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Malcon A Tafner
Mauro C Fistarol
A Proposta
 A proposta dessa palestra é apimentar o debate
conhecido sobre as dificuldades de
implantação da governança corporativa em
uma empresa familiar com toda a sua
complexidade das questões interpessoais
(interprisão)
A visão que se tem de uma
Empresa Familiar
O que se fala da Empresa
Familiar…
 NA AMÉRICA
 “Shirtsleeves to shirt sleeves in three generations.”
 “De mangas arregaçadas para mangas arregaçadas em três gerações.”
 NA ITÁLIA
 “Dalle stalle alle stelle alle stalle.”
 “Dos estábulos para as estrelas e de volta para os estábulos.”
 NO MÉXICO
 “Padre bodeguero, hijo milionario, nieto pordiosero.”
 “Pai mercante; Filho milionário; Neto mendigo.”
 NA CHINA
 富不过三代 (fu bu guo san dai)
 “Você não pode ser rico por três gerações.”
 NO BRASIL
 “Pai rico, filho nobre, neto pobre.”
Mas… O que é afinal uma
família ?
 A família é unidade básica da sociedade
formada por indivíduos com ancestrais em
comum ou ligados por laços afetivos.
Mas… O que é afinal uma
família ?
 Toda a família bem sucedida exerce virtudes:
 Verdade, moral, generosidade, solidariedade e compaixão
 Enfim, existe um componente “espiritual” de berço entre os seus
membros
 Nenhuma família obtém êxito em preservar a si própria se o
seu sistema de valores fracassar
E como surgem essas
empresas ?
 A empresa familiar surge quando um indivíduo, ou mais amigos, se
propõem a empreender um negócio.
 Assim, essa pessoa, ou mais amigos, juntam capital e trabalham para
desenvolver uma atividade econômica (comercial, industrial ou de
prestação de serviços).
 No entanto, dada as condições iniciais, o(s) fundador(es) acaba
convocando o auxílio de membros familiares, ou ainda, um pequeno
número de colaboradores como forma de viabilziar o negócio.
 Importante: empreender um negócio passa pela fase de subsistência do
empreendedor e da família.
 Neste cenário, é fácil compreender que a maior parte das empresas no
mundo nasceu como empresas familiares.
Interprisão?
 Essa mesma condição, que no começo, por
comodidade, financeira ou de confiança se mostrou como
algo positivo, pode, ao longo do tempo, se tornar uma
interprisão intangível.
 Essa nova condição não significa necessariamente que
começou errado, pois naquele momento inicial, de alguma
forma, e dentro dos processos existentes, se mostrou importante
para os envolvidos, ou até mesmo necessária.
Interprisão?
 As pessoas, em suas relações, possuem um tipo de livro-
caixa, em que “anotam as transações”
 Se alguém lhe faz feliz você anota como crédito.
 Se alguém lhe ofende você anota como débito.
 A forma como lidamos com os ressentimentos na família
empresária terá influência direta sobre o andamento do
processo sucessório e do equilíbrio da empresa.
Então o que é uma
Empresa Familiar?
 Embora existam diversas definições sobre o que é uma
empresa familiar, adotaremos a seguinte definição:
 Empresa familiar é a organização em que tanto a gestão
administrativa quanto a propriedade são controladas, na sua maior
parte, por uma ou mais famílias, e dois ou mais membros da família
participam da força de trabalho, principalmente sendo integrantes
da execução do negócio.
