Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Introdução à Sericultura
1.
2. Introdução
• A sericultura é uma arte que teve início na China há cerca de 5000
anos e compreende a cultura da amoreira, a criação do bicho-da-
seda e a produção dos fios de seda para a indústria têxtil.
• Cerca de 95% da seda produzida no mundo provém dos casulos do
bicho-da-seda, Bombyx mori. Inseto totalmente domesticado
devido à forte manipulação genética a que foi sujeito, com o
objetivo de obter uma espécie boa produtora de seda.
• O fio de seda é um produto filamentoso de origem proteica, que é
produzida nas glândulas sericígenas das larvas do bicho-da-seda.
3. Alimentação
• A lagarta do inseto
Bombyx mori L.,
conhecida como o bicho
da seda, é um inseto
monófago, alimenta-se
única e exclusivamente de
folhas de amoreira.
Nestas encontra todos os
nutrientes necessários
para o seu bom
desenvolvimento
fisiológico e produtivo
4.
5. • Foi introduzida na Europa pelos Gregos e Romanos,
presumivelmente trazida da Pérsia
• A Amoreira cultiva-se desde a antiguidade, há cerca de 4500
anos, para alimentar os bichos-da-seda com as suas folhas:
Árvore asiática
6. Classificação científica
Reino: Plantae
Família: Moraceae
Ordem: Rosales
Classe: Magnoliopsida
Género: Morus
Espécies: Morus alba L.
Morus nigra L.
Morus rubra L.
"Illustration Morus nigra0". Licensed
under Public domain via Wikimedia
Commons -
7. Variedades
• As espécies mais
conhecidas são: A
Amoreira Branca, Morus
alba e a Amoreira Negra,
Morus nigra.
• Variedades da Amoreira
Branca: Bellaire,
Chaparral, Stribling, …
• Variedades da Amoreira
Negra: Black Persian,
Riviera, Russian,
Wellington, Chelsea, …
8. Folhas
• As Folhas têm coloração mais ou menos verde, com uma leve
pilosidade, que as torna ásperas e são serradas.
• São folhas imparipinuladas, trifoliáceas e o limbo está dividido
em três mas pode apresentar-se dividido em cinco.
• As nervuras das folhas são palminérveas.
9. Produção
• Na China, o seu fruto é utilizado na medicina
tradicional chinesa, para tratamento de
constipações e diabetes.
• O fruto tem um comprimento de 3-4 cm.
• Produz entre 4000 – 10 000 Kg/há de folhas
por ano.
• Armazenamento: Três dias a temperaturas
entre -0,5 a 0ºC, com uma humidade relativa
entre os 90 - 95%.
10. Ciclo biológico
• É uma árvore de crescimento lento, que pode
alcançar os 6-14 m de altura. A copa é muito
densa e tem folha caduca.
• Pode durar entre 75 – 200 anos e frutifica no
8º - 10º ano, tendo o seu máximo produtivo,
entre o 20º – 25º anos de vida.
11. Condições ambientais
• Prefere clima temperado
quente, subtropical e
tropical.
• Prefere solos profundos,
ricos, quentes, soltos, de
natureza calcária-argilosa
e permeáveis. O pH deve
situar-se entre os 5,5 –
7,0.
• É tolerante à seca.
12. Solos
• Adubação com estrume de cavalo, peru ou
porco e composto.
• Terrenos ricos em azoto, fósforo, potássio
(1:1:1).
13. Pragas e doenças
• Pragas:
As pragas que atacam a árvore, são as
cochinilhas, ácaros e pássaros.
• Doenças:
Míldio, doenças bacterianas e cancros.
• É muito sensível a ventos e humidade
excessiva.
14.
15. Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta ou hexapoda
Ordem: Lepidoptera
Família: Bombycidae
Género: Bombyx
Espécie: Bombyx mori
Lineu, 1758
Imagem ''The Century Dictionary and Cyclopedia''
16. Classificação de Bombyx mori
• Pela origem
o Chinesa
o Japonesa
o Europeia
o Indiana ou Equatorial
o Coreana
• Pelo voltinismo
o Monovoltino
o Bivoltino
o Polivoltino
• Pelo número de ecdises ou mudas
o Três ecdises
o Quatro ecdises
20. Torax
O tórax é composto por:
• Protórax
• Mesotórax
• Metatórax
21. Abdómen
• O abdómen está dividido em dez segmentos
dos quais apenas se distinguem nove já que os
últimos três estão fundidos em placa anal e
patas caudais.
• A partir do terceiro segmento abdominal até
ao sexto e último, há um par de patas falsas
27. Tubos de Malpighi
• São os principais órgãos
de excreção do bicho da
seda
• Estão mergulhados na
hemolinfa.
• Regulam a quantidade de
sais e água da hemolinfa
• Excretam principalmente
ácido úrico e também
azoto e fósforo
28. Sistema respiratório
• Os espiráculos são
pequenas aberturas,
nove pares, servem
para a respiração das
larvas e excreção de
água durante o tempo
no casulo
• O sistema respiratório
é do tipo traqueal
29. Sistema circulatório
• Sistema circulatório é
do tipo aberto
• A chave do sistema
circulatório é o vaso
dorsal
• O sistema circulatório
leva o alimento a todas
as células
30. Factores na Criação
• Instalações adequadas
o Temperatura
o Humidade relativa
o Ventilação
o Iluminaçaõ
31. Ciclo de Vida
1º Instar 4 dias
1ª Muda 1 dia
2º Instar 3 dias
2ª Muda 1 dia
3º Instar 4 -5 dias
3ª Muda 1 dia
4º Instar 5 dias
4ª Muda 2 dias
5º Instar 7-9 dias
Asociación Sericícola de la República Argentina
32. Ovo
• Tem aproximadamente 1 mm
e pesa 0,5 mg
• Oval e achatado
• Tem um pequeno orifício
chamado micrópilo
• Cor amarela após postura
• Se for fecundado passa a
amarelo-forte, alaranjado e
finalmente cinzento
• A casca é de queratina, uma
substância muito resistente
• Composto por membrana
vitelina que envolve o
protoplasma e um núcleo em
estado embrionário
• Após a quebra do período de
dormência a lagarta sai do ovo ao
fim de 7-21 dias.
33. Lagarta ou Larva
• O ciclo larvar vai desde a
eclosão do ovo até à fase de
formação do casulo, tem a
duração de cerca de 24 dias
• A lagarta quando sai do ovo tem
de 1 a 3 mm, cor castanha ou
preta, coberta de pelos que
caem em poucos dias
• Depois passa a cinzenta ou
azulada ficando mais clara com
o desenvolvimento.
• Quatro semanas depois da
eclosão pesa 5 a 6 g (10000
vezes o seu peso inicial)
• Tem inicio a formação do casulo
35. Pupa ou Crisálida
• No interior do casulo o
corpo da larva sofre
metamorfoses
• Transforma-se em pupa ou
crisálida
• Depois transforma-se em
mariposa, estado adulto
• Este estádio dura cerca de
10 dias
• Internamente dá-se a
morte do intestino e o
surgimento das asas e
aparelho reprodutor
36. Adulto
• Para sair do casulo a
mariposa liberta um
líquido alcalino que corrói
uma das extremidades do
casulo abrindo uma
abertura para a sua saída.
• Neste estágio o inseto
não se alimenta
• Fase dedicada à
reprodução da espécie
• Após acasalamento a
fêmea põe 200 a 500 ovos
• Fêmea e macho morrem
• Este estádio dura de 10 a
16 dias
37. Reprodução
• O acasalamento pode durar de
algumas horas até um dia
• A longevidade das fêmeas é 14
a 15 dias
• A longevidade dos machos é
de 7 a 8 dias
38. Doenças
• Principais doenças da Bombyx mori
– vírus da poliedrose nuclear
– vírus da poliedrose citoplasmática
– vírus da flacidez infecciosa
– vírus da densonucleose
39.
