relevo no plano afectivo. Funciona como
extensão pessoal pois, para além, do seu valor tem um papel activo na
construção da identidade (o modelo escolhido, os toques seleccionados, as
músicas, os SMS enviados e recebidos, etc.). Estas tecnologias vieram alterar
o nosso relacionamento com o outro.

Na visão de Richard Watson 10 esta estratégia de actuação é possível graças à
ubiquidade da tecnologia, nomeadamente o seu carácter:

      • Universal (acesso universal de todas as redes e lugares);
      • Único (informação personalizada à pessoa, ao tipo de equipamento, ao
        contexto: lugar, tempo, papel);


10
     www.uga.edu

        6
Cap. I – Sistemas de Informação


      • Uníssono (Multi-plataforma: sincroniza e replica informação entre
        computadores, PDA, telemóvel, de forma transparente para o
        utilizador).
A sociedade e, em particular a escola, evoluem de uma filosofia de sistema
para uma filosofia de rede. A lógica de rede é mais democrática que a lógica
do sistema e procura gerar cooperação alargada, de reciprocidade dinâmica e
policêntrica.

         «A Web é uma rede mas também uma teia. Nessa teia a que
         voluntariamente aderimos seremos a aranha se tivermos uma estratégia.
         Seremos uma mosca se nos mantivermos pensando com a cabeça dos
         outros.» Mia Couto in Pensatempos, Abril de 2005

Em Portugal mais de 70% nos utilizadores da Internet adere às redes sociais o
que abre um enorme potencial nas novas formas de comerciar e de ensinar 11.

1.3 Adopção de tecnologias, inovação e mudança 

A inovação está, actualmente, muito ligada a processos de adopção de
tecnologias que permitem alterar processos e paradigmas.

Os processos de mudança organizacionais são complexos e normalmente
dependentes de factores psico-sociais que afectam os seus recursos humanos
perante desafios desta natureza. Nos tempos recentes as Tecnologias da
Informação são muitas vezes usadas numa perspectiva de alavanca dessa
mudança, mas nem sempre com o alcance desejado nos diversos tipos de
unidades económicas com, ou sem, fins lucrativos.

Como factor que acrescenta maior complexidade verifica-se que as
tecnologias hoje não são só usadas como suporte aos sistemas de informação
das organizações voltados para a sua gestão interna (Recursos Humanos,
Produção, Gestão de Clientes, Gestão de Alunos, Horários, Espaços, etc), mas
também são articuladas com os parceiros e com o exterior da organização
como um canal privilegiado de comunicação (Web-sites, Intranets, Extranets).

Este facto obriga a repensar, ou a aprofundar, os objectivos e o desenho dos
Web-sites através da abertura à participação interna dos colaboradores das


11
     www.jornalbriefing.iol.pt/noticia.php?id=1044104&div_id=3421 (25 Agosto 2009)

        7
Cap. I – Sistemas de Informação

unidades económicas (com ou sem fins lucrativos) e dos consumidores do e-
space uma vez que o perfil de um cliente se transformou em prosumidor
(produtor-consumidor).

1.3.1 Modelos de Adopção de Tecnologia 

A metodologia proporcionada pela análise sistémica, precisamente no estudo
dos sistemas, face às visões derivadas de uma perspectiva mais cartesiana,
permite enquadrar múltiplos contributos e equacionar diversas variáveis que
melhor se aproximam da realidade em estudo. Todavia esta vantagem na
compreensão da complexidade dos fenómenos e das realidades reveste-se de
profundas    dificuldades        operacionais.   Efectivamente,       equacionar    a
problemática da adopção de tecnologias significa reunir contributos de
diferentes campos de investigação que fomentam, cada um per si, para a
compreensão dos relacionamentos em causa, integrando conhecimento que
perspective uma nova heurística.

O   ambiente    externo     às    unidades   económicas    (político,    tecnológico,
económico, legal, ecológico e social) e factores internos de articulação com a
dinâmica da actividade específica, influenciam tomadas de decisão relativas à
arquitectura dos sistemas de informação e, em consequência, de inovação
pela aquisição de tecnologia (Varajão, 1998). A adopção e a internalização de
tecnologia da informação que promova, de facto, a inovação dos processos e
dos serviços, podem beneficiar de contributos de duas áreas científicas
fundamentais,    com      conhecimento       relevante   produzido:     sistemas   de
informação e comportamento organizacional. Efectivamente, a introdução de
tecnologias da informação nas empresas é um dos clássicos exemplos de
promoção da mudança através da evolução da cultura organizacional sugerida
no trabalho de Z. Hussain, A. Taylor and D. Flynn, citados por Lippert e Davis
(Lippert & Davis, 2006).

O estudo de revisão de literatura de Piccoli e Ives (Piccoli & Ives, 2005) sobre
a investigação realizada relativamente às estratégias de inovação baseadas
em tecnologias da informação e a sua sustentabilidade identificam as
seguintes dificuldades: barreiras relativas a recursos em TI como sejam as
infra-estruturas e repositórios de informação, competências técnicas em TI e

    8
Cap. I – Sistemas de Informação

em gestão de TI. No plano dos projectos contempla as características das TI:
visibilidade, singularidade e complexidade. Na implementação do processo
identificam como dificuldades a complexidade do processo de mudança.
Finalmente barreiras financeiras: custos da mudança colectiva, investimentos
específicos (sua tangibilidade e intangibilidade) e valorização estrutural da
organização.

O processo de adopção e de utilização das tecnologias da informação tem
merecido inúmeros estudos e propostas de modelos determinantes do
diagnóstico da situação, dos estágios de evolução e da aprendizagem
organizacional. Há modelos tradicionais como os propostos por Nolan,
McFarlan e Earl adequados para funções de planeamento de Sistemas de
Informação (Amaral & Santos, 1997). Por sua vez, as propostas de Bhabuta e
de Galliers, conjuntamente com Sutherland, posicionam-se numa dimensão
estratégia de adopção e de evolução da exploração das tecnologias. Por
último, Hirschheim centra-se na gestão dos sistemas de informação dando
ênfase ao envolvimento da gestão de topo, à liderança dos processos e às
necessidades de formação das pessoas, ainda segundo o estudo de Amaral e
Santos.

Estando em causa a adopção de tecnologias para servir as pessoas internas aos
sistemas, ou utentes do mesmo, a gestão da variável confiança é uma das
chaves do sucesso. Em linha oposta segue, há muito, Nicholas Carr com a sua
visão de que as Tecnologias da Informação são já uma commodity sem
importância estratégica, sendo secundado por John Seely Brown e Paul Duguid
que sustentam que as tecnologias da informação não substituem as redes
humanas na sua capacidade de fazer aprender, trabalhar e inovar (Carr,
2003).

Sabe-se que a resistência humana à mudança se justifica pelo desconforto que
o desconhecido provoca face ao conhecido. Efectivamente, para as pessoas a
exploração das tecnologias da informação pela desmaterialização dos objectos
tradicionais e em suportes orgânicos, convertidos em digitais, pode ser
encarada como algo de elevada complexidade. Desta forma, a adopção de
tecnologia deve ser inclusiva no sentido em que visa o desenvolvimento


    9
Cap. I – Sistemas de Informação

organizacional e o desenvolvimento humano. Assim sendo, é necessário
fomentar um mecanismo de confiança interpessoal no novo sistema, como um
elemento estrutural de vital importância.

Ainda segundo Santos e Amaral (1997) diversos processos de inovação
baseados na adopção de tecnologias falham, por diferentes razões e em
função dos objectivos traçados, normalmente ambiciosos, e de custos
elevados. Desenvolvem-se em contextos de turbulência onde se debatem
grupos e indivíduos com diferenciados suportes, ambição e reconhecimento.

Justifica-se acolher contributos oriundos de diferentes áreas científicas que
surgiram nas últimas décadas relativas à adopção de inovação baseada em
tecnologia. Destacam-se assim as seguintes teorias: a teoria da difusão de
inovação (DOI), o modelo de aceitação de tecnologia (TAM) 12, a proposta de
Taylor e Todd 13, o modelo de Compeau e Higgens 14, de Gefen e Keil 15 e o
reconhecido modelo de sucesso dos sistemas de informação de DeLone e
McLean, entre outros.

Na perspectiva de Lewin o planeamento da mudança organizacional envolve
três estádios (Lewin, 1951):

           Prontidão. Diversas actividades empresariais necessitam de mudança
           sofrendo um processo de optimização, que pode resultar da introdução
           de uma nova aplicação (software), ou de novo equipamento
           (hardware).

           Aceitação. Adoptar e testar as mudanças.

           Institucionalização. Estádio em que a mudança foi aceite e se
           transforma em rotina.

Por sua vez, os processos de adopção organizacional de tecnologia envolvem
três estádios:

           Iniciação. A fase em que uma nova tecnologia é introduzida numa
           empresa, ou num dos seus processos.

12
     Inspirado na teoria da acção reflectida (TRA)
13
     Com base na teoria do comportamento planeado (TPB)
14
     Alicerçado na teoria cognitiva social (SCT)
15
     Propondo extensão do TAM baseada na teoria da troca social (SET)

      10
Cap. I – Sistemas de Informação

           Adopção. Fase em que a tecnologia é aceite e testada.

           Implementação. É a fase em que as tecnologias da informação são
           exploradas com facilidade e contribuem para a produtividade.

O resultado esperado da adopção planeada de tecnologias da informação é:
satisfação, utilização e reconhecimento dos benefícios da tecnologia no
desempenho individual e organizacional. A satisfação é uma avaliação de
natureza individual indexada às expectativas existentes sobre os benefícios do
novo sistema. A utilização traduz a percepção individual das funcionalidades
do meio disponibilizado na realização das suas tarefas.

A dimensão da confiança em torno dos eixos interpessoal e tecnológico, já
mencionados, afecta a partilha, a transmissão, a recepção, a internalização,
conceptualização e transformação em conhecimento.

No plano educativo evidenciam-se modelos de previsão da adopção como o
proposto por Collis e Pals 16 e de adopção e difusão como a proposta de L.
Sherry 17. O primeiro é denominado de 4-E: Environment, Educational
Effectiveness, Ease of Use e Engagement sendo centrado numa vertente
organizacional. O segundo modelo, concebido em 1998, e denominado
«Integrated Technology Adoption and Diffusion Model», equaciona as
actividades de iniciação que conduzem, ou não, à decisão, colectiva ou
autoritária de inovação. Isto é, a fase seguinte de implementação do modelo
com todos os seus complexos detalhes: redefinição e reestruturação,
clarificação e incorporação.

O desenvolvimento da Internet e do conceito de connecting learning
propiciam o ambiente para propostas concretas de arquitecturas para estas
dimensões dos sistemas de informação escolares (empresariais também).
Arquitecturas secundadas pela identificação das dimensões da problemática
como a explicitada por Badrul Khan 18. Neste enquadramento evidencia-se o
projecto Web Education System Project (web-edu) apoiado pelo programa
europeu Leonardo da Vinci que propõe dois modelos de arquitectura para os


16
     <http://projects.edte.utwente.nl/4emodel> (Dez 2002)
17
     <http://carbon.cudenver.edu/~lsherry/pubs/aect98.html> (Nov 2004)
18
     <http://www.bookstoread.com/khan> (JAN 2008)

      11
Cap. I – Sistemas de Informação

sistemas de educação on-line: o modelo Jigsaw e o modelo Hub 19 como se
verá na secção Arquitectura, Urbanismo e Ecologia dos Sistemas de
Informação

1.3.2 Modelos de Presença na Internet 

O desenvolvimento da Internet criou um forte tropismo para a webização das
aplicações pelo que Thompson e Yujun identificam as propostas mais
relevantes que emergem, desde 1994, relativas a modelos de adopção da Web
e apresentam um modelo de quatro estádios que explicitam estratégias e
objectivos organizacionais (Teo & Pian, 2004). Os estádios propostos são na
sua essência (Fig.: 2 – Modelo de Adopção da Web de Thompson S.H. Teo e
Yujun Pian) 20:

          Nível 0 – Adopção de correio electrónico: sem Web-site;

          Nível 1 – Presença na Web: sobretudo para difusão de informação;

          Nível 2 – Prospecção: limitada articulação com estratégia de negócio
          disponibilizando sobretudo informação, notícias, apoio por correio
          electrónico, prendimento de formulários, pesquisa elementar.

          Nível 3 – Integração com Negócio: Processos de negócio articulados nos
          diferentes níveis organizacionais, procurando redução de custos e
          contemplando    fornecedores     e   clientes.    Evidencia    uma     forte
          componente comercial e de marketing, com transacções seguras.

          Nível 4 – Transformação estratégica do Negócio: Todo o modelo de
          negócio passa pela Internet no processo de construção de relações e de
          descoberta de novas oportunidades.




19
  Projecto web-edu (http://home.nettskolen.com/~morten – Morten Flate Paulsen)
20
  Veja em complemento fundamental a esta temática os estudos do Projecto Gavea liderado
pelo Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho em
http://www3.dsi.uminho.pt/gavea/

     12
Cap. I – Sistemas de Informação



          
          




                        Nível 0    Nível 1   Nível 2   Nível 3   Nível 4
             Fig.: 2 – Modelo de Adopção da Web de Thompson S.H. Teo e Yujun Pian



Para a exploração do meio, ou a fundamentação para prosseguir por esta
estratégia, será prudente adoptar uma metodologia, como a que sugere Basu
e Muylle, assente em quatro fases (Basu & Muylle, 2007):

        Identificar o Potencial da iniciativa: criar valor, diminuir custos
        prestando bons serviços a todas as partes interessadas (stakeholders).

        Analisar Impactos Funcionais: adequação da arquitectura do sistema
        de informação a todo o processo de transacções (autenticação,
        pagamento, logística, sistema de suporte à decisão (configurar,
        colaborar, business intelligence) e mecanismo de integração (dados e
        aplicações).

        Analisar a Sustentabilidade da Iniciativa: Ter em atenção a facilidade
        de ser copiado pelos competidores, identificando barreiras à entrada
        (história, dimensão mercado, restrições legais, etc.).

        Seleccionar Prioridades: planificar e acautelar a interdependência
        com outros projectos, em particular na integração de tecnologias.



   13
Cap. I – Sistemas de Informação

           Desta forma, embora centrados em projectos de e-business, os autores
           identificam e exploram factores para a criação novos produtos e
           mercados, estratégias de marketing e de informação ao cliente.

1.4 Fases na Adopção de Tecnologia no Ensino 

No plano da actualização de recursos humanos o e-learning vai sendo
integrado com a problemática dos Employee Relationship Management (ERM)
e, em casos mais avançados, com os sistemas Customer Relationship
Management (CRM). O e-learning como estratégia de formação é promovido
pelas empresas de média e de grande dimensão realizando um percurso para
que, lato sensu, envolve cinco fases: Exploratória, Plataforma, Estratégica,
Mission Critical e Transformação (Figueira, 2003).

No contexto académico estas fases também se verificam e materializam-se
tipicamente em cinco estágios de desenvolvimento na exploração das
tecnologias na formação: Exploratório, Experimental, Formal, Crítico e
Inovador (figura seguinte) (Andrade & Lagarto, 2009).

F1 – Exploratório: uso do correio electrónico e de um Website para partilha de
ficheiros no sentido docente -> discente. Comunicação Mediada: uso de
correio       electrónico.     Pedagogia:   Apresentações   Electrónicas    (1:n).
Simuladores: baseados em Folhas de Cálculo.

F2 – Experimental: uso de uma plataforma (não cumprindo normas SCORM 21,
ou outras) de partilha de ficheiros. Comunicação Mediada: uso de correio
electrónico e de mailing list. Pedagogia: Repositório para distribuição de
Apresentações Electrónicas (1:n), Portable Document Format (PDF), Indicação
de websites. Simuladores: Folhas de Cálculo.

F3 – Formal: Decisão política de uso generalizado da plataforma para partilha
de ficheiros em dois sentidos comunicacionais (docente e estudante).
Comunicação Mediada: uso de correio electrónico e de mailing list. Pedagogia:
Repositório para distribuição de Apresentações Electrónicas (1:n), PDF,
indicação de websites. Pedido de entrega de trabalhos (upload dos



21
     Sharable Courseware Object Model

      14
Cap. I – Sistemas de Informação

estudantes), iniciação aos fóruns gerais. Simuladores: Folhas de Cálculo,
outras aplicações de modelos quantitativos.

F4 – Crítico: Exploração de um LMS em todo o campus eventualmente
distribuído em pólos geograficamente dispersos. Comunicação de 1:n via listas
de correio electrónico, por disciplina, turma e grupo. Exploração de
ferramentas síncronas (skipe, msn, wimba). Pedagogia: distribuição de
documentos em formatos digitais tradicionais e outros com incorporação
multimédia e em SCORM. Actividades de fórum em equipa, entrega de
trabalhos na plataforma em múltiplos formatos (detecção de plágio),
avaliação on-line (testes sumativos e formativos).

F5 – Inovador: Abordagens pedagógicas com uso intensivo da tecnologia na
criação de contextos e na resolução de problemas. Introdução de simuladores
e jogos sérios em algumas Unidades Curriculares. Abertura para a elaboração
e apresentação de trabalhos recorrendo a uma abordagem da Web 2.0
articulando com regímen de Personal Learning Environment (PLE).




                 Fig.: 3 - Estádios de desenvolvimento no elearning

1.5 Arquitectura, Urbanismo e Ecologia dos Sistemas de Informação  

Hoje as unidades económicas, com ou sem fins lucrativos, necessitam de
sistemas de informação que contribuem para gerir o que se passa no interior
da organização, mas também a articula com o meio (Fig.: 4): parceiros,
clientes e administração pública (local e nacional). Por outro lado, muitas
organizações têm unidades geograficamente dispersas e as tecnologias da
informação de suporte aos sistemas de informação podem e devem ser um elo


   15
Cap. I – Sistemas de Informação

de agregação e optimização da gestão. As escolas têm uma problemática que
se enquadra também no cenário anterior. Em particular, as universidades têm
unidades dispersas, pretendem gerir bem a relação com o estudante (cliente)
que pode necessitar de um novo produto (pós-graduação, mestrado,
doutoramento). No plano não universitário os agrupamentos de escolas
replicam cenário idêntico.

É então necessário repensar o urbanismo organizacional que integram
múltiplas e complexas dimensões (Anunciação & Zorrinho, 2006).

Nesta perspectiva específica estamos vulneráveis a uma inadequada
exploração das tecnologias nos mais diversos planos. Será este o tempo
oportuno para equacionar e perspectivar a problemática de atender a
critérios de ecologia 22 e de urbanismo 23 para os sistemas de informação,
nomeadamente os sistemas de informação escolares, ou académicos.

