SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 59
Baixar para ler offline
Caderno Pedagógico


Metodologias para o Ensino
  de Mecânica no Nível
         Médio




        Secretaria de Estado da Educação
 Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UEM
                       ÁREA: FÍSICA




           Silvia Oliveira Resquetti



Metodologias para o Ensino de Mecânica no Nível
                     Médio
              Caderno Pedagógico



                                              Orientador:
                     Prof. Dr. Marcos Cesar Danhoni Neves




                   MARINGÁ
                    2008
SUMÁRIO



DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................... 04



APRESENTAÇÃO ................................................................................................         05



ATIVIDADE I: Bibliografia de Suporte ................................................................ 06

       I.1 - Fontes de referência: livros, capítulos de livros, dissertações

             de mestrado, teses de doutorado, artigos .............................................. 06

       I.2 – Fontes de referência: Periódicos relacionados ao ensino de

              Ciências e de Física ............................................................................... 11

       I.3 - Fontes de referência: Artigos relacionados às concepções

             alternativas dos estudantes e à História, Filosofia e Sociologia

             da Ciência ............................................................................................... 13



ATIVIDADE II: Laboratório Aberto de Ciências ................................................. 17

       II.1 – As aulas no laboratório de Ciências ..................................................... 19

          II.1.1 – Sugestões de atividades experimentais de Mecânica ................... 19

              1ª Parte: Cinemática .............................................................................. 20

              Roteiro 1: Determinação da velocidade de um carrinho de

              Brinquedo .............................................................................................. 20

              Roteiro para o aluno elaborar o relatório do experimento ..................... 22

              Roteiro 2: Velocidade escalar média de uma bolinha de gude

              sobre um plano inclinado ...................................................................... 23

              Roteiro 3: Velocidade escalar média de uma gota d’água no óleo ....... 26
2ª Parte: Dinâmica ................................................................................. 29

              Roteiro 4: Inércia - Experimento com um puck de madeira ................. 29

              Roteiro 5: Inércia - Experimento com uma folha de sulfite, um copo e

              uma moeda ............................................................................................ 32

              Roteiro 6: Ação e Reação - Experimento com um carrinho de fricção... 34

              Roteiro 7: Ação e Reação – provocando uma explosão com sal de

              fruta ....................................................................................................... 36



ATIVIDADE III: Utilização De Mídias-Suporte Para O Ensino De Física .......... 38

       III.1 – Endereços eletrônicos de mídias-suporte ............................................ 38



ATIVIDADE IV: Análise Crítica de Vídeos-Suporte ........................................... 41



ATIVIDADE V: A Mecânica em Obras de Arte e Obras Literárias ................... 42



CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51



REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 51



REFERÊNCIAS DAS IMAGENS ........................................................................... 54



ANEXO: Poema para Galileu ............................................................................... 55
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO



     I.    Professor PDE: Silvia Oliveira Resquetti

    II.    Área PDE: Física

    III.   NRE: Maringá

   IV.     Professor Orientador IES: Marcos Cesar Danhoni Neves

    V.     IES vinculada: Universidade Estadual de Maringá - UEM

   VI.     Escola de Implementação: Colégio Estadual Governador Adolpho de

           Oliveira Franco – Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante.

           Município: Astorga.

   VII.    Público objeto de intervenção: Professores de Física




TEMA DE ESTUDO: Metodologias de Ensino em Mecânica.




TÍTULO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA: Uma

Proposta de Mecânica para o Ensino Médio.




PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Caderno Pedagógico – Metodologias para

o ensino de Mecânica no Nível Médio.




                                                                               4
Metodologias Para O Ensino De Mecânica No
                                  Nível Médio


Apresentação

O Caderno Pedagógico idealizado traz elementos de enriquecimento para a prática
pedagógica do professor de Física do Ensino Médio, visando favorecer a
transposição didática dos conteúdos de Mecânica. As atividades propostas buscam
lançar novos olhares no ensino deste tema, no sentido de proporcionar a motivação
do jovem em relação à aprendizagem de Física através de metodologias
diferenciadas.


As pesquisas em ensino-aprendizagem de Ciências promoveram a elaboração de
diversas propostas inovadoras, com o intuito de buscar soluções para os problemas
de sala de aula (CARVALHO, 2002). Entendemos que as estratégias utilizadas pelo
professor em sua prática docente devem estar afinadas com as pesquisas mais
recentes na área de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, consideramos de
fundamental importância para o professor de Física do Ensino Médio:


     a)    discutir e analisar a bibliografia-suporte que pode ser utilizada como fonte
     de pesquisa;
     b)    considerar as concepções alternativas dos estudantes como ponto de
     partida das estratégias de ensino;
     c)    abordar a evolução histórica da Ciência, no sentido de buscar uma
     educação em que a Física seja ensinada em seus diversos contextos: ético,
     social, histórico, filosófico e tecnológico;
     d)    desenvolver atividades experimentais de baixo custo, com caráter
     investigativo, como meio de mobilizar os alunos para a solução de problemas
     científicos;


                                                                                     5
e)     relacionar a Mecânica com a tecnologia e o cotidiano, no sentido de
     habilitar o aluno a julgar o valor da ciência e da técnica na solução de
     problemas do seu meio;
     f)     discutir e analisar a presença de elementos da Mecânica em obras de
     arte e obras literárias, como meio de perceber as dimensões históricas e
     sociais das ciências;
     g)     utilizar materiais didático-pedagógicos diferenciados, como os recursos
     audiovisuais e de multimídia/software relacionados ao ensino de Física, como
     ferramentas de auxílio para a implementação das propostas pedagógicas.


Desse modo apresentamos, por meio deste Caderno, metodologias de ensino em
sala de aula que visam dar ao professor de Física no Ensino Médio um suporte
didático-pedagógico no sentido de contribuir com o processo de ensino-
aprendizagem da Mecânica.




          ATIVIDADE I:
          ATIVIDADE I: Bibliografia De Suporte


           I.1 – Fontes de referência: livros, capítulos de livros,
          dissertações de mestrado, teses de doutorado, artigos



 Justificativa
 Esta atividade apresenta algumas fontes para pesquisa que não são normalmente
 utilizadas pelo professor de Física do Ensino Médio. O conjunto de referências
 proposto envolve temas relacionados à Mecânica, à História e Filosofia da Ciência,
 à congruência da Ciência com a Arte e a Literatura, às pesquisas inovadoras de
 ensino-aprendizagem em Ciências e ao Laboratório Aberto de Física.




                                                                                 6
O objetivo é propiciar aos professores um conjunto de opções para ampliar suas
 fontes de pesquisa. Temos a certeza de que o enriquecimento da bibliografia trará
 contribuições para a superação de dificuldades no ensino-aprendizagem de
 Mecânica.



Sugestões para leitura
Apresentamos a seguinte bibliografia-suporte:


   A educação potencializadora em Ciências.
  ARGÜELLO, C. A. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De
  experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo
  alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 17-22.


  A estrutura das revoluções científicas.
  KUHN, T. S. Perspectiva. São Paulo, 2003, 7. ed..


  A força do conhecimento.
  ZIMAN, J. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1981.


  A lei da inércia: planejamento pedagógico e aprendizagem significativa.
  PACCA, J. L. A.; VILLANI, A. (Coords.). São Paulo: IFUSP, 1992.


  A matemática e a Mona Lisa: a confluência da arte com a ciência.
  ATALAY, B. São Paulo: Ed. Mercuryo, 2007. Tradução de Mário Vilela.


  A matéria: uma aventura do espírito.
  MENEZES, L. C. de. Livraria da Física. São Paulo, 2005, 1. ed.


  A pesquisa no ensino, sobre o ensino e sobre a reflexão dos professores
  sobre seus ensinos.
  CARVALHO, A. M. P. de. Educação e Pesquisa, v. 28, n. 2, jul./dez. 2002.
  Disponível em: <www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/viii/PDFs/SC1.pdf>.
  Acesso em: 14 set. 2008.

                                                                                7
As raízes sociais e econômicas do Principia de Newton.
ZANETTIC, J.; KAWAMURA, M. R. Revista de Ensino de Física, v. 6, n. 1, p. 37-
55, 1984. Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=6&num=1>. Acesso em: 12 jul.
2008.


Anotações de Da Vinci - por ele mesmo.
VINCI, L. São Paulo: Madras, 2004.


Como se movem os projéteis nos livros didáticos de física e no vestibular?
Inquirindo o Galileu sintético de hoje.
RESQUETTI, S. O. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência e o
Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007.
Disponível                                                                 em:
<http://www.pcm.uem.br/dissertacoes/2007_silvia_oliveira_resquetti.pdf>.


Conceitos de movimento.
PROJECTO FÍSICA. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1978.


Conceitos “intuitivos”: relações entre força, velocidade, aceleração e
trajetória.
CARVALHO, W. L. P. de. 1985. 114 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de
Ciências) – Instituto de Física e Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 1985.


Concepções alternativas físicas intocáveis: controvérsias do éter.
PHILIPPSEN, G. S. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De
experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo
alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 227-233.


Da Terra, da Lua e além.
DANHONI NEVES, M. C.; et al. (Orgs.). Maringá: Ed. Massoni, 2007, 1. ed.




                                                                                8
De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física:
construindo alternativas.
DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). Maringá: Ed. Massoni, 2005, 1. ed.


Demonstrações em ciências: explorando os fenômenos da pressão do ar e
dos líquidos através de experimentos simples.
SAAD, F. D. 1. ed. São Paulo: Ed. Livraria da Física, 2005.


Duas novas ciências.
GALILEI, G. São Paulo: Nova Stella, 1988, 2. ed.


Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio.
ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciências,
v. 4, n. 1, 2005. Disponível em:
<http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen4/ART2_Vol4_N1.pdf>. Acesso em: 31
mar. 2006.


Ensino distante da realidade desmotiva jovem.
IWASSO, S. O Estado de São Paulo, 8 jun. 2008. Caderno Vida &, p. A26.


Estudos de história do pensamento científico.
KOYRÉ, A. Rio de Janeiro: Ed. Forense-Universitária, 1982.
Experiências de física na escola.
ARRIBAS, S. D. Passo Fundo: Ed. Universitária, 1996.


Física.
GREF/USP – Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. V. 1. São Paulo:
Edusp, 1990.


Formação de professores de ciências: perspectivas de ensino.
CACHAPUZ, A. F. (Org.). Porto: Centro de Estudos de Educação em Ciência
(CEEC), 2000.




                                                                               9
Memórias do invisível: uma reflexão sobre a história no ensino de física e a
ética da ciência.
DANHONI NEVES, M. C . Maringá: LCV Edições, 1999.


Noções de cosmologia no ensino médio: o paradigma criacionista do big-
bang e a inibição de teorias rivais.
OLIVEIRA, J. H. L. de. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência e o
Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2006.
Disponível em:
<http://www.pcm.uem.br/dissertacoes/2006_jorge_henrique_lopes_oliveira%20.pd
f>. Acesso em: 12 nov. 2008.


O currículo de física: inovações e tendências nos anos noventa.
CARVALHO, A. M. P.; VANNUCCHI, A. 1995. Disponível em:
<http://www.if.ufrs.br/public/ensino/N1/1artigo.htm>. Acesso em 27 jul. 2005.


O nascimento de uma nova física.
COHEN, I. B. Lisboa: Gradiva, 1988.


O princípio da inércia.
HAMBURGER, E. W. In: Apostila de física. São Paulo: IFUSP, cap. 6, 1989.


Pesquisas em Ensino de Física.
NARDI, R. (Org.). 2. ed. rev. São Paulo: Escrituras Ed., 2001.


Prescrições e recomendações ao professor na solução de problemas do
ensino na educação em ciências.
ALMEIDA, M. J. P. M. de. Ciência & Ensino, v. 1, n. 1, p. 47-51, dez. 2006.
Disponível em:
<www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeensino/article/viewPDFInterstitial/97/9
7>. Acesso em: 15 maio 2008.


Principia: princípios matemáticos de filosofia natural.
NEWTON, I. São Paulo: Nova Stella/ EDUSP, 1990.

                                                                                10
Princípios nas ciências empíricas e o seu tratamento em livros didáticos.
  CUSTÓDIO, J. F.; PIETROCOLA, M. Ciência & Educação, v.10, n. 3, p. 383-399,
  2004. Disponível em: <www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/viewissue.php?id=3 -
  19k ->.


  Representações sociais: uma contraproposta ao estudo das concepções
  alternativas no ensino de física.
  SILVA, A. M. T. B. da. 1998. 121 p. Tese (Doutorado em Educação) –
  Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998.


  Termodinâmica: um ensino por ação.
  CARVALHO, A. M. P. et al. São Paulo: FE/USP, 1999.


  Uma viagem pela física e astronomia através do teatro e da dança.
  CARVALHO, S. H. M. de. A Física na escola, v. 7, n. 1, p. 11-16, maio 2006.
  Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num1/>. Acesso em: 15 set.
  2006.




 I.2 – Fontes de referência: Periódicos relacionados ao ensino
                     de Ciências e de Física



Justificativa
Os periódicos de ensino de Ciências são publicações voltadas à melhoria do ensino
em todos os níveis de escolarização. Os artigos e seções apresentados nessas
revistas tratam de novas tecnologias e metodologias didático-pedagógicas, currículo,
pesquisa em ensino-aprendizagem, história e filosofia da Ciência, política
educacional, relatos de experiências educacionais, divulgação de experimentos para
a sala de aula e temas pertinentes à comunidade engajada no ensino de Ciências.




                                                                                  11
As publicações na área de ensino-aprendizagem em Ciências são instrumentos de
auxílio importantíssimos para o professor que procura atualizar-se constantemente.


Apresentamos, então, os endereços eletrônicos de alguns periódicos.




        PERIÓDICO                        ENDEREÇO ELETRÔNICO


  A Física na Escola (FnE)               http://www.sbfisica.org.br/fne/

   ALEXANDRIA: Revista
      de Educação em              http://www.ppgect.ufsc.br/alexandriarevista
   Ciências e Tecnologia
    CIÊNCIA & ENSINO:
     Revista eletrônica      http://www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeens
                                                   ino/index
                             http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&lng
  CIÊNCIA & EDUCAÇÃO                   =pt&pid=1516-7313&nrm=iso –


    Ciência Hoje On-line                 http://cienciahoje.uol.com.br/

   Revista Brasileira de
  Ensino de Física (RBEF)               http://www.sbfisica.org.br/rbef/

    Ensaio: Pesquisa em
    educação em ciências                http://www.fae.ufmg.br/ensaio/


    Revista Científica da               http://www2.ufpa.br/rcientifica/
           UFPA
   Revista Electrónica de
     Enseñanza de las                 http://reec.uvigo.es/Volumenes.htm
     Ciencias (REEC)
      Revista Latino-
  Americana de Educação            http://www.iscafaculdades.com.br/relea/
  em Astronomia (RELEA)

    Revista Nova Escola              http://revistaescolaabril.com.br/home/




                                                                                     12
I.3 – Fontes de referência: Artigos relacionados às
concepções alternativas dos estudantes e à História, Filosofia e
                   Sociologia da Ciência



Justificativa
As investigações em ensino de Ciências com foco nas concepções dos estudantes
têm      sido   objeto   de   inúmeros   trabalhos.   Os   estudantes   desenvolvem
espontaneamente e trazem para a sala de aula concepções intuitivas formadas
desde a infância a partir de observações e interações com o meio, como, por
exemplo, modelos explicativos do mundo físico . Segundo estudos sobre esse tema,
a característica saliente das concepções alternativas é a resistência à mudanças ou
a transformações, a qual constitui um sério obstáculo à educação científica (SILVA,
1998).


Os estudos realizados na área das concepções alternativas que abordam
fenômenos mecânicos revelam que os estudantes manifestam um conhecimento
incompatível com o conhecimento científico que se deseja alcançar. Apesar de ser
considerável o volume de trabalhos acadêmicos publicados sobre o ensino-
aprendizagem em Ciências, entende-se que os resultados das pesquisas, que vêm
impulsionando a busca de inovações no ensino tanto no nível metodológico quanto
no curricular, não têm chegado onde deveriam: na sala de aula.


O levantamento das idéias prévias dos estudantes é amplamente aceito como ponto
de partida das estratégias de ensino (REZENDE; OSTERMANN, 2005). As
concepções alternativas não devem ser ignoradas, pois se entende que elas podem
nortear as ações no ensino e no planejamento do currículo. O educador deve ter
consciência de que sua presença é condição para o progresso do saber com vista à
ultrapassagem do senso comum para a construção do conhecimento científico.


Explorar a evolução dos conceitos científicos é também visto como uma fonte de
inspiração para a definição dos conteúdos e a proposição de metodologias de

                                                                                 13
ensino. O ensino de Ciências desenvolveu-se dissociado da História, Filosofia e
Sociologia da Ciência (HFS), porém nos últimos anos tem havido uma ampla
discussão em favor de uma abordagem contextualizada deste tema, tanto na
formação de professores quanto no ensino, no sentido de buscar uma educação em
que a Ciência seja ensinada em seus diversos contextos: ético, social, histórico,
filosófico e tecnológico (MATHEWS, 1995).


Segundo afirmação de Mathews, Mach e seus seguidores argumentavam que, “para
a compreensão de um conceito teórico, é necessário que se compreenda seu
desenvolvimento histórico, ou seja, a compreensão é necessariamente histórica”
(1995, p. 169). O autor comenta que Mach sustentava que a investigação histórica
não só promove a compreensão daquilo que existe agora, mas também nos
apresenta novas possibilidades.


Solbers e Traver (1996), ao analisarem o papel desempenhado pela História da
Ciência no ensino-aprendizagem de Física e de Química, verificaram entre os alunos
investigados uma imagem deformada da atividade científica quando os aspectos
históricos estão ausentes. Os pesquisadores constataram que os alunos crêem que
a Ciência consiste em descobrir uma realidade preexistente, ignoram o papel
fundamental do trabalho científico e assumem uma visão empirista, basicamente
formalista e acumulativa da Ciência e de sua evolução.


Mathews faz um relato sobre as iniciativas de reaproximação na Europa e nos
Estados Unidos da América entre o ensino de Ciências e a História, Filosofia e
Sociologia da Ciência como meio para a superação da crise na educação científica.
Segundo esse autor,


                      A história, a filosofia e a sociologia da ciência não têm todas as
                      respostas para essa crise, porém possuem algumas delas: podem
                      humanizar as ciências e aproximá-las dos interesses pessoais,
                      éticos, culturais e políticos da comunidade; podem tornar as aulas de
                      ciências mais desafiadoras e reflexivas, permitindo, deste modo, o
                      desenvolvimento do pensamento crítico; podem contribuir para um
                      entendimento mais integral da matéria científica, isto é, podem
                      contribuir para a superação do ‘mar de falta de significação’ que se
                      diz ter inundado as salas de aula de ciências, onde fórmulas e
                      equações são recitadas sem que muitos cheguem a saber o que
                      significam; podem melhorar a formação do professor auxiliando o

                                                                                        14
desenvolvimento de uma epistemologia da ciência mais rica e mais
                      autêntica, ou seja, de uma maior compreensão da estrutura das
                      ciências bem como do espaço que ocupam no sistema intelectual
                      das coisas (MATHEWS, 1995, p. 165).


É fundamental, no ensino de Física, abordar a evolução histórica da Ciência,
destacando o contexto social em que ocorreram as idéias científicas, as
controvérsias envolvendo conceitos, teorias e postulados, e as dificuldades
encontradas pelos cientistas em vários momentos da história.




Sugestões para leitura
Sugerimos a leitura dos artigos listados a seguir, que podem contribuir para a
definição das estratégias de ensino.


  A evolução das concepções sobre força e movimento.
  ZYLBERSTAJN, A. Departamento de Física da Universidade Federal de Santa
  Catarina, [19--]. Disponível em: <http://www.server.fsc.ufsc.br/.../textos>. Acesso
  em: 03 nov. 2006.


  A história da ciência e as concepções alternativas de estudantes como
  subsídios para o planejamento de um curso sobre atração gravitacional.
  TEODORO, S. R.; NARDI, R. In: NARDI, R. (Org.). Educação em ciências: da
  pesquisa à prática docente. São Paulo: Escrituras, 2001. Disponível em:
  http://www2.fc.unesp.br/BibliotecaVirtual/DetalhaDocumentoAction.do?idDocumen
  to=53#.


