O documento descreve o processo de independência da América Espanhola no final do século XVIII e início do século XIX. A invasão napoleônica da Espanha enfraqueceu o controle colonial, permitindo que as elites criollas governassem. Posteriormente, quando a Espanha tentou retomar o controle total, os movimentos de independência liderados por figuras como Bolívar e San Martín levaram à emancipação dos vice-reinos e à formação de novos países na década de 1820.
3. • Entre o final do século XV e o inicio do século
XVI, a Espanha conquistou na América um
imenso império colonial, riquíssimo em metais
preciosos e que, até o final do século XVIII, foi
a principal fonte de sustento da Coroa
espanhola.
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5. • A Espanha dividiu a administração em quatro
vice-reinos; Nova Granada, Nova Espanha, Rio
do Prata e Peru. Junto foram criadas quatro
capitanias com função de defesa: Guatemala,
Chile, Cuba e Venezuela.
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7. • Apesar de ter um seu Império Colonial
imenso, a Espanha ficou devendo para a
Inglaterra, porque importava produtos
industrializados. Para contornar a situação, a
Espanha aumentou os impostos e as
exigências do Pacto Colonial.
8. • Essas medidas desagradaram os colonos, em
especial os criollos. Além dessas restrições
econômicas, os criollos também eram
proibidos de tomar decisões políticas, pois o
controle estava nas mãos dos Chapetones.
11. • Nessa época a sociedade colonial era formada
por uma população demais de dez milhões de
habitantes, divididos em várias classes sociais.
Os brancos eram três milhões e trezentos mil
e classificavam-se em: chapetones e criollos.
13. • Os chapetones (300 mil), eram os espanhóis
natos que, monopolizando o poder político,
dominavam os altos cargos da administração
colonial.
14. • Os cargos de vice-rei e capitão-geral eram
exercidos por representantes da Coroa que
vinham direto da Espanha. Todos os altos
postos da administração colonial eram
ocupados por espanhóis.
16. • Os criollos, cerca de três milhões, eram
descendentes de espanhóis nascidos na
América e formavam a elite econômica e
intelectual da colônia, à qual pertenciam os
latifundiários, comerciantes, profissionais
liberais e membros do baixo clero.
18. • Os mestiços, descendentes de espanhóis e
índios, eram cerca de cinco milhões e
dedicavam-se ao pequeno comércio e ao
artesanato, enquanto os índios, mais de dez
milhões, constituíam a mão-de-obra
explorada na mineração e na agricultura.
20. • Os negros, cerca de oitocentos mil,
concentravam-se principalmente nas Antilhas
e formavam a mão-de-obra escrava utilizada
na produção de cana-de-açúcar e tabaco.
24. A Economia na América Espanhola:
• A economia colonial baseava-se na
exportação de matérias-primas e, portanto,
era dependente do mercado externo
monopolizado pela metrópole através do
pacto colonial. A mineração baseava-se na
extração de ouro e prata e estava concentrada
no México e na Bolívia.
26. • A agricultura tropical desenvolveu-se na
América Central e nas Antilhas, com base no
sistema de "plantation", ou seja, grandes
propriedades monoculturas, trabalhadas por
escravos. Nas ilhas produzia-se açúcar e
tabaco. No continente eram vários pordutos.
41. • O comércio era praticado nas grandes cidades
portuárias, como Buenos Aires, Valparaíso,
Cartagena e Vera Cruz.
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44. • A pecuária concentrava-se principalmente no
México e no vice-reino do Prata.
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48. • A Espanha tinha o monopólio comercial entre
suas colônias e a Europa; isso afetava os
interesses econômicos da elite colonial, que
era obrigada a vender, a baixos preços, seus
produtos à metrópole comprar de as
manufaturas importadas por um preço muito
alto.
49. • Os comerciantes e industriais ingleses,
também estavam descontentes porque este
controle diminuía seus lucros.
50. • O fim do monopólio comercial interessava,
assim, tanto à elite colonial como à burguesia
inglesa, à medida que ambas aumentariam
seus lucros com a adoção do livre comércio.
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52. O Processo de Independência:
No final do século XVIII, a chegada de Napoleão
ao poder na França e a necessidade da
Inglaterra e Estados Unidos em aumentar seus
mercados consumidores influenciaram a
independência da América Espanhola.
56. • Napoleão tirou do trono o rei da Espanha, D.