Estatística não faz mal a
ninguém…
 Representatividade
 30% das 500 maiores empresas do mundo são familiares
 No Brasil, dos 300 maiores grupos privados, 270 são empresas
familiares
 Considerando os países industrializados, 75% das empresas são
familiares
 As empresas familiares empregam 55% da força de trabalho no
mundo
 15% das empresas de grande porte no mundo tem seu capital da
mão de famílias
 65% do PIB brasileiro está nas mãos de empresas familiares
Estatística não faz mal a
ninguém…
 Longevidade
 A vida média de empresas familiares no Brasil é de 9 anos, contra 12
anos de empresas “não familiares”
 A vida média de empresas familiares nos EUA é de 24 anos, contra
45 anos de empresas “não familiares”
 Apenas 30% das empresas familiares são continuadas na 2aG
 Apenas 15% das empresas familiares são continuadas na 3aG
 Apenas 4% das empresas familiares são continuadas na 4aG
Ainda sobre as EFs…
 Vantagens de Liderança
 Numa EF as decisões e sua operacionalização costumam ser mais
rápidas
 O proprietário empreendedor acorda de manha com a idéia e assume
todas as responsabilidades da sua execução
 Na maioria das vezes não discute e não divide o problema
 A liderança dentro da EF é mais consolidada por conta dos laços
construídos, tanto no passado, quanto por conta da representatividade
social da família na comunidade (funcionários são “seguidores”)
 Importante: decisões estratégicas em EFs organizadas para a
perpetuação tem visão de longo prazo
Ainda sobre as EFs…
 Vantagens de Velocidade
 A velocidade de mobilização da empresa dentro de um novo
processo possui a vontade política do fundador
 A mobilização dos funcionários acompanham o empenho da
liderança no timing
Ainda sobre as EFs…
 Vantagens Sociais (em especial nas IES)
 A família, por conta das raízes na comunidade, tende a ter uma
representatividade social muito forte
 Por conta da representatividade, também possuem maior participação
social (muitas vezes investindo diretamente na comunidade)
 Normalmente existe uma proximidade muito forte com a comunidade
de uma maneira geral
 Fiat Dei voluntas
 Em empresas “não familiares” essa situação tende a ser diferente, pois os
valores e os objetivos são diferentes, além da própria distância de onde
as decisões são tomadas perante a comunidade
A questão social em
empresas “não Familiares”…
 Em empresas “não familiares” a proximidade com a
comunidade tende a ser diferente
 Esse fato ocorre uma vez que os valores e os objetivos estão
dissociados dos interesses da comunidade
 As decisões são lentas, impessoais, distantes da comunidade e
sem compromisso
Abre “
O Exemplo de 2008
 O Vale do Itajaí foi acometido com um grande
desastre ecológico
 Desbarrancamentos
 Centenas de mortes
 Prejuízos somados em 1 Bilhão de reais
 Na ocasião
 Veículos à disposição
 Abastecimento
 600 mil litros de água
 90 mil pães produzidos e distribuídos
(parceria)
 Medicamentos distribuídos (parceria)
 8 mil fraldas distribuídas (parceria)
 Brinquedos (parceria)
 Equipe de 80 voluntários trabalhando durante
3 semanas
O Exemplo de 2011
Fecha ”
 Em 2011 fomos atingidos
 3 IES foram atingidas, mais de 20 m2 ficaram
debaixo de água
 Mais de 600 voluntários socorreram as
IES durante 2 semanas
Continuando…
 Não existem empresas sem nenhum tipo de vínculo familiar
 Por trás de quase todos os grandes grupos econômicos há um
grupo familiar no controle, mesmo que temporário
 Todos tem problemas…
 Uma empresa de um grupo econômico “não familiar”
também tem problemas, assim como as empresas familiares
 A forma de lidar com o problema será diferente por conta
das relações internas “não familiares”
Gestão Familiar X
Governança Corporativa
 Muito do material “técnico” de gestão aborda a presença da
família em uma gestão empresarial como forma “delicada”
 O conceito de “Empresa Familiar” é visto como pejorativo em
muitos casos
 Afinal… existem problemas?
 Sim, todos os relacionamentos da interprisão podem se transformar
em problemas diante de situações de conflito em qualquer
tempo, pois estão acima dos interesses da organização
Porque implantar uma GC
em uma EF ???
 A perpetuidade da empresa, de uma forma ou de
outra, dependerá de um processo de governança implantado
e operacional em tempo
 A necessidade de se reorganizar e “profissionalizar” não é um
fato bom… nem ruim… é simplismente uma necessidade
Porque implantar uma GC
em uma EF ???
 Garantir os valores
 Constituem a história da empresa e o norte das decisões
 A mantença dos valores ajudará muito o processo de implantação
da GC
 Precisam ser preservados dentro da empresa em seus
princípios, protocolos, conselhos e atitudes
Porque implantar uma GC
em uma EF ???
 Garantir os valores em uma GC?
 No final, a GC, junto com o controle familiar, é quem preservará os
valores da empresa
 Manter a história da família deverá fazer parte do processo de GC
 Muitas empresas não sobrevivem a troca do comando de uma
geração para outra por conta da mudança dos valores da nova
geração
Dificuldades da GC nas EFs
 As dificuldades para implantar uma condição de GC em uma
EF são inúmeras
 Essas dificuldades transcendem a lógica adminstrativa, pois os
interessem nem sempre são financeiros ou de poder, são
também familiares
 O processo de GC corre o risco de não ser implantado devido
a composição acionária da EF
 E… implantado a GC… é importante ter em mente que a a
sustentação da GC é a boa relação relação interfamiliar
 … o processo pode recuar
Dificuldades da GC nas EFs
 Implantar um processo de Governança Corporativa em uma
Empresa Familiar é uma situação que possui grandes desafios:
 Conflitos financeiros
 Necessidades da empresa x necessidades da família
 Profissionalização dos acionistas
 Profissionalização de membros da família
 Rivalidade entre os pretensos sucessores
 Transferência de patrimônio de uma geração para outra
 Transição de poder de uma geração para outra
 ENFIM… TODAS AS FAMÍLIAS SÃO IGUAIS… E SE VOCÊ TEM UMA FAMÍLIA..