40. Produção de seda
• Principais países produtores
– China
– Índia
– Rússia
– Japão
– Brasil
42. Produção de Seda
• Os casulos são mergulhados
em água quente
• Cada casulo pode render de
460 a 1000 metros de um
filamento único
• Os filamentos são
combinados para formar os
fios de seda
• São necessários 5 Kg de
casulos para se produzir 1 Kg
de seda
43. Seda
• A seda é utilizada para
produzir tecidos leves,
brilhantes e macios
• Tem aparência
cintilante, devido à
estrutura triangular da
fibra idêntica ao
prisma que refrata a
luz
• Os chineses tiveram
exclusividade no seu
fabrico por 3000 anos
44. Nanotecnologia
• Revestimento especial nos
nano túneis das antenas da
mariposa
• Inspiração de camada
oleosa em nanoporos
sintéticos
• Combate de doenças
neurodegenerativas
– Parkinson
– Alzheimer
– Huntington
47. Bibliografia
• “The Insects na Outline of Entomology” P.J.
Gullan and P.S. Cranston
• “Insectes de France et d’Europe occidentale”
Michael Chinery
• “Manual de Sericultura en Hidalgo” Dr. Alejandro
Rodríguez Ortega et al.
• http://www.dbc.uem.br/laboratorios/Bombyx.ht
m
• http://faostat3.fao.org/browse/Q/QL/E
• http://revistas.bvs-
vet.org.br/bia/article/viewFile/8863/9414
A sericicultura, é uma arte milenar que começou na China há cerca de 5000 anos. Esta, compreende a cultura da amoreira, a criação do bicho-da-seda e a produção dos fios de seda para a indústria têxtil, sendo considerada uma das atividades agroindustriais mais antigas praticadas pelo Homem. A larva da espécie Bombyx mori, designada por bicho-da-seda é um inseto com grande importância económica, já que os seus casulos são utilizados no fabrico da seda.Cerca de 95% da seda produzida no mundo provém desta espécie. Este inseto encontra-se totalmente domesticado devido à forte manipulação genética a que foi sujeito, com o objetivo de obter uma espécie boa produtora de seda. O fio de seda é um produto filamentoso de origem proteica, que é produzida nas glândulas sericígenas das larvas do bicho-da-seda.
Proteínas, gorduras, hidratos de carbono, fibras e vitaminas, macro e micro elementos.
Para a produção de Bombyx mori é necessário em consociação uma boa produção de amoreiras.
Existem 8 espécies, uma pertence à família Bombycidae que é a Bombyx mori e as outras à família Saturniidae
Origem:
Japonesa: ovos de cor cinza-arroxeada; casulo branco, alongado e de tamanho médio; ciclo uni e bivoltino, com 4 ecdises.
Chinesa: ovos esverdeados; lagartas jovens pouco resistentes ao calor, corpo branco; casulo elíptico ou esférico, branco amarelo-ouro, ou verde; fibra fina e comprida; ciclo menor que a japonesa, uni, bi e polivoltino, com até três ecdises.
Europeia: ovos maiores que de outras origens da espécie; lagartas maiores com manchas no corpo, pouca resistência ao calor; ciclo maior; mais susceptíveis a doenças pebrina e poliedrose; casulo oval ou alongado, branco ou rosado; ciclo monovoltino.
Indiana ou Equatorial: ovos brilhantes; lagartas menores, mais resistentes ao calor, ciclo curto; casulo conico, pequeno, branco ou esverdeado, pouco teor de seda; fibra fina; ciclo polivoltino.
Coreana: ciclo da lagarta curto; casulo alongado, branco ou amarelo; univoltino com três ecdises.
Voltinismo:
Monovoltinismo (um ciclo anual): ocorre nas regiões frias; ciclo larval mais longo, maior crescimento de corpo; boa qualidade dos casulos; menor resistência a doenças e altas temperaturas e húmidade
Bivoltino (dois ciclos anuais): ocorre nas regiões subtropicais; ciclo larval menor; maior resistência ao calor; qualidade inferior dos casulos; mais utilizada pelos sericultores.