A Instituição vive sempre numa relação com o seu ambiente externo que não
pode ignorar: enquadramento político, tecnológico, económico e social. O
vector político apresenta o seu condicionamento legal que dita normas e
regras de operacionalidade e no plano tecnológico as instituições são
influenciadas pela aparição de novas soluções e inovações que sugerem
sempre um apelo subjectivo de modernidade e de competitividade que nem
sempre é efectivo. Claro que o ciclo económico e social condiciona a
actividade empresarial e todo o seu relacionamento com o mercado. Assim
sendo, o seu ambiente interno deve ter a flexibilidade de adaptação e de
resposta em particular os seus recursos humanos, mas também o seu sistema
de informação e respectivas tecnologias de suporte. Reforça-se assim esta
metáfora de urbanismo e de ecologia dos sistemas neste difícil processo de
sustentabilidade    das   instituições    devidamente     flexíveis,   modernas     e
competitivas face a um ambiente globalizado.




22
  Davenport, T., The Information Ecology, Oxford, 1997
23
   Ciência que estuda os métodos que permitem adaptar o habitat urbano às necessidades
humanas e os processos pelos quais se deve orientar o desenvolvimento do tecido urbano
(dicionário on-line Texto Editora);

     16
Cap. I – Sistemas de Informação




                       Fig.: 4 – A Organização e o seu contexto
A perspectiva do urbanismo deve contemplar a relação do Sistema de
Informação com o ambiente externo no relacionamento da instituição com os
clientes e em particular com os Sistemas de Informação dos fornecedores e
dos parceiros de negócio. Mas o urbanismo contempla ainda a integração de
sistemas com outras instâncias quando a organização está geograficamente
dispersa. No plano académico esta perspectiva de relação entre sistemas
também se coloca de forma pertinente.

No plano da clarificação rigorosa dos conceitos sabemos que, em casos
específicos, existem diferentes abordagens para os mesmos conceitos o que
pode facilitar dificuldades de interpretação em dimensões como: informação,
sistemas de informação, sistemas informáticos e tecnologias da informação.




         Fig.: 5 - Significados associados a Informação (Visual Thesauros V3.0)


   17
Cap. I – Sistemas de Informação

Vejamos alguns destes conceitos facilitadores do enquadramento da
problemática em causa.

Dados           são factos/eventos, imagens ou sons que podem ser pertinentes, ou úteis,
                para o desempenho de uma tarefa, mas que por si só não conduzem a
                uma compreensão de determinado facto ou situação (ex. 2.500 é um
                dado).

                ALTER, Steven, Information System - A Management Perspective, Addison-Wesley, 1992




Informação      é um "objecto formatado, criado artificialmente pelo homem, tendo por
                finalidade representar um tipo de acontecimento identificável por ele no
                mundo real, integrando um conjunto de registos ou dados e um conjunto
                de relações entre eles, que determinam o seu formato”.

                LE MOIGNE, La Theorie du Système d'Information Organisationnel, Informatique et Gestion,
                1978.


                é uma entidade tangível ou intangível que reduz a incerteza sobre uma
                dada situação ou acontecimento.

                Henry Lucas – Information Systems, Concepts f or Management, 1987


                é tudo aquilo (...) que aumenta o meu grau de conhecimento ou diminua o
                meu grau de incerteza, face àquilo que estou interessado em conhecer,
                intervir ou actuar.

                Almiro de Oliveira, UCP




Conhecimento é a capacidade de uma pessoa relacionar estruturas complexas de
                informação para um novo contexto. Novos contextos implicam mudança -
                acção, dinamismo. O conhecimento não pode ser partilhado, embora a
                técnica e os componentes da informação possam ser partilhados”.

                GRENIER, Ray and George Metes, Enterprise Networking, Digital Press, 1992




Sistema         é “um grupo de elementos inter-relacionados ou de elementos interagindo
                formando um todo”.

                O'BRIEN, James A., Management Information Systems - A Managerial end User Perspective,
                Irwin, 1990.




   18
Cap. I – Sistemas de Informação


Organização      é “um sistema de Fluxos de materiais, de Informação e de processos de
                 Decisão”

                 Mintzberg, H., The Structuring of Organisations, Prentice Hall, 1979




Sistema de       é “um conjunto organizado de procedimentos, que, quando executados,
                 produzem informação para apoio à tomada de decisão e ao controlo das
Informação
                 organizações".

                 LUCAS, HENRY C., Information Systems, Concepts for Managements, McGraw Hill,
                 International Editions, 3ª ed., 1987.


                 é “uma combinação de procedimentos, informação, pessoas e TI,
                 organizadas para o alcance de objectivos de uma organização".

                 Alter, S. Information Systems: A Management Perspective, addison-Wesley, 1992




Arquitectura     de um Sistema de Informação é a sua concepção integrada, harmoniosa e
                 economicamente sustentada.

                 Almiro Oliveira




Tecnologias      são suporte, infra-estrutura dos Sistemas de Informação. São constituídas
                 por duas componentes essenciais:
da
Informação                 Físicas - Hardware;

                           Lógicas - Software.


Desta síntese concluímos que os dados são factos registados e, como tal, são
«passivos» e resultam da recolha de várias fontes. A Informação resulta do
processamento dos dados, sendo, por isso, uma apresentação «activa» dos
mesmos. Esta transformação dos dados em Informação resulta do facto de lhe
acrescentarmos significado como afirma Davenport e Prusak identificando
essas ocorrências (Davenport & Prusak, 1998):

     • Contextualização - o propósito pelo qual a recolhemos
     • Categorização - identificar os componentes relevantes
     • Cálculo - tratamento matemático ou estatístico
     • Correcção - eliminar erros


     19
Cap. I – Sistemas de Informação


   • Condensação - agregação para uma forma mais concisa

A informação tem sido estudada por diversas perspectivas que recordamos:

   • Matemática (Shannon, Von Neuman, Wiener)
   • Tecnológica (Nolan, Tapscott, Stassmann, Peaucelle)
   • Psicológica (Lussato, Le Moigne)
   • Modelos e Comportamentos Organizacionais (Le Moigne, Davenport,
        Druker)
   • Contabilística (Anthony)
   • Teoria da Decisão (Rockart, King)
   • Competitividade (Porter, Toffler)
   • Económica (Fisher)
   • Militar
   • Linguística (Jakobson)

Simultaneamente é fundamental perceber a qualidade da informação nos
diferentes factores que a compõe e ter consciência do valor da informação
em contexto empresarial e educativo (Oliveira, 1994).

Os sistemas de informação têm a missão de integrar organizadamente
diferentes procedimentos que facilitem o controlo e o governo das
organizações com ou sem fins lucrativos. As tecnologias dão um fortíssimo
apoio, em particular, na resolução de problemas de natureza mais algorítmica
do que heurística pelo que as áreas de controlo (na base da pirâmide) estão
mais desenvolvidas do que as de apoio à decisão. Devemos lembrar que antes
das tecnologias já tínhamos sistemas de informação e que graças a eles foi
possível o desenvolvimento humano e social ao longo da história. Por vezes,
encontramos na publicidade e no meio empresarial do sector expressões como
«sistemas integrados de gestão empresarial». Ora se são sistemas, devem ser
integrados!




   20
Cap. I – Sistemas de Informação




           Fig.: 6 – Conceitos associados a Sistema (Visual Thesauros V3.0)
A constante evolução tecnológica e a permanente alteração das necessidades
das organizações tem conduzido a avultados investimentos em tecnologias
sem o devido retorno, ou sob uma óptica e uma política adequada e integrada
para os sistemas de informação de acordo com objectivos estratégicos
superiormente definidos.

Esta problemática poderá ter diferentes abordagens, sendo típica a referência
à pirâmide organizacional de Anthony (Fig.: 7) com os níveis operacional,
táctico e estratégico. Estes níveis, da base para o topo, proporcionam uma
visão dos subsistemas de informação:

   • Operacional:

            Sistema de processamento de dados;

            Táctico (em parte também o operacional):

            Sistema de Informação para a Gestão;

   • Estratégico:

            Sistemas Periciais;

            Sistemas de Suporte à Decisão;

            Sistemas de Apoio a Executivos.




   21
Cap. I – Sistemas de Informação




               Fig.: 7 – Os três níveis de gestão sugeridos por Anthony
Diferentes tecnologias estão envolvidas em cada um destes subsistemas de
informação. Importante, neste contexto, é compreender a complexidade dos
sistemas de informação e vislumbrar os contributos conceptuais de disciplinas
como a arquitectura e a ecologia.

A arquitectura persegue uma concepção integrada, holística, harmoniosa e
economicamente sustentada dos Sistemas de Informação (Oliveira, 1997).
Para tal os elementos constituintes do Sistema de Informação formado pelos
objectivos, a morfologia (físicos, lógicos, procedimentos e pessoas), as
diferentes funções, a relação entre os utilizadores e os níveis de integração.
Distingue-se assim a arquitectura da engenharia que tem como missão a
identificação dos equipamentos e a construção das infra-estruturas.

O tipo de organização característica da era industrial fazia emergir dados da
base para o topo e ordens do topo para a base. A evolução desta estrutura
para a era da informação tem permitido alterar os canais de comunicação,
surgindo, por via tecnológica, a possibilidade de comunicação directa e a
supressão de níveis hierárquicos intermédios que funcionavam como
amplificadores humanos da comunicação na organização, pois não dão ordens
nem tomam decisões. Este facto, conduz a um achatamento da tradicional
pirâmide de Anthony privilegiando a gestão da informação e a organização do
trabalho por tarefas ou, por projectos.

A não absorção e a não compreensão destes conceitos impedem, por norma, a
adopção de um bom sistema de informação em contexto empresarial ou
educativo.


   22
Cap. I – Sistemas de Informação

Coloca-se aqui a problemática da gestão da informática e da gestão dos
sistemas de informação. Para a gestão da informática algumas das abordagens
utilizam, uma vez mais, os diferentes níveis de gestão de Anthony que
clarifica os diferentes patamares de intervenção como se exemplifica
seguidamente:

   • Operacional
          o Exploração de aplicações e de equipamentos
   • Táctica
          o Estudos de hardware e de software
          o Concepção e actualização do Sistema informático
   • Estratégica
          o Articulação do Sistemas Informação e a Gestão
          o Adequar os Sistemas Informação ao Negócio

Torna-se clara a necessidade de fazer alinhar os sistemas de informação com
os objectivos estratégicos das organizações. Assim sendo, não se pode avançar
com iniciativas departamentais sem uma articulação com o todo e uma visão
sistémica para a exploração da tecnologia. Esta orientação, importante no
meio empresarial, também é fundamental no âmbito educativo e escolar.

1.6 Alguns subsistemas das Escolas 

Poderemos ter de um Sistema de Informação um enfoque mais centrado na
arquitectura física (redes, computadores, impressoras, etc.) ou, mais focado
na arquitectura lógica (Software: Aplicações e sua principal articulação).

1.6.1 Biblioteca Escolar 

A arquitectura física de apoio à gestão de uma biblioteca escolar moderna é,
no início do século XXI muito exigente nas vertentes de BackOffice e de
FrontOffice. Naturalmente que continua a ter de possuir um sistema de gestão
do catálogo e, eventualmente, de gestão de empréstimos. Mas é necessária a
disponibilização de catálogo on-line e de outros serviços de apoio ao utente
como a capacidade de subscrever uma newsletter, ou de usar a tecnologia RSS
(Really Simple Syndication). Se a integração é um factor primordial para a
perspectiva da engenharia informática a agregação com outras tecnologias da

   23
Cap. I – Sistemas de Informação

Web 2.0 é outra necessidade irreversível. Assim os serviços Web da biblioteca
têm que agregar com facilidade informação de fontes como o Google Book
Search, entre outros, e de disponibilizar informação que possa ser incorporada
nas redes sociais em que o utente/estudante está integrado.

A Fig.: 8 é uma proposta relativa a uma possível arquitectura de suporte ao
funcionamento de uma biblioteca.

Compreende-se esta visão com uma análise atenta à arquitectura lógica que a
Fig.: 9 sugere.




        Fig.: 8 – Arquitectura de suporte ao Sistema de Gestão de uma Biblioteca
A figura seguinte evidencia que o centro do sistema será uma base de dados
que centralmente recebe e disponibiliza todo os dados que as diferentes
aplicações podem manipular. Claro que o servidor terá características
específicas e um motor de base de dados adequado (SQL Server, Oracle). As
aplicações sugeridas em BackOffice permitem a catalogação dos livros
(Monografias, Revistas Científicas, etc.) e material não livro (CD, DVD,
Iconográfico, cartográfico, fotografia, etc.) da biblioteca, a complexa
classificação e indexação (que um dia poderá vir de base sugerida no interior
da capa do livro), os serviços de apoio à interacção para a Internet e à gestão

   24
Cap. I – Sistemas de Informação

de encomendas. Tudo isto pode articular neste plano com a gestão dos
colaboradores (pode ser feito noutra instância) e o fornecimento de
elementos de gestão à coordenação do serviço. A norma Z39.50 define o
protocolo facilitador da pesquisa e recuperação da informação em diferentes
servidores equipados com tecnologias diferenciadas. No âmbito do open
source o DSPACE, aplicação conjunta da da HP e do MIT, permite a
disponibilização       de    conteúdos      (gestão    de    colecções    por   exemplo)
devidamente indexados 24 assim como o Greenstone Digital Library pretende
servir igual propósito (www.greenstone.org/).




                        Fig.: 9 – Arquitectura Lógica de uma Biblioteca
O sistema de Front-Office apoia o cliente através dos canais disponíveis de
que se destaca o balcão e a Internet. Este serviço da Internet reveste-se de
particular importância por vencer distâncias e abrir janelas temporais do
serviço, acrescentando, em simultâneo, novas perspectivas de interacção com
o utente (personalização do “my site”, ou na rede social) e deste entre si via
comunidades virtuais (tema a analisar posteriormente). Especificamente,


24
     Ver RepositoriUM da Universidade do Minho

      25
Cap. I – Sistemas de Informação

pode agregar sistemas do tipo BibSonomy e LibraryThing de partilha de listas
de referências.

1.6.2 LMS e outros subsistemas 

Numa visão sistémica poderemos estudar a arquitectura do Sistema
Tecnológico de suporte abrangendo de forma coerente e integrada, ou
agregada, de um conjunto vasto de aplicações que a figura seguinte
documenta.




                  Fig.: 10 – Visão Global do Sistema Tecnológico Escolar
O Bloco da Aprendizagem é normalmente baseado num Learning Management
System (LMS) em que o Moodle tem sido a opção. Por sua vez LNM (Learning
Network Manager) é o recurso usado para gestão das contas de utilizadores no
domínio "minhaescola".

No Plano dos Recursos Humanos uma das opções conhecidas é o GestRec
(registos biográficos, faltas, férias, faltas diárias (dos alunos), InfoPonto
(sumários), WinGA - Gestão de Aluno e GestProf (ensino profissional). A
Gestão de Horários é suportada por aplicações como gp-Untis. A secretaria
tem     a   sua   actividade     suportada     por    soluções     como    GestContEsc

   26
Cap. I – Sistemas de Informação

(contabilidade), GestASE. A componente de Cartões Magnéticos corre com o
SIGE composto por módulos como Gestor, Kiosk, CardFive, SIGEGenerator,
POS (postos de vendas), GestPD (contabilidade do POPH).

O serviço de exame é apoiado pelo ENES e ENEB. A Biblioteca recorre a
soluções como o WinGBIB que pode integrar em redes municipais como o GIB
Gestão Integrada de Bibliotecas.

Em particular no ensino privado tem surgido a aplicação de outras soluções
como o Sophia e o Primavera School Reporting que fazem a gestão
administrativa e académica, articulando esta última com os serviços do
Ministério da Educação, cumprindo os requisitos coordenados com pelo MISI –
Gabinete Coordenador do Sistema da Informação do Ministério da Educação.

No plano da avaliação do desempenho das escolas há a tentativa de ter o
apoio da tecnologia nesse serviço como é o caso do sistema de Benchmarking
das Escolas Secundárias Portuguesas que tem uma componente pública que
pode ser consultada e outra privada acessível aos membros da comunidade 25.

1.7 Dimensão ética dos e­spaces 

1.7.1 A problemática 

A sociedade da Informação intensifica a estreita relação entre as dimensões
éticas, sociais e políticas que assegurem o direito à informação, mas a
responsabilidade no seu uso que assegure a todos qualidade de vida pelo
respeito à privacidade sem, por sua vez, comprometer os complexos níveis de
segurança que estão actualmente em causa.

Os mais modernos e diversos contactos do cliente através de um meio de
transacção, de um telefonema, TV digital Interactiva, de um acesso web,
etc., pode ser relacionado em menos de 10 segundos, através da pesquisa e
cruzamento de dados em diversas bases de dados. O desenvolvimento
tecnológico que permite às empresas cumprir a máxima do anything anywhere
pode estar a incorrer em práticas não éticas ao intervir na esfera da
privacidade, da vida pessoal e da vida familiar.


25
     http://besp.mercatura.pt

      27
Cap. I – Sistemas de Informação

Noutro plano, também se coloca o problema do desenvolvimento dos países
ricos e dos pobres face ao acesso diferenciado que a população de uns e de
outros têm à informação (computadores, Internet, bases de dados científicas).

Foi em 1995 que se soube que, já desde 1994, Vladimir Levin de 23 anos
desviava fundos do Citibank. Era este o primeiro caso conhecido de crime
informático desencadeado contra uma instituição bancária 26. Infelizmente,
muito outros crimes sucedem-se! Efectivamente, um estudo do FBI e do
Instituto de Segurança Informático dos Estados Unidos, realizado em 2005,
revela os factores que justificam a não revelação às autoridades da
ocorrência. Os principais são os seguintes:

      • Impacto na publicidade negativa – 43%
      • Utilização da informação pela concorrência – 33%
      •    A reparação civil é a melhor opção – 16%
      •    Desconhecer o interesse das autoridades – 16%

A partir desta altura a legislação Americana (Sarbanes-Oxley), Europeia e
Asiática alavancou positivamente a procura de segurança empresarial dos
dados, responsabilizando a gestão de topo no caso de danos individuais ou
financeiros.

1.7.2 As Dimensões do Problema 

Como se analisa em detalhe no capítulo sobre segurança os sujeitos e as
organizações estão sujeitas a ameaças do tipo: Phishing, Trojan, Spyware e
Data Jacking.