VOCÊ JÁ TEM PROBLEMAS
Agora, vamos ver os valores
de novo…
Família Empresariais
Inclusão Mérito
Espontaneidade Planejamento
Perdão Responsabilização
Igualdade Superioridade
Voluntariado Trabalho recompensado
Paciência Capacidade de decisão
Como fazer a GC nas Efs ?
 Vejam como é fácil… é só…
 Definir regras de relacionamento da(s) famila(s)
com a empresa
 Definir critérios de sucessão
 Definir regras de remuneração
 Definir regras de distribuição de dividendos
 Implantar um Conselho de Administração e um
Conselho de Família
Então… Quais são os
PROBLEMAS ?
 Dificuldades para afastar funcionários antigos que trabalham na
empresa são reais
 Muitos ajudaram nos momentos mais difíceis
 Dificuldades para afastar membros da família que trabalham na
empresa são reais
 “Ele é da família…”
 Dificuldades para afastar pessoas ligadas à família que trabalham
na empresa são reais
 “É como se ele fosse da família…”
 Questões familiares tornam as decisões mais difíceis, pois elas irão
transceder o ambiente de trabalho
 “…em casa a gente conversa !
Então… Quais são os
PROBLEMAS ?
 Preocupação em manter os valores da família na “nova”
empresa
 “Vai mudar tudo… e os nossos valores?”
 A figura forte do fundador sempre estará presente
 “Se ele (o fundador) estivesse aqui isso não aconteceria”
 A influência das decisões podem vir de qualquer lugar e de
qualquer pessoa
 O pintor ou o motorista podem ser “conselheiros” invisíveis
 As relações familiares não possuem “freio social”
 Se conhecem muito há muito tempo… e nem tudo pode
estar “acertado”
Então… Quais são os
PROBLEMAS ?
 Sócios que não se escolheram podem ter visões diferentes sobre o futuro
da empresa
 Todos querem a mesma empresa?
 A visão da família sobre o negócio tem muita força
 Não importa o “certo” ou o “errado”, importa o que a família quer
 Transição do “poder” de uma geração à outra sempre é um ponto de
conflito
 Quem será o sucessor?
 Quase metade das EFs não discutem sobre esse assunto… Sempre é um
barril de pólvora
 O foco do poder em torno do fundador
 Falar das regras… (Caio)
Falando de sucessão
familiar…
 Os filhos não herdarão uma empresa…
 Os filhos herdarão uma sociedade… não serão donos… são
sócios
 Os filhos querem ser sócios entre sí ?
 Os primos querem ser sócios entre sí ?
 Todos se dão bem e comem churrasco no domingo juntos ?
 Os futuros sócios estão preparados para serem sócios entre sí?
 Todos queriam ser sócios da empresa ?
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FamíliaPatrimônio
Como implantar uma
GC?Primeiro Passo…
 Proteger o patrimônio... ou
seja, separar Empresa, Família e
Patrimônio
 Inclusive dentro do quinhão
familiar, se possível
 Esse conceito pode parecer
simples… mas não é
 A família tem que se preparar
para praticar esse
conceito, principalmente os
fundadores
Empresa
Como implantar uma
GC?Segundo Passo…
 Estabelecer políticas de relacionamento dos familiares com a
empresa, podendo ser:
Conselhos
Protocolos
Assembléias
Acordos
 Deve haver um modo de relação diferente do “Almoço de
Domingo”, que seja formal, protocolar (por escrito e devidamente
acordado)
Mas ANTES !!!
Um “Meio Passo”…
 O mais importante
 Ter “vontade política” dos fundadores é o verdadeiro “primeiro
passo”
 Sim… eles serão os melhores mediadores entre as duas gerações
 Mesmo que injustos
 Sim… sem eles… tudo tenderá a ser mais difícil
 Sim… a 1aG tem que confiar na 2aG
 Sim… eles precisam estar vivos...
Mas ANTES !!!
Um “Meio Passo”…
 IGUALMENTE importante
 Deverá haver um intermediador de confiança externo com trânsito na
família
 A negociação será o verdadeiro paradigma do processo
 Nem todos irão ceder… LOGO… alguém deverá ceder
 Porque ceder ????
 Se você é um membro da família, efetivamente preocupado com
ela, você quer sair da interprisão, e esse passo será importante para
proporcionar essa ação futura
Para pensar na cama…
Joelmir Beting
 Se a família fosse uma corrente… qual ELO
poderia ceder sem comprometer a corrente ?
 O mais fraco ou o mais forte ?
 Não pensem que ceder é ser fraco !!!
