5. • O PARAGUAI tornou-se independente em
1811, no quadro de crise do Antigo Sistema
Colonial espanhol, quando da dominação
napoleônica na Península Ibérica. Quando
José Gaspar Rodrigues de Francia chegou ao
poder, ele fechou as fronteiras do país, fez a
reforma agrária, investiu na educação e
confiscou todos os bens dos ricos paraguaios.
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9. • Seu governo foi centralizado e ditatorial. O
poder concentrou-se nas mãos de El Supremo,
ditador perpétuo do país. Francia iniciou uma
transformação radical no país, uma vez que
sua ditadura passou a apoiar-se nas camadas
populares, com a eliminação da escravidão, a
redução drástica do poder da Igreja Católica e
com a criação das “Estâncias da Pátria”,
10.
11. • fazendas do governo, onde o trabalho era
comunitário, sendo que a metade da
produção ficava com o Estado; deu início
ainda a organização do ensino, que em poucos
anos acabaria com o analfabetismo.
12. • Apesar da precariedade da economia do novo
país, há um processo de crescimento e
lentamente Francia busca a modernização: a
produção agrícola aumenta e forma-se uma
base de sustentação interna fora do modelo
britânico, já dominante na maioria da
América.
13.
14. • Ao mesmo tempo formou-se uma grande oposição a
seu governo fora do Paraguai: a antiga elite
desterrada e as camadas dirigentes das nações
vizinhas, particularmente a Argentina e o Brasil. O
Paraguai tem, desde o início, grande dificuldade de
exportar sua produção - os principais produtos eram
o fumo e a erva mate - uma vez que depende do Rio
da Prata, dominado pelos mercadores de Buenos
Aires.
15.
16. • Em 1840 com a morte de Francia, assume o
poder Carlos Antonio Lopez, apoiado em um
discurso de “modernização” e “progresso”,
Lopez manteve a centralização política e
aprofundou o isolamento do país frente ao
capital internacional.
18. • Ferrovias e pequenas indústrias foram criadas
com a contratação de especialistas
estrangeiros e a educação continuou a ser
estimulada pelo governo. “Tudo o que o
Paraguai consome, ele mesmo produz”.
20. • Porém essa autonomia é precária, apesar do
desenvolvimento interno do país, a pobreza ainda é
muito grande ( menor do que no período colonial)
porém todos tinham trabalho e a alimentação básica.
O enfraquecimento da Igreja em oposição ao
fortalecimento do Estado; a organização de uma
estrutura militar e a elevação do nível de vida,
garantiam o apoio popular à ditadura. É importante
lembrar ainda que a criminalidade havia
praticamente desaparecido.
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27. • Nessa sociedade, 80% da população era “Índia”, que
passava a desfrutar dos mesmos direitos civis que
possuía a população branca.
Em 1862 Francisco Solano Lopez assume o lugar do
pai e preserva a política ditatorial. Solano pretendia
construir o “Grande Paraguai”, porém a situação
interna e externa se modificavam rapidamente e
levariam o país à guerra.
31. • O BRASIL era a única monarquia na América
conseguiu preservar a sua unidade territorial
depois da independência mesmo com as
duras revoltas do Período Regencial; manteve
também as estruturas econômicas e sociais da
época colonial.
32.
33. • O Primeiro Reinado e o Período Regencial
foram marcados por grave crise, que começou
a ser superada com o governo de D Pedro II,
com o aumento das exportações e com a
consolidação do Estado Nacional.
35. • Apesar de adotar uma monarquia
centralizada, o Brasil era governado pelas
elites agrário exportadoras, influenciada por
uma pequena elite urbana vinculada a
importação e exportação e associada ao
capital inglês.
36. • A maior estabilidade política verificada após
1850, deveu-se ao maior equilíbrio entre as
elites regionais, que por sua vez foi possível
com o aumento das exportações,
principalmente de café. No entanto, se as
exportações aumentavam, o mesmo
acontecia com as importações, determinando
um crescente déficit nas finanças do Estado.
37.