Polivoltino (vários ciclos anuais): ocorre nas regiões tropicais; ciclo larval curto; maior resistência a doenças e calor; casulos pequenos; baixo teor de seda.
Numero de ecdises ou mudas:
3 ecdises: ciclo larval mais curto; resistente a doenças; lagartas e casulos pequenos; fibra mais fina; espécie de origem coreana e chinesa.
4 ecdises: mais utilizada pelos criadores; lagartas e casulos médios.
5 ecdises: mutação da origem de 4 ecdises; lagarta de ciclo longos; casulos maiores; fibra mais grossa.
Morfologia:
Cabeça
Tórax
Abdómen
Chifre caudal
O corpo larval tem uma forma cilíndrica segmentada, subdividido em 13 anéis, dos quais os três primeiros são os torácicos e os restantes abdominais.
Os três anéis torácicos têm inseridas três pares de patas verdadeiras (presentes mesmo no estado de mariposa), que não dão uma grande contribuição para a locomoção da larva mas são usados para a apreensão da folha durante a alimentação.
Na área abdominal, estão presentes 5 pares de "falsas patas" assim definidas por não estarem presentes na mariposa e são fundamentais para a locomoção das larvas.
A mancha ocular e a mancha em meia lua são elementos hereditários de identificação ligados à espécie, presente na espécie japonesa e ausente na espécie chinesa.
Os espiráculos são pequenas aberturas, nove pares, servem para a respiração das larvas.
A cabeça é de forma globular e de natureza quitinosa onde está localizado o aparelho bucal que é do tipo mastigador, os olhos são compostos e a fieira localizado sob a boca é o órgão através do qual a larva atingindo a maturidade, emite o soro sérico formar o casulo.
Ocelo – olho dos antrópodes, olho composto, com 6 olhos de cada lado.
Clípeo - Parte compreendida entre a fronte e o labro de alguns insectos, que delimita a margem inferior da cara.
Pézon hilador - fieira
É constituida dos seguintes apêndices: antenas, olhos e boca.
cia cônica denominada fieira por onde é lançada a secreção sérica (o fio de seda).
O aparelho bucal da lagarta, é constituído por um lábio superior ou labro, que auxilia na alimentação através de um movimento de vaivém, um lábio localizado ventralmente, onde existe um canal para expelir a secreção sérica, fio de seda, um par de maxilas (esquerda e direita) com pêlos sensoriais na sua superfície, com a função de distinguir o sabor e o odor dos alimentos e um par de mandíbulas bem desenvolvidas e fortes, adaptadas à mastigação.
Os ocelos são seis de cada lado da base das antenas, servem apenas para detectar a intensidade da luz, mas não a percepção das formas e cores
O aparelho bucal da lagarta, é constituído por um lábio superior ou labro, que auxilia na alimentação através de um movimento de vaivém, as mandíbulas têm a função de cortar a ingerir as folhas de amoreira, um lábio localizado ventralmente, onde existe um canal para expelir a secreção sérica, fio de seda, um par de maxilas (esquerda e direita) com pelos sensoriais, antenas, na sua superfície, com a função de distinguir o sabor e o odor dos alimentos e um par de mandíbulas bem desenvolvidas e fortes, adaptadas à mastigação.
Cada um dos segmentos torácicos tem ventralmente um par de patas, as patas verdadeiras são cónicas e terminam em unhas distais. As unhas não são usadas na locomoção mas sim para segurar as folhas durante a alimentação
Patas torácicas à esquerda, 3 pares de patas que servem para segurar o alimento, patas verdadeiras que são cónicas e terminam em unhas distais.
Patas abdominais à direita, 4 pares de patas + 1 par de patas caudais com funções locomotoras e fixação do alimento.
Internamente a larva é constituída de aparelho digestivo; aparelho circulatório; aparelho respiratório; sistema muscular; sistema nervoso 1 e 2 e órgãos de reprodução.
