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Português – 7º ano
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES – NARRATIVA FANTÁSTICA
Querido(a) aluno(a),
Esta ficha de exercícios complementares tem como objetivo aprofundar suas habilidades em
leitura e compreensão de textos. Procure responder às questões de maneira completa e organizada
(principalmente em relação à segmentação dos períodos e à repetição de termos). No final da ficha,
você encontrará o gabarito com modelos de resposta para todas as questões.
Bom trabalho!
Juliana Yokoo Garcia
☺TEXTO 1
O caçador de borboletas
José Eduardo Agualusa
Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, legos, jogos de computador, mas
gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de
vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com o fundo de cortiça, e alfinetes coloridos. O pai explicou-
lhe que a caixa servia para guardar as borboletas. Matam-se as borboletas com o éter, espetam-se na
cortiça, de asas estacadas, e dessa forma, mesmo mortas, elas duram muito tempo. É assim que fazem os
colecionadores.
Aquilo deixou-o entusiasmado. Ele gostava de insetos, mas não sabia que era possível colecioná-
los, como quem coleciona selos, conchas ou postais, talvez até trocar exemplares repetidos com os
amigos.
Nessa mesma tarde saiu para caçar borboletas. Foi para o matagal junto ao rio, atrás de casa, um
lugar onde se juntavam insetos de todo o tipo. Já tinha apanhado cinco borboletas que guardara dentro do
frasco de vidro, quando ouviu alguém cantar com uma voz de algodão-doce – uma voz tão doce e tão
macia que ele julgou que sonhava. Espreitou e viu uma linda borboleta, linda como um arco-íris, mas
ainda mais colorida e luminosa. Sentiu o que deve sentir em momentos assim todo o caçador: sentiu que
o ar lhe faltava, sentiu que as mãos lhe tremiam, sentiu uma espécie de alegria muito grande. Lançou a
rede e viu a borboleta soltar-se num voo curto e depois debater-se, já presa, nas malhas de náilon. Passou-
a para o frasco e ficou um longo momento a olhar para ela.
— Agora és minha – disse-lhe. — Toda a tua beleza me pertence.
A borboleta agitou as asas muito levemente e ele ouviu a mesma voz que há instantes o encantara:
— Isso não é possível – era a borboleta que falava. — Sabes como surgiram as borboletas? Foi há
muito, muito tempo, na Índia. Vivia ali um homem sábio e bom, chamado Buda…
Vladimir esfregou os olhos:
— Meu Deus! Estou a sonhar?
A borboleta riu-se:
— Isso não tem importância. Ouve a minha história. Buda, o tal homem sábio e bom, achou que
faltava alegria ao ar. Então colheu uma mão cheia de flores e lançou-as ao vento e disse: “Voem!” E foi
assim que surgiram as primeiras borboletas. A beleza das borboletas é para ser vista no ar, entendes? É
uma beleza para ser voada.
— Não! – disse Vladimir abanando a cabeça. — Eu sou um caçador de borboletas. As borboletas
nascem, voam e morrem e se não forem colecionadores como eu, desaparecem para sempre.
A borboleta riu-se de novo (um riso calmo, como um regato correndo, não era um riso de troça):
— Estás enganado. Há certas coisas que não se podem guardar. Por exemplo, não podes guardar a
luz do luar, ou a brisa perfumada de um pomar de macieiras. Não podes guardar as estrelas dentro de uma
caixa. No entanto podes colecionar estrelas. Escolhe uma quando a noite chegar. Será tua. Mas deixa-a
guardada na noite. É ali o lugar dela.
Vladimir começava a achar que ela tinha razão.
— Se eu te libertar agora – perguntou – tu serás minha?
A borboleta fechou e abriu as asas iluminando o frasco com uma luz de todas as cores.
— Já sou tua – disse – e tu já és meu. Sabes? Eu coleciono caçadores de borboletas.