  A história da ciência no ensino de física.
  DANHONI NEVES, M. C. Revista Ciência e Educação, v. 5, n. 1, 1998, p. 73-81.
  Disponível em: <http://www2.ufpa.br/ensinofts/artigo4/historiafisica.pdf>. Acesso
  em: 20 dez. 2005.


  Alguns aspectos da teoria da gravitação.
  MARTINS, R. de A. UNICAMP. Disponível em:


                                                                                   15
<http://www.geocities.com/CapeCanaveral/Hangar/6777/aspectos.html>.            Acesso
em: 03 dez. 2005.


A prática do professor e a pesquisa em ensino de Física: novos elementos
para repensar essa relação.
REZENDE, F.; OSTERMANN, F. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 22, n.
3, p. 316-337, dez. 2005. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/22-
3/artpdf/a2.pdf>. Acesso em: 07 jun. 2006.


Concepções espontâneas em física: exemplos em dinâmica e implicações
para o ensino.
ZYLBERSTAJN, A. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 5, n. 2, 1983, p. 3-
16. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=5&num=2>.
Acesso em: 16 set. 2008.


Física aristotélica: porque não considerá-la no ensino de mecânica?
PEDUZZI, L. O. Q. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v.13, n. 1, p. 48-63,
abr.1996. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/13-1/artpdf/a4.pdf>.
Acesso em: 07 maio 2008


Força no movimento de projéteis.
PEDUZZI, L. O. Q.; PEDUZZI, S. S. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v.
2, n. 3, p. 114-127, dez. 1985. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/02-
3/artpdf/02-3.pdf>. Acesso em: 15 set. 2008.


História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação.
MATHEWS, M. R. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 12, n. 3, p. 164-
214,    dez.     1995.     Disponível     em:    <http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/12-
3/artpdf/a1.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2008.


O plano inclinado: um problema desde Galileu.
BRITO, A. A. S. Cadernos Catarinenses de Ensino de Física, v. 2, n. 2, p. 57-63,
1985.   Disponível       em:   <http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/02-2/artpdf/02-2.pdf>.
Acesso em: 22 set. 2006.
                                                                                    16
Uma investigação sobre a natureza do movimento ou sobre uma história
  para a noção do conceito de força.
  DANHONI NEVES, M. C. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 22, n. 4, p.
  543-556, dez. 2000. Disponível em:
  <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=22&num=4>. Acesso em: 20 dez.
  2005.


  Uma reconstrução histórica da teoria do movimento dos projéteis.
  RESQUETTI, S. O. In: Como se movem os projéteis nos livros didáticos de física
  e no vestibular? Inquirindo o Galileu sintético de hoje. Dissertação (Mestrado em
  Educação para a Ciência e o Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de
  Maringá, Maringá, 2007. Disponível em:
  <www.pcm.uem.br/dissertacoes/2007_silvia_oliveira_resquetti.pdf>.




                II                     De
      ATIVIDADE II: Laboratório Aberto De
                                    Ciências


Justificativa
O objetivo desta atividade é motivar o trabalho no laboratório de Ciências e, ao
mesmo tempo, propor o desenvolvimento de atividades experimentais de baixo
custo, com caráter investigativo.


Carvalho et al. (1999) escrevem que a atividade experimental, não necessariamente
de laboratório, é, indiscutivelmente, uma importante estratégia de ensino de Física e
das ciências em geral. A experimentação pode ser um recurso para o professor
identificar as concepções espontâneas de seus alunos e colocá-las em conflito
diante das concepções científicas. Entretanto, as atividades experimentais e de
laboratório devem ser de caráter essencialmente investigativo, de modo que por
                                                                                  17
meio delas se possa solucionar um problema apresentado. Nessa perspectiva, o
professor assume o papel de mediador, conduzindo o debate entre os alunos “pela
argumentação e pela proposição de questões, ao levantamento de hipóteses acerca
da atividade experimental apresentada, com o objetivo de levar estes alunos a
procurar possíveis explicações causais para o fenômeno observado” (CARVALHO et
al., 1999, p. 42). Assim, no ensino por investigação os estudantes são envolvidos no
processo de aprendizagem, assumindo uma postura ativa na busca de solução para
o problema.




Sugestões para leitura
Para dar início ao desenvolvimento desta atividade, sugerimos a leitura dos textos
listados a seguir. Estamos certos de que a leitura trará contribuições para o ensino
de Física no ambiente do laboratório.


  Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques,
  diferentes finalidades.
  ARAÚJO, M. S. T. de; ABIB, M. L. V. S. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.
  25, n. 2, p. 176-194, 2003. Disponível em:
  <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=25&num=2>. Acesso em: 19 jan.
  2007.


  O ensino experimental e a questão do equipamento de baixo custo.
  AXT, R.; MOREIRA, M. A. Revista de Ensino de Física, v. 13, n. 1, p. 97-103,
  1991. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=13&num=1>.
  Acesso em:


  Projeto de Ensino: atividades experimentais de Física.
  PAZ et al. Florianópolis: 1999. Disponível em:
  <http://www.ca.ufsc.br/fsc/projeto/Projeto%20de%20Ensino.htm#_Toc465450628
  >. Acesso em: 29 jun. 2008.


  Termodinâmica: um ensino por ação.

                                                                                  18
CARVALHO, A. M. P. et al. São Paulo: FE/USP, 1999.




              II.1 – As aulas no laboratório de Ciências


Justificativa
Ao dar início às atividades no laboratório, sugere-se que o professor organize os
alunos em grupos pequenos, de forma que eles possam discutir as questões entre
si. Cada equipe deve receber um roteiro básico das atividades, para que todos
entendam a construção e o desenvolvimento dos experimentos. Durante a
discussão, os alunos respondem às questões propostas no roteiro, assim eles têm
condições de acompanhar o encaminhamento do conteúdo trabalhado. Cumpre
lembrar que o professor não deve dar respostas prontas e, sim, conduzir o aluno
para que ele chegue até elas.


O professor pode avaliar os estudantes observando, durante a aula, sua participação
individual ou em grupo. A avaliação pode ser complementada posteriormente, com
questões abordando os conteúdos envolvidos nas discussões ou através de
relatórios.




  II.1.1 – Sugestões de atividades experimentais de Mecânica

Sugerimos algumas atividades de experimentação de Cinemática e Dinâmica que o
professor pode desenvolver com seus alunos no laboratório de Ciências. No final de
cada atividade apresentamos algumas questões direcionadas aos estudantes, as
quais podem ser enriquecidas à medida que evolui o debate entre o professor e as
equipes. Deixamos em aberto a parte correspondente à conclusão, por entendermos
que esta deve ser construída pelos estudantes.




                                                                                19
1ª Parte: Cinemática


                               Roteiro 1
        Determinação da velocidade de um carrinho de brinquedo


Justificativa:
A atividade proposta traz um experimento muito simples de demonstração, com o
intuito de instigar os alunos a expressarem a relação que representa a velocidade de
um objeto. Entendemos que a expressão da velocidade deve ser introduzida através
de questionamentos aos alunos, de modo que eles façam parte da apresentação
deste conceito.


Objetivos:
         envolver os alunos na atividade;
         levar os alunos a expressarem a relação da velocidade média;
         determinar a velocidade média do carrinho;
         avaliar a participação dos alunos nas atividades.


Material:
         1 carrinho de brinquedo (movido à pilha ou de fricção)
         1 trena
         1 cronômetro


Procedimentos:
     a) organizar os alunos em grupos pequenos;
     b) colocar o carrinho em movimento sobre uma superfície horizontal;
     c) instigar os alunos propondo algumas questões (vide sugestões) ;
         (esse é o momento em que os estudantes levantarão as hipóteses para
         resolver o problema. À medida que as respostas são apresentadas, o
         professor vai conduzindo a discussão para que os alunos elaborem o
         conceito de velocidade);



                                                                                 20
d) no momento oportuno, as equipes começarem os procedimentos para
        determinar a velocidade do carrinho à pilha.




  Fig. 1 – Experimento: determinação da velocidade média de um carrinho de brinquedo.
                               Fonte: RESQUETTI, 2008.



Sugestões de questões que podem ser propostas aos alunos:
    1. De que modo você determinaria a velocidade do carrinho em movimento?
    2. Quais são as grandezas envolvidas na determinação da velocidade do
        objeto?
    3. A) Como você poderia determinar os valores dessas grandezas? B) Cite
        algumas formas de medir essas grandezas.
    4. A) Como representamos essas grandezas na Física? B) E quais são as
        respectivas unidades mais utilizadas?
    5. A partir de suas observações, expresse a relação da velocidade.
    6. A) Quais são as unidades de velocidade mais conhecidas? B) Dê outros
        exemplos de unidades de velocidade que poderíamos utilizar.
    7. A) A unidade de velocidade pode ser expressa em passos/minuto,
        polegadas/segundo ou em palmos/segundo? Justifique. B) Dê outros
        exemplos de unidades de velocidade que não são comuns no dia-a-dia.
    8. Agora temos condições de determinar a velocidade do carrinho à pilha?
        Que unidade de velocidade você gostaria de utilizar?



                                                                                        21
(Neste momento o professor deve orientar os alunos quanto aos
        procedimentos: demarcar o espaço sobre uma superfície plana, colocar o
        carrinho em movimento na posição inicial ao mesmo tempo em que o
        cronômetro é acionado, travar o cronômetro na posição final. Como há erros
        de medidas, é aconselhável repetir o experimento algumas vezes para
        depois fazer a média dos intervalos de tempo. O professor não pode se
        esquecer de envolver os estudantes com questionamentos durante o
        desenvolvimento do experimento).
     9. A) Transforme a unidade de distância em polegadas e a unidade de tempo
        em segundos (caso esteja em minutos).
       B) Você é capaz de medir a distância utilizada no experimento em
       polegadas?
       (Neste caso, o professor deve explicar como se faz a medida em polegadas
       e depois compará-la com a medida obtida através de cálculos).
     10. Calcule o valor da velocidade do carrinho em polegadas/segundo.
     11. A) Observando o movimento do carrinho, o que você pode dizer a respeito
        de sua velocidade: aumentou, diminuiu, manteve-se?
       B) O que você pode dizer sobre as medidas realizadas no experimento:
       foram precisas? C) O que você entende por velocidade média? E constante?
       Como você descreveria uma velocidade variável?
       (O professor tem a oportunidade de introduzir, durante essa discussão, os
       conceitos de velocidade média, constante e variável no decorrer do tempo).
     12. Elabore um relatório descrevendo a atividade, contendo as seguintes
        partes: título, objetivo, material utilizado, procedimento, figura representando
        o experimento (opcional), dados obtidos, resultados (expressos na unidade
        que você escolheu no item 8 e em polegadas/segundo), conclusão e
        equipe.




         Roteiro para o aluno elaborar o relatório do experimento

Apresentamos em seguida um roteiro básico para a elaboração do relatório relativo
ao experimento anterior.


                                                                                     22
TÍTULO

     a) Objetivo: escrever qual é a finalidade do experimento;


     b) Material utilizado: listar todos os materiais utilizados na realização do
        experimento. Materiais como lápis, caneta, calculadora, etc., não são
        relativos ao experimento;


     c) Procedimento: descrever todos os passos do experimento;


     d) Dados obtidos: anotar os valores das medidas e unidades utilizadas na
        realização do experimento;


     e) Determinação da velocidade do carrinho / resultados: calcular a
        velocidade do carrinho nas unidades relativas aos itens 8 e 10 (é preciso
        lembrar que os resultados não serão exatos e deverão ser
        aproximados);


     f) Conclusão: relatar suas observações e conclusões;


     g) Equipe: listar os nome dos alunos participantes.




                              Roteiro 2
   Velocidade escalar média de uma bolinha de gude sobre um plano
                             inclinado


Objetivos:
        determinar a velocidade média de uma bolinha de gude em um plano
       inclinado;

                                                                                    23
analisar a velocidade desenvolvida pelo objeto ao longo do plano.


Material:
        1 canaleta composta por duas lâmpadas fluorescentes iguais e queimadas
        (ou 1 plano de madeira com canaleta central), de comprimento entre 1,0 m
        e 1,20m;
        1 bolinha de gude;
        1 trena;
        1 cronômetro;
        1 apoio para inclinar o plano em relação à horizontal.


Procedimentos:
     a) Coloque as duas lâmpadas fluorescentes lado a lado e unidas nas
        extremidades com fita crepe sobre uma mesa (ou o plano de madeira);
     b) marque dois pontos, um em cada extremidade do plano, correspondendo às
        posições inicial e final;
     c) meça a distância entre os pontos (escolha a medida em centímetros ou em
        metros);
     d) levante um dos extremos do plano e coloque sob ele um apoio, de modo
        que fique inclinado;
     e) meça a altura da posição inicial em relação à superfície da mesa; este valor
        corresponde à altura de inclinação do plano, no procedimento 1;
     f) abandone a bolinha de gude no alto do plano inclinado, no 1º ponto
        demarcado e dispare o cronômetro; observe atentamente o movimento da
        bolinha ao longo do plano;
     g) no instante em que a bolinha passar pelo 2º ponto, o cronômetro deve ser
        travado, deste modo você obtém o intervalo de tempo gasto pela bolinha
        para percorrer a distância demarcada na superfície;
     h) execute este procedimento pelo menos três vezes e depois faça a média
        aritmética dos valores obtidos;
     i) aumente a inclinação do plano em relação à superfície horizontal e meça
        novamente a altura da inclinação; este valor corresponde ao procedimento
        2;


                                                                                 24
j) repita as operações realizadas nos itens f, g e h, relativas ao procedimento
        2.




 Fig. 2 – Experimento: velocidade escalar média de uma bolinha de gude sobre um plano
                           inclinado. Fonte: RESQUETTI, 2008.



Dados obtidos:


      Procedimento 1           Dados           Procedimento 2           Dados
                               obtidos                                  obtidos
     Distância percorrida                    Distância percorrida
          pela bolinha                            pela bolinha
    Altura de inclinação do                 Altura de inclinação do
             plano                                   plano

    Medidas dos intervalos                  Medidas dos intervalos
          de tempo                                de tempo

   Média do intervalo de                     Média do intervalo de
                                                    tempo
   tempo


Cálculo da velocidade escalar média: (Procedimentos 1 e 2)




Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes:
    1. Que grandeza física faz a bolinha se movimentar plano abaixo?


                                                                                    25
2. Há atrito entre a bolinha de gude e a canaleta durante o movimento?
        Justifique.
     3. Compare as duas velocidades: o que você observou? A inclinação do plano
        influiu nos resultados? Por quê?
     4. Com base em suas observações, escreva a conclusão.


Conclusão: (elaborada pela equipe)




                               Roteiro 3
          Velocidade escalar média de uma gota d’água no óleo


Objetivos:
        determinar a velocidade média de uma gota d’água no óleo;
        analisar a velocidade desenvolvida pela gota d’água durante seu
        deslocamento.


Material utilizado:
        óleo de cozinha
        1 proveta
        1 régua
        1 cronômetro
        1 conta-gotas
        1 béquer
        Água


Procedimentos:
     O experimento deve ser realizado pelo menos duas vezes, com gotas d’água
     de tamanhos diferentes. À medida que você desenvolve o experimento, anote
     os dados obtidos na tabela correspondente.




                                                                            26
a) Marque dois pontos na proveta com óleo: um ponto na parte superior,
       correspondente à posição inicial, e um na parte inferior, correspondente à
       posição final (não os marque na beirada da proveta).
    b) Meça, com a régua e em centímetros, a distância entre os pontos.
    c) Coloque óleo no interior da proveta, de modo que o nível fique um pouco
       acima da posição inicial demarcada.
    d) Com um conta-gotas, insira a 1ª gota d’água no óleo.
    e) No instante em que a gota passar pelo ponto inicial, acione o cronômetro.
       Observe atentamente o movimento.
    f) Quando passar pelo ponto final, trave o cronômetro: desse modo, você
       obtém o intervalo de tempo decorrido no experimento.
    g) Repita o experimento, inserindo a 2ª gota d’água de tamanho diferente da
       primeira. Anote os dados na tabela.




      Fig. 3 – Experimento: Velocidade escalar média de uma gota d’água no óleo.
                               Fonte: RESQUETTI, 2008.



Dados obtidos:




                                                                                   27
1ª gota d’água           Valor         2ª gota d’água           Valor

    Distância percorrida pela 1ª           Distância percorrida pela 2ª
            gota d’água                             gota d’água
        Intervalo de tempo                      Intervalo de tempo



Cálculo da velocidade escalar média das duas gotas d´água:




Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes:
    1. Explique por que a gota d’água consegue se movimentar através do óleo.
       (OBS: o professor pode conduzir a discussão envolvendo a questão da
       gravidade, dos líquidos imiscíveis e da densidade).
    2. Qual das duas gotas que você inseriu no óleo é maior, a primeira ou a
       segunda?
    3. Compare os valores da velocidade das gotas: são os mesmos?
    4. Ao observar o movimento das gotas através do óleo, o que você pode dizer
       sobre suas velocidades: são aproximadamente constantes ou são
       visivelmente variáveis?
    5. A) Você acha que o óleo interferiu no movimento das gotas?
        B) Se o movimento ocorresse através do ar, as velocidades obtidas seriam
        diferentes?
        C) Que grandeza física interferiu na velocidade?
        (OBS: o professor deve levantar um debate envolvendo a questão da
        resistência do meio. É um bom momento para conhecer as idéias prévias
        dos estudantes e verificar se são semelhantes àquelas desenvolvidas ao
        longo da evolução histórica da teoria dos movimentos).
    6. Com base em suas observações, elabore a conclusão.


Conclusão: (elaborada pela equipe)




                                                                                  28
2ª Parte: Dinâmica


Justificativa
De acordo com Peduzzi e Peduzzi (1985), as relações entre força e movimento
constituem um dos temas em que maior número de erros conceituais tem sido
detectado em estudantes de qualquer nível de ensino. As pesquisas em ensino de
Física sobre o conceito de força mostram que as concepções alternativas dos
estudantes têm grande similaridade com aquelas desenvolvidas ao longo da história
do conhecimento científico. Contudo, no ensino tradicional desconsideram-se as
concepções que os estudantes constroem no cotidiano e “o panorama do ensino de
ciências e de física permanece inalterado, cumprindo o papel dogmatizador e
‘desmemoriado’, no sentido de uma absoluta falta de historicidade” (DANHONI
NEVES e SAVI, 2005, p. 186).


É fundamental que o professor identifique as idéias prévias dos estudantes em
relação aos conceitos de aceleração, força e velocidade, para que ele possa
direcionar sua ação pedagógica. Para isso, os jovens devem ser envolvidos num
amplo debate sobre esse tema, pois assim o professor terá condições de planejar as
estratégias de ensino em Dinâmica.


Entendemos que o desenvolvimento de atividades experimentais envolvendo a
Dinâmica é um excelente recurso para o professor realizar a transposição didática
das relações entre força e movimento. Os experimentos de demonstração sugeridos
em seguida referem-se aos princípios da Dinâmica. São apresentados quatro
roteiros com algumas questões que podem ser propostas aos estudantes.
Reforçamos que o professor deve desempenhar o papel de mediador, de forma a
conduzir o debate entre os alunos pela argumentação e proposição de questões a
respeito do tema.




                                Roteiro 4
              Inércia: Experimento com um puck de madeira

                                                                               29
Objetivo:
          Discutir o Princípio da Inércia.


Material:
          1 puck de madeira lisa com 8 cm a 10 cm de diâmetro e furo central de 1,5
          cm;
          1 rolha de borracha com furo, de modo que possa ser encaixada no furo do
          puck;
          1 bexiga.


Procedimentos (1):
     a)   Coloque a rolha de borracha no furo central do puck, de modo que fique
          bem apertada, deixando um espaço de aproximadamente 2 mm para
          chegar no fundo do furo.
     b)   Coloque o puck no extremo de uma mesa bem nivelada e lisa e dê um leve
          empurrão. Observe o movimento.




     Fig. 4 – Inércia: experimento com um puck de madeira (1). Fonte: RESQUETTI, 2008.




Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes:
          1. O que causou o movimento do puck?
          2. Depois que o puck foi lançado (após o professor largá-lo), continua agindo
             a força motora aplicada inicialmente?

                                                                                    30
3. Por que o puck parou de se movimentar?