Os principais órgãos internos são: intestino, glândula serícigena, traqueia, sistema nervoso 1 e 2, tubo de Malpighi, vaso dorsal e órgãos reprodutivos. O sistema digestivo ocupa a maior parte do corpo das larvas no quinto instar
O sistema digestivo da lagarta é um tubo mais ou menos reto, que vai da boca até ao ânus, dividido em três partes: o estomodeu ou intestino anterior, o mesentério ou intestino médio e o proctodeu ou intestino posterior. É no intestino médio , maior, que se dá a absorção do alimento.
A boca é sucedida pela cavidade bucal, por uma estreita faringe e pelo esófago, o qual é estreito na sua porção anterior e mais alargado na sua porção posterior, onde apresenta uma válvula cardíaca cujas funções são reter no esófago por algum tempo a porção de folha de amoreira e impedir a regurgitação do alimento que passou para o intestino médio. O intestino médio, também conhecido como intestino grosso, é como um tubo cilíndrico comprido e largo, que sofre um estreitamento na sua porção final, sendo a principal parte do sistema digestivo onde ocorre a digestão e assimilação do alimento.
Da alimentação até à eliminação do bolo fecal leva 1 a 1 hora e meia nas lagartas jovens e 2 a 3 horas nas adultas. As fezes são expelidas em forma de uma estrutura hexagonal. Apenas 10 a 20% da folha é ingerida por uma lagarta jovem e 60 a 70% por uma adulta, do alimento ingerido 35 a 45% é aproveitado.
Durante o ciclo completo, uma lagarta consome 20 g de folhas, das quais 88% são ingeridos no último estádio lagarta. Desse total, 25% são convertidos em seda.
A forma do aparelho digestivo do bicho da seda modifica-se consoante o estádio de desenvolvimento e etapa de transformação devido às mudança da sua função. Diferentes formas do canal digestivo nas três fases de desenvolvimento: larva, crisálida e mariposa. As crisalidas e mariposas não ingerem qualquer alimento, daí a degeneração do tubo digestivo.
Glândulas sericígenas: As glândulas de seda são labiais, de origem ectodérmica, cilíndricas e tubulares, situadas do lado ventral do corpo sobre o mesenterio. A larva possui um par de glândulas sericígenas, são o segundo maior órgão do corpo; estão localizados em ambos os lados ventrais do intestino médio e posterior ventral e podem ser divididos em três regiões: anterior, médio e posterior. As regiões anteriores da glândula de seda estão reunidos numa única perto da cabeça e ligadas ao canal excretor de seda que é uma parte do aparelho bucal. Os dois tubos são fechados na extremidade posterior e abrem-se no canal excretor da seda, situadas na boca da larva. Cada glândula divide-se em três partes:
Posterior, onde é secretada a fibroina
Mediana, onde é secretada a sericina
Anterior, onde ocorre a junção da fibroina e sericina para formar o fio de seda, que sai pelas fieiras ou fiandeiras do canal excretor da seda. Como existem duas glândulas, o fio de seda é formado por dois filamentos de fibroína, revestidos pela sericina. A seda começa a ser secretada a partir da 3ª idade ou instar, porem na 5ª idade, a glândula cresce rapidamente chegando a pesar 20 a 40% do peso da larva no final do seu desenvolvimento.
A glândula sericígena é dividida morfologicamente em três partes: posterior, mediana ou central, e anterior. A parte posterior ou região secretora sintetiza as moléculas de fibroína e a proteína P25, que formam o fio insolúvel. Na região mediana há secreção da sericina, que fornece ao fio uma camada aderente. A parte anterior é responsável em secretar um fio simples de seda pronto para a formação do casulo, nesta região encontra-se também a mucoidina, que auxilia durante a passagem do fio de seda na glândula.
A fibroína solidifica no momento que o fio sai, no entanto a camada de mucoidina permanece mole por um certo tempo, permitindo que a larva cole entre si as diferentes camadas de fio para tecer o casulo.