Vladimir regressou à casa alegre como um pássaro. O pai quis saber se ele tinha feito uma boa
caçada. O menino mostrou-lhe com orgulho o frasco vazio:
— Muito boa – disse. — Estás a ver? Deixei fugir a borboleta mais bela do mundo.
(José Eduardo Agualusa. Estranhões & Bizarrocos [estórias para adormecer anjos]. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000)
1. O conto “Caçador de borboletas” pode ser classificado como uma narrativa fantástica. Explique quais
são as características desse tipo de narrativa e indique os elementos presentes no conto que
comprovam essa classificação.
2. Para Vladimir, colecionar borboletas significa guardá-las para sempre em uma caixa. Entretanto,
durante o diálogo, a borboleta defende outra forma de “colecionar”. Explique, com suas palavras, que
nova forma é essa.
3. Ao final do conto, o pai pergunta a Vladimir se ele havia feito uma boa caçada e o garoto afirma que
sim. Entretanto, é possível perceber que o significado de “boa caçada” é diferente para o pai e para o
filho. Explique essa diferença.
☺TEXTO 2
Aula de matemática
Quando era criança, pouco mais de dez anos, ele tinha feito um desenho no caderno de
Matemática. Não era um desenho qualquer. Tinha desenhado o diabo, mas não era isso que tornava o
desenho especial. Quando era criança, ele sabia disso, mas com o tempo esqueceu.
Não lembrava mais do tempo que passou desenhando, de como tinha se esforçado e em
como o diabo olhava para fora do papel. Na sua inocência, colocou esforço demais no trabalho, mas
porque era inocente, percebeu a tempo. Sabia que o desenho era especial.
À noite, no seu quarto, ele podia sentir o desenho, mesmo estando na página final do seu
caderno, dentro da mochila. Ele sentia que tinha feito alguma coisa errada e como toda criança não
contou para ninguém. Mas não sabia o que fazer com ele.
O garoto sabia outras coisas. Sabia que o desenho não gostava de ficar fechado dentro do
caderno. Que o desenho não gostou de ser desenhado. E sabia que o desenho era especial, mas não
de um jeito bom. Tentava deixar a página aberta do caderno, escondendo quando passava algum
colega de sala ou professor.
Ele sabia que o desenho do diabo no caderno de um garoto de 10 anos não era algo que
outras pessoas achariam normal. Ao mesmo tempo, ele não ousava irritar o desenho. Porque sabia
sem saber que, apesar de estar preso no papel, ele não ficaria preso para sempre. Por todo o resto do
ano, o diabo se tornou a sua cruz e, todos os dias, o garoto se arrependia de ter desenhado. Todas as
noites, arrependia-se de seus pecados.
O ano passou e o garoto esqueceu. O caderno foi esquecido em um armário junto com
outras lembranças da infância. Durante anos, o desenho ficou lá, preso dentro do caderno, embaixo
de brinquedos e material escolar. Vinte anos sufocado e esquecido.
Hoje, arrumando o armário, ele encontrou o caderno. Com saudosismo, passou as páginas.
Viu o desenho, mas não se lembrou do que sabia. Esqueceu que o desenho não gostava de ficar preso
dentro do caderno e esqueceu também o caderno, aberto em cima da mesa, antes de dormir.
Acordou, de repente, às três da manhã e se lembrou de tudo. Levantou e foi correndo até a
sala para fechar o caderno. Mas o desenho não estava lá.
(Adriano Docconi)
Saudosismo: sentimento de saudade ou de nostalgia.
1. O conto “Aula de matemática” pode ser considerado uma narrativa fantástica? Justifique sua
resposta.
2. Identifique o tipo de narrador presente no conto e reescreva o último parágrafo alterando o foco
narrativo para a 1ª pessoa. Faça apenas as alterações necessárias.
3. A história do conto acontece em dois momentos distintos da vida do protagonista. Identifique
esses dois momentos e retire do texto duas expressões que confirmem sua resposta.
4. No terceiro parágrafo, o narrador utiliza por três vezes o pronome ele. Indique a referência do
pronome em cada uma das ocorrências.
