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Novembro2014 Leia nesta edição 
Os desafios da liderança da IELB 
Mensageiro | Novembro 2014 3 
MENSA GEIRO LUTERANO | Ano 97 | Nº 1.197 
entrevista 
20 
04 ao leitor 
05 mensagem do presidente 
06 estudo da lllb 
08 datas especiais 
10 capa 
26 mml 
28 origem das palavras 
29 dia da bíblia 
34 virando a página 
09 
Em foco 
Vale a pena 
ser cristão? 
voluntariado 
Dia do 
Voluntário 16 
missão e testemunho 
Empresário 
distribui 
devocionários 32 
Integrantes do Conselho 
Diretor da IELB reuniram-se 
em Curitiba, PR, entre 
os dias 9 e 12 de outubro, 
para discutir e avaliar 
os desafios da liderança 
da IELB. Conduzido pelo 
presidente Frederico da 
Silva Reis, o Conselho 
contou ainda com 
palestra do professor 
dr. Vilson Scholz sobre 
o tema: “A respeito 
de Igreja, pastores e 
liderança eclesiástica: 
Uma perspectiva à luz do 
Novo Testamento”. 
Entrevista com João 
Wilson Faustini 
30
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| entrevista | 
20 de Novembro – Dia do Músico Evangélico 
Entrevista com 
João Wilson Faustini 
O mês de novembro pode ser 
considerado o mês dos músicos, 
não apenas pelo fato do dia 
22 ser o Dia de Santa Cecília 
(“padroeira” dos músicos) e, por 
esse motivo, Dia do Músico. Mas 
também pelo fato do dia 20 de 
novembro (de 1931) ser a data de 
nascimento do Rev. João Wilson 
Faustini, “pioneiro da música 
sacra evangélica no Brasil”, sendo 
escolhida pela Igreja Presbiteriana 
Independente (IPI) como “Dia 
do Músico Evangélico”, em sua 
homenagem. 
Não é por menos que se faça 
esta devida homenagem: 
dos 573 hinos que figuram 
em nosso Hinário Luterano, 
aproximadamente 36 são de sua 
autoria (seja como autor dos 
textos, tradutor, compositor ou 
arranjador). Seus hinos estão 
presentes em diversos hinários 
brasileiros, além de ser o editor 
de grandes coleções de músicas 
em Língua Portuguesa em seu 
tempo (dentre elas, pode-se 
destacar a coletânea Os Céus 
Proclamam). Para marcar essa 
data, o Mensageiro Luterano faz 
entrevista com o Rev. Faustini. 
foto: arquivo pessoal joão wilson faustini 
20 Mensageiro | Novembro 2014
Mensageiro Luterano – Rev. Faus-tini, 
quando o senhor se interes-sou 
pela música? 
João Wilson Faustini – Minha irmã 
mais velha, Martha, foi pianista e sempre 
se reunia com suas amigas e amigos para 
cantar em nossa casa. Ela foi minha primei-ra 
professora de música e cantou no coro 
do antigo Instituto José Manoel da Concei-ção 
(JMC), uma instituição que existia na 
cidade de Jandira, subúrbio de São Paulo. 
Eu me lembro de que esse coro, regido por 
Evelina Harper, visitou a cidade de Pirajuí, 
onde morávamos, e com 8 anos de idade me 
encantei ao ouvi-lo se apresentando em um 
culto. Entre as músicas, ouvi, deslumbrado, 
pela primeira vez, o “Aleluia” do oratório 
“O Messias” de Händel. Aos 12 anos eu 
cantava contralto no coro regido pela mi-nha 
irmã. Aos 13 eu era o único organista 
da Igreja Presbiteriana Independente de 
Pirajuí, SP. Já nessa idade me interessava 
muito pelos hinos. Fui estudar no Institu-to 
JMC, a mesma escola pré-teológica que 
minhas irmãs haviam frequentado, e onde 
eu também seria aluno de Evelina Harper, 
excelente musicista e dedicada missionária 
americana. 
Onde o senhor realizou seus 
estudos, na área, aqui no Brasil? 
E nos EUA? 
Como já disse, iniciei os meus estu-dos 
de piano com minha irmã. Éramos 8 
irmãos, e Martha sempre nos estimulou 
e deu aulas, praticamente para todos. 
Alguns irmãos se destacaram na música, 
como Loyde, que desenvolveu linda voz 
de soprano, e Zuinglio, “basso profondo”, 
que foi cantor profissional, estudou na 
França e atuou em muitos concertos no 
Brasil e exterior até a sua morte. Aos 17 
anos fui estudar no mesmo Instituto JMC, 
onde Martha e Loyde haviam estudado e 
cantado sob a regência de Evelina Harper, 
e eu também tive esse privilégio. Com ela, 
iniciei o meu aprendizado de regência e 
hinologia. Fui seu auxiliar e substituto na 
direção do Departamento de Música e dos 
coros do Instituto JMC a partir de 1951, 
quando o casal Harper voltou de férias aos 
Estados Unidos. O primeiro coro que regi foi 
o da 1a Igreja Presbiteriana Independente 
de Osasco, subúrbio de São Paulo. Evelina 
Harper sempre me estimulou. Ela ouviu o 
coro de Osasco regido por mim e, perceben-do 
meu interesse e talento, conseguiu da 
Igreja Presbiteriana Americana (The Board 
of Foreign Missions) uma bolsa de estudos 
no Westminster Choir College, em Prince-ton, 
New Jersey, nos Estados Unidos, onde 
ela mesma havida estudado. Como minha 
bolsa era para apenas dois anos, trabalhei 
lavando pratos na universidade e também 
em um restaurante da cidade, e nos fins 
de semana tomava conta de crianças como 
baby sitter. Até defunto carreguei para ga-nhar 
uns troquinhos e poder custear mais 
um ano de estudos, e assim poder comple-tar 
as exigências do curso. No meu último 
ano no Westminster, recebi uma taça pela 
melhor composição de um canto de Natal 
entre os alunos formandos, intitulada Only 
a Manger Cold and Bare (publicada em por-tuguês 
pela SOEMUS, na coleção Dádiva Di-vina, 
p. 10, sob o título de “Ele nasceu num 
pobre lugar”). Em junho de 1955, recebi o 
meu Bacharelado em Música Sacra, com es-pecialização 
em canto e órgão, voltando ao 
Brasil nesse mesmo ano. Fiz depois o curso 
de Canto Orfeônico e Canto, no Instituto 
Musical de São Paulo e na Escola Paulista 
de Música, requisito da época para poder 
lecionar em escolas brasileiras de nível 
superior. Nove anos mais tarde, voltei aos 
Estados Unidos para fazer o Mestrado em 
Música, com especialização em composição, 
no Union Theological Seminary School of 
Music, de Nova York, também com bolsa 
de estudos. Participei também de oficinas 
e seminários de música coral com grandes 
regentes, como John Finley Williamson, 
Robert Shaw e Wilhelm Ehman. 
Como organista, quais foram 
seus maiores desafios? 