 Pensem …
E ANTES do Segundo Passo…
 Conscientizar todos da família sobre a importância do processo
 Principalmente os mais envolvidos
 Negociar os processos entre todos (procurar a profilaxia)
 “Todos” tem que participar ou acompanhar de alguma forma
para sustentar o futuro da GC
 Na prática: acomodar os principais interesses
 O diálogo tem que estar aberto nesse momento… é uma
oportunidade para resolver a interprisão
Importantíssimo…
 Dependendo do caso… afastar a família não é solução para
nada !!!
 E dependendo do caso… afastar a família é solução para tudo
!!!
Segredos
Falando em dinheiro…
 A família acionista tem que compreender que ela cresce mais rápido
que o patrimônio
 O sentimento de que um grande patrimônio que sustentará a todos
com segurança é falso
 Portanto, devem-se criar mecanismos para proporcionar a saída dos
membros familiares
A família e os coelhos…
Fundadores
2a G
3a G
Vamos fazer contas…
Fundadores 4
2a Geração 10
3a Geração 8
Total 22
Balanço Familiar
4 Fundadores
5 Filhos
4 “Agregados” dos filhos
1 “Agregado” do “Agregado”
4 Netos
4 “Agregados” dos netos
Balanço da Familia
 Onde os valores que fundaram a empresa estão presentes:
 4 Fundadores
 5 Filhos
 Onde os valores não faziam parte:
 4 “Agregados” dos filhos
 1 “Agregado” do “Agregado”
 Os “agregados” surgem do nada, se tornam sócios, e trazem
culturas e valores diferentes dos que criaram a empresa
 Onde os valores precisam ser cultivados:
 4 Netos
 4 “Agregados” dos netos
Mas falando em poder…
Fundadores
2a G
3a G
12,5%
25%25%25%25%
12,5%
12,5% 12,5% 25% 8,3%
4,1% 4,1%
50% 50%
8,3%
8,3% 8,3%
8,3%
8,3% 8,3%
2% 2%
2% 2%
Voltando ao Balanço da
Familia…
 Passivo
 Internos : Riscos como morte, divórcio, vícios, credores,
relacionamentos complexos e outros “segredos”
 Externos: Inflação, administração deficiente, gestão patrimonial
deficiente, mudanças no sistema político
 Patrimônio Líquido
 Como fica a realização pessoal das pessoas?
 O capital humano e intelectual da família está crescendo?
 A família está se preservando/preparando para o futuro?
 A família está consciente do futuro?
A família e a empresa
 Com o devido tempo, poderão haver as seguintes situações dentro do
contexto da diversidade familiar e da empresa:
 Membros da família que não são acionistas e que não trabalham na empresa
 Membros da família que não são acionistas e trabalham na empresa
 Membros da família que são acionistas e trabalham na empresa
 Membros da família que são acionistas e não trabalham na empresa
 Acionistas que não são membros da família e não trabalham na empresa
 Acionistas que não são membros da família e que trabalham na empresa
O futuro da EF…
 A probabilidade de uma Empresa Familiar se
complicar de alguma forma da 1a G para a 2a G é
muito grande
 Apenas 30% conseguem
 A probabilidade de uma Empresa Familiar se
complicar de alguma forma da 2a G para a 3a G é
maior ainda
 Apenas 4% conseguem
 LOGO… o futuro é…
fazer o que deve ser feito ou desaparecer
O futuro da EF…
 É fato que a Empresa Familiar poderá
desaparecer apenas por conflitos de interesses
familiares não resolvidos e transferidos para
dentro da empresa
 Ou o contrário, problemas da empresa
transferidos para dentro de casa
 A maior parte dos conflitos não terão origem na
saúde financeira da empresa, mas nos processos
interpessoais da interprisão
As opções da Empresa
Familiar…
 A Empresa não tem opção de futuro a não ser que se descole do
processo familiar
 A Empresa precisa se reorganizar dentro de um processo de
Governança Corporativa para sua longevidade e perpetuidade…
mantendo o controle do grupo familiar
 A Família tem que se profissionlizar para manter o controle da
empresa na condição de acionistas
 A Família precisa criar instrumentos internos para afastar as relações
interpessoais da gestão direta da empresa
As opções da Empresa
Familiar…
 Vender para outro grupo ?