☺TEXTO 3
Final para um conto fantástico
— Que estranho! — disse a garota, avançando com cautela. — Que porta mais pesada, meu
Deus! — E, ao falar, tocou-a e a porta acabou fechando-se de um golpe.
— Deus do céu! — disse o homem. — Não é que não tem maçaneta do lado de dentro?
Agora estamos os dois trancados!
— Os dois, não — disse a garota. — Só você.
E passou através da porta e desapareceu.
(I. A. Ireland)
1. O título do conto é “Final para um conto fantástico”. Explique, com suas palavras, por que esse
título é adequado ao texto.
GABARITO
Questões Respostas
Texto 1 1 A narrativa fantástica é aquela que apresenta um ou mais elementos
sobrenaturais inseridos em um cotidiano real. No conto “O caçador de
borboletas”, enquanto a borboleta falante é considerada como um ser
fantástico, o cotidiano do garoto representa o mundo real.
2 Segundo a borboleta, é possível fazer uma coleção abstrata, ou seja, para se
colecionar algo não é necessário possuir os objetos fisicamente, basta pensar
neles e escolhê-los mentalmente.
3 Para o pai de Vladimir, uma boa caçada significa trazer muitas borboletas
capturadas no frasco. Entretanto, para o garoto, conquistar a amizade e a
confiança da borboleta é melhor forma de ter sucesso na caçada.
Texto 2 1 Sim, pois, como toda narrativa fantástica, o conto apresenta elementos
sobrenaturais; neste caso, o desenho que possui poderes mágicos, inseridos em
um cotidiano real, a rotina de um garoto comum.
2 O texto apresenta foco narrativo em 3ª pessoa (narrador onisciente). “Acordei,
de repente, às três da manhã e me lembrei de tudo. Levantei e fui correndo até
a sala para fechar o caderno. Mas o desenho não estava lá.”
3 A narrativa mostra a infância do garoto, que pode ser representada pela
expressão “pouco mais de 10 anos”, e sua vida adulta, representada por “vinte
anos sufocado e esquecido”.
4 “Ele podia sentir o desenho”: refere-se ao menino. “Ele sentia que tinha feito
alguma coisa errada”: refere-se ao menino. “Mas não sabia o que fazer com
ele”: refere-se ao desenho.
Texto 3 1 O título é adequado, pois a palavra “final” representa o fato de que o texto não
está completo, pois apresenta apenas um possível desfecho para uma narrativa.
Além disso, o fato de existir um personagem comum, o homem, e um elemento
fantástico, a menina que atravessa a porta, é representado pela classificação
“conto fantástico”.
/mnt/temp/unoconv/20150328024458/exercicioselementosdanarratica2015-150327214458-conversion-gate01.doc
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colecionar algo não é necessário possuir os objetos fisicamente, basta pensar
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ele”: refere-se ao desenho.
Texto 3 1 O título é adequado, pois a palavra “final” representa o fato de que o texto não
está completo, pois apresenta apenas um possível desfecho para uma narrativa.