Uma das dimensões do problema num contacto estabelecido num website
poderá ser a aplicação de «cookies». Um cookie é um ficheiro enviado pelo
site visitado para a máquina do utilizador com um user ID encriptado, data
da visita e actividades realizadas no site. O computador do utilizador coloca o
ficheiro recebido numa área específica do seu disco para que, numa próxima
visita, o site da empresa visitada reconheça o utilizador e, eventualmente,
tire partido desse conhecimento.



26
     Word Business, Junho 2006 (58-61)

      28
Cap. I – Sistemas de Informação

O problema é que face ao direito de cada país, à directiva europeia, ou aos
princípios legais seguidos pelos USA a empresa pode estar a usar informação
sobre o utilizador com o seu desconhecimento! Usando esta tecnologia pode
recolher esta informação sobre a actividade do utilizador na Internet.

A quantidade de e-mail não solicitado 27 que se recebe reflecte esta prática e
a falta de ética na recolha de endereços de e-mail para o efeito.

1.7.2.1 Propriedade Intelectual 

O desenvolvimento de websites deve acautelar o uso de informação que viole
os direitos de propriedade 28. A anatomia de um website pode, eventualmente,
revelar o uso indevido de logótipos face ao artista ou à empresa detentora do
mesmo, o uso de texto, imagens ou de artigos sem autorização ou
identificação do autor.

Para as empresas que desenvolvem software global como a Microsoft com a
enciclopédia Encarta, ou a enciclopédia Britânica têm de ter em atenção
questões de ordem cultural e religiosa que podem facilmente desencadear
ondas de sério desagrado.

Por outro lado, os indivíduos, ou as empresas, de desenvolvimento de
software podem facilmente copiar a ideia, ou as funcionalidades de uma
determinada aplicação construindo uma aplicação alternativa por exemplo de
Gestão de Recursos Humanos. Dificilmente o software tem protecção para
esta prática ficando-se pela protecção face à eventual alteração de linhas de
código. Daqui resulta a dificuldade de cedência do código fonte das aplicações
quando se adquirir uma aplicação informática a um fornecedor.

1.7.2.2 Ética e Software 

A protecção dos dados individuais e os direitos dos utilizadores deverão ser
explicitados pela política de privacidade das empresas.

Noutro plano, as empresas devem ter uma clara política sobre os direitos de
propriedade das aplicações que utiliza adequadamente licenciadas. A


27
    Spamming – prática de envio de e-mail e de outras comunicações electrónicas não
solicitadas
28
   Copyright – estatuto que protege os criadores de propriedade intelectual

     29
Cap. I – Sistemas de Informação

adequada configuração dos sistemas de gestão e de exploração (vulgo sistema
operativo) pode assegurar um nível de segurança razoável no impedimento de
instalação de aplicações não autorizadas, ora por violarem o direito de
propriedade, ou por comprometerem a produtividade e a conduta dos
colaboradores.      A   promoção    da     responsabilidade     deve    ser   um    lema
identificando-se, por isso, o responsável pelos sistemas de informação. A
qualidade do sistema deve ser obtida com uma política que inclua adequado
sistema de controlo, segurança através de mecanismos de auditoria que o
comprovem.

É também grave o uso de PEN-Drives, ou de outros dispositivos de pequenas
dimensões, mas de considerável capacidade de armazenamento, que podem
transportar dados empresariais importantes, sem estarem encriptados e,
portanto, serem vulneráveis em caso de roubo, ou de extravio dos
dispositivos. Aliás há estudos que revelam que uma das quebras significativas
de segurança que se verificam nos Estados Unidos advém particularmente
destes actos irresponsáveis de se perder portáteis, discos e Pen-Drives.

1.7.2.3 Ergonomia 

A qualidade do sistema deve ser obtida com uma política que inclua um
adequado sistema de controlo e de segurança através de mecanismos de
auditoria que o comprovem.

Por outro lado, a qualidade de vida também deve ser considerada alertando
os   colaboradores      para   eventuais    riscos   para   a   saúde    no   uso    dos
               29
equipamentos .




29
  Veja as indicações que hoje alguns dispositivos, tais como teclados e ratos se fazem
acompanhar alertando para o problema.

     30
Cap. I – Sistemas de Informação




       Fig.: 11 – Algumas das múltiplas recomendações na utilização de computadores

1.7.2.4 Comunicação Mediada 

A Internet é uma tecnologia social que tem evoluído para a forma natural de
comunicação humana. No início a comunicação mediada por computador era
simplesmente assíncrona (e-mail), para evoluir para síncrona (chat) e para
actualmente incluir com facilidade a imagem e, como tal, tornando a
comunicação mais próxima dos cânones presenciais.

Todavia a procura da eficácia das comunicações no contexto pessoal, mas
sobretudo empresarial deve ser cuidado atendendo à especificidade do meio.
Se, em contexto presencial, uma conversa de carácter mais social pode,
eventualmente, incluir alguma expressão menos adequada, a reacção facial,
ou outra pode ajudar-nos a corrigir com eficácia o erro inadvertidamente
cometido. Isto não acontece facilmente em contexto de comunicação
mediada por computador. Assim sendo, a participação em fóruns de
comunidades de prática na empresa, com clubes de clientes on-line, ou no e-
mail devem ser profundamente cuidadas.

1.7.2.5 Recursos 

Alguns recursos essenciais sobre a problemática disponíveis on-line:

   •    www.eff.org
   •    www.epic.org
   •    www.ftc.gov/bcp/conline/pubs/online/sitesee
   •    www.ebusiness.mit.edu/erik



   31
Cap. I – Sistemas de Informação

Os computadores utilizados nas empresas norte-americanas não armazenam
apenas informação de trabalho, sendo dedicado algum espaço ao arquivo de
ficheiros pessoais de media. Uma análise efectuada pela InStat, com o
objectivo de apurar o tipo de computadores utilizados e a relação entre estes e
o acesso a conteúdos multimédia, revelou que cerca de 35% dos utilizadores
empresariais arquivam ficheiros de música nos seus computadores de trabalho.

Os trabalhadores dos sectores de novas tecnologias e informática, que
convenientemente     têm   os   computadores        com   maior     capacidade   de
armazenamento, admitem utilizar os computadores do local de trabalho para
arquivar ficheiros de música, vídeo e imagens.

Entre as conclusões do estudo destaca-se a preferência dos funcionários de
topo    pelos   computadores    portáteis   e   a    configuração    utilizada   nos
computadores dos engenheiros, que se encontra dentro da média de um
utilizador empresarial comum.

O inquérito, distribuído on-line, foi efectuado a trabalhadores de empresas
norte-americanas de diferentes áreas de trabalho e revelou que 23% das
entidades utiliza o sistema operativo Windows 2000 ou mais antigo, um número
curioso numa altura em que se prepara a entrada do novo Windows Vista no
mercado.

Um estudo recente efectuado pela empresa americana Websense, revelou que
50% dos trabalhadores norte-americanos, que possuem acesso à Internet no
trabalho e que navegam durante as horas de expediente, não resistem à
tentação de aceder às suas contas pessoais de e-mail e a outros conteúdos
pessoais que nada têm a ver com as suas funções profissionais.

Os inquiridos admitem que, em média, passam 3,4 horas por semana a
navegar por sites pessoais durante horário de trabalho, sendo os líderes da
popularidade os portais de notícias com 81% das preferências, seguindo-se
dos acessos a contas de e-mail particulares (61%), a sites bancários (58%), a
páginas dedicadas ao turismo (56%) e a sites de comércio electrónico (52%).




   32
Cap. I – Sistemas de Informação


1.8 Gestão da Informática e da Informação 

A Gestão dos Sistemas de Informação (GSI) engloba três grandes áreas de
actividade (Amaral & Varajão, 2000): Planeamento de Sistemas de Informação
(PSI), Desenvolvimento de Sistemas de Informação (DSI) e a Exploração de
Sistemas de Informação (ESI) conforme Fig.: 9. Estas actividades podem ser
vistas de uma forma separada, como aqui se faz, para facilitar a percepção do
domínio de cada uma, ou serem apreciadas de uma forma conjunta. Assim a
«Gestão dos Sistemas de Informação é a Gestão de Recursos de Informação e
de todos os recursos envolvidos no planeamento, desenvolvimento, exploração
e manutenção do Sistema de Informação» (Amaral e Varajão, 2000: 26).




             Fig.: 12 – Actividades da Gestão de Sistemas de Informação
O PSI permite à Organização planear o seu sistema ideal sob a orientação
estratégica que interessa aos órgãos de topo. Há um conjunto complexo de
metodologias e de ferramentas de suporte às actividades do PSI (Racines, BSP,
ISP/IE, SPC) que facilitam a análise e implementação estratégica e a análise
de investimento.




   33
Cap. I – Sistemas de Informação

O Desenvolvimento do Sistema de Informação procura aportar vantagens
competitivas e concretizar a necessidade identificada de mudança através da
melhoria de desempenho de todo o sistema, ou de um subsistema. Tem ao seu
encargo tarefas de análise, concepção, construção, implementação e
Manutenção dos sistemas.

Por sua vez o ESI é responsável pelo bom funcionamento do binómio TI/SI. Isto
é a adequada operação dos sistemas, a administração das pessoas e das TI e o
apoio a novos projectos.

Os Sistemas de Informação devem estar alinhados com a perspectiva do
negócio e não condicionado por imposições do software adquirido, assim como
a componente dos recursos humanos é de uma gestão sensível para
ultrapassar mecanismos de resistência à mudança e para aferir o grau de
satisfação dos utilizadores.

Cabe ainda na Gestão dos Sistemas de Informação temas como a Auditoria dos
Sistemas de Informação e a Definição de Políticas.

A recente descoberta de que as tecnologias não resolvem todos os problemas
organizacionais veio devolver valor às pessoas, em particular, através da
corrente designada por gestão do conhecimento apoiada pela dinâmica das
Comunidades de Prática (CoP).




   34
Cap. II – Plano Tecnológico da Educação




Knowledge is information that changes something or somebody—
either by becoming grounds for actions, or by making an individual
(or an institution) capable of different or more effective action.



                                                 Peter Drucker (1909-2005)




2 A formação de docentes. Políticas de enquadramento. O Plano 
    Tecnológico da Educação 

2.1 A formação de docentes – uma visão global 

A perspectivação da formação de docentes para uma eficiente utilização das
TIC não é uma tarefa fácil.

Até hoje, milhares de horas de formação foram realizadas nos Centros de
Formação de Escolas versando a temática das TIC, mas é percepção
generalizada que muito pouco elas terão contribuído para uma aumento
significativo da sua própria utilização como suporte da aprendizagens, seja no
interior da sala de aula seja como ferramenta de trabalho dos alunos.

A concepção e implementação do PTE tem como objectivo central responder a
esta questão, fazendo convergir os esforços nos seus diferentes eixos e
particularmente no eixo formação. Apenas uma operação global e integrada
pode dar respostas eficazes na formação dos docentes de modo a que estes
venham a possuir novas competências capazes de modificar os antigos
paradigmas orientadores das formas de ensinar.


   35
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação

Uma leitura sobre alguns documentos relevantes, de origem europeia e
portuguesa, nomeadamente:
   •    ICT impact report , da European Schoolnet (2007)
   •    Emerging Technologies for Learning, da Becta (2007)
   •    Modernização    tecnológica   do   ensino    -   Análise     de   modelos
        internacionais de referência, GEPE (2008)
   •    Modernização tecnológica do ensino em Portugal - Estudo de
        Diagnóstico, GEPE (2008)

permitiram estabelecer um conjunto de constatações que a seguir se relatam
e comentam. Algumas destas questões são bastante pertinentes tendo em
conta que alguns países europeus também têm feito esforço significativo no
sentido de implementar as TIC nas salas de aula e nos processos de ensina r e
aprender.

A inclusão de TIC no currículo

Uma pequena percentagem de escolas em alguns países têm incorporado as
TIC no currículo, demonstrando elevados níveis de eficácia e adequação na
sua utilização para apoiar e transformar o ensino e a aprendizagem numa
vasta gama de disciplinas escolares e de conteúdos diversificados.

        Esta pode ser uma das questões centrais e potenciadoras da utilização
        das TIC. A inclusão nos curricula de situações onde a utilização das
        ferramentas informáticas seja incontornável, obrigará todos os
        professores a apetrecharem-se com as competências necessárias para o
        desenvolvimento daquela parte do conteúdo.

A maturação tecnológica e pedagógica

A maioria das escolas, na maioria dos países europeus ainda estão na fase
inicial da adopção das TIC. Esta fase inicial é caracterizada por:

   • uma utilização descoordenada e pouco sistemática das facilidades
        tecnológicas;
   • alguma melhoria do processo de aprendizagem;
   • algum desenvolvimento de processos de elearning,



   36
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação

No entanto estas constatações não evidenciam profundas melhorias no ensino
e na aprendizagem (European Schoolnet Report).

Na verdade, o processo de modificação dos paradigmas de ensinar e fazer
aprender com as TIC não é fácil. Perspectivas de aprendizagem colaborativa e
construcionista, entre outras, têm agora de ser exploradas de forma mais
empenhada.

Estudos quantitativos revelam relações de causa importantes (European
SchoolNet).

Seis estudos analisados no ICT impact report da European Schoolnet (2007)
são baseadas em estudos quantitativos e tentam estabelecer uma relação
causal entre o uso das TIC e os resultados dos alunos.

Genericamente esses estudos constatam que:

   • as TIC têm impactos positivos sobre desempenho escolar nos alunos das
        escolas primárias, especialmente em Inglês e não tanto em ciências ou
        em Matemática;
   • a utilização das TIC melhora os níveis escolares em Inglês (em situação
        de língua materna e especialmente nas escolas primárias) em Ciência e
        Tecnologia e em Design, nos alunos com idades entre 7 e 16;
   • Nos países da OCDE há uma associação positiva entre a duração do
        tempo de utilização das TIC pelos estudantes e o seu desempenho em
        Matemática (testes PISA);
   • Escolas com maiores níveis de e-maturidade demonstram um rápido
        aumento do valor do desempenho do que aquelas com níveis mais
        baixos;
   • Escolas com bons recursos TIC alcançam resultados melhores do que
        aquelas que estão mal equipadas;
   • O investimento nas TIC tem mais impacto sobre padrões educacionais
        quando há um terreno fértil na escola para fazer uma utilização
        eficiente do mesmo;




   37
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação


   • O acesso à banda larga na sala de aula resulta em melhorias
        significativas no desempenho dos alunos em testes nacionais realizados
        aos 16 anos;
   • Os Quadros Interactivos influenciam os resultados dos alunos em testes
        nacionais em Inglês (em especial para os alunos com baixos resultados
        em redacção), Matemática e Ciências, que melhoram mais do que a dos
        alunos de escolas sem quadros interactivos.

Estudos qualitativos estabeleceram constatações sobre o impacto das TIC

Quatro estudos qualitativos realizados no âmbito da European Schoolnet
(2007) estabeleceram algumas constatações, derivadas da percepção dos
diferentes actores, sobre o impacto das TIC nas aprendizagens que os alunos
desenvolvem. Nomeadamente, verificaram que:

   • os alunos, pais e professores consideram que as TIC têm um impacto
        positivo sobre a aprendizagem;
   • o desempenho         nos conteúdos e nas competências básicas dos
        estudantes (cálculo, leitura e escrita) melhoram com a utilização das
        TIC, de acordo com os professores;
   • Os professores estão cada vez mais convencidos de que as realizações
        educacionais dos alunos melhoram através do uso das TIC;
   • os estudantes academicamente mais fortes beneficiam mais da
        utilização das TIC, mas estas servem igualmente os estudantes mais
        fracos.

Influência das TIC nas motivações e nas competências

Alguns estudos apontam que as TIC beneficiam a aprendizagem sobretudo
porque têm forte influência ao nível das motivações e das competências.

   • Uma taxa elevada dos professores na Europa (86%) indica que os alunos
        estão mais motivados e atentos quando os computadores e a Internet
        são utilizados nas aulas. No entanto, em alguns países, existe um
        número significativo de professores (cerca de 20%), que negam
        qualquer vantagem pedagógica na utilização do computador na sala de
        aula;


   38
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação


   • As TIC têm um forte efeito motivador e efeitos positivos sobre o
        comportamento,       comunicação       e   processo   de   aquisição   de
        competências.
   • Conteúdos multimédia e interactivos veiculados através dos QMI são
        aliciantes e motivadores, em especial para os alunos mais novos,
        levando-os a prestar mais atenção durante as aulas.

Benefícios para a aprendizagem autónoma

Seja do ponto de vista do estudante ou da aprendizagem, os estudos indiciam
benefícios para a aprendizagem autónoma. Nomeadamente, verifica-se que:

   • as TIC permitem uma maior diferenciação com programas adaptados às
        necessidades de cada um dos alunos (especialmente nas escolas
        primárias);
   • os alunos afirmam que fazem as actividades à sua maneira, quando
        utilizam um computador e os pais consideram que eles resolvem tarefas
        mais adequadas ao seu próprio nível;
   • os professores consideram que os alunos trabalham mais de acordo com
        os seus próprios estilos de aprendizagem, resultando num impacto
        positivo sobre os alunos, sejam eles academicamente fortes ou fracos;
   • os alunos com necessidades especiais ou dificuldades comportamentais
        retiram benefícios de formas diferentes a partir da utilização das TIC.

As TIC e a aprendizagem colaborativa

As TIC têm impacto positivo na aprendizagem dos estudantes - os estudos
indiciam benefícios para o estudo autónomo e trabalho colaborativo.
Verificou-se nomeadamente que:

   • a utilização das TIC nas escolas pode ajudar a reduzir a fractura social
        através da redução do fosso digital;
   • os alunos assumem maior responsabilidade pela sua própria
        aprendizagem quando utilizam as TIC, trabalhando de forma mais
        autónoma e eficaz;
   • as TIC podem apresentar aos alunos actividades melhor adaptadas às
        suas necessidades individuais, tornando mais fácil a organização da

   39
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação

          sua própria aprendizagem, através da utilização de, por exemplo, e-
          portfolios;
     • a colaboração entre os estudantes é maior quando se utilizam as TIC
          para trabalho de projecto.

Impacto das TIC nos professores

De acordo com o estudo da Becta (2007) há um impacto considerável das TIC
nos professores e nos métodos de ensino.

Os professores vêm a sua motivação acrescida por diferentes tipos de acções.

     • a frequência de programas de formação ou intervenções específicas
          dos Governos (p.ex avaliando positivamente o desempenho dos
          professores que obtêm certificação TIC) fomentam atitudes positivas
          dos professores em relação às TIC;
     • por terem acesso gratuito ou privilegiado a um computador portátil
          aumentam as atitudes positivas em relação ao seu trabalho.