 Mas atenção... Quem comprar:
 Ou ainda vai passar por isso…
 Empresa vive o momento da gestão familiar (fundadores no
controle)
 Ou já já passou por isso e está organizado…
 Empresa já descolada da família ou com as ações
pulverizadas
 Mas certamente controlada por alguma família
A pior opção…
 Fechar a Empresa depois de diversas brigas internas dentro da família
 Como consequência as relações familiares ficarão abaladas…
 vai aumentar a interprisão… ao menos “nessa vida”
Mandem lembranças à Família…
Malcon A. Tafner – malcontafner@me.com
Mauro C. Fistarol – mauro.fistarol@gmail.com

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A grande família

  • 2. A Proposta  A proposta dessa palestra é apimentar o debate conhecido sobre as dificuldades de implantação da governança corporativa em uma empresa familiar com toda a sua complexidade das questões interpessoais (interprisão)
  • 3. A visão que se tem de uma Empresa Familiar
  • 4. O que se fala da Empresa Familiar…  NA AMÉRICA  “Shirtsleeves to shirt sleeves in three generations.”  “De mangas arregaçadas para mangas arregaçadas em três gerações.”  NA ITÁLIA  “Dalle stalle alle stelle alle stalle.”  “Dos estábulos para as estrelas e de volta para os estábulos.”  NO MÉXICO  “Padre bodeguero, hijo milionario, nieto pordiosero.”  “Pai mercante; Filho milionário; Neto mendigo.”  NA CHINA  富不过三代 (fu bu guo san dai)  “Você não pode ser rico por três gerações.”  NO BRASIL  “Pai rico, filho nobre, neto pobre.”
  • 5. Mas… O que é afinal uma família ?  A família é unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos.
  • 6. Mas… O que é afinal uma família ?  Toda a família bem sucedida exerce virtudes:  Verdade, moral, generosidade, solidariedade e compaixão  Enfim, existe um componente “espiritual” de berço entre os seus membros  Nenhuma família obtém êxito em preservar a si própria se o seu sistema de valores fracassar
  • 7. E como surgem essas empresas ?  A empresa familiar surge quando um indivíduo, ou mais amigos, se propõem a empreender um negócio.  Assim, essa pessoa, ou mais amigos, juntam capital e trabalham para desenvolver uma atividade econômica (comercial, industrial ou de prestação de serviços).  No entanto, dada as condições iniciais, o(s) fundador(es) acaba convocando o auxílio de membros familiares, ou ainda, um pequeno número de colaboradores como forma de viabilziar o negócio.  Importante: empreender um negócio passa pela fase de subsistência do empreendedor e da família.  Neste cenário, é fácil compreender que a maior parte das empresas no mundo nasceu como empresas familiares.
  • 8. Interprisão?  Essa mesma condição, que no começo, por comodidade, financeira ou de confiança se mostrou como algo positivo, pode, ao longo do tempo, se tornar uma interprisão intangível.  Essa nova condição não significa necessariamente que começou errado, pois naquele momento inicial, de alguma forma, e dentro dos processos existentes, se mostrou importante para os envolvidos, ou até mesmo necessária.
  • 9. Interprisão?  As pessoas, em suas relações, possuem um tipo de livro- caixa, em que “anotam as transações”  Se alguém lhe faz feliz você anota como crédito.  Se alguém lhe ofende você anota como débito.  A forma como lidamos com os ressentimentos na família empresária terá influência direta sobre o andamento do processo sucessório e do equilíbrio da empresa.
  • 10. Então o que é uma Empresa Familiar?  Embora existam diversas definições sobre o que é uma empresa familiar, adotaremos a seguinte definição:  Empresa familiar é a organização em que tanto a gestão administrativa quanto a propriedade são controladas, na sua maior parte, por uma ou mais famílias, e dois ou mais membros da família participam da força de trabalho, principalmente sendo integrantes da execução do negócio.