Uma das exigências do programa de 
Mestrado no UTS de Nova York era demons-trar, 
na prática, o que estudávamos em 
sala de aula. Assim foi que em outubro de 
64 assumi o cargo de Ministro de Música 
e organista-regente na St. Paul’s Presbyte-rian 
Church, de Newak, NJ, uma igreja com 
americanos, brasileiros e portugueses, com 
cultos nas duas línguas. Exerci esse cargo 
até voltar ao Brasil, em 1972. Nesse período, 
compilei o hinário bilíngue Seja Louvado, 
traduzindo muitos hinos do calendário 
cristão até então inexistentes em nossa 
língua. Dez anos mais tarde, em 1982, 
voltei novamente aos Estados Unidos, mas 
desta vez como pastor da mesma igreja que 
havia servido anos antes como Ministro 
de Música. 
A partir de 1996, depois de ter servido a 
Igreja St. Paul’s como pastor por 14 anos e 
de ter ser sido jubilado e recebido o título de 
pastor emérito, assumi o cargo de Ministro 
de Música na Second Presbyterian Church, 
de Elizabeth, New Jersey, onde eu residia. 
Essa igreja possui um órgão de tubos e 
um órgão eletrônico Rodgers. Depois de 
tantos anos exercendo um pastorado para 
uma congregação de imigrantes, com múl-tiplas 
atividades, pude novamente voltar à 
prática da música, sentar no banco desses 
órgãos e reativar minhas antigas técnicas. 
Ali havia um coro de semiprofissionais, que 
liam música muito bem, e pude fazer um 
trabalho bastante compensador, apesar 
de eu mesmo ser o acompanhista. Nessa 
época, também comecei a publicar nos 
Estados Unidos músicas brasileiras para 
órgão de tubos (Brazilian Organ Music, em 
cinco volumes) e três coleções de hinos de 
minha composição (When Breaks the Dawn, 
The Heavens Are Telling e Adoro Te) Esses hi-nários 
contém hinos de minha composição 
com textos em inglês, escritos por autores 
pertencentes à Sociedade Hinológica Ame-ricana, 
muitos dos quais já traduzi também 
para o português. 
Traduzir sempre é mais 
complicado do que criar 
um novo texto, embora 
um novo texto exija mais 
criatividade. Podemos 
criar textos em prosa ou 
poesia. Para criar é preciso 
ter o que dizer. 
Mensageiro | Novembro 2014 21
Conte-nos um pouco de sua 
vivência como regente coral, 
no Brasil e nos Estados unidos. 
De agosto de 1955 a junho de 1964 fui 
regente e organista da Primeira Igreja 
Presbiteriana Independente de São Paulo 
(Catedral Evangélica) e também lecionei e 
dirigi o Departamento de Música do Insti-tuto 
José Manuel da Conceição, em Jandira, 
SP. Após o meu Mestrado, a partir de 1972, 
voltei ao cargo da Catedral Evangélica e, a 
seu pedido, em 1974, fui ordenado o primei-ro 
Ministro de Música pelo Presbitério de 
São Paulo, da IPI, podendo exercer todas as 
funções pastorais. Passei, também, a dirigir 
o Departamento de Música da Faculdade de 
Teologia da IPI, enquanto também lecio-nava 
em duas outras faculdades paulistas 
(Alcântara Machado e Santa Marcelina). 
Durante os anos que morei nos Estados 
Unidos, continuei vindo ao Brasil para par-ticipar 
dos Seminários de Música Sacra re-alizados 
em São Paulo, a compor e publicar 
música sacra. Estes seminários de música 
coral encorajaram alguns ex-alunos meus a 
fundar a SOEMUS, Sociedade Evangélica de 
Música Sacra. Todos os anos eu preparava 
coleções musicais novas para a rotina da 
música coral nas igrejas, que eram lançadas 
nos eventos mencionados. Os primeiros vo-lumes 
da coleção Os Céus Proclamam foram 
lançados ainda quando eu dirigia o Depar-tamento 
de Música no Instituto JMC, entre 
fotos: arquivo pessoal joão wilson faustini 
os anos 1957 e 1964. Os outros volumes e 
outras coleções foram publicadas quando 
ainda residia nos Estados Unidos. Assim 
surgiram as coleções Ecos de Louvor, em dez 
volumes, o Hinário Seja Louvado, Louvemos 
a Deus, em três volumes, Sempre Louvarei, 
25 Hinos Novos para Um Novo Dia, e uma 
quantidade enorme de músicas avulsas. 
O senhor é autor e tradutor 
de diversas músicas e hinos na 
Língua Portuguesa. Quais são 
os desafios e dificuldades desse 
ofício? 
Traduzir sempre é mais complicado 
do que criar um novo texto, embora um 
novo texto exija mais criatividade. Pode-mos 
criar textos em prosa ou poesia. Para 
criar é preciso ter o que dizer. A prosa é de 
uma estrutura menos rigorosa, enquanto 
que a forma poética para canto estrófico 
é mais rígida, porque exige as mesmas 
acentuações em cada verso de cada es-trofe, 
além das rimas, que dão beleza aos 
versos. Por outro lado, a forma da poesia 
métrica facilita ao compositor, dando-lhe 
já uma forma musical estética proveniente 
da regularidade dos acentos métricos, o 
que não acontece com os textos em prosa. 
Os italianos dizem que os tradutores são 
na realidade ‘traidores’... Isto porque é 
muito difícil de dizer exatamente o que 
um original em outra língua diz, porque 
o português, como o alemão, é uma lín-gua 
com palavras de muitas sílabas. O 
inglês, por exemplo, tem muitas palavras 
monossilábicas, como “church”, “Christ”, 
“love” “hope”. Estas e muitas outras, em 
português, exigem três, quatro ou mais 
sílabas (i-gre-ja, Cris-to, a-mor, es-pe-ran- 
-ça). É óbvio que não poderemos encaixar 
nenhuma palavra multissilábica numa 
melodia que tenha apenas uma nota para 
uma sílaba, para que a tradução possa ser 
cantada com a mesma música. Temos que 
usar outros recursos, como sinônimos, 
apanhar a ideia geral, usar ordem inversa, 
etc. Não há dúvida de que é um grande 
desafio. 
Conte-nos sobre o seu 
pseudônimo, J. Costa. 
Pouco tempo depois que voltei ao Brasil 
após o meu Bacharelado em Música, trou-xe 
comigo algumas traduções de hinos 
bastante conhecidos na América do Norte, 
mas desconhecidos aqui no Brasil. Essas 
foram as minhas primeiras traduções. Um 
desses hinos era o “Deus dos antigos” (God 
of Our Fathers). O coro do JMC introduziu 
esse hino no Brasil com a minha primei-ra 
tradução e sob a minha regência, em 
uma grande igreja de São Paulo. O texto 
começava assim: “Desde o passado Deus 
nos protegeu”. O hino vibrante e marcial 
empolgou a congregação, mas, na saída do 
| entrevista | 
Faustini, com Abner Campos, no Trinity Lutheran Seminary, e com a esposa, Rosy 
22 Mensageiro | Novembro 2014
templo, o pastor dessa igreja, um iminente 
pregador que gostava de música e, mesmo 
sem entender as regras de prosódia e 
acentuação musical, tentava escrever suas 
letras para hinos, disse-me: “Faustini, eu 
acho que você é um bom músico. Mas eu 
acho que você deve deixar que os poetas 
escrevam as letras. Cuide da música, que 
eles farão os textos.” Algum tempo depois, 
voltamos a visitar essa mesma igreja, e en-tão 
entreguei ao pastor uma nova tradução 
que eu havia feito do mesmo hino, agora 
como “Deus dos antigos”, mas desta vez 
usando o pseudônimo de J. Costa. O referido 
pastor leu o texto em voz alta com grande 
empolgação, e depois me disse: “Este sim! 