Os professores registam um aumento da eficiência e da colaboração nas suas
práticas lectivas pela simples utilização das TIC. Os estudos realizados
permitiram constatar que:

     • uma esmagadora maioria de professores na Europa (90%) usam as TIC
          para preparar suas aulas;
     • os professores utilizam as TIC para planear aulas de forma mais
          eficiente e mais eficaz. As TIC permitem que os professores partilhem
          materiais pedagógicos e planos curriculares com os colegas e gestores;
     • os professores do ensino básico consideram as TIC com mais impacto
          do que os professores do ensino secundário;
     • uma eficaz exploração dos sistemas de informação leva a uma maior
          formalização e planeamento cooperativo entre professores. Porém, não
          existe uma imagem positiva da utilização de Ambientes Virtuais de
          Aprendizagem 30 para fins pedagógicos.

Utilização específica das TIC

30
   Exemplo destes ambientes é a plataforma Moodle ou outros softwares de gestão de
aprendizagem similares.

     40
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação

A utilização de metodologias e estratégias de ensino aprendizagem através
das TIC, conduz a soluções inovadoras.

   • O facto de se propiciar abordagens estruturadas à investigação através
        da Internet desenvolve nos estudantes competências de pesquisa e
        investigação.
   • A banda larga é o maior factor de aumento da colaboração entre os
        professores. O acesso a de banda larga de alta capacidade na sala de
        aula aumenta a qualidade e a quantidade de actividades educativas
        que podem ser realizadas.
   • Os QMI fazem a diferença para os aspectos de interacção em aula.
   • As políticas dos Governo têm impacto sobre as TIC no ensino e levam a
        uma "rotina“ de incorporação e de utilização de TIC.

Competências dos professores em e no uso das TIC

Os estudos em que nos temos baseado para apresentar as constatações
anteriores permitem ainda evidenciar um conjunto alargado de indicadores
importantes sobre as competências dos professores.

   • As competências básicas dos professores em TIC têm aumentado
        fortemente em toda a Europa.
   • As TIC são mais utilizadas quando se encaixam melhor com as práticas
        tradicionais - a adaptação à tecnologia torna-se assim mais fácil.
   • Os programas de desenvolvimento de competências nacionais, através
        da promoção de acções de formação, tiveram um impacto limitado
        sobre as competências pedagógicas dos professores. Os gestores
        escolares estimam que o impacto das TIC sobre os métodos de ensino
        na escola é reduzido.
   • Os professores de ciências, matemática e ciências da computação são
        os mais intensivos utilizadores do computador em sala de aula, usando-
        o em mais de 50% das suas aulas. Regista-se que estes professores já
        tiveram muito contacto com o computador enquanto alunos na sua
        própria formação inicial (transfer de competências e processo de
        modelação).



   41
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação


   • O maior impacto nas aprendizagens dos alunos é encontrado em relação
        aos professores que são utilizadores experientes e que desde o início já
        tinham integrado as TIC no seu ensino.
   • O impacto de um determinado dispositivo ou da aplicação das TIC
        depende da capacidade do professor para os explorar de forma eficaz
        para fins pedagógicos. Daí se advogar que para além da formação
        básica nos softwares comuns, os professores devem ter um amplo
        conhecimento sobre softwares específicos adaptados e utilizáveis nos
        currículos dos seus alunos, para além da percepção sobre novos
        paradigmas      de   ensino   com   as   TIC,   explorando   perspectivas
        construtivistas, colaborativas e conectivistas na aprendizagem.
   • As TIC podem reforçar o ensino, reforçando o que já é praticado ou
        introduzindo novidades e melhores formas de aprendizagem e ensino.
   • As TIC são ainda subaproveitadas para criar ambientes onde os alunos
        estão aprendendo mais activamente na criação de conhecimento e não
        apenas a ser consumidores passivos.

Factores impeditivos da implementação das TIC

Existem nos sistemas de ensino diversas barreiras para que a adopção das TIC
nos processos de aprendizagem se faça de uma forma rápida e eficaz.

Por um lado, o apetrechamento das escolas nem sempre é feito a tempo e
com o equipamento adequado. Por outro lado podem falhar os planos de
manutenção preventiva e de reparação.

Constata-se que uma parte muito significativa de professores, na sua
formação     inicial,   nunca    aprendeu   em    ambientes    tecnologicamente
enriquecidos pelo que não transpôs para a sua actividade essas formas de
ensinar. As mudanças são necessariamente lentas e apenas depois de algum
tempo de adaptação e convencimento que com as TIC se faz melhor do que
com práticas antigas.

Barreiras ao nível do professor:




   42
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação

A percepção dos professores sobre as suas competências, a sua motivação e a
confiança que deposita nas novas ferramentas determinam o nível do seu
envolvimento no domínio das TIC.

   • Reduzidas competências TIC – os professores consideram quase sempre
        que têm poucas competências para poder utilizar as TIC, mesmo que já
        as utilizem para preparar as suas aulas e trocar informação com
        colegas.
   • Baixa motivação – os contextos escolares no início do Sec XXI em alguns
        países europeus não são propícios à motivação para inovar. Alunos
        turbulentos, turmas numerosas e políticas restritivas levam a alguma
        desmotivação e fraca apetência pela inovação.
   • A falta de confiança na utilização de novas tecnologias no ensino é
        também determinante nos níveis de envolvimento no domínio das TIC –
        alguns professores tendem a sentir-se em inferioridade face aos seus
        alunos, nativos digitais. Na verdade este é quase sempre um falso
        problema dado que um professor que utiliza as ferramentas triviais das
        TIC sabe manipulá-las e utiliza-las de forma pedagógica, ao invés dos
        seus alunos que detêm outro tipo de competências no mundo digital:
        instant messenging, redes sociais, jogos.

Barreiras ao nível da Escola

Também as Escolas, pela sua tipologia, localização dos diferentes edifícios,
capacidade interna de reflectir estratégias, capacidade de liderança dos
órgãos de governação, são decisivas na determinação dos níveis de utilização
das TIC por parte dos professores.

   • Limitado o acesso às TIC (devido a uma falta ou deficiente organização
        dos recursos TIC) – deve        existir a quantidade suficiente de
        equipamentos para que a sua utilização ou não se transforme em algo
        rotineiro. O exemplo de mudar da sala habitual para se utilizar TIC é
        algo que não deve acontecer.
   • Má qualidade e insuficiente manutenção de hardware e inadequado ou
        insuficiente software educacional – os sistemas educacionais devem



   43
Cap. II – Plano Tecnológico na Educação

        estar atentos à questão da manutenção e actualização do equipamento
        e softwares utilizados, promovendo políticas activas nesse sentido.
   • Ausência de uma dimensão estratégica global TIC nas escolas – as TIC
        são tanto ou mais utilizadas quanto mais os actores escolares se
        envolverem na definição de planos da sua integração, nomeadamente
        ao nível da formação pessoal, integração curricular e organização de
        repositórios temáticos e conteúdos.
   • Experiência reduzida com projectos orientados para as actividades
        apoiadas pelas TIC – a pouca participação em projectos com inclusão de
        TIC leva a que não se aumentem competências práticas, não se
        partilhem experiências e não se crie um espírito de inovação constante,
        provável referência metodológica para os novos professores.

Em termos muito globais, e em jeito de síntese, os estudos anteriormente
citados permitem constatar o seguinte:

   1. Em termos práticos, o uso dos computadores para fins educativos
        parece depender, em primeiro lugar, dos recursos disponíveis,
        calculados quase exclusivamente em termos de disponibilidade e
        facilidade de acesso aos equipamentos, ficando de fora, na maior parte
        das vezes, análises mais detalhadas e de natureza qualitativa, por
        exemplo sobre o tipo de trabalho que é efectivamente desenvolvido por
        professores e alunos ou as dinâmicas instaladas nas escolas nesse
        domínio.
   2. O crescimento do número de computadores nas escolas, verificado
        principalmente nos últimos anos, com o que isso significou em termos
        dos   elevados   investimentos   públicos,   tem   suscitado   a   grande
        preocupação dos governos em avaliar o sucesso dos esforços financeiros
        despendidos e vários foram os estudos realizados com essa finalidade,
        em diversos países. Os resultados não são conclusivos.
   3. A maior parte desse tipo de estudos mostra é que, apesar do aumento
        de computadores disponíveis e de melhores infra-estruturas, as
        tecnologias de informação e comunicação (TIC) não são usadas ainda
        em grau satisfatório ou, pelo menos, não são usadas tirando partido de


