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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS - UNIFEB
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL OPERACIONAL
PARA O UNIFEB
MÁIRA LAURA REIS BARBOSA
BARRETOS
2013
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS - UNIFEB
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL OPERACIONAL
PARA O UNIFEB
MÁIRA LAURA REIS BARBOSA
Trabalho de conclusão de curso apresentado
como exigência parcial para obtenção de título
de bacharel em Engenharia Ambiental do Centro
Universitário da Fundação Educacional de
Barretos – UniFEB.
Orientador: Profª. Dra. Jaqueline A. Bória
Fernandez
BARRETOS
2013
_____ Barbosa, Máira Laura Reis.
Indicadores de desempenho ambiental operacional
para o UniFEB – Engenharia Ambiental / Máira Laura Reis
Barbosa; Jaqueline Aparecida Bória Fernandez. Barretos,
2013.
60p.
Indicadores de desempenho ambiental operacional para
o UniFEB, Engenharia Ambiental, Centro Universitário da
Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB.
1. Indicadores. 2. Desempenho Ambiental. 3. Instituição
de Ensino Superior.
UNIFEB / BC CDU - ___:___
i
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO COMO
EXIGÊNCIA PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM
ENGENHARIA AMBIENTAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO
EDUCACIONAL DE BARRETOS (UNIFEB)
Título: “Indicadores de desempenho ambiental operacional para o UNIFEB”
Autora do Trabalho: Máira Laura Reis Barbosa
Curso: Engenharia Ambiental
Orientador: Profª. Dra. Jaqueline Aparecida Bória Fernandez
Co-orientador:
Data: Situação: APROVADO
Banca Examinadora
(nomes) (Assinaturas)
Presidente: Prof. _________________________________
Membro: Prof. _________________________________
Membro: Prof. _________________________________
Barretos, de Novembro de 2013.
___________________________________
Profª. Dra. Jaqueline Aparecida Bória Fernandez
Coordenadora do curso de Engenharia Ambiental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais,
Lúcia e Armando, que sempre
acreditaram e zelaram por mim e, acima
de tudo, me amam.
EPÍGRAFE
Quem combate monstruosidades deve cuidar para que
não se torne um monstro. E, se você olhar longamente
para um abismo, o abismo também olha para dentro de
você.
(Friedrich Nietzsche, Além do Bem e do Mal)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meus pais, meus irmãos Armando e Paula, pelo
carinho, apoio e sinceridade que sempre me deram. A meus avós, pelos
conselhos, ensinamentos, compreensão e cafés-da-tarde.
As minhas amigas de curso Danúbia, Mariane e Marina, que
sempre me acompanharam em projetos, tiveram paciência, amizade,
compreensão, apoiando e confiando em mim.
À minha orientadora Jaqueline Bória, por sua disponibilidade,
atenção, me honrando com sua orientação durante este trabalho, incentivando
e acreditando em mim e por toda ajuda já prestada.
À coordenação do curso de Engenharia Ambiental, que me
auxiliou em todos estes anos de graduação.
Ao funcionário José Mendes Santana, responsável pelo setor de
Engenharia e Manutenção do UniFEB, pela paciência e ajuda no fornecimento
de informações fundamentais para este trabalho.
Agradeço aos meus professores, por todo conhecimento
compartilhado, paciência, tolerância, atenção e amizade.
Muito obrigada a todos vocês, que participaram dessa fase da
minha vida e que, até sem saber, fizeram toda diferença.
Dou-me o direito de abrir um parêntese e agradecer a todos
àqueles que não acreditaram em mim, pois suas dúvidas me fizeram criar
certezas.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... I
LISTA DE TABELAS ......................................................................................... II
RESUMO........................................................................................................... III
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5
2. OBJETIVOS................................................................................................... 6
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 6
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 7
3.1 A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO EMPRESARIAL................................................. 7
3.2 GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 9
3.3 NORMAS DA SÉRIE ISO 14000.................................................................... 15
3.3.1 Desempenho e Avaliação do desempenho ambiental...................... 18
3.3.2 NBR ISO 14031 – Gestão ambiental – Avaliação do Desempenho
Ambiental – Diretrizes................................................................................ 20
3.3.3 NBR ISO 14032 – Gestão Ambiental – Exemplos de Avaliação do
Desempenho Ambiental............................................................................. 21
3.4 INDICADORES ............................................................................................ 22
3.4.1 Seleção dos indicadores................................................................... 23
3.5 O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES) ............................... 25
3.5.1 Experiência de Sistema de Gestão Ambiental.................................. 27
4. METODOLOGIA .......................................................................................... 31
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 33
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO: UNIFEB......................................... 33
5.2 GERAÇÃO DE RESÍDUOS ............................................................................. 33
5.3 LATICÍNIO .................................................................................................. 39
5.4 ESCOLHA DOS INDICADORES....................................................................... 43
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 45
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 46
LISTA DE ABREVEATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADA Avaliação de Desempenho Ambiental
art. Artigo
CD Copy Disc
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
DIS Draft International Standard
EPAW Environmental Practitioner Programme
FDIS Final Draft International Standard
ICA Indicador de Condição Ambiental
IDA Indicador de Desempenho Ambiental
IDG Indicador de Desempenho Gerencial
IDO Indicador de Desempenho Organizacional
IES Instituição de Ensino Superior
INMETRO Instituo Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
ISO International Organization for Standardization
NBR Norma Brasileira
NCh Norma Chilena
PDCA Plan-Do-Check-Act
Qtde. Quantidade
RS Rio Grande do Sul
SC Subcomitê
s.d. Sem data
SGA Sistema de Gestão Ambiental
SGQ Sistema de Gestão da Qualidade
TR Technical Report
UniFEB Centro universitário da Fundação Educacional de Barretos
UniSinos Universidade do Vale do Rio dos Sinos
WD Working Draft
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Mudanças na empresa através da conscientização ambiental ........... 9
Figura 2. Avaliação de desempenho ambiental................................................ 21
Figura 3. Campus UniFEB................................................................................ 33
Figura 4. Processo de produção do leite homogeneizado e pasteurizado ....... 40
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Etapas do Sistema de Gestão Ambiental......................................... 12
Tabela 2. Benefícios da gestão ambiental ....................................................... 13
Tabela 3. Visão geral da gestão ambiental ...................................................... 14
Tabela 4. A família dos padrões da ISO 14000 e trabalhos em andamento .... 17
Tabela 5. Classificação dos indicadores ambientais........................................ 23
Tabela 6. Procedimentos e funções - UniSinos................................................ 28
Tabela 7. Classificação geral dos tipos de resíduos gerados .......................... 34
Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos ............................. 35
Tabela 9. Aspectos e impactos para o laticínio ................................................ 42
Tabela 10. Magnitude dos impactos e sua representatividade geral................ 43
Tabela 11. Indicadores associados aos aspectos ambientais.......................... 44
RESUMO
As Instituições de Ensino Superior (IES) possuem um papel importante na
disseminação do conhecimento e sensibilização dos indivíduos quanto às
questões ambientais. A conscientização da importância dos aspectos
ambientais faz com que as IES’s sintam a necessidade de pôr em prática o que
se comprometem a ensinarem. A sistematização de seus procedimentos busca
no Sistema de Gestão Ambiental (SGA) uma melhoria de desempenho,
redução de impactos ambientais e adequações às legislações, entretanto, para
dar-se início à esta nova realidade é necessário o levantamento dos
indicadores ambientais. O presente trabalho parte deste princípio para uma
análise preliminar dos indicadores de desempenho ambiental do Centro
Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UniFEB). A partir da
identificação dos setores constituintes da IES, analisou-se àqueles que
apresentariam os impactos ambientais mais graves. Checaram-se seus
aspectos e impactos referentes, para seleção de possíveis indicadores de
desempenho ambiental. Utilizou-se como ferramentas de auxílio a pesquisa
bibliográfica, pesquisa na rede mundial de computadores e levantamento de
dados na IES. Devido seu papel importante e abrangência de atuação, verifica-
se a necessidade das aplicações de práticas sustentáveis direcionadas às IES.
Palavras-chave: Indicadores. Desempenho Ambiental. Instituição de Ensino
Superior.
ABSTRACT
The Higher Education Institutions (HEI’s) have an important role in the
dissemination of knowledge and awareness to the community regarding
environmental issues. The understanding of the importance of the environment
makes HEI’s feel the need to put in practice their guidance. A systematization of
the procedures searches on the Environmental Management System (EMS) for
a performance improvement, reduction of environmental impacts and
adaptations to the laws, although, in order to enter in this new reality, the study
of environmental indicators is necessary. The current work takes this principle
to a preliminary analysis of environmental performance indicators of the Centro
Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB). From the
identification of the HEI’s sectors, those that would produce the most serious
environmental impacts were analyzed. Its aspects and impacts were related to
select possible environmental performance indicators. The aids tools used were
literature research, internet and HEI’s data collection. Due to its important role
and range of activities, there is the need to put forth sustainable practices
directed to the HEI's.
Keywords: Indicators. Environmental Performance. Higher Education
Instituition.
5
1. INTRODUÇÃO
A crescente preocupação com as degradações ambientais e
aumento exponencial na geração de resíduos vem despertando na população
um sentimento de preocupação quanto à conservação dos recursos naturais.
Para atingir um desenvolvimento cada vez mais sustentável, técnicas e
metodologias vêm sendo desenvolvidas para o combate de desperdícios,
minimização na geração de resíduos e impactos.
No âmbito da consciência ecológica, a gestão ambiental ganha
vem para coordenar recursos e atividades, escolhendo técnicas mais
adequadas ao objetivo proposto e cumprimento de legislações. Sua aplicação
em diferentes setores encontra grande importância na esfera das Instituições
de Ensino Superior (IES).
Tendo papel fundamental no processo de desenvolvimento
tecnológico, a IES é um agente semeador de informações e conhecimentos,
preparando estudantes e também uma sociedade que tenha em sua base
conceitual o necessário para que se calque uma busca pela sustentabilidade e
justiça. Entretanto, ainda há poucas práticas empregadas no campo de
qualificação e conscientização dos cidadãos por parte das IES’s, denotando
uma necessidade por partes destas na elaboração e aplicação de seus
conhecimentos.
O potencial poluidor, resíduos e impactos gerados por uma IES
são de grande diversidade, dado o fato de possuírem as mais diversas
atividades, geram os mais variados resíduos. Torna-se indispensável, então, a
adoção e incorporação de práticas e princípios que atinjam a todos da
sociedade.
Dentre as diversas dificuldades encontradas para a incorporação
da questão ambiental, a ausência de mecanismos e ferramentas para
avaliação dos processos ambientais se destaca como base para elaboração da
gestão ambiental.
6
2. OBJETIVOS
Selecionar indicadores de desempenho ambiental aplicáveis ao
UniFEB para implantação de um modelo de Gestão Ambiental.
2.1 Objetivos específicos
 Levantar as normativas vigentes aplicáveis;
 Estudar os tipos de indicadores ambientais;
 Identificar experiências de gestão ambiental em instituições de ensino
superior;
 Definir o escopo dos setores de abrangência para a gestão ambiental do
UniFEB;
 Propor os indicadores de desempenho ambiental aplicáveis.
7
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 A evolução do pensamento empresarial
A preocupação sobre o dever da situação ambiental, a qualidade
de vida e o futuro do planeta estão em crescente expansão dentro da
sociedade, setores governamentais e políticos, fazendo com que cresça a
pressão sobre o setor empresarial.
De acordo com Mello (2009),
Após a década de 70, o homem passou a tomar consciência do fato
de que as raízes dos problemas ambientais deveriam ser buscadas
nas modalidades de desenvolvimento econômico e tecnológico e de
que não seria possível confrontá-los sem uma reflexão sobre o
padrão de desenvolvimento adotado.
A crescente influência do pensamento ambiental tem feito com
que a gestão ambiental dentro de algumas empresas tem recebido maior
atenção. Segundo Coelho apud Donaire (1999), há uma crescente pressão
quanto aos procedimentos realizados pelas organizações, isto ocorre devido o
aumento das preocupações ambientais, econômicas e sociais desenvolvidas
pela sociedade.
Tomar como responsáveis de seus efeitos àqueles que realizam
atividades relacionadas ao meio ambiente tornou-se um marco nas normas e
legislações vigentes. Não se trata de defender ou atacar os recursos naturais,
mas sim de uma ampliação do conjunto de valores da sociedade, visando o
gerenciamento ambiental.
Faria (1999) afirma que os problemas ambientais vêm sendo
tratados de maneira compartilhada por todos da sociedade, fato resultante da
mudança de visão dos empresários e indústrias quanto às questões
ambientais. Bárbaro (s.d.) diz que há várias razões para esta mudança,
Estas razões se relacionam com reconhecer os riscos, atender as
demandas sociais ou visualizar oportunidades de negócios. Neste
contexto social, as empresas começam a visualizar oportunidades de
negócios a partir de sua diferenciação no tratamento de recursos
naturais, do ambiente e da saúde humana. Isto é, trata-se de um
valor agregado à produção. Finalmente, no contexto de fortes
regulamentações que levam a recuperação dos danos ambientais
8
causados, a prevenção pode ser vista como uma possibilidade de
evitar custos não previstos inicialmente.
*
Segundo Donaire (1999) diversas empresas vêm obtendo
retornos financeiros através da reavaliação de seus processos produtivos,
aonde buscam a obtenção de tecnologias limpas e reaproveitamento dos
resíduos.
Como pode ser acompanhado em Couto (s.d.), as empresas vêm
constatando que a adoção de planos de gerenciamento e aumento de
desempenho ambiental é um diferencial, visto que os mercados, clientes e
sociedade cada vez tornam-se mais exigentes. Àquelas que desconsideram
tais fatos podem ser acometidas por perdas econômicas e estratégicas.
Embora haja dificuldades em se incluir novos conceitos, como os
referentes à gestão ambiental, não se pode ignorar a pressão pela inclusão da
mesma. De acordo com Faria (1999), “muitas são as interpretações para as
mudanças nas organizações com relação a inclusão da variável ambiental,
entretanto a maior parte afirma que existe uma influência determinante e
crescente desta variável em todos os tipos de organizações” (Figura 1).