Fernando VII e o substituiu por seu irmão,
José Bonaparte. Os colonos da americanos
espanhola não reconheceram a legitimidade
do novo governo.
58. • Os colonos passaram, a governar a colônia
diretamente pelos cabildos, espécie de
câmara municipal integrada pelos colonos
mais ricos: os criollos (descendentes de
espanhóis, nascidos nas colônias).
59. • Estes homens estavam governando no lugar
do rei da Espanha e seus representantes. E foi
justamente neste cenário que as elites
coloniais deram início às lutas pela
independência.
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61. • Com a derrota de Napoleão e as
determinações do Congresso de Viena, todos
os governantes submetidos por Bonaparte
foram novamente levados ao poder. Fernando
VII, por exemplo, voltou ao trono espanhol e
reativou o absolutismo no país.
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63. • O rei da Espanha tentou retomar o controle
da América Espanhola, retirando toda a
autonomia conquistada pelas colônias
durante o período marcado pelo autogoverno
dos cabildos. Isso fortaleceu os movimentos
de independência.
64. • Liderados pelas elites criollas, esses
movimentos contaram com pequena
participação popular. Chegaram a acontecer
revoltas populares, como, por exemplo, o
movimento liderado pelos padres Miguel
Hidalgo e José Morellos no México, e a
rebelião organizada por Tupac Amaru na
região do Peru.
68. • No entanto, esses movimentos populares
foram combatidos não apenas pelas
autoridades espanholas, mas também pelas
elites criollas.
69. • As independências da América espanhola
aconteceram em momentos diferentes,
basicamente ao longo das três primeiras
décadas do século XIX.
70. • Em todos os casos, a participação dos
“Libertadores da América” foi fundamental.
Estes homens eram importantes líderes locais
que coordenaram diversos movimentos de
independência.
73. • Simón Bolívar, José de San Martín, Bernardo
O’Higgins e José Sucre foram quatro desses
libertadores que, junto com as elites criollas,
fundamentaram o surgimento dos primeiros
países livres no território da América
Espanhola.
74. As Independências:
• Do Vice-Reino do Prata surgiram outros três
países: Argentina, Uruguai e Paraguai. O
Paraguai libertou-se sem guerras em 1811 e
passou a ser governado por José Gaspar
Rodrigues de Francia. O Uruguai, invadido por
Portugal em 1816 e anexado ao Brasil com o
nome de Província Cisplatina, só se tornou
independente em 1828.
98. • A conquista da independência veio em 1821,
liderada pelo general Augustín Itúrbide, que
se proclamou imperador. Obrigado a
renunciar em 1823, foi condenado à morte. O
México tornou-se então uma República
federal independente.
99. • Diante da revolta generalizada, o rei espanhol
Fernando VII chegou a pedir ajuda a Santa
Aliança (organização da qual a Espanha
participava e que dizia que tinha o direito de
intervir nas colônias).
100. • Mas os Estados Unidos e a Inglaterra foram
contra a intervenção europeia e
reconheceram a independência das colônias
espanholas.
101. • A Posição dos EUA pode ser resumida na
política estabelecida, em 1823, pelo
presidente James Monroe, a chamada
Doutrina Monroe, que declarava "a América
para os americanos". A Inglaterra tinha
interesses econômicos, já que os novos países
podiam representar mercado consumidor para
seus produtos.
102. • Sem a ajuda da Santa Aliança, o domínio da
Espanha na América chegou ao fim. Em 1825,
após a guerra de independência, apenas as
ilhas de Cuba e Porto Rico permaneceram sob
o domínio espanhol.
104. As consequências das
Independências:
• Em 1826, Bolívar convocou os representantes
dos países recém-independentes para
participarem da Conferência do Panamá, cujo
objetivo era a criação de uma confederação
pan-americana.
108. • O sonho de Bolívar de unir politicamente a
América Espanhola chocou-se com os
interesses das oligarquias locais e com a
oposição da Inglaterra e dos Estados Unidos, a
quem não interessavam países unidos e
fortes.
109. • Após o fracasso da Conferência do Panamá, a
América Latina fragmentou-se politicamente
em quase 20 pequenos Estados soberanos,
governados pela elite criolla.
110. • As jovens repúblicas latino-americanas,
divididas e enfraquecidas, assumiram
novamente o duplo papel de fontes
fornecedoras de matérias-primas essenciais
agora à expansão do industrialismo e de
mercados consumidores para as manufaturas
produzidas pelo capitalismo inglês.