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Manual getic 23-out_09

  • 1. Gestão das Tecnologias na Escola Faculdade de Educação e Psicologia Universidade Católica Portuguesa António Andrade [aandrade@porto.ucp.pt] José Lagarto [jlagarto@ucp.pt]
  • 2. Conteúdo  1  Políticas e Estratégias para os Sistemas de Informação na Escola .......... 1  1.1  Nativos e Imigrantes Digitais – A diferente neuroplasticidade .......... 1  1.2  A Sociedade da Informação ................................................... 4  1.3  Adopção de tecnologias, inovação e mudança ............................ 7  1.3.1  Modelos de Adopção de Tecnologia .................................... 8  1.3.2  Modelos de Presença na Internet ...................................... 12  1.4  Fases na Adopção de Tecnologia no Ensino ............................... 14  1.5  Arquitectura, Urbanismo e Ecologia dos Sistemas de Informação ..... 15  1.6  Alguns subsistemas das Escolas ............................................. 23  1.6.1  Biblioteca Escolar ........................................................ 23  1.6.2  LMS e outros subsistemas ............................................... 26  1.7  Dimensão ética dos e-spaces ................................................ 27  1.7.1  A problemática ........................................................... 27  1.7.2  As Dimensões do Problema ............................................. 28  1.8  Gestão da Informática e da Informação ................................... 33  2  A formação de docentes. Políticas de enquadramento. O Plano Tecnológico da Educação .............................................................. 35  2.1  A formação de docentes – uma visão global .............................. 35  2.2  Objectivos estratégicos do PTE ............................................. 45  2.3  As dimensões do PTE.......................................................... 47  2.4  O eixo Formação .............................................................. 50  3  As tecnologias da aprendizagem colaborativa ................................ 53  3.1  Dos LMS aos PLE ............................................................... 54  3.2  Participação online ........................................................... 62  3.3  Blogs, Vlogs e Micro Blogs .................................................... 66  ii
  • 3. 3.4  WebQuest ....................................................................... 67  3.5  Mobile Learning ................................................................ 68  3.6  Podcast.......................................................................... 70  3.7  e-Portfólio ...................................................................... 72  3.8  Jogos e Simuladores .......................................................... 73  3.9  Quadros Multimédia Interactivos ........................................... 78  3.10  Produção de Conteúdos .................................................... 79  3.11  Qualidade dos Recursos Formativos ..................................... 81  3.12  Repositórios.................................................................. 82  3.13  Avaliação do Processo...................................................... 84  4  Interfaces comunicacionais ...................................................... 88  4.1  Os Media Sociais ............................................................... 88  4.2  Evolução dos Serviços ........................................................ 92  4.3  Comunicação Institucional ................................................... 96  4.4  O Portal da escola ............................................................ 100  4.4.1  Dimensões de Gestão ................................................... 102  4.4.2  Gestores de Conteúdo .................................................. 103  4.4.3  Desempenho e impacto na sociedade ................................104  4.4.4  Arquitecturas de Participação ........................................108  4.4.5  Tecnologias colaborativas de suporte aos Departamentos .......111  4.5  Redes Sociais .................................................................. 111  5  As comunidades de prática e de aprendizagem.............................. 115  5.1  Introdução ..................................................................... 115  5.2  Comunidades de prática e comunidades virtuais de aprendizagem.. 116  5.3  Tipos de Comunidades ....................................................... 121  5.4  As tecnologias das COP’s ....................................................122  iii
  • 4. 5.4.1  Gestão Colaborativa de Projectos .................................... 124  5.5  Comunidades Virtuais de Aprendizagem..................................125  5.6  Formas de desenvolvimento das comunidades ..........................127  5.7  As práticas colaborativas nas CVA .........................................127  5.8  Conclusão ...................................................................... 132  6  Segurança na Internet............................................................ 138  6.1  As funcionalidades ........................................................... 139  6.2  Os perigos na utilização da Internet ......................................147  6.2.1  Spam ...................................................................... 147  6.2.2  Vírus ....................................................................... 148  6.2.3  Exemplo de Vírus: ....................................................... 148  6.2.4  Worms ..................................................................... 149  6.2.5  Spyware ................................................................... 149  6.2.6  Phishing (“Pescar” informações dos utilizadores) .................149  6.2.7  Cyberbullying ............................................................ 150  6.3  As políticas de segurança ................................................... 151  Ilustrações FIG.: 1 – CAPA DA TIME EM 2006  ....................................................................................................................... 6  . FIG.: 2 – MODELO DE ADOPÇÃO DA WEB DE THOMPSON S.H. TEO E YUJUN PIAN ...................................................... 13  FIG.: 3 ‐ ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO NO ELEARNING ....................................................................................... 15  FIG.: 4 – A ORGANIZAÇÃO E O SEU CONTEXTO ...................................................................................................... 17  FIG.: 5 ‐ SIGNIFICADOS ASSOCIADOS A INFORMAÇÃO (VISUAL THESAUROS V3.0) ........................................................ 17  FIG.: 6 – CONCEITOS ASSOCIADOS A SISTEMA (VISUAL THESAUROS V3.0) ................................................................. 21  FIG.: 7 – OS TRÊS NÍVEIS DE GESTÃO SUGERIDOS POR ANTHONY ............................................................................... 22  FIG.: 8 – ARQUITECTURA DE SUPORTE AO SISTEMA DE GESTÃO DE UMA BIBLIOTECA .................................................... 24  FIG.: 9 – ARQUITECTURA LÓGICA DE UMA BIBLIOTECA ........................................................................................... 25  FIG.: 10 – VISÃO GLOBAL DO SISTEMA TECNOLÓGICO ESCOLAR ............................................................................... 26  FIG.: 11 – ALGUMAS DAS MÚLTIPLAS RECOMENDAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DE COMPUTADORES ......................................... 31  iv
  • 5. FIG.: 12 – ACTIVIDADES DA GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ......................................................................... 33  FIG.: 13 – DOCUMENTOS DE ORIENTAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE DOCENTES EM COMPETÊNCIAS TIC  ............................. 50  . FIG.: 14 – INTERESSE NA PESQUISA DE “LMS” E “PLE” EM PORTUGAL ..................................................................... 56  FIG.: 15 – TIPOLOGIA DOS ESPAÇOS NA FORMAÇÃO COMBINADA (ADAPTADO DE MILNE, 2006) .................................... 57  FIG.: 16 – INTERACÇÕES EDUCATIVAS ‐ MODELO DE ANDERSON (2004) ................................................................... 58  FIG.: 17 – MODELO DE INTERACÇÃO NA APRENDIZAGEM ONLINE – MODELO DE ANDERSON (2004) .............................. 59  FIG.: 18 – TIPOS DE INTERACÇÃO ....................................................................................................................... 64  FIG.: 19 – ESTRATÉGIA DE ENSINO EM FUNÇÃO DE OBJECTIVOS (ADAPTADO DO WHITE PAPER DE ELISSA ROBINS LOTUS  LEARNINGSPACE EM 25 SET. 1997) .......................................................................................................... 79  FIG.: 20 – ESTRUTURAÇÃO DE UMA UNIDADE CURRICULAR ..................................................................................... 81  FIG.: 21 – MODELO DE KACZYNSKI, WOOD, E HARDING ......................................................................................... 85  FIG.: 22 – VISTA PARCIAL DA VERSÃO ESTUDANTE DO QUESTIONÁRIO OLES ............................................................... 87  FIG.: 23 – MODELO TRADICIONAL DA COMUNICAÇÃO DE MASSAS (LASSWELL 1948) .................................................. 89  FIG.: 24 – PAPÉIS DA TECNOLOGIA NOS SERVIÇOS (CRAIG E ROTH CITADOS POR FITZSIMMONS) ..................................... 93  FIG.: 25 – GESTÃO DE WEB‐SITE ..................................................................................................................... 101  FIG.: 26 – UM DOS SISTEMAS DE CONTROLO DE ESTATÍSTICAS FORNECIDO PELO GOOGLE ............................................ 102  FIG.: 27 – O “CUBO” DE PETER KEEN ............................................................................................................... 103  FIG.: 28 – ABORDAGENS NA AVALIAÇÃO DO WEB‐SITES ....................................................................................... 105  FIG.: 29 – ESTRUTURAS TÍPICAS DO BLOGUE E DO WEB‐SITE ................................................................................. 109  FIG.: 30 – CONCEITO DE COMUNIDADE (WWW.THINKMAP.COM)  .......................................................................... 113  . FIG.: 31 – DIMENSÕES CHAVE DE UMA COP (ADAPTADO DE WENGER) ................................................................... 118  FIG.: 32 ‐ TIPOLOGIA DOS PARTICIPANTES DE UMA COMUNIDADE (WENGER)  ........................................................... 119  . FIG.: 33 – AS TECNOLOGIAS DE SUPORTE ÀS COMUNIDADES DE PRÁTICA (WENGER)  .................................................. 123  . FIG.: 34 ‐ ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DE UMA COP. (FONTE: WENGER (1998)) .............................................. 127  FIG.: 35 ‐ GRÁFICO DA EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES EM TRÊS FÓRUNS DE SENSIBILIZAÇÃO .................. 130  FIG.: 36 – GESTÃO DO CORREIO ELECTRÓNICO .................................................................................................... 140  FIG.: 37 – GESTÃO DE UM BLOG ...................................................................................................................... 142  FIG.: 38 – PERMISSÕES DE PUBLICAÇÃO NO BLOG ............................................................................................... 142  FIG.: 39 – REDE SOCIAL HI5 ........................................................................................................................... 143  FIG.: 40 – CONFIGURAÇÃO DO PERFIL NO HI5 .................................................................................................... 144  FIG.: 41 – ESPAÇO DE FÓRUM ......................................................................................................................... 145  FIG.: 42 ‐ FÓRUM ......................................................................................................................................... 145  FIG.: 43 – UTILIZAÇÃO DE FÓRUNS PÚBLICOS ..................................................................................................... 146  Quadros QUADRO 1 – OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS DO PLANO TECNOLÓGICO DA EDUCAÇÃO. ..................................................... 46  QUADRO 2 – ESTRUTURA FUNCIONAL DO PLANO TECNOLÓGICO DA EDUCAÇÃO (FONTE PTE) ....................................... 47  v
  • 6. QUADRO 3 – CONTEÚDOS DOS CURSOS DE FORMAÇÃO PARA O NÍVEL I (FONTE: PORTARIA 731/2009 DO MINISTRO DA  EDUCAÇÃO) .......................................................................................................................................... 51  QUADRO 4 ‐ ESTRUTURA DOS CURSOS DE FORMAÇÃO PARA O NÍVEL II (FONTE: PORTARIA 731/2009 DO MINISTRO DA  EDUCAÇÃO) .......................................................................................................................................... 51  QUADRO 5 – GERAÇÃO DE INTERNET E COMO SE APRENDE (ADAPTADO DE ANDERSON 2004) ....................................... 61  QUADRO 6 – MATRIZ DE EFICIÊNCIA E DE EFICÁCIA RELATIVA A PARTICIPAÇÃO ONLINE ................................................. 65  QUADRO 7 – NÍVEIS DO MODELO DE KIRKPATRICK ................................................................................................ 84  QUADRO 8 – ADAPTAÇÃO DO MODELO DE KACZYNSKI, WOOD, E HARDING ............................................................... 86  QUADRO 9 – EXEMPLOS DE SERVIÇOS COM MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA  ....................................................................... 95  . QUADRO 10 – OS SERVIÇOS MEDIADOS E O TRADICIONAL ....................................................................................... 95  QUADRO 11 – EQUILÍBRIO DAS FORMAS COMUNICACIONAIS (SEGUINDO A ÓPTICA DE LEVINSON) ................................. 100  QUADRO 12 – GESTORES DE CONTEÚDOS  ......................................................................................................... 104  . QUADRO 13 – PRINCIPAIS FACTORES DE AVALIAÇÃO DE SÍTIOS EDUCATIVOS (ANA AMÉLIA 2006) ................................ 107  QUADRO 14 – APLICAÇÕES PARA APOIO À GESTÃO DE PROJECTOS ......................................................................... 125  QUADRO 15 – CRIAR E DESENVOLVER COMUNIDADES (FONTE JOSÉ CLÁUDIO TERRA) ................................................ 135  QUADRO 16 – ATITUDES TÉCNICAS DE SEGURANÇA PARA UTILIZAÇÃO DA INTERNET. (FONTE:“GUIA PARA A SEGURANÇA NA  INTERNET” ) ........................................................................................................................................ 152  QUADRO 17 – ATITUDES COMPORTAMENTAIS DE SEGURANÇA PARA A UTILIZAÇÃO DA INTERNET. (FONTE:“GUIA PARA A  SEGURANÇA NA INTERNET” ) ..................................................................................................................  54  1 vi
  • 7. Quando uma coisa é nova, as pessoas dizem: “Não é verdade!” Mais tarde, quando a sua verdade se torna evidente, dizem: “Não é importante!” Por fim, quando a sua importância não pode ser negada dizem: “de qualquer modo, já não é novo!” Adaptado de William James
  • 8.
  • 9. Cap. I – Sistema de Informação I have been impressed with the urgency of doing. Knowing is not enough; we must apply. Being willing is not enough; we must do. Leonardo da Vinci (1452-1519) 1 Políticas  e  Estratégias  para  os  Sistemas  de  Informação  na  Escola  1.1 Nativos e Imigrantes Digitais – A diferente neuroplasticidade  Os jovens de hoje representam uma profunda mudança que é uma clara descontinuidade face aos padrões geracionais evolutivos, mais conhecidos e sistematicamente verificados até há poucos anos, no plano da educação e da formação. O sistema de ensino parece não estar preparado para trabalhar com eles e com a sua diferente forma de processar informação! Um adolescente de hoje terá passado cerca de 5000 horas a ler livros e 10000 horas a jogar no computador ou em consolas, 10000 horas a usar telemóvel e 20000 horas a ver televisão. Um adolescente terá enviado e recebido 200000 1
  • 10. Cap. I – Sistemas de Informação e-mails e SMS e visto 500000 filmes publicitários, enquanto manipula um leitor de MP3 ou um telemóvel (Prensky, 2001) 1. Esta realidade torna-os nativos digitais na expressão do citado Marc Prensky que considera os docentes imigrantes no universo digital. Imigrantes nem sempre adaptados e integrados. Os casos de maior inadaptação (docentes ou não) verificam-se pelo facto de imprimirem e-mails para ler, ou alguém os imprime por si, não redigem directamente no computador, não lêem em formato digital, não enviam o endereço de um site, mas convidam a ir ao gabinete, ou ao seu computador para ver e analisar o conteúdo. Os mais adaptados usam ainda, por vezes, uma linguagem da era pré-digital e uma atitude pedagógica que não tira partido do novo meio, tendo como inevitável e infeliz efeito motivar os estudantes a desligar do contexto estático que muitas vezes se abate quando entram na sala de aula. A investigação em neurobiologia vai dando indicações, ainda segundo Marc Prensky, da neuroplasticidade do cérebro que se manifesta na constante capacidade de auto reorganização em função dos inputs recebidos. Este princípio é consensualmente aceite quando falamos, por exemplo, das capacidades complementares, ou alternativas, desenvolvidas pelos artistas ou pelos cegos. Face a esta constatação Ken Robinson afirma que as escolas matam a criatividade 2! O uso de jogos e simuladores com conteúdos sérios que antecipam realidades e modelam outras é um recurso com enorme potencial educativo e formativo. Desta forma os objectos educativos e as estratégias pedagógicas podem aproximar-se das suas capacidades de multitarefa, acesso aleatório, visualização gráfica, diversão, fantasia e conectividade entre pares que a educação tipicamente ignora ao manter ainda o professor como o Information Provider que planeia estímulos e distribuí reforços 3. Não se trata do que ensinar e aprender, mas como ensinar e aprender! Como tornar interessante o que é importante! 1 http://www.youtube.com/watch?v=dGCJ46vyR9o&eur 2 http://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity.html 3 «O visível sobre o inteligível leva a ver sem compreender» Giovanni Sartori 2
  • 11. Cap. I – Sistemas de Informação Os ambientes ricos em tecnologia vão superando o actual hábito de usarmos ferramentas tecnológicas para as diferentes tarefas 4. O divulgado projecto Sixth Sense saído do MIT Media LAB e liderado por Pattie Maes, mostra-nos um novo rumo resultante da interacção em ambientes ricos em tecnologia (Maes, 2009). A estes avanços tecnológicos podemos associar o potencial das descobertas de Elvira Fortunato 5 (transístores de papel) e tecnologia educativa como os promissores Siftables de David Merrill 6 que permite às pessoas interagir com informação digital de forma natural, sem fios e teclados (Merrill, 2009). Estamos perante uma nova Idade Media! Se a tecnologia devidamente enquadrada pode mudar a forma como aprendemos e ensinamos, também pode ser uma ameaça à seriedade das aprendizagens e do trabalho desenvolvido nas escolas, em qualquer grau de ensino, se sob uma capa de modernidade apenas se facilita a «pedagogia» do corta e cola através da Internet (Kauppila, 2005). Por outro lado a enfatizada capacidade de multitarefa também parece não ser muito eficaz em termos de aprendizagem como indica um estudo da Universidade de Standford 7. Esta atitude só pode sustentar a argumentação dos «Velhos do Restelo» que atravessam toda a história e emergem face a qualquer mudança tecnológica como, por exemplo, o antagonismo face aos relógios de sol na Roma antiga revelado por um texto do séc. III a.c., que relata o descontentamento de um cidadão face à presença daqueles objectos, agora instalados, por toda a cidade que perturbam os seus hábitos, condicionando e interferindo no horário das suas refeições. O tradicional paradigma do ensino baseado no princípio do Conteúdo e da Transmissão deverá evoluir com o reforço da vertente Contexto e Actividade. De certa forma é regressar a processos anteriores à massificação da escola iniciada no século XIX, em que se aprende no contexto profissional e nas oportunidades ocorridas no quotidiano mediante a interacção entre mestre e 4 http://www.youtube.com/watch?v=NsREy3A8RbI 5 http://idpt.wordpress.com/2008/08/26/elvira-fortunato/ 6 http://web.media.mit.edu/~dmerrill/siftables.html 7 http://www.nytimes.com/2009/08/30/weekinreview/30pennebaker.html?_r=2 (31 Agosto 2009) 3
  • 12. Cap. I – Sistemas de Informação o aprendiz. Desta forma o problema não se centra no acesso a conteúdos digitais, mas na exploração de contextos oferecidos e geridos nesse meio (Figueiredo & Afonso, 2006). 1.2 A Sociedade da Informação  As mudanças a que hoje assistimos começaram a desenhar-se em 1965 quando o número de trabalhadores ligados aos serviços ultrapassou o número daqueles que exerciam a sua actividade na agricultura e na indústria. Colocava-se assim fim ao ciclo da Sociedade Industrial que sucedera ao longo período da Sociedade Agrícola. Estávamos perante o advento da Terceira Vaga (Toffler & Toffler, 1995), a que Peter Druker vai chamar «Sociedade Pós-capitalista” e que se fixa, posteriormente, em Sociedade da Informação. Será adequado recordar que cada época tem o seu ciclo de utopias. Nos finais do século XIX, a quando da emergência das redes eléctricas, surgia a utopia de uma sociedade mais promissora, capaz de reconciliar o trabalho com o lazer e a cidade com o campo 8. No final do século XX e do milénio passado viveu-se uma utopia de objectivos e ideais semelhantes com o acesso massificado da INTERNET (Mattelart, 2002). Numa primeira fase a Internet (1.0) veio finalmente concretizar parte da visão de Marshall McLuhan na criação da «Aldeia Global». Isto é, estabelecer um espaço de equilíbrio na produção e no consumo de informação. A designada Web social, ou Internet 2.0, apresenta-nos um conjunto de tecnologias que finalmente estão a concretizar a tal visão de McLuhan para a qual Manuel Castells encontra uma nova designação - «Sociedade em Rede». As variáveis espaço, tempo e realidade alteraram-se fortemente com a presença massiva das Tecnologias da Informação (TI). As distâncias são hoje facilmente vencidas, em particular, onde é possível a desmaterialização da matéria como no caso da informação, dos documentos e do dinheiro. Por outro lado, no mesmo tempo, é possível executar mais tarefas com a ajuda das tecnologias e a realidade pode ser também virtual, imersiva ou não. 8 Chegou o comboio, e com ele vêm perfumes, mercadorias e ideias. Eça de Queirós (citado de memória) 4