Procedimentos (2):
    a) Encha de ar a bexiga, torça o bico (para que o ar não escape) e encaixe-o
       na rolha de borracha do puck.
    b) Coloque o puck no extremo da mesa.
    c) Desenrole o bico da bexiga, de modo a permitir a saída do ar e dê um leve
       empurrão no puck. Observe, junto com os alunos, o movimento do objeto.




     Fig. 5 – Inércia: experimento com um puck de madeira (2). Fonte: RESQUETTI, 2008.




Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes:
       4. O puck se movimentou do mesmo modo que no primeiro caso?
       5. Por que o puck se movimentou mais facilmente sobre a mesa, uma vez
           que as forças aplicadas foram semelhantes?
       6. O que você observou no movimento do objeto? (OBS: conduzir o debate
           questionando sobre a velocidade e a trajetória do puck).
       7. Se não existisse atrito entre o objeto e a mesa, como seria o movimento
           do objeto (velocidade e trajetória)?
       8. Então, que princípio da Dinâmica está relacionado a este experimento?

                                                                                    31
Roteiro 5
 Inércia: Experimento com uma folha de sulfite, um copo e uma moeda


Objetivo:
         Discutir o Princípio da Inércia.


Material:
         1 copo de vidro;
         1 moeda;
         1 folha de sulfite.


     Procedimentos (1): Experimento com uma folha de sulfite e um copo
     a) Coloque o sulfite na beirada da mesa e, sobre ele, o copo de boca para
        baixo, de modo que este fique posicionado no centro da folha.
     b) Puxe rapidamente o sulfite (o copo não cai).




Fig. 6 - Inércia: experimento com uma folha de sulfite e um copo. Fonte: RESQUETTI, 2008.


Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes:
     1. A força aplicada atuou somente na folha de sulfite ou também no copo?
     2. Por que o copo não caiu, isto é, por que ele não se deslocou junto com o
        papel, uma vez que se encontrava sobre ele?


                                                                                      32
3. Que princípio da Dinâmica atua neste caso?
    4. Se o copo fosse um objeto muito leve, de material descartável, por
       exemplo, o que você acha que aconteceria? Por quê?
    5. A massa de um corpo tem relação com a sua inércia?


   Procedimentos (2): Experimento com uma folha de sulfite e uma moeda
    a) Agora coloque o copo sobre a mesa, com a boca virada para cima.
    b) Coloque sobre ele o sulfite e, sobre o sulfite, a moeda, de modo que ela
       fique posicionada no centro em relação à boca do copo.
    c) Puxe rapidamente o sulfite (a moeda cairá dentro do copo).




         Fig. 7 – Inércia: experimento com uma folha de sulfite e uma moeda.
                               Fonte: RESQUETTI, 2008.



Sugestões de questões que podem ser propostas aos alunos:
    6. A força aplicada atuou somente no sulfite ou atuou também na moeda?
    7. Por que a moeda caiu dentro do copo, ou seja, por que ela não se deslocou
       junto com o sulfite?
    8. Que princípio da Dinâmica atua neste caso?
    9. Se no lugar da moeda fosse colocado um objeto com massa relativamente
       pequena, como um pedaço de papel, por exemplo, o efeito seria o mesmo?
       Justifique.


                                                                               33
Roteiro 6
        Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção


Objetivos:
        Discutir o Princípio da Ação e Reação.
        Analisar o Princípio Fundamental da Dinâmica.


Material:
        1 carrinho de fricção;
        1 placa de isopor de 1,5 cm de espessura, 40 cm de comprimento e 30 cm
        de largura, aproximadamente;
        6 lápis.


Procedimentos:
     a) Coloque a placa de isopor sobre uma mesa, com o comprimento voltado
        para os estudantes.
     b) Marque na mesa um ponto de referência relativo a uma das extremidades
        do isopor, de modo que todos o vejam.
     c) Friccione o carrinho na mesa, segure as rodinhas de trás e coloque-o sobre
        uma das extremidades do isopor. Libere as rodinhas.
     d) Observe, junto com os alunos, se há movimento do isopor (deve ocorrer um
        pequeno deslocamento, no sentido oposto ao do carrinho). Repita este
        procedimento.




 Fig. 8 - Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção (1). Fonte: RESQUETTI,
                                        2008.
                                                                                     34
e) Agora, coloque os lápis sob o isopor, distanciados entre si e arrumados
       paralelamente um ao outro.
    f) Repita as operações b, c e d.




         Fig. 9 - Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção (2).
                             Fonte: RESQUETTI, 2008.



Sugestões de questões que podem ser propostas aos alunos:
    1. Quando o carrinho foi liberado sobre o isopor, inicialmente sem os lápis e
       depois com os lápis, o que você observou quanto à direção do movimento
       do carrinho e da placa de isopor?
    2. Podemos relacionar o efeito observado com algum princípio da Dinâmica?
       Justifique.
    3. Comparando os dois procedimentos, sem os lápis e com os lápis, houve
       diferença no deslocamento da placa de isopor?
    4. No primeiro caso, por que o isopor se movimentou só um pouco, ou seja, há
       algo que interferiu em seu movimento? Justifique.
    5. No experimento com os lápis, observamos que os efeitos produzidos foram
       bem mais evidentes do que no primeiro caso. Então, qual a função dos lápis
       neste experimento?
    6. As forças do par ação-reação atuam em um mesmo corpo ou em corpos
       distintos?


                                                                               35
7. Sabemos que as forças de ação e reação têm a mesma intensidade. Neste
        caso:
        A) Os efeitos produzidos por estas forças devem ser os mesmos?
        B) A massa dos objetos interfere em seus movimentos?
        C) O que você pode dizer a respeito das acelerações adquiridas por objetos
        com massas diferentes e submetidos a forças de mesma intensidade?
     8. No experimento com os lápis, em que o atrito entre a placa de isopor e a
        mesa foi menor do que no primeiro caso, o que você pode dizer a respeito
        das acelerações adquiridas pelo carrinho e pelo isopor? E das velocidades?




                             Roteiro 7
       Ação e Reação: provocando uma explosão com sal de fruta

Objetivo:
        Discutir o Princípio da Ação e Reação.


Material:
        1 caminhãozinho de brinquedo;
        1   tubo   com   tampa    que   possa    ser adaptado   na   carroceria   do
        caminhãozinho;
        1 pacotinho de sal de fruta (5 g);
        1 tubinho com uma extremidade aberta (pode ser um conta-gotas);
        água;
        fita adesiva.


Procedimentos:
     a) Adapte o tubo na carroceria do caminhãozinho, prendendo com a fita
        adesiva. A tampa deve ficar voltada para trás.
     b) Coloque o sal de fruta no conta-gotas.
     c) Adicione água no tubo do carrinho, de modo que o nível fique com altura
        um pouco menor do que a do conta-gotas.
     d) Introduza, cuidadosamente, o conta-gotas com o sal de fruta no interior do
        tubo com água do carrinho. Tampe bem.

                                                                                  36
e) Chacoalhe o caminhãozinho com rapidez, segurando fortemente nas
         extremidades. (Explique aos alunos que ocorre uma reação química da
         água com o sal de fruta, produzindo um gás agitado no interior do tubo).
    f)    Em seguida, coloque o carrinho sobre a mesa. Observe (a tampa será
         arremessada para um lado e o caminhãozinho se movimentará para o lado
         oposto. O conta-gotas e a água cairão no local onde o carrinho estava
         posicionado inicialmente).




  Fig. 10 – Experimento : Ação e Reação - provocando uma explosão com sal de fruta.
                               Fonte: RESQUETII, 2008.



Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes:
    1. O que aconteceu no interior do tubo para causar o efeito que observamos?
    2. Que princípio da Dinâmica está relacionado a este fato?
    3. Quem exerceu a ação e onde foi aplicada? E a reação?
    4. Os deslocamentos da tampa e do carrinho foram semelhantes?
    5. O que você pode dizer a respeito das acelerações adquiridas pelos
         objetos? E das velocidades?
    6. Houve atrito entre as superfícies?
    7. Por que o conta-gotas e a água caíram no local onde o carrinho estava
         posicionado inicialmente? Podemos explicar este fato com base em um dos
         princípios da Dinâmica?


                                                                                      37
III
                II:               Mídias-
     ATIVIDADE III: Utilização De Mídias-
             Suporte Para O Ensino De Física


Justificativa
Esta atividade foi elaborada para ser realizada no laboratório de Informática. O
intuito é conhecer e analisar tecnologias diferenciadas para o ensino de Física, como
softwares ou as mídias-suporte disponibilizadas na Rede Mundial de Computadores
(Internet), como o YouTube, os recursos audiovisuais do portal da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná (SEED), do Ministério da Educação (MEC), da
Sociedade Brasileira de Física (SBF) e de universidade brasileiras. Através do
computador, o professor pode explorar ferramentas de ensino como imagens,
vídeos, animações e simulações de experiências envolvendo a Mecânica.


Não obstante, alguns pontos devem ser considerados quanto ao uso de simulações
como recurso de aprendizagem. Os experimentos virtuais raramente levam em conta
atritos ou vibrações. Há simulações que apresentam erros conceituais ou analogias
que não são claras para o aluno (SAAVEDRA, 2008). Assim, é importante que o
professor faça intervenções pedagógicas durante a apresentação de tais recursos.




           III.1 – Endereços eletrônicos de mídias-suporte

Listamos, em seguida, alguns endereços eletrônicos que podem ser consultados e
explorados pelo professor.




                                                                                   38
Laboratório Didático Visual da USP
<http://www.labvirt.fe.usp.br/indice.asp>
Entrar em: Simulações.

Laboratório Virtual da USP:
<http://www.ideiasnacaixa.com/laboratoriovirtual/>
Clicar no conteúdo desejado, na coluna do lado esquerdo.

Portal do Professor do Ministério da Educação (MEC):
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
Entrar em: Recursos Educacionais e, depois, em áudio, vídeo, imagem,
experimento, mapa ou animação/simulação.
Portal da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/educadores>
Entrar em: Banco de Imagens, Domínio Público, Simuladores e Animações,
ou Vídeos.
Portal SBF de Ensino e Divulgação da Física: Píon - Material
instrucional de apoio da da Sociedade Brasileira de Física – SBF.
<www.pion.sbfisica.org.br>
Entrar em multimídia: Imagens, Charges, Vídeos, Simulações ou Áudio.
Site PET-Física: Programa de Educação Tutorial do Departamento de
Física da Universidade Estadual de Maringá - UEM.
<http://www.pet.dfi.uem.br>
Entrar em : Animações
Site do Ministério da Educação (MEC)
<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/>
Entrar em: Ensino Médio / Física (indicar como visualizar os recursos: por
títulos, autores, assunto ou por datas).
Site da Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED): Projeto do
Ministério da Educação (MEC) para Educação à Distância (EaD)
<http://www.rived.mec.gov.br/>
Entrar em: Pesquisar objetos de aprendizagem (escolher o nível de ensino e
a área de conhecimento e, depois, clicar em pesquisar).

                                                                             39
Site da Universidade da Pensilvânia (EUA)
     <http://phys23p.sl.psu.edu/phys_anim/mech/indexer_mech.html>
     Entrar em: Categories (Categorias).

     Site da Universidade do Colorado (EUA)
     <http://phet.colorado.edu/simulations/index.php?cat=Top_Simulations>
     Entrar em: Simulations (Simulações).

     Site da Universidade de Stanford (EUA)
     Pesquisar animações em: <http://einstein.stanford.edu/Media/>
     Pesquisar imagens em: <http://einstein.stanford.edu/gallery/>

     Site do YouTube
     <http://www.youtube.com.br/videos>
     Pesquisa de vídeos: digitar o conteúdo desejado e clicar em pesquisar.




Sugestões para leitura
Como referências para leitura, indicamos os seguintes artigos:


  Ferramentas audiovisuais como instrumento no ensino de física.
  SARTORI, A. F.; RAMOS, E. M. de F. Rio Claro: 200-. Disponível em:
  <http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/t0263-2.pdf>.
  Acesso em: 18 ago. 2008.


  Física no computador: o computador como uma ferramenta no ensino e na
  aprendizagem das ciências físicas.
  FIOLHAIS, C.; TRINDADE, J. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 3,
  p.257-258, set. 2003. Disponível em:
  <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-47442003000300002&script=sci _
  arttext>. Acesso em: 19 ago. 2008.




                                                                                    40
Produção de filmes didáticos de curta-metragem e CD-ROMs para o Ensino
     de Física.
     ROHLING, J. H. et al. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De
     experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo
     alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 265-281. Disponível em:
     <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-47442002000200013&script=sci_
     arttext>. Acesso em: 28 set. 2008.




      ATIVIDADE IV: Análise Crítica De Vídeos-
                IV:                    Vídeos-
                                           Suporte


Justificativa
O objetivo desta atividade é dar uma visão mais ampla quanto ao uso do vídeo em
sala de aula, de modo que o professor explore todo o potencial desta metodologia
de ensino. Através do vídeo o professor, atuando como mediador, tem condições de
promover um debate em torno de um tema, de conduzir seus alunos a perceberem
elementos da Física em filmes cinematográficos, de apresentar simulações de
experiências, de relacionar a Física com a tecnologia e o cotidiano, entre outros. A
idéia é refletir sobre as diversas formas de utilização e as dinâmicas de análise
desta metodologia de ensino.


Analisar recortes de filmes em sala de aula é uma atividade motivadora para os
alunos. Temos, por exemplo, cenas interessantes que envolvem a Mecânica no filme
O Homem-Aranha (cf. o artigo sugerido a seguir) e no Titanic (o professor pode
explorar o Princípio da Inércia nos minutos que antecedem a colisão do navio com o
iceberg1). Nos vídeos que abordam o uso do cinto de segurança, há diversas cenas


1
    Há algumas cenas na casa de máquinas para o ensino de Termodinâmica.

                                                                                   41
em que os princípios da Dinâmica podem ser explorados (esses vídeos podem ser
acessados no YouTube).




Sugestões para leitura
Para a aplicação desta atividade em sala de aula, sugerimos a leitura dos seguintes
artigos:

  Aprendendo Física com o Homem-Aranha: utilizando cenas do filme para
  discutir conceitos de Física no Ensino Médio.
  OLIVEIRA, L. D. A física na escola, v. 7, n. 2, out. 2006. Disponível em:
  <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008.


  O vídeo na sala de aula.
  MORAN, J. M. Revista Comunicação & Educação, São Paulo, Ed. Moderna, [2]:
  p. 27-35, jan./abr. 1995. Disponível em:
  <http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm>. Acesso em: 25 ago. 2008.




            V: Mecânica
  ATIVIDADE V: A Mecânica Em Obras De
                     Arte E Obras Literárias

O ensino de Física deve estar inserido em um processo histórico e social, de forma
que o conhecimento científico e tecnológico seja compreendido como resultado de
uma construção humana. Sua presença é identificada em diversos âmbitos e
setores, como, por exemplo, nas manifestações artísticas ou literárias, peças de
teatro, letras de músicas, etc. “Este ensinar física deve levar ainda à compreensão
das formas pelas quais a física e a tecnologia influenciam nossa interpretação do


                                                                                42
mundo atual, condicionando formas de pensar e interagir” (COSTA et al., p. 23,
2007).


Os desenhos de Leonardo Da Vinci (figura 11) representam não só o movimento
verticoso e o mecanismo das ondas, mas também o perfeito conhecimento do artista
sobre a interação de forças. Leonardo observou que as ondas formadas na água
transmitem o movimento, porém não deslocam a matéria, e que as correntes fluviais
são mais velozes na superfície (ZIMAN, 1981).




         Fig. 11 – Mecanismo da água. Desenho de Leonardo Da Vinci, 1508 – 1509.
    Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Drawings>.
<http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Studies_of_Water_passing_Obstacles_and_fallin
                               g.jpg>. Acesso em: 10 dez 2008.
                       Fonte: Banco de Dados Wikimedia Commons,
                      <http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page>



     A obra Os Embaixadores (The Ambassadors), de Hans Holbein, 1533, é
repleta de objetos modernos para a época. Sobre o móvel do centro repousam os
instrumentos de medição astronômico e marítimo, como o globo terrestre e o
quadrante, em referência à circunavegação e às grandes descobertas de novos
continentes. Na parte inferior do móvel encontram-se objetos relativos às atividades
terrenas do ambiente culto burguês, como o alaúde, instrumentos musicais, um livro

                                                                                    43
de aritmética e outro globo. Os dois homens são embaixadores: o da esquerda é
Jean de Dinteville, da França, retratado aos 29 anos de idade; o da direita é
Georges de Selve, da Inglaterra, um erudito recém-consagrado bispo católico aos 25
anos de idade. No canto superior esquerdo é possível ver um pequeno crucifixo de
prata cristão parcialmente encoberto pela suntuosa cortina, talvez representando as
relações estremecidas entre a Inglaterra e a França ou às turbulências causadas
pela Reforma Protestante.

A forma meticulosa e a quantidade de objetos colocados na obra demarcam o status
social daqueles homens. Apesar da juventude dos embaixadores, a imagem é
enigmática em virtude de uma figura estranha colocada logo abaixo. É possível
identificar tal objeto, de forma alongada, através de uma visão periférica, olhando-o
obliquamente. Daí percebe-se que a figura é uma caveira humana distorcida que,
em meio aos dois promissores jovens, faz um alerta à finitude da vida. O efeito foi
obtido por Holbein com o uso de lentes e espelhos, procedimento técnico utilizado
em sua época (SITE DE APOIO AO EDUCADOR).




      Fig. 12 - Os Embaixadores (The Ambassadors). Obra de Hans Holbein, 1533.
 Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Hans_Holbein_d._J._028.jpg>.
                                 Acesso em: 9 dez. 2008
                       Fonte: Banco de Dados Wikimedia Commons,
              <http://commons.wikimedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal>

                                                                                    44
Um dos fenômenos culturais típicos do século XVIII foi a proliferação das sociedades
filosóficas, científicas e literárias pelas cidades do interior da Inglaterra. O objetivo
principal foi a promoção da Filosofia, das Ciências e das Artes nas diversas regiões.
Entre as sociedades mais importantes figurava a Lunar Society (Sociedade Lunar),
fundada em Birmingham, região da metalurgia e da indústria pesada, por volta de
1765. Os encontros realizavam-se na casa de um dos membros, em geral às
segundas-feiras, nas noites de lua cheia (daí a origem do nome da sociedade),
quando era mais fácil encontrar o caminho de ida e de volta. Faziam parte da
Sociedade Lunar, entre outros, o inventor James Watt, o médico, poeta e naturalista
Erasmus Darwin (avô de Charles Darwin) e o pintor Joseph Wright, que pintou em
telas reuniões da sociedade (SOARES, 200_).




                      Mais do que qualquer outro único grupo, a Sociedade Lunar de
                      Birmingham representou as forças de mudança da Inglaterra do final
                      do século XVIII, porque a Sociedade Lunar era um brilhante
                      microcosmo daquela comunidade dispersa de manufatureiros
                      provinciais e homens profissionais que encontraram a Inglaterra
                      como uma sociedade rural, com uma economia agrícola, e a
                      deixaram urbana e industrial. Uma improvável e ‘revolucionária’
                      sociedade, nunca antes alcançada. Foi um pequeno grupo, formado
                      através dos anos de apenas quatorze membros (...) Eles não eram
                      aquela espécie de homens de guarnecer as barricadas ou fazer
                      discursos inflamados em tribunas políticas. A revolução que eles
                      forjaram foi mais insidiosa - e mais permanente - do que aquela
                      criada por seus pares franceses, porque estes homens foram os
                      precursores da Revolução Industrial (SCHOFIELD apud SOARES,
                      200_)



O quadro Um Filósofo dando uma palestra sobre o planetário (A Philoshopher Giving
a Lecture on the Orrery), de Joseph Wright, 1766, mostra um planetário mecânico
movido por engrenagens de relógio, com os planetas em movimento em torno do
sol, este ali representado por uma luz no centro. A obra ilustra o cientista (filósofo)
rodeado por pessoas curiosas e de diferentes idades, provavelmente familiares dos
membros da Sociedade Lunar.




                                                                                      45
Fig. 13 - Um Filósofo dando uma palestra sobre o planetário (A Philoshopher Giving a
    Lecture on the Orrery). Obra de Joseph Wright, 1766. Museum and Art Gallery, Derby, UK.
    Disponível em: <http://farm3.static.flickr.com/2003/2419168400_3871b1c662.jpg>. Acesso
                                            em: 9 dez 2008.
                       Fonte: Flickr – Site de fotos, <http://www.flickr.com>.