Vê-se que é um bom poeta!” A partir desta 
experiência, continuei a usar esse pseudô-nimo, 
porque compreendi que, apesar de 
ter crescido na prática de traduzir, o meu 
nome era um empecilho para as pessoas 
aceitarem minhas traduções, simplesmente 
pelo fato de eu ser músico... Uma experiên-cia 
semelhante também ocorreu quando 
o Concílio Mundial de Igrejas enviou-me 
uma lista de hinos conhecidos para saber 
quais deles já haviam sido traduzidos para 
o português. Eu enviei ao CMI todos os que 
eu tinha na época, e traduzi alguns da lista 
que ainda não tínhamos em nossa língua. 
Alguns tinham o meu nome como tradutor, 
e outros o pseudônimo de J. Costa. Para 
minha surpresa, todos os de J. Costa foram 
aceitos pela comissão de brasileiros que 
participavam da compilação do hinário, e 
apenas um hino de Faustini foi aceito! 
Qual a importância do texto 
da música para a fixação de 
verdades bíblicas nas mentes do 
povo de Deus? 
Lutero, em poucos anos, fez com que a 
Alemanha fosse doutrinada na Palavra de 
Deus. A música, indubitavelmente, contri-buiu 
muito para isso. Os hinos da época da 
Reforma e os hinos tradicionais da Igreja 
geralmente focalizam em Deus, seu caráter, 
sua obra salvadora, e nas doutrinas básicas 
da fé, como o arrependimento, o perdão, 
a Vida Eterna. Os cânticos populares de 
hoje tendem a focalizar no homem e suas 
experiências e sentimentos pessoais. Como 
consequência disso, nossa geração não co-nhece 
os fundamentos da doutrina cristã. 
As pessoas não sabem bem o que creem, e 
mudam de uma denominação para outra 
sem ter convicção e nem poder articular 
oralmente a sua fé. 
Como compositor de antemas 
(obras sacras para coros) e 
hinos, quais são os desafios e 
dificuldades? 
O desafio é grande. As pessoas de nossa 
geração estão acostumadas a terem tudo 
instantâneo e descartável. A música can-tada 
nos cultos, nos dias de hoje, de modo 
geral, retrata isto, tanto nos regentes como 
nos cantores. Músicas novas sempre são 
necessárias, e as mais usadas se tornam 
descartáveis. Ficamos acostumados aos 
resultados imediatos em tudo. Há exceções, 
naturalmente. Mas poucos são os que se 
interessam em fazer um preparo musical 
longo e adequado para poder produzir 
música coral de qualidade. Poucos coros 
se preocupam com a técnica vocal, com a 
produção de som vocal bonito e artístico. 
Muitas das músicas das igrejas de hoje são 
cantadas por pequenos grupos de louvor, 
que, para substituir uma boa técnica vocal, 
utilizam-se de microfones individuais. 
Processo imediato, para supostamente se 
conseguir projeção vocal. O volume e som 
fazem sucesso imediato, mas dificilmente 
estas músicas permanecerão para a pos-teridade, 
devido à sua qualidade popular. 
Normalmente, as músicas populares duram 
uma geração. As eruditas permanecem, 
justamente pela sua qualidade e pelo seu 
valor artístico. 
Quais as coleções de músicas 
(entre hinários e livretos) que 
senhor editou? 
Para dizer a verdade, são tantas as mú-sicas 
que publiquei que não tenho a conta 
exata. Procuro adicionar as publicações 
num programa de dados no meu computa-dor, 
e já passam de mil hinos (1.170), mas 
isto não inclui ainda os hinos do Hinário 
Seja Louvado e nem as publicações dos 
últimos dois anos, que precisam ser atu-alizadas. 
Muitas das minhas publicações 
permanecem nas prateleiras de duas salas 
da SOEMUS (Sociedade Evangélica de Mú-sica) 
em São Paulo, por diversas razões. A 
primeira delas é porque muitas igrejas, em 
todas as denominações, já não têm coros, 
e por optarem por um tipo de música mais 
popular e imediato. Nada contra a música 
popular. Ela tem o seu lugar, mas com esta 
tendência, os coros tendem a desaparecer. 
Outra razão para as publicações ficarem 
nas prateleiras é que o brasileiro, de modo 
geral, não respeita as leis de copyright 
(direitos autorais). Os regentes compram 
uma cópia e fazem 40 fotocópias para os 
seus coristas. As cópias publicadas e im-pressas 
deixam de ser vendidas! Pela lei, 
essas pessoas podem ser processadas, como 
acontece frequentemente no mundo musi-cal. 
Sabemos de muitas igrejas que foram 
processadas por fazerem cópias ilegais ou 
gravarem CDs sem a devida permissão dos 
proprietários. Os crentes, que deviam ser 
exemplos, muitas vezes são os que mais 
burlam essa lei, até quando compilam os 
hinários denominacionais! Em 2003, uma 
grande denominação brasileira editou um 
novo hinário e incluiu muitos dos cânticos 
atuais, pertencentes a grandes publicado-ras 
americanas, sem a devida permissão. 
Toda a edição de milhares de cópias com 
música, em magnífica encadernação, e 
uma edição só com a letra, tiveram de ser 
recolhidas a fim de que a Igreja não fosse 
processada! Uma nova edição teve de ser 
totalmente refeita e publicada, com per-missões 
obtidas e pagas conforme a lei, 
para evitar um escandaloso processo. Eu 
mesmo poderia processar muitos coros e 
diversas denominações que usam minhas 
Mensageiro | Novembro 2014 23
músicas cobertas pela lei de copyright em 
seus hinários ou fazem gravação dos hinos 
sem a devida permissão. 
Qual é o seu sentimento ao ver 
suas composições entoadas na 
Igreja Luterana e em outras 
igrejas no Brasil? 
Sinto me feliz por ter contribuído, mes-mo 
dentro das minhas limitações, para a 
música, o louvor e a edificação do Reino de 
Deus. Vejo que há muito para ser feito em 
nosso país. Procuro contribuir para que a 
Igreja de Cristo, independente de sua cor 
denominacional, busque a excelência no 
ministério da música. Procuro ajudar e 
orientar jovens neste sentido. Enquanto o 
Senhor me der vida, saúde e lucidez, con-tinuarei 
a trabalhar por isto. 