  • 13. Cap. I – Sistemas de Informação A Sociedade da Informação é uma sociedade interligada, flexível, participada, móvel, criativa, onde a informação e o conhecimento são gerados e partilhados em ambientes cada vez mais mediados por tecnologia. Torna-se visível e progressivamente mais clara a influência e o enquadramento global dos impactos das tecnologias da informação e da comunicação no plano do sujeito e da sociedade (Miller, Michalski, & Stevens, 2000). Assim, Carlos Tedesco (Tedesco, 1999) caracteriza esta nova sociedade identificando três dimensões onde ocorrem mudanças profundas sob o dominador comum da influência das Tecnologias da Informação: (I) estrutura dos interesses, (II) carácter dos símbolos e (III) natureza das comunidades. Isto é, em que pensamos, com que pensamos e onde desenvolvemos o nosso pensamento são influenciados pelas tecnologias da informação. A presença crescente das tecnologias da informação e da comunicação no quotidiano coloca-nos perante um novo paradigma cujas características fundamentais são constatadas com clareza pelo sociólogo Manuel Castells (Castells, 2001): • hoje, a informação não existe apenas para agir sobre a tecnologia, mas é efectivamente cada vez mais a sua matéria prima. Trata-se de possuir poderosa tecnologia para agir sobre informação; • a penetrabilidade dos seus efeitos é indiscutivelmente profunda dado que a informação é parte incontornável de toda a actividade humana; • por último, a versatilidade e potencialidade da sua estruturação em rede está provada, pois a sua morfologia tem-se mostrado capaz de responder à complexidade crescente da globalizada interacção humana. Esta análise realiza-se dando primordial atenção ao potencial inovador atribuído às tecnologias da informação e da comunicação que estão cada vez mais presentes em todas as actividades desenvolvidas pelo Homem, pelo que assumem também progressivamente um estatuto de tecnologia social 9. 9 «As pessoas na net não são apenas solitários de informação, são também seres sociais.» Lee Sproull e Samer Faraj, 1995 5
  • 14. Cap. I – Sistemas de Informação Como corolário do crescimento das redes sociais na Internet a revista Time é levada a eleger cada um de nós como a personalidade do ano de 2006 (Fig.: 1). Fig.: 1 – Capa da Time em 2006 Efectivamente, a revolução proposta pelas tecnologias da informação altera os nossos comportamentos e vida em sociedade. Ao evoluírem de espécie-em- espécie tecnológica aproximam-se sucessivamente, mais e melhor, da nossa forma natural de comunicar. Efectivamente, com o telemóvel e os portáteis (netbook, leitores livros digitais) ligados em rede as actividades não são, como outrora, em função do local. Os aviões, os comboios, os automóveis, os espaços públicos são transformados em escritórios. A esfera pública e privada altera-se e a tecnologia permite transformarmo-nos em trabalhadores contínuos. Actualmente, o telemóvel é uma prótese cognitiva porque é o nosso elo de ligação à informação e à rede social, tal como McLuhan antecipava ao mencionar a ideia de «prótese electrónica» (Ganito, 2007). Noutro plano, as tecnologias móveis têm um papel de relevo no plano afectivo. Funciona como extensão pessoal pois, para além, do seu valor tem um papel activo na construção da identidade (o modelo escolhido, os toques seleccionados, as músicas, os SMS enviados e recebidos, etc.). Estas tecnologias vieram alterar o nosso relacionamento com o outro. Na visão de Richard Watson 10 esta estratégia de actuação é possível graças à ubiquidade da tecnologia, nomeadamente o seu carácter: • Universal (acesso universal de todas as redes e lugares); • Único (informação personalizada à pessoa, ao tipo de equipamento, ao contexto: lugar, tempo, papel); 10 www.uga.edu 6
  • 15. Cap. I – Sistemas de Informação • Uníssono (Multi-plataforma: sincroniza e replica informação entre computadores, PDA, telemóvel, de forma transparente para o utilizador). A sociedade e, em particular a escola, evoluem de uma filosofia de sistema para uma filosofia de rede. A lógica de rede é mais democrática que a lógica do sistema e procura gerar cooperação alargada, de reciprocidade dinâmica e policêntrica. «A Web é uma rede mas também uma teia. Nessa teia a que voluntariamente aderimos seremos a aranha se tivermos uma estratégia. Seremos uma mosca se nos mantivermos pensando com a cabeça dos outros.» Mia Couto in Pensatempos, Abril de 2005 Em Portugal mais de 70% nos utilizadores da Internet adere às redes sociais o que abre um enorme potencial nas novas formas de comerciar e de ensinar 11. 1.3 Adopção de tecnologias, inovação e mudança  A inovação está, actualmente, muito ligada a processos de adopção de tecnologias que permitem alterar processos e paradigmas. Os processos de mudança organizacionais são complexos e normalmente dependentes de factores psico-sociais que afectam os seus recursos humanos perante desafios desta natureza. Nos tempos recentes as Tecnologias da Informação são muitas vezes usadas numa perspectiva de alavanca dessa mudança, mas nem sempre com o alcance desejado nos diversos tipos de unidades económicas com, ou sem, fins lucrativos. Como factor que acrescenta maior complexidade verifica-se que as tecnologias hoje não são só usadas como suporte aos sistemas de informação das organizações voltados para a sua gestão interna (Recursos Humanos, Produção, Gestão de Clientes, Gestão de Alunos, Horários, Espaços, etc), mas também são articuladas com os parceiros e com o exterior da organização como um canal privilegiado de comunicação (Web-sites, Intranets, Extranets). Este facto obriga a repensar, ou a aprofundar, os objectivos e o desenho dos Web-sites através da abertura à participação interna dos colaboradores das 11 www.jornalbriefing.iol.pt/noticia.php?id=1044104&div_id=3421 (25 Agosto 2009) 7
  • 16. Cap. I – Sistemas de Informação unidades económicas (com ou sem fins lucrativos) e dos consumidores do e- space uma vez que o perfil de um cliente se transformou em prosumidor (produtor-consumidor). 1.3.1 Modelos de Adopção de Tecnologia  A metodologia proporcionada pela análise sistémica, precisamente no estudo dos sistemas, face às visões derivadas de uma perspectiva mais cartesiana, permite enquadrar múltiplos contributos e equacionar diversas variáveis que melhor se aproximam da realidade em estudo. Todavia esta vantagem na compreensão da complexidade dos fenómenos e das realidades reveste-se de profundas dificuldades operacionais. Efectivamente, equacionar a problemática da adopção de tecnologias significa reunir contributos de diferentes campos de investigação que fomentam, cada um per si, para a compreensão dos relacionamentos em causa, integrando conhecimento que perspective uma nova heurística. O ambiente externo às unidades económicas (político, tecnológico, económico, legal, ecológico e social) e factores internos de articulação com a dinâmica da actividade específica, influenciam tomadas de decisão relativas à arquitectura dos sistemas de informação e, em consequência, de inovação pela aquisição de tecnologia (Varajão, 1998). A adopção e a internalização de tecnologia da informação que promova, de facto, a inovação dos processos e dos serviços, podem beneficiar de contributos de duas áreas científicas fundamentais, com conhecimento relevante produzido: sistemas de informação e comportamento organizacional. Efectivamente, a introdução de tecnologias da informação nas empresas é um dos clássicos exemplos de promoção da mudança através da evolução da cultura organizacional sugerida no trabalho de Z. Hussain, A. Taylor and D. Flynn, citados por Lippert e Davis (Lippert & Davis, 2006). O estudo de revisão de literatura de Piccoli e Ives (Piccoli & Ives, 2005) sobre a investigação realizada relativamente às estratégias de inovação baseadas em tecnologias da informação e a sua sustentabilidade identificam as seguintes dificuldades: barreiras relativas a recursos em TI como sejam as infra-estruturas e repositórios de informação, competências técnicas em TI e 8
  • 17. Cap. I – Sistemas de Informação em gestão de TI. No plano dos projectos contempla as características das TI: visibilidade, singularidade e complexidade. Na implementação do processo identificam como dificuldades a complexidade do processo de mudança. Finalmente barreiras financeiras: custos da mudança colectiva, investimentos específicos (sua tangibilidade e intangibilidade) e valorização estrutural da organização. O processo de adopção e de utilização das tecnologias da informação tem merecido inúmeros estudos e propostas de modelos determinantes do diagnóstico da situação, dos estágios de evolução e da aprendizagem organizacional. Há modelos tradicionais como os propostos por Nolan, McFarlan e Earl adequados para funções de planeamento de Sistemas de Informação (Amaral & Santos, 1997). Por sua vez, as propostas de Bhabuta e de Galliers, conjuntamente com Sutherland, posicionam-se numa dimensão estratégia de adopção e de evolução da exploração das tecnologias. Por último, Hirschheim centra-se na gestão dos sistemas de informação dando ênfase ao envolvimento da gestão de topo, à liderança dos processos e às necessidades de formação das pessoas, ainda segundo o estudo de Amaral e Santos. Estando em causa a adopção de tecnologias para servir as pessoas internas aos sistemas, ou utentes do mesmo, a gestão da variável confiança é uma das chaves do sucesso. Em linha oposta segue, há muito, Nicholas Carr com a sua visão de que as Tecnologias da Informação são já uma commodity sem importância estratégica, sendo secundado por John Seely Brown e Paul Duguid que sustentam que as tecnologias da informação não substituem as redes humanas na sua capacidade de fazer aprender, trabalhar e inovar (Carr, 2003). Sabe-se que a resistência humana à mudança se justifica pelo desconforto que o desconhecido provoca face ao conhecido. Efectivamente, para as pessoas a exploração das tecnologias da informação pela desmaterialização dos objectos tradicionais e em suportes orgânicos, convertidos em digitais, pode ser encarada como algo de elevada complexidade. Desta forma, a adopção de tecnologia deve ser inclusiva no sentido em que visa o desenvolvimento 9
  • 18. Cap. I – Sistemas de Informação organizacional e o desenvolvimento humano. Assim sendo, é necessário fomentar um mecanismo de confiança interpessoal no novo sistema, como um elemento estrutural de vital importância. Ainda segundo Santos e Amaral (1997) diversos processos de inovação baseados na adopção de tecnologias falham, por diferentes razões e em função dos objectivos traçados, normalmente ambiciosos, e de custos elevados. Desenvolvem-se em contextos de turbulência onde se debatem grupos e indivíduos com diferenciados suportes, ambição e reconhecimento. Justifica-se acolher contributos oriundos de diferentes áreas científicas que surgiram nas últimas décadas relativas à adopção de inovação baseada em tecnologia. Destacam-se assim as seguintes teorias: a teoria da difusão de inovação (DOI), o modelo de aceitação de tecnologia (TAM) 12, a proposta de Taylor e Todd 13, o modelo de Compeau e Higgens 14, de Gefen e Keil 15 e o reconhecido modelo de sucesso dos sistemas de informação de DeLone e McLean, entre outros. Na perspectiva de Lewin o planeamento da mudança organizacional envolve três estádios (Lewin, 1951): Prontidão. Diversas actividades empresariais necessitam de mudança sofrendo um processo de optimização, que pode resultar da introdução de uma nova aplicação (software), ou de novo equipamento (hardware). Aceitação. Adoptar e testar as mudanças. Institucionalização. Estádio em que a mudança foi aceite e se transforma em rotina. Por sua vez, os processos de adopção organizacional de tecnologia envolvem três estádios: Iniciação. A fase em que uma nova tecnologia é introduzida numa empresa, ou num dos seus processos. 12 Inspirado na teoria da acção reflectida (TRA) 13 Com base na teoria do comportamento planeado (TPB) 14 Alicerçado na teoria cognitiva social (SCT) 15 Propondo extensão do TAM baseada na teoria da troca social (SET) 10
  • 19. Cap. I – Sistemas de Informação Adopção. Fase em que a tecnologia é aceite e testada. Implementação. É a fase em que as tecnologias da informação são exploradas com facilidade e contribuem para a produtividade. O resultado esperado da adopção planeada de tecnologias da informação é: satisfação, utilização e reconhecimento dos benefícios da tecnologia no desempenho individual e organizacional. A satisfação é uma avaliação de natureza individual indexada às expectativas existentes sobre os benefícios do novo sistema. A utilização traduz a percepção individual das funcionalidades do meio disponibilizado na realização das suas tarefas. A dimensão da confiança em torno dos eixos interpessoal e tecnológico, já mencionados, afecta a partilha, a transmissão, a recepção, a internalização, conceptualização e transformação em conhecimento. No plano educativo evidenciam-se modelos de previsão da adopção como o proposto por Collis e Pals 16 e de adopção e difusão como a proposta de L. Sherry 17. O primeiro é denominado de 4-E: Environment, Educational Effectiveness, Ease of Use e Engagement sendo centrado numa vertente organizacional. O segundo modelo, concebido em 1998, e denominado «Integrated Technology Adoption and Diffusion Model», equaciona as actividades de iniciação que conduzem, ou não, à decisão, colectiva ou autoritária de inovação. Isto é, a fase seguinte de implementação do modelo com todos os seus complexos detalhes: redefinição e reestruturação, clarificação e incorporação. O desenvolvimento da Internet e do conceito de connecting learning propiciam o ambiente para propostas concretas de arquitecturas para estas dimensões dos sistemas de informação escolares (empresariais também). Arquitecturas secundadas pela identificação das dimensões da problemática como a explicitada por Badrul Khan 18. Neste enquadramento evidencia-se o projecto Web Education System Project (web-edu) apoiado pelo programa europeu Leonardo da Vinci que propõe dois modelos de arquitectura para os 16 <http://projects.edte.utwente.nl/4emodel> (Dez 2002) 17 <http://carbon.cudenver.edu/~lsherry/pubs/aect98.html> (Nov 2004) 18 <http://www.bookstoread.com/khan> (JAN 2008) 11
  • 20. Cap. I – Sistemas de Informação sistemas de educação on-line: o modelo Jigsaw e o modelo Hub 19 como se verá na secção Arquitectura, Urbanismo e Ecologia dos Sistemas de Informação 1.3.2 Modelos de Presença na Internet  O desenvolvimento da Internet criou um forte tropismo para a webização das aplicações pelo que Thompson e Yujun identificam as propostas mais relevantes que emergem, desde 1994, relativas a modelos de adopção da Web e apresentam um modelo de quatro estádios que explicitam estratégias e objectivos organizacionais (Teo & Pian, 2004). Os estádios propostos são na sua essência (Fig.: 2 – Modelo de Adopção da Web de Thompson S.H. Teo e Yujun Pian) 20: Nível 0 – Adopção de correio electrónico: sem Web-site; Nível 1 – Presença na Web: sobretudo para difusão de informação; Nível 2 – Prospecção: limitada articulação com estratégia de negócio disponibilizando sobretudo informação, notícias, apoio por correio electrónico, prendimento de formulários, pesquisa elementar. Nível 3 – Integração com Negócio: Processos de negócio articulados nos diferentes níveis organizacionais, procurando redução de custos e contemplando fornecedores e clientes. Evidencia uma forte componente comercial e de marketing, com transacções seguras. Nível 4 – Transformação estratégica do Negócio: Todo o modelo de negócio passa pela Internet no processo de construção de relações e de descoberta de novas oportunidades. 19 Projecto web-edu (http://home.nettskolen.com/~morten – Morten Flate Paulsen) 20 Veja em complemento fundamental a esta temática os estudos do Projecto Gavea liderado pelo Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho em http://www3.dsi.uminho.pt/gavea/ 12
  • 21. Cap. I – Sistemas de Informação     Nível 0  Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Fig.: 2 – Modelo de Adopção da Web de Thompson S.H. Teo e Yujun Pian Para a exploração do meio, ou a fundamentação para prosseguir por esta estratégia, será prudente adoptar uma metodologia, como a que sugere Basu e Muylle, assente em quatro fases (Basu & Muylle, 2007): Identificar o Potencial da iniciativa: criar valor, diminuir custos prestando bons serviços a todas as partes interessadas (stakeholders). Analisar Impactos Funcionais: adequação da arquitectura do sistema de informação a todo o processo de transacções (autenticação, pagamento, logística, sistema de suporte à decisão (configurar, colaborar, business intelligence) e mecanismo de integração (dados e aplicações). Analisar a Sustentabilidade da Iniciativa: Ter em atenção a facilidade de ser copiado pelos competidores, identificando barreiras à entrada (história, dimensão mercado, restrições legais, etc.). Seleccionar Prioridades: planificar e acautelar a interdependência com outros projectos, em particular na integração de tecnologias. 13
  • 22. Cap. I – Sistemas de Informação Desta forma, embora centrados em projectos de e-business, os autores identificam e exploram factores para a criação novos produtos e mercados, estratégias de marketing e de informação ao cliente. 1.4 Fases na Adopção de Tecnologia no Ensino  No plano da actualização de recursos humanos o e-learning vai sendo integrado com a problemática dos Employee Relationship Management (ERM) e, em casos mais avançados, com os sistemas Customer Relationship Management (CRM). O e-learning como estratégia de formação é promovido pelas empresas de média e de grande dimensão realizando um percurso para que, lato sensu, envolve cinco fases: Exploratória, Plataforma, Estratégica, Mission Critical e Transformação (Figueira, 2003). No contexto académico estas fases também se verificam e materializam-se tipicamente em cinco estágios de desenvolvimento na exploração das tecnologias na formação: Exploratório, Experimental, Formal, Crítico e Inovador (figura seguinte) (Andrade & Lagarto, 2009). F1 – Exploratório: uso do correio electrónico e de um Website para partilha de ficheiros no sentido docente -> discente. Comunicação Mediada: uso de correio electrónico. Pedagogia: Apresentações Electrónicas (1:n). Simuladores: baseados em Folhas de Cálculo. F2 – Experimental: uso de uma plataforma (não cumprindo normas SCORM 21, ou outras) de partilha de ficheiros. Comunicação Mediada: uso de correio electrónico e de mailing list. Pedagogia: Repositório para distribuição de Apresentações Electrónicas (1:n), Portable Document Format (PDF), Indicação de websites. Simuladores: Folhas de Cálculo. F3 – Formal: Decisão política de uso generalizado da plataforma para partilha de ficheiros em dois sentidos comunicacionais (docente e estudante). Comunicação Mediada: uso de correio electrónico e de mailing list. Pedagogia: Repositório para distribuição de Apresentações Electrónicas (1:n), PDF, indicação de websites. Pedido de entrega de trabalhos (upload dos 21 Sharable Courseware Object Model 14
  • 23. Cap. I – Sistemas de Informação estudantes), iniciação aos fóruns gerais. Simuladores: Folhas de Cálculo, outras aplicações de modelos quantitativos. F4 – Crítico: Exploração de um LMS em todo o campus eventualmente distribuído em pólos geograficamente dispersos. Comunicação de 1:n via listas de correio electrónico, por disciplina, turma e grupo. Exploração de ferramentas síncronas (skipe, msn, wimba). Pedagogia: distribuição de documentos em formatos digitais tradicionais e outros com incorporação multimédia e em SCORM. Actividades de fórum em equipa, entrega de trabalhos na plataforma em múltiplos formatos (detecção de plágio), avaliação on-line (testes sumativos e formativos). F5 – Inovador: Abordagens pedagógicas com uso intensivo da tecnologia na criação de contextos e na resolução de problemas. Introdução de simuladores e jogos sérios em algumas Unidades Curriculares. Abertura para a elaboração e apresentação de trabalhos recorrendo a uma abordagem da Web 2.0 articulando com regímen de Personal Learning Environment (PLE). Fig.: 3 - Estádios de desenvolvimento no elearning 1.5 Arquitectura, Urbanismo e Ecologia dos Sistemas de Informação   Hoje as unidades económicas, com ou sem fins lucrativos, necessitam de sistemas de informação que contribuem para gerir o que se passa no interior da organização, mas também a articula com o meio (Fig.: 4): parceiros, clientes e administração pública (local e nacional). Por outro lado, muitas organizações têm unidades geograficamente dispersas e as tecnologias da informação de suporte aos sistemas de informação podem e devem ser um elo 15
  • 24. Cap. I – Sistemas de Informação de agregação e optimização da gestão. As escolas têm uma problemática que se enquadra também no cenário anterior. Em particular, as universidades têm unidades dispersas, pretendem gerir bem a relação com o estudante (cliente) que pode necessitar de um novo produto (pós-graduação, mestrado, doutoramento). No plano não universitário os agrupamentos de escolas replicam cenário idêntico. É então necessário repensar o urbanismo organizacional que integram múltiplas e complexas dimensões (Anunciação & Zorrinho, 2006). Nesta perspectiva específica estamos vulneráveis a uma inadequada exploração das tecnologias nos mais diversos planos. Será este o tempo oportuno para equacionar e perspectivar a problemática de atender a critérios de ecologia 22 e de urbanismo 23 para os sistemas de informação, nomeadamente os sistemas de informação escolares, ou académicos. A Instituição vive sempre numa relação com o seu ambiente externo que não pode ignorar: enquadramento político, tecnológico, económico e social. O vector político apresenta o seu condicionamento legal que dita normas e regras de operacionalidade e no plano tecnológico as instituições são influenciadas pela aparição de novas soluções e inovações que sugerem sempre um apelo subjectivo de modernidade e de competitividade que nem sempre é efectivo. Claro que o ciclo económico e social condiciona a actividade empresarial e todo o seu relacionamento com o mercado. Assim sendo, o seu ambiente interno deve ter a flexibilidade de adaptação e de resposta em particular os seus recursos humanos, mas também o seu sistema de informação e respectivas tecnologias de suporte. Reforça-se assim esta metáfora de urbanismo e de ecologia dos sistemas neste difícil processo de sustentabilidade das instituições devidamente flexíveis, modernas e competitivas face a um ambiente globalizado. 22 Davenport, T., The Information Ecology, Oxford, 1997 23 Ciência que estuda os métodos que permitem adaptar o habitat urbano às necessidades humanas e os processos pelos quais se deve orientar o desenvolvimento do tecido urbano (dicionário on-line Texto Editora); 16