Os tubos de Malpighi são os principais órgãos de excreção do bicho-da-seda. Têm origem no centro do intestino posterior, ramificando em dois tubos, um em cada lado do intestino. Estes ramificam novamente em 3 tubos cada, que se inserem na parede do intestino médio. A excreção é constituída principalmente por ácido úrico, além de outros elementos como o azoto e fósforo. Também atuam na regulação da quantidade de sais e água na hemolinfa, onde os tubos de Malpighi estão mergulhados.
O sistema respiratório é do tipo traqueal. É constituído pelos espiráculos, traqueias e traquéolas. As traqueias são invaginações do exosqueleto, que formam pequenos tubos que se ramificam pelo interior do corpo, penetrando nos tecidos, traquéolas, agindo nas trocas gasosas entre oxigénio e dióxido de carbono no liquido traqueolar. As aberturas externas das traqueias são os espiráculos que além de permitirem a entrada de ar no corpo da larva, facilitam a excreção de água durante o encasulamento. 9 pares de espiráculos laterais excepto no 2º,3º e 12º segmento
O sistema circulatório dos insetos, em geral, é do tipo aberto, isto significa que o fluido circulante, hemolinfa, não se limita aos vasos definidos para a totalidade do seu curso, o sistema circulatório é constituído de um tubo que percorre todo o corpo, levando alimento para todas as células. A hemolinfa penetra nas válvulas torácicas situadas na região dorsal e é impulsionada para a região cefálica, passando pela aorta. O vaso dorsal é o elemento chave, a parte anterior do vaso dorsal é a aorta e a posterior é o vaso cardíaco ou coração.
Temperatura entre os 20 e 30ºC
Humidade relativa de 60 a 80%, as lagartas jovens devem ter temperatura e humidade maiores em relação às adultas.
Ventilação dado que o espaço vai ficando cheio de dióxido de carbono provindo das fezes dos bichos de seda e dos tratadores.
Iluminação sem sol direto, os bichos de seda necessitam de luminosidade para se desenvolverem corretamente, aumentam o consumo e a atividade na presença de luz.
Ínstar: forma que adota um inseto durante una fase determinada.
O B. mori apresenta um ciclo de vida típico de Lepidoptera, com quatro estádios distintos: ovo, larva ou lagarta, pupa ou crisálida e adulto ou mariposa, metamorfose completa, as lagartas passam por cinco estádios que são classificados em 1a, 2a, 3a,4a e 5a idade. O bicho da seda tem uma dieta única, alimenta-se exclusivamente de folhas de amoreira fresca, aumentando quase que setenta vezes seu tamanho original e ocupando quatro vezes mais o espaço inicial. Depois de 5 semanas, já na 5ª idade a larva tem cerca de 7 cm de comprimento, ela para de se alimentar, o órgão mais desenvolvido do seu corpo é a glândula sericígena e inicia a fiação do casulo, converte-se em pupa, mais tarde transforma-se em mariposa, como representado no esquema do ciclo de vida.
O ciclo de vida dura de 50 a 55 dias.
A incubação dura de 7 a 10 dias.
A etapa larval tem duas fases
A 1ª é a da alimentação e crescimento que dura de 25 a 30 dias.
A 2ª é a da construção do casulo que dura 3 a 4 dias.
A etapa da pupa(metamorfose dentro do casulo) dura 10 a 14 dias.
A etapa mariposa, etapa adulta, com saída do casulo, postura de ovos e morte dura 3 a 5 dias.
Micrópilo - permite a passagem do esperma no momento da fertilização e é o lugar por onde nasce a larva.
Mede 1 a 1,3 mm de comprimento, 0,9 a 1,2 mm de largura e 0,5 mm de altura.
Variações de cores: esbranquiçado, amarelo palha e amarelo intenso nas primeiras 24 horas, depois passa a rosa, rosa tijolo, podendo assumir depois entre as 36-48 horas (dependendo da temperatura) a cor final que é o castanho acinzentado ou cinzento.
A cor acinzentada indica que o ovo é fertilizado, caso a fecundação não ocorra o ovo permanece amarelo.
O ovo fertilizado tem densidade de 1,08 sendo mais pesado que a água, enquanto o não fecundado é mais leve. Dependendo da raça são necessários 1500 a 3300 ovos para perfazer uma grama.
