2. O AUTOR E A HISTÓRIA DO LIVRO
• Graciliano Ramos
• História do Livro
• Personagens
• Problemas (Fome, Seca…)
• Resoluções/Sonhos/Sentimentos
• Busca por uma vida melhor
3. ANALISANDO O TEXTO
NARRADOR ONISCIENTE
Falando sobre Fabiano:
“Deixara a rua. Levantou a cabeça, viu uma estrela, depois muitas estrêlas. As
figuras dos inimigos esmoreceram. Pensou na mulher, nos filhos e na
cachorra morta. Pobre de Baleia. Era como se êle tivesse matado alguém da
família.”
Como se estivesse na mente de Baleia…:
“Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia
as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com
ela, rodariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo
ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.”
Sobre a mentalidade da família em conjunto:
“Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-
se-iam num sítio pequeno, o que parecia difícil a Fabiano, criado sôlto no
mato. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade,
e os meninos frequentariam escolas, seriam diferente dêles. Sinha Vitória
esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo de esfregar as mãos agarradas à
boca do saco e à coronha da espingarda de pederneira.”
4. ANALISANDO O TEXTO
PENSAMENTOS
NARRADOR X PERSONAGEM
Pensamentos entre as narrações. Difícil distinção entre a narração
observadora e a do próprio personagem:
“Agora olhavam as lojas, as toldas, a mesa do leilão. E conferenciavam
pasmados. Tinham percebido que havia muitas pessoas no mundo. Ocupavam-se
em descobrir uma enorme quantidade de objetos. Comunicaram baixinho um ao
outro as surpresas que os enchiam. Impossível imaginar tantas maravilhas juntas.
O menino mais novo teve uma dúvida e apresentou-a timidamente ao irmão. Seria
que aquilo tinha sido feito por gente? O menino mais velho hesitou, espiou as
lojas, as toldas iluminadas, as moças bem vestidas. Encolheu os ombros. Talvez
aquilo tivesse sido feito por gente. Nova dificuldade chegou-lhe ao espírito
soprou-a no ouvido do irmão. Provavelmente aquelas coisas tinham nomes. O
menino mais novo interrogou-o com os olhos. Sim, com certeza as
preciosidades que se exibiam nos altares da igreja e nas prateleiras das
lojas tinham nomes. Puseram-se a discutir a questão intrincada. Como podiam
os homens guardar tantas palavras?”
5. ANALISANDO O TEXTO
PENSAMENTOS, LINGUAGEM CORRIDA,
DESCRIÇÃO DO AMBIENTE
“- Você é um bicho, Fabiano. Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor,
um bicho, capaz de vencer as dificuldades . Chegara naquela situação medonha
- e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.” (Como dois
amigos que se apoiam no pensamento)
“Dentro em pouco o despotismo de água ia acabar, mas Fabiano não pensava
no futuro. Por enquanto a inundação crescia, matava bichos, ocupava grotas e
várzeas. Tudo muito bem. E Fabiano esfregava as mãos." (O que é dizer do
narrador e o que é de Fabiano?)
“Não havia o perigo da seca imediata, que aterrorizara a família durante meses.
A catinga amarelecera, avermelhara-se, o gado principiara a emagrecer e
horríveis visões de pesadelo tinham agitado o sono das pessoas. De repente um
traço ligeiro rasgara o céu para os lados da cabeceira do rio, outros surgiram
mais claros, o trovão roncara perto, na escuridão da meia-noite rolaram nuvens
cor de sangue. A ventania arrancara sucupiras e imburanas, houvera
relâmpagos em demasia – e Sinha Vitória se escondera na camarinha com os
filhos, tapando as orelhas, enrolando-se nas cobertas.” (Linguagem corrida,
descrição do ambiente, sensação de ler pouco em muito)
6. ANALISANDO O TEXTO
O leitor sente como um só a narração e a ação do personagem, suas
atitudes e pensamentos se misturam o tempo todo, principalmente
nesse trecho, em que todo o sentimento ruim de Fabiano se traduz nos
seus dizeres:
“_Miseráveis.
As bichas excomungadas eram a causa da seca. Se pudesse matá-las, a seca
se extinguiria. Mexeu-se violência, carregou a espingarda furiosamente. A mão
grossa, cabeluda, cheia de manchas e descascada, tremia sacudindo a vareta.
_Pestes.
Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos pelacampina, achou-se
isolado. Sozinho num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo.
Pensou na mulher e suspirou.”
7. CONTEXTO HISTÓRICO E
VEROSSIMILHANÇA
Contexto Histórico
• O nordeste brasileiro, sempre marcado por secas, estava em declínio devido a
centralização do poder por parte da economia cafeeira (São Paulo - Minas), que
desde o início do século XX acabou com a aproveitamento financeiro por parte do
açúcar, que em estados como o Alagoas, era bastante próspero;
• Com a crise de 29 e o golpe de Getúlio em 1930, a situação que já era difícil nos
sertões fica pior, e o êxodo rural aumenta em demasia, os nordestinos fugindo da
seca e procurando melhores condições nas cidades;
• O governo populista de Getúlio atende as grandes capitais com industrialização e
empregos e leis de trabalho, e “esquece” o nordeste, já que não tinha um proveito
capitalista.
Verossimilhança
• Comparando a família de Fabiano famílias da realidade atual.
9. SENHORA DO
DESTINO?
“Aguinaldo Silva, novelista, ao criar
uma família nordestina para
protagonizar Senhora do Destino, o
autor homenageou Graciliano
Ramos e nomeou a cachorra de
estimação de Maria do Carmo e dos
filhos dela de Baleia. E lá estava a
Baleia, na novela das oito! Mais
popular que isso quem poderá ser?”