Além disso, o fato de existir um personagem comum, o homem, e um elemento
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Exercicios 3âºs anos funã§oes da linguagem 2012 7 de outubro
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Exercicios de resenhas
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A caçada inusitada de Vladimir

  • 1. Português – 7º ano EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES – NARRATIVA FANTÁSTICA Querido(a) aluno(a), Esta ficha de exercícios complementares tem como objetivo aprofundar suas habilidades em leitura e compreensão de textos. Procure responder às questões de maneira completa e organizada (principalmente em relação à segmentação dos períodos e à repetição de termos). No final da ficha, você encontrará o gabarito com modelos de resposta para todas as questões. Bom trabalho! Juliana Yokoo Garcia ☺TEXTO 1 O caçador de borboletas José Eduardo Agualusa Vladimir recebeu muitas prendas no Natal, entre livros, discos, legos, jogos de computador, mas gostou sobretudo do equipamento para caçar borboletas. O equipamento incluía uma rede, um frasco de vidro, algodão, éter, uma caixa de madeira com o fundo de cortiça, e alfinetes coloridos. O pai explicou- lhe que a caixa servia para guardar as borboletas. Matam-se as borboletas com o éter, espetam-se na cortiça, de asas estacadas, e dessa forma, mesmo mortas, elas duram muito tempo. É assim que fazem os colecionadores. Aquilo deixou-o entusiasmado. Ele gostava de insetos, mas não sabia que era possível colecioná- los, como quem coleciona selos, conchas ou postais, talvez até trocar exemplares repetidos com os amigos. Nessa mesma tarde saiu para caçar borboletas. Foi para o matagal junto ao rio, atrás de casa, um lugar onde se juntavam insetos de todo o tipo. Já tinha apanhado cinco borboletas que guardara dentro do frasco de vidro, quando ouviu alguém cantar com uma voz de algodão-doce – uma voz tão doce e tão macia que ele julgou que sonhava. Espreitou e viu uma linda borboleta, linda como um arco-íris, mas ainda mais colorida e luminosa. Sentiu o que deve sentir em momentos assim todo o caçador: sentiu que o ar lhe faltava, sentiu que as mãos lhe tremiam, sentiu uma espécie de alegria muito grande. Lançou a rede e viu a borboleta soltar-se num voo curto e depois debater-se, já presa, nas malhas de náilon. Passou- a para o frasco e ficou um longo momento a olhar para ela. — Agora és minha – disse-lhe. — Toda a tua beleza me pertence. A borboleta agitou as asas muito levemente e ele ouviu a mesma voz que há instantes o encantara:
  • 2. — Isso não é possível – era a borboleta que falava. — Sabes como surgiram as borboletas? Foi há muito, muito tempo, na Índia. Vivia ali um homem sábio e bom, chamado Buda… Vladimir esfregou os olhos: — Meu Deus! Estou a sonhar? A borboleta riu-se: — Isso não tem importância. Ouve a minha história. Buda, o tal homem sábio e bom, achou que faltava alegria ao ar. Então colheu uma mão cheia de flores e lançou-as ao vento e disse: “Voem!” E foi assim que surgiram as primeiras borboletas. A beleza das borboletas é para ser vista no ar, entendes? É uma beleza para ser voada. — Não! – disse Vladimir abanando a cabeça. — Eu sou um caçador de borboletas. As borboletas nascem, voam e morrem e se não forem colecionadores como eu, desaparecem para sempre. A borboleta riu-se de novo (um riso calmo, como um regato correndo, não era um riso de troça): — Estás enganado. Há certas coisas que não se podem guardar. Por exemplo, não podes guardar a luz do luar, ou a brisa perfumada de um pomar de macieiras. Não podes guardar as estrelas dentro de uma caixa. No entanto podes colecionar estrelas. Escolhe uma quando a noite chegar. Será tua. Mas deixa-a guardada na noite. É ali o lugar dela. Vladimir começava a achar que ela tinha razão. — Se eu te libertar agora – perguntou – tu serás minha? A borboleta fechou e abriu as asas iluminando o frasco com uma luz de todas as cores. — Já sou tua – disse – e tu já és meu. Sabes? Eu coleciono caçadores de borboletas. Vladimir regressou à casa alegre como um pássaro. O pai quis saber se ele tinha feito uma boa caçada. O menino mostrou-lhe com orgulho o frasco vazio: — Muito boa – disse. — Estás a ver? Deixei fugir a borboleta mais bela do mundo. (José Eduardo Agualusa. Estranhões & Bizarrocos [estórias para adormecer anjos]. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000) 1. O conto “Caçador de borboletas” pode ser classificado como uma narrativa fantástica. Explique quais são as características desse tipo de narrativa e indique os elementos presentes no conto que comprovam essa classificação. 2. Para Vladimir, colecionar borboletas significa guardá-las para sempre em uma caixa. Entretanto, durante o diálogo, a borboleta defende outra forma de “colecionar”. Explique, com suas palavras, que nova forma é essa. 3. Ao final do conto, o pai pergunta a Vladimir se ele havia feito uma boa caçada e o garoto afirma que sim. Entretanto, é possível perceber que o significado de “boa caçada” é diferente para o pai e para o filho. Explique essa diferença.
