Mudanças sociais no Barreiro durante a Revolução Industrial e o Estado Novo
1. Mudanças Sociais no
Barreiro
Trabalho Realizado por:
Maura Denise nº08
Mélanie Rosa nº09
Neuza Ribeiro nº13
Raquel Prata nº14
2. Revolução Industrial
A abertura do primeiro caminho ferroviário do Sul do Tejo (entre o
Barreiro e Vendas Novas) em 1861 deu-se um grande
desenvolvimento industrial do concelho. Com este grande
desenvolvimento industrial o Barreiro tornou-se o maior eixo de
ligação entre o Norte e Sul do país.
Com isto nasce a industria corticeira, os primeiros fabricos deram-se
em 1865. Barreiro no final do século XIX era um dos mais
importantes centros de cortiça do país, com mais de 1000 operários.
A actividade corticeira desapareceu completamente do Barreiro,
restando apenas uma fábrica que hoje está desactivada. Contudo, as
grandes alterações da fisionomia tradicional deram-se com a entrada
em laboração das indústrias químicas em 1907, pela mão de Alfredo
da Silva, dando início ao grande complexo industrial em que se
transformou o Barreiro durante o século XX.
Algumas destas actividades deixaram testemunhos que hoje
podemos considerar como património cultural, herança da
industrialização portuguesa.
3. Verão Quente de 1943
Para além do congelamento de salários, dos preços
extravagantes praticados no mercado negro, do
açambarcamento*, do favoritismo nas filas de
racionamento, observou-se agora o despedimento de
muitos trabalhadores ou, a redução do horário laboral
destes, motivado pela falta de matérias primas, o que irá
agudizar ainda mais a questão salarial.
Entretanto, e após reorganização levada a cabo a partir de
1940/41, o Partido Comunista Português torna-se a
principal força da oposição, ganhando cada vez uma maior
influência entre os trabalhadores.
*Acumular mercadorias em grande quantidade para provocar-lhes o
escasseamento e vendê-las a preço muito mais alto ..
4. Construção de Escolas
No concelho existem 4 edifício de “Escolas dos Centenários”, nas freguesias da
Verderena, Coina, Alto Seixalinho e Santo André.
Nos finais dos anos 40 justificava-se a criação de uma Escola Industrial, para fazer face às
necessidades de mão-de-obra qualificada por parte da CUF, a qual veio a ser inaugurada em 12 de
Janeiro de 1947, com 400 alunos inscritos. Ampliada em 1956, recebe a designação de Escola
Industrial e Comercial Alfredo da Silva.
5. - EB do 1º Ciclo nº 1 do Barreiro
Antiga escola Conde Ferreira, foi construída em 1870. Foi a
primeira escola do ensino oficial no Barreiro, designada
Escola Primária Oficial Masculina nº1.
Em 1878 o edifício é ampliado e é criada a Escola Feminina
nº 2. Tinham acessos separados, com entradas para a Rua
da Praia e Rua Aguiar, respectivamente.
6. - EB do 1º Ciclo nº 1 de Santo
António da Charneca
Foi construída pela Câmara Municipal em 1936, com reaproveitamento de
materiais da antiga Ermida local.
Nas alas laterais ao pórtico está colocado um friso de azulejos Arte Nova. O
pórtico ostenta o lintel todo preenchido com azulejos azuis e brancos e um
painel alusivo à política de ensino do Estado Novo.
Situa-se na Rua Henrique Andrade Evans.
7. - EB do 1º Ciclo nº 3 do Barreiro
Inaugurada em 1947, insere-se nas escolas de tipologia dos
Centenários.
Situa-se na Rua 20 de Abril – Verderena
8. - EB do 1º Ciclo nº6 do Barreiro
Escola da tipologia dos Centenários. Foi construída em 1949 e ampliada em
1963.
Situa-se na Rua Voz do Operário – Alto do Seixalinho
9. - EB do 1º Ciclo de Coina
Foi construída em 1956 e insere-se na tipologia dos Centenários.
Situa-se na Rua Professora Maria Rita Amaro Duarte
10. - EB do 1º Ciclo Telha Nova nº 1
A funcionar desde 1962, trata-se de uma das últimas construções escolares
inseridas na tipologia dos Centenários.
Situa-se na Rua Afonso de Albuquerque – Santo André
11. Escola Secundária Alfredo da Silva
Antiga Escola Industrial e Comercial do Barreiro, foi edificada em 1947 e
remodelada em 1956.
12. Serviços Municipalizados de Transportes
Colectivos do Barreiro
O Serviço de Transportes Colectivos de Pessoas nasce a 24 de Fevereiro de 1957
com uma frota de cinco autocarros. Na altura foi efectuado um investimento de
cerca de 3.500 contos. No primeiro ano de actividade são transportados 2,4
milhões de passageiros. A frota é aumentada para dez viaturas. Em 1967, vinte
autocarros percorrem 15 linhas e transportam 6,8 milhões de passageiros.
Os Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) integram o sistema de passe
intermodal da Região de Lisboa a partir de 1977. São investidos 175 mil contos e
adquiridas 61 viaturas. Os TCB transportam já 12,1 milhões de passageiros.
Inicia-se o processo de abate e entrada em circulação de novas viaturas que se
desenvolve até 1986.
Em Janeiro de 1987, a exploração é autonomizada sob a designação de Serviços
Municipalizados de Transportes Colectivos do Barreiro (SMTCB). A frota é
composta por 79 autocarros e são transportados 27,9 milhões de passageiros.