Pela quantidade e qualidade 
das suas obras e atividades, o 
senhor é considerado por muitos 
como “o pioneiro da Música Sacra 
Evangélica no Brasil”. De que 
forma isso marcou a sua vida? 
Eu tive um chamado bem claro do 
Senhor para isso, desde os meus 12 anos. 
Não acho que tenha sido realmente pio-neiro. 
Antes de mim, na música coral bra-sileira, 
houve Artur Lackschevitz, Alyna 
Muyrhead, Evelina Harper, Albert Ream, 
Henriqueta Rosa Fernandes Braga e muitos 
outros. Cada um fez a sua parte. Pionei-ros 
mesmo foram Robert e Sarah Kalley 
e João Gomes da Rocha, que publicaram 
os primeiros hinos e hinários na língua 
portuguesa! Grandes autores também têm 
contribuído de maneira significativa para 
a nossa hinologia, como Jerônimo Gueiros, 
Isaac Nicolau Salum, Antônio de Campos 
Gonçalves, Porto Filho. Na própria Igreja 
Luterana temos nomes importantes como 
Rodolpho Hasse, Leonido Krey, Octacílio 
Schüler, Donaldo Schüler, Bruno Rieth, 
Hans Gerhard Rottmann e tantos outros! 
O senhor é autor dos livros 
“Música e Adoração” e “Música 
e Teologia Hoje”. Quais são 
os desafios da Música Sacra 
Evangélica na atualidade? 
Muitas pessoas que lideram a música 
na Igreja, de modo geral, não demonstram 
interesse em conhecer teoria musical, 
| entrevista | 
harmonia, solfejo, boa leitura musical, re-gência, 
técnica vocal, hinologia, historia da 
música, português, etc. Não temos escolas 
significativas e qualificadas para o ensino 
da Música Sacra. Muitas igrejas não têm vi-são 
para isto. Muitos seminários brasileiros 
não preparam os pastores para discernir o 
que é bom e o que não serve para o culto 
de adoração. Em decorrência disto, e de 
modo geral, os jovens também não têm 
uma visão correta do papel da música no 
culto, e não têm grande disposição em 
investir tempo, dinheiro e anos de estudo 
para servir nesse ministério. É muito mais 
fácil aprender meia dúzia de acordes no 
violão ou no teclado, coletar alguns textos 
piedosos e ter a pretensão de se apresentar 
como os levitas bíblicos, que eram todos 
mestres e instruídos no canto (1Cr 25.6-7). 
Nada contra, mas naturalmente é muito 
fácil de compor e cantar músicas popula-res. 
Muitos podem fazer isto sem grandes 
estudos e preparo musical adequado, e ela 
tem o seu lugar. Mas, infelizmente, esse 
grande dilúvio de músicas é muitas vezes 
de qualidade inferior, pouco artístico, e 
de conteúdo teologicamente duvidoso. Há 
princípios bíblicos que devem ser obser-vados, 
quanto ao uso da arte na adoração. 
Por exemplo, o melhor para Deus. Ele é 
digno de receber sempre o melhor, como 
exigia do seu povo no passado: as primí-cias, 
os primeiros frutos, o primogênito, a 
ovelha sem defeito, são alguns exemplos. 
O princípio da reverência, da moderação, 
também são importantes: Deus não é um 
Deus surdo, para que o louvemos com um 
som exagerado, que tenha um índice de de-cibéis 
mais elevados que o ouvido humano 
possa suportar... Temos de voltar à beleza 
e à simplicidade e a fazer da música uma 
“serva”, e não um fim em si mesmo dentro 
do culto de adoração. Isto é o que tento 
ensinar e fazer. 
O senhor sempre participa das 
conferências da sociedade de 
hinos dos EUA e Canadá. Qual é o 
cenário da hinologia atual no 
mundo e no Brasil? 
Sim, sou membro vitalício dessa socie-dade 
desde os anos 60. Eu vejo que o Brasil 
acompanha e imita de maneira assustadora 
o que ocorre no resto do mundo, particu-larmente 
nas megaigrejas. Creio também 
que a apostasia dos tempos do fim virá 
através da deturpação e deterioração da 
adoração, através da música irreverente 
e da distorção teológica do seu conteúdo. 
Atualmente alguns hinários 
brasileiros estão sendo editados 
e reeditados, por exemplo, o 
Cantai Todos os Povos (Igreja 
Presbiteriana Independente), o 
nosso Hinário Luterano (IELB), o 
da Igreja de Confissão Luterana 
(IECLB) e o da Igreja Metodista 
(Hinário Metodista Brasileiro). 
Tais hinários seguirão padrões 
internacionais, com partituras 
a quatro vozes e cifras para 
acompanhamentos no violão 
e teclado, que sirvam ao 
mesmo tempo aos músicos e à 
congregação. Qual a sua opinião 
sobre essas iniciativas? 
Acho os hinários nos padrões interna-cionais 
extremamente importantes. Na re-alidade, 
os hinários acabam sendo o único 
manual de fé e doutrina que pode estar nas 
mãos das pessoas leigas, especialmente 
daquelas que raramente manuseiam a Bí-blia. 
O uso de telas com textos projetados 
está tirando os hinos das mãos do povo. 
Mas os hinários, em geral, buscam a ex-celência 
doutrinária e artística, e incluem 
assuntos de todo o calendário litúrgico e 
as doutrinas básicas do Cristianismo, o que 
Os hinários acabam sendo 
o único manual de fé e 
doutrina que pode estar 
nas mãos das pessoas 
leigas, especialmente 
daquelas que raramente 
manuseiam a Bíblia. O 
uso de telas com textos 
projetados está tirando os 
hinos das mãos do povo. 
24 Mensageiro | Novembro 2014
Ábner Elpino Campos | Membro da comissão 
técnica para a reedição do Hinário Luterano 
Regente e Coordenador do Departamento de Música 
na Congregação Da Cruz, Porto Alegre, RS 
camposabner@gmail.com 
não acontece com os cânticos populares. Os 
hinários trazem hinos que foram frutos de 
profundas reflexões e experiências cristãs 
de irmãos nossos que viveram no passado, 
unindo assim o corpo de Cristo, e consti-tuem 
um verdadeiro cânone indispensável 
para doutrinar o povo. 
Qual recado que o senhor deixa 
aos músicos evangélicos lutera-nos 
do Brasil? 
Invistam no estudo da música, em todas 
as suas ramificações, dominem a leitura 
musical, a teoria da música, a harmonia, o 
contraponto, o piano, o órgão; estudem can-to, 
técnica vocal e regência; estudem a Bí-blia 
com os olhos de um músico e busquem 
nela os princípios bíblicos importantes 
para a vida cristã que se aplicam também à 
música. Estudem hinologia, 
desde os tempos apostólicos, 
conheçam os autores de 
hinos atuais de outras lín-guas, 
aprendam a traduzir, 
a compor e a escrever hinos 
congregacionais; conheçam 
a história da Igreja! 
Alguns 
participantes do 
Congresso de 
hinologia nos 
Estados Unidos. 