  • 11. Estatística não faz mal a ninguém…  Representatividade  30% das 500 maiores empresas do mundo são familiares  No Brasil, dos 300 maiores grupos privados, 270 são empresas familiares  Considerando os países industrializados, 75% das empresas são familiares  As empresas familiares empregam 55% da força de trabalho no mundo  15% das empresas de grande porte no mundo tem seu capital da mão de famílias  65% do PIB brasileiro está nas mãos de empresas familiares
  • 12. Estatística não faz mal a ninguém…  Longevidade  A vida média de empresas familiares no Brasil é de 9 anos, contra 12 anos de empresas “não familiares”  A vida média de empresas familiares nos EUA é de 24 anos, contra 45 anos de empresas “não familiares”  Apenas 30% das empresas familiares são continuadas na 2aG  Apenas 15% das empresas familiares são continuadas na 3aG  Apenas 4% das empresas familiares são continuadas na 4aG
  • 13. Ainda sobre as EFs…  Vantagens de Liderança  Numa EF as decisões e sua operacionalização costumam ser mais rápidas  O proprietário empreendedor acorda de manha com a idéia e assume todas as responsabilidades da sua execução  Na maioria das vezes não discute e não divide o problema  A liderança dentro da EF é mais consolidada por conta dos laços construídos, tanto no passado, quanto por conta da representatividade social da família na comunidade (funcionários são “seguidores”)  Importante: decisões estratégicas em EFs organizadas para a perpetuação tem visão de longo prazo
  • 14. Ainda sobre as EFs…  Vantagens de Velocidade  A velocidade de mobilização da empresa dentro de um novo processo possui a vontade política do fundador  A mobilização dos funcionários acompanham o empenho da liderança no timing
  • 15. Ainda sobre as EFs…  Vantagens Sociais (em especial nas IES)  A família, por conta das raízes na comunidade, tende a ter uma representatividade social muito forte  Por conta da representatividade, também possuem maior participação social (muitas vezes investindo diretamente na comunidade)  Normalmente existe uma proximidade muito forte com a comunidade de uma maneira geral  Fiat Dei voluntas  Em empresas “não familiares” essa situação tende a ser diferente, pois os valores e os objetivos são diferentes, além da própria distância de onde as decisões são tomadas perante a comunidade
  • 16. A questão social em empresas “não Familiares”…  Em empresas “não familiares” a proximidade com a comunidade tende a ser diferente  Esse fato ocorre uma vez que os valores e os objetivos estão dissociados dos interesses da comunidade  As decisões são lentas, impessoais, distantes da comunidade e sem compromisso
  • 17. Abre “ O Exemplo de 2008  O Vale do Itajaí foi acometido com um grande desastre ecológico  Desbarrancamentos  Centenas de mortes  Prejuízos somados em 1 Bilhão de reais  Na ocasião  Veículos à disposição  Abastecimento  600 mil litros de água  90 mil pães produzidos e distribuídos (parceria)  Medicamentos distribuídos (parceria)  8 mil fraldas distribuídas (parceria)  Brinquedos (parceria)  Equipe de 80 voluntários trabalhando durante 3 semanas
  • 18. O Exemplo de 2011 Fecha ”  Em 2011 fomos atingidos  3 IES foram atingidas, mais de 20 m2 ficaram debaixo de água  Mais de 600 voluntários socorreram as IES durante 2 semanas
  • 19. Continuando…  Não existem empresas sem nenhum tipo de vínculo familiar  Por trás de quase todos os grandes grupos econômicos há um grupo familiar no controle, mesmo que temporário  Todos tem problemas…  Uma empresa de um grupo econômico “não familiar” também tem problemas, assim como as empresas familiares  A forma de lidar com o problema será diferente por conta das relações internas “não familiares”
  • 20. Gestão Familiar X Governança Corporativa  Muito do material “técnico” de gestão aborda a presença da família em uma gestão empresarial como forma “delicada”  O conceito de “Empresa Familiar” é visto como pejorativo em muitos casos  Afinal… existem problemas?  Sim, todos os relacionamentos da interprisão podem se transformar em problemas diante de situações de conflito em qualquer tempo, pois estão acima dos interesses da organização
  • 21. Porque implantar uma GC em uma EF ???  A perpetuidade da empresa, de uma forma ou de outra, dependerá de um processo de governança implantado e operacional em tempo  A necessidade de se reorganizar e “profissionalizar” não é um fato bom… nem ruim… é simplismente uma necessidade
  • 22. Porque implantar uma GC em uma EF ???  Garantir os valores  Constituem a história da empresa e o norte das decisões  A mantença dos valores ajudará muito o processo de implantação da GC  Precisam ser preservados dentro da empresa em seus princípios, protocolos, conselhos e atitudes
  • 23. Porque implantar uma GC em uma EF ???  Garantir os valores em uma GC?  No final, a GC, junto com o controle familiar, é quem preservará os valores da empresa  Manter a história da família deverá fazer parte do processo de GC  Muitas empresas não sobrevivem a troca do comando de uma geração para outra por conta da mudança dos valores da nova geração
  • 24. Dificuldades da GC nas EFs  As dificuldades para implantar uma condição de GC em uma EF são inúmeras  Essas dificuldades transcendem a lógica adminstrativa, pois os interessem nem sempre são financeiros ou de poder, são também familiares  O processo de GC corre o risco de não ser implantado devido a composição acionária da EF  E… implantado a GC… é importante ter em mente que a a sustentação da GC é a boa relação relação interfamiliar  … o processo pode recuar
  • 25. Dificuldades da GC nas EFs  Implantar um processo de Governança Corporativa em uma Empresa Familiar é uma situação que possui grandes desafios:  Conflitos financeiros  Necessidades da empresa x necessidades da família  Profissionalização dos acionistas  Profissionalização de membros da família  Rivalidade entre os pretensos sucessores  Transferência de patrimônio de uma geração para outra  Transição de poder de uma geração para outra  ENFIM… TODAS AS FAMÍLIAS SÃO IGUAIS… E SE VOCÊ TEM UMA FAMÍLIA.. VOCÊ JÁ TEM PROBLEMAS
  • 26. Agora, vamos ver os valores de novo… Família Empresariais Inclusão Mérito Espontaneidade Planejamento Perdão Responsabilização Igualdade Superioridade Voluntariado Trabalho recompensado Paciência Capacidade de decisão
  • 27. Como fazer a GC nas Efs ?  Vejam como é fácil… é só…  Definir regras de relacionamento da(s) famila(s) com a empresa  Definir critérios de sucessão  Definir regras de remuneração  Definir regras de distribuição de dividendos  Implantar um Conselho de Administração e um Conselho de Família
  • 28. Então… Quais são os PROBLEMAS ?  Dificuldades para afastar funcionários antigos que trabalham na empresa são reais  Muitos ajudaram nos momentos mais difíceis  Dificuldades para afastar membros da família que trabalham na empresa são reais  “Ele é da família…”  Dificuldades para afastar pessoas ligadas à família que trabalham na empresa são reais  “É como se ele fosse da família…”  Questões familiares tornam as decisões mais difíceis, pois elas irão transceder o ambiente de trabalho  “…em casa a gente conversa !