Após a posturas os ovos são levados para a estivação, período no qual se desenvolve a 1ª fase embrionária do ovo (4 a 5 dias após postura). Nesse período os ovos devem ser mantidos numa temperatura de 25 a 27ºC e a humidade relativa entre 70 e 80%. A sala de estivação deve ser desinfetada antes e depois de cada produção de ovos, com soda caustica a 5% e formol também a 5%.
A larva quando eclode do ovo tem cerca de 3 mm de comprimento e apresenta uma coloração escura com pelos pretos.
Neste estádio, a lagarta alimenta-se exclusivamente das folhas da amoreira.
A lagarta por crescer muito necessita de trocar de exosqueleto quitinoso, cutícula rígida que limita o tamanho da lagarta, esta troca é designada de muda ou ecdise, ocorrendo 4 mudas de pele, nas quais a lagarta deixa de se alimentar e 5 idades ou instares.
No processo da muda, a lagarta levanta a cabeça, o corpo fica tenso, de cor creme e a lagarta inquieta
O espaço de tempo entre as mudas de pele são denominados de idade ou instar, passando a larva desde a eclosão até à formação do casulo por cinco idades.
Os casulos devem ser colocados em locais com 23 a 24ºC e humidade relativa entre os 75 e 80% até à emergência dos adultos.
A lagarta na 5ª idade, apresenta 7 cm de comprimento e o órgão mais desenvolvido é a glândula sericígena, no final desta idade a lagarta tece um casulo de seda, constituído principalmente pelas proteínas fibroína e sericina, que são produzidas pelas células da glândula da seda e expelidas pela boca. O mecanismo de formação do fio de seda nas glândulas sericígenas é único, e muito estudado. A glândula sericígena é dividida morfologicamente em 3 partes: posterior, mediana ou central e anterior. A parte posterior ou região secretora sintetiza as moléculas de fibroína e a proteína P25, que formam o fio insolúvel. Na região mediana há secreção de sericina, que fornece ao fio uma camada aderente. A parte anterior é responsável em segregar um fio simples de seda pronto para a formação do casulo, nesta região encontra-se também a mucoidina, que auxilia durante a passagem do fio de seda na glândula. A fibroína solidifica-se no momento que o fio sai, no entanto a camada de mucoidina permanece mole por um certo tempo, permitindo que a lagarta cole entre si as diferentes camadas de fio para tecer o casulo.
Os casulos apresentam diferentes cores e diferentes formas, que dependem das raças:
A branca é relativa às raças chinesas e europeias.
A amarela às raças europeias.
A esverdeada às raças indianas.
Quanto à forma:
Arredondada é característica das raças chinesas.
Ovalada das raças europeias.
Forma de amendoim das raças japonesas.
Existe preferência pelos casulos brancos devido a apresentarem maior facilidade no tingimento.
A fibroína é o principal componente do fio de seda, e a sericina é uma proteína que possui propriedades adesivas, fundamental para manter as fibras de fibroína unidas. A P25 é uma glicoproteína que tem um papel importante na manutenção da integridade do fio de seda.
A pupa ou crisálida do bicho-da-seda é obtéctea (transparente) ou coberta. Inicialmente a pupa é amarela clara, tornando-se mais escura até o amarelo forte. A sua forma é ovoide, com a cabeça pequena e os olhos grandes. Nas pupas fêmeas existe uma fenda longitudinal dividindo o segmento da extremidade ventral do abdómen, enquanto nos machos há um ponto escuro na margem posterior do mesmo segmento que serve para diferenciar os sexos e é importante, durante o acasalamento.
Durante a metamorfose o corpo do inseto sofre profundas transformações, geneticamente determinadas. Estas transformações envolvem a involução de determinadas estruturas anatómicas, como o intestino (através de um processo de morte celular programada – apoptose) e desenvolvimento de novas, como as asas e o aparelho reprodutor.
A emergência da mariposa tem inicio com o auxilio de um liquido alcalino, secretado no intestino que humedece e amolece a casca do casulo facilitando o seu rompimento para a saída do adulto.