Entre eles, o professor 
Raul Blum (E) 
foto: arquivo pessoal joão wilson faustini 
m 
PROGRAMAÇÃO DE VERÃO em tramandaí, rs 
Congregação Cristo 
Tramandaí 
Rua Ildebrando Pinheiro Veloso, 244 - 
bairro Indianópolis (Referência: lombada 
eletrônica da RS 030) 
Fone (51)3684-4655 
CULTOS 
• Todos os domingos, às 9h 
• Todas as quintas, às 20h30 
Balneário Pinhal 
Rua Navegantes, 728 - Centro 
Dependências do Hotel Navegantes 
Fone: (51) 3682-1379 
CULTOS 
• 13 e 27 de janeiro, às 18h 
• 10 e 24 de fevereiro, às 18h 
Cidreira 
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Pastores: Hélvio Ilmar Veide – helvioveide@ 
hotmail.com e Arnildo Schneider – 
schneiderarnildo@gmail.com 
Informações sobre outros locais e horários 
de culto você encontra no Anuário Luterano 
2015, disponível na Editora Concórdia – 
www.editoraconcordia.com.br ou no site 
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Mensageiro | Novembro 2014 25

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Desafios da liderança da IELB e entrevista com músico pioneiro João Wilson Faustini

  • 1.
  • 2. Novembro2014 Leia nesta edição Os desafios da liderança da IELB Mensageiro | Novembro 2014 3 MENSA GEIRO LUTERANO | Ano 97 | Nº 1.197 entrevista 20 04 ao leitor 05 mensagem do presidente 06 estudo da lllb 08 datas especiais 10 capa 26 mml 28 origem das palavras 29 dia da bíblia 34 virando a página 09 Em foco Vale a pena ser cristão? voluntariado Dia do Voluntário 16 missão e testemunho Empresário distribui devocionários 32 Integrantes do Conselho Diretor da IELB reuniram-se em Curitiba, PR, entre os dias 9 e 12 de outubro, para discutir e avaliar os desafios da liderança da IELB. Conduzido pelo presidente Frederico da Silva Reis, o Conselho contou ainda com palestra do professor dr. Vilson Scholz sobre o tema: “A respeito de Igreja, pastores e liderança eclesiástica: Uma perspectiva à luz do Novo Testamento”. Entrevista com João Wilson Faustini 30
  • 3. Leia estas e muitas outras notícias no Mensageiro Luterano Assine agora! Clique naoqsusi aes coopnçhõeeçsa.
  • 4. | entrevista | 20 de Novembro – Dia do Músico Evangélico Entrevista com João Wilson Faustini O mês de novembro pode ser considerado o mês dos músicos, não apenas pelo fato do dia 22 ser o Dia de Santa Cecília (“padroeira” dos músicos) e, por esse motivo, Dia do Músico. Mas também pelo fato do dia 20 de novembro (de 1931) ser a data de nascimento do Rev. João Wilson Faustini, “pioneiro da música sacra evangélica no Brasil”, sendo escolhida pela Igreja Presbiteriana Independente (IPI) como “Dia do Músico Evangélico”, em sua homenagem. Não é por menos que se faça esta devida homenagem: dos 573 hinos que figuram em nosso Hinário Luterano, aproximadamente 36 são de sua autoria (seja como autor dos textos, tradutor, compositor ou arranjador). Seus hinos estão presentes em diversos hinários brasileiros, além de ser o editor de grandes coleções de músicas em Língua Portuguesa em seu tempo (dentre elas, pode-se destacar a coletânea Os Céus Proclamam). Para marcar essa data, o Mensageiro Luterano faz entrevista com o Rev. Faustini. foto: arquivo pessoal joão wilson faustini 20 Mensageiro | Novembro 2014
  • 5. Mensageiro Luterano – Rev. Faus-tini, quando o senhor se interes-sou pela música? João Wilson Faustini – Minha irmã mais velha, Martha, foi pianista e sempre se reunia com suas amigas e amigos para cantar em nossa casa. Ela foi minha primei-ra professora de música e cantou no coro do antigo Instituto José Manoel da Concei-ção (JMC), uma instituição que existia na cidade de Jandira, subúrbio de São Paulo. Eu me lembro de que esse coro, regido por Evelina Harper, visitou a cidade de Pirajuí, onde morávamos, e com 8 anos de idade me encantei ao ouvi-lo se apresentando em um culto. Entre as músicas, ouvi, deslumbrado, pela primeira vez, o “Aleluia” do oratório “O Messias” de Händel. Aos 12 anos eu cantava contralto no coro regido pela mi-nha irmã. Aos 13 eu era o único organista da Igreja Presbiteriana Independente de Pirajuí, SP. Já nessa idade me interessava muito pelos hinos. Fui estudar no Institu-to JMC, a mesma escola pré-teológica que minhas irmãs haviam frequentado, e onde eu também seria aluno de Evelina Harper, excelente musicista e dedicada missionária americana. Onde o senhor realizou seus estudos, na área, aqui no Brasil? E nos EUA? Como já disse, iniciei os meus estu-dos de piano com minha irmã. Éramos 8 irmãos, e Martha sempre nos estimulou e deu aulas, praticamente para todos. Alguns irmãos se destacaram na música, como Loyde, que desenvolveu linda voz de soprano, e Zuinglio, “basso profondo”, que foi cantor profissional, estudou na França e atuou em muitos concertos no Brasil e exterior até a sua morte. Aos 17 anos fui estudar no mesmo Instituto JMC, onde Martha e Loyde haviam estudado e cantado sob a regência de Evelina Harper, e eu também tive esse privilégio. Com ela, iniciei o meu aprendizado de regência e hinologia. Fui seu auxiliar e substituto na direção do Departamento de Música e dos coros do Instituto JMC a partir de 1951, quando o casal Harper voltou de férias aos Estados Unidos. O primeiro coro que regi foi o da 1a Igreja Presbiteriana Independente de Osasco, subúrbio de São Paulo. Evelina Harper sempre me estimulou. Ela ouviu o coro de Osasco regido por mim e, perceben-do meu interesse e talento, conseguiu da Igreja Presbiteriana Americana (The Board of Foreign Missions) uma bolsa de estudos no Westminster Choir College, em Prince-ton, New Jersey, nos Estados Unidos, onde ela mesma havida estudado. Como minha bolsa era para apenas dois anos, trabalhei lavando pratos na universidade e também em um restaurante da cidade, e nos fins de semana tomava conta de crianças como baby sitter. Até defunto carreguei para ga-nhar uns troquinhos e poder custear mais um ano de estudos, e assim poder comple-tar as exigências do curso. No meu último ano no Westminster, recebi uma taça pela melhor composição de um canto de Natal entre os alunos formandos, intitulada Only a Manger Cold and Bare (publicada em por-tuguês pela SOEMUS, na coleção Dádiva Di-vina, p. 10, sob o título de “Ele nasceu num pobre lugar”). Em junho de 1955, recebi o meu Bacharelado em Música Sacra, com es-pecialização em canto e órgão, voltando ao Brasil nesse mesmo ano. Fiz depois o curso de Canto Orfeônico e Canto, no Instituto Musical de São Paulo e na Escola Paulista de Música, requisito da época para poder lecionar em escolas brasileiras de nível superior. Nove anos mais tarde, voltei aos Estados Unidos para fazer o Mestrado em Música, com especialização