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39. • A crise econômica aprofundava-se, em grande
parte devido à submissão do país ao
capitalismo inglês. A maior parte da produção
agrícola era exportada para a Inglaterra, assim
como a maior parte de nossas importações
vinha de lá. Os investimentos eram feitos por
banqueiros ingleses, que ao mesmo tempo
controlavam bancos e as casas de importação
e exportação e emprestavam dinheiro
diretamente ao governo Brasileiro.
40.
41.
42. • Mesmo durante o rompimento das relações
diplomáticas entre Brasil e Inglaterra, as
relações comerciais foram mantidas.
43.
44. • A ARGENTINA foi um dos primeiros países a
proclamar sua independência, em 1810, com
a formação do cabildo de Buenos Aires; no
entanto, desde esse período, as lutas internas
foram intensas devido aos vários interesses
regionais, destacando-se principalmente a
disputa entre unitaristas e federalistas,
possibilitando o desenvolvimento do
caudilhismo (coronelismo argentino).
46. • Mesmo a existência de uma Constituição e de
governos centralizadores, como a ditadura de
Juan Manuel Rosas, não conseguiram, na
prática, forjar a unidade nacional, pois os
interesses regionais chocavam-se entre si e
principalmente com os interesses de Buenos
Aires.
48. • Essas divisões internas acabaram por facilitar
a dominação econômica da inglesa. A
Argentina possuía uma economia
exportadora, tanto de produtos derivados da
pecuária, como de gêneros agrícolas, e a elite
da capital, ligada ao comércio, aumentou seus
vínculos com o capital britânico.
49. • A visão em relação ao Paraguai era um dos poucos
motivos que poderia unir os distintos interesses
argentinos: Nos anos posteriores a independência, a
Argentina pretendera a anexação do Paraguai, uma
vez que faziam parte do mesmo território colonial - o
Vice-Reino do Prata. Um raciocínio semelhante pode
ser usado em relação ao Uruguai, pretendido pelos
argentinos, que assim dominariam a Bacia do Prata.
50.
51. • O URUGUAI é normalmente tratado como um
país que desenvolveu-se a partir de interesses
externos. Sua localização geográfica tornava-o
peça fundamental para todos que possuíam
interesses no comércio platino.
53. • Depois de anos sob domínio do Brasil, o Uruguai
conquistou sua independência definitiva em 1828,
com o apoio da Inglaterra, com o discurso de
“preservar a liberdade de navegação na bacia do
Prata” procurou não só a libertação frente ao
domínio brasileiro, como preservá-lo face aos
interesses argentinos. Desta forma o Uruguai passou
a ser visto como um “Estado tampão”, separando
Brasil e Argentina e garantindo a livre navegação.
54.
55. • Apesar da independência, o território uruguaio
continuou a ser cobiçado pelas “potências sul
americanas”: foi comum a invasão e ocupação de
terras por pecuaristas gaúchos. Grande parte das
atividades internas, rurais ou urbanas,
desenvolveram-se a partir de empreendimentos do
Barão de Mauá, se bem que, muito mais
representando os interesses ingleses do que
brasileiros.
59. • A INGLATERRA é vista tradicionalmente como
a grande responsável pela guerra entre o
Brasil e o Paraguai. Uma das dificuldades da
História é definir o peso que cabe a cada um
dos interesses envolvidos, uma vez que a
Inglaterra é a grande potência imperialista da
época.
60.
61. • O século XIX foi caracterizado pela Segunda
Revolução Industrial, pela expansão imperialista
sobre a África e Ásia e pela “divisão internacional do
trabalho”, fruto do imperialismo de poucas nações. A
Inglaterra continuou a ser a maior potência
industrial, porém passou a ter concorrentes em
relação ao desenvolvimento tecnológico,
necessitando garantir cada vez mais o controle sobre
suas colônias e áreas de influência.
62. • Na América, os países recém independentes
tinham um papel fundamental dentro dessa
nova ordem capitalista, e nesse sentido, a
economia paraguaia destacava-se, fugindo da
órbita do imperialismo inglês.