O afresco de Giuseppe Bezzuoli, de 1841, tenta reconstituir uma experiência
atribuída a Galileu, realizada com o plano inclinado2. Nos dois extremos estão
homens rancorosos: à direita está o Príncipe Giovanni de Médici (Galileu
demonstrou a inutilidade de uma draga projetada pelo nobre) e à esquerda estão os
adversários científicos de Galileu. Estes se encontram debruçados sobre um livro de
Aristóteles, onde estaria escrito – preto no branco - que corpos de pesos diferentes
deveriam cair com velocidades diferentes. Galileu é o homem mais alto do quadro,
posicionado logo à esquerda do centro, e está rodeado de vários alunos e discípulos
(PROJECTO FÍSICA, 1978).


2
  Na página da internet, <http://www.internetculturale.it/genera.jsp?id=843>, encontra-se uma
explicação detalhada desta obra (clicando em Approfondimento: Caduta dei gravi, é possível ver a
imagem com animações).

                                                                                             46
Fig. 14 - Experimento do plano inclinado de
     Galileu (Galileo's inclined plane experiment). Obra de Giuseppe Bezzuoli, 1841.
Disponível em: <http://einstein.stanford.edu/Library/images/Galileo-incline-expt.jpg>. Acesso
                    em: 9 dez. 2008. Fonte: Site da Stanford University.
               <http://einstein.stanford.edu/SPACETIME/spacetime3.html>



Na obra de Vincent Van Gogh, A Noite Estrelada (figura 15), a sensação de que
todos os fenômenos naturais estão interligados a uma escala cósmica é partilhada
tanto por cientistas como por artistas (PROJECTO FÍSICA, 1978). Esse quadro do
pintor holandês exibe um vertiginoso dinamismo. Van Gogh submergiu as estrelas
num redemoinho de intensa luz. A lua, num imperfeito quarto minguante, parece
emitir ondas pela tela e a silhueta dos ciprestes dá a sensação de eterno
movimento. Por meio das espirais de luz no centro, o artista constrói uma
representação estilizada da Via Láctea (COLEÇÃO FOLHA GRANDES MESTRES
DA PINTURA, 2007).




                                                                                          47
Fig. 15 - A Noite Estrelada (The Starry Night). Óleo sobre tela de Vincent Van Gogh, 1889.
    Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/su000003.jpg>.
                                  Acesso em: 9 dez. 2008.
      Fonte: Portal Domínio Público – Biblioteca digital desenvolvida em software livre.
            <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp>.



Maurits Cornelis Escher criou um mundo fascinante em suas xilografias e litografias,
utilizando a ilusão de óptica com incrível qualidade técnica e estética. Na litografia
intitulada Queda d´água (Waterfall), figura 16, Escher mostra a água subindo ao
longo de um canal em zigue-zague, uma impossibilidade gravitacional. Depois de
despencar sobre a roda de um moinho, a água volta para o ponto de origem e,
novamente, cai sobre a roda d’ água em um movimento perpétuo e impossível
(WIKIPEDIA).




                                                                                         48
Fig. 16 – Queda d’água (Waterfall). Litografia de Maurits Cornelis Escher, 1961.
   Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/M._C._Escher>. Acesso em: 10 dez 2008.
                        Fonte: Wikipedia – The Free Encyclopedia.



O Poema para Galileu (cf. Anexo), de Antônio Gedeão, é um bom exemplo da
congruência da Literatura com a Ciência. Apresenta uma síntese da vida e dos
principais trabalhos de Galileu Galilei. É indicado para a utilização como material
instrucional e para o ensino de História da Ciência, além de motivar o debate entre
os jovens. Possibilita ainda o trabalho interdisciplinar com a Literatura, a História e a
Geografia (BARBOSA-LIMA et al., 2008).


Apresentar a Física através do teatro e da dança é uma outra estratégia para o
ensino do caráter conceitual e histórico da Ciência. O artigo Uma viagem pela física
e astronomia através do teatro e da dança apresenta um projeto muito interessante
desenvolvido com alunos do Ensino Fundamental. O trabalho mostrou que é
possível unir Arte e Ciência em busca de uma educação dinâmica e transformadora
(CARVALHO, 2006).


                                                                                         49
Sugestões de leitura
Para o desenvolvimento e complementação desta atividade em sala de aula,
sugerimos as seguintes leituras:


  A matemática e a Mona Lisa: a confluência da arte com a ciência.
  ATALAY, B. São Paulo: Ed. Mercuryo, 2007. Tradução de Mário Vilela.


  Da Terra, da Lua e além.
  DANHONI NEVES, M. C.; et al. (Orgs.). Maringá: Ed. Massoni, 2007, 1. ed.


  Ciência e Arte: Vermeer, Huygens e Leeuwenhoek
  A Física na Escola, v. 8, n. 2, p. 22-30, 2007. Disponível em:
  < http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol8/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008.


  Entrevista com Kepler: do seu nascimento à descoberta das duas primeiras
  leis.
  MEDEIROS, A. A Física na Escola, v. 3, n. 2, p. 22-33, 2002. Disponível em:
  <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol3/Num2/>. Acesso em: 20 jul. 2008.


  Entrevista com Kepler: a descoberta da terceira lei do movimento planetário.
  MEDEIROS, A. A Física na Escola, v. 4, n. 1, p. 22-33, 2003. Disponível em:
  <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol4/Num1/>. Acesso em: 08 set. 2008.


  Salvador Dali e a Mecânica Quântica.
  COSTA, R. R. D. da; NASCIMENTO, R. S. do; GERMANO, M. G. A Física na
  Escola, v. 8, n. 2, p. 23-26, 2007. Disponível em:
  <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol8/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008.


  Uma viagem pela física e astronomia através do teatro e da dança.
  CARVALHO, S. H. M. de. A Física na Escola, v. 7, n. 1, p. 11-16, maio 2006.
  Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num1/>. Acesso em: 15 set.
  2006.



                                                                                50
Um Poema para Galileu
  GEDEÃO, A. A Física na Escola, v. 3, n. 2, p. 9-10, 2002. Disponível em:
  <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol3/Num2/>. Acesso em 13 nov. 2008.




                          Considerações Finais

Esperamos que o presente trabalho tenha trazido contribuições significativas para a
prática pedagógica do professor de Física do Ensino Médio. A introdução de novas
propostas de ensino, indiscutivelmente, exige práticas docentes que não são usuais
em sala de aula. Motivar o estudante quanto à aprendizagem de Física é desafiador,
mas é possível. Sim, é possível apresentar a Física ao jovem como uma ciência
belíssima e rica em significado.




Referências

ALMEIDA, M. J. P. M. de. Prescrições e recomendações ao professor na solução de
problemas do ensino na educação em ciências. In: Ciência & Ensino, v. 1, n. 1, p.
47-51, dez. 2006. Disponível em:
<www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeensino/article/viewPDFInterstitial/97/97>
Acesso em: 15 maio 2008.

ARGÜELLO, C. A. A educação potencializadora em Ciências. In: DANHONI NEVES,
M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de
física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005, p. 17-22.

BARBOSA-LIMA, M. da C. et al. Espelhos de duas faces. In: ENCONTRO DE
PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 11., 2008, Curitiba. Anais...Curitiba: XI EPEF,
2008. p. 48.

BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

CACHAPUZ, A. F. (Org.). Formação de professores de ciências: perspectivas de
ensino. 1ª ed. Porto: Centro de Estudos de Educação em Ciência (CEEC), 2000.


                                                                                51
CARVALHO, A. M. P. et al. Termodinâmica: um ensino por ação. São Paulo:
FE/USP, 1999.

CARVALHO, A. M. P.; VANNUCCHI, A. O currículo de física: inovações e tendências
nos anos noventa, 1995. Disponível em:
<http://www.if.ufrs.br/public/ensino/N1/1artigo.htm>. Acesso em 27 jul. 2005.

CARVALHO, S. H. M. de. Uma viagem pela física e astronomia através do teatro e
da dança. A Física na Escola, v. 7, n. 1, p. 11-16, maio 2006.

COLEÇÃO Folha Grandes Mestres da Pintura. Vincent Van Gogh. São Paulo:
Editorial Sol 90, 2007, v. 1.

COSTA, R. R. D. da; NASCIMENTO, R. S. do; GERMANO, M. G. Salvador Dali e a
Mecânica Quântica. A Física na Escola, v. 8, n. 2, p. 23-26, 2007. Disponível em:
<http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol8/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008.

DANHONI NEVES, M. C. A história da ciência no ensino de física. Revista Ciência e
Educação, 1998, 5(1), p. 73-81.

DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A. A sobrevivência do alternativo: uma pequena
digressão sobre mudanças conceituais que não ocorrem no ensino de Física. In:
DANHONI NEVES (Org.) et al. De experimentos, paradigmas e diversidades no
ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Massoni, 2005.

FIOLHAIS, C.; TRINDADE, J. Física no computador: o computador como uma
ferramenta no ensino e na aprendizagem das ciências físicas. Revista Brasileira de
Ensino de Física, v. 25, n. 3, p.257-258, set. 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-7442003000300002&script=sci_arttext>.
Acesso em: 19 ago. 2008.

IWASSO, S. Ensino distante da realidade desmotiva jovem. O Estado de São Paulo,
8 jun. 2008. Caderno Vida &, p. A26.

KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Rio de Janeiro: Ed.
Forense-Universitária, 1982.

MEGID NETO, J.; PACHECO, D. Pesquisas sobre o ensino de física no nível médio
no Brasil: concepção e tratamento de problemas em teses e dissertações. In:
NARDI, R. (Org.). Pesquisas em ensino de física. 2. ed. rev. São Paulo: Escrituras,
2001.

MORAN, J. M. O vídeo na sala de aula. Revista Comunicação & Educação, São
Paulo, Ed. Moderna, [2]: p. 27-35, jan./abr. 1995.
Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm. Acesso em: 25 ago.
2008.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Física para a Educação Básica. Curitiba:
Secretaria de Estado da Educação - SEED, 2006.


                                                                                52
PAZ et al. Projeto de Ensino: atividades experimentais de Física. Florianópolis: 1999.
Disponível em:
http://www.ca.ufsc.br/fsc/projeto/Projeto%20de%20Ensino.htm#_Toc465450628.
Acesso em: 29 jun. 2008.

PEDUZZI, L. O. Q.; PEDUZZI, S. S. Força no movimento de projéteis. Caderno
Catarinense de Ensino de Física, v. 2, n. 3, p. 114-127, dez. 1985. Disponível em:
<http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/02-3/artpdf/02-3.pdf>. Acesso em: 15 set. 2008.

PHILIPPSEN, G. S. Concepções alternativas físicas intocáveis: controvérsias do
éter. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas
e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed.
Massoni, 2005. p. 227-233.

PROJECTO FÍSICA. Conceitos de movimento. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1978.

RESQUETTI, S. O. Como se movem os projéteis nos livros didáticos de física e no
vestibular? Inquirindo o Galileu sintético de hoje. Dissertação (Mestrado em
Educação para a Ciência e o Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de
Maringá, Maringá, 2007.

REZENDE, F.; OSTERMANN, F. A prática do professor e a pesquisa em ensino de
Física: novos elementos para repensar essa relação. Caderno Brasileiro de Ensino
de Física, v. 22, n. 3, p. 316-337, dez. 2005. Disponível em:
www.fsc.ufsc.br/cbef/port/22-3/artpdf/a2.pdf. Acesso em: 07 jun. 2006.

ROHLING, J. H. et al. Produção de filmes didáticos de curta-metragem e CD-Roms
para o Ensino de Física. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De
experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo
alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 265-281.

ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino
médio. In: Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciências, v. 4, n. 1, 2005.

SAAVEDRA, N. Utilização de Simulações e Recursos de Internet no Ensino de
Física Moderna. Departamento Acadêmico de Física da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Curitiba, 2008.

SARTORI, A. F.; RAMOS, E. M. de F. Ferramentas audiovisuais como instrumento
no ensino de física. Rio Claro: 200-. Disponível em:
www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/t0263-2.pdf. Acesso em: 18
ago. 2008.

SILVA, A. M. T. B. da. Representações sociais: uma contraproposta ao estudo das
concepções alternativas no ensino de física. 1998. 121 p. Tese (Doutorado em
Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998.




                                                                                     53
SITE de Apoio ao Educador. Os Embaixadores. Disponível em:
<http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/holbein_embaixadores.htm>. Acesso
em: 10 dez. 2008.

SOARES, L. C. Ciência Aplicada e Ilustração: Duas Sociedades Científicas Inglesas
na Segunda Metade do Século XVIII, 200_. Disponível em:
<http://www.rj.anpuh.org/Anais/2004/Simposios%20Tematicos/Luiz%20Carlos%20S
oares.doc>. Acesso em: 13 nov. 2008.

WIKIPEDIA – The Free Encyclopedia. M. C. Escher. Disponível                    em:
<http://en.wikipedia.org/wiki/M._C._Escher>. Acesso em: 10 dez 2008.

ZIMAN, J. A força do conhecimento. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1981.

ZYLBERSTAJN, A. A evolução das concepções sobre força e movimento.
Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina, [19--].
Disponível em: <http://www.server.fsc.ufsc.br/.../textos>. Acesso em: 03 nov. 2006.




Referências das imagens

Figura 1: RESQUETTI, S. O. Experimento: determinação da velocidade média de um
carrinho de brinquedo, 2008.

Figura 2: RESQUETTI, S. O. Experimento: velocidade escalar média de uma bolinha
de gude sobre um plano inclinado, 2008.

Figura 3: RESQUETTI, S. O. Experimento: Velocidade escalar média de uma gota
d’água no óleo, 2008.

Figura 4: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com um puck de madeira (1),
2008.

Figura 5: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com um puck de madeira (2),
2008.

Figura 6: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com uma folha de sulfite e um
copo, 2008.

Figura 7: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com uma folha de sulfite e uma
moeda, 2008.

Figura 8: RESQUETTI, S. O. Ação e Reação: Experimento com um carrinho de
fricção (1), 2008.

Figura 9: RESQUETTI, S. O. Ação e Reação: Experimento com um carrinho de
fricção (2), 2008.

                                                                                54
Figura 10: RESQUETTI, S. O. Experimento: Ação e Reação - provocando uma
explosão com sal de fruta, 2008.

Figura 11: BANCO DE DADOS WIKIMEDIA COMMONS. Studies of water passing
obstacles and falling. Disponível em:
<http://commons.wikimedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Drawings> e
<http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Studies_of_Water_passing_Obstacles_an
d_falling.jpg>. Acesso em: 10 dez 2008.

Figura 12: BANCO DE DADOS WIKIMEDIA COMMONS. The Ambassadors.
Disponível em:
<http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Hans_Holbein_d._J._028.jpg>. Acesso
em: 9 dez. 2008.

Figura 13: FLICKR: SITE DE FOTOS. A Philoshopher Giving a Lecture on the
Orrery). Disponível em:
<http://farm3.static.flickr.com/2003/2419168400_3871b1c662.jpg>. Acesso em: 9
dez 2008.

Figura 14: STANFORD UNIVERSITY. Galileo's inclined plane experiment. Disponível
em: <http://einstein.stanford.edu/Library/images/Galileo-incline-expt.jpg>. Acesso
em: 9 dez. 2008.

Figura 15: PORTAL DOMÍNIO PÚBLICO – BIBLIOTECA DIGITAL DESENVOLVIDA
EM SOFTWARE LIVRE. The Starry Night. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/su000003.jpg>. Acesso em: 9
dez. 2008.

Figura 16: WIKIPEDIA – THE FREE ENCYCLOPEDIA. Waterfall. Disponível em:
<http://en.wikipedia.org/wiki/M._C._Escher>. Acesso em: 10 dez 2008.
Fonte: Wikipedia – The Free Encyclopedia.




Anexo: Poema para Galileu

Autor: Antônio Gedeão.
Este poema foi escrito pelo português Rômulo de Carvalho que, como poeta, adotou
o pseudônimo de Antonio Gedeão. Na vida civil foi físico, historiador e divulgador da
Ciência (Física na Escola, v. 3, n. 2, p. 9 -10, 2002).



                    Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
                     aquele teu retrato que toda a gente conhece,
                   em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
                         sobre um modesto cabeção de pano.
                                                                                  55
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
          (Não, não, Galileu! Eu não disse Santo Ofício.
                   Disse Galeria dos Ofícios).
  Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria...
                        Eu sei... Eu sei...
   As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
                 Ai que saudade, Galileu Galilei!
                  Olha. Sabes? Lá na Florença
     está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
                   Palavra de honra que está!
                   As voltas que o mundo dá!
                Se calhar até há gente que pensa
                   que entraste no calendário.
                 Eu queria agradecer-te, Galileu,
             a inteligência das coisas que me deste.
                                Eu,
             e quantos milhões de homens como eu
                     a quem tu esclareceste,
                 ia jurar - que disparate, Galileu!
           - e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
                    sem a menor hesitação -
            que os corpos caem tanto mais depressa
                   quanto mais pesados são.
                  Pois não é evidente, Galileu?
               Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da
                              praia?
            Esta era a inteligência que Deus nos deu.
              Estava agora a lembrar-me, Galileu,
          daquela cena em que tu estavas sentado num
                             escabelo
                       e tinhas à tua frente
        um guiso de homens doutos, hirtos, de toga e de

                                                                    56
capelo
             a olharem-te severamente.
           Estavam todos a ralhar contigo,
 que parecia impossível que um homem da tua idade
                  e da tua condição,
           se estivesse tornando um perigo
                 para a Humanidade
                 e para a civilização.
    Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio
                mordiscava os lábios,
           e percorrias, cheio de piedade,
    os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
 Teus olhos habituados à observação dos satélites e
                     das estrelas,
            desceram lá das suas alturas
  e poisaram, como aves aturdidas - parece-me que
                   estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
  E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor,
                 que era tudo tal qual
        conforme suas eminências desejavam,
  e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
        e que os astros bailavam e entoavam
     à meia-noite louvores à harmonia universal.
         E juraste que nunca mais repetirias
     nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu
             pensamento, livre e calma,
            aquelas abomináveis heresias
              que ensinavas e escrevias
          para eterna perdição da tua alma
                      Ai, Galileu!
 Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores
               deste pequeno mundo,
 que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões

                                                         57
de braços,
     andava a correr e a rolar pelos espaços
    à razão de trinta quilômetros por segundo.
         Tu é que sabias, Galileu Galilei.
    Por isso eram teus olhos misericordiosos,
    por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer,
                  homens ditosos
  a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
       Por isso, estoicamente, mansamente,
           resististe a todas as torturas,
  a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
                   foram caindo,
                      caindo,
                      caindo,
                      caindo,
                  caindo sempre,
                     e sempre,
                ininterruptamente,
    na razão direta dos quadrados dos tempos.