  • 25. Cap. I – Sistemas de Informação Fig.: 4 – A Organização e o seu contexto A perspectiva do urbanismo deve contemplar a relação do Sistema de Informação com o ambiente externo no relacionamento da instituição com os clientes e em particular com os Sistemas de Informação dos fornecedores e dos parceiros de negócio. Mas o urbanismo contempla ainda a integração de sistemas com outras instâncias quando a organização está geograficamente dispersa. No plano académico esta perspectiva de relação entre sistemas também se coloca de forma pertinente. No plano da clarificação rigorosa dos conceitos sabemos que, em casos específicos, existem diferentes abordagens para os mesmos conceitos o que pode facilitar dificuldades de interpretação em dimensões como: informação, sistemas de informação, sistemas informáticos e tecnologias da informação. Fig.: 5 - Significados associados a Informação (Visual Thesauros V3.0) 17
  • 26. Cap. I – Sistemas de Informação Vejamos alguns destes conceitos facilitadores do enquadramento da problemática em causa. Dados são factos/eventos, imagens ou sons que podem ser pertinentes, ou úteis, para o desempenho de uma tarefa, mas que por si só não conduzem a uma compreensão de determinado facto ou situação (ex. 2.500 é um dado). ALTER, Steven, Information System - A Management Perspective, Addison-Wesley, 1992 Informação é um "objecto formatado, criado artificialmente pelo homem, tendo por finalidade representar um tipo de acontecimento identificável por ele no mundo real, integrando um conjunto de registos ou dados e um conjunto de relações entre eles, que determinam o seu formato”. LE MOIGNE, La Theorie du Système d'Information Organisationnel, Informatique et Gestion, 1978. é uma entidade tangível ou intangível que reduz a incerteza sobre uma dada situação ou acontecimento. Henry Lucas – Information Systems, Concepts f or Management, 1987 é tudo aquilo (...) que aumenta o meu grau de conhecimento ou diminua o meu grau de incerteza, face àquilo que estou interessado em conhecer, intervir ou actuar. Almiro de Oliveira, UCP Conhecimento é a capacidade de uma pessoa relacionar estruturas complexas de informação para um novo contexto. Novos contextos implicam mudança - acção, dinamismo. O conhecimento não pode ser partilhado, embora a técnica e os componentes da informação possam ser partilhados”. GRENIER, Ray and George Metes, Enterprise Networking, Digital Press, 1992 Sistema é “um grupo de elementos inter-relacionados ou de elementos interagindo formando um todo”. O'BRIEN, James A., Management Information Systems - A Managerial end User Perspective, Irwin, 1990. 18
  • 27. Cap. I – Sistemas de Informação Organização é “um sistema de Fluxos de materiais, de Informação e de processos de Decisão” Mintzberg, H., The Structuring of Organisations, Prentice Hall, 1979 Sistema de é “um conjunto organizado de procedimentos, que, quando executados, produzem informação para apoio à tomada de decisão e ao controlo das Informação organizações". LUCAS, HENRY C., Information Systems, Concepts for Managements, McGraw Hill, International Editions, 3ª ed., 1987. é “uma combinação de procedimentos, informação, pessoas e TI, organizadas para o alcance de objectivos de uma organização". Alter, S. Information Systems: A Management Perspective, addison-Wesley, 1992 Arquitectura de um Sistema de Informação é a sua concepção integrada, harmoniosa e economicamente sustentada. Almiro Oliveira Tecnologias são suporte, infra-estrutura dos Sistemas de Informação. São constituídas por duas componentes essenciais: da Informação Físicas - Hardware; Lógicas - Software. Desta síntese concluímos que os dados são factos registados e, como tal, são «passivos» e resultam da recolha de várias fontes. A Informação resulta do processamento dos dados, sendo, por isso, uma apresentação «activa» dos mesmos. Esta transformação dos dados em Informação resulta do facto de lhe acrescentarmos significado como afirma Davenport e Prusak identificando essas ocorrências (Davenport & Prusak, 1998): • Contextualização - o propósito pelo qual a recolhemos • Categorização - identificar os componentes relevantes • Cálculo - tratamento matemático ou estatístico • Correcção - eliminar erros 19
  • 28. Cap. I – Sistemas de Informação • Condensação - agregação para uma forma mais concisa A informação tem sido estudada por diversas perspectivas que recordamos: • Matemática (Shannon, Von Neuman, Wiener) • Tecnológica (Nolan, Tapscott, Stassmann, Peaucelle) • Psicológica (Lussato, Le Moigne) • Modelos e Comportamentos Organizacionais (Le Moigne, Davenport, Druker) • Contabilística (Anthony) • Teoria da Decisão (Rockart, King) • Competitividade (Porter, Toffler) • Económica (Fisher) • Militar • Linguística (Jakobson) Simultaneamente é fundamental perceber a qualidade da informação nos diferentes factores que a compõe e ter consciência do valor da informação em contexto empresarial e educativo (Oliveira, 1994). Os sistemas de informação têm a missão de integrar organizadamente diferentes procedimentos que facilitem o controlo e o governo das organizações com ou sem fins lucrativos. As tecnologias dão um fortíssimo apoio, em particular, na resolução de problemas de natureza mais algorítmica do que heurística pelo que as áreas de controlo (na base da pirâmide) estão mais desenvolvidas do que as de apoio à decisão. Devemos lembrar que antes das tecnologias já tínhamos sistemas de informação e que graças a eles foi possível o desenvolvimento humano e social ao longo da história. Por vezes, encontramos na publicidade e no meio empresarial do sector expressões como «sistemas integrados de gestão empresarial». Ora se são sistemas, devem ser integrados! 20
  • 29. Cap. I – Sistemas de Informação Fig.: 6 – Conceitos associados a Sistema (Visual Thesauros V3.0) A constante evolução tecnológica e a permanente alteração das necessidades das organizações tem conduzido a avultados investimentos em tecnologias sem o devido retorno, ou sob uma óptica e uma política adequada e integrada para os sistemas de informação de acordo com objectivos estratégicos superiormente definidos. Esta problemática poderá ter diferentes abordagens, sendo típica a referência à pirâmide organizacional de Anthony (Fig.: 7) com os níveis operacional, táctico e estratégico. Estes níveis, da base para o topo, proporcionam uma visão dos subsistemas de informação: • Operacional: Sistema de processamento de dados; Táctico (em parte também o operacional): Sistema de Informação para a Gestão; • Estratégico: Sistemas Periciais; Sistemas de Suporte à Decisão; Sistemas de Apoio a Executivos. 21
  • 30. Cap. I – Sistemas de Informação Fig.: 7 – Os três níveis de gestão sugeridos por Anthony Diferentes tecnologias estão envolvidas em cada um destes subsistemas de informação. Importante, neste contexto, é compreender a complexidade dos sistemas de informação e vislumbrar os contributos conceptuais de disciplinas como a arquitectura e a ecologia. A arquitectura persegue uma concepção integrada, holística, harmoniosa e economicamente sustentada dos Sistemas de Informação (Oliveira, 1997). Para tal os elementos constituintes do Sistema de Informação formado pelos objectivos, a morfologia (físicos, lógicos, procedimentos e pessoas), as diferentes funções, a relação entre os utilizadores e os níveis de integração. Distingue-se assim a arquitectura da engenharia que tem como missão a identificação dos equipamentos e a construção das infra-estruturas. O tipo de organização característica da era industrial fazia emergir dados da base para o topo e ordens do topo para a base. A evolução desta estrutura para a era da informação tem permitido alterar os canais de comunicação, surgindo, por via tecnológica, a possibilidade de comunicação directa e a supressão de níveis hierárquicos intermédios que funcionavam como amplificadores humanos da comunicação na organização, pois não dão ordens nem tomam decisões. Este facto, conduz a um achatamento da tradicional pirâmide de Anthony privilegiando a gestão da informação e a organização do trabalho por tarefas ou, por projectos. A não absorção e a não compreensão destes conceitos impedem, por norma, a adopção de um bom sistema de informação em contexto empresarial ou educativo. 22
  • 31. Cap. I – Sistemas de Informação Coloca-se aqui a problemática da gestão da informática e da gestão dos sistemas de informação. Para a gestão da informática algumas das abordagens utilizam, uma vez mais, os diferentes níveis de gestão de Anthony que clarifica os diferentes patamares de intervenção como se exemplifica seguidamente: • Operacional o Exploração de aplicações e de equipamentos • Táctica o Estudos de hardware e de software o Concepção e actualização do Sistema informático • Estratégica o Articulação do Sistemas Informação e a Gestão o Adequar os Sistemas Informação ao Negócio Torna-se clara a necessidade de fazer alinhar os sistemas de informação com os objectivos estratégicos das organizações. Assim sendo, não se pode avançar com iniciativas departamentais sem uma articulação com o todo e uma visão sistémica para a exploração da tecnologia. Esta orientação, importante no meio empresarial, também é fundamental no âmbito educativo e escolar. 1.6 Alguns subsistemas das Escolas  Poderemos ter de um Sistema de Informação um enfoque mais centrado na arquitectura física (redes, computadores, impressoras, etc.) ou, mais focado na arquitectura lógica (Software: Aplicações e sua principal articulação). 1.6.1 Biblioteca Escolar  A arquitectura física de apoio à gestão de uma biblioteca escolar moderna é, no início do século XXI muito exigente nas vertentes de BackOffice e de FrontOffice. Naturalmente que continua a ter de possuir um sistema de gestão do catálogo e, eventualmente, de gestão de empréstimos. Mas é necessária a disponibilização de catálogo on-line e de outros serviços de apoio ao utente como a capacidade de subscrever uma newsletter, ou de usar a tecnologia RSS (Really Simple Syndication). Se a integração é um factor primordial para a perspectiva da engenharia informática a agregação com outras tecnologias da 23
  • 32. Cap. I – Sistemas de Informação Web 2.0 é outra necessidade irreversível. Assim os serviços Web da biblioteca têm que agregar com facilidade informação de fontes como o Google Book Search, entre outros, e de disponibilizar informação que possa ser incorporada nas redes sociais em que o utente/estudante está integrado. A Fig.: 8 é uma proposta relativa a uma possível arquitectura de suporte ao funcionamento de uma biblioteca. Compreende-se esta visão com uma análise atenta à arquitectura lógica que a Fig.: 9 sugere. Fig.: 8 – Arquitectura de suporte ao Sistema de Gestão de uma Biblioteca A figura seguinte evidencia que o centro do sistema será uma base de dados que centralmente recebe e disponibiliza todo os dados que as diferentes aplicações podem manipular. Claro que o servidor terá características específicas e um motor de base de dados adequado (SQL Server, Oracle). As aplicações sugeridas em BackOffice permitem a catalogação dos livros (Monografias, Revistas Científicas, etc.) e material não livro (CD, DVD, Iconográfico, cartográfico, fotografia, etc.) da biblioteca, a complexa classificação e indexação (que um dia poderá vir de base sugerida no interior da capa do livro), os serviços de apoio à interacção para a Internet e à gestão 24
  • 33. Cap. I – Sistemas de Informação de encomendas. Tudo isto pode articular neste plano com a gestão dos colaboradores (pode ser feito noutra instância) e o fornecimento de elementos de gestão à coordenação do serviço. A norma Z39.50 define o protocolo facilitador da pesquisa e recuperação da informação em diferentes servidores equipados com tecnologias diferenciadas. No âmbito do open source o DSPACE, aplicação conjunta da da HP e do MIT, permite a disponibilização de conteúdos (gestão de colecções por exemplo) devidamente indexados 24 assim como o Greenstone Digital Library pretende servir igual propósito (www.greenstone.org/). Fig.: 9 – Arquitectura Lógica de uma Biblioteca O sistema de Front-Office apoia o cliente através dos canais disponíveis de que se destaca o balcão e a Internet. Este serviço da Internet reveste-se de particular importância por vencer distâncias e abrir janelas temporais do serviço, acrescentando, em simultâneo, novas perspectivas de interacção com o utente (personalização do “my site”, ou na rede social) e deste entre si via comunidades virtuais (tema a analisar posteriormente). Especificamente, 24 Ver RepositoriUM da Universidade do Minho 25
  • 34. Cap. I – Sistemas de Informação pode agregar sistemas do tipo BibSonomy e LibraryThing de partilha de listas de referências. 1.6.2 LMS e outros subsistemas  Numa visão sistémica poderemos estudar a arquitectura do Sistema Tecnológico de suporte abrangendo de forma coerente e integrada, ou agregada, de um conjunto vasto de aplicações que a figura seguinte documenta. Fig.: 10 – Visão Global do Sistema Tecnológico Escolar O Bloco da Aprendizagem é normalmente baseado num Learning Management System (LMS) em que o Moodle tem sido a opção. Por sua vez LNM (Learning Network Manager) é o recurso usado para gestão das contas de utilizadores no domínio "minhaescola". No Plano dos Recursos Humanos uma das opções conhecidas é o GestRec (registos biográficos, faltas, férias, faltas diárias (dos alunos), InfoPonto (sumários), WinGA - Gestão de Aluno e GestProf (ensino profissional). A Gestão de Horários é suportada por aplicações como gp-Untis. A secretaria tem a sua actividade suportada por soluções como GestContEsc 26
  • 35. Cap. I – Sistemas de Informação (contabilidade), GestASE. A componente de Cartões Magnéticos corre com o SIGE composto por módulos como Gestor, Kiosk, CardFive, SIGEGenerator, POS (postos de vendas), GestPD (contabilidade do POPH). O serviço de exame é apoiado pelo ENES e ENEB. A Biblioteca recorre a soluções como o WinGBIB que pode integrar em redes municipais como o GIB Gestão Integrada de Bibliotecas. Em particular no ensino privado tem surgido a aplicação de outras soluções como o Sophia e o Primavera School Reporting que fazem a gestão administrativa e académica, articulando esta última com os serviços do Ministério da Educação, cumprindo os requisitos coordenados com pelo MISI – Gabinete Coordenador do Sistema da Informação do Ministério da Educação. No plano da avaliação do desempenho das escolas há a tentativa de ter o apoio da tecnologia nesse serviço como é o caso do sistema de Benchmarking das Escolas Secundárias Portuguesas que tem uma componente pública que pode ser consultada e outra privada acessível aos membros da comunidade 25. 1.7 Dimensão ética dos e­spaces  1.7.1 A problemática  A sociedade da Informação intensifica a estreita relação entre as dimensões éticas, sociais e políticas que assegurem o direito à informação, mas a responsabilidade no seu uso que assegure a todos qualidade de vida pelo respeito à privacidade sem, por sua vez, comprometer os complexos níveis de segurança que estão actualmente em causa. Os mais modernos e diversos contactos do cliente através de um meio de transacção, de um telefonema, TV digital Interactiva, de um acesso web, etc., pode ser relacionado em menos de 10 segundos, através da pesquisa e cruzamento de dados em diversas bases de dados. O desenvolvimento tecnológico que permite às empresas cumprir a máxima do anything anywhere pode estar a incorrer em práticas não éticas ao intervir na esfera da privacidade, da vida pessoal e da vida familiar. 25 http://besp.mercatura.pt 27
  • 36. Cap. I – Sistemas de Informação Noutro plano, também se coloca o problema do desenvolvimento dos países ricos e dos pobres face ao acesso diferenciado que a população de uns e de outros têm à informação (computadores, Internet, bases de dados científicas). Foi em 1995 que se soube que, já desde 1994, Vladimir Levin de 23 anos desviava fundos do Citibank. Era este o primeiro caso conhecido de crime informático desencadeado contra uma instituição bancária 26. Infelizmente, muito outros crimes sucedem-se! Efectivamente, um estudo do FBI e do Instituto de Segurança Informático dos Estados Unidos, realizado em 2005, revela os factores que justificam a não revelação às autoridades da ocorrência. Os principais são os seguintes: • Impacto na publicidade negativa – 43% • Utilização da informação pela concorrência – 33% • A reparação civil é a melhor opção – 16% • Desconhecer o interesse das autoridades – 16% A partir desta altura a legislação Americana (Sarbanes-Oxley), Europeia e Asiática alavancou positivamente a procura de segurança empresarial dos dados, responsabilizando a gestão de topo no caso de danos individuais ou financeiros. 1.7.2 As Dimensões do Problema  Como se analisa em detalhe no capítulo sobre segurança os sujeitos e as organizações estão sujeitas a ameaças do tipo: Phishing, Trojan, Spyware e Data Jacking. Uma das dimensões do problema num contacto estabelecido num website poderá ser a aplicação de «cookies». Um cookie é um ficheiro enviado pelo site visitado para a máquina do utilizador com um user ID encriptado, data da visita e actividades realizadas no site. O computador do utilizador coloca o ficheiro recebido numa área específica do seu disco para que, numa próxima visita, o site da empresa visitada reconheça o utilizador e, eventualmente, tire partido desse conhecimento. 26 Word Business, Junho 2006 (58-61) 28
  • 37. Cap. I – Sistemas de Informação O problema é que face ao direito de cada país, à directiva europeia, ou aos princípios legais seguidos pelos USA a empresa pode estar a usar informação sobre o utilizador com o seu desconhecimento! Usando esta tecnologia pode recolher esta informação sobre a actividade do utilizador na Internet. A quantidade de e-mail não solicitado 27 que se recebe reflecte esta prática e a falta de ética na recolha de endereços de e-mail para o efeito. 1.7.2.1 Propriedade Intelectual  O desenvolvimento de websites deve acautelar o uso de informação que viole os direitos de propriedade 28. A anatomia de um website pode, eventualmente, revelar o uso indevido de logótipos face ao artista ou à empresa detentora do mesmo, o uso de texto, imagens ou de artigos sem autorização ou identificação do autor. Para as empresas que desenvolvem software global como a Microsoft com a enciclopédia Encarta, ou a enciclopédia Britânica têm de ter em atenção questões de ordem cultural e religiosa que podem facilmente desencadear ondas de sério desagrado. Por outro lado, os indivíduos, ou as empresas, de desenvolvimento de software podem facilmente copiar a ideia, ou as funcionalidades de uma determinada aplicação construindo uma aplicação alternativa por exemplo de Gestão de Recursos Humanos. Dificilmente o software tem protecção para esta prática ficando-se pela protecção face à eventual alteração de linhas de código. Daqui resulta a dificuldade de cedência do código fonte das aplicações quando se adquirir uma aplicação informática a um fornecedor. 1.7.2.2 Ética e Software  A protecção dos dados individuais e os direitos dos utilizadores deverão ser explicitados pela política de privacidade das empresas. Noutro plano, as empresas devem ter uma clara política sobre os direitos de propriedade das aplicações que utiliza adequadamente licenciadas. A 27 Spamming – prática de envio de e-mail e de outras comunicações electrónicas não solicitadas 28 Copyright – estatuto que protege os criadores de propriedade intelectual 29
  • 38. Cap. I – Sistemas de Informação adequada configuração dos sistemas de gestão e de exploração (vulgo sistema operativo) pode assegurar um nível de segurança razoável no impedimento de instalação de aplicações não autorizadas, ora por violarem o direito de propriedade, ou por comprometerem a produtividade e a conduta dos colaboradores. A promoção da responsabilidade deve ser um lema identificando-se, por isso, o responsável pelos sistemas de informação. A qualidade do sistema deve ser obtida com uma política que inclua adequado sistema de controlo, segurança através de mecanismos de auditoria que o comprovem. É também grave o uso de PEN-Drives, ou de outros dispositivos de pequenas dimensões, mas de considerável capacidade de armazenamento, que podem transportar dados empresariais importantes, sem estarem encriptados e, portanto, serem vulneráveis em caso de roubo, ou de extravio dos dispositivos. Aliás há estudos que revelam que uma das quebras significativas de segurança que se verificam nos Estados Unidos advém particularmente destes actos irresponsáveis de se perder portáteis, discos e Pen-Drives. 1.7.2.3 Ergonomia  A qualidade do sistema deve ser obtida com uma política que inclua um adequado sistema de controlo e de segurança através de mecanismos de auditoria que o comprovem. Por outro lado, a qualidade de vida também deve ser considerada alertando os colaboradores para eventuais riscos para a saúde no uso dos 29 equipamentos . 29 Veja as indicações que hoje alguns dispositivos, tais como teclados e ratos se fazem acompanhar alertando para o problema. 30
  • 39. Cap. I – Sistemas de Informação Fig.: 11 – Algumas das múltiplas recomendações na utilização de computadores 1.7.2.4 Comunicação Mediada  A Internet é uma tecnologia social que tem evoluído para a forma natural de comunicação humana. No início a comunicação mediada por computador era simplesmente assíncrona (e-mail), para evoluir para síncrona (chat) e para actualmente incluir com facilidade a imagem e, como tal, tornando a comunicação mais próxima dos cânones presenciais. Todavia a procura da eficácia das comunicações no contexto pessoal, mas sobretudo empresarial deve ser cuidado atendendo à especificidade do meio. Se, em contexto presencial, uma conversa de carácter mais social pode, eventualmente, incluir alguma expressão menos adequada, a reacção facial, ou outra pode ajudar-nos a corrigir com eficácia o erro inadvertidamente cometido. Isto não acontece facilmente em contexto de comunicação mediada por computador. Assim sendo, a participação em fóruns de comunidades de prática na empresa, com clubes de clientes on-line, ou no e- mail devem ser profundamente cuidadas. 1.7.2.5 Recursos  Alguns recursos essenciais sobre a problemática disponíveis on-line: • www.eff.org • www.epic.org • www.ftc.gov/bcp/conline/pubs/online/sitesee • www.ebusiness.mit.edu/erik 31