  • 3. ☺TEXTO 2 Aula de matemática Quando era criança, pouco mais de dez anos, ele tinha feito um desenho no caderno de Matemática. Não era um desenho qualquer. Tinha desenhado o diabo, mas não era isso que tornava o desenho especial. Quando era criança, ele sabia disso, mas com o tempo esqueceu. Não lembrava mais do tempo que passou desenhando, de como tinha se esforçado e em como o diabo olhava para fora do papel. Na sua inocência, colocou esforço demais no trabalho, mas porque era inocente, percebeu a tempo. Sabia que o desenho era especial. À noite, no seu quarto, ele podia sentir o desenho, mesmo estando na página final do seu caderno, dentro da mochila. Ele sentia que tinha feito alguma coisa errada e como toda criança não contou para ninguém. Mas não sabia o que fazer com ele. O garoto sabia outras coisas. Sabia que o desenho não gostava de ficar fechado dentro do caderno. Que o desenho não gostou de ser desenhado. E sabia que o desenho era especial, mas não de um jeito bom. Tentava deixar a página aberta do caderno, escondendo quando passava algum colega de sala ou professor. Ele sabia que o desenho do diabo no caderno de um garoto de 10 anos não era algo que outras pessoas achariam normal. Ao mesmo tempo, ele não ousava irritar o desenho. Porque sabia sem saber que, apesar de estar preso no papel, ele não ficaria preso para sempre. Por todo o resto do ano, o diabo se tornou a sua cruz e, todos os dias, o garoto se arrependia de ter desenhado. Todas as noites, arrependia-se de seus pecados. O ano passou e o garoto esqueceu. O caderno foi esquecido em um armário junto com outras lembranças da infância. Durante anos, o desenho ficou lá, preso dentro do caderno, embaixo de brinquedos e material escolar. Vinte anos sufocado e esquecido. Hoje, arrumando o armário, ele encontrou o caderno. Com saudosismo, passou as páginas. Viu o desenho, mas não se lembrou do que sabia. Esqueceu que o desenho não gostava de ficar preso dentro do caderno e esqueceu também o caderno, aberto em cima da mesa, antes de dormir. Acordou, de repente, às três da manhã e se lembrou de tudo. Levantou e foi correndo até a sala para fechar o caderno. Mas o desenho não estava lá. (Adriano Docconi) Saudosismo: sentimento de saudade ou de nostalgia. 1. O conto “Aula de matemática” pode ser considerado uma narrativa fantástica? Justifique sua resposta. 2. Identifique o tipo de narrador presente no conto e reescreva o último parágrafo alterando o foco narrativo para a 1ª pessoa. Faça apenas as alterações necessárias. 3. A história do conto acontece em dois momentos distintos da vida do protagonista. Identifique esses dois momentos e retire do texto duas expressões que confirmem sua resposta. 4. No terceiro parágrafo, o narrador utiliza por três vezes o pronome ele. Indique a referência do pronome em cada uma das ocorrências.
  • 4. ☺TEXTO 3 Final para um conto fantástico — Que estranho! — disse a garota, avançando com cautela. — Que porta mais pesada, meu Deus! — E, ao falar, tocou-a e a porta acabou fechando-se de um golpe. — Deus do céu! — disse o homem. — Não é que não tem maçaneta do lado de dentro? Agora estamos os dois trancados! — Os dois, não — disse a garota. — Só você. E passou através da porta e desapareceu. (I. A. Ireland) 1. O título do conto é “Final para um conto fantástico”. Explique, com suas palavras, por que esse título é adequado ao texto.