                                                       58

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

GESTAR II Aaa3 mat prof
GESTAR II Aaa3 mat profGESTAR II Aaa3 mat prof
GESTAR II Aaa3 mat profjoshuajasf
 
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basicoAtividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basicoisabel ferreira santos
 
Ensino de matemática com materiais didáticos alternativos
Ensino de matemática com materiais didáticos alternativosEnsino de matemática com materiais didáticos alternativos
Ensino de matemática com materiais didáticos alternativosgomeslcs
 
GESTAR II Aaa4 mat aluno
GESTAR II Aaa4 mat alunoGESTAR II Aaa4 mat aluno
GESTAR II Aaa4 mat alunojoshuajasf
 
Planejamento anual de quimica
Planejamento anual de quimicaPlanejamento anual de quimica
Planejamento anual de quimicaColegio CMC
 
9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULAR
9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULAR9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULAR
9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULARJakes Paulo
 
Mat exercicios resolvidos e comentados 015
Mat exercicios resolvidos e comentados  015Mat exercicios resolvidos e comentados  015
Mat exercicios resolvidos e comentados 015trigono_metrico
 
PEF - Projeto de Ensino de Física
PEF - Projeto de Ensino de FísicaPEF - Projeto de Ensino de Física
PEF - Projeto de Ensino de FísicaLucas Guimaraes
 
Pnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipione
Pnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipionePnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipione
Pnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipioneSimoneCorreaMiranda
 

Mais procurados (20)

Guia do professor CN_ ASA
Guia do professor CN_ ASAGuia do professor CN_ ASA
Guia do professor CN_ ASA
 
Portfólio Atividades fase 7
Portfólio Atividades fase 7Portfólio Atividades fase 7
Portfólio Atividades fase 7
 
Portfólio fase 7
Portfólio  fase 7Portfólio  fase 7
Portfólio fase 7
 
Port 9
Port 9Port 9
Port 9
 
GESTAR II Aaa3 mat prof
GESTAR II Aaa3 mat profGESTAR II Aaa3 mat prof
GESTAR II Aaa3 mat prof
 
Monografia Adriana Matemática 2007
Monografia Adriana Matemática 2007Monografia Adriana Matemática 2007
Monografia Adriana Matemática 2007
 
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basicoAtividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
 
Ensino de matemática com materiais didáticos alternativos
Ensino de matemática com materiais didáticos alternativosEnsino de matemática com materiais didáticos alternativos
Ensino de matemática com materiais didáticos alternativos
 
GESTAR II Aaa4 mat aluno
GESTAR II Aaa4 mat alunoGESTAR II Aaa4 mat aluno
GESTAR II Aaa4 mat aluno
 
Planejamento anual de quimica
Planejamento anual de quimicaPlanejamento anual de quimica
Planejamento anual de quimica
 
9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULAR
9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULAR9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULAR
9º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL - REGULAR
 
Seminário MGME Ciências - CATANDUVA
Seminário MGME Ciências - CATANDUVASeminário MGME Ciências - CATANDUVA
Seminário MGME Ciências - CATANDUVA
 
Planejamento Ciencias Arariba
Planejamento Ciencias AraribaPlanejamento Ciencias Arariba
Planejamento Ciencias Arariba
 
Mat exercicios resolvidos e comentados 015
Mat exercicios resolvidos e comentados  015Mat exercicios resolvidos e comentados  015
Mat exercicios resolvidos e comentados 015
 
PEF - Projeto de Ensino de Física
PEF - Projeto de Ensino de FísicaPEF - Projeto de Ensino de Física
PEF - Projeto de Ensino de Física
 
Mat 9
Mat 9Mat 9
Mat 9
 
1º bim matemática
1º bim   matemática1º bim   matemática
1º bim matemática
 
Pnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipione
Pnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipionePnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipione
Pnld19 vemvoar interdisciplinar_1_ano_pr_scipione
 
Planejamento de química do 2° ano 1° bimestre
Planejamento de química do 2° ano   1° bimestrePlanejamento de química do 2° ano   1° bimestre
Planejamento de química do 2° ano 1° bimestre
 
Plano de aula quimica curso
Plano de aula quimica cursoPlano de aula quimica curso
Plano de aula quimica curso
 

Semelhante a Bibliografia de suporte para o ensino de Mecânica

Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4
824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4
824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4JOSIMREIS
 
Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...
Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...
Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...Karoline dos Santos Tarnowski
 
GESTAR II Aaa4 mat prof
GESTAR II Aaa4 mat profGESTAR II Aaa4 mat prof
GESTAR II Aaa4 mat profjoshuajasf
 
Projeto de atuação física -versão final 2013-1 (1)
Projeto de atuação   física -versão final 2013-1 (1)Projeto de atuação   física -versão final 2013-1 (1)
Projeto de atuação física -versão final 2013-1 (1)Waldir Montenegro
 
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MECColeção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MECAndréa Thees
 
8732 texto do trabalho-24694-1-10-20160305
8732 texto do trabalho-24694-1-10-201603058732 texto do trabalho-24694-1-10-20160305
8732 texto do trabalho-24694-1-10-20160305Mnauel Fecha
 
Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013
Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013
Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013Maria José Ramalho
 
GESTAR II Aaa5 mat aluno
GESTAR II Aaa5 mat alunoGESTAR II Aaa5 mat aluno
GESTAR II Aaa5 mat alunojoshuajasf
 
Portfolio prática morfofisio final
Portfolio prática  morfofisio finalPortfolio prática  morfofisio final
Portfolio prática morfofisio finalRegis Ferreira
 
Caderno do Gestor Vol 3 2008
Caderno do Gestor Vol 3 2008 Caderno do Gestor Vol 3 2008
Caderno do Gestor Vol 3 2008 Gelson Rocha
 
Inst ens fis_plano_de_curso
Inst ens fis_plano_de_cursoInst ens fis_plano_de_curso
Inst ens fis_plano_de_cursoMiranda Locem
 
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
OFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptx
OFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptxOFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptx
OFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptxmeifacilsd
 
TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...
TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...
TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...Marivane Biazus
 
Exemplo plano de aula unidade didática
Exemplo plano de aula unidade didáticaExemplo plano de aula unidade didática
Exemplo plano de aula unidade didáticacriscomparin
 
GESTAR II Tp6 mat
GESTAR II Tp6 matGESTAR II Tp6 mat
GESTAR II Tp6 matjoshuajasf
 
Ensino de química por meio de atividades
Ensino de química por meio de atividadesEnsino de química por meio de atividades
Ensino de química por meio de atividadesaleciam18
 
GESTAR II Aaa5 mat prof
GESTAR II Aaa5 mat profGESTAR II Aaa5 mat prof
GESTAR II Aaa5 mat profjoshuajasf
 

Semelhante a Bibliografia de suporte para o ensino de Mecânica (20)

Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
 
824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4
824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4
824852218 anglo ef2_8ano_cad2_mp_fisica-4
 
Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...
Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...
Marie Skłodowska Curie - Episódios de Ensino: Contribuições ao Ensino de Ciên...
 
GESTAR II Aaa4 mat prof
GESTAR II Aaa4 mat profGESTAR II Aaa4 mat prof
GESTAR II Aaa4 mat prof
 
Projeto de atuação física -versão final 2013-1 (1)
Projeto de atuação   física -versão final 2013-1 (1)Projeto de atuação   física -versão final 2013-1 (1)
Projeto de atuação física -versão final 2013-1 (1)
 
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MECColeção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
Coleção Explorando o Ensino - Matemática - Volume 17 - MEC
 
8732 texto do trabalho-24694-1-10-20160305
8732 texto do trabalho-24694-1-10-201603058732 texto do trabalho-24694-1-10-20160305
8732 texto do trabalho-24694-1-10-20160305
 
Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013
Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013
Ciências experimentais no 1º ciclo 2012 2013
 
GESTAR II Aaa5 mat aluno
GESTAR II Aaa5 mat alunoGESTAR II Aaa5 mat aluno
GESTAR II Aaa5 mat aluno
 
Portfolio prática morfofisio final
Portfolio prática  morfofisio finalPortfolio prática  morfofisio final
Portfolio prática morfofisio final
 
Caderno do Gestor Vol 3 2008
Caderno do Gestor Vol 3 2008 Caderno do Gestor Vol 3 2008
Caderno do Gestor Vol 3 2008
 
Inst ens fis_plano_de_curso
Inst ens fis_plano_de_cursoInst ens fis_plano_de_curso
Inst ens fis_plano_de_curso
 
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
 
OFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptx
OFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptxOFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptx
OFICIAL Template Física Licenciatura DEFINITIVO (3) (1) - Copia.pptx
 
TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...
TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...
TÓPICOS DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: INTERFACES DE UMA ...
 
Exemplo plano de aula unidade didática
Exemplo plano de aula unidade didáticaExemplo plano de aula unidade didática
Exemplo plano de aula unidade didática
 
GESTAR II Tp6 mat
GESTAR II Tp6 matGESTAR II Tp6 mat
GESTAR II Tp6 mat
 
4. corpo teses final
4. corpo teses final4. corpo teses final
4. corpo teses final
 
Ensino de química por meio de atividades
Ensino de química por meio de atividadesEnsino de química por meio de atividades
Ensino de química por meio de atividades
 
GESTAR II Aaa5 mat prof
GESTAR II Aaa5 mat profGESTAR II Aaa5 mat prof
GESTAR II Aaa5 mat prof
 