  • 40. Cap. I – Sistemas de Informação Os computadores utilizados nas empresas norte-americanas não armazenam apenas informação de trabalho, sendo dedicado algum espaço ao arquivo de ficheiros pessoais de media. Uma análise efectuada pela InStat, com o objectivo de apurar o tipo de computadores utilizados e a relação entre estes e o acesso a conteúdos multimédia, revelou que cerca de 35% dos utilizadores empresariais arquivam ficheiros de música nos seus computadores de trabalho. Os trabalhadores dos sectores de novas tecnologias e informática, que convenientemente têm os computadores com maior capacidade de armazenamento, admitem utilizar os computadores do local de trabalho para arquivar ficheiros de música, vídeo e imagens. Entre as conclusões do estudo destaca-se a preferência dos funcionários de topo pelos computadores portáteis e a configuração utilizada nos computadores dos engenheiros, que se encontra dentro da média de um utilizador empresarial comum. O inquérito, distribuído on-line, foi efectuado a trabalhadores de empresas norte-americanas de diferentes áreas de trabalho e revelou que 23% das entidades utiliza o sistema operativo Windows 2000 ou mais antigo, um número curioso numa altura em que se prepara a entrada do novo Windows Vista no mercado. Um estudo recente efectuado pela empresa americana Websense, revelou que 50% dos trabalhadores norte-americanos, que possuem acesso à Internet no trabalho e que navegam durante as horas de expediente, não resistem à tentação de aceder às suas contas pessoais de e-mail e a outros conteúdos pessoais que nada têm a ver com as suas funções profissionais. Os inquiridos admitem que, em média, passam 3,4 horas por semana a navegar por sites pessoais durante horário de trabalho, sendo os líderes da popularidade os portais de notícias com 81% das preferências, seguindo-se dos acessos a contas de e-mail particulares (61%), a sites bancários (58%), a páginas dedicadas ao turismo (56%) e a sites de comércio electrónico (52%). 32
  • 41. Cap. I – Sistemas de Informação 1.8 Gestão da Informática e da Informação  A Gestão dos Sistemas de Informação (GSI) engloba três grandes áreas de actividade (Amaral & Varajão, 2000): Planeamento de Sistemas de Informação (PSI), Desenvolvimento de Sistemas de Informação (DSI) e a Exploração de Sistemas de Informação (ESI) conforme Fig.: 9. Estas actividades podem ser vistas de uma forma separada, como aqui se faz, para facilitar a percepção do domínio de cada uma, ou serem apreciadas de uma forma conjunta. Assim a «Gestão dos Sistemas de Informação é a Gestão de Recursos de Informação e de todos os recursos envolvidos no planeamento, desenvolvimento, exploração e manutenção do Sistema de Informação» (Amaral e Varajão, 2000: 26). Fig.: 12 – Actividades da Gestão de Sistemas de Informação O PSI permite à Organização planear o seu sistema ideal sob a orientação estratégica que interessa aos órgãos de topo. Há um conjunto complexo de metodologias e de ferramentas de suporte às actividades do PSI (Racines, BSP, ISP/IE, SPC) que facilitam a análise e implementação estratégica e a análise de investimento. 33
  • 42. Cap. I – Sistemas de Informação O Desenvolvimento do Sistema de Informação procura aportar vantagens competitivas e concretizar a necessidade identificada de mudança através da melhoria de desempenho de todo o sistema, ou de um subsistema. Tem ao seu encargo tarefas de análise, concepção, construção, implementação e Manutenção dos sistemas. Por sua vez o ESI é responsável pelo bom funcionamento do binómio TI/SI. Isto é a adequada operação dos sistemas, a administração das pessoas e das TI e o apoio a novos projectos. Os Sistemas de Informação devem estar alinhados com a perspectiva do negócio e não condicionado por imposições do software adquirido, assim como a componente dos recursos humanos é de uma gestão sensível para ultrapassar mecanismos de resistência à mudança e para aferir o grau de satisfação dos utilizadores. Cabe ainda na Gestão dos Sistemas de Informação temas como a Auditoria dos Sistemas de Informação e a Definição de Políticas. A recente descoberta de que as tecnologias não resolvem todos os problemas organizacionais veio devolver valor às pessoas, em particular, através da corrente designada por gestão do conhecimento apoiada pela dinâmica das Comunidades de Prática (CoP). 34
  • 43. Cap. II – Plano Tecnológico da Educação Knowledge is information that changes something or somebody— either by becoming grounds for actions, or by making an individual (or an institution) capable of different or more effective action. Peter Drucker (1909-2005) 2 A formação de docentes. Políticas de enquadramento. O Plano  Tecnológico da Educação  2.1 A formação de docentes – uma visão global  A perspectivação da formação de docentes para uma eficiente utilização das TIC não é uma tarefa fácil. Até hoje, milhares de horas de formação foram realizadas nos Centros de Formação de Escolas versando a temática das TIC, mas é percepção generalizada que muito pouco elas terão contribuído para uma aumento significativo da sua própria utilização como suporte da aprendizagens, seja no interior da sala de aula seja como ferramenta de trabalho dos alunos. A concepção e implementação do PTE tem como objectivo central responder a esta questão, fazendo convergir os esforços nos seus diferentes eixos e particularmente no eixo formação. Apenas uma operação global e integrada pode dar respostas eficazes na formação dos docentes de modo a que estes venham a possuir novas competências capazes de modificar os antigos paradigmas orientadores das formas de ensinar. 35
  • 44. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação Uma leitura sobre alguns documentos relevantes, de origem europeia e portuguesa, nomeadamente: • ICT impact report , da European Schoolnet (2007) • Emerging Technologies for Learning, da Becta (2007) • Modernização tecnológica do ensino - Análise de modelos internacionais de referência, GEPE (2008) • Modernização tecnológica do ensino em Portugal - Estudo de Diagnóstico, GEPE (2008) permitiram estabelecer um conjunto de constatações que a seguir se relatam e comentam. Algumas destas questões são bastante pertinentes tendo em conta que alguns países europeus também têm feito esforço significativo no sentido de implementar as TIC nas salas de aula e nos processos de ensina r e aprender. A inclusão de TIC no currículo Uma pequena percentagem de escolas em alguns países têm incorporado as TIC no currículo, demonstrando elevados níveis de eficácia e adequação na sua utilização para apoiar e transformar o ensino e a aprendizagem numa vasta gama de disciplinas escolares e de conteúdos diversificados. Esta pode ser uma das questões centrais e potenciadoras da utilização das TIC. A inclusão nos curricula de situações onde a utilização das ferramentas informáticas seja incontornável, obrigará todos os professores a apetrecharem-se com as competências necessárias para o desenvolvimento daquela parte do conteúdo. A maturação tecnológica e pedagógica A maioria das escolas, na maioria dos países europeus ainda estão na fase inicial da adopção das TIC. Esta fase inicial é caracterizada por: • uma utilização descoordenada e pouco sistemática das facilidades tecnológicas; • alguma melhoria do processo de aprendizagem; • algum desenvolvimento de processos de elearning, 36
  • 45. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação No entanto estas constatações não evidenciam profundas melhorias no ensino e na aprendizagem (European Schoolnet Report). Na verdade, o processo de modificação dos paradigmas de ensinar e fazer aprender com as TIC não é fácil. Perspectivas de aprendizagem colaborativa e construcionista, entre outras, têm agora de ser exploradas de forma mais empenhada. Estudos quantitativos revelam relações de causa importantes (European SchoolNet). Seis estudos analisados no ICT impact report da European Schoolnet (2007) são baseadas em estudos quantitativos e tentam estabelecer uma relação causal entre o uso das TIC e os resultados dos alunos. Genericamente esses estudos constatam que: • as TIC têm impactos positivos sobre desempenho escolar nos alunos das escolas primárias, especialmente em Inglês e não tanto em ciências ou em Matemática; • a utilização das TIC melhora os níveis escolares em Inglês (em situação de língua materna e especialmente nas escolas primárias) em Ciência e Tecnologia e em Design, nos alunos com idades entre 7 e 16; • Nos países da OCDE há uma associação positiva entre a duração do tempo de utilização das TIC pelos estudantes e o seu desempenho em Matemática (testes PISA); • Escolas com maiores níveis de e-maturidade demonstram um rápido aumento do valor do desempenho do que aquelas com níveis mais baixos; • Escolas com bons recursos TIC alcançam resultados melhores do que aquelas que estão mal equipadas; • O investimento nas TIC tem mais impacto sobre padrões educacionais quando há um terreno fértil na escola para fazer uma utilização eficiente do mesmo; 37
  • 46. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação • O acesso à banda larga na sala de aula resulta em melhorias significativas no desempenho dos alunos em testes nacionais realizados aos 16 anos; • Os Quadros Interactivos influenciam os resultados dos alunos em testes nacionais em Inglês (em especial para os alunos com baixos resultados em redacção), Matemática e Ciências, que melhoram mais do que a dos alunos de escolas sem quadros interactivos. Estudos qualitativos estabeleceram constatações sobre o impacto das TIC Quatro estudos qualitativos realizados no âmbito da European Schoolnet (2007) estabeleceram algumas constatações, derivadas da percepção dos diferentes actores, sobre o impacto das TIC nas aprendizagens que os alunos desenvolvem. Nomeadamente, verificaram que: • os alunos, pais e professores consideram que as TIC têm um impacto positivo sobre a aprendizagem; • o desempenho nos conteúdos e nas competências básicas dos estudantes (cálculo, leitura e escrita) melhoram com a utilização das TIC, de acordo com os professores; • Os professores estão cada vez mais convencidos de que as realizações educacionais dos alunos melhoram através do uso das TIC; • os estudantes academicamente mais fortes beneficiam mais da utilização das TIC, mas estas servem igualmente os estudantes mais fracos. Influência das TIC nas motivações e nas competências Alguns estudos apontam que as TIC beneficiam a aprendizagem sobretudo porque têm forte influência ao nível das motivações e das competências. • Uma taxa elevada dos professores na Europa (86%) indica que os alunos estão mais motivados e atentos quando os computadores e a Internet são utilizados nas aulas. No entanto, em alguns países, existe um número significativo de professores (cerca de 20%), que negam qualquer vantagem pedagógica na utilização do computador na sala de aula; 38
  • 47. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação • As TIC têm um forte efeito motivador e efeitos positivos sobre o comportamento, comunicação e processo de aquisição de competências. • Conteúdos multimédia e interactivos veiculados através dos QMI são aliciantes e motivadores, em especial para os alunos mais novos, levando-os a prestar mais atenção durante as aulas. Benefícios para a aprendizagem autónoma Seja do ponto de vista do estudante ou da aprendizagem, os estudos indiciam benefícios para a aprendizagem autónoma. Nomeadamente, verifica-se que: • as TIC permitem uma maior diferenciação com programas adaptados às necessidades de cada um dos alunos (especialmente nas escolas primárias); • os alunos afirmam que fazem as actividades à sua maneira, quando utilizam um computador e os pais consideram que eles resolvem tarefas mais adequadas ao seu próprio nível; • os professores consideram que os alunos trabalham mais de acordo com os seus próprios estilos de aprendizagem, resultando num impacto positivo sobre os alunos, sejam eles academicamente fortes ou fracos; • os alunos com necessidades especiais ou dificuldades comportamentais retiram benefícios de formas diferentes a partir da utilização das TIC. As TIC e a aprendizagem colaborativa As TIC têm impacto positivo na aprendizagem dos estudantes - os estudos indiciam benefícios para o estudo autónomo e trabalho colaborativo. Verificou-se nomeadamente que: • a utilização das TIC nas escolas pode ajudar a reduzir a fractura social através da redução do fosso digital; • os alunos assumem maior responsabilidade pela sua própria aprendizagem quando utilizam as TIC, trabalhando de forma mais autónoma e eficaz; • as TIC podem apresentar aos alunos actividades melhor adaptadas às suas necessidades individuais, tornando mais fácil a organização da 39
  • 48. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação sua própria aprendizagem, através da utilização de, por exemplo, e- portfolios; • a colaboração entre os estudantes é maior quando se utilizam as TIC para trabalho de projecto. Impacto das TIC nos professores De acordo com o estudo da Becta (2007) há um impacto considerável das TIC nos professores e nos métodos de ensino. Os professores vêm a sua motivação acrescida por diferentes tipos de acções. • a frequência de programas de formação ou intervenções específicas dos Governos (p.ex avaliando positivamente o desempenho dos professores que obtêm certificação TIC) fomentam atitudes positivas dos professores em relação às TIC; • por terem acesso gratuito ou privilegiado a um computador portátil aumentam as atitudes positivas em relação ao seu trabalho. Os professores registam um aumento da eficiência e da colaboração nas suas práticas lectivas pela simples utilização das TIC. Os estudos realizados permitiram constatar que: • uma esmagadora maioria de professores na Europa (90%) usam as TIC para preparar suas aulas; • os professores utilizam as TIC para planear aulas de forma mais eficiente e mais eficaz. As TIC permitem que os professores partilhem materiais pedagógicos e planos curriculares com os colegas e gestores; • os professores do ensino básico consideram as TIC com mais impacto do que os professores do ensino secundário; • uma eficaz exploração dos sistemas de informação leva a uma maior formalização e planeamento cooperativo entre professores. Porém, não existe uma imagem positiva da utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem 30 para fins pedagógicos. Utilização específica das TIC 30 Exemplo destes ambientes é a plataforma Moodle ou outros softwares de gestão de aprendizagem similares. 40
  • 49. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação A utilização de metodologias e estratégias de ensino aprendizagem através das TIC, conduz a soluções inovadoras. • O facto de se propiciar abordagens estruturadas à investigação através da Internet desenvolve nos estudantes competências de pesquisa e investigação. • A banda larga é o maior factor de aumento da colaboração entre os professores. O acesso a de banda larga de alta capacidade na sala de aula aumenta a qualidade e a quantidade de actividades educativas que podem ser realizadas. • Os QMI fazem a diferença para os aspectos de interacção em aula. • As políticas dos Governo têm impacto sobre as TIC no ensino e levam a uma "rotina“ de incorporação e de utilização de TIC. Competências dos professores em e no uso das TIC Os estudos em que nos temos baseado para apresentar as constatações anteriores permitem ainda evidenciar um conjunto alargado de indicadores importantes sobre as competências dos professores. • As competências básicas dos professores em TIC têm aumentado fortemente em toda a Europa. • As TIC são mais utilizadas quando se encaixam melhor com as práticas tradicionais - a adaptação à tecnologia torna-se assim mais fácil. • Os programas de desenvolvimento de competências nacionais, através da promoção de acções de formação, tiveram um impacto limitado sobre as competências pedagógicas dos professores. Os gestores escolares estimam que o impacto das TIC sobre os métodos de ensino na escola é reduzido. • Os professores de ciências, matemática e ciências da computação são os mais intensivos utilizadores do computador em sala de aula, usando- o em mais de 50% das suas aulas. Regista-se que estes professores já tiveram muito contacto com o computador enquanto alunos na sua própria formação inicial (transfer de competências e processo de modelação). 41
  • 50. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação • O maior impacto nas aprendizagens dos alunos é encontrado em relação aos professores que são utilizadores experientes e que desde o início já tinham integrado as TIC no seu ensino. • O impacto de um determinado dispositivo ou da aplicação das TIC depende da capacidade do professor para os explorar de forma eficaz para fins pedagógicos. Daí se advogar que para além da formação básica nos softwares comuns, os professores devem ter um amplo conhecimento sobre softwares específicos adaptados e utilizáveis nos currículos dos seus alunos, para além da percepção sobre novos paradigmas de ensino com as TIC, explorando perspectivas construtivistas, colaborativas e conectivistas na aprendizagem. • As TIC podem reforçar o ensino, reforçando o que já é praticado ou introduzindo novidades e melhores formas de aprendizagem e ensino. • As TIC são ainda subaproveitadas para criar ambientes onde os alunos estão aprendendo mais activamente na criação de conhecimento e não apenas a ser consumidores passivos. Factores impeditivos da implementação das TIC Existem nos sistemas de ensino diversas barreiras para que a adopção das TIC nos processos de aprendizagem se faça de uma forma rápida e eficaz. Por um lado, o apetrechamento das escolas nem sempre é feito a tempo e com o equipamento adequado. Por outro lado podem falhar os planos de manutenção preventiva e de reparação. Constata-se que uma parte muito significativa de professores, na sua formação inicial, nunca aprendeu em ambientes tecnologicamente enriquecidos pelo que não transpôs para a sua actividade essas formas de ensinar. As mudanças são necessariamente lentas e apenas depois de algum tempo de adaptação e convencimento que com as TIC se faz melhor do que com práticas antigas. Barreiras ao nível do professor: 42
  • 51. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação A percepção dos professores sobre as suas competências, a sua motivação e a confiança que deposita nas novas ferramentas determinam o nível do seu envolvimento no domínio das TIC. • Reduzidas competências TIC – os professores consideram quase sempre que têm poucas competências para poder utilizar as TIC, mesmo que já as utilizem para preparar as suas aulas e trocar informação com colegas. • Baixa motivação – os contextos escolares no início do Sec XXI em alguns países europeus não são propícios à motivação para inovar. Alunos turbulentos, turmas numerosas e políticas restritivas levam a alguma desmotivação e fraca apetência pela inovação. • A falta de confiança na utilização de novas tecnologias no ensino é também determinante nos níveis de envolvimento no domínio das TIC – alguns professores tendem a sentir-se em inferioridade face aos seus alunos, nativos digitais. Na verdade este é quase sempre um falso problema dado que um professor que utiliza as ferramentas triviais das TIC sabe manipulá-las e utiliza-las de forma pedagógica, ao invés dos seus alunos que detêm outro tipo de competências no mundo digital: instant messenging, redes sociais, jogos. Barreiras ao nível da Escola Também as Escolas, pela sua tipologia, localização dos diferentes edifícios, capacidade interna de reflectir estratégias, capacidade de liderança dos órgãos de governação, são decisivas na determinação dos níveis de utilização das TIC por parte dos professores. • Limitado o acesso às TIC (devido a uma falta ou deficiente organização dos recursos TIC) – deve existir a quantidade suficiente de equipamentos para que a sua utilização ou não se transforme em algo rotineiro. O exemplo de mudar da sala habitual para se utilizar TIC é algo que não deve acontecer. • Má qualidade e insuficiente manutenção de hardware e inadequado ou insuficiente software educacional – os sistemas educacionais devem 43
  • 52. Cap. II – Plano Tecnológico na Educação estar atentos à questão da manutenção e actualização do equipamento e softwares utilizados, promovendo políticas activas nesse sentido. • Ausência de uma dimensão estratégica global TIC nas escolas – as TIC são tanto ou mais utilizadas quanto mais os actores escolares se envolverem na definição de planos da sua integração, nomeadamente ao nível da formação pessoal, integração curricular e organização de repositórios temáticos e conteúdos. • Experiência reduzida com projectos orientados para as actividades apoiadas pelas TIC – a pouca participação em projectos com inclusão de TIC leva a que não se aumentem competências práticas, não se partilhem experiências e não se crie um espírito de inovação constante, provável referência metodológica para os novos professores. Em termos muito globais, e em jeito de síntese, os estudos anteriormente citados permitem constatar o seguinte: 1. Em termos práticos, o uso dos computadores para fins educativos parece depender, em primeiro lugar, dos recursos disponíveis, calculados quase exclusivamente em termos de disponibilidade e facilidade de acesso aos equipamentos, ficando de fora, na maior parte das vezes, análises mais detalhadas e de natureza qualitativa, por exemplo sobre o tipo de trabalho que é efectivamente desenvolvido por professores e alunos ou as dinâmicas instaladas nas escolas nesse domínio. 2. O crescimento do número de computadores nas escolas, verificado principalmente nos últimos anos, com o que isso significou em termos dos elevados investimentos públicos, tem suscitado a grande preocupação dos governos em avaliar o sucesso dos esforços financeiros despendidos e vários foram os estudos realizados com essa finalidade, em diversos países. Os resultados não são conclusivos. 3. A maior parte desse tipo de estudos mostra é que, apesar do aumento de computadores disponíveis e de melhores infra-estruturas, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) não são usadas ainda em grau satisfatório ou, pelo menos, não são usadas tirando partido de 44