  • 5. GABARITO Questões Respostas Texto 1 1 A narrativa fantástica é aquela que apresenta um ou mais elementos sobrenaturais inseridos em um cotidiano real. No conto “O caçador de borboletas”, enquanto a borboleta falante é considerada como um ser fantástico, o cotidiano do garoto representa o mundo real. 2 Segundo a borboleta, é possível fazer uma coleção abstrata, ou seja, para se colecionar algo não é necessário possuir os objetos fisicamente, basta pensar neles e escolhê-los mentalmente. 3 Para o pai de Vladimir, uma boa caçada significa trazer muitas borboletas capturadas no frasco. Entretanto, para o garoto, conquistar a amizade e a confiança da borboleta é melhor forma de ter sucesso na caçada. Texto 2 1 Sim, pois, como toda narrativa fantástica, o conto apresenta elementos sobrenaturais; neste caso, o desenho que possui poderes mágicos, inseridos em um cotidiano real, a rotina de um garoto comum. 2 O texto apresenta foco narrativo em 3ª pessoa (narrador onisciente). “Acordei, de repente, às três da manhã e me lembrei de tudo. Levantei e fui correndo até a sala para fechar o caderno. Mas o desenho não estava lá.” 3 A narrativa mostra a infância do garoto, que pode ser representada pela expressão “pouco mais de 10 anos”, e sua vida adulta, representada por “vinte anos sufocado e esquecido”. 4 “Ele podia sentir o desenho”: refere-se ao menino. “Ele sentia que tinha feito alguma coisa errada”: refere-se ao menino. “Mas não sabia o que fazer com ele”: refere-se ao desenho. Texto 3 1 O título é adequado, pois a palavra “final” representa o fato de que o texto não está completo, pois apresenta apenas um possível desfecho para uma narrativa. Além disso, o fato de existir um personagem comum, o homem, e um elemento fantástico, a menina que atravessa a porta, é representado pela classificação “conto fantástico”. /mnt/temp/unoconv/20150328024458/exercicioselementosdanarratica2015-150327214458-conversion-gate01.doc
  • 6. GABARITO Questões Respostas Texto 1 1 A narrativa fantástica é aquela que apresenta um ou mais elementos sobrenaturais inseridos em um cotidiano real. No conto “O caçador de borboletas”, enquanto a borboleta falante é considerada como um ser fantástico, o cotidiano do garoto representa o mundo real. 2 Segundo a borboleta, é possível fazer uma coleção abstrata, ou seja, para se colecionar algo não é necessário possuir os objetos fisicamente, basta pensar neles e escolhê-los mentalmente. 3 Para o pai de Vladimir, uma boa caçada significa trazer muitas borboletas capturadas no frasco. Entretanto, para o garoto, conquistar a amizade e a confiança da borboleta é melhor forma de ter sucesso na caçada. Texto 2 1 Sim, pois, como toda narrativa fantástica, o conto apresenta elementos sobrenaturais; neste caso, o desenho que possui poderes mágicos, inseridos em um cotidiano real, a rotina de um garoto comum. 2 O texto apresenta foco narrativo em 3ª pessoa (narrador onisciente). “Acordei, de repente, às três da manhã e me lembrei de tudo. Levantei e fui correndo até a sala para fechar o caderno. Mas o desenho não estava lá.” 3 A narrativa mostra a infância do garoto, que pode ser representada pela expressão “pouco mais de 10 anos”, e sua vida adulta, representada por “vinte anos sufocado e esquecido”. 4 “Ele podia sentir o desenho”: refere-se ao menino. “Ele sentia que tinha feito alguma coisa errada”: refere-se ao menino. “Mas não sabia o que fazer com ele”: refere-se ao desenho. Texto 3 1 O título é adequado, pois a palavra “final” representa o fato de que o texto não está completo, pois apresenta apenas um possível desfecho para uma narrativa. Além disso, o fato de existir um personagem comum, o homem, e um elemento fantástico, a menina que atravessa a porta, é representado pela classificação “conto fantástico”. /mnt/temp/unoconv/20150328024458/exercicioselementosdanarratica2015-150327214458-conversion-gate01.doc