Bibliografia de suporte para o ensino de Mecânica

  • 1. Caderno Pedagógico Metodologias para o Ensino de Mecânica no Nível Médio Secretaria de Estado da Educação Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE
  • 2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UEM ÁREA: FÍSICA Silvia Oliveira Resquetti Metodologias para o Ensino de Mecânica no Nível Médio Caderno Pedagógico Orientador: Prof. Dr. Marcos Cesar Danhoni Neves MARINGÁ 2008
  • 3. SUMÁRIO DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................... 04 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 05 ATIVIDADE I: Bibliografia de Suporte ................................................................ 06 I.1 - Fontes de referência: livros, capítulos de livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado, artigos .............................................. 06 I.2 – Fontes de referência: Periódicos relacionados ao ensino de Ciências e de Física ............................................................................... 11 I.3 - Fontes de referência: Artigos relacionados às concepções alternativas dos estudantes e à História, Filosofia e Sociologia da Ciência ............................................................................................... 13 ATIVIDADE II: Laboratório Aberto de Ciências ................................................. 17 II.1 – As aulas no laboratório de Ciências ..................................................... 19 II.1.1 – Sugestões de atividades experimentais de Mecânica ................... 19 1ª Parte: Cinemática .............................................................................. 20 Roteiro 1: Determinação da velocidade de um carrinho de Brinquedo .............................................................................................. 20 Roteiro para o aluno elaborar o relatório do experimento ..................... 22 Roteiro 2: Velocidade escalar média de uma bolinha de gude sobre um plano inclinado ...................................................................... 23 Roteiro 3: Velocidade escalar média de uma gota d’água no óleo ....... 26
  • 4. 2ª Parte: Dinâmica ................................................................................. 29 Roteiro 4: Inércia - Experimento com um puck de madeira ................. 29 Roteiro 5: Inércia - Experimento com uma folha de sulfite, um copo e uma moeda ............................................................................................ 32 Roteiro 6: Ação e Reação - Experimento com um carrinho de fricção... 34 Roteiro 7: Ação e Reação – provocando uma explosão com sal de fruta ....................................................................................................... 36 ATIVIDADE III: Utilização De Mídias-Suporte Para O Ensino De Física .......... 38 III.1 – Endereços eletrônicos de mídias-suporte ............................................ 38 ATIVIDADE IV: Análise Crítica de Vídeos-Suporte ........................................... 41 ATIVIDADE V: A Mecânica em Obras de Arte e Obras Literárias ................... 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 51 REFERÊNCIAS DAS IMAGENS ........................................................................... 54 ANEXO: Poema para Galileu ............................................................................... 55
  • 5. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO I. Professor PDE: Silvia Oliveira Resquetti II. Área PDE: Física III. NRE: Maringá IV. Professor Orientador IES: Marcos Cesar Danhoni Neves V. IES vinculada: Universidade Estadual de Maringá - UEM VI. Escola de Implementação: Colégio Estadual Governador Adolpho de Oliveira Franco – Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante. Município: Astorga. VII. Público objeto de intervenção: Professores de Física TEMA DE ESTUDO: Metodologias de Ensino em Mecânica. TÍTULO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA: Uma Proposta de Mecânica para o Ensino Médio. PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Caderno Pedagógico – Metodologias para o ensino de Mecânica no Nível Médio. 4
  • 6. Metodologias Para O Ensino De Mecânica No Nível Médio Apresentação O Caderno Pedagógico idealizado traz elementos de enriquecimento para a prática pedagógica do professor de Física do Ensino Médio, visando favorecer a transposição didática dos conteúdos de Mecânica. As atividades propostas buscam lançar novos olhares no ensino deste tema, no sentido de proporcionar a motivação do jovem em relação à aprendizagem de Física através de metodologias diferenciadas. As pesquisas em ensino-aprendizagem de Ciências promoveram a elaboração de diversas propostas inovadoras, com o intuito de buscar soluções para os problemas de sala de aula (CARVALHO, 2002). Entendemos que as estratégias utilizadas pelo professor em sua prática docente devem estar afinadas com as pesquisas mais recentes na área de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, consideramos de fundamental importância para o professor de Física do Ensino Médio: a) discutir e analisar a bibliografia-suporte que pode ser utilizada como fonte de pesquisa; b) considerar as concepções alternativas dos estudantes como ponto de partida das estratégias de ensino; c) abordar a evolução histórica da Ciência, no sentido de buscar uma educação em que a Física seja ensinada em seus diversos contextos: ético, social, histórico, filosófico e tecnológico; d) desenvolver atividades experimentais de baixo custo, com caráter investigativo, como meio de mobilizar os alunos para a solução de problemas científicos; 5
  • 7. e) relacionar a Mecânica com a tecnologia e o cotidiano, no sentido de habilitar o aluno a julgar o valor da ciência e da técnica na solução de problemas do seu meio; f) discutir e analisar a presença de elementos da Mecânica em obras de arte e obras literárias, como meio de perceber as dimensões históricas e sociais das ciências; g) utilizar materiais didático-pedagógicos diferenciados, como os recursos audiovisuais e de multimídia/software relacionados ao ensino de Física, como ferramentas de auxílio para a implementação das propostas pedagógicas. Desse modo apresentamos, por meio deste Caderno, metodologias de ensino em sala de aula que visam dar ao professor de Física no Ensino Médio um suporte didático-pedagógico no sentido de contribuir com o processo de ensino- aprendizagem da Mecânica. ATIVIDADE I: ATIVIDADE I: Bibliografia De Suporte I.1 – Fontes de referência: livros, capítulos de livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado, artigos Justificativa Esta atividade apresenta algumas fontes para pesquisa que não são normalmente utilizadas pelo professor de Física do Ensino Médio. O conjunto de referências proposto envolve temas relacionados à Mecânica, à História e Filosofia da Ciência, à congruência da Ciência com a Arte e a Literatura, às pesquisas inovadoras de ensino-aprendizagem em Ciências e ao Laboratório Aberto de Física. 6
  • 8. O objetivo é propiciar aos professores um conjunto de opções para ampliar suas fontes de pesquisa. Temos a certeza de que o enriquecimento da bibliografia trará contribuições para a superação de dificuldades no ensino-aprendizagem de Mecânica. Sugestões para leitura Apresentamos a seguinte bibliografia-suporte: A educação potencializadora em Ciências. ARGÜELLO, C. A. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 17-22. A estrutura das revoluções científicas. KUHN, T. S. Perspectiva. São Paulo, 2003, 7. ed.. A força do conhecimento. ZIMAN, J. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1981. A lei da inércia: planejamento pedagógico e aprendizagem significativa. PACCA, J. L. A.; VILLANI, A. (Coords.). São Paulo: IFUSP, 1992. A matemática e a Mona Lisa: a confluência da arte com a ciência. ATALAY, B. São Paulo: Ed. Mercuryo, 2007. Tradução de Mário Vilela. A matéria: uma aventura do espírito. MENEZES, L. C. de. Livraria da Física. São Paulo, 2005, 1. ed. A pesquisa no ensino, sobre o ensino e sobre a reflexão dos professores sobre seus ensinos. CARVALHO, A. M. P. de. Educação e Pesquisa, v. 28, n. 2, jul./dez. 2002. Disponível em: <www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/viii/PDFs/SC1.pdf>. Acesso em: 14 set. 2008. 7
  • 9. As raízes sociais e econômicas do Principia de Newton. ZANETTIC, J.; KAWAMURA, M. R. Revista de Ensino de Física, v. 6, n. 1, p. 37- 55, 1984. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=6&num=1>. Acesso em: 12 jul. 2008. Anotações de Da Vinci - por ele mesmo. VINCI, L. São Paulo: Madras, 2004. Como se movem os projéteis nos livros didáticos de física e no vestibular? Inquirindo o Galileu sintético de hoje. RESQUETTI, S. O. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência e o Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007. Disponível em: <http://www.pcm.uem.br/dissertacoes/2007_silvia_oliveira_resquetti.pdf>. Conceitos de movimento. PROJECTO FÍSICA. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1978. Conceitos “intuitivos”: relações entre força, velocidade, aceleração e trajetória. CARVALHO, W. L. P. de. 1985. 114 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Instituto de Física e Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1985. Concepções alternativas físicas intocáveis: controvérsias do éter. PHILIPPSEN, G. S. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 227-233. Da Terra, da Lua e além. DANHONI NEVES, M. C.; et al. (Orgs.). Maringá: Ed. Massoni, 2007, 1. ed. 8
  • 10. De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). Maringá: Ed. Massoni, 2005, 1. ed. Demonstrações em ciências: explorando os fenômenos da pressão do ar e dos líquidos através de experimentos simples. SAAD, F. D. 1. ed. São Paulo: Ed. Livraria da Física, 2005. Duas novas ciências. GALILEI, G. São Paulo: Nova Stella, 1988, 2. ed. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciências, v. 4, n. 1, 2005. Disponível em: <http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen4/ART2_Vol4_N1.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2006. Ensino distante da realidade desmotiva jovem. IWASSO, S. O Estado de São Paulo, 8 jun. 2008. Caderno Vida &, p. A26. Estudos de história do pensamento científico. KOYRÉ, A. Rio de Janeiro: Ed. Forense-Universitária, 1982. Experiências de física na escola. ARRIBAS, S. D. Passo Fundo: Ed. Universitária, 1996. Física. GREF/USP – Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. V. 1. São Paulo: Edusp, 1990. Formação de professores de ciências: perspectivas de ensino. CACHAPUZ, A. F. (Org.). Porto: Centro de Estudos de Educação em Ciência (CEEC), 2000. 9
  • 11. Memórias do invisível: uma reflexão sobre a história no ensino de física e a ética da ciência. DANHONI NEVES, M. C . Maringá: LCV Edições, 1999. Noções de cosmologia no ensino médio: o paradigma criacionista do big- bang e a inibição de teorias rivais. OLIVEIRA, J. H. L. de. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência e o Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2006. Disponível em: <http://www.pcm.uem.br/dissertacoes/2006_jorge_henrique_lopes_oliveira%20.pd f>. Acesso em: 12 nov. 2008. O currículo de física: inovações e tendências nos anos noventa. CARVALHO, A. M. P.; VANNUCCHI, A. 1995. Disponível em: <http://www.if.ufrs.br/public/ensino/N1/1artigo.htm>. Acesso em 27 jul. 2005. O nascimento de uma nova física. COHEN, I. B. Lisboa: Gradiva, 1988. O princípio da inércia. HAMBURGER, E. W. In: Apostila de física. São Paulo: IFUSP, cap. 6, 1989. Pesquisas em Ensino de Física. NARDI, R. (Org.). 2. ed. rev. São Paulo: Escrituras Ed., 2001. Prescrições e recomendações ao professor na solução de problemas do ensino na educação em ciências. ALMEIDA, M. J. P. M. de. Ciência & Ensino, v. 1, n. 1, p. 47-51, dez. 2006. Disponível em: <www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeensino/article/viewPDFInterstitial/97/9 7>. Acesso em: 15 maio 2008. Principia: princípios matemáticos de filosofia natural. NEWTON, I. São Paulo: Nova Stella/ EDUSP, 1990. 10
  • 12. Princípios nas ciências empíricas e o seu tratamento em livros didáticos. CUSTÓDIO, J. F.; PIETROCOLA, M. Ciência & Educação, v.10, n. 3, p. 383-399, 2004. Disponível em: <www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/viewissue.php?id=3 - 19k ->. Representações sociais: uma contraproposta ao estudo das concepções alternativas no ensino de física. SILVA, A. M. T. B. da. 1998. 121 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998. Termodinâmica: um ensino por ação. CARVALHO, A. M. P. et al. São Paulo: FE/USP, 1999. Uma viagem pela física e astronomia através do teatro e da dança. CARVALHO, S. H. M. de. A Física na escola, v. 7, n. 1, p. 11-16, maio 2006. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num1/>. Acesso em: 15 set. 2006. I.2 – Fontes de referência: Periódicos relacionados ao ensino de Ciências e de Física Justificativa Os periódicos de ensino de Ciências são publicações voltadas à melhoria do ensino em todos os níveis de escolarização. Os artigos e seções apresentados nessas revistas tratam de novas tecnologias e metodologias didático-pedagógicas, currículo, pesquisa em ensino-aprendizagem, história e filosofia da Ciência, política educacional, relatos de experiências educacionais, divulgação de experimentos para a sala de aula e temas pertinentes à comunidade engajada no ensino de Ciências. 11
  • 13. As publicações na área de ensino-aprendizagem em Ciências são instrumentos de auxílio importantíssimos para o professor que procura atualizar-se constantemente. Apresentamos, então, os endereços eletrônicos de alguns periódicos. PERIÓDICO ENDEREÇO ELETRÔNICO A Física na Escola (FnE) http://www.sbfisica.org.br/fne/ ALEXANDRIA: Revista de Educação em http://www.ppgect.ufsc.br/alexandriarevista Ciências e Tecnologia CIÊNCIA & ENSINO: Revista eletrônica http://www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeens ino/index http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&lng CIÊNCIA & EDUCAÇÃO =pt&pid=1516-7313&nrm=iso – Ciência Hoje On-line http://cienciahoje.uol.com.br/ Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF) http://www.sbfisica.org.br/rbef/ Ensaio: Pesquisa em educação em ciências http://www.fae.ufmg.br/ensaio/ Revista Científica da http://www2.ufpa.br/rcientifica/ UFPA Revista Electrónica de Enseñanza de las http://reec.uvigo.es/Volumenes.htm Ciencias (REEC) Revista Latino- Americana de Educação http://www.iscafaculdades.com.br/relea/ em Astronomia (RELEA) Revista Nova Escola http://revistaescolaabril.com.br/home/ 12
  • 14. I.3 – Fontes de referência: Artigos relacionados às concepções alternativas dos estudantes e à História, Filosofia e Sociologia da Ciência Justificativa As investigações em ensino de Ciências com foco nas concepções dos estudantes têm sido objeto de inúmeros trabalhos. Os estudantes desenvolvem espontaneamente e trazem para a sala de aula concepções intuitivas formadas desde a infância a partir de observações e interações com o meio, como, por exemplo, modelos explicativos do mundo físico . Segundo estudos sobre esse tema, a característica saliente das concepções alternativas é a resistência à mudanças ou a transformações, a qual constitui um sério obstáculo à educação científica (SILVA, 1998). Os estudos realizados na área das concepções alternativas que abordam fenômenos mecânicos revelam que os estudantes manifestam um conhecimento incompatível com o conhecimento científico que se deseja alcançar. Apesar de ser considerável o volume de trabalhos acadêmicos publicados sobre o ensino- aprendizagem em Ciências, entende-se que os resultados das pesquisas, que vêm impulsionando a busca de inovações no ensino tanto no nível metodológico quanto no curricular, não têm chegado onde deveriam: na sala de aula. O levantamento das idéias prévias dos estudantes é amplamente aceito como ponto de partida das estratégias de ensino (REZENDE; OSTERMANN, 2005). As concepções alternativas não devem ser ignoradas, pois se entende que elas podem nortear as ações no ensino e no planejamento do currículo. O educador deve ter consciência de que sua presença é condição para o progresso do saber com vista à ultrapassagem do senso comum para a construção do conhecimento científico. Explorar a evolução dos conceitos científicos é também visto como uma fonte de inspiração para a definição dos conteúdos e a proposição de metodologias de 13
  • 15. ensino. O ensino de Ciências desenvolveu-se dissociado da História, Filosofia e Sociologia da Ciência (HFS), porém nos últimos anos tem havido uma ampla discussão em favor de uma abordagem contextualizada deste tema, tanto na formação de professores quanto no ensino, no sentido de buscar uma educação em que a Ciência seja ensinada em seus diversos contextos: ético, social, histórico, filosófico e tecnológico (MATHEWS, 1995). Segundo afirmação de Mathews, Mach e seus seguidores argumentavam que, “para a compreensão de um conceito teórico, é necessário que se compreenda seu desenvolvimento histórico, ou seja, a compreensão é necessariamente histórica” (1995, p. 169). O autor comenta que Mach sustentava que a investigação histórica não só promove a compreensão daquilo que existe agora, mas também nos apresenta novas possibilidades. Solbers e Traver (1996), ao analisarem o papel desempenhado pela História da Ciência no ensino-aprendizagem de Física e de Química, verificaram entre os alunos investigados uma imagem deformada da atividade científica quando os aspectos históricos estão ausentes. Os pesquisadores constataram que os alunos crêem que a Ciência consiste em descobrir uma realidade preexistente, ignoram o papel fundamental do trabalho científico e assumem uma visão empirista, basicamente formalista e acumulativa da Ciência e de sua evolução. Mathews faz um relato sobre as iniciativas de reaproximação na Europa e nos Estados Unidos da América entre o ensino de Ciências e a História, Filosofia e Sociologia da Ciência como meio para a superação da crise na educação científica. Segundo esse autor, A história, a filosofia e a sociologia da ciência não têm todas as respostas para essa crise, porém possuem algumas delas: podem humanizar as ciências e aproximá-las dos interesses pessoais, éticos, culturais e políticos da comunidade; podem tornar as aulas de ciências mais desafiadoras e reflexivas, permitindo, deste modo, o desenvolvimento do pensamento crítico; podem contribuir para um entendimento mais integral da matéria científica, isto é, podem contribuir para a superação do ‘mar de falta de significação’ que se diz ter inundado as salas de aula de ciências, onde fórmulas e equações são recitadas sem que muitos cheguem a saber o que significam; podem melhorar a formação do professor auxiliando o 14
  • 16. desenvolvimento de uma epistemologia da ciência mais rica e mais autêntica, ou seja, de uma maior compreensão da estrutura das ciências bem como do espaço que ocupam no sistema intelectual das coisas (MATHEWS, 1995, p. 165). É fundamental, no ensino de Física, abordar a evolução histórica da Ciência, destacando o contexto social em que ocorreram as idéias científicas, as controvérsias envolvendo conceitos, teorias e postulados, e as dificuldades encontradas pelos cientistas em vários momentos da história. Sugestões para leitura Sugerimos a leitura dos artigos listados a seguir, que podem contribuir para a definição das estratégias de ensino. A evolução das concepções sobre força e movimento. ZYLBERSTAJN, A. Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina, [19--]. Disponível em: <http://www.server.fsc.ufsc.br/.../textos>. Acesso em: 03 nov. 2006. A história da ciência e as concepções alternativas de estudantes como subsídios para o planejamento de um curso sobre atração gravitacional. TEODORO, S. R.; NARDI, R. In: NARDI, R. (Org.). Educação em ciências: da pesquisa à prática docente. São Paulo: Escrituras, 2001. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/BibliotecaVirtual/DetalhaDocumentoAction.do?idDocumen to=53#. A história da ciência no ensino de física. DANHONI NEVES, M. C. Revista Ciência e Educação, v. 5, n. 1, 1998, p. 73-81. Disponível em: <http://www2.ufpa.br/ensinofts/artigo4/historiafisica.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2005. Alguns aspectos da teoria da gravitação. MARTINS, R. de A. UNICAMP. Disponível em: 15
  • 17. <http://www.geocities.com/CapeCanaveral/Hangar/6777/aspectos.html>. Acesso em: 03 dez. 2005. A prática do professor e a pesquisa em ensino de Física: novos elementos para repensar essa relação. REZENDE, F.; OSTERMANN, F. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 22, n. 3, p. 316-337, dez. 2005. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/22- 3/artpdf/a2.pdf>. Acesso em: 07 jun. 2006. Concepções espontâneas em física: exemplos em dinâmica e implicações para o ensino. ZYLBERSTAJN, A. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 5, n. 2, 1983, p. 3- 16. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=5&num=2>. Acesso em: 16 set. 2008. Física aristotélica: porque não considerá-la no ensino de mecânica? PEDUZZI, L. O. Q. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v.13, n. 1, p. 48-63, abr.1996. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/13-1/artpdf/a4.pdf>. Acesso em: 07 maio 2008 Força no movimento de projéteis. PEDUZZI, L. O. Q.; PEDUZZI, S. S. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 2, n. 3, p. 114-127, dez. 1985. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/02- 3/artpdf/02-3.pdf>. Acesso em: 15 set. 2008. História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação. MATHEWS, M. R. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 12, n. 3, p. 164- 214, dez. 1995. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/12- 3/artpdf/a1.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2008. O plano inclinado: um problema desde Galileu. BRITO, A. A. S. Cadernos Catarinenses de Ensino de Física, v. 2, n. 2, p. 57-63, 1985. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/02-2/artpdf/02-2.pdf>. Acesso em: 22 set. 2006. 16
  • 18. Uma investigação sobre a natureza do movimento ou sobre uma história para a noção do conceito de força. DANHONI NEVES, M. C. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 22, n. 4, p. 543-556, dez. 2000. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=22&num=4>. Acesso em: 20 dez. 2005. Uma reconstrução histórica da teoria do movimento dos projéteis. RESQUETTI, S. O. In: Como se movem os projéteis nos livros didáticos de física e no vestibular? Inquirindo o Galileu sintético de hoje. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência e o Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007. Disponível em: <www.pcm.uem.br/dissertacoes/2007_silvia_oliveira_resquetti.pdf>. II De ATIVIDADE II: Laboratório Aberto De Ciências Justificativa O objetivo desta atividade é motivar o trabalho no laboratório de Ciências e, ao mesmo tempo, propor o desenvolvimento de atividades experimentais de baixo custo, com caráter investigativo. Carvalho et al. (1999) escrevem que a atividade experimental, não necessariamente de laboratório, é, indiscutivelmente, uma importante estratégia de ensino de Física e das ciências em geral. A experimentação pode ser um recurso para o professor identificar as concepções espontâneas de seus alunos e colocá-las em conflito diante das concepções científicas. Entretanto, as atividades experimentais e de laboratório devem ser de caráter essencialmente investigativo, de modo que por 17
  • 19. meio delas se possa solucionar um problema apresentado. Nessa perspectiva, o professor assume o papel de mediador, conduzindo o debate entre os alunos “pela argumentação e pela proposição de questões, ao levantamento de hipóteses acerca da atividade experimental apresentada, com o objetivo de levar estes alunos a procurar possíveis explicações causais para o fenômeno observado” (CARVALHO et al., 1999, p. 42). Assim, no ensino por investigação os estudantes são envolvidos no processo de aprendizagem, assumindo uma postura ativa na busca de solução para o problema. Sugestões para leitura Para dar início ao desenvolvimento desta atividade, sugerimos a leitura dos textos listados a seguir. Estamos certos de que a leitura trará contribuições para o ensino de Física no ambiente do laboratório. Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. ARAÚJO, M. S. T. de; ABIB, M. L. V. S. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 2, p. 176-194, 2003. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=25&num=2>. Acesso em: 19 jan. 2007. O ensino experimental e a questão do equipamento de baixo custo. AXT, R.; MOREIRA, M. A. Revista de Ensino de Física, v. 13, n. 1, p. 97-103, 1991. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/indice.php?vol=13&num=1>. Acesso em: Projeto de Ensino: atividades experimentais de Física. PAZ et al. Florianópolis: 1999. Disponível em: <http://www.ca.ufsc.br/fsc/projeto/Projeto%20de%20Ensino.htm#_Toc465450628 >. Acesso em: 29 jun. 2008. Termodinâmica: um ensino por ação. 18