63. • Para a Inglaterra, a preservação de suas áreas
de influência era vital para a preservação de
sua posição hegemônica, e para isso, os
mecanismos usados foram variados, porém
sempre com caráter imperialista ( Guerra do
Ópio, Guerra dos Cipaios...) quando a
diplomacia e o poder econômico não
funcionavam, a intervenção militar direta ou
indireta era o caminho usado,
64. • justificada tanto pelos interesses econômicos
como pelo discurso racista, de superioridade
em relação a outros povos, como por exemplo
os “índios” paraguaios.
65. O estopim do conflito:
• Desde sua independência, os governantes
paraguaios afastaram o país dos conflitos
armados na região Platina. A política
isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim
com o governo do ditador Francisco Solano
López.
68. • Em 1864, o Brasil estava envolvido num
conflito armado com o Uruguai. Havia
organizado tropas, invadido e deposto o
governo uruguaio do ditador Aguirre, que era
líder do Partido Blanco e aliado de Solano
López. O ditador paraguaio se opôs à invasão
brasileira do Uruguai, porque contrariava seus
interesses.
70. • Como retaliação, o governo paraguaio
aprisionou no porto de Assunção o navio
brasileiro Marquês de Olinda, e em seguida
atacou Dourados, na então província de Mato
Grosso.
75. • Foi o estopim da guerra. Em maio de 1865, o
Paraguai também fez várias incursões
armadas em território argentino, com objetivo
de conquistar o Rio Grande do Sul. Contra as
pretensões do governo paraguaio, o Brasil, a
Argentina e o Uruguai reagiram, firmando o
acordo militar chamado de Tríplice Aliança.
76.
77. As batalhas da Guerra do Paraguai
• A guerra do Paraguai durou seis anos, período
durante o qual travaram-se várias batalhas. As
forças militares brasileiras, chefiadas pelo
almirante Barroso, venceram a batalha do
Riachuelo, libertando o Rio Grande do Sul.
97. • Em setembro, porém, os paraguaios derrotam
as tropas brasileiras na batalha de Curupaiti.
Desentendimentos entre os comandantes
militares argentinos e brasileiros levaram o
imperador Dom Pedro II a nomear Luís Alves
de Lima e Silva, o Duque de Caxias, para o
comando geral das tropas brasileiras.
105. • Ainda assim, em 1867, a Argentina e o
Uruguai se retiram da guerra. Ao lado de
Caxias, outro militar brasileiro que se
destacou na campanha do Paraguai foi o
general Manuel Luís Osório.
117. Vitória brasileira:
• No início de 1869, o exército brasileiro tomou
Assunção, capital do Paraguai. A guerra
chegou ao fim em março 1870, com a
Campanha das Cordilheiras. Foi travada a
batalha de Cerro Corá, ocasião em que o
ditador Solano López foi perseguido e morto.
123. • Vale lembrar que, a essa altura, Caxias
considerava a continuidade da ofensiva
brasileira uma carnificina e demitiu-se do
comando do exército, que passou ao conde
d'Eu, marido da princesa Isabel. A ele coube
conduzir as últimas operações.
124.
125. Consequências da guerra:
• Para o Paraguai, a derrota na guerra foi
desastrosa. O conflito havia levado à morte
cerca de 80% da população do país, na sua
maioria homens. A indústria nascente foi
arrasada e, com isso, o país voltou a dedicar-
se quase que exclusivamente à produção
agrícola.
126. • A guerra também causou o endividamento do
Paraguai com o Brasil. Essa dívida foi
perdoada por Getúlio Vargas. Mas os encargos
da guerra e as necessidades de recursos
financeiros levaram o país à dependência de
capitais estrangeiros.
145. • A Guerra do Paraguai também afetou o Brasil.
Economicamente, o conflito gerou muitos
encargos e dívidas que só puderam ser
sanados com empréstimos estrangeiros, o que
fez aumentar nossa dependência em relação
às grandes potências da época
146.
147. • (principalmente a Inglaterra) e a dívida
externa. Não obstante, o conflito armado
provocou a modernização e o fortalecimento
institucional do Exército brasileiro.
151. • Com a maioria de seus oficiais comandantes
provenientes da classe média urbana, e seus
soldados recrutados entre a população pobre
e os escravos, o exército brasileiro tornou-se
uma força política importante, apoiando os
movimentos republicanos e abolicionistas que
levaram ao fim do regime monárquico no
Brasil.