Os cursos de formação de professores no Brasil têm em média 10% de carga horária dedicada a atividades práticas e 50% dedicada a conhecimentos específicos da área de atuação. Isso faz com que os futuros professores saiam dos cursos com bom conhecimento de seu campo, mas sem saber como ensinar de fato na sala de aula.
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
Formação de professores tem pouca prática
1. MUITA TEORIA E POUCA PRÁTICA
FORMAM DOCENTE
FOLHA DE S. PAULO
2. Graduação para professores no
Brasil tem 100% de estágio;
Conhecimentos específicos ocupam boa parte da
grade
3. FABIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO,
DOMINGO, 4 de AGOSTO DE 2013
"Não dá para formar um professor só lendo Piaget."
A frase é do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em alusão à carga
teórica dos cursos que formam docentes para escola básica, como a literatura
de Jean Piaget, pensador do século 20.
Foi dita recentemente em encontro com mil secretários municipais da área de
ensino. Arrancou aplausos.
A declaração sintetiza que a avaliação dos gestores de que a formação
universitária dos futuros professores da educação básica é um dos entraves
para a melhoria da qualidade do ensino no país.
A reclamação é que os futuros docentes têm muito contato com teóricos da
educação, mas terminam o curso despreparados para enfrentar salas de aulas.
4.
5. Carga Horária
Um dos mais amplos estudos no país sobre currículos das licenciaturas foi feito
recentemente pelas fundações Victor Civita e Carlos Chagas.
O trabalho apontou que nos cursos de licenciatura do país que formam professores de
português e de ciências, a carga horária voltada à docência fica em 10%.
Já o tempo destinado aos conhecimentos específicos das áreas passa dos 50%.
"Os professores chegam às escolas com bom conhecimento da sua disciplina, mas não
sabem como ensinar", disse à Folha o secretário estadual de Educação de São Paulo,
Herman Voorwald.
Na opinião do secretário, cuja rede tem 200 mil professores, um docente de matemática,
por exemplo, é muito mais um matemático do que um professor.
Para Woorwald, as licenciaturas deveriam ter menos conteúdos específicos das matérias
e mais técnicas sobre como das aulas.
6. Continuação...
Presidente da comissão de graduação da Faculdade de Educação da USP,
Manoel Oriosvaldo discorda que a formatação dos cursos de pedagogia e
licenciatura seja responsável pela má qualidade do ensino básico.
" Com o salário que se paga o professor, é difícil convencer um jovem assumir
uma sala de aula" , afirma. "Se as condições de trabalho melhoram, sobe o
nível de quem seguirá na carreira."
Especificadamente sobre os currículos, ele diz que diminuir a teoria dos cursos
" simplifica o papel do professor."
Para Oriosvaldo, a teoria permite que o professor consiga refletir sobre sua
atividade constantemente. E corrigi-la quando necessário.
Além disso, o docente deve ter condição de ensinar aos alunos o histórico que
levou à resolução de uma equação, por exemplo. Assim, o jovem conseguirá
também produzir conhecimento.
7.
8. Sem Mudanças
A maioria dos alunos e dos coordenadores dos cursos de fomação de professores tem
avaliação semelhante à do professor a USP, mostra estudo feito pela Fundação Lemann, a
pedido da Folha.
O trabalho aponta que há menos coordenadores de cursos de pedagogia ávidos por
mudanças em seus currículos (38% das respostas) do que em engenharia civil (50%), por
exemplo.
A pedagogia forma professores para atuar com os alunos de seis a dez anos. A partir daí,
os demais professores vêm das licenciaturas.
A opinião sobre os cursos foi tabulada a partir das respostas dadas nos questionários do
Enade 2011, exame federal de ensino superior.
As respostas mostram também que os formandos em pedagogia se sentem mais bem
preparados para profissão (68%) do que os de engenharia de produção (57%).
Contraditoriamente, o Enade revela que os concluintes dos cursos de formação de
professores estão entre os que possuem notas mais baixas em conhecimentos gerais.
Pedagogia está na 46ª pior posição, entre 59 cursos.
9. DO DEBATE À SALA DE AULA
Os cursos de pedagogia e de licenciatura no Brasil, que
formam os professores têm em média 10% de atividades
práticas e 50% de conhecimentos específicos. Isso faz
com que os docentes seguem muito sobre sua área, mas
não saibam como ensina..
10. DO DEBATE À SALA DE AULA
Os cursos de pedagogia e de licenciatura no Brasil, que
formam os professores têm em média 10% de atividades
práticas e 50% de conhecimentos específicos. Isso faz
com que os docentes seguem muito sobre sua área, mas
não saibam como ensina..