Tem 2 pares de asas, 3 pares de patas e 1 par de antenas.
A cabeça da mariposa é pequena, com olhos compostos grandes e antenas bipectinadas. O aparelho bucal é atrofiado, como na fase adulta a mariposa não se alimenta, a probóscida (língua) é vestigial e não funcional, o sistema digestivo é menos proeminente do que na lagarta e as patas robustas, as asas anteriores são maiores que as posteriores, porem as fêmeas não podem voar.
O abdómen da fêmea é mais grosso que o do macho. O corpo e as asas são cobertos com escamas brancas.
O acasalamento pode durar de algumas horas até um dia, porem bastam 30 minutos a uma hora para que ocorra a fecundação de todos os ovos. A longevidade do adulto é de 14 a 15 dias para as fêmeas e 7 a 8 dias para os machos.
Após a emergência devem-se eliminar os adultos defeituosos e colocar os outros para acasalar num local escuro, com temperaturas entre os 24 e 28ºC, por 1 a 3 horas. A mariposa fêmea exala um ferormónio que atrai a mariposa macho Após esse período os machos são descartados e as fêmeas colocadas sobre cartões ou tela de algodão cru para que possam efetuar as posturas.
A seda é utilizada para se produzir tecidos leves, brilhantes e macios. Os tecidos são usados em camisas, vestidos, blusas, gravatas, xales, luvas etc. A seda tem uma aparência cintilante, devido à estrutura triangular da fibra, parecida com um prisma, que refrata a luz.
Acredita-se que os chineses começaram a produzir seda por volta do ano 2700 a.C..
Os chineses tiveram exclusividade na fabricação da seda por três mil anos. A seda era considerada a mais valiosa mercadoria da China e gerou a famosa Rota da Seda, a mais importante rota comercial da época. A manufatura da seda era um segredo de estado, muito bem guardado até o ano 300, quando se tornou conhecida na Índia, 3 000 anos após sua descoberta pelos chineses. Em 550 tornou-se conhecida na Europa.
A fibra de seda natural é um filamento contínuo de proteína. O processo de tecelagem da seda continua o mesmo nos dias de hoje. Na sericultura, os casulos são mergulhados em água quente para liberar os filamentos da substância chamada sericina da seda, matando a larva do bicho-da-seda. A substância, ao ser retirada dos fios, deixa estes com a cor brilhante característico da seda. Os filamentos são combinados para formar fios, que são enrolados e finalmente secos. Cada casulo pode render de 458 a mil metros de seda, sendo cada casulo composto por apenas um longo fio . Cerca de cinco quilogramas de casulos são necessários para produzir um quilograma de seda em bruto.
A seda é utilizada para se produzir tecidos leves, brilhantes e macios. Os tecidos são usados em camisas, vestidos, blusas, gravatas, xales, luvas etc. A seda tem uma aparência cintilante, devido à estrutura triangular da fibra, parecida com um prisma, que refrata a luz.
Acredita-se que os chineses começaram a produzir seda por volta do ano 2700 a.C..
Gravura superior direita: mariposa do bicho-da-seda e a estrutura do bombicol, primeiro feromônio sexual de um inseto a ser isolado. Tiveram que matar 500 mil fêmeas mariposas para se obter 1 mg da substância ativa.
Ferormónios são substâncias químicas secretadas por um indivíduo e que permitem a sua comunicação com outros indivíduos da mesma espécie. Importantes no acasalamento.
Um revestimento especial nos nano túneis das antena de uma mariposa da seda é a inspiração para uma camada oleosa semelhante em nanoporos sintéticos. Pesquisadores da Universidade de Michigan lideram o desenvolvimento desta tecnologia melhorada, os nanoporos são essencialmente orifícios perfurados, em chips de silício e são dispositivos de medição minúsculas que permitam o estudo de moléculas individuais ou de proteínas que pode fazer avançar a compreensão de uma classe de doenças neurodegenerativas que incluem doença de Alzheimer, de Parkinson, e doença de Huntington.