  • 29. Então… Quais são os PROBLEMAS ?  Preocupação em manter os valores da família na “nova” empresa  “Vai mudar tudo… e os nossos valores?”  A figura forte do fundador sempre estará presente  “Se ele (o fundador) estivesse aqui isso não aconteceria”  A influência das decisões podem vir de qualquer lugar e de qualquer pessoa  O pintor ou o motorista podem ser “conselheiros” invisíveis  As relações familiares não possuem “freio social”  Se conhecem muito há muito tempo… e nem tudo pode estar “acertado”
  • 30. Então… Quais são os PROBLEMAS ?  Sócios que não se escolheram podem ter visões diferentes sobre o futuro da empresa  Todos querem a mesma empresa?  A visão da família sobre o negócio tem muita força  Não importa o “certo” ou o “errado”, importa o que a família quer  Transição do “poder” de uma geração à outra sempre é um ponto de conflito  Quem será o sucessor?  Quase metade das EFs não discutem sobre esse assunto… Sempre é um barril de pólvora  O foco do poder em torno do fundador  Falar das regras… (Caio)
  • 31. Falando de sucessão familiar…  Os filhos não herdarão uma empresa…  Os filhos herdarão uma sociedade… não serão donos… são sócios  Os filhos querem ser sócios entre sí ?  Os primos querem ser sócios entre sí ?  Todos se dão bem e comem churrasco no domingo juntos ?  Os futuros sócios estão preparados para serem sócios entre sí?  Todos queriam ser sócios da empresa ?  Todos querem mandar em alguém ?  Quem vai mandar em quem ?  O legado que os “filhos” recebem e a dificuldade de suceder o sucesso
  • 32. FamíliaPatrimônio Como implantar uma GC?Primeiro Passo…  Proteger o patrimônio... ou seja, separar Empresa, Família e Patrimônio  Inclusive dentro do quinhão familiar, se possível  Esse conceito pode parecer simples… mas não é  A família tem que se preparar para praticar esse conceito, principalmente os fundadores Empresa
  • 33. Como implantar uma GC?Segundo Passo…  Estabelecer políticas de relacionamento dos familiares com a empresa, podendo ser: Conselhos Protocolos Assembléias Acordos  Deve haver um modo de relação diferente do “Almoço de Domingo”, que seja formal, protocolar (por escrito e devidamente acordado)
  • 34. Mas ANTES !!! Um “Meio Passo”…  O mais importante  Ter “vontade política” dos fundadores é o verdadeiro “primeiro passo”  Sim… eles serão os melhores mediadores entre as duas gerações  Mesmo que injustos  Sim… sem eles… tudo tenderá a ser mais difícil  Sim… a 1aG tem que confiar na 2aG  Sim… eles precisam estar vivos...