em composição, no Union Theological Seminary School of Music, de Nova York, também com bolsa de estudos. Participei também de oficinas e seminários de música coral com grandes regentes, como John Finley Williamson, Robert Shaw e Wilhelm Ehman. Como organista, quais foram seus maiores desafios? Uma das exigências do programa de Mestrado no UTS de Nova York era demons-trar, na prática, o que estudávamos em sala de aula. Assim foi que em outubro de 64 assumi o cargo de Ministro de Música e organista-regente na St. Paul’s Presbyte-rian Church, de Newak, NJ, uma igreja com americanos, brasileiros e portugueses, com cultos nas duas línguas. Exerci esse cargo até voltar ao Brasil, em 1972. Nesse período, compilei o hinário bilíngue Seja Louvado, traduzindo muitos hinos do calendário cristão até então inexistentes em nossa língua. Dez anos mais tarde, em 1982, voltei novamente aos Estados Unidos, mas desta vez como pastor da mesma igreja que havia servido anos antes como Ministro de Música. A partir de 1996, depois de ter servido a Igreja St. Paul’s como pastor por 14 anos e de ter ser sido jubilado e recebido o título de pastor emérito, assumi o cargo de Ministro de Música na Second Presbyterian Church, de Elizabeth, New Jersey, onde eu residia. Essa igreja possui um órgão de tubos e um órgão eletrônico Rodgers. Depois de tantos anos exercendo um pastorado para uma congregação de imigrantes, com múl-tiplas atividades, pude novamente voltar à prática da música, sentar no banco desses órgãos e reativar minhas antigas técnicas. Ali havia um coro de semiprofissionais, que liam música muito bem, e pude fazer um trabalho bastante compensador, apesar de eu mesmo ser o acompanhista. Nessa época, também comecei a publicar nos Estados Unidos músicas brasileiras para órgão de tubos (Brazilian Organ Music, em cinco volumes) e três coleções de hinos de minha composição (When Breaks the Dawn, The Heavens Are Telling e Adoro Te) Esses hi-nários contém hinos de minha composição com textos em inglês, escritos por autores pertencentes à Sociedade Hinológica Ame-ricana, muitos dos quais já traduzi também para o português. Traduzir sempre é mais complicado do que criar um novo texto, embora um novo texto exija mais criatividade. Podemos criar textos em prosa ou poesia. Para criar é preciso ter o que dizer. Mensageiro | Novembro 2014 21
  • 6. Conte-nos um pouco de sua vivência como regente coral, no Brasil e nos Estados unidos. De agosto de 1955 a junho de 1964 fui regente e organista da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo (Catedral Evangélica) e também lecionei e dirigi o Departamento de Música do Insti-tuto José Manuel da Conceição, em Jandira, SP. Após o meu Mestrado, a partir de 1972, voltei ao cargo da Catedral Evangélica e, a seu pedido, em 1974, fui ordenado o primei-ro Ministro de Música pelo Presbitério de São Paulo, da IPI, podendo exercer todas as funções pastorais. Passei, também, a dirigir o Departamento de Música da Faculdade de Teologia da IPI, enquanto também lecio-nava em duas outras faculdades paulistas (Alcântara Machado e Santa Marcelina). Durante os anos que morei nos Estados Unidos, continuei vindo ao Brasil para par-ticipar dos Seminários de Música Sacra re-alizados em São Paulo, a compor e publicar música sacra. Estes seminários de música coral encorajaram alguns ex-alunos meus a fundar a SOEMUS, Sociedade Evangélica de Música Sacra. Todos os anos eu preparava coleções musicais novas para a rotina da música coral nas igrejas, que eram lançadas nos eventos mencionados. Os primeiros vo-lumes da coleção Os Céus Proclamam foram lançados ainda quando eu dirigia o Depar-tamento de Música no Instituto JMC, entre fotos: arquivo pessoal joão wilson faustini os anos 1957 e 1964. Os outros volumes e outras coleções foram publicadas quando ainda residia nos Estados Unidos. Assim surgiram as coleções Ecos de Louvor, em dez volumes, o Hinário Seja Louvado, Louvemos a Deus, em três volumes, Sempre Louvarei, 25 Hinos Novos para Um Novo Dia, e uma quantidade enorme de músicas avulsas. O senhor é autor e tradutor de diversas músicas e hinos na Língua Portuguesa. Quais são os desafios e dificuldades desse ofício? Traduzir sempre é mais complicado do que criar um novo texto, embora um novo texto exija mais criatividade. Pode-mos criar textos em prosa ou poesia. Para criar é preciso ter o que dizer. A prosa é de uma estrutura menos rigorosa, enquanto que a forma poética para canto estrófico é mais rígida, porque exige as mesmas acentuações em cada verso de cada es-trofe, além das rimas, que dão beleza aos versos. Por outro lado, a forma da poesia métrica facilita ao compositor, dando-lhe já uma forma musical estética proveniente da regularidade dos acentos métricos, o que não acontece com os textos em prosa. Os italianos dizem que os tradutores são na realidade ‘traidores’... Isto porque é muito difícil de dizer exatamente o que um original em outra língua diz, porque o português, como o alemão, é uma lín-gua com palavras de muitas sílabas. O inglês, por exemplo, tem muitas palavras monossilábicas, como “church”, “Christ”, “love” “hope”. Estas e muitas outras, em português, exigem três, quatro ou mais sílabas (i-gre-ja, Cris-to, a-mor, es-pe-ran- -ça). É óbvio que não poderemos encaixar nenhuma palavra multissilábica numa melodia que tenha apenas uma nota para uma sílaba, para que a tradução possa ser cantada com a mesma música. Temos que usar outros recursos, como sinônimos, apanhar a ideia geral, usar ordem inversa, etc. Não há dúvida de que é um grande desafio. Conte-nos sobre o seu pseudônimo, J. Costa. Pouco tempo depois que voltei ao Brasil após o meu Bacharelado em Música, trou-xe comigo algumas traduções de hinos bastante conhecidos na América do Norte, mas desconhecidos aqui no Brasil. Essas foram as minhas primeiras traduções. Um desses hinos era o “Deus dos antigos” (God of Our Fathers). O coro do JMC introduziu esse hino no Brasil com a minha primei-ra tradução e sob a minha regência, em uma grande igreja de São Paulo. O texto começava assim: “Desde o passado Deus nos protegeu”. O hino vibrante e marcial empolgou a congregação, mas, na saída do | entrevista | Faustini, com Abner Campos, no Trinity Lutheran Seminary, e com a esposa, Rosy 22 Mensageiro | Novembro 2014