Em 1993, são inauguradas as instalações no Lavradio.
A partir de 1995, os valores de adesão ficam sempre acima dos 20 milhões.
O ano de 1997 marca o início de um processo de renovação da frota com a
introdução de novas viaturas com piso rebaixado, ar condicionado e que
cumprem as normas europeias.
O acesso à rede TCB fica sempre a menos de 500 m de qualquer aglomerado
populacional do Concelho. Os TCB cobrem a totalidade do Concelho através de
15 linhas, numa extensão de rede viária de 147.9 Km, assegurando 23 em cada
24 horas de serviço.
Cumprindo um total de 1.009 viagens por dia, os TCB transportam por ano cerca
de 20 milhões de passageiros.
13. A C.U.F
Desde que a C.U.F. se instalou no Barreiro (1908), cedo se
interessou pela vida do concelho, contribuindo e muito
ajudando para o progresso do mesmo.
No final dos anos 20, o Barreiro passava por uma enorme crise
nos estabelecimentos de ensino, não existindo as necessárias
salas de aula para a enorme procura então verificada. Assim
em 1927, Alfredo da Silva mandou edificar uma escola de
ensino primário no seu Bairro Operário, resolvendo o problema
educacional dos filhos dos seus empregados.
Em 1934, decidiu-se finalmente construir o chamado Aterro da
Praia Norte, para a defesa contra as cheias das populações
desse local. Assim em Novembro de 1934, Alfredo da Silva põe
á disposição da Câmara do
Barreiro, locomotivas, vagões, pessoal, e ainda o combustível
necessário, para se efectuar tal empreendimento. Assim a linha
privada da C.U.F. é desviada, entrando na antiga praia do
Barreiro, onde se descarregou as toneladas necessárias de
terra para a construção deste Aterro que ficou concluído em
1936.
Em 1938 aquando da criação do Curso Industrial Nocturno do
Instituto dos Ferroviários do Sul e Sueste, a C.U.F. cede por
empréstimo peças para servirem de modelos nas aulas de
desenho de máquinas.
14. A Quimiparque
Em 1977, após a sua nacionalização (da CUF) e a dos outros dois produtores
portugueses de adubos, operou-se uma fusão que deu origem à Quimigal. Esta
empresa passou, assim, a dispor de dois outros complexos industriais – um dos
quais situado em Estarreja. A actividade empresarial da Quimigal passou por
diferentes fases ao sabor de conjunturas económicas, comerciais e sociais, até
que, já sociedade anónima, foi alvo de uma reestruturação de que resultou a
autonomização dos seus diversos negócios em empresas, parte das quais foram
seguidamente privatizadas.
Em 1989, a Quimiparque, SA, foi constituída. Esta empresa foi criada para gerir e
potenciar os avultados bens patrimoniais em terrenos e edifícios anteriormente
detidos pela Quimigal, bem como a completa rede de infra-estruturas que
integravam os complexos industriais do Barreiro e de Estarreja, entretanto
convertidos em parques empresariais. Com o início da actividade da Quimiparque
em 1990, já com 40 empresas instaladas, começou-se a desenvolver um trabalho
de recuperação de edifícios, renovação de arruamentos e equipamentos e
reabilitação de áreas degradadas, melhorando, de forma sustentada, o meio
ambiente e as condições de funcionamento das instalações. Este trabalho permitiu
que se mantivessem em laboração as empresas que já estavam instaladas antes da
constituição da Quimiparque, SA, e possibilitou, ao longo do tempo, o
estabelecimento, nos seus dois parques empresariais, de mais de 400 novas
empresas. Em consequência, assistiu-se à recuperação de mais de cinco milhares
de postos de trabalho, facto que contribuiu de forma importante para atenuar os
efeitos do emprego perdido com o decorrer do processo de reestruturação e
reconversão que esteve na sua génese.
15. Quimiparque (Continuação)
A localização (do Quimiparque) beneficia da existência de dois portos (um
para carga geral e outro para movimentação e armazenamento de produtos
líquidos) e de uma relativa proximidade ao aeroporto de Lisboa e mesmo à
fronteira com Espanha. A partir dela, existem ligações rápidas à capital por
auto-estrada e via rápida através das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama e
pela frota de catamarãs da Soflusa, encontrando-se em fase de estudo a
ligação ao Seixal através de uma ponte sobre o rio Coina. As ligações ao norte
do país agilizam-se com a A13 (Marateca-Santarém). A futura ponte do
Carregado-Benavente promete alargar ainda mais o leque de acessibilidades.
No seu interior, o Quimiparque é atravessado por uma vasta rede rodoviária
asfaltada e por caminho-de-ferro com ligação à rede ferroviária nacional.
Possui redes gerais de energia eléctrica, gás
natural, água, telecomunicações, iluminação e esgotos.
Actualmente, o Quimiparque alberga 295 empresas dos mais diversos ramos
da indústria, comércio e serviços, incluindo diversas escolas e centros de
formação, designadamente a Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (pólo
do Instituto Politécnico de Setúbal). No entanto, prevê-se para breve o
desaparecimento de algumas destas empresas ou a sua deslocalização para
outras zonas do concelho num processo gradual que entronca numa
incontornável requalificação da antiga área industrial da Quimigal/CUF. O
Quimiparque reanimou a antiga zona da Quimigal, tornando-a rentável
através da adaptação das instalações para pequenas e médias empresas.
Criou infra-estruturas e demoliu edifícios de antigas empresas, procurando
respeitar sempre o património histórico.