  • 20. CARVALHO, A. M. P. et al. São Paulo: FE/USP, 1999. II.1 – As aulas no laboratório de Ciências Justificativa Ao dar início às atividades no laboratório, sugere-se que o professor organize os alunos em grupos pequenos, de forma que eles possam discutir as questões entre si. Cada equipe deve receber um roteiro básico das atividades, para que todos entendam a construção e o desenvolvimento dos experimentos. Durante a discussão, os alunos respondem às questões propostas no roteiro, assim eles têm condições de acompanhar o encaminhamento do conteúdo trabalhado. Cumpre lembrar que o professor não deve dar respostas prontas e, sim, conduzir o aluno para que ele chegue até elas. O professor pode avaliar os estudantes observando, durante a aula, sua participação individual ou em grupo. A avaliação pode ser complementada posteriormente, com questões abordando os conteúdos envolvidos nas discussões ou através de relatórios. II.1.1 – Sugestões de atividades experimentais de Mecânica Sugerimos algumas atividades de experimentação de Cinemática e Dinâmica que o professor pode desenvolver com seus alunos no laboratório de Ciências. No final de cada atividade apresentamos algumas questões direcionadas aos estudantes, as quais podem ser enriquecidas à medida que evolui o debate entre o professor e as equipes. Deixamos em aberto a parte correspondente à conclusão, por entendermos que esta deve ser construída pelos estudantes. 19
  • 21. 1ª Parte: Cinemática Roteiro 1 Determinação da velocidade de um carrinho de brinquedo Justificativa: A atividade proposta traz um experimento muito simples de demonstração, com o intuito de instigar os alunos a expressarem a relação que representa a velocidade de um objeto. Entendemos que a expressão da velocidade deve ser introduzida através de questionamentos aos alunos, de modo que eles façam parte da apresentação deste conceito. Objetivos: envolver os alunos na atividade; levar os alunos a expressarem a relação da velocidade média; determinar a velocidade média do carrinho; avaliar a participação dos alunos nas atividades. Material: 1 carrinho de brinquedo (movido à pilha ou de fricção) 1 trena 1 cronômetro Procedimentos: a) organizar os alunos em grupos pequenos; b) colocar o carrinho em movimento sobre uma superfície horizontal; c) instigar os alunos propondo algumas questões (vide sugestões) ; (esse é o momento em que os estudantes levantarão as hipóteses para resolver o problema. À medida que as respostas são apresentadas, o professor vai conduzindo a discussão para que os alunos elaborem o conceito de velocidade); 20
  • 22. d) no momento oportuno, as equipes começarem os procedimentos para determinar a velocidade do carrinho à pilha. Fig. 1 – Experimento: determinação da velocidade média de um carrinho de brinquedo. Fonte: RESQUETTI, 2008. Sugestões de questões que podem ser propostas aos alunos: 1. De que modo você determinaria a velocidade do carrinho em movimento? 2. Quais são as grandezas envolvidas na determinação da velocidade do objeto? 3. A) Como você poderia determinar os valores dessas grandezas? B) Cite algumas formas de medir essas grandezas. 4. A) Como representamos essas grandezas na Física? B) E quais são as respectivas unidades mais utilizadas? 5. A partir de suas observações, expresse a relação da velocidade. 6. A) Quais são as unidades de velocidade mais conhecidas? B) Dê outros exemplos de unidades de velocidade que poderíamos utilizar. 7. A) A unidade de velocidade pode ser expressa em passos/minuto, polegadas/segundo ou em palmos/segundo? Justifique. B) Dê outros exemplos de unidades de velocidade que não são comuns no dia-a-dia. 8. Agora temos condições de determinar a velocidade do carrinho à pilha? Que unidade de velocidade você gostaria de utilizar? 21
  • 23. (Neste momento o professor deve orientar os alunos quanto aos procedimentos: demarcar o espaço sobre uma superfície plana, colocar o carrinho em movimento na posição inicial ao mesmo tempo em que o cronômetro é acionado, travar o cronômetro na posição final. Como há erros de medidas, é aconselhável repetir o experimento algumas vezes para depois fazer a média dos intervalos de tempo. O professor não pode se esquecer de envolver os estudantes com questionamentos durante o desenvolvimento do experimento). 9. A) Transforme a unidade de distância em polegadas e a unidade de tempo em segundos (caso esteja em minutos). B) Você é capaz de medir a distância utilizada no experimento em polegadas? (Neste caso, o professor deve explicar como se faz a medida em polegadas e depois compará-la com a medida obtida através de cálculos). 10. Calcule o valor da velocidade do carrinho em polegadas/segundo. 11. A) Observando o movimento do carrinho, o que você pode dizer a respeito de sua velocidade: aumentou, diminuiu, manteve-se? B) O que você pode dizer sobre as medidas realizadas no experimento: foram precisas? C) O que você entende por velocidade média? E constante? Como você descreveria uma velocidade variável? (O professor tem a oportunidade de introduzir, durante essa discussão, os conceitos de velocidade média, constante e variável no decorrer do tempo). 12. Elabore um relatório descrevendo a atividade, contendo as seguintes partes: título, objetivo, material utilizado, procedimento, figura representando o experimento (opcional), dados obtidos, resultados (expressos na unidade que você escolheu no item 8 e em polegadas/segundo), conclusão e equipe. Roteiro para o aluno elaborar o relatório do experimento Apresentamos em seguida um roteiro básico para a elaboração do relatório relativo ao experimento anterior. 22
  • 24. TÍTULO a) Objetivo: escrever qual é a finalidade do experimento; b) Material utilizado: listar todos os materiais utilizados na realização do experimento. Materiais como lápis, caneta, calculadora, etc., não são relativos ao experimento; c) Procedimento: descrever todos os passos do experimento; d) Dados obtidos: anotar os valores das medidas e unidades utilizadas na realização do experimento; e) Determinação da velocidade do carrinho / resultados: calcular a velocidade do carrinho nas unidades relativas aos itens 8 e 10 (é preciso lembrar que os resultados não serão exatos e deverão ser aproximados); f) Conclusão: relatar suas observações e conclusões; g) Equipe: listar os nome dos alunos participantes. Roteiro 2 Velocidade escalar média de uma bolinha de gude sobre um plano inclinado Objetivos: determinar a velocidade média de uma bolinha de gude em um plano inclinado; 23
  • 25. analisar a velocidade desenvolvida pelo objeto ao longo do plano. Material: 1 canaleta composta por duas lâmpadas fluorescentes iguais e queimadas (ou 1 plano de madeira com canaleta central), de comprimento entre 1,0 m e 1,20m; 1 bolinha de gude; 1 trena; 1 cronômetro; 1 apoio para inclinar o plano em relação à horizontal. Procedimentos: a) Coloque as duas lâmpadas fluorescentes lado a lado e unidas nas extremidades com fita crepe sobre uma mesa (ou o plano de madeira); b) marque dois pontos, um em cada extremidade do plano, correspondendo às posições inicial e final; c) meça a distância entre os pontos (escolha a medida em centímetros ou em metros); d) levante um dos extremos do plano e coloque sob ele um apoio, de modo que fique inclinado; e) meça a altura da posição inicial em relação à superfície da mesa; este valor corresponde à altura de inclinação do plano, no procedimento 1; f) abandone a bolinha de gude no alto do plano inclinado, no 1º ponto demarcado e dispare o cronômetro; observe atentamente o movimento da bolinha ao longo do plano; g) no instante em que a bolinha passar pelo 2º ponto, o cronômetro deve ser travado, deste modo você obtém o intervalo de tempo gasto pela bolinha para percorrer a distância demarcada na superfície; h) execute este procedimento pelo menos três vezes e depois faça a média aritmética dos valores obtidos; i) aumente a inclinação do plano em relação à superfície horizontal e meça novamente a altura da inclinação; este valor corresponde ao procedimento 2; 24
  • 26. j) repita as operações realizadas nos itens f, g e h, relativas ao procedimento 2. Fig. 2 – Experimento: velocidade escalar média de uma bolinha de gude sobre um plano inclinado. Fonte: RESQUETTI, 2008. Dados obtidos: Procedimento 1 Dados Procedimento 2 Dados obtidos obtidos Distância percorrida Distância percorrida pela bolinha pela bolinha Altura de inclinação do Altura de inclinação do plano plano Medidas dos intervalos Medidas dos intervalos de tempo de tempo Média do intervalo de Média do intervalo de tempo tempo Cálculo da velocidade escalar média: (Procedimentos 1 e 2) Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes: 1. Que grandeza física faz a bolinha se movimentar plano abaixo? 25
  • 27. 2. Há atrito entre a bolinha de gude e a canaleta durante o movimento? Justifique. 3. Compare as duas velocidades: o que você observou? A inclinação do plano influiu nos resultados? Por quê? 4. Com base em suas observações, escreva a conclusão. Conclusão: (elaborada pela equipe) Roteiro 3 Velocidade escalar média de uma gota d’água no óleo Objetivos: determinar a velocidade média de uma gota d’água no óleo; analisar a velocidade desenvolvida pela gota d’água durante seu deslocamento. Material utilizado: óleo de cozinha 1 proveta 1 régua 1 cronômetro 1 conta-gotas 1 béquer Água Procedimentos: O experimento deve ser realizado pelo menos duas vezes, com gotas d’água de tamanhos diferentes. À medida que você desenvolve o experimento, anote os dados obtidos na tabela correspondente. 26
  • 28. a) Marque dois pontos na proveta com óleo: um ponto na parte superior, correspondente à posição inicial, e um na parte inferior, correspondente à posição final (não os marque na beirada da proveta). b) Meça, com a régua e em centímetros, a distância entre os pontos. c) Coloque óleo no interior da proveta, de modo que o nível fique um pouco acima da posição inicial demarcada. d) Com um conta-gotas, insira a 1ª gota d’água no óleo. e) No instante em que a gota passar pelo ponto inicial, acione o cronômetro. Observe atentamente o movimento. f) Quando passar pelo ponto final, trave o cronômetro: desse modo, você obtém o intervalo de tempo decorrido no experimento. g) Repita o experimento, inserindo a 2ª gota d’água de tamanho diferente da primeira. Anote os dados na tabela. Fig. 3 – Experimento: Velocidade escalar média de uma gota d’água no óleo. Fonte: RESQUETTI, 2008. Dados obtidos: 27
  • 29. 1ª gota d’água Valor 2ª gota d’água Valor Distância percorrida pela 1ª Distância percorrida pela 2ª gota d’água gota d’água Intervalo de tempo Intervalo de tempo Cálculo da velocidade escalar média das duas gotas d´água: Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes: 1. Explique por que a gota d’água consegue se movimentar através do óleo. (OBS: o professor pode conduzir a discussão envolvendo a questão da gravidade, dos líquidos imiscíveis e da densidade). 2. Qual das duas gotas que você inseriu no óleo é maior, a primeira ou a segunda? 3. Compare os valores da velocidade das gotas: são os mesmos? 4. Ao observar o movimento das gotas através do óleo, o que você pode dizer sobre suas velocidades: são aproximadamente constantes ou são visivelmente variáveis? 5. A) Você acha que o óleo interferiu no movimento das gotas? B) Se o movimento ocorresse através do ar, as velocidades obtidas seriam diferentes? C) Que grandeza física interferiu na velocidade? (OBS: o professor deve levantar um debate envolvendo a questão da resistência do meio. É um bom momento para conhecer as idéias prévias dos estudantes e verificar se são semelhantes àquelas desenvolvidas ao longo da evolução histórica da teoria dos movimentos). 6. Com base em suas observações, elabore a conclusão. Conclusão: (elaborada pela equipe) 28
  • 30. 2ª Parte: Dinâmica Justificativa De acordo com Peduzzi e Peduzzi (1985), as relações entre força e movimento constituem um dos temas em que maior número de erros conceituais tem sido detectado em estudantes de qualquer nível de ensino. As pesquisas em ensino de Física sobre o conceito de força mostram que as concepções alternativas dos estudantes têm grande similaridade com aquelas desenvolvidas ao longo da história do conhecimento científico. Contudo, no ensino tradicional desconsideram-se as concepções que os estudantes constroem no cotidiano e “o panorama do ensino de ciências e de física permanece inalterado, cumprindo o papel dogmatizador e ‘desmemoriado’, no sentido de uma absoluta falta de historicidade” (DANHONI NEVES e SAVI, 2005, p. 186). É fundamental que o professor identifique as idéias prévias dos estudantes em relação aos conceitos de aceleração, força e velocidade, para que ele possa direcionar sua ação pedagógica. Para isso, os jovens devem ser envolvidos num amplo debate sobre esse tema, pois assim o professor terá condições de planejar as estratégias de ensino em Dinâmica. Entendemos que o desenvolvimento de atividades experimentais envolvendo a Dinâmica é um excelente recurso para o professor realizar a transposição didática das relações entre força e movimento. Os experimentos de demonstração sugeridos em seguida referem-se aos princípios da Dinâmica. São apresentados quatro roteiros com algumas questões que podem ser propostas aos estudantes. Reforçamos que o professor deve desempenhar o papel de mediador, de forma a conduzir o debate entre os alunos pela argumentação e proposição de questões a respeito do tema. Roteiro 4 Inércia: Experimento com um puck de madeira 29
  • 31. Objetivo: Discutir o Princípio da Inércia. Material: 1 puck de madeira lisa com 8 cm a 10 cm de diâmetro e furo central de 1,5 cm; 1 rolha de borracha com furo, de modo que possa ser encaixada no furo do puck; 1 bexiga. Procedimentos (1): a) Coloque a rolha de borracha no furo central do puck, de modo que fique bem apertada, deixando um espaço de aproximadamente 2 mm para chegar no fundo do furo. b) Coloque o puck no extremo de uma mesa bem nivelada e lisa e dê um leve empurrão. Observe o movimento. Fig. 4 – Inércia: experimento com um puck de madeira (1). Fonte: RESQUETTI, 2008. Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes: 1. O que causou o movimento do puck? 2. Depois que o puck foi lançado (após o professor largá-lo), continua agindo a força motora aplicada inicialmente? 30
  • 32. 3. Por que o puck parou de se movimentar? Procedimentos (2): a) Encha de ar a bexiga, torça o bico (para que o ar não escape) e encaixe-o na rolha de borracha do puck. b) Coloque o puck no extremo da mesa. c) Desenrole o bico da bexiga, de modo a permitir a saída do ar e dê um leve empurrão no puck. Observe, junto com os alunos, o movimento do objeto. Fig. 5 – Inércia: experimento com um puck de madeira (2). Fonte: RESQUETTI, 2008. Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes: 4. O puck se movimentou do mesmo modo que no primeiro caso? 5. Por que o puck se movimentou mais facilmente sobre a mesa, uma vez que as forças aplicadas foram semelhantes? 6. O que você observou no movimento do objeto? (OBS: conduzir o debate questionando sobre a velocidade e a trajetória do puck). 7. Se não existisse atrito entre o objeto e a mesa, como seria o movimento do objeto (velocidade e trajetória)? 8. Então, que princípio da Dinâmica está relacionado a este experimento? 31
  • 33. Roteiro 5 Inércia: Experimento com uma folha de sulfite, um copo e uma moeda Objetivo: Discutir o Princípio da Inércia. Material: 1 copo de vidro; 1 moeda; 1 folha de sulfite. Procedimentos (1): Experimento com uma folha de sulfite e um copo a) Coloque o sulfite na beirada da mesa e, sobre ele, o copo de boca para baixo, de modo que este fique posicionado no centro da folha. b) Puxe rapidamente o sulfite (o copo não cai). Fig. 6 - Inércia: experimento com uma folha de sulfite e um copo. Fonte: RESQUETTI, 2008. Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes: 1. A força aplicada atuou somente na folha de sulfite ou também no copo? 2. Por que o copo não caiu, isto é, por que ele não se deslocou junto com o papel, uma vez que se encontrava sobre ele? 32
  • 34. 3. Que princípio da Dinâmica atua neste caso? 4. Se o copo fosse um objeto muito leve, de material descartável, por exemplo, o que você acha que aconteceria? Por quê? 5. A massa de um corpo tem relação com a sua inércia? Procedimentos (2): Experimento com uma folha de sulfite e uma moeda a) Agora coloque o copo sobre a mesa, com a boca virada para cima. b) Coloque sobre ele o sulfite e, sobre o sulfite, a moeda, de modo que ela fique posicionada no centro em relação à boca do copo. c) Puxe rapidamente o sulfite (a moeda cairá dentro do copo). Fig. 7 – Inércia: experimento com uma folha de sulfite e uma moeda. Fonte: RESQUETTI, 2008. Sugestões de questões que podem ser propostas aos alunos: 6. A força aplicada atuou somente no sulfite ou atuou também na moeda? 7. Por que a moeda caiu dentro do copo, ou seja, por que ela não se deslocou junto com o sulfite? 8. Que princípio da Dinâmica atua neste caso? 9. Se no lugar da moeda fosse colocado um objeto com massa relativamente pequena, como um pedaço de papel, por exemplo, o efeito seria o mesmo? Justifique. 33
  • 35. Roteiro 6 Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção Objetivos: Discutir o Princípio da Ação e Reação. Analisar o Princípio Fundamental da Dinâmica. Material: 1 carrinho de fricção; 1 placa de isopor de 1,5 cm de espessura, 40 cm de comprimento e 30 cm de largura, aproximadamente; 6 lápis. Procedimentos: a) Coloque a placa de isopor sobre uma mesa, com o comprimento voltado para os estudantes. b) Marque na mesa um ponto de referência relativo a uma das extremidades do isopor, de modo que todos o vejam. c) Friccione o carrinho na mesa, segure as rodinhas de trás e coloque-o sobre uma das extremidades do isopor. Libere as rodinhas. d) Observe, junto com os alunos, se há movimento do isopor (deve ocorrer um pequeno deslocamento, no sentido oposto ao do carrinho). Repita este procedimento. Fig. 8 - Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção (1). Fonte: RESQUETTI, 2008. 34
  • 36. e) Agora, coloque os lápis sob o isopor, distanciados entre si e arrumados paralelamente um ao outro. f) Repita as operações b, c e d. Fig. 9 - Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção (2). Fonte: RESQUETTI, 2008. Sugestões de questões que podem ser propostas aos alunos: 1. Quando o carrinho foi liberado sobre o isopor, inicialmente sem os lápis e depois com os lápis, o que você observou quanto à direção do movimento do carrinho e da placa de isopor? 2. Podemos relacionar o efeito observado com algum princípio da Dinâmica? Justifique. 3. Comparando os dois procedimentos, sem os lápis e com os lápis, houve diferença no deslocamento da placa de isopor? 4. No primeiro caso, por que o isopor se movimentou só um pouco, ou seja, há algo que interferiu em seu movimento? Justifique. 5. No experimento com os lápis, observamos que os efeitos produzidos foram bem mais evidentes do que no primeiro caso. Então, qual a função dos lápis neste experimento? 6. As forças do par ação-reação atuam em um mesmo corpo ou em corpos distintos? 35
  • 37. 7. Sabemos que as forças de ação e reação têm a mesma intensidade. Neste caso: A) Os efeitos produzidos por estas forças devem ser os mesmos? B) A massa dos objetos interfere em seus movimentos? C) O que você pode dizer a respeito das acelerações adquiridas por objetos com massas diferentes e submetidos a forças de mesma intensidade? 8. No experimento com os lápis, em que o atrito entre a placa de isopor e a mesa foi menor do que no primeiro caso, o que você pode dizer a respeito das acelerações adquiridas pelo carrinho e pelo isopor? E das velocidades? Roteiro 7 Ação e Reação: provocando uma explosão com sal de fruta Objetivo: Discutir o Princípio da Ação e Reação. Material: 1 caminhãozinho de brinquedo; 1 tubo com tampa que possa ser adaptado na carroceria do caminhãozinho; 1 pacotinho de sal de fruta (5 g); 1 tubinho com uma extremidade aberta (pode ser um conta-gotas); água; fita adesiva. Procedimentos: a) Adapte o tubo na carroceria do caminhãozinho, prendendo com a fita adesiva. A tampa deve ficar voltada para trás. b) Coloque o sal de fruta no conta-gotas. c) Adicione água no tubo do carrinho, de modo que o nível fique com altura um pouco menor do que a do conta-gotas. d) Introduza, cuidadosamente, o conta-gotas com o sal de fruta no interior do tubo com água do carrinho. Tampe bem. 36
  • 38. e) Chacoalhe o caminhãozinho com rapidez, segurando fortemente nas extremidades. (Explique aos alunos que ocorre uma reação química da água com o sal de fruta, produzindo um gás agitado no interior do tubo). f) Em seguida, coloque o carrinho sobre a mesa. Observe (a tampa será arremessada para um lado e o caminhãozinho se movimentará para o lado oposto. O conta-gotas e a água cairão no local onde o carrinho estava posicionado inicialmente). Fig. 10 – Experimento : Ação e Reação - provocando uma explosão com sal de fruta. Fonte: RESQUETII, 2008. Sugestões de questões que podem ser propostas aos estudantes: 1. O que aconteceu no interior do tubo para causar o efeito que observamos? 2. Que princípio da Dinâmica está relacionado a este fato? 3. Quem exerceu a ação e onde foi aplicada? E a reação? 4. Os deslocamentos da tampa e do carrinho foram semelhantes? 5. O que você pode dizer a respeito das acelerações adquiridas pelos objetos? E das velocidades? 6. Houve atrito entre as superfícies? 7. Por que o conta-gotas e a água caíram no local onde o carrinho estava posicionado inicialmente? Podemos explicar este fato com base em um dos princípios da Dinâmica? 37
  • 39. III II: Mídias- ATIVIDADE III: Utilização De Mídias- Suporte Para O Ensino De Física Justificativa Esta atividade foi elaborada para ser realizada no laboratório de Informática. O intuito é conhecer e analisar tecnologias diferenciadas para o ensino de Física, como softwares ou as mídias-suporte disponibilizadas na Rede Mundial de Computadores (Internet), como o YouTube, os recursos audiovisuais do portal da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), do Ministério da Educação (MEC), da Sociedade Brasileira de Física (SBF) e de universidade brasileiras. Através do computador, o professor pode explorar ferramentas de ensino como imagens, vídeos, animações e simulações de experiências envolvendo a Mecânica. Não obstante, alguns pontos devem ser considerados quanto ao uso de simulações como recurso de aprendizagem. Os experimentos virtuais raramente levam em conta atritos ou vibrações. Há simulações que apresentam erros conceituais ou analogias que não são claras para o aluno (SAAVEDRA, 2008). Assim, é importante que o professor faça intervenções pedagógicas durante a apresentação de tais recursos. III.1 – Endereços eletrônicos de mídias-suporte Listamos, em seguida, alguns endereços eletrônicos que podem ser consultados e explorados pelo professor. 38
  • 40. Laboratório Didático Visual da USP <http://www.labvirt.fe.usp.br/indice.asp> Entrar em: Simulações. Laboratório Virtual da USP: <http://www.ideiasnacaixa.com/laboratoriovirtual/> Clicar no conteúdo desejado, na coluna do lado esquerdo. Portal do Professor do Ministério da Educação (MEC): http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ Entrar em: Recursos Educacionais e, depois, em áudio, vídeo, imagem, experimento, mapa ou animação/simulação. Portal da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/educadores> Entrar em: Banco de Imagens, Domínio Público, Simuladores e Animações, ou Vídeos. Portal SBF de Ensino e Divulgação da Física: Píon - Material instrucional de apoio da da Sociedade Brasileira de Física – SBF. <www.pion.sbfisica.org.br> Entrar em multimídia: Imagens, Charges, Vídeos, Simulações ou Áudio. Site PET-Física: Programa de Educação Tutorial do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá - UEM. <http://www.pet.dfi.uem.br> Entrar em : Animações Site do Ministério da Educação (MEC) <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/> Entrar em: Ensino Médio / Física (indicar como visualizar os recursos: por títulos, autores, assunto ou por datas). Site da Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED): Projeto do Ministério da Educação (MEC) para Educação à Distância (EaD) <http://www.rived.mec.gov.br/> Entrar em: Pesquisar objetos de aprendizagem (escolher o nível de ensino e a área de conhecimento e, depois, clicar em pesquisar). 39
  • 41. Site da Universidade da Pensilvânia (EUA) <http://phys23p.sl.psu.edu/phys_anim/mech/indexer_mech.html> Entrar em: Categories (Categorias). Site da Universidade do Colorado (EUA) <http://phet.colorado.edu/simulations/index.php?cat=Top_Simulations> Entrar em: Simulations (Simulações). Site da Universidade de Stanford (EUA) Pesquisar animações em: <http://einstein.stanford.edu/Media/> Pesquisar imagens em: <http://einstein.stanford.edu/gallery/> Site do YouTube <http://www.youtube.com.br/videos> Pesquisa de vídeos: digitar o conteúdo desejado e clicar em pesquisar. Sugestões para leitura Como referências para leitura, indicamos os seguintes artigos: Ferramentas audiovisuais como instrumento no ensino de física. SARTORI, A. F.; RAMOS, E. M. de F. Rio Claro: 200-. Disponível em: <http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/t0263-2.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2008. Física no computador: o computador como uma ferramenta no ensino e na aprendizagem das ciências físicas. FIOLHAIS, C.; TRINDADE, J. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 3, p.257-258, set. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-47442003000300002&script=sci _ arttext>. Acesso em: 19 ago. 2008. 40