  • 35. Mas ANTES !!! Um “Meio Passo”…  IGUALMENTE importante  Deverá haver um intermediador de confiança externo com trânsito na família  A negociação será o verdadeiro paradigma do processo  Nem todos irão ceder… LOGO… alguém deverá ceder  Porque ceder ????  Se você é um membro da família, efetivamente preocupado com ela, você quer sair da interprisão, e esse passo será importante para proporcionar essa ação futura
  • 36. Para pensar na cama… Joelmir Beting  Se a família fosse uma corrente… qual ELO poderia ceder sem comprometer a corrente ?  O mais fraco ou o mais forte ?  Não pensem que ceder é ser fraco !!!  Pensem …
  • 37. E ANTES do Segundo Passo…  Conscientizar todos da família sobre a importância do processo  Principalmente os mais envolvidos  Negociar os processos entre todos (procurar a profilaxia)  “Todos” tem que participar ou acompanhar de alguma forma para sustentar o futuro da GC  Na prática: acomodar os principais interesses  O diálogo tem que estar aberto nesse momento… é uma oportunidade para resolver a interprisão
  • 38. Importantíssimo…  Dependendo do caso… afastar a família não é solução para nada !!!  E dependendo do caso… afastar a família é solução para tudo !!! Segredos
  • 39. Falando em dinheiro…  A família acionista tem que compreender que ela cresce mais rápido que o patrimônio  O sentimento de que um grande patrimônio que sustentará a todos com segurança é falso  Portanto, devem-se criar mecanismos para proporcionar a saída dos membros familiares
  • 40. A família e os coelhos… Fundadores 2a G 3a G
  • 41. Vamos fazer contas… Fundadores 4 2a Geração 10 3a Geração 8 Total 22 Balanço Familiar 4 Fundadores 5 Filhos 4 “Agregados” dos filhos 1 “Agregado” do “Agregado” 4 Netos 4 “Agregados” dos netos
  • 42. Balanço da Familia  Onde os valores que fundaram a empresa estão presentes:  4 Fundadores  5 Filhos  Onde os valores não faziam parte:  4 “Agregados” dos filhos  1 “Agregado” do “Agregado”  Os “agregados” surgem do nada, se tornam sócios, e trazem culturas e valores diferentes dos que criaram a empresa  Onde os valores precisam ser cultivados:  4 Netos  4 “Agregados” dos netos
  • 43. Mas falando em poder… Fundadores 2a G 3a G 12,5% 25%25%25%25% 12,5% 12,5% 12,5% 25% 8,3% 4,1% 4,1% 50% 50% 8,3% 8,3% 8,3% 8,3% 8,3% 8,3% 2% 2% 2% 2%
  • 44. Voltando ao Balanço da Familia…  Passivo  Internos : Riscos como morte, divórcio, vícios, credores, relacionamentos complexos e outros “segredos”  Externos: Inflação, administração deficiente, gestão patrimonial deficiente, mudanças no sistema político  Patrimônio Líquido  Como fica a realização pessoal das pessoas?  O capital humano e intelectual da família está crescendo?  A família está se preservando/preparando para o futuro?  A família está consciente do futuro?
  • 45. A família e a empresa  Com o devido tempo, poderão haver as seguintes situações dentro do contexto da diversidade familiar e da empresa:  Membros da família que não são acionistas e que não trabalham na empresa  Membros da família que não são acionistas e trabalham na empresa  Membros da família que são acionistas e trabalham na empresa  Membros da família que são acionistas e não trabalham na empresa  Acionistas que não são membros da família e não trabalham na empresa  Acionistas que não são membros da família e que trabalham na empresa
  • 46. O futuro da EF…  A probabilidade de uma Empresa Familiar se complicar de alguma forma da 1a G para a 2a G é muito grande  Apenas 30% conseguem  A probabilidade de uma Empresa Familiar se complicar de alguma forma da 2a G para a 3a G é maior ainda  Apenas 4% conseguem  LOGO… o futuro é… fazer o que deve ser feito ou desaparecer
  • 47. O futuro da EF…  É fato que a Empresa Familiar poderá desaparecer apenas por conflitos de interesses familiares não resolvidos e transferidos para dentro da empresa  Ou o contrário, problemas da empresa transferidos para dentro de casa  A maior parte dos conflitos não terão origem na saúde financeira da empresa, mas nos processos interpessoais da interprisão
  • 48. As opções da Empresa Familiar…  A Empresa não tem opção de futuro a não ser que se descole do processo familiar  A Empresa precisa se reorganizar dentro de um processo de Governança Corporativa para sua longevidade e perpetuidade… mantendo o controle do grupo familiar  A Família tem que se profissionlizar para manter o controle da empresa na condição de acionistas  A Família precisa criar instrumentos internos para afastar as relações interpessoais da gestão direta da empresa
  • 49. As opções da Empresa Familiar…  Vender para outro grupo ?  Mas atenção... Quem comprar:  Ou ainda vai passar por isso…  Empresa vive o momento da gestão familiar (fundadores no controle)  Ou já já passou por isso e está organizado…  Empresa já descolada da família ou com as ações pulverizadas  Mas certamente controlada por alguma família
  • 50. A pior opção…  Fechar a Empresa depois de diversas brigas internas dentro da família  Como consequência as relações familiares ficarão abaladas…  vai aumentar a interprisão… ao menos “nessa vida”
  • 51. Mandem lembranças à Família… Malcon A. Tafner – malcontafner@me.com Mauro C. Fistarol – mauro.fistarol@gmail.com