  • 7. templo, o pastor dessa igreja, um iminente pregador que gostava de música e, mesmo sem entender as regras de prosódia e acentuação musical, tentava escrever suas letras para hinos, disse-me: “Faustini, eu acho que você é um bom músico. Mas eu acho que você deve deixar que os poetas escrevam as letras. Cuide da música, que eles farão os textos.” Algum tempo depois, voltamos a visitar essa mesma igreja, e en-tão entreguei ao pastor uma nova tradução que eu havia feito do mesmo hino, agora como “Deus dos antigos”, mas desta vez usando o pseudônimo de J. Costa. O referido pastor leu o texto em voz alta com grande empolgação, e depois me disse: “Este sim! Vê-se que é um bom poeta!” A partir desta experiência, continuei a usar esse pseudô-nimo, porque compreendi que, apesar de ter crescido na prática de traduzir, o meu nome era um empecilho para as pessoas aceitarem minhas traduções, simplesmente pelo fato de eu ser músico... Uma experiên-cia semelhante também ocorreu quando o Concílio Mundial de Igrejas enviou-me uma lista de hinos conhecidos para saber quais deles já haviam sido traduzidos para o português. Eu enviei ao CMI todos os que eu tinha na época, e traduzi alguns da lista que ainda não tínhamos em nossa língua. Alguns tinham o meu nome como tradutor, e outros o pseudônimo de J. Costa. Para minha surpresa, todos os de J. Costa foram aceitos pela comissão de brasileiros que participavam da compilação do hinário, e apenas um hino de Faustini foi aceito! Qual a importância do texto da música para a fixação de verdades bíblicas nas mentes do povo de Deus? Lutero, em poucos anos, fez com que a Alemanha fosse doutrinada na Palavra de Deus. A música, indubitavelmente, contri-buiu muito para isso. Os hinos da época da Reforma e os hinos tradicionais da Igreja geralmente focalizam em Deus, seu caráter, sua obra salvadora, e nas doutrinas básicas da fé, como o arrependimento, o perdão, a Vida Eterna. Os cânticos populares de hoje tendem a focalizar no homem e suas experiências e sentimentos pessoais. Como consequência disso, nossa geração não co-nhece os fundamentos da doutrina cristã. As pessoas não sabem bem o que creem, e mudam de uma denominação para outra sem ter convicção e nem poder articular oralmente a sua fé. Como compositor de antemas (obras sacras para coros) e hinos, quais são os desafios e dificuldades? O desafio é grande. As pessoas de nossa geração estão acostumadas a terem tudo instantâneo e descartável. A música can-tada nos cultos, nos dias de hoje, de modo geral, retrata isto, tanto nos regentes como nos cantores. Músicas novas sempre são necessárias, e as mais usadas se tornam descartáveis. Ficamos acostumados aos resultados imediatos em tudo. Há exceções, naturalmente. Mas poucos são os que se interessam em fazer um preparo musical longo e adequado para poder produzir música coral de qualidade. Poucos coros se preocupam com a técnica vocal, com a produção de som vocal bonito e artístico. Muitas das músicas das igrejas de hoje são cantadas por pequenos grupos de louvor, que, para substituir uma boa técnica vocal, utilizam-se de microfones individuais. Processo imediato, para supostamente se conseguir projeção vocal. O volume e som fazem sucesso imediato, mas dificilmente estas músicas permanecerão para a pos-teridade, devido à sua qualidade popular. Normalmente, as músicas populares duram uma geração. As eruditas permanecem, justamente pela sua qualidade e pelo seu valor artístico. Quais as coleções de músicas (entre hinários e livretos) que senhor editou? Para dizer a verdade, são tantas as mú-sicas que publiquei que não tenho a conta exata. Procuro adicionar as publicações num programa de dados no meu computa-dor, e já passam de mil hinos (1.170), mas isto não inclui ainda os hinos do Hinário Seja Louvado e nem as publicações dos últimos dois anos, que precisam ser atu-alizadas. Muitas das minhas publicações permanecem nas prateleiras de duas salas da SOEMUS (Sociedade Evangélica de Mú-sica) em São Paulo, por diversas razões. A primeira delas é porque muitas igrejas, em todas as denominações, já não têm coros, e por optarem por um tipo de música mais popular e imediato. Nada contra a música popular. Ela tem o seu lugar, mas com esta tendência, os coros tendem a desaparecer. Outra razão para as publicações ficarem nas prateleiras é que o brasileiro, de modo geral, não respeita as leis de copyright (direitos autorais). Os regentes compram uma cópia e fazem 40 fotocópias para os seus coristas. As cópias publicadas e im-pressas deixam de ser vendidas! Pela lei, essas pessoas podem ser processadas, como acontece frequentemente no mundo musi-cal. Sabemos de muitas igrejas que foram processadas por fazerem cópias ilegais ou gravarem CDs sem a devida permissão dos proprietários. Os crentes, que deviam ser exemplos, muitas vezes são os que mais burlam essa lei, até quando compilam os hinários denominacionais! Em 2003, uma grande denominação brasileira editou um novo hinário e incluiu muitos dos cânticos atuais, pertencentes a grandes publicado-ras americanas, sem a devida permissão. Toda a edição de milhares de cópias com música, em magnífica encadernação, e uma edição só com a letra, tiveram de ser recolhidas a fim de que a Igreja não fosse processada! Uma nova edição teve de ser totalmente refeita e publicada, com per-missões obtidas e pagas conforme a lei, para evitar um escandaloso processo. Eu mesmo poderia processar muitos coros e diversas denominações que usam minhas Mensageiro | Novembro 2014 23
  • 8. músicas cobertas pela lei de copyright em seus hinários ou fazem gravação dos hinos sem a devida permissão. Qual é o seu sentimento ao ver suas composições entoadas na Igreja Luterana e em outras igrejas no Brasil? Sinto me feliz por ter contribuído, mes-mo dentro das minhas limitações, para a música, o louvor e a edificação do Reino de Deus. Vejo que há muito para ser feito em nosso país. Procuro contribuir para que a Igreja de Cristo, independente de sua cor denominacional, busque a excelência no ministério da música. Procuro ajudar e orientar jovens neste sentido. Enquanto o Senhor me der vida, saúde e lucidez, con-tinuarei a trabalhar por isto. Pela quantidade e qualidade das suas obras e atividades, o senhor é considerado por muitos como “o pioneiro da Música Sacra Evangélica no Brasil”. De que forma isso marcou a sua vida? Eu tive um chamado bem claro do Senhor para isso, desde os meus 12 anos. Não acho que tenha sido realmente pio-neiro. Antes de mim, na música coral bra-sileira, houve Artur Lackschevitz, Alyna Muyrhead, Evelina Harper, Albert Ream, Henriqueta Rosa Fernandes Braga e muitos outros. Cada um fez a sua parte. Pionei-ros mesmo foram Robert e Sarah Kalley e João Gomes da Rocha, que publicaram os primeiros hinos e hinários na língua portuguesa! Grandes autores também têm contribuído de maneira significativa para a nossa