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ANÁLISE DE CONTO ,[object Object]
Apresentação do texto O Bacana, de Juarez Moreira Filho: ,[object Object]
Leitura silenciosa do texto;
Leitura do texto, projetado no data show.
“O Bacana” ( Juarez Moreira Filho) Cada cidade brasileira e creio que do resto do mundo, tem os seus tipos característicos. É bem verdade que em muitas urbes eles estejam quase em total extinção. Dueré também tem os seus tipos de rua, apesar de que muitos já morreram e não sei por que foram exatamente os mais engraçados. Cada um é desassemelhado dos outros. Eles jamais se parecem. Álias, nem gostam um dos outros. E geralmente nem se juntam nem se falam e cada um quer ser melhor do que os outros. O Sô Bacana era um desses tipos de rua que eu quando criança conheci em carne e osso, desfilando pelas ruas de Dueré, como se fosse o dono da cidade... Mandando em tudo ali... Dando palpites... Ditando ordens que não  eram cumpridas. Mas mesmo assim ele continuava dando as suas ordens, que eram iguais a riscos n’água. Coitado!
Quantas vezes, no breu da noite, a meninada pegava um pedaço de pau e inventava que estava brigando, um moleque com o outro, perto do Sô Bacana, que foi um dos maiores e mais festejado tipos de rua que Dueré conheceu. Ah, estava me esquecendo, antes da meninada simular a briga sujava a ponta de um pau qualquer de bosta de gado, porque isso era o que mais tinha no meio das ruas de Dueré, e começava a briga de mentira: Vai daqui!... Vai dacolá!... Pega aqui!... Escapole lá!... E vai!... E vai!... Tudo de lorota falsa, isso no semibreu da noite, só mesmo pra ver o Sô Bacana que gostava de assistir às lutas de moleques, aplaudindo-as com entusiasmo. E, quando ele, o Sô Bacana, estava bem próximo da pixotada que brigava sem parar, um dizia pro outro:   - Se ocê for homem solte esse cacete e venha no tapa!...  - Num solto, não!...   - Ocê num é homem, sô cabra!...   - Entonce eu vou sem o cacete!...   - ...!!!...
Vá escutando! Ponha sentido na conversa! Tudo era de pura mentira! E nesse exato momento o moleque que segurava o pedaço de pau cuja ponta estava suja de bosta de gado, a outra ponta, obviamente, aí, ele o entregava a um dos expectadores pra segurar.  - Adivinhe quem era?!...  - ...!!!...  - Pois, era o Sô Bacana, o escolhido, no duro!...  - ...!!!...   E esse tipo de rua ficava ainda mais engraçado quando pegava na ponta do pau suja de bosta de gado. Pra molecada era uma grande diversão, um espetáculo à parte, ver o Sô Bacana xingar e sair correndo atrás dela, a pixotada, com as mãos sujas de bosta de gado, de esterco nojento. Nunca me esqueço!
Os tipos são por demais pitorescos! Não há na face da terra ninguém tão ímpar e peculiar como eles. Outra coisa, regra geral, eles possuem um bom “QI” e até respeitado. Aprendem com facilidade muitas coisas, sobretudo músicas de cabaré, que naquela época havia muitas, e saiam pelas ruas cantando, entoando trovas e modinhas de saliências nos improvisos deles, lá, dando interesse à meninada nova, e até gente de família.   O Sô Bacana, por diversas vezes, se escondeu dentro das moitas de sambaíba, nas ribanceiras do córrego da Fonte da Bica, pra ver mulheres peladas labutarem com roupas sujas, lá na fonte, lavando-as sobre as tábuas de madeira de lei e estendendo-as no coradouro. Escutou muitos fuxicos de famílias importantes do lugar que ave-maria do povo saber!... Bata à boca três vezes!...   Esses fuxicos da Fonte da Bica eram de arrepiar os cabelos, uns de dar dó!... Confesso!...
Lá numa bela tarde, quando o Sô Bacana foi pescar traíras na Fonte da Bica, tirou a roupa e ficou eitos de hora banhando sozinho, se refrescando um pouco, na hora de ir embora não é que ele se esqueceu de vestir a roupa. Apenas agarrou a fieira de traíras e se mandou pro rumo de Dueré. Nuzão! Peladão mesmo! E desse jeito esse tipo entrou na cidade com a fieira de peixe na mão, pendurada, e oferecendo pros fregueses.   - É barato!... É barato!...É barato!...    - O que é isso, Sô Bacana?!!!   - É traíra!...  É traíra!... É traíra!...   E sem roupa continuou andando pelas ruas de Dueré com a multidão em delírio:   - O que é isso, Sô Bacana?!!!   - ...!!!...   Ele, sem nenhum pingo de cerimônia, suspendia a fieira de peixes e calmamente respondia: - É traíra!...  É traíra!... É traíra!...  -...!!!...   Ah! Juro de pés juntos, que de certos tipos de rua NÃO ME ESQUEÇO, JAMAIS!!!...
EXPLORANDO O TEXTO ,[object Object]
Os gêneros textuais se diferem em que aspectos? Pela estrutura do texto lido, a que gênero, ele pertence? ,[object Object]
As palavras e expressões encontradas caracterizam seu locutor?

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  • 1.
  • 2.
  • 4. Leitura do texto, projetado no data show.
  • 5. “O Bacana” ( Juarez Moreira Filho) Cada cidade brasileira e creio que do resto do mundo, tem os seus tipos característicos. É bem verdade que em muitas urbes eles estejam quase em total extinção. Dueré também tem os seus tipos de rua, apesar de que muitos já morreram e não sei por que foram exatamente os mais engraçados. Cada um é desassemelhado dos outros. Eles jamais se parecem. Álias, nem gostam um dos outros. E geralmente nem se juntam nem se falam e cada um quer ser melhor do que os outros. O Sô Bacana era um desses tipos de rua que eu quando criança conheci em carne e osso, desfilando pelas ruas de Dueré, como se fosse o dono da cidade... Mandando em tudo ali... Dando palpites... Ditando ordens que não eram cumpridas. Mas mesmo assim ele continuava dando as suas ordens, que eram iguais a riscos n’água. Coitado!
  • 6. Quantas vezes, no breu da noite, a meninada pegava um pedaço de pau e inventava que estava brigando, um moleque com o outro, perto do Sô Bacana, que foi um dos maiores e mais festejado tipos de rua que Dueré conheceu. Ah, estava me esquecendo, antes da meninada simular a briga sujava a ponta de um pau qualquer de bosta de gado, porque isso era o que mais tinha no meio das ruas de Dueré, e começava a briga de mentira: Vai daqui!... Vai dacolá!... Pega aqui!... Escapole lá!... E vai!... E vai!... Tudo de lorota falsa, isso no semibreu da noite, só mesmo pra ver o Sô Bacana que gostava de assistir às lutas de moleques, aplaudindo-as com entusiasmo. E, quando ele, o Sô Bacana, estava bem próximo da pixotada que brigava sem parar, um dizia pro outro: - Se ocê for homem solte esse cacete e venha no tapa!... - Num solto, não!... - Ocê num é homem, sô cabra!... - Entonce eu vou sem o cacete!... - ...!!!...
  • 7. Vá escutando! Ponha sentido na conversa! Tudo era de pura mentira! E nesse exato momento o moleque que segurava o pedaço de pau cuja ponta estava suja de bosta de gado, a outra ponta, obviamente, aí, ele o entregava a um dos expectadores pra segurar. - Adivinhe quem era?!... - ...!!!... - Pois, era o Sô Bacana, o escolhido, no duro!... - ...!!!... E esse tipo de rua ficava ainda mais engraçado quando pegava na ponta do pau suja de bosta de gado. Pra molecada era uma grande diversão, um espetáculo à parte, ver o Sô Bacana xingar e sair correndo atrás dela, a pixotada, com as mãos sujas de bosta de gado, de esterco nojento. Nunca me esqueço!
  • 8. Os tipos são por demais pitorescos! Não há na face da terra ninguém tão ímpar e peculiar como eles. Outra coisa, regra geral, eles possuem um bom “QI” e até respeitado. Aprendem com facilidade muitas coisas, sobretudo músicas de cabaré, que naquela época havia muitas, e saiam pelas ruas cantando, entoando trovas e modinhas de saliências nos improvisos deles, lá, dando interesse à meninada nova, e até gente de família. O Sô Bacana, por diversas vezes, se escondeu dentro das moitas de sambaíba, nas ribanceiras do córrego da Fonte da Bica, pra ver mulheres peladas labutarem com roupas sujas, lá na fonte, lavando-as sobre as tábuas de madeira de lei e estendendo-as no coradouro. Escutou muitos fuxicos de famílias importantes do lugar que ave-maria do povo saber!... Bata à boca três vezes!... Esses fuxicos da Fonte da Bica eram de arrepiar os cabelos, uns de dar dó!... Confesso!...
  • 9. Lá numa bela tarde, quando o Sô Bacana foi pescar traíras na Fonte da Bica, tirou a roupa e ficou eitos de hora banhando sozinho, se refrescando um pouco, na hora de ir embora não é que ele se esqueceu de vestir a roupa. Apenas agarrou a fieira de traíras e se mandou pro rumo de Dueré. Nuzão! Peladão mesmo! E desse jeito esse tipo entrou na cidade com a fieira de peixe na mão, pendurada, e oferecendo pros fregueses. - É barato!... É barato!...É barato!... - O que é isso, Sô Bacana?!!! - É traíra!... É traíra!... É traíra!... E sem roupa continuou andando pelas ruas de Dueré com a multidão em delírio: - O que é isso, Sô Bacana?!!! - ...!!!... Ele, sem nenhum pingo de cerimônia, suspendia a fieira de peixes e calmamente respondia: - É traíra!... É traíra!... É traíra!... -...!!!... Ah! Juro de pés juntos, que de certos tipos de rua NÃO ME ESQUEÇO, JAMAIS!!!...
  • 10.
  • 11.
  • 12. As palavras e expressões encontradas caracterizam seu locutor?
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  • 15. Verifiquem que os substantivos são predominantes no texto para caracterizar a linguagem da região.
  • 16. ATIVIDADES 1 - Considerando os dois primeiros parágrafos do texto, em especial o termo “tipos de rua”, pode-se dizer que este se refere às características das ruas de uma cidade. Verifique nos parágrafos seguintes, se essa afirmação pode ser confirmada. Exemplique-a por meio de um trecho do texto e justifique sua conclusão.
  • 17. 2 - A forma como são escritas algumas palavras no texto determinam sua posição em um contexto. Considerando esta informação, o termo “Sô Bacana” apresenta-se de uma forma peculiar. Justifique. 3 - O conto “O Bacana” apresenta inúmeros substantivos concretos característicos da região e do contexto local. Observe o emprego da palavra homem nesta frase: “ - Se ocê for homem solte esse cacete e venha no tapa!...” Neste contexto, a palavra em negrito tem a conotação de a) homem, referindo-se ao gênero masculino. b) homem, referindo-se à coragem. c) homem, referindo-se à fragilidade. d) homem, referindo-se a todos seres humanos.
  • 18. 4 - No texto, aparecem expressões como “pixotada”, “pros”, “fuxico”, “sô cabra”. Isso representa desconhecimento do autor sobre o registro formal da língua portuguesa? Justifique . 5 - O gênero conto se constitui em um texto ficcional de base narrativa, em prosa, de extensão curta, com poucos personagens, enredo, narrador e situado em um tempo e um espaço. Sabendo disso, apresente as situações de produção (quem escreve, para quem escreve, com que finalidade, onde será publicado) deste conto.