  • 42. Produção de filmes didáticos de curta-metragem e CD-ROMs para o Ensino de Física. ROHLING, J. H. et al. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 265-281. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-47442002000200013&script=sci_ arttext>. Acesso em: 28 set. 2008. ATIVIDADE IV: Análise Crítica De Vídeos- IV: Vídeos- Suporte Justificativa O objetivo desta atividade é dar uma visão mais ampla quanto ao uso do vídeo em sala de aula, de modo que o professor explore todo o potencial desta metodologia de ensino. Através do vídeo o professor, atuando como mediador, tem condições de promover um debate em torno de um tema, de conduzir seus alunos a perceberem elementos da Física em filmes cinematográficos, de apresentar simulações de experiências, de relacionar a Física com a tecnologia e o cotidiano, entre outros. A idéia é refletir sobre as diversas formas de utilização e as dinâmicas de análise desta metodologia de ensino. Analisar recortes de filmes em sala de aula é uma atividade motivadora para os alunos. Temos, por exemplo, cenas interessantes que envolvem a Mecânica no filme O Homem-Aranha (cf. o artigo sugerido a seguir) e no Titanic (o professor pode explorar o Princípio da Inércia nos minutos que antecedem a colisão do navio com o iceberg1). Nos vídeos que abordam o uso do cinto de segurança, há diversas cenas 1 Há algumas cenas na casa de máquinas para o ensino de Termodinâmica. 41
  • 43. em que os princípios da Dinâmica podem ser explorados (esses vídeos podem ser acessados no YouTube). Sugestões para leitura Para a aplicação desta atividade em sala de aula, sugerimos a leitura dos seguintes artigos: Aprendendo Física com o Homem-Aranha: utilizando cenas do filme para discutir conceitos de Física no Ensino Médio. OLIVEIRA, L. D. A física na escola, v. 7, n. 2, out. 2006. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008. O vídeo na sala de aula. MORAN, J. M. Revista Comunicação & Educação, São Paulo, Ed. Moderna, [2]: p. 27-35, jan./abr. 1995. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm>. Acesso em: 25 ago. 2008. V: Mecânica ATIVIDADE V: A Mecânica Em Obras De Arte E Obras Literárias O ensino de Física deve estar inserido em um processo histórico e social, de forma que o conhecimento científico e tecnológico seja compreendido como resultado de uma construção humana. Sua presença é identificada em diversos âmbitos e setores, como, por exemplo, nas manifestações artísticas ou literárias, peças de teatro, letras de músicas, etc. “Este ensinar física deve levar ainda à compreensão das formas pelas quais a física e a tecnologia influenciam nossa interpretação do 42
  • 44. mundo atual, condicionando formas de pensar e interagir” (COSTA et al., p. 23, 2007). Os desenhos de Leonardo Da Vinci (figura 11) representam não só o movimento verticoso e o mecanismo das ondas, mas também o perfeito conhecimento do artista sobre a interação de forças. Leonardo observou que as ondas formadas na água transmitem o movimento, porém não deslocam a matéria, e que as correntes fluviais são mais velozes na superfície (ZIMAN, 1981). Fig. 11 – Mecanismo da água. Desenho de Leonardo Da Vinci, 1508 – 1509. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Drawings>. <http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Studies_of_Water_passing_Obstacles_and_fallin g.jpg>. Acesso em: 10 dez 2008. Fonte: Banco de Dados Wikimedia Commons, <http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page> A obra Os Embaixadores (The Ambassadors), de Hans Holbein, 1533, é repleta de objetos modernos para a época. Sobre o móvel do centro repousam os instrumentos de medição astronômico e marítimo, como o globo terrestre e o quadrante, em referência à circunavegação e às grandes descobertas de novos continentes. Na parte inferior do móvel encontram-se objetos relativos às atividades terrenas do ambiente culto burguês, como o alaúde, instrumentos musicais, um livro 43
  • 45. de aritmética e outro globo. Os dois homens são embaixadores: o da esquerda é Jean de Dinteville, da França, retratado aos 29 anos de idade; o da direita é Georges de Selve, da Inglaterra, um erudito recém-consagrado bispo católico aos 25 anos de idade. No canto superior esquerdo é possível ver um pequeno crucifixo de prata cristão parcialmente encoberto pela suntuosa cortina, talvez representando as relações estremecidas entre a Inglaterra e a França ou às turbulências causadas pela Reforma Protestante. A forma meticulosa e a quantidade de objetos colocados na obra demarcam o status social daqueles homens. Apesar da juventude dos embaixadores, a imagem é enigmática em virtude de uma figura estranha colocada logo abaixo. É possível identificar tal objeto, de forma alongada, através de uma visão periférica, olhando-o obliquamente. Daí percebe-se que a figura é uma caveira humana distorcida que, em meio aos dois promissores jovens, faz um alerta à finitude da vida. O efeito foi obtido por Holbein com o uso de lentes e espelhos, procedimento técnico utilizado em sua época (SITE DE APOIO AO EDUCADOR). Fig. 12 - Os Embaixadores (The Ambassadors). Obra de Hans Holbein, 1533. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Hans_Holbein_d._J._028.jpg>. Acesso em: 9 dez. 2008 Fonte: Banco de Dados Wikimedia Commons, <http://commons.wikimedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal> 44
  • 46. Um dos fenômenos culturais típicos do século XVIII foi a proliferação das sociedades filosóficas, científicas e literárias pelas cidades do interior da Inglaterra. O objetivo principal foi a promoção da Filosofia, das Ciências e das Artes nas diversas regiões. Entre as sociedades mais importantes figurava a Lunar Society (Sociedade Lunar), fundada em Birmingham, região da metalurgia e da indústria pesada, por volta de 1765. Os encontros realizavam-se na casa de um dos membros, em geral às segundas-feiras, nas noites de lua cheia (daí a origem do nome da sociedade), quando era mais fácil encontrar o caminho de ida e de volta. Faziam parte da Sociedade Lunar, entre outros, o inventor James Watt, o médico, poeta e naturalista Erasmus Darwin (avô de Charles Darwin) e o pintor Joseph Wright, que pintou em telas reuniões da sociedade (SOARES, 200_). Mais do que qualquer outro único grupo, a Sociedade Lunar de Birmingham representou as forças de mudança da Inglaterra do final do século XVIII, porque a Sociedade Lunar era um brilhante microcosmo daquela comunidade dispersa de manufatureiros provinciais e homens profissionais que encontraram a Inglaterra como uma sociedade rural, com uma economia agrícola, e a deixaram urbana e industrial. Uma improvável e ‘revolucionária’ sociedade, nunca antes alcançada. Foi um pequeno grupo, formado através dos anos de apenas quatorze membros (...) Eles não eram aquela espécie de homens de guarnecer as barricadas ou fazer discursos inflamados em tribunas políticas. A revolução que eles forjaram foi mais insidiosa - e mais permanente - do que aquela criada por seus pares franceses, porque estes homens foram os precursores da Revolução Industrial (SCHOFIELD apud SOARES, 200_) O quadro Um Filósofo dando uma palestra sobre o planetário (A Philoshopher Giving a Lecture on the Orrery), de Joseph Wright, 1766, mostra um planetário mecânico movido por engrenagens de relógio, com os planetas em movimento em torno do sol, este ali representado por uma luz no centro. A obra ilustra o cientista (filósofo) rodeado por pessoas curiosas e de diferentes idades, provavelmente familiares dos membros da Sociedade Lunar. 45
  • 47. Fig. 13 - Um Filósofo dando uma palestra sobre o planetário (A Philoshopher Giving a Lecture on the Orrery). Obra de Joseph Wright, 1766. Museum and Art Gallery, Derby, UK. Disponível em: <http://farm3.static.flickr.com/2003/2419168400_3871b1c662.jpg>. Acesso em: 9 dez 2008. Fonte: Flickr – Site de fotos, <http://www.flickr.com>. O afresco de Giuseppe Bezzuoli, de 1841, tenta reconstituir uma experiência atribuída a Galileu, realizada com o plano inclinado2. Nos dois extremos estão homens rancorosos: à direita está o Príncipe Giovanni de Médici (Galileu demonstrou a inutilidade de uma draga projetada pelo nobre) e à esquerda estão os adversários científicos de Galileu. Estes se encontram debruçados sobre um livro de Aristóteles, onde estaria escrito – preto no branco - que corpos de pesos diferentes deveriam cair com velocidades diferentes. Galileu é o homem mais alto do quadro, posicionado logo à esquerda do centro, e está rodeado de vários alunos e discípulos (PROJECTO FÍSICA, 1978). 2 Na página da internet, <http://www.internetculturale.it/genera.jsp?id=843>, encontra-se uma explicação detalhada desta obra (clicando em Approfondimento: Caduta dei gravi, é possível ver a imagem com animações). 46
  • 48. Fig. 14 - Experimento do plano inclinado de Galileu (Galileo's inclined plane experiment). Obra de Giuseppe Bezzuoli, 1841. Disponível em: <http://einstein.stanford.edu/Library/images/Galileo-incline-expt.jpg>. Acesso em: 9 dez. 2008. Fonte: Site da Stanford University. <http://einstein.stanford.edu/SPACETIME/spacetime3.html> Na obra de Vincent Van Gogh, A Noite Estrelada (figura 15), a sensação de que todos os fenômenos naturais estão interligados a uma escala cósmica é partilhada tanto por cientistas como por artistas (PROJECTO FÍSICA, 1978). Esse quadro do pintor holandês exibe um vertiginoso dinamismo. Van Gogh submergiu as estrelas num redemoinho de intensa luz. A lua, num imperfeito quarto minguante, parece emitir ondas pela tela e a silhueta dos ciprestes dá a sensação de eterno movimento. Por meio das espirais de luz no centro, o artista constrói uma representação estilizada da Via Láctea (COLEÇÃO FOLHA GRANDES MESTRES DA PINTURA, 2007). 47
  • 49. Fig. 15 - A Noite Estrelada (The Starry Night). Óleo sobre tela de Vincent Van Gogh, 1889. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/su000003.jpg>. Acesso em: 9 dez. 2008. Fonte: Portal Domínio Público – Biblioteca digital desenvolvida em software livre. <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp>. Maurits Cornelis Escher criou um mundo fascinante em suas xilografias e litografias, utilizando a ilusão de óptica com incrível qualidade técnica e estética. Na litografia intitulada Queda d´água (Waterfall), figura 16, Escher mostra a água subindo ao longo de um canal em zigue-zague, uma impossibilidade gravitacional. Depois de despencar sobre a roda de um moinho, a água volta para o ponto de origem e, novamente, cai sobre a roda d’ água em um movimento perpétuo e impossível (WIKIPEDIA). 48
  • 50. Fig. 16 – Queda d’água (Waterfall). Litografia de Maurits Cornelis Escher, 1961. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/M._C._Escher>. Acesso em: 10 dez 2008. Fonte: Wikipedia – The Free Encyclopedia. O Poema para Galileu (cf. Anexo), de Antônio Gedeão, é um bom exemplo da congruência da Literatura com a Ciência. Apresenta uma síntese da vida e dos principais trabalhos de Galileu Galilei. É indicado para a utilização como material instrucional e para o ensino de História da Ciência, além de motivar o debate entre os jovens. Possibilita ainda o trabalho interdisciplinar com a Literatura, a História e a Geografia (BARBOSA-LIMA et al., 2008). Apresentar a Física através do teatro e da dança é uma outra estratégia para o ensino do caráter conceitual e histórico da Ciência. O artigo Uma viagem pela física e astronomia através do teatro e da dança apresenta um projeto muito interessante desenvolvido com alunos do Ensino Fundamental. O trabalho mostrou que é possível unir Arte e Ciência em busca de uma educação dinâmica e transformadora (CARVALHO, 2006). 49
  • 51. Sugestões de leitura Para o desenvolvimento e complementação desta atividade em sala de aula, sugerimos as seguintes leituras: A matemática e a Mona Lisa: a confluência da arte com a ciência. ATALAY, B. São Paulo: Ed. Mercuryo, 2007. Tradução de Mário Vilela. Da Terra, da Lua e além. DANHONI NEVES, M. C.; et al. (Orgs.). Maringá: Ed. Massoni, 2007, 1. ed. Ciência e Arte: Vermeer, Huygens e Leeuwenhoek A Física na Escola, v. 8, n. 2, p. 22-30, 2007. Disponível em: < http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol8/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008. Entrevista com Kepler: do seu nascimento à descoberta das duas primeiras leis. MEDEIROS, A. A Física na Escola, v. 3, n. 2, p. 22-33, 2002. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol3/Num2/>. Acesso em: 20 jul. 2008. Entrevista com Kepler: a descoberta da terceira lei do movimento planetário. MEDEIROS, A. A Física na Escola, v. 4, n. 1, p. 22-33, 2003. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol4/Num1/>. Acesso em: 08 set. 2008. Salvador Dali e a Mecânica Quântica. COSTA, R. R. D. da; NASCIMENTO, R. S. do; GERMANO, M. G. A Física na Escola, v. 8, n. 2, p. 23-26, 2007. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol8/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008. Uma viagem pela física e astronomia através do teatro e da dança. CARVALHO, S. H. M. de. A Física na Escola, v. 7, n. 1, p. 11-16, maio 2006. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol7/Num1/>. Acesso em: 15 set. 2006. 50
  • 52. Um Poema para Galileu GEDEÃO, A. A Física na Escola, v. 3, n. 2, p. 9-10, 2002. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol3/Num2/>. Acesso em 13 nov. 2008. Considerações Finais Esperamos que o presente trabalho tenha trazido contribuições significativas para a prática pedagógica do professor de Física do Ensino Médio. A introdução de novas propostas de ensino, indiscutivelmente, exige práticas docentes que não são usuais em sala de aula. Motivar o estudante quanto à aprendizagem de Física é desafiador, mas é possível. Sim, é possível apresentar a Física ao jovem como uma ciência belíssima e rica em significado. Referências ALMEIDA, M. J. P. M. de. Prescrições e recomendações ao professor na solução de problemas do ensino na educação em ciências. In: Ciência & Ensino, v. 1, n. 1, p. 47-51, dez. 2006. Disponível em: <www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeensino/article/viewPDFInterstitial/97/97> Acesso em: 15 maio 2008. ARGÜELLO, C. A. A educação potencializadora em Ciências. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005, p. 17-22. BARBOSA-LIMA, M. da C. et al. Espelhos de duas faces. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, 11., 2008, Curitiba. Anais...Curitiba: XI EPEF, 2008. p. 48. BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. CACHAPUZ, A. F. (Org.). Formação de professores de ciências: perspectivas de ensino. 1ª ed. Porto: Centro de Estudos de Educação em Ciência (CEEC), 2000. 51
  • 53. CARVALHO, A. M. P. et al. Termodinâmica: um ensino por ação. São Paulo: FE/USP, 1999. CARVALHO, A. M. P.; VANNUCCHI, A. O currículo de física: inovações e tendências nos anos noventa, 1995. Disponível em: <http://www.if.ufrs.br/public/ensino/N1/1artigo.htm>. Acesso em 27 jul. 2005. CARVALHO, S. H. M. de. Uma viagem pela física e astronomia através do teatro e da dança. A Física na Escola, v. 7, n. 1, p. 11-16, maio 2006. COLEÇÃO Folha Grandes Mestres da Pintura. Vincent Van Gogh. São Paulo: Editorial Sol 90, 2007, v. 1. COSTA, R. R. D. da; NASCIMENTO, R. S. do; GERMANO, M. G. Salvador Dali e a Mecânica Quântica. A Física na Escola, v. 8, n. 2, p. 23-26, 2007. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol8/Num2/>. Acesso em: 25 ago. 2008. DANHONI NEVES, M. C. A história da ciência no ensino de física. Revista Ciência e Educação, 1998, 5(1), p. 73-81. DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A. A sobrevivência do alternativo: uma pequena digressão sobre mudanças conceituais que não ocorrem no ensino de Física. In: DANHONI NEVES (Org.) et al. De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Massoni, 2005. FIOLHAIS, C.; TRINDADE, J. Física no computador: o computador como uma ferramenta no ensino e na aprendizagem das ciências físicas. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 3, p.257-258, set. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-7442003000300002&script=sci_arttext>. Acesso em: 19 ago. 2008. IWASSO, S. Ensino distante da realidade desmotiva jovem. O Estado de São Paulo, 8 jun. 2008. Caderno Vida &, p. A26. KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Rio de Janeiro: Ed. Forense-Universitária, 1982. MEGID NETO, J.; PACHECO, D. Pesquisas sobre o ensino de física no nível médio no Brasil: concepção e tratamento de problemas em teses e dissertações. In: NARDI, R. (Org.). Pesquisas em ensino de física. 2. ed. rev. São Paulo: Escrituras, 2001. MORAN, J. M. O vídeo na sala de aula. Revista Comunicação & Educação, São Paulo, Ed. Moderna, [2]: p. 27-35, jan./abr. 1995. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm. Acesso em: 25 ago. 2008. PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Física para a Educação Básica. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação - SEED, 2006. 52
  • 54. PAZ et al. Projeto de Ensino: atividades experimentais de Física. Florianópolis: 1999. Disponível em: http://www.ca.ufsc.br/fsc/projeto/Projeto%20de%20Ensino.htm#_Toc465450628. Acesso em: 29 jun. 2008. PEDUZZI, L. O. Q.; PEDUZZI, S. S. Força no movimento de projéteis. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 2, n. 3, p. 114-127, dez. 1985. Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/02-3/artpdf/02-3.pdf>. Acesso em: 15 set. 2008. PHILIPPSEN, G. S. Concepções alternativas físicas intocáveis: controvérsias do éter. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 227-233. PROJECTO FÍSICA. Conceitos de movimento. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1978. RESQUETTI, S. O. Como se movem os projéteis nos livros didáticos de física e no vestibular? Inquirindo o Galileu sintético de hoje. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência e o Ensino da Matemática) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007. REZENDE, F.; OSTERMANN, F. A prática do professor e a pesquisa em ensino de Física: novos elementos para repensar essa relação. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 22, n. 3, p. 316-337, dez. 2005. Disponível em: www.fsc.ufsc.br/cbef/port/22-3/artpdf/a2.pdf. Acesso em: 07 jun. 2006. ROHLING, J. H. et al. Produção de filmes didáticos de curta-metragem e CD-Roms para o Ensino de Física. In: DANHONI NEVES, M. C.; SAVI, A. A (Orgs.). De experimentos, paradigmas e diversidades no ensino de física: construindo alternativas. 1. ed. Maringá: Ed. Massoni, 2005. p. 265-281. ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. In: Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciências, v. 4, n. 1, 2005. SAAVEDRA, N. Utilização de Simulações e Recursos de Internet no Ensino de Física Moderna. Departamento Acadêmico de Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2008. SARTORI, A. F.; RAMOS, E. M. de F. Ferramentas audiovisuais como instrumento no ensino de física. Rio Claro: 200-. Disponível em: www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/t0263-2.pdf. Acesso em: 18 ago. 2008. SILVA, A. M. T. B. da. Representações sociais: uma contraproposta ao estudo das concepções alternativas no ensino de física. 1998. 121 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998. 53
  • 55. SITE de Apoio ao Educador. Os Embaixadores. Disponível em: <http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/holbein_embaixadores.htm>. Acesso em: 10 dez. 2008. SOARES, L. C. Ciência Aplicada e Ilustração: Duas Sociedades Científicas Inglesas na Segunda Metade do Século XVIII, 200_. Disponível em: <http://www.rj.anpuh.org/Anais/2004/Simposios%20Tematicos/Luiz%20Carlos%20S oares.doc>. Acesso em: 13 nov. 2008. WIKIPEDIA – The Free Encyclopedia. M. C. Escher. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/M._C._Escher>. Acesso em: 10 dez 2008. ZIMAN, J. A força do conhecimento. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1981. ZYLBERSTAJN, A. A evolução das concepções sobre força e movimento. Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina, [19--]. Disponível em: <http://www.server.fsc.ufsc.br/.../textos>. Acesso em: 03 nov. 2006. Referências das imagens Figura 1: RESQUETTI, S. O. Experimento: determinação da velocidade média de um carrinho de brinquedo, 2008. Figura 2: RESQUETTI, S. O. Experimento: velocidade escalar média de uma bolinha de gude sobre um plano inclinado, 2008. Figura 3: RESQUETTI, S. O. Experimento: Velocidade escalar média de uma gota d’água no óleo, 2008. Figura 4: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com um puck de madeira (1), 2008. Figura 5: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com um puck de madeira (2), 2008. Figura 6: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com uma folha de sulfite e um copo, 2008. Figura 7: RESQUETTI, S. O. Inércia: experimento com uma folha de sulfite e uma moeda, 2008. Figura 8: RESQUETTI, S. O. Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção (1), 2008. Figura 9: RESQUETTI, S. O. Ação e Reação: Experimento com um carrinho de fricção (2), 2008. 54
  • 56. Figura 10: RESQUETTI, S. O. Experimento: Ação e Reação - provocando uma explosão com sal de fruta, 2008. Figura 11: BANCO DE DADOS WIKIMEDIA COMMONS. Studies of water passing obstacles and falling. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Drawings> e <http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Studies_of_Water_passing_Obstacles_an d_falling.jpg>. Acesso em: 10 dez 2008. Figura 12: BANCO DE DADOS WIKIMEDIA COMMONS. The Ambassadors. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Hans_Holbein_d._J._028.jpg>. Acesso em: 9 dez. 2008. Figura 13: FLICKR: SITE DE FOTOS. A Philoshopher Giving a Lecture on the Orrery). Disponível em: <http://farm3.static.flickr.com/2003/2419168400_3871b1c662.jpg>. Acesso em: 9 dez 2008. Figura 14: STANFORD UNIVERSITY. Galileo's inclined plane experiment. Disponível em: <http://einstein.stanford.edu/Library/images/Galileo-incline-expt.jpg>. Acesso em: 9 dez. 2008. Figura 15: PORTAL DOMÍNIO PÚBLICO – BIBLIOTECA DIGITAL DESENVOLVIDA EM SOFTWARE LIVRE. The Starry Night. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/su000003.jpg>. Acesso em: 9 dez. 2008. Figura 16: WIKIPEDIA – THE FREE ENCYCLOPEDIA. Waterfall. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/M._C._Escher>. Acesso em: 10 dez 2008. Fonte: Wikipedia – The Free Encyclopedia. Anexo: Poema para Galileu Autor: Antônio Gedeão. Este poema foi escrito pelo português Rômulo de Carvalho que, como poeta, adotou o pseudônimo de Antonio Gedeão. Na vida civil foi físico, historiador e divulgador da Ciência (Física na Escola, v. 3, n. 2, p. 9 -10, 2002). Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano, aquele teu retrato que toda a gente conhece, em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce sobre um modesto cabeção de pano. 55
  • 57. Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença. (Não, não, Galileu! Eu não disse Santo Ofício. Disse Galeria dos Ofícios). Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença. Lembras-te? A ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria... Eu sei... Eu sei... As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia. Ai que saudade, Galileu Galilei! Olha. Sabes? Lá na Florença está guardado um dedo da tua mão direita num relicário. Palavra de honra que está! As voltas que o mundo dá! Se calhar até há gente que pensa que entraste no calendário. Eu queria agradecer-te, Galileu, a inteligência das coisas que me deste. Eu, e quantos milhões de homens como eu a quem tu esclareceste, ia jurar - que disparate, Galileu! - e jurava a pés juntos e apostava a cabeça sem a menor hesitação - que os corpos caem tanto mais depressa quanto mais pesados são. Pois não é evidente, Galileu? Quem acredita que um penedo caia com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia? Esta era a inteligência que Deus nos deu. Estava agora a lembrar-me, Galileu, daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo e tinhas à tua frente um guiso de homens doutos, hirtos, de toga e de 56
  • 58. capelo a olharem-te severamente. Estavam todos a ralhar contigo, que parecia impossível que um homem da tua idade e da tua condição, se estivesse tornando um perigo para a Humanidade e para a civilização. Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscava os lábios, e percorrias, cheio de piedade, os rostos impenetráveis daquela fila de sábios. Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas, desceram lá das suas alturas e poisaram, como aves aturdidas - parece-me que estou a vê-las -, nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas. E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual conforme suas eminências desejavam, e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal e que os astros bailavam e entoavam à meia-noite louvores à harmonia universal. E juraste que nunca mais repetirias nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma, aquelas abomináveis heresias que ensinavas e escrevias para eterna perdição da tua alma Ai, Galileu! Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo, que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões 57
  • 59. de braços, andava a correr e a rolar pelos espaços à razão de trinta quilômetros por segundo. Tu é que sabias, Galileu Galilei. Por isso eram teus olhos misericordiosos, por isso era teu coração cheio de piedade, piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos a quem Deus dispensou de buscar a verdade. Por isso, estoicamente, mansamente, resististe a todas as torturas, a todas as angústias, a todos os contratempos, enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas, foram caindo, caindo, caindo, caindo, caindo sempre, e sempre, ininterruptamente, na razão direta dos quadrados dos tempos. 58