hinologia, como Jerônimo Gueiros, Isaac Nicolau Salum, Antônio de Campos Gonçalves, Porto Filho. Na própria Igreja Luterana temos nomes importantes como Rodolpho Hasse, Leonido Krey, Octacílio Schüler, Donaldo Schüler, Bruno Rieth, Hans Gerhard Rottmann e tantos outros! O senhor é autor dos livros “Música e Adoração” e “Música e Teologia Hoje”. Quais são os desafios da Música Sacra Evangélica na atualidade? Muitas pessoas que lideram a música na Igreja, de modo geral, não demonstram interesse em conhecer teoria musical, | entrevista | harmonia, solfejo, boa leitura musical, re-gência, técnica vocal, hinologia, historia da música, português, etc. Não temos escolas significativas e qualificadas para o ensino da Música Sacra. Muitas igrejas não têm vi-são para isto. Muitos seminários brasileiros não preparam os pastores para discernir o que é bom e o que não serve para o culto de adoração. Em decorrência disto, e de modo geral, os jovens também não têm uma visão correta do papel da música no culto, e não têm grande disposição em investir tempo, dinheiro e anos de estudo para servir nesse ministério. É muito mais fácil aprender meia dúzia de acordes no violão ou no teclado, coletar alguns textos piedosos e ter a pretensão de se apresentar como os levitas bíblicos, que eram todos mestres e instruídos no canto (1Cr 25.6-7). Nada contra, mas naturalmente é muito fácil de compor e cantar músicas popula-res. Muitos podem fazer isto sem grandes estudos e preparo musical adequado, e ela tem o seu lugar. Mas, infelizmente, esse grande dilúvio de músicas é muitas vezes de qualidade inferior, pouco artístico, e de conteúdo teologicamente duvidoso. Há princípios bíblicos que devem ser obser-vados, quanto ao uso da arte na adoração. Por exemplo, o melhor para Deus. Ele é digno de receber sempre o melhor, como exigia do seu povo no passado: as primí-cias, os primeiros frutos, o primogênito, a ovelha sem defeito, são alguns exemplos. O princípio da reverência, da moderação, também são importantes: Deus não é um Deus surdo, para que o louvemos com um som exagerado, que tenha um índice de de-cibéis mais elevados que o ouvido humano possa suportar... Temos de voltar à beleza e à simplicidade e a fazer da música uma “serva”, e não um fim em si mesmo dentro do culto de adoração. Isto é o que tento ensinar e fazer. O senhor sempre participa das conferências da sociedade de hinos dos EUA e Canadá. Qual é o cenário da hinologia atual no mundo e no Brasil? Sim, sou membro vitalício dessa socie-dade desde os anos 60. Eu vejo que o Brasil acompanha e imita de maneira assustadora o que ocorre no resto do mundo, particu-larmente nas megaigrejas. Creio também que a apostasia dos tempos do fim virá através da deturpação e deterioração da adoração, através da música irreverente e da distorção teológica do seu conteúdo. Atualmente alguns hinários brasileiros estão sendo editados e reeditados, por exemplo, o Cantai Todos os Povos (Igreja Presbiteriana Independente), o nosso Hinário Luterano (IELB), o da Igreja de Confissão Luterana (IECLB) e o da Igreja Metodista (Hinário Metodista Brasileiro). Tais hinários seguirão padrões internacionais, com partituras a quatro vozes e cifras para acompanhamentos no violão e teclado, que sirvam ao mesmo tempo aos músicos e à congregação. Qual a sua opinião sobre essas iniciativas? Acho os hinários nos padrões interna-cionais extremamente importantes. Na re-alidade, os hinários acabam sendo o único manual de fé e doutrina que pode estar nas mãos das pessoas leigas, especialmente daquelas que raramente manuseiam a Bí-blia. O uso de telas com textos projetados está tirando os hinos das mãos do povo. Mas os hinários, em geral, buscam a ex-celência doutrinária e artística, e incluem assuntos de todo o calendário litúrgico e as doutrinas básicas do Cristianismo, o que Os hinários acabam sendo o único manual de fé e doutrina que pode estar nas mãos das pessoas leigas, especialmente daquelas que raramente manuseiam a Bíblia. O uso de telas com textos projetados está tirando os hinos das mãos do povo. 24 Mensageiro | Novembro 2014
  • 9. Ábner Elpino Campos | Membro da comissão técnica para a reedição do Hinário Luterano Regente e Coordenador do Departamento de Música na Congregação Da Cruz, Porto Alegre, RS camposabner@gmail.com não acontece com os cânticos populares. Os hinários trazem hinos que foram frutos de profundas reflexões e experiências cristãs de irmãos nossos que viveram no passado, unindo assim o corpo de Cristo, e consti-tuem um verdadeiro cânone indispensável para doutrinar o povo. Qual recado que o senhor deixa aos músicos evangélicos lutera-nos do Brasil? Invistam no estudo da música, em todas as suas ramificações, dominem a leitura musical, a teoria da música, a harmonia, o contraponto, o piano, o órgão; estudem can-to, técnica vocal e regência; estudem a Bí-blia com os olhos de um músico e busquem nela os princípios bíblicos importantes para a vida cristã que se aplicam também à música. Estudem hinologia, desde os tempos apostólicos, conheçam os autores de hinos atuais de outras lín-guas, aprendam a traduzir, a compor e a escrever hinos congregacionais; conheçam a história da Igreja! Alguns participantes do Congresso de hinologia nos Estados Unidos. Entre eles, o professor Raul Blum (E) foto: arquivo pessoal joão wilson faustini m PROGRAMAÇÃO DE VERÃO em tramandaí, rs Congregação Cristo Tramandaí Rua Ildebrando Pinheiro Veloso, 244 - bairro Indianópolis (Referência: lombada eletrônica da RS 030) Fone (51)3684-4655 CULTOS • Todos os domingos, às 9h • Todas as quintas, às 20h30 Balneário Pinhal Rua Navegantes, 728 - Centro Dependências do Hotel Navegantes Fone: (51) 3682-1379 CULTOS • 13 e 27 de janeiro, às 18h • 10 e 24 de fevereiro, às 18h Cidreira Rua Altemar Dutra, 1860 – Salinas CULTOS • 13 e 27 de janeiro, às 20h30 • 10 e 24 de fevereiro, às 20h30 Quintão Av. Visconde de São Leopoldo, 189 CULTOS • 13 e 27 de janeiro, às 16h • 10 e 24 de fevereiro, às 16h ESTUDOS BÍBLICOS Farol da Solidão Residência da sra. Clarice • 04 e 18 de janeiro, às 15h • 08 e 22 de fevereiro, às 15h Granja Vargas Residência do sr. Werner Pooch • 04 e 18 de janeiro, às 18h • 08 e 22 de fevereiro, às 18h Programação disponível também em: http://ielbtramandai.worpress.com Pastores: Hélvio Ilmar Veide – helvioveide@ hotmail.com e Arnildo Schneider – schneiderarnildo@gmail.com Informações sobre outros locais e horários de culto você encontra no Anuário Luterano 2015, disponível na Editora Concórdia – www.editoraconcordia.com.br ou no site da IELB – www.ielb.org.br Mensageiro | Novembro 2014 25