*
Tradução livre da autora.
9
Figura 1. Mudanças na empresa através da conscientização ambiental
Fonte: FARIA adaptado de apud VALLE, 1995.
Embora ainda recente, a visão da questão ambiental como
oportunidade ao invés de problema, já tem marcado presença em algumas
empresas.
3.2 Gestão ambiental
A gestão ambiental envolve um conjunto de ações políticas, a
sociedade e o setor produtivo, buscando um uso racional e sustentável de
recursos ambientais, sendo assim, um aspecto funcional que desenvolverá e
implantará políticas e estratégias ambientais.
Há alguns princípios básicos propostos por Júnior (s.d.), os quais
visam uma performance ambiental que cumpra os padrões legislativos. São
eles:
ABORDAGEM
CONVENCIONAL
A- Assegurar lucro
transferindo ineficiência para
o preço do produto.
B- Descartar os resíduos da
maneira mais fácil e
econômica.
C- Protelar investimentos em
proteção ambiental.
D- Cumprir a Lei no que seja
essencial, evitando manchar a
imagem já conquistada pela
empresa.
E- “Meio ambiente é um
Problema!”
ABORDAGEM
CONSCIENTE
A- Assegurar lucro controlando
custos e eliminando ou
reduzindo perdas, fugas e
ineficiências.
B- Valorizar os resíduos e
maximizar a reciclagem; destinar
corretamente os resíduos não
recuperáveis.
C- Investir em melhoria do
processo e qualidade total (
incluindo a Qualidade
Ambiental).
D- Adiantar-se às Leis vigentes
e antecipar-se às Leis vindouras
projetando uma imagem
avançada da empresa.
E- “Meio Ambiente é uma
Oportunidade!
CONSCIÊNCIA
AMBIENTAL
LUCRO
RESÍDUOS
INVESTIMENTOS
LEGISLACÃO
MEIO AMBIENTE
10
a) Internamente ao processo:
 Treinar: assegurando o perfeito entrosamento dentro do processo
 Manter vigilância nos sistemas: permitindo o trabalho em condições
seguras.
 Manter o ambiente limpo e seguro: garantindo a saúde dos técnicos.
b) Externamente ao processo:
 Tratar afluente: garantindo a qualidade dos recursos naturais (água, ar e
solo)
 Informar: garantindo à população o nível de risco da atividade desenvolvida.
 Monitorar sistemas externos: evitando danos ambientais.
 Minimizar impacto ambiental: desenvolvendo atividades visando eliminar ou
minimizar os requisitos industriais.
De acordo com Donaire (1999), as empresas passam por três
fases:
 Primeira Fase: controle ambiental nas saídas – instalação de
equipamentos de controle da poluição nas saídas. Nesta fase mantém-
se a estrutura produtiva existente.
 Segunda Fase: integração do controle ambiental nas práticas e
processos. Tem como princípio básico a prevenção da poluição,
envolvendo a seleção das matérias-primas, o desenvolvimento de novos
processos e produtos, o reaproveitamento da energia, a reciclagem de
resíduos e a integração com o meio ambiente.
 Terceira Fase: integração do controle ambiental na gestão
administrativa. A questão ambiental passa a ser contemplada na
estrutura organizacional, interferindo no planejamento estratégico.
Para que os processos produtivos e do meio ambiente atinjam
certa qualidade, a empresa tem de passar por um processo contínuo que
envolve avaliação, implementação, controle e revisão.
Há grandes semelhanças entre o Sistema de Gestão Ambiental
(SGA) e o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Frey e Camargo (s.d.)
citam que o uso ineficiente ou errôneo de matérias-primas eleva os custos
finais de operação, onde grande parte para a redução dos custos é obtida
perante a eliminação de tais falhas.
11
Os SGQ estabelecem requisitos para um sistema da qualidade,
entre uma organização que o implementa e o mercado consumidor,
contribuindo para a competitividade, um SGA,
“ ... passa a existir como consequência do reconhecimento por parte
da organização da necessidade de controlar e melhorar o seu
desempenho ambiental - entendido como a sua habilidade de
gerenciar efeitos ambientais - como forma de: sob um prisma reativo
e dependente conseguir, dentre outros, reduzir custos, atender a
legislações e regulamentos evitar penalidades e/ou obter diferencial
de markenting; e/ou sob um prisma pró-ativo e independente,
conseguir, dentre outros, desenvolver e manter os seus negócios de
forma sustentável e contribuir com a preservação, conservação e/ou
recuperação de fontes de recursos naturais e nichos ecológicos
estratégicos.”. (JÚNIOR et. al. [s.d.])
O gerenciamento dos assuntos ambientais através da
implantação de um SGA é um compromisso permanente, que envolve
mudanças e avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos. A
atribuição de responsabilidades, análise do ciclo de vida e dos passivos
ambientais também devem estar inclusas dentro de uma visão estratégica de
desenvolvimento a longo prazo, imprescindivelmente buscando uma melhoria
contínua. Envolvendo cinco estágios principais:
12
Tabela 1. Etapas do Sistema de Gestão Ambiental
Etapa 1 Comprometimento e Definição da Política Ambiental.
Etapa 2
Elaboração do Plano.
- Aspectos Ambientais e impactos ambientais associados.
- Requisitos legais e corporativos.
- Objetivos e metas.
- Plano de ação e programa de gestão ambiental.
Etapa 3
Implantação e Operacionalização
- Alocação de recursos.
- Estrutura e responsabilidade.
- Conscientização e treinamento.
- Comunicações.
- Documentação do sistema de gestão.
- Controle operacional - programas de gestão específicos.
- Respostas às emergências.
Etapa 4
Avaliação Periódica
- Monitoramento.
- Ações corretivas e preventivas
- Registros.
- Auditorias do sistema de gestão
Etapa 5 Revisão do SGA
Fonte: JÚNIOR et. at., (s.d).
Júnior et.al. (s.d.) apud Carvalho et. al. (1996) cita que um
sistema de gestão ambiental “constitui parte integral do gerenciamento total de
uma organização, que reconhece a qualidade de seu desempenho ambiental
como um fator-chave para a sua capacidade de prosperar, arquitetando um
sistema para identificar, examinar e avaliar, sistematicamente, as mudanças
ambientais causadas por aspectos ou elementos de seus produtos, serviços e
atividades.”.
Além dos ganhos de produtividade e qualidade envolvidos,
Donaire (1999) afirma que existem benefícios estratégicos e econômicos, ainda
difíceis de serem estimados, advindos da implantação de gestão ambiental
(Tabela 2.).
13
Tabela 2. Benefícios da gestão ambiental
Benefícios Econômicos
Economia de custos
 Economias devido à redução do consumo de água, energia e outros
insumos;
 Economia devida à reciclagem venda e aproveitamento de resíduos e
diminuição de efluentes;
 Redução de multas e penalidades por poluição.
Incremento de receitas
 Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser
vendidos a preços mais altos;
 Aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e
menos concorrência;
 Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da
poluição;
 Linhas de novos produtos e para novos mercados.
Benefícios Estratégicos
 Melhoria da imagem institucional;
 Renovação do “portfólio” de produtos;
 Aumento da produtividade;
 Alto comprometimento do pessoal;
 Melhoria nas relações de trabalho;
 Melhoria e criatividade para novos desafios;
 Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e
grupos ambientalistas;
 Acesso assegurado ao mercado externo;
 Melhor adequação aos padrões ambientais.
Fonte: DONAIRE, 1999.
Caso uma unidade produtiva, ao ser planejada, atender a todos
os quesitos apresentados na Tabela 3, através de ferramentas e
procedimentos adequados, certamente ela atenderá a todas as requisições
existentes relativas à qualidade ambiental. (KRAEMER apud MACEDO,1994)
14
Tabela 3. Visão geral da gestão ambiental
GESTÃO AMBIENTAL
Gestão de
Processos
Gestão de
Resultados
Gestão de
Sustentabilidade
Gestão do Plano
Ambiental
Exploração de
recursos
Emissões gasosas Qualidade do ar
Princípios e
compromissos
Transformação de
recursos
Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental
Acondicionamento de
recursos
Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal
Transporte de
recursos
Particulados
Abundância e
diversidade da flora
Objetivos e metas
Aplicação e uso de
recursos
Odores
Abundância e
diversidade da fauna
Programa ambiental
Quadros de riscos
ambientais
Ruídos e vibrações
Qualidade de vida do
ser humano
Projetos ambientais
Situações de
emergência
Iluminação Imagem institucional
Ações corretivas e
preventivas
Fonte: KRAEMER apud MACEDO, R.K. 1994.
Kraemer (2013) também subdivide a gestão ambiental em quatro
níveis:
 Gestão de Processos – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental de
todas as atividades, máquinas e equipamentos relacionados a todos os
tipos de manejo de insumos, matérias primas, recursos humanos, recursos
logísticos, tecnologias e serviços de terceiros.
 Gestão de Resultados – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental
dos processos de produção, através de seus efeitos ou resultados
ambientais, ou seja, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos,
particulados, odores, ruídos, vibrações e iluminação.
 Gestão de Sustentabilidade (Ambiental) – envolvendo a avaliação da
capacidade de resposta do ambiente aos resultados dos processos
produtivos que nele são realizados e que o afetam, através da monitoração
15
sistemática da qualidade do ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser
humano.
 Gestão do Plano Ambiental – envolvendo a avaliação sistemática e
permanente de todos os elementos constituintes do plano de gestão
ambiental elaborado e implementado, aferindo-o e adequando-o em função
do desempenho ambiental alcançado pela organização.
Os instrumentos de gestão ambiental objetivam melhorar a
qualidade ambiental e o processo decisório. São aplicados a todas as fases
dos empreendimentos e poder ser: preventivos, corretivos, de remediação e
pró-ativos, dependendo da fase em que são implementados.
Destacado por Mello (2009), o SGA possibilita uma melhor
identificação dos custos ambientais e possibilita alguns benefícios para a
empresa, tais como:
 Otimização da adoção de recursos;
 Identificação de oportunidades de melhoria para a redução dos custos
diretos e indiretos;
 Identificação ao longo do tempo dos custos e benefícios intangíveis;
 Possibilidade de comparação entre custos ambientais decorrentes da
implementação do SGA e os custos com os quais a empresa teria que arcar
sem a implementação desse sistema;
 Otimização da elaboração do plano de ação nas rodadas subsequentes do
SGA, pelo maior conhecimento pela empresa dos custos envolvidos.
3.3 Normas da série ISO 14000
Há uma busca das empresas em melhorar suas eficiência e
qualidade ambientais através do desenvolvimento de produtos de baixo
impacto, uso de produções e tecnologias mais limpas, conservação de energia,
entre outros, para manterem-se competitivas.
“O desafio imposto pelo mercado aos setores de produção de
bens e serviços é o de buscar as soluções de gestão que sejam
economicamente adequadas, socialmente aceitáveis e ambientalmente
sustentáveis” (CERUTI e SILVA apud GONZAGA, 2005).
16
A questão do desempenho ambiental é objeto de normalização. A
norma NBR ISO 14001 (2004) nos diz que o desempenho ambiental possui
“resultados mensuráveis da gestão de uma organização sobre seus aspectos
ambientais.”.
A família da norma NBR ISO 14000 constitui-se de um conjunto
de normas, divididas em seis áreas definidas e cinco subcomitês:
 Sistema de Gestão Ambiental (SC 001);
 Auditorias Ambientais (SC 002);
 Rotulagem Ambiental (SC 003);
 Avaliação de Desempenho Ambiental (SC 004);
 Aspectos Ambientais nas Normas de Produtos e
 Análise do Ciclo de Vida do Produto (SC 005).
Objetivam a criação de um SGA que auxilie o cumprimento dos
compromissos assumidos pelas empresas com o meio ambiente, avaliando o
desempenho ambiental através de metodologias e procedimentos que
mensurarão os resultados obtidos. A família da NBR ISO 14000 consiste em
dois tipos de padrões (CERUTI e SILVA (2009) apud Cajazeira (1997):
a) Padrões da organização que podem ser usados para executar e avaliar o
Sistema de Gerência Ambiental dentro de uma organização, incluindo a
série ISO 14010 de padrões de auditorias ambientais e a série ISO 14030
dos padrões para a avaliação de desempenho ambiental.
b) Padrões de produtos que podem ser usados para avaliar os impactos
ambientais dos produtos e dos processos. Fazem parte deste grupo a série
ISO 14020 de padrões de rotulagem ambiental, a série ISO 14040 de
padrões da análise do ciclo de vida e a série ISO 14060 de padrões do
produto.
As normas possibilitam “... a transparência da organização e de
seus produtos em relação aos aspectos ambientais, viabilizando harmonizar os
procedimentos e diretrizes aceitas internacionalmente com a política ambiental
adotada pela mesma.”. (NASCIMENTO, 2008, pág. 101). As normas não
definem como uma organização deverá trabalhar para diminuir seus impactos,
quão menos estabelecem os níveis de desempenho ambiental, apenas
especificam requisitos a serem cumpridos.
17
Os grupos de normas NBR ISO da família 14000 podem ser
vistos na Tabela 4, abaixo.
Tabela 4. A família dos padrões da ISO 14000 e trabalhos em andamento
Normas
Grupo
Nº e data da
publicação
Título
Sistemas de gestão
ambiental
ISO 14001/1996 SGA – Especificações e Diretrizes para Uso
ISO 14004/1996
SGA – Diretrizes gerais sobre Princípios, Sistemas e
Técnicas de Apoio
ISO/TR
14061/1998
Informação para Auxiliar Organizações Florestais no
Uso das Normas ISO 14001 e ISO 14004 de
Sistemas de Gestão Ambiental
Auditoria ambiental
ISO 14010
*
/1996
Diretrizes para Auditoria Ambiental – Princípios
Gerais
ISO 14011*/1996
Diretrizes para Auditoria Ambiental – Procedimentos
de Auditoria – Auditoria de SGA
ISO 14012*/1996
Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de
Qualificação para Auditores Ambientais
ISO/WD 14015 (a
ser determinada)
Avaliação Ambiental de Locais e Organizações
Rotulagem ambiental
ISO 14020/1998
Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios
Gerais
ISO/DIS
14021/1999
Rótulos e Declarações Ambientais –
Autodeclarações Ambientais
ISO/FDIS
14024/1998
Rótulos e Declarações Ambientais – Rotulagem
Ambiental Tipo I – Princípios e Procedimentos
ISO/WD/TR 14025
(a ser determinada)
Rótulos e Declarações Ambientais – Declarações
Ambientais Tipo III – Diretrizes e Procedimentos
Avaliação de
desempenho ambiental
ISO/DIS
14031/1999
Gestão Ambiental – Avaliação de Desempenho
Ambiental – Diretrizes
ISO/TR
14032/1999
Gestão Ambiental – Avaliação de Desempenho
Ambiental – Exemplos Ilustrando o Uso da Norma
ISO 14031
Análise do ciclo de vida
ISO 14040/1997
Análise do Ciclo de Vida – Princípios e Práticas
Gerais
ISO 14041/1998
Análise do Ciclo de Vida – Definição do Objeto e
Análise do Inventário
ISO/CD
14042/1999
Análise do Ciclo de Vida – Avaliação dos Impactos
ISO/DIS
14043/1999
Análise do Ciclo de Vida – Interpretação dos
Resultados
ISO/TR
14048/1999
Análise do Ciclo de Vida – Formato da
Documentação
ISO/TR
14049/1999
Análise do Ciclo de Vida - Exemplos de Aplicação da
Norma ISO 14041
Termos e definições ISO 14050/1998 Gestão Ambiental – Vocabulário
Aspectos ambientais em
normas de produtos
ISO Guia 64/1997
Guia para a Inclusão de Aspectos Ambientais em
Normas de Produtos
Fonte: adaptado de NASCIMENTO, 2008.
* sintetizadas na Norma NBR ABNT ISO 19011 - Diretrizes para Auditorias em Sistemas de Gestão da
Qualidade e/ou Ambiental.
18
Alguns motivos e benefícios apresentados por Mello (2009) que
justificam a adoção de um SGA (ISO 14000):
a) Motivos Externos:
- Pressão do cliente;
- Alta concorrência do mercado e
- Restrição de comércio através de regulamentações de mercado.
b) Motivos Internos:
- Convicção, acreditar nos benefícios que o sistema proporciona;
- Política corporativa e estratégia de competitividade.
Alguns benefícios para a empresa
a) Proporciona uma ferramenta gerencial adicional para aumentar cada vez
mais a eficiência e eficácia dos serviços;
b) Proporciona a definição clara de Organização, com responsabilidades e
autoridades de cada função bem estabelecidas;
c) Promove a capacidade dos colaboradores para o exercício de suas funções,
estruturadas a partir de seleções, treinamentos sistemáticos e avaliação de
desempenho;
d) Reduz custos através de uma maior eficiência e redução do desperdício, o
que aumenta a competitividade e participação no mercado;
e) Aumenta a probabilidade de identificar os problemas antes que eles causem
maiores consequências.
A certificação perante a ISO 14000 deixa estabelecido que a
melhoria contínua do desempenho ambiental é compromisso de todos os níveis
da empresa.
3.3.1 Desempenho e Avaliação do desempenho ambiental
O desempenho ambiental é compreendido como a informação
analítica oferecida por um conjunto de indicadores que permite comparar vários
setores em uma mesma empresa, ou várias empresas de uma indústria
(GOMES, LUZ e SELLITO apud ZOBEL et. al. 2002).
19
Segundo o EPAW (2013), desempenho ambiental pode ser
entendido como:
a relação entre a organização e o meio ambiente. Inclui: os efeitos
ambientais dos recursos consumidos, impactos ambientais causados
pelos processos da organização, implicações ambientais dos
produtos e serviços, a recuperação e transformação de produtos e
atendimento às exigências ambientais das legislações (EPAW, 2013).
Há duas abordagens complementares para medição de
desempenho ambiental: por indicadores de impacto ambiental e por
indicadores de pressão ambiental. (MELO e PEGADO, 2006).
Considera-se impacto ambiental, segundo o CONAMA nº 001
(1986), “... qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas
do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:”.
I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II. as atividades sociais e econômicas;
III. a biota;
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. a qualidade dos recursos ambientais.
Gomes, Luz e Sellito (2006) definem pressão ambiental como
sendo “a medida da intensidade ou do potencial da atividade para causar o
impacto. São pressões ambientais os fatores de produção que exigem
consumo de recursos naturais ou com potencial de degradação ambiental [...]”.
A medição do desempenho ambiental através do impacto
ambiental torna-se mais completa, entretanto requer uma maior e mais
profunda coleta de informações, que podem ser variáveis dependendo da
exposição do local. Caso medida com base nas pressões ambientais, torna-se
um sistema mais simples, que se vale de informações já disponíveis, assim
requerendo menos informações a serem coletadas, o que faz com que os
gestores optem por esta.
A NBR ISO 14031 (2004) define a análise de desempenho
ambiental como sendo “... um processo de gestão interna que utiliza
indicadores para fornecer informações, comparando o desempenho ambiental,
20
passo e presente, de uma organização com seus critérios de desempenho
ambiental.”.
É importante ressaltar a subjetividade encontrada em uma
avaliação de desempenho ambiental quando esta se limita a relatórios, pois o
julgamento dos especialistas é variável conforme o momento e quem a analisa.
Portanto, nota-se a necessidade de um caráter multidimensional e que
contenha múltiplos indicadores de desempenho. (GOMES, LUZ e SELLITO
apud PEARSON e BARNES, 1999).
3.3.2 NBR ISO 14031 – Gestão ambiental – Avaliação do Desempenho
Ambiental – Diretrizes
A norma NBR ISO 14031 (2004) fornece diretrizes de projeto e
uso da avaliação de desempenho ambiental em uma organização. Apresenta
um caráter mais operacional, não estabelecendo níveis de desempenho
ambiental ou objetivando certificações ou conformidades. Conta com algumas
definições importantes à elaboração e implementação de um SGA.
A Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA) torna-se um
processo gerencial interno baseado nos princípios da ferramenta PDCA e com
etapas descritas na própria norma, sendo elas:
a) Planejar
1) planejamento da ADA;
2) seleção de indicadores para a ADA (podendo incluir indicadores existentes
ou geração de novos).
b) Fazer
Utilização de informações e dados que inclui:
1) coleta de dados relevantes para os indicadores selecionados;
2) análise e conversão de dados em informações, que descrevam o
desempenho ambiental da organização;
3) avaliação das informações que descrevam o desempenho ambiental da
organização em comparação com os critérios de desempenho ambiental da
organização;
4) relato e comunicação das informações que descrevam o desempenho
ambiental da organização.
21
c) Checar e agir
Análise crítica e melhoria da ADA (Figura 2). Há um anexo na norma, o qual
fornece orientações suplementares para auxiliar a ADA.
Figura 2. Avaliação de desempenho ambiental
Fonte: NBR ISO 14031, 2004.
3.3.3 NBR ISO 14032 – Gestão Ambiental – Exemplos de Avaliação do
Desempenho Ambiental
Sendo uma norma complementar à ISO 14031, o propósito da
norma ISO 14032 é proporcionar exemplos reais de aplicações da ADA. Os
exemplos tem o propósito de incentivar e ajudar as organizações mostrando
como conduzir uma ADA.
Os exemplos trazem consigo um formato o qual apresenta:
Checar e Agir
3.4 Análise crítica e melhoria da avaliação de desempenho
ambiental
Planejar
3.2 Planejamento da avaliação de desempenho ambiental
3.2.2 Seleção de indicadores para avaliação
de desempenho ambiental
Fazer
3.3 Utilização de dados e informações
3.2.2 Coleta de dados
3.3.3 Análise e conversão de dados
3.3.2 Avaliação da informação
3.3.5 Relato e comunicação
Dados
Informação
Resultados
22
a) Introdução: descrevendo brevemente a organização e a história da mesma,
dentro de um contexto que servirá para compreender como se aplica a ADA
e informações úteis ao leitor para que este possa relacioná-las com sua
própria organização.
b) Planejamento da ADA: identificação dos aspectos ambientais,
desenvolvimento dos critérios de desempenho ambiental, considerações
dos pontos de vista das partes interessadas e outras atividades planejadas
com base de referência na ISO 14031.
c) Seleção de indicadores para ADA: descreve como as organizações
selecionam os indicadores de desempenho ambiental (IDA) com relação
aos esforços da gerência (indicadores de desempenho gerencial - IDG) e
para as operações da organização (indicadores de desempenho
operacional - IDO). Também descreve como a organização considerou os
IDA no desenvolvimento de sua ADA.
d) Uso de dados e informação: descreve a coleta de dados, análises e
conversões de dados, evolução da informação, informações e
comunicações.
e) Revisão e melhoramento da ADA: descreve como a organização utilizou a
informação para examinar o processo de ADA e para identificar as
oportunidades de melhoramento.
f) Resumo e conclusões: inclui um resumo de algumas lições aprendidas pela
organização de suas aplicações da ADA e também pode incluir conclusões
sobre futuras aplicações da ADA.
3.4 Indicadores
Comumente vê-se uma análise equivocada associando índice
como sinônimo de indicador.
KHOL e SELLITTO (2009) revelam que “indicadores devem
fornecer medidas de magnitude das situações presentes e se possível das
futuras, tanto quantitativa como qualitativamente”. Podem caracterizar um
agregado de informações ou apresentar-se de como um dado individual, aonde
“... um bom indicador deve conter os seguintes atributos: simples de entender;
quantificação estatística e lógica coerente; e comunicar eficientemente o
23
estado do fenômeno observado.” (SICHE apud MUELLER et al.,1997) As
informações contidas em indicadores auxiliam na melhoria contínua,
comunicando seus resultados.
A construção do índice auxilia na análise de dados através de
elementos relacionados, revelando assim o estado de um sistema ou fenômeno
(SICHE apud SHIELDS, 2002; PRABHU et.al., 1996).
“[...] a diferença está em que um índice é o valor agregado final de
todo um procedimento de cálculo onde se utilizam, inclusive,
indicadores como variáveis que o compõem. Pode-se dizer também
que um índice é simplesmente um indicador de alta categoria.”
(SICHE, 2007).
Dentro de uma ADA, faz-se uso de indicadores que auxiliam na
análise da evolução da organização. De acordo com a norma ISO 14031, os
indicadores para ADA podem ser divididos como:
Tabela 5. Classificação dos indicadores ambientais
Categoria Tipo Descrição
Indicador de
desempenho
ambiental (IDA)
Indicadores de desempenho
gerencial (IDG)
Fornecem informações sobre esforços
gerenciais para influenciar o desempenho
ambiental das operações da organização.
Indicadores de desempenho
operacional (IDO)
Fornecem informações sobre o desempenho
ambiental das operações da organização.
Indicador de
condição
ambiental (ICA)
Fornecem informações sobre a condição do meio ambiente. Podem ajudar a
organização a entender melhor o impacto real ou potencial de seus aspectos
ambientais e assim auxiliar no planejamento e implementação da ADA.
Fonte: adaptado da NBR ISO 14031, 2004.
Há três tipos de indicadores que são aplicáveis às questões
ambientais: Condição, Pressão e Resposta, que gerarão informações e
influenciarão nas ações a serem tomadas. (FIRJAN, 2008)
3.4.1 Seleção dos indicadores
Os indicadores são selecionados pelas organizações como um
meio de apresentar dados ou informações qualitativos ou quantitativos, de uma
forma mais compreensível e útil. Ajudam a converter dados em informações
concisas sobre os esforços da administração para influenciar o desempenho
ambiental da organização, o desempenho ambiental das operações da
24
organização ou a condição do meio ambiente. Convém selecionar um número
suficiente de indicadores relevantes e compreensíveis para avaliar o seu
desempenho ambiental. (ABNT NBR ISO 14031, 2004).
De acordo com a FIRJAN (2008), na seleção de indicadores estes
devem ser enumerados em todos os aspectos de processo da atividade
produtiva, contabilizando entradas e saídas. Os indicadores selecionados
devem:
 ser simples, de fácil interpretação e capazes de demonstrar tendências;
 ser relevantes em termos das questões e dos valores ambientais;
 facilitar o entendimento dos SGA implementados;
 ter uma base científica;
 considerar as dificuldades de monitoramento (tempo, tecnologia, custos); e
 proporcionar bases sólidas para comparações e tomadas de decisão.
Após listagem, há a avaliação de significância e prioridades.
Podemos dizer que os indicadores devem ser transparentes, adequados,
confiáveis e motivadores (FIRJAN, 2008).
Conforme se pode analisar na norma ISO 14031, há alguns
parâmetros os quais devem ser levados em consideração na escolha de cada
tipo de indicador, como poderá ser acompanhado a seguir.
a) Indicadores de desempenho gerencial (IDG)
Convém que os IDG forneçam informações sobre capacidade e
esforços da organização em gerenciar assuntos tais como treinamento,
requisitos legais, alocação e eficiente utilização de recursos, gestão de custos
ambientais, compras, desenvolvimento de produtos, documentação, ou ação
corretiva, os quais tenham ou possam ter influência no desempenho ambiental
da organização. Convém que os IDG auxiliem a avaliação dos esforços,
decisões e ações da administração para melhorar o desempenho ambiental.
b) Indicadores de desempenho operacional (IDO)
Convém que os IDO forneçam à administração informações sobre
o desempenho ambiental das operações da organização. Se relacionam a:
25
 entradas: materiais, energia e serviços;
 fornecimento de insumos para as operações da organização;
 projeto, instalação, operação, manutenção das instalações físicas e dos
equipamentos da organização;
 saídas: produtos, serviços, resíduos e emissões resultantes das operações
da organização;
 distribuição de saídas resultantes das operações da organização.
c) Indicadores de condição ambiental (ICA)
Fornecem informações sobre a condição do ambiente local,
regional, nacional ou global. Não são medições do impacto sobre o meio
ambiente, mudanças no ICA podem fornecer informações úteis sobre o
relacionamento entre a condição do meio ambiente e as atividades, produtos e
serviços de uma organização.
O desenvolvimento e aplicação de ICA são, frequentemente,
função das agências governamentais, ong's, instituições de pesquisa e
científicas.
3.5 O papel das instituições de ensino superior (IES)
As instituições de ensino superior (IES) podem agir como base na
formação de conhecimentos, auxiliando o estabelecimento dos valores
ambientais e suas influências. Também atuam como formadores de opinião;
metodologias e ferramentas são desenvolvidas na busca do desenvolvimento
sustentável e melhorias ambientais.
Historicamente a introdução da temática ambiental em processos
de gestão das IES ocorreu na década de setenta, nos Estados Unidos. (VAZ
et.al., 2010). Entretanto a pioneira na implantação de um SGA e certificada
com a norma ISO 14001 é a Universidade de Mälardalen, localizada na Suécia.
(MARCO, 2010).
A única IES brasileira detentora de certificação ISO 14001 é a
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UniSinos), no Rio Grande do Sul
26
(INMETRO, 20130). A universidade desenvolveu um projeto denominado Verde
Campus, o qual “visa à preservação, à melhoria e à recuperação da qualidade
ambiental e assegura condições de desenvolvimento socioeconômico,
segurança do trabalho, proteção da vida e qualidade ambiental.” (MARCO,
2010).
Segundo Vaz et.al. (2010), IES’s como a Universidade Federal de
Santa Catarina e Universidade Federal do Rio Grande do Sul estão
implantando SGA’s em suas unidades. Já as Universidade de Horizontina (RS)
desenvolveu um modelo com proposições através da ISO 14001, com base em
trabalhos como o de Tauchen (2007), para implantação de gestão ambiental
em IES. Algumas outras experiências vêm sendo realizadas por todo o país,
como cita ibidem:
a) IQ/USP - Instituto de Química da Universidade de São Paulo;
b) IQSC/USP - Instituto de Química da Universidade de São Paulo do Campus
São Carlos;
c) CENA/USP - Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de
São Paulo;
d) UNICAMP - Universidade de Campinas;
e) IQ/UERJ - Instituto de Química da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro;
f) DQ/UFPR - Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná;
g) IQ/UFRGS - Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul;
h) UCB - Universidade Católica de Brasília;
i) UFSCar - Universidade Federal de São Carlos;
j) FURB - Universidade Regional de Blumenau;
k) URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões;
l) UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro e,
m) UNIVATES - Centro Universitário Univates.
Algumas barreiras relacionadas à implantação de SGA’s
encontradas pelas IES são citadas por VAZ apud RIBEIRO et al. (2005): “a
falta de informação da sociedade sobre práticas sustentáveis; a não
valorização do meio ambiente por diversos colaboradores da organização; a
não percepção da universidade como uma fonte potencial de poluição.”
27
3.5.1 Experiência de Sistema de Gestão Ambiental
Segundo dados colhidos em seu site, a Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (UniSinos) foi a primeira universidade da América Latina a ser
certificada pela norma ISO 14001 e vem trabalhando com manutenções diárias
para implantações de requisitos da norma. Buscando a melhoria contínua, é
realizado o monitoramento de suas atividades semestralmente através de
auditorias internas e pela BRTÜV, empresa privada especializa em avaliação
de qualidade.
O campus de São Leopoldo possui uma área de mais de 90
hectares. Todas as atividades de ensino, programas e projetos de extensão,
pesquisas básicas e aplicadas, além de atividades de apoio e complementares,
integram o escopo da ISO 14001. As demais sedes da universidade já
trabalham com rotinas do SGA, porém ainda não possuem certificação
ambiental.
O atual SGA tem origem no projeto Verde Campus (1997), aonde
se levantaram questões ambientais relacionadas aos procedimentos e
processos do campus. Atualmente há atividades ambientais, como:
organização da coleta de lixo, permitindo posterior reciclagem, ações que
incentivem a redução do consumo de água e energia e diminuição do volume
de resíduos gerados pela comunidade.
Sua política ambiental foi firmada em 2004, através de documento
oficial, onde se encontram todas as questões referentes à preservação do meio
ambiente.
As instruções e procedimentos implantados pela universidade
definem a sistemáticas para o gerenciamento, uso, geração, armazenamento,
coleta, disposição final, transferência de resíduos sólidos e líquidos;
gerenciamento de fornecedores; manutenções preventivas, corretivas e
conservações; manuseio e estocagem de produtos; operações e
funcionamento de setores e equipamentos; estocagem, uso e controle de
gases e fumaças pretas, sendo eles:
28
Tabela 6. Procedimentos e funções - UniSinos
Procedimentos e Função
P01: Procedimento de identificação e avaliação de aspectos e impactos
ambientais e estabelecimento de objetivos e metas e programa de
gestão ambiental
Define a sistemática para a identificação e avaliação dos aspectos e
impactos ao meio ambiente, saúde e segurança ocupacional causados pelas
atividades, produtos e serviços do campus da UniSinos e para o
estabelecimento de objetivos e metas e programas de gestão ambiental.
P02: Procedimento de elaboração, aprovação e controle de documentos
Define a sistemática para a elaboração, alteração e controle dos documentos
do Sistema de Gestão Ambiental do campus da UniSinos.
P03: Procedimento de monitoramento de requisitos legais e outros
Estabelece a sistemática para identificação, atualização e análise da
legislação e de outros requisitos aplicáveis, produtos e serviços da
organização, além de fixar as condições para a avaliação periódica do
atendimento à conformidade legal. Atende às normas de gestão que exigem
o monitoramento da conformidade legal aplicável.
P04: Procedimento de preparação e resposta à emergências
Define a sistemática para a preparação e o atendimento de emergências
ambientais no campus da UniSinos, de forma a atender situações que
envolvam vítimas, danos materiais ou afetem o meio ambiente.
P05: Procedimento de controles operacionais
Estabelece procedimentos, instruções e/ou critérios operacionais associados
aos aspectos e impactos ambientais identificados como significativos (item
6.3.2 do P01 - Procedimento de Identificação e Avaliação de Aspectos e
Impactos Ambientais e Estabelecimento de Objetivos e Metas e Programa de
Gestão Ambiental) visando o alinhamento com a política ambiental da
Unisinos e os objetivos e metas de seu SGA. Planeja e executa atividades e
operações associadas aos aspectos ambientais significativos sob condições
específicas, inclusive aquelas relacionadas à manutenção. Avalia as
implicações ambientais de requisições financeiras para projetos antes de sua
aprovação e liberação de verba. Controla o ingresso de substâncias químicas
no campus da UniSinos. Gerencia os aspectos ambientais significativos,
controláveis e influenciáveis de fornecedores de materiais e/ou serviços,
incluindo a questão da comunicação de requisitos aplicáveis às suas
atividades.
(Continua na próxima página...)
29
Tabela 6. Procedimentos e funções - Unisinos
(Continuação...)
Procedimentos e Função
P06: Procedimento de monitoramento e medição
Define os mecanismos para monitorar e medir, periodicamente, as
características principais das operações e atividades que podem causar um
impacto significativo ao meio ambiente associadas aos controles
operacionais e/ou objetivos e metas. Define a sistemática de calibração dos
equipamentos utilizados para monitorar os aspectos/impactos e/ou
desempenho ambiental.
P07: Procedimento de comunicação
Define a sistemática e os mecanismos para a divulgação e comunicação
interna dos requisitos do Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos entre os
diversos níveis e funções e o recebimento, registro, análise e resposta à
comunicação externa das partes interessadas.
P08: Procedimento de não-conformidade e ações corretivas e
preventivas
Define a sistemática de implantação de ações corretivas e preventivas para o
gerenciamento de não-conformidades do Sistema de Gestão Ambiental da
UniSinos.
P09: Procedimento de gerenciamento de registros
Define a sistemática para o gerenciamento de registros do Sistema de
Gestão Ambiental da UniSinos a fim de garantir que os funcionários tenham
conhecimento e acesso aos registros necessários para executar seus papéis
e funções.
P10: Procedimento de auditoria interna do sistema de gestão ambiental
Define a sistemática de planejamento, comunicação, execução e relatório
das auditorias internas do Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos, em
conformidade com a NBR 19011.
P11: Procedimento de treinamento, conscientização e competência
Define a sistemática para assegurar que o pessoal que tem interfaces com o
Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos, funcionários ou fornecedores de
materiais ou serviços, sejam qualificados e competentes para executar as
suas tarefas, papéis e responsabilidades levando em consideração critérios
de educação, treinamento e/ou experiência apropriados.
Fonte: UNISINOS, 2013b.
Caso alguma parte interessada, interna ou externa, queira
solicitar informações ou documentos, a universidade conta com um canal de
comunicação ambiental. Dentre seus tipos de comunicação, encontram-se:
 Divulgação - quando se tratar de pedidos de informações sobre o SGA.
30
 Comunicado legal - quando for o caso de comunicações de órgãos de
fiscalização.
 Reclamação - quando se tratar de possíveis problemas como geração de
odores, ruídos, etc.
 Ocorrência ambiental - quando se tratar de cortes de árvores, animais mortos,
vazamentos, etc.
 Outros - no caso de não se enquadrar em nenhuma alternativa anterior. Há um
formulário que deve ser enviado para o e-mail
Também é realizado anualmente um relatório com os resultados
de monitoramentos das atividades, auditorias e questões ambientais
pertinentes, o qual pode ser acessado através do site da instituição. (UniSinos,
2013c)
31
4. METODOLOGIA
i. Levantamento e revisão bibliográfica: A pesquisa foi realizada por
meio de revisão bibliográfica para melhor compreensão das normas
14001, 14031 e 14032 para que os aspectos referentes a indicadores,
requisitos legais, avaliação de desempenho ambiental e sistemas de
gestão ambiental fossem bem explanados. Permitindo assim definições
sobre os temas-base para entendimento do funcionamento da análise de
indicadores;
ii. Estudos de casos: Ainda por meio da revisão bibliográfica, buscou-se
referências de estudos e aplicações de Sistemas de Gestão Ambiental
em instituições de ensino superior, para que através de suas
experiências houvesse um norteamento quanto à seleção dos
indicadores. A busca de informações teve como principal fonte de
consulta à rede mundial de computadores;
iii. Caracterização da área de estudo: Caracterizou-se a área de estudo,
seguido pela setorização do campus universitário do UniFEB;
iv. Escolha do escopo: Realizou-se uma análise preliminar dos principais
resíduos gerados, considerando-os quanto à origem, tipo, classificação e
destinação. Subsequentemente, escolheu-se um setor como escopo
inicial;
v. Organização de indicadores aplicáveis: Levantaram-se os indicadores
de desempenho ambiental operacional aplicáveis ao setor escolhido
com informações obtidas in loco, pelo Setor de Manutenção, pesquisas
realizadas anteriormente e com o auxílio da ISO 14031;
vi. Análise dos aspectos e impactos ambientais: Analisou-se os
possíveis aspectos ambientais e os impactos a eles associados.
Analisou-se a magnitude dos impactos, atribuindo aos mesmos pesos
relacionados a parâmetros, dentre os quais foram utilizados:
 Duração (D): impactos temporários se manifestam durante uma ou mais
fases do projeto e que cessam na sua desativação. Impactos
permanentes representam uma alteração definitiva de um componente
do ambiente.
32
o Temporário (1)
o Permanente (2)
 Escala Temporal (ET): impactos imediatos são aquele que ocorrem
simultaneamente à ação que os gera. Impactos à médio e longo prazo
são os que ocorrem com uma certa defasagem em relação à ação que
os gera.
o Imediatos (1)
o A médio prazo (2)
o A longo prazo (3)
o Permanente (4)
 Escala Espacial (EE): impactos locais são aqueles cuja abrangência se
restringe aos limites das áreas do empreendimento; abrangência
municipal é usada para os impactos cuja área de influência esteja
relacionada aos limites administrativos municipais; escala regional, os
impactos ultrapassem as duas categorias anteriores; escala global,
afeta todo o planeta.
o Local (1)
o Municipal (2)
o Regional (3)
o Global (4)
 Probabilidade de Ocorrência (PO): refere-se ao grau de incerteza
acerca da ocorrência de um impacto.
o Improvável (1): Impacto inexistente ou de importância
insignificante;
o Remota (2): Impacto potencial e que pode se desenvolver;
o Baixa (3): Pouco provável sua ocorrência, mas não deve ser
desprezado;
o Média (4): Impacto real e com influência no meio ambiente, sua
ocorrência não pode ser descartada;
o Alta (5): Grande possibilidade de ocorrer;
o Certa (7): Não há incerteza sobre a ocorrência.
33
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Caracterização da área de estudo: UniFEB
Sendo a principal IES da região, o Centro Universitário da
Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB) possui um campus com 17,2
hectares. (Figura 3).
Figura 3. Campus UniFEB
(Fonte: Google Earth, 2013).
A maior parte do corpo discente é formada por estudantes do
nível superior e especializações. As atividades de ensino englobam ensino
fundamental, médio, técnico, graduação e pós-graduação.
5.2 Geração de resíduos
Devido sua ampla gama de cursos, o UniFEB gera variados tipos
de resíduos. Havendo a necessidade de conhecer os tipos de resíduos mais
comumente encontrados nas instalações do campus, realizou-se uma análise
34
preliminar dos mesmos, seguindo alguns critérios definidos para a realização
específica deste trabalho (Tabela 7).
Tabela 7. Classificação geral dos tipos de resíduos gerados
Resíduos
Resíduos sólidos (S) Efluentes líquidos (L) Emissões atmosféricas (A)
Classificação
D – Domiciliar C – Comum A – Aplicável
E – Especial N.T. – Necessita tratar N.A. – Não aplicável
N.A. – Não aplicável N.A. – Não aplicável -
Fonte: Elaborado pela autora.
Aonde se entende por:
 Domiciliar (D): Incluem papel, papelão, madeira, vidro, latas, plásticos
(desde que não sejam dos grupos previstos para logística reversa), trapos,
folhas, galhos e terra, restos de alimentos.
 Especial (E): materiais inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos, restos de
embalagens de agrotóxicos, inseticidas, herbicidas, resíduos industriais ou
de serviços de saúde, enfim, todos àqueles que exigem maiores cuidados
quanto acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final.
 Comum (C): considerou-se efluente líquido comum àquele que não
necessita de tratamento posterior, podendo ser diretamente encaminhado à
rede sanitária de esgoto.
 Necessita tratar (N.T.): àqueles que necessitam de um tratamento
 Aplicável (A): há geração de emissões consideráveis
 Não aplicável (N.A.): as emissões inexistem ou são pouco significantes
Analisou-se os setores principais do UniFEB (Tabela 8) de acordo
com os principais resíduos gerados. Assim, determinou-se os setores
considerados prioritários, em termos de geração de resíduos.
35
Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos
Local Qtde. Tipo
Resíduos
S L A
Administração
1 Arquivos e secretaria D N.A. N.A.
4 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A.
1 Contabilidade D N.A. N.A.
1 Contas a pagar D N.A. N.A.
1 Contas a receber D N.A. N.A.
1 Controladoria D N.A. N.A.
3 Coordenações de cursos D N.A. N.A.
1 Departamento de comunicação D N.A. N.A.
1 Departamento jurídico D N.A. N.A.
1 Departamento de recursos humanos D N.A. N.A.
1 INTEC D N.A. N.A.
1 Negociação D N.A. N.A.
3 Pro- reitorias D N.A. N.A.
2 Recepções D N.A. N.A.
1 Reitoria D N.A. N.A.
1 Sala de professor Contratados D N.A. N.A.
1 Sala de reunião/conselho curador D N.A. N.A.
1 Sala do superintendente D N.A. N.A.
3 Secretarias D N.A. N.A.
1 Tesouraria D N.A. N.A.
Biotério 1 D C N.A.
Blocosdeaula
*
1 Biblioteca D N.A. N.A.
18 Banheiros (masculino, feminino, deficiente) D C N.A.
1 Departamento de multimeios E N.A. N.A.
1 D.T.I. E N.A. N.A.
8 Laboratório de Informática E N.A. N.A.
79 Salas de aula D N.A. N.A.
1 Sala pró-aluno D N.A. N.A.
1 Sala professores D N.A. N.A.
DCE
1 Bar D C N.A.
4 Banheiros D C N.A.
1 Depósito E N.A. N.A.
1 Guarita D N.A. N.A.
2 Piscinas E C N.A.
2 Quiosques D N.A. N.A.
1 Sala capoeira D N.A. N.A.
1 Sala depósito D N.A. N.A.
1 Salão de festas D N.A. N.A.
Casadoprofessor/ADOFEB
1 Administração D N.A. N.A.
16 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A.
1 Campo de futebol society D N.A. N.A.
3 Cozinha. D C N.A.
14 Quartos D N.A. N.A.
2 Piscina E C N.A.
5 Quiosques. D N.A. N.A.
1 Sala de computadores. E N.A. N.A.
1 Sala de reuniões D N.A. N.A.
1 Salão de festas D N.A. N.A.
1 Sauna D N.T. A
(Continua na próxima página...)
*
Joâo Monteiro de Barros Filho + Prof. Rael Vidal + Lauro Kfouri + Prof. Francisco J. M. T.
Ramos + Prof. Elvira + “Laranjão”
36
Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos
(Continuação...)
Local Qtde. Tipo
Resíduos
S L A
Cantina
1 Arquivo morto D N.A. N.A.
1 Cantina D C N.A.
1 Cozinha D C N.A.
Clínicas/Laboratóriosodontológicos
1 Arquivo morto D N.A. N.A.
1 Arquivos de prontuários D N.A. N.A.
3 Banheiros D C N.A.
2 Depósitos D N.A. N.A.
2 Farmácia E N.T. A
1 Laboratório dentística E N.T. A
1 Laboratório materiais dentários E N.T. A
1 Laboratório prótese E N.T. A
7 Raios X E N.T. A
1 Recepção D N.A. N.A.
1 Sala ar condicionado D N.A. N.A.
1 Sala armazenamento material E N.A. N.A.
1 Sala assistente social D N.A. N.A.
1 Sala aula pós-graduação D N.A. N.A.
1 Sala coordenação D N.A. N.A.
1 Sala esterilização E N.T. A
1 Sala maquina E N.T. N.A.
1 Sala professores D N.A. N.A.
1 Sala radiologia E N.A. N.A.
1 Sala revelação E N.T. N.A.
1 Sala serviços gerais D N.A. N.A.
4 Salas Cirurgia E N.A. N.A.
Colégioeescolatécnica
1 Administração D N.A. N.A.
4 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A.
2 Depósito D N.A. N.A.
1 Depósito de materiais de limpeza D C N.A.
1 Depósito materiais prótese E N.A. N.A.
1 Laboratório de informática E N.A. N.A.
2 Laboratório prótese D N.A. N.A.
1 Pátio interno D N.A. N.A.
2 Recepção D N.A. N.A.
1 Secretaria D N.A. N.A.
1 Sala aula de Eletrônica E N.A. N.A.
1 Sala Diretor D N.A. N.A.
1 Sala dos Professores D N.A. N.A.
1 Sala vice-direção + 1 banheiro D C N.A.
10 Salas de aula D N.A. N.A.
Farmáciaebioquímica
1 Almoxarifado D N.A. N.A.
2 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A.
1 Estoque E N.A. N.A.
1 Expurgo E N.A. N.A.
1 Laboratório bioquímica clínica. E N.A. N.A.
1 Laboratório controle de qualidade e meios. E N.A. N.A.
1 Laboratório farmacognosia. E N.A. N.A.
1 Laboratório farmacotécnica. E N.A. N.A.
1 Laboratório microbiologia clínica. E N.A. N.A.
2 Laboratório microbiologia. E N.A. N.A.
3 Laboratório microscopia. E N.A. N.A.
1 Laboratório parasitologia e parasitologia clínica. E N.A. N.A.
(Continua na próxima página...)
37
Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos
(Continuação...)
Local Qtde. Tipo
Resíduos
S L A
Farmáciaebioquímica
1 Laboratório semi-sólidos E N.T. N.A.
1 Laboratório sólidos E N.T. N.A.
1 Laboratório sorologia e imunologia clínica E N.T. N.A.
2 Recepções D N.A. N.A.
1
Sala administração com banheiros masculino e
feminino.
D N.A. N.A.
1 Sala da copa D N.A. N.A.
1 Sala das balanças. E N.A. N.A.
1 Sala de arquivo. D N.A. N.A.
1
Sala de dispensação com banheiros masculino e
feminino
D N.A. N.A.
1 Sala de estocagem e limpeza. E N.A. N.A.
1 Sala de imunofluorescência. D N.A. N.A.
1 Sala de injetáveis. D N.A. N.A.
1 Sala de lavagem e esterilização D N.T. N.A.
1 Sala de máquinas D N.A. N.A.
1 Sala de separação e distribuição de amostras. D N.A. N.A.
1 Sala paramentação. D N.A. N.A.
1 Setor de coleta: 6 salas sendo 1 com banheiro D C N.A.
Laboratórios
1 Almoxarifado (física) D N.A. N.A.
2 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A.
1 Brinquedoteca D N.A. N.A.
1 Central de reagentes e vidraçarias E N.T. N.A.
1 Coordenadoria laboratórios didáticos D N.A. N.A.
1 Laboratório anatomia animal E N.T. N.A.
1 Laboratório anatomia humana E N.T. N.A.
1 Laboratório automação industrial E N.T. N.A.
1 Laboratório C.I.T. E N.A. N.A.
1 Laboratório de materiais de construção E N.A. N.A.
1 Laboratório ecotoxicologia E N.T. N.A.
1 Laboratório eletrônica industrial N.A. N.A. N.A.
2 Laboratório eletrônica N.A. N.A. N.A.
1 Laboratório física computacional E N.A. N.A.
1 Laboratório física médica E N.A. N.A.
4 Laboratório física D N.A. N.A.
1 Laboratório hidrologia e fenômenos do transporte D N.A. N.A.
1 Laboratório maquinas elétricas E N.T. N.A.
1 Laboratório matemática D N.A. N.A.
1 Laboratório metrodologia D N.A. N.A.
1 Laboratório patologia E N.A. N.A.
7 Laboratório química E N.T. N.A.
1 Laboratório zoologia E N.T. N.A.
1 Pátio interno D C N.A.
1 Sala C.E.P. D N.A. N.A.
1 Sala C.P.A. D N.A. N.A.
1 Sala de educação física D N.A. N.A.
1 Sala de lavagem e preparação. E N.T. N.A.
1 Sala do técnico de eletrônica. D N.A. N.A.
(Continua na próxima página...)
38
Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos
(Continuação...)
Local Qtde. Tipo
Resíduos
S L A
Laboratórios–
Alimentos
1 Laboratório bioengenharia E N.T. N.A.
1 Laboratório bioquimica alimentos/embalagens E C N.A.
1
Laboratório bromatologia/análise de
alimentos/química processos.
E C N.A.
1 Laboratório Cozinha experimental D C N.A.
1 Laboratório química E N.T. N.A.
1 Laboratório física E C N.A.
1 Laboratório gastronomia D C N.A.
1 Laboratório Pesquisa e desenvolvimento. D C N.A.
1 Laboratório tecnologia de leite, frutas e hortaliças D C N.A.
Laticínio
1 Caldeira E N.T. A
1 Câmara secagem D N.A. A
1 Câmara salga D N.T. N.A.
1 Empacotamento D N.A. N.A.
1 Laboratório físico químico E N.T. N.A.
1 Laboratório microbiologia E N.T. N.A.
1 Pasteurização D C A
1 Plataforma E N.T. N.A.
1 Refeitório D C N.A.
1 Sala D N.A. N.A.
1 Sala compressora D N.T. A
3 Salas de leite empacotado D N.A. N.A.
1 Sala de inspeção. D N.A. N.A.
1 Sala queijo N.A. N.A. N.A.
1 Usina fruta N.A. N.A. N.A.
1 Vestiário com banheiro D C N.A.
Núcleojurídico
4 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A.
2 Depósitos. D N.A. N.A.
1 Sala de audiência. D N.A. N.A.
1 Sala coordenadora. D N.A. N.A.
1 Sala de espera. D N.A. N.A.
1 Sala de orientação de projetos D N.A. N.A.
1 Sala de triagem. D N.A. N.A.
1 Sala do Juiz. D N.A. N.A.
1 Sala J.E.C. D N.A. N.A.
1 Salas de atendimento do Juizado Especial Civil. D N.A. N.A.
13 Salas de aula. D N.A. N.A.
1 Tribunal do júri. D N.A. N.A.
NEA 1 Sala de estudos D N.A. N.A.
Oficinade
Manutençãoe
Engenharia
1 Arquivo morto D N.A. N.A.
2 Banheiros D C N.A.
1 Copa/Refeitório. D C N.A.
1 Departamento de engenharia/manutenção E N.A. N.A.
1 Depósito patrimônio (barracão). E N.A. N.A.
1 Depósito materiais e ferramentas. E N.A. N.A.
1 Oficina E N.T. N.A.
2 Salas de projeto D N.A. N.A.
Outros
1 Agência bancária D N.A. N.A.
2 Caixa d’água D C N.A.
1 Estação repetidora (Embratel) N.A. N.A. N.A.
Restau-
rante
2 Banheiros D C N.A.
1 Cozinha D C N.A.
1 Salão D N.A. N.A.
(Continua na próxima página...)
39
Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos
(Continuação...)
Local Qtde. Tipo
Resíduos
S L A
TeatroJorge
Andrade
2 Banheiros (masc., fem.) D C N.A.
2 Bilheterias D N.A. N.A.
2 Camarins D N.A. N.A.
1 Foyer D N.A. N.A.
1 Palco. D N.A. N.A.
1 Sala de projeção. D N.A. N.A.
Fonte: elaborado pela autora.
Legenda das cores:
Disposição normal
Disposição especial
Geração inexistente/pouco significante
Como pode ser acompanhado por meio da Tabela 8 alguns
setores apresentam um quadro mais alarmante se comparado a outros.
Para continuidade do trabalho delimitou-se como setor de estudo
o Laticínio como escopo inicial para análise de indicadores de desempenho.
Tal setor foi escolhido por apresentar geração de resíduos em todos estados
da matéria, os quais necessitam de tratamento especial.
5.3 Laticínio
O laticínio do UniFEB possui atuante em sua linha de produção
leite integral do tipo C - pasteurizado e o creme do leite. Embora não apresente
um quadro tão crítico se comparado a outros setores, a escolha do laticínio
como escopo delimitado ao trabalho se deve ao fato de que os processos
envolvidos no seu funcionamento abrangem aspectos e possíveis impactos que
cobrem diversas áreas ambientais, o que facilita o entendimento do
funcionamento de uma análise de desempenho ambiental e sua extensão.
Um esquema das etapas genéricas de produção de produtos
lácteos pode ser acompanhado na Figura 4.
40
Figura 4. Processo de produção do leite homogeneizado e pasteurizado
Fonte: MAGANHA, 2006.
Como podem ser analisados, os principais aspectos e impactos
ambientais atribuídos ao setor se correlacionam com:
41
 Consumo de água: utilizada em operações de limpeza, desinfecção,
lavagem da massa láctea, resfriamento e geração de vapor;
 Geração de efluentes líquidos: sendo o principal impacto ambiental, advém
das operações de lavagem/limpeza, derramamentos, vazamentos,
operações deficientes, perdas no processo, descarte de subprodutos (soro
ou leite ácido);
 Consumo de energia: utilizada na maior parte dos procedimentos como os
de tratamento térmico, como refrigeração e armazenamento, geração de
vapor, água quente, iluminação e ventilação, operação de equipamentos;
 Geração de resíduos: há geração dos resíduos em todos os processos
executivos do setor, sendo a mais diversificada em fontes, envolvendo sub-
setores administrativos, produção, embalagens, materiais de análises,
recebimentos de matéria-prima, etc. A inadequada disposição de suas
matérias-primas e resíduos pode acarretar em poluição do solo, água e
atmosférica;
 Emissões atmosféricas: provenientes de máquinas, equipamentos e
operações realizadas;
 Ruído/vibração: estando localizado em meio uma área de ocupação
residencial e comercial, as atividades de funcionamento do setor, bem como
seus equipamentos e transporte de insumos e produtos resultam em
possíveis incômodos à vizinhança.
A seguir, podem ser acompanhados alguns possíveis aspectos e
impactos levantados, bem a magnitude a eles atribuída (Tabela 9).
42
Tabela 9. Aspectos e impactos para o laticínio
Meio físico
Meio Biótico
Meio antrópico
Água Ar Solo Trabalhador Vizinhança Sociedade
Alteraçãodaqualidadedeáguassuperficiais
Aumentodaquantidadedesólidos
Alteraçãodoregimedeescoamento
Contaminaçãodocorpohídrico
Escassezdeágua
Alteraçãodaqualidadedoar
Contaminaçãodoar
Contribuiçãoparaefeitoestufa
Poluiçãosonor’a
Poluiçãoatmosférica
Alteraçãodaspropriedadesfísicas/químicas
Contaminaçãodosolo
Induçãodeprocessoserosivos
Esgotamento
Interferêncianafauna
Interferêncianaflora
Alteraçãodosecossistemas
Reduçãodaqualidadeambiental
Alteraçõesnascondiçõesdesaúde
Alteraçãonascondiçõesdesegurança
Desconfortopelosfuncionários
Explosão,riscosdevida
Perdaderendimento
Riscodeacidentes
Alteraçãodaqualidadepaisagística
Alteraçãonascondiçõesdesaúde
Alteraçãonascondiçõesdesegurança
Alteraçãonotráfegodeviaslocais
Desconfortoambiental
Incômodoparaacomunidade
Aumentodovolumedeaterrosderesíduos
Esgotamentodosrecursosnaturais
Escassezdeenergiaelétrica
Pressãosobreserviçosurbanos
1 Armazenamento de matérias-primas, produtos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
2 Climatização de ambientes x x x x x x x x x x x
3 Consumo de água x x x x x x x x x x x x x x
4 Consumo de energia elétrica x x x x
5 Consumo de matéria-prima x x x x x x x x x x x x x x x x x x
6 Derramamentos, vazamentos, operações deficientes de
equipamentos e transbordamentos de tanques
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
7 Descarga de efluentes líquidos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
8 Descarte inadequado de lâmpadas usadas x x x x x x x x x x x x x x x x
9 Descarte inadequado de resíduos sólidos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
10 Desperdício de água x x x x x x x x x x x x x x
11 Desperdício de energia elétrica x x x
12 Desprendimento de gases x x x x x x x x x x x x x x
13 Efluentes de águas residuárias x x x x x x x x x x x x
14 Emissão de material particulado x x x x x x x
15 Emissão de vapores x x x x x x x x x x x x x
16 Emissões atmosféricas x x x x x x x x x
17
Estocagem e Uso de Líquidos Combustíveis e
Inflamáveis
x x x x x x
18 Gases refrigerantes oriundos de vazamentos x x x x x x x x x x x x x x
19 Geração de Efluentes - Químicos e/ou Biológicos x x x x x x x x x x x x x x x
20 Geração de Efluentes com alta concentração orgânica x x x x x x x x x x x
21 Geração de Resíduos - Domésticos x x x x x x x x x x x x x
22 Geração de Resíduos - Classe I (Perigosos) x x x x x x x x x x x x x x x
23 Geração de Resíduos - Classe II-B (Inertes) x x x x x x x x x
24 Geração de Resíduos - Lâmpadas x x x x x x x x x
25
Geração de Resíduos - Resíduos de Construção e
Demolição (RCD)
x x x x x x x x x x x x x x x x
26
Gerenciamento de Fumaça Preta de Veículos Movidos
à Diesel
x x x x x x x x x x x x x x x x
27 Incorreta disposição de materiais a serem descartados x x x x x x x x x x x x x x x x
28 Lançamento de efluente com óleos, graxas x x x x x x x x x x x x x x
29 Lançamento de efluente contaminado x x x x x x x x x x x x x x
30 Lavagem e limpeza x x x x x
31 Liberação de gases tóxicos x x x x x x x x x x x x x x x x
32 Manipulação de produtos domissanitários x x x x x
33 Manuseio e Estocagem de Produtos Químicos x x x x x x x x x
34 Manutenção Corretiva e Preventiva de Equipamentos x x x x x x x x
35 Movimentação de carga e descarga x x x x x x x x x x x x
36 Odores x x x x x x x x x x x x
37 Operação da ETE UniFEB x x x x x x x x
38 Operação em caldeiras x x x x x
39 Perdas no processo x x x x x x
40 Produção de cinzas e gases x x x x x x x x x x x x x x
41 Queima de combustível x x x x x x x x x x x x x x x x
42 Queima de lenha x x x x x x x x x x x x x x x x x x
43
Resíduos sólidos contendo restos de produtos,
embalagens
x x x x x x
44 Risco de geração de faíscas onde há gases dispersos x x x x
45 Sujeiras vinda de latões x x x x x x
46 Uso de agentes limpantes e desinfectantes x x
47 Uso e geração de Resíduos - Papel x x x x x x
48 Vazamentos nas tubulações x x x x x x x x x
49 Vazamentos de resíduos x x x x x x x x x x
50 Vazamentos de vapor das tubulações x x x x x x x x x
51 Vibração x x x x x x x x x x x
Magnitude
D 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 1 2 2 1 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1
ET 2 1 3 3 2 1 2 3 1 2 3 2 3 3 2 3 3 3 2 1 2 1 2 1 3 3 3 2 2 1 4 4 2 2
EE 2 1 2 1 2 3 1 4 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 1 3 3 3 2
PO 6 6 2 4 4 4 4 3 3 4 3 2 1 1 3 3 3 3 3 5 3 5 2 5 2 2 1 2 2 3 3 4 4 3
Total 11 9 9 10 9 9 9 12 6 9 9 6 7 7 7 9 9 8 8 8 7 8 6 8 7 8 7 7 7 6 11 13 10 8
D = Duração; ET = Escala temporal; EE = Escala espacial; PO = Probabilidade de ocorrência;
Aspectos
Impacto
s
43
Foram levantados 34 impactos, dos quais ao analisarmos a
magnitude a eles associada, temos:
Tabela 10. Magnitude dos impactos e sua representatividade geral
A terceira coluna (% grau de magnitude) analisa o valor da
magnitude obtida associado a uma magnitude máxima, ou seja, àquela aonde
a somatória de todos os valores de magnitude atinja seu máximo (17).
Representa quão próximo está de uma situação drástica.
Podemos verificar que a maioria dos impactos levantados (70,6%)
encontra-se na faixa de magnitude 7 a 9, estando distribuídos em todos os
meios. Os impactos com maior magnitude encontram-se relacionados à água,
ar e sociedade, sendo este último ressaltado aos resíduos e recursos.
5.4 Escolha dos indicadores
Após a análise e levantamento da magnitude dos impactos e aspectos
ambientais dos setores selecionados, com o auxílio da ISO 14031, levantaram-se
indicadores de desempenho ambiental (Tabela 11) que podem ser utilizados.
Magnitude
Representatividade
Nº. ocorrências
% grau de
magnitude
% nº. total de
ocorrências
13 1 76,5 2,9
12 1 70,6 2,9
11 2 64,7 5,9
10 2 58,8 5,9
9 9 52,9 26,5
8 7 47,1 20,6
7 8 41,2 23,5
6 4 35,3 11,8
Total 34 100 100
44
Tabela 11. Indicadores associados aos aspectos ambientais
Indicador ambiental Aplicável a:
IndicadoresdeDesempenhoOperacional
Materiais
Quantidade de materiais usados por unidade de produto 5, 42
Quantidade de materiais processados, reciclados ou reutilizados que são usados 21, 24, 25
Quantidade de materiais de embalagem descartados ou reutilizados por un. de produto 21, 24, 25
Quantidade de matéria-prima reutilizada no processo de produção 5
Quantidade de água por unidade de produto 2, 3
Quantidade de água reutilizada 2, 3
Quantidade de materiais perigosos usados no processo de produção 22, 23
Energia
Quantidade de energia usada por ano ou por unidade do produto 2, 4
Quantidade de cada tipo de energia usada 4, 41, 42
Quantidade de energia gerada com subprodutos ou correntes de processos 42
Quantidade de unidades de energia economizadas devido a programas de conservação de energia 4
Serviçosde
apoio
Quantidade de materiais perigosos usados pelos prestadores de serviços contratados 4
Quantidade de produtos de limpeza usados pelos prestadores de serviço contratados 46
Quantidade de materiais recicláveis e reutilizáveis usados pelos prestadores de serviço contratados 21
Quantidade ou tipo de resíduos gerados pelos prestados de serviço contratados 30
Instalaçõesfísicase
equipamentos
Número de partes de equipamentos com peças projetadas para fácil desmontagem, reciclagem e
reutilização 2
Número de horas por ano em que uma peça específica do equipamenteo está em operação 2
Número de situações de emergência ou operações não rotineiras por ano 18, 31, 33, 44, 48, 49, 50
Número de locais para correta disposição ou armazenamento 33
Área de solo usada para tratamento de efluentes 37
Geração média de fumaça preta 26
Número de horas de manutenção preventiva dos equipamentos por ano 2, 34, 50
Produtos
Número de produtos que podem ser reutilizados ou reciclados 25, 42
Índice de produtos defeituosos 2
Número de unidades de subprodutos gerados por unidade de produto 2
Número de unidades de energia consumida durante o uso do produto 2
Duração do uso do produto 2
Número de produtos com instruções referentes ao uso e à disposição ambientalmente seguros 22, 23, 24, 25
Resíduos
Quantidade de resíduos por ano ou por unidade de produto 21, 24, 43, 45
Quantidade de resíduos perigosos, recicláveis ou reutilizáveis por ano 22, 23, 25
Quantidade de resíduos para disposição 21, 22, 23, 24, 25, 43, 45
Quantidade de resíduos armazenados no local 21, 22, 23, 24, 25
Quantidade de resíduos controlados por licenças 22, 23, 24, 25
Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável por ano 25
Quantidade de resíduos perigosos eliminados devido à substituição de material 22, 24
Emissões
Quantidade de emissões específicas por ano 2, 36, 40
Quantidade de emissões específicas por unidade de produto 41, 42
Quantidade de emissões atmosféricas com potencial de depleção da camada de ozônio 41, 42
Quantidade de emissões atmosféricas com potencial de mudança climática global 41, 42
Quantidade de material específico descarregado por ano 41, 42
Quantidade de um material específico descarregado na água por unidade de produto 7, 19, 20, 28, 29, 30,
Quantidade de energia desperdiçada 11
Quantidade de material destinado para aterro sanitário por unidade de produto 21, 22, 23, 24, 25, 40, 45
Ruído medido em determinado local 2
Quantidade de radiação liberada 38
Quantidade de calor, vibração ou luz emitida 2, 42, 51
45
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conseguiu-se cumprir o levantamento das normativas relacionadas ao
desempenho ambiental e, através delas, realizar um estudo mais aprofundado quanto aos
tipos de indicadores ambientais.
Como visto, ainda há poucas IES as quais possuem certificação na área e
os modelos de SGA na maioria ainda encontra-se em processo de estruturação.
Com a apresentação de alguns aspectos, impactos e indicadores
ambientais, espera-se ter demonstrado a importância do investimento no gerenciamento
ambiental do UniFEB. Havendo uma preocupação com suas práticas ambientais, podem
ser criadas desde diretrizes a modelos e práticas sustentáveis para implantação de um
SGA pela IES.
Os indicadores propostos ao setor de escopo inicial mostram que o controle
periódico do funcionamento da IES pode possibilitar a avaliação de desempenho global,
analisar os setores críticos e realizar provisões. É importante ressaltar a importância de
que na fase de planejamento do SGA sejam levantados os indicadores de desempenho
gerencial, que serão responsáveis pelo acompanhamento da evolução programática.
Os benefícios advindos de um SGA são os mais diversos, estando desde as
economias relativas a melhoramentos de processos e produtividade, como ganhos com
reduções de consumos, riscos, geração de passivos, etc. Geram-se brechas para novas
oportunidades de pesquisas, sendo importante ressaltar a melhoria da imagem da
instituição, a qual adquire um perfil também executor.
46
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:
Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio
de Janeiro: ABNT, 2004. 35 p.
______. NBR ISO 14031: Gestão ambiental – Avaliação de desempenho
ambiental - Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 43 p.
BÁRBARO, N.O. Participación de las empresas en la gestión ambiental.
UNICEN. Disponível em: <http://www.exa.unicen.edu.ar/catedras/evaia/Ap
untes%20y%20Clases/SGA%20II.doc> Acesso: 20, out. 2013.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA. Resolução nº 001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF, 1986. Seção 1, p. 2548-2549.
CAMPOS, C. de. Avaliação de desempenho ambiental em projetos –
procedimentos e ferramentas. Dissertação apresentada ao programa de
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo – USP. São Paulo, 2007.
CERUTI, F. C.; SILVA, M. L. N. da. Dificuldades de implantação de sistema
de gestão ambiental (SGA) em empresas. Revista Acadêmica, Ciências
Agrárias e Ambiente, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 111-119, jan./mar. 2009.
COELHO, L. V. T. et. al. A importância do Sistema de Gestão Ambiental
(SGA) - Estudo de caso na empresa Grande Rio Honda em Palmas –
Tocantins. Palmas – TO. 2011.
COUTO, S. Gestão Ambiental: o caminho da sustentabilidade. [s.d.].
Disponível em: < http://www.academiadetalentos.com.br/05.pdf>. Acesso: 23,
out. 2013.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2ª Ed. – São Paulo: Atlas,
1999.
Environmental Practitioner Programme – EPAW. Glossary. Disponível em
<http://www.epaw.co.uk/EPT/glossary.html>. Acesso: 25, out. 2013.
47
FARIA, H. M. Uma discussão a respeito dos benefícios econômicos da
gestão ambiental. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Engenharia de Produção da Escola Federal de Itajubá.
Itajubá, MG. 1999. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/E
NEGEP1999_A0694.PDF> Acesso: 23, out. 2013.
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO -
FIRJAN. Manual de indicadores ambientais. Rio de Janeiro: DIM/GTM, 2008.
FREY, M. R.; CAMARGO, M. E. Análise dos indutores da evolução da
consciência ambiental. Disponível em: < http://revista.uepb.edu.br/index.php/
qualitas/article/viewFile/19/12> Acesso: 25, out. 2013.
GOMES, L. P.; LUZ, S.O. de C. da; SELLITO, M. A. Medição de desempenho
ambiental baseada em um método multicriterial de apoio à decisão:
estudo de caso na indústria automotiva. Gestão & Produção. v.13, n.3, p.
557-570. 2006.
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO.
Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/gestao14001/>. Acesso: 29, out.
2013.
INSTITUTO NACIONAL DE NORMALIZACION. NCh ISO 14032: Gestión
ambiental – Ejemplos de evaluación del desempeño ambiental (EDA).
Chile: INN, 2002. 151 p.
JÚNIOR, J.L.G. et. al. Importância do sistema de gestão ambiental na
empresa – estudo de caso. [s.d] .Disponível em: <http://eco.unne.edu.ar/
contabilidad/costos/VIIIcongreso/166.doc> Acesso: 20, out. 2013.
KRAEMER, M. E. P. Gestão ambiental: um enfoque no desenvolvimento
sustentável. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/gestao/des_
sustentavel.doc> Acesso: 23, out. 2013.
KHOL, C.A.; SELLITTO, M.A. Avaliação do desempenho ambiental de um
operador de serviços logísticos por indicadores categóricos. Estudos
tecnológicos. v. 5, nº 3. p. 284-301. 2009.
MAGANHA, M. F. B. Guia técnico ambiental da indústria de produtos
lácteos. São Paulo: CETESB, 2006. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso: 9, nov. 2013.
48
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superior. Unoesc & Ciências − ACET, Joaçaba, v. 1, n. 2, p. 189-198, jul./dez.
2010. Disponível em: <http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acet/article/
view/563>. Acesso: 28, out. 2013.
MELLO, L. A. de O. Sistemas de Gestão Ambiental. Fev. 2009. 45 f. Notas de
aula. Digitalizado. UNIPLI. Disponível em: <http://www.labogef.iesa.ufg.br/
labogef/arquivos/downloads/Gestao_Ambiental_Apostila_Completa_00582.pdf
> Acesso: 24, out. 2013.
MELO, J. & PEGADO, C. Ecoblock: A method for integrated environmental
performance evaluation of companies and products (construction case-study),
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ECOBLOCK_-_MTODO_DE_AVALIAO_DO_DESEMPENHO_AMBIENTAL>
Acesso: 23, out. 2013.
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Universidade aberta do Brasil, 2008. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/16757129/Gestao-Ambiental-e-Sustentabilidade>
Acesso: 19, out. 2013.
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discussão da sustentabilidade de países. 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/asoc/v10n2/a09v10n2.pdf> Acesso: 27, out. 2013.
VAZ, C.R. et.al. Sistema de Gestão Ambiental em Instituições de Ensino
Superior: uma Revisão. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e
Sistemas – Ano 5, nº 3, Jul-Set/2010, p. 45-58. Disponível em:
<http://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/viewFile/327/314> Acesso:
27, out. 2013.
TAUCHEN, J.A. Um modelo de gestão ambiental para implantação em
instituições de ensino superior. Dissertação (Mestrado em Engenharia),
Universidade de Passo Fundo. 2007, 149 p. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp103987.pdf> Acesso: 27,
out. 2013.
UFRGS. SGA. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/sga/SGA>. Acesso: 07, nov.
2013.
UNISINOS. Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.unisinos.br/institucion
al/meio-ambiente/apresentacao>. Acesso: 01, nov. 2013a.
49
______. Procedimentos. Disponível em: <http://www.unisinos.br/institucional/
meio-ambiente/sgaunisinos/procedimentos>. Acesso: 01, nov. 2013b.
______. Relatórios e certificações. Disponível em: <http://www.unisinos.br/
institucional/meio-ambiente/sga-unisinos/relatorios-e-certificacoes>. Acesso:
01, nov. 2013c.

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Indicadores de desempenho ambiental do UniFEB

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS - UNIFEB CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL OPERACIONAL PARA O UNIFEB MÁIRA LAURA REIS BARBOSA BARRETOS 2013
  • 2. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS - UNIFEB CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL OPERACIONAL PARA O UNIFEB MÁIRA LAURA REIS BARBOSA Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para obtenção de título de bacharel em Engenharia Ambiental do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UniFEB. Orientador: Profª. Dra. Jaqueline A. Bória Fernandez BARRETOS 2013
  • 3. _____ Barbosa, Máira Laura Reis. Indicadores de desempenho ambiental operacional para o UniFEB – Engenharia Ambiental / Máira Laura Reis Barbosa; Jaqueline Aparecida Bória Fernandez. Barretos, 2013. 60p. Indicadores de desempenho ambiental operacional para o UniFEB, Engenharia Ambiental, Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB. 1. Indicadores. 2. Desempenho Ambiental. 3. Instituição de Ensino Superior. UNIFEB / BC CDU - ___:___
  • 4. i CERTIFICADO DE APROVAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO COMO EXIGÊNCIA PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS (UNIFEB) Título: “Indicadores de desempenho ambiental operacional para o UNIFEB” Autora do Trabalho: Máira Laura Reis Barbosa Curso: Engenharia Ambiental Orientador: Profª. Dra. Jaqueline Aparecida Bória Fernandez Co-orientador: Data: Situação: APROVADO Banca Examinadora (nomes) (Assinaturas) Presidente: Prof. _________________________________ Membro: Prof. _________________________________ Membro: Prof. _________________________________ Barretos, de Novembro de 2013. ___________________________________ Profª. Dra. Jaqueline Aparecida Bória Fernandez Coordenadora do curso de Engenharia Ambiental
  • 5. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, Lúcia e Armando, que sempre acreditaram e zelaram por mim e, acima de tudo, me amam.
  • 6. EPÍGRAFE Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E, se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você. (Friedrich Nietzsche, Além do Bem e do Mal)
  • 7. AGRADECIMENTOS Agradeço a meus pais, meus irmãos Armando e Paula, pelo carinho, apoio e sinceridade que sempre me deram. A meus avós, pelos conselhos, ensinamentos, compreensão e cafés-da-tarde. As minhas amigas de curso Danúbia, Mariane e Marina, que sempre me acompanharam em projetos, tiveram paciência, amizade, compreensão, apoiando e confiando em mim. À minha orientadora Jaqueline Bória, por sua disponibilidade, atenção, me honrando com sua orientação durante este trabalho, incentivando e acreditando em mim e por toda ajuda já prestada. À coordenação do curso de Engenharia Ambiental, que me auxiliou em todos estes anos de graduação. Ao funcionário José Mendes Santana, responsável pelo setor de Engenharia e Manutenção do UniFEB, pela paciência e ajuda no fornecimento de informações fundamentais para este trabalho. Agradeço aos meus professores, por todo conhecimento compartilhado, paciência, tolerância, atenção e amizade. Muito obrigada a todos vocês, que participaram dessa fase da minha vida e que, até sem saber, fizeram toda diferença. Dou-me o direito de abrir um parêntese e agradecer a todos àqueles que não acreditaram em mim, pois suas dúvidas me fizeram criar certezas.
  • 8. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS........................................................................................... I LISTA DE TABELAS ......................................................................................... II RESUMO........................................................................................................... III 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5 2. OBJETIVOS................................................................................................... 6 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 6 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 7 3.1 A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO EMPRESARIAL................................................. 7 3.2 GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 9 3.3 NORMAS DA SÉRIE ISO 14000.................................................................... 15 3.3.1 Desempenho e Avaliação do desempenho ambiental...................... 18 3.3.2 NBR ISO 14031 – Gestão ambiental – Avaliação do Desempenho Ambiental – Diretrizes................................................................................ 20 3.3.3 NBR ISO 14032 – Gestão Ambiental – Exemplos de Avaliação do Desempenho Ambiental............................................................................. 21 3.4 INDICADORES ............................................................................................ 22 3.4.1 Seleção dos indicadores................................................................... 23 3.5 O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES) ............................... 25 3.5.1 Experiência de Sistema de Gestão Ambiental.................................. 27 4. METODOLOGIA .......................................................................................... 31 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 33 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO: UNIFEB......................................... 33 5.2 GERAÇÃO DE RESÍDUOS ............................................................................. 33 5.3 LATICÍNIO .................................................................................................. 39 5.4 ESCOLHA DOS INDICADORES....................................................................... 43 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 45 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 46
  • 9. LISTA DE ABREVEATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ADA Avaliação de Desempenho Ambiental art. Artigo CD Copy Disc CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente DIS Draft International Standard EPAW Environmental Practitioner Programme FDIS Final Draft International Standard ICA Indicador de Condição Ambiental IDA Indicador de Desempenho Ambiental IDG Indicador de Desempenho Gerencial IDO Indicador de Desempenho Organizacional IES Instituição de Ensino Superior INMETRO Instituo Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia ISO International Organization for Standardization NBR Norma Brasileira NCh Norma Chilena PDCA Plan-Do-Check-Act Qtde. Quantidade RS Rio Grande do Sul
  • 10. SC Subcomitê s.d. Sem data SGA Sistema de Gestão Ambiental SGQ Sistema de Gestão da Qualidade TR Technical Report UniFEB Centro universitário da Fundação Educacional de Barretos UniSinos Universidade do Vale do Rio dos Sinos WD Working Draft
  • 11. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Mudanças na empresa através da conscientização ambiental ........... 9 Figura 2. Avaliação de desempenho ambiental................................................ 21 Figura 3. Campus UniFEB................................................................................ 33 Figura 4. Processo de produção do leite homogeneizado e pasteurizado ....... 40
  • 12. LISTA DE TABELAS Tabela 1. Etapas do Sistema de Gestão Ambiental......................................... 12 Tabela 2. Benefícios da gestão ambiental ....................................................... 13 Tabela 3. Visão geral da gestão ambiental ...................................................... 14 Tabela 4. A família dos padrões da ISO 14000 e trabalhos em andamento .... 17 Tabela 5. Classificação dos indicadores ambientais........................................ 23 Tabela 6. Procedimentos e funções - UniSinos................................................ 28 Tabela 7. Classificação geral dos tipos de resíduos gerados .......................... 34 Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos ............................. 35 Tabela 9. Aspectos e impactos para o laticínio ................................................ 42 Tabela 10. Magnitude dos impactos e sua representatividade geral................ 43 Tabela 11. Indicadores associados aos aspectos ambientais.......................... 44
  • 13. RESUMO As Instituições de Ensino Superior (IES) possuem um papel importante na disseminação do conhecimento e sensibilização dos indivíduos quanto às questões ambientais. A conscientização da importância dos aspectos ambientais faz com que as IES’s sintam a necessidade de pôr em prática o que se comprometem a ensinarem. A sistematização de seus procedimentos busca no Sistema de Gestão Ambiental (SGA) uma melhoria de desempenho, redução de impactos ambientais e adequações às legislações, entretanto, para dar-se início à esta nova realidade é necessário o levantamento dos indicadores ambientais. O presente trabalho parte deste princípio para uma análise preliminar dos indicadores de desempenho ambiental do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UniFEB). A partir da identificação dos setores constituintes da IES, analisou-se àqueles que apresentariam os impactos ambientais mais graves. Checaram-se seus aspectos e impactos referentes, para seleção de possíveis indicadores de desempenho ambiental. Utilizou-se como ferramentas de auxílio a pesquisa bibliográfica, pesquisa na rede mundial de computadores e levantamento de dados na IES. Devido seu papel importante e abrangência de atuação, verifica- se a necessidade das aplicações de práticas sustentáveis direcionadas às IES. Palavras-chave: Indicadores. Desempenho Ambiental. Instituição de Ensino Superior.
  • 14. ABSTRACT The Higher Education Institutions (HEI’s) have an important role in the dissemination of knowledge and awareness to the community regarding environmental issues. The understanding of the importance of the environment makes HEI’s feel the need to put in practice their guidance. A systematization of the procedures searches on the Environmental Management System (EMS) for a performance improvement, reduction of environmental impacts and adaptations to the laws, although, in order to enter in this new reality, the study of environmental indicators is necessary. The current work takes this principle to a preliminary analysis of environmental performance indicators of the Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB). From the identification of the HEI’s sectors, those that would produce the most serious environmental impacts were analyzed. Its aspects and impacts were related to select possible environmental performance indicators. The aids tools used were literature research, internet and HEI’s data collection. Due to its important role and range of activities, there is the need to put forth sustainable practices directed to the HEI's. Keywords: Indicators. Environmental Performance. Higher Education Instituition.
  • 15.
  • 16. 5 1. INTRODUÇÃO A crescente preocupação com as degradações ambientais e aumento exponencial na geração de resíduos vem despertando na população um sentimento de preocupação quanto à conservação dos recursos naturais. Para atingir um desenvolvimento cada vez mais sustentável, técnicas e metodologias vêm sendo desenvolvidas para o combate de desperdícios, minimização na geração de resíduos e impactos. No âmbito da consciência ecológica, a gestão ambiental ganha vem para coordenar recursos e atividades, escolhendo técnicas mais adequadas ao objetivo proposto e cumprimento de legislações. Sua aplicação em diferentes setores encontra grande importância na esfera das Instituições de Ensino Superior (IES). Tendo papel fundamental no processo de desenvolvimento tecnológico, a IES é um agente semeador de informações e conhecimentos, preparando estudantes e também uma sociedade que tenha em sua base conceitual o necessário para que se calque uma busca pela sustentabilidade e justiça. Entretanto, ainda há poucas práticas empregadas no campo de qualificação e conscientização dos cidadãos por parte das IES’s, denotando uma necessidade por partes destas na elaboração e aplicação de seus conhecimentos. O potencial poluidor, resíduos e impactos gerados por uma IES são de grande diversidade, dado o fato de possuírem as mais diversas atividades, geram os mais variados resíduos. Torna-se indispensável, então, a adoção e incorporação de práticas e princípios que atinjam a todos da sociedade. Dentre as diversas dificuldades encontradas para a incorporação da questão ambiental, a ausência de mecanismos e ferramentas para avaliação dos processos ambientais se destaca como base para elaboração da gestão ambiental.
  • 17. 6 2. OBJETIVOS Selecionar indicadores de desempenho ambiental aplicáveis ao UniFEB para implantação de um modelo de Gestão Ambiental. 2.1 Objetivos específicos  Levantar as normativas vigentes aplicáveis;  Estudar os tipos de indicadores ambientais;  Identificar experiências de gestão ambiental em instituições de ensino superior;  Definir o escopo dos setores de abrangência para a gestão ambiental do UniFEB;  Propor os indicadores de desempenho ambiental aplicáveis.
  • 18. 7 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 A evolução do pensamento empresarial A preocupação sobre o dever da situação ambiental, a qualidade de vida e o futuro do planeta estão em crescente expansão dentro da sociedade, setores governamentais e políticos, fazendo com que cresça a pressão sobre o setor empresarial. De acordo com Mello (2009), Após a década de 70, o homem passou a tomar consciência do fato de que as raízes dos problemas ambientais deveriam ser buscadas nas modalidades de desenvolvimento econômico e tecnológico e de que não seria possível confrontá-los sem uma reflexão sobre o padrão de desenvolvimento adotado. A crescente influência do pensamento ambiental tem feito com que a gestão ambiental dentro de algumas empresas tem recebido maior atenção. Segundo Coelho apud Donaire (1999), há uma crescente pressão quanto aos procedimentos realizados pelas organizações, isto ocorre devido o aumento das preocupações ambientais, econômicas e sociais desenvolvidas pela sociedade. Tomar como responsáveis de seus efeitos àqueles que realizam atividades relacionadas ao meio ambiente tornou-se um marco nas normas e legislações vigentes. Não se trata de defender ou atacar os recursos naturais, mas sim de uma ampliação do conjunto de valores da sociedade, visando o gerenciamento ambiental. Faria (1999) afirma que os problemas ambientais vêm sendo tratados de maneira compartilhada por todos da sociedade, fato resultante da mudança de visão dos empresários e indústrias quanto às questões ambientais. Bárbaro (s.d.) diz que há várias razões para esta mudança, Estas razões se relacionam com reconhecer os riscos, atender as demandas sociais ou visualizar oportunidades de negócios. Neste contexto social, as empresas começam a visualizar oportunidades de negócios a partir de sua diferenciação no tratamento de recursos naturais, do ambiente e da saúde humana. Isto é, trata-se de um valor agregado à produção. Finalmente, no contexto de fortes regulamentações que levam a recuperação dos danos ambientais
  • 19. 8 causados, a prevenção pode ser vista como uma possibilidade de evitar custos não previstos inicialmente. * Segundo Donaire (1999) diversas empresas vêm obtendo retornos financeiros através da reavaliação de seus processos produtivos, aonde buscam a obtenção de tecnologias limpas e reaproveitamento dos resíduos. Como pode ser acompanhado em Couto (s.d.), as empresas vêm constatando que a adoção de planos de gerenciamento e aumento de desempenho ambiental é um diferencial, visto que os mercados, clientes e sociedade cada vez tornam-se mais exigentes. Àquelas que desconsideram tais fatos podem ser acometidas por perdas econômicas e estratégicas. Embora haja dificuldades em se incluir novos conceitos, como os referentes à gestão ambiental, não se pode ignorar a pressão pela inclusão da mesma. De acordo com Faria (1999), “muitas são as interpretações para as mudanças nas organizações com relação a inclusão da variável ambiental, entretanto a maior parte afirma que existe uma influência determinante e crescente desta variável em todos os tipos de organizações” (Figura 1). * Tradução livre da autora.
  • 20. 9 Figura 1. Mudanças na empresa através da conscientização ambiental Fonte: FARIA adaptado de apud VALLE, 1995. Embora ainda recente, a visão da questão ambiental como oportunidade ao invés de problema, já tem marcado presença em algumas empresas. 3.2 Gestão ambiental A gestão ambiental envolve um conjunto de ações políticas, a sociedade e o setor produtivo, buscando um uso racional e sustentável de recursos ambientais, sendo assim, um aspecto funcional que desenvolverá e implantará políticas e estratégias ambientais. Há alguns princípios básicos propostos por Júnior (s.d.), os quais visam uma performance ambiental que cumpra os padrões legislativos. São eles: ABORDAGEM CONVENCIONAL A- Assegurar lucro transferindo ineficiência para o preço do produto. B- Descartar os resíduos da maneira mais fácil e econômica. C- Protelar investimentos em proteção ambiental. D- Cumprir a Lei no que seja essencial, evitando manchar a imagem já conquistada pela empresa. E- “Meio ambiente é um Problema!” ABORDAGEM CONSCIENTE A- Assegurar lucro controlando custos e eliminando ou reduzindo perdas, fugas e ineficiências. B- Valorizar os resíduos e maximizar a reciclagem; destinar corretamente os resíduos não recuperáveis. C- Investir em melhoria do processo e qualidade total ( incluindo a Qualidade Ambiental). D- Adiantar-se às Leis vigentes e antecipar-se às Leis vindouras projetando uma imagem avançada da empresa. E- “Meio Ambiente é uma Oportunidade! CONSCIÊNCIA AMBIENTAL LUCRO RESÍDUOS INVESTIMENTOS LEGISLACÃO MEIO AMBIENTE
  • 21. 10 a) Internamente ao processo:  Treinar: assegurando o perfeito entrosamento dentro do processo  Manter vigilância nos sistemas: permitindo o trabalho em condições seguras.  Manter o ambiente limpo e seguro: garantindo a saúde dos técnicos. b) Externamente ao processo:  Tratar afluente: garantindo a qualidade dos recursos naturais (água, ar e solo)  Informar: garantindo à população o nível de risco da atividade desenvolvida.  Monitorar sistemas externos: evitando danos ambientais.  Minimizar impacto ambiental: desenvolvendo atividades visando eliminar ou minimizar os requisitos industriais. De acordo com Donaire (1999), as empresas passam por três fases:  Primeira Fase: controle ambiental nas saídas – instalação de equipamentos de controle da poluição nas saídas. Nesta fase mantém- se a estrutura produtiva existente.  Segunda Fase: integração do controle ambiental nas práticas e processos. Tem como princípio básico a prevenção da poluição, envolvendo a seleção das matérias-primas, o desenvolvimento de novos processos e produtos, o reaproveitamento da energia, a reciclagem de resíduos e a integração com o meio ambiente.  Terceira Fase: integração do controle ambiental na gestão administrativa. A questão ambiental passa a ser contemplada na estrutura organizacional, interferindo no planejamento estratégico. Para que os processos produtivos e do meio ambiente atinjam certa qualidade, a empresa tem de passar por um processo contínuo que envolve avaliação, implementação, controle e revisão. Há grandes semelhanças entre o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Frey e Camargo (s.d.) citam que o uso ineficiente ou errôneo de matérias-primas eleva os custos finais de operação, onde grande parte para a redução dos custos é obtida perante a eliminação de tais falhas.
  • 22. 11 Os SGQ estabelecem requisitos para um sistema da qualidade, entre uma organização que o implementa e o mercado consumidor, contribuindo para a competitividade, um SGA, “ ... passa a existir como consequência do reconhecimento por parte da organização da necessidade de controlar e melhorar o seu desempenho ambiental - entendido como a sua habilidade de gerenciar efeitos ambientais - como forma de: sob um prisma reativo e dependente conseguir, dentre outros, reduzir custos, atender a legislações e regulamentos evitar penalidades e/ou obter diferencial de markenting; e/ou sob um prisma pró-ativo e independente, conseguir, dentre outros, desenvolver e manter os seus negócios de forma sustentável e contribuir com a preservação, conservação e/ou recuperação de fontes de recursos naturais e nichos ecológicos estratégicos.”. (JÚNIOR et. al. [s.d.]) O gerenciamento dos assuntos ambientais através da implantação de um SGA é um compromisso permanente, que envolve mudanças e avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos. A atribuição de responsabilidades, análise do ciclo de vida e dos passivos ambientais também devem estar inclusas dentro de uma visão estratégica de desenvolvimento a longo prazo, imprescindivelmente buscando uma melhoria contínua. Envolvendo cinco estágios principais:
  • 23. 12 Tabela 1. Etapas do Sistema de Gestão Ambiental Etapa 1 Comprometimento e Definição da Política Ambiental. Etapa 2 Elaboração do Plano. - Aspectos Ambientais e impactos ambientais associados. - Requisitos legais e corporativos. - Objetivos e metas. - Plano de ação e programa de gestão ambiental. Etapa 3 Implantação e Operacionalização - Alocação de recursos. - Estrutura e responsabilidade. - Conscientização e treinamento. - Comunicações. - Documentação do sistema de gestão. - Controle operacional - programas de gestão específicos. - Respostas às emergências. Etapa 4 Avaliação Periódica - Monitoramento. - Ações corretivas e preventivas - Registros. - Auditorias do sistema de gestão Etapa 5 Revisão do SGA Fonte: JÚNIOR et. at., (s.d). Júnior et.al. (s.d.) apud Carvalho et. al. (1996) cita que um sistema de gestão ambiental “constitui parte integral do gerenciamento total de uma organização, que reconhece a qualidade de seu desempenho ambiental como um fator-chave para a sua capacidade de prosperar, arquitetando um sistema para identificar, examinar e avaliar, sistematicamente, as mudanças ambientais causadas por aspectos ou elementos de seus produtos, serviços e atividades.”. Além dos ganhos de produtividade e qualidade envolvidos, Donaire (1999) afirma que existem benefícios estratégicos e econômicos, ainda difíceis de serem estimados, advindos da implantação de gestão ambiental (Tabela 2.).
  • 24. 13 Tabela 2. Benefícios da gestão ambiental Benefícios Econômicos Economia de custos  Economias devido à redução do consumo de água, energia e outros insumos;  Economia devida à reciclagem venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes;  Redução de multas e penalidades por poluição. Incremento de receitas  Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser vendidos a preços mais altos;  Aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e menos concorrência;  Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição;  Linhas de novos produtos e para novos mercados. Benefícios Estratégicos  Melhoria da imagem institucional;  Renovação do “portfólio” de produtos;  Aumento da produtividade;  Alto comprometimento do pessoal;  Melhoria nas relações de trabalho;  Melhoria e criatividade para novos desafios;  Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas;  Acesso assegurado ao mercado externo;  Melhor adequação aos padrões ambientais. Fonte: DONAIRE, 1999. Caso uma unidade produtiva, ao ser planejada, atender a todos os quesitos apresentados na Tabela 3, através de ferramentas e procedimentos adequados, certamente ela atenderá a todas as requisições existentes relativas à qualidade ambiental. (KRAEMER apud MACEDO,1994)
  • 25. 14 Tabela 3. Visão geral da gestão ambiental GESTÃO AMBIENTAL Gestão de Processos Gestão de Resultados Gestão de Sustentabilidade Gestão do Plano Ambiental Exploração de recursos Emissões gasosas Qualidade do ar Princípios e compromissos Transformação de recursos Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental Acondicionamento de recursos Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal Transporte de recursos Particulados Abundância e diversidade da flora Objetivos e metas Aplicação e uso de recursos Odores Abundância e diversidade da fauna Programa ambiental Quadros de riscos ambientais Ruídos e vibrações Qualidade de vida do ser humano Projetos ambientais Situações de emergência Iluminação Imagem institucional Ações corretivas e preventivas Fonte: KRAEMER apud MACEDO, R.K. 1994. Kraemer (2013) também subdivide a gestão ambiental em quatro níveis:  Gestão de Processos – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental de todas as atividades, máquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo de insumos, matérias primas, recursos humanos, recursos logísticos, tecnologias e serviços de terceiros.  Gestão de Resultados – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental dos processos de produção, através de seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulados, odores, ruídos, vibrações e iluminação.  Gestão de Sustentabilidade (Ambiental) – envolvendo a avaliação da capacidade de resposta do ambiente aos resultados dos processos produtivos que nele são realizados e que o afetam, através da monitoração
  • 26. 15 sistemática da qualidade do ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano.  Gestão do Plano Ambiental – envolvendo a avaliação sistemática e permanente de todos os elementos constituintes do plano de gestão ambiental elaborado e implementado, aferindo-o e adequando-o em função do desempenho ambiental alcançado pela organização. Os instrumentos de gestão ambiental objetivam melhorar a qualidade ambiental e o processo decisório. São aplicados a todas as fases dos empreendimentos e poder ser: preventivos, corretivos, de remediação e pró-ativos, dependendo da fase em que são implementados. Destacado por Mello (2009), o SGA possibilita uma melhor identificação dos custos ambientais e possibilita alguns benefícios para a empresa, tais como:  Otimização da adoção de recursos;  Identificação de oportunidades de melhoria para a redução dos custos diretos e indiretos;  Identificação ao longo do tempo dos custos e benefícios intangíveis;  Possibilidade de comparação entre custos ambientais decorrentes da implementação do SGA e os custos com os quais a empresa teria que arcar sem a implementação desse sistema;  Otimização da elaboração do plano de ação nas rodadas subsequentes do SGA, pelo maior conhecimento pela empresa dos custos envolvidos. 3.3 Normas da série ISO 14000 Há uma busca das empresas em melhorar suas eficiência e qualidade ambientais através do desenvolvimento de produtos de baixo impacto, uso de produções e tecnologias mais limpas, conservação de energia, entre outros, para manterem-se competitivas. “O desafio imposto pelo mercado aos setores de produção de bens e serviços é o de buscar as soluções de gