1. Métodos laboratoriais II | Sistemas de análise,
documentação e registo de elementos coreográficos
Maria João Alves
FMH
2. Resumo
Procedimentos quantitativos, qualitativos e de métodos mistos na
investigação. Recolha de dados. Registo e análise dos dados
qualitativos. Codificação. Critérios de qualidade. Softwares para
análise qualitativa. Instrumentos de análise de movimento.
As abordagens representativas do movimento humano. Interação
interdisciplinar: corpo(s) vs. Instrumentos digitais. Recursos de
dança baseados em instrumentos da web. Documentação e
arqueologia da dança.
Procedimentos qualitativos na investigação
3. Técnica quantitativa
• Uso de alegações pós-positivistas
• Desenvolvimento de conhecimento
• Estratégias de investigação experimentais com instrumentos que geram
dados estatísticos
Técnica qualitativa
• Alegações segundo perspetivas construtivistas, participatórias ou ambas
• Estratégias de investigação como narrativas, fenomenologias, etnografias,
estudos teóricos
• Recolha de dados emergentes abertos
Técnica de métodos mistos
• Alegações em elementos pragmáticos
• Estratégias de investigação com recolha de dados simultânea ou
sequencial
• Recolha de informação numérica e textual
4. •Recolha de dados no campo onde decorre a investigação
•Interação face-a-faceContextos naturais
• Recolha da informação pelos próprios investigadores através da análise
de documentos, observação de comportamentos e entrevistando
participantes
Investigador como
instrumento-chave
• Recolhas de dados de múltiplas formas: Entrevistas, Observações e
Documentos
• Revisão e encontram um sentido, categorizam ou encontram temas para
tudo o que atravessa as fontes de informação
Métodos múltiplos
• Investigadores constroem os seus padrões, categorias e temas a partir
de uma leitura “bottom up”, pela organização de dados indutivamente
até aumentar a abstração das unidades de informação
• Investigadores usam também o pensamento dedutivo quando constroem
temas que estão constantemente a ser verificados relativamente aos
dados
Raciocínio complexo
através das lógicas
indutivas e dedutivas
5. Creswell (2013) Schutt & Chambliss (2013)
ethnography
netnography
ethnomethodology
qualitative comparative analysis
narrative analysis
conversation analysis
grounded theory
case-oriented understanding
Ethnography
Narrative research
Phenomenology
Grounded theory
Case study
8. Implementação Prioridade Integração
Perspetiva
teórica
Sem sequência
simultânea
Igual
Na recolha de
dados
ExplícitaSequencial,
qualitativa
primeiro
Qualitativa
Na análise de
dados
Na interpretação
de dados
Sequencial,
qualitativa
primeiro
Quantitativa Implícita
Com alguma
combinação
9. método
quantitativo
• predeterminado
• perguntas baseadas em
instrumento
• dados de desempenho, de
atitude, observacionais e
de censo
• análise estatística
método
qualitativo
• métodos emergentes
• questões abertas
• dados de entrevista, de
observação, de
documentos e audiovisuais
• análise de texto e de
imagem
método
misto
• métodos predeterminados
e emergentes
• questões abertas e
fechadas
• formas múltiplas de dados
• análise estatística e
textual
10. Tipo de
recolha
Opções Vantagens Limites
Observações
Participante completo: pesquisador
oculta papel
Pesquisador tem uma experiência
em primeira mão
Pesquisador pode ser visto como
intruso
Observador como participante:
papel do pesquisador é conhecido
Pesquisador regista informações à
medida que são reveladas
Podem ser observadas informações
privadas que o pesquisador não pode
relatar
Participante como observador:
papel de observação secundária
relativamente ao papel de
participantes
Aspetos não-usuais podem ser
notados durante a observação
O pesquisador pode não ter boas
aptidões de atenção e observação
Observador completo: pesquisador
observa sem participar
Útil para explorar tópicos
potencialmente desconfortáveis para
discussão
Certos participantes podem
apresentar problemas de harmonia
Entrevistas
Face a face: entrevista pessoal um
a um
Útil quando os participantes não
podem ser observados diretamente
Fornece informações indiretas
filtradas através das visões dos
entrevistados
telefone
Participantes podem fornecer
informações históricas
Fornece informações num local
designado, e não no cenário natural
de campo
Grupo: o pesquisador entrevista os
participantes em grupo
Permite ao pesquisador controlar a
linha de questionamento
A presença dos pesquisadores pode
enviesar as respostas
As pessoas não são igualmente
articuladas e percetivas
11. Tipo de
recolha
Opções Vantagens Limites
Documentos
Documentos públicos como
atas e jornais
Permite ao pesquisador obter a
linguagem e as palavras dos
participantes
Pode ser informação protegida, não
disponível publica ou privadamente
Documentos privados como
registos, diários e cartas
Pode ser acedido nos momentos
convenientes para o pesquisador
Exige que o pesquisador procure a
informação em locais difíceis
Discussões por email Representa dados refletidos
Exige a transcrição ou leitura ótica para
passar para o computador
Como prova escrita economiza tempo
do pesquisador ao dispensar a
transcrição
Os documentos podem estar incompletos
Materiais
audiovisuais
Fotografias
Pode ser um método não-oportuno
para recolha de dados
Pode ser difícil de interpretar
Ficheiros vídeo ou filme
Dá oportunidade para os participantes
partilhem diretamente a sua realidade
Pode não estar acessível publica ou
privadamente
Objetos de arte
Criativo ao chamar a atenção
visualmente
A presença de um observador pode
interromper e atrapalhar as respostas
Software computador
12.
13. Utilização de protocolo observacional
• Registo de dados
• Notas descritivas (descrição participantes, relato
de eventos, etc.)
• Notas reflexivas (considerações pessoais como
ideias, sentimentos, problemas, impressões,
etc.)
14. Utilização de protocolo de entrevista
• Registo de informações durante a entrevista (cabeçalho,
declarações de abertura, questões, instruções de
aprofundamento, espaço para comentários e registo de
notas reflexivas)
• Notas manuscritas, gravação áudio ou vídeo
• Registo de documentos e materiais sobre se representam
material primário ou secundário audiovisuais
17. grounded theory
Apresenta passos
sistemáticos que
implicam gerar
categorias (codificação
aberta) e posicioná-las
num modelo teórico
(codificação axial) e
depois narrar a
interconexão entre
estas categorias
(codificação seletiva)
pesquisa etnográfica e estudo de caso
Envolve uma descrição
detalhada do cenário e
das pessoas, seguida da
análise de dados para
temas ou questões
Pesquisa fenomenológica
Análise de declarações
significantes, geração
de unidades de
significado e
desenvolvimento de
uma descrição da
“essência”
Pesquisa narrativa
Recriação de histórias
dos participantes com o
uso de mecanismos
estruturais, como plano,
cenário, atividades,
clímax e desenlace
Adaptação da análise de dados a partir de métodos mais genéricos
18. 8 passos para a codificação
segundo Tesch (1990) in
Creswell (2007)
19. Códigos de
cenário e
contexto
Perspetivas dos
participantes
Maneira de pensar
dos participantes
sobre pessoas e
objetos
Códigos de
processos
Códigos de
estratégia
Códigos de
relação e
estrutura social
Esquemas de
codificação
predefinidos
23. 8 passos para a confirmação
da exatidão dos resultados
Creswell (2007)
24. Captura de Movimento
(filme, vídeo, Motion
Capture Systems)
Projetos multimédia -
CD-ROMs / DVD-ROMs
ou plataformas online
(ex: William Forsythe’s
Improvisation
Technologies)
Softwares de dança
(ex: danceforms,
MovEngine -
visualizing dance
archives)
Investigação
biomecânica (ex:Motion
Capture,
electromyography,
dynamography e
dynamometry)
25. “Similarly, in documenting dance we
can only capture fragments of the
dance experience. These may range
from photographs, video-recordings,
notated scores, personal memory,
embodied memory, performance
publicity, tickets, clothing etc.
Documentation can only be
fragmentary and so is reconstruction,
which is based on reassemblages of
fragments and traces and
interpretation of these.”
(Royo, 2002, p.149-150)
Arqueologia
para a dança
Documentação
em dança
27. motion capture systems
real-time video based
motion analysis
dynamic use of
graphical elements
full-body interaction
systems
interactive video/ stage
environments
video tracking systems
visual temporal
differencing systems
28. Biggs, S., Dima, M., Ekeus, H., Hawksley, S., Timmons, W., & Wright, M. (2009). The
“H” in HCI: Enhancing perception of interaction through the performative. In
Lecture Notes in Computer Science (including subseries Lecture Notes in Artificial
Intelligence and Lecture Notes in Bioinformatics) (Vol. 5622 LNCS, pp. 3–12).
Springer. http://doi.org/10.1007/978-3-642-02771-0_1
Creswell, J. W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto.
Porto Alegre: Artmed. http://doi.org/10.1017/CBO9781107415324.004
Creswell, J. (2013). Qualitative Inquiry and Research Design Choosing Among Five
Approaches (3rd ed.). Los Angeles: SAGE Publications.
http://doi.org/10.1111/1467-9299.00177
Royo, A. L. (2002). Archaeology for dance: An approach to dance education. Research in
Dance Education. http://doi.org/10.1080/1464789022000034703
Schutt, R. K., & Chambliss, D. F. (2013). Qualitative Data Analysis. In Making Sense of
the Social World: Methods of Investigation (pp. 320–357).
http://doi.org/10.1136/ebnurs.2011.100352
Seidel, J. V. (1998). Qualitative Data Analysis. The Ethnograph, 4(c), 1–15. Retrieved
from ftp://ftp.qualisresearch.com/pub/qda.pdf
Notas do Editor
Desenvolvimento de conhecimento (raciocínio causa-efeito, redução variáveis específicas, hipóteses e questões, mensuração e observação, teste de teorias)
Este processo indutivo obriga os investigadores a trabalhar para a frente e para trás entre temas e entre os dados até estabelecerem um conjunto de temas compreensivo. Pode envolver a colaboração com os participantes numa interação de modo a terem a oportunidade de modelar os temas ou abstração que emergem do processo.
A lógica processual indutiva-dedutiva significa que o investigador qualitativo usa habilidades do raciocínio complexo ao longo do processo de pesquisa
Creswell, J. (2013). Qualitative inquiry and research design: Choosing among five approaches.
Schutt, R. K., & Chambliss, D. F. (2013). Qualitative Data Analysis. In Making Sense of the Social World: Methods of Investigation (pp. 320–357). http://doi.org/10.1136/ebnurs.2011.100352
ethnography, and its new online cousin, netnography); ethnomethodology; qualitative comparative analysis; narrative analysis; conversation analysis; case-oriented understanding; and grounded theory
Sequencial - Investigadores elaboram ou expandem os resultados de um método com o outro. Significa começar com um e terminar com outro. Exemplo: começar com QUALIT pra fins exploratórios e continuar com QUANTI usando uma amostra maior. Ou começar com QUANTIT para testar teorias ou conceitos e depois prosseguir com um estudo QUALIT de exploração detalhada de poucos casos ou pessoas
Procedimentos concomitantes, em que o investigador faz a convergência de dados quantitativos e qualitativos para obter uma análise ampla do problema de pesquisa. 2 formas de dados ao mesmo tempo durante o estudo e depois integra informações na interpretação dos resultados gerais. O pesquisador acomoda uma forma de dados dentro de uma recolha maior de dados para analisar diferentes questões ou níveis.
Nos procedimentos transformadores, o investigador usa uma lente teórica com uma perspetiva integradora dentro de um projeto que contenha dados quantit e qualitat. A lente fornece uma estrutura para tópicos de interesse, métodos de recolha de dados e resultados ou mudanças previstas pelo estudo. Pode socorrer-se de uma técnica sequencial ou concomitante.
Para tomar decisões na determinação de uma estratégia de investigação de métodos mistos Creswell propõe atentar aos seguintes aspetos.
Creswell, J. W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed.
Creswell, J. W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed.
Schutt, R. K., & Chambliss, D. F. (2013). Qualitative Data Analysis. In Making Sense of the Social World: Methods of Investigation (pp. 320–357). http://doi.org/10.1136/ebnurs.2011.100352
Interpretation is a complex and dynamic craft
Miller and Crabtree (1999b) identify three different modes of reading the text within the dance of qualitative data analysis:
1. When the researcher reads the text literally, she is focused on its literal content and form, so the text “leads” the dance.
2. When the researcher reads the text reflexively, she focuses on how her own orientation shapes her interpretations and focus. Now, the researcher leads the dance.
3. When the researcher reads the text interpretively, she tries to construct her own interpretation of what the text means.
O processo de análise qualitativa é complex!
As Figure 1 suggests, the QDA process is not linear. When you do QDA you do not simply Notice, Collect, and then Think about things, and then write a report. Rather, the process has the following characteristics: C Iterative and Progressive: The process is iterative and progressive because it is a cycle that keeps repeating. For example, when you are thinking about things you also start noticing new things in the data. You then collect and think about these new things. In principle the process is an infinite spiral. C Recursive: The process is recursive because one part can call you back to a previous part. For example, while you are busy collecting things you might simultaneously start noticing new things to collect. C Holographic: The process is holographic in that each step in the process contains the entire process. For example, when you first notice things you are already mentally collecting and thinking about those things. Thus, while there is a simple foundation to QDA, the process of doing qualitative data analysis is complex. The key is to root yourself in this foundation and the rest will flow from this foundation
Seidel, J. V. (1998). Qualitative Data Analysis. The Ethnograph, 4(c), 1–15. Retrieved from ftp://ftp.qualisresearch.com/pub/qda.pdf
Os processos e os termos diferem entre estratégias analíticas
Softwares para análise qualitativa.
Schutt, R. K., & Chambliss, D. F. (2013). Qualitative Data Analysis. In Making Sense of the Social World: Methods of Investigation (pp. 320–357). http://doi.org/10.1136/ebnurs.2011.100352
Computer-Assisted Qualitative Data Analysis
These programs now allow multiple types of files, including pictures and videos as well as text. Exhibit 10.16 displays the different file types and how they are connected in the organization of a project (a “hermeneutic unit”) with ATLAS.ti.
Softwares para análise qualitativa.
Schutt, R. K., & Chambliss, D. F. (2013). Qualitative Data Analysis. In Making Sense of the Social World: Methods of Investigation (pp. 320–357). http://doi.org/10.1136/ebnurs.2011.100352
Computer-Assisted Qualitative Data Analysis
These programs now allow multiple types of files, including pictures and videos as well as text. Exhibit 10.16 displays the different file types and how they are connected in the organization of a project (a “hermeneutic unit”) with ATLAS.ti.
A validação ocorre em todos os passos da pesquisa. É necessário verificar sempre a precisão e a credibilidade de cada passo.
A validade na pesquisa qualitativa está limitada à fiabilidade de verificação da consistência de padrões no desenvolvimento de temas.
Sinónimos de validade = integridade, autenticidade e credibilidade
Recomenda-se estratégias de confirmação da exatidão dos resultados
Atualmente vivemos numa forte exploração do potencial dos media.
Os media fílmicos e digitais como formas de visualização de movimento assumem um papel importante como instrumentos de análise de movimento. Envolvem sempre conceitos de observação de movimento.
Como as técnicas de captura de movimento digitais evoluíram imenso possibilitam a analise do movimento por computador e por animação ou reanimação.
Surgiram nos últimos anos projetos multimédia ou plataformas online de associação de conceitos de movimento e de elementos coreográficos, alguns deles consideram também propósitos documentais baseados na web (normalmente com registos fílmicos e videográficos) ao assumir-se como arquivos de recursos de artistas, de movimentos ou de técnicas de dança.
Royo (2002) defende que é através do conceito de arqueologia para a dança (assente na premissa de que a realidade é que apenas podemos aceder a fragmentos do passado) que poderemos tornarmo-nos conscientes do processo de documentação como inevitavelmente PARCIAL, NUNCA neutro em termos de VALOR e BASEADO EM CLASSIFICAÇÕES que não podem e nem refletem uma ordem definitiva.
Royo, A. L. (2002). Archaeology for dance: An approach to dance education. Research in Dance Education. http://doi.org/10.1080/1464789022000034703
As abordagens representativas do movimento humano passam assim pela
Notation, Animation and Motion Capture
digital tools for the analysis and creation of dance
Interação interdisciplinar: corpo(s) vs. Instrumentos digitais
Biggs, S., Dima, M., Ekeus, H., Hawksley, S., Timmons, W., & Wright, M. (2009). The “H” in HCI: Enhancing perception of interaction through the performative. In Lecture Notes in Computer Science (including subseries Lecture Notes in Artificial Intelligence and Lecture Notes in Bioinformatics) (Vol. 5622 LNCS, pp. 3–12). Springer. http://doi.org/10.1007/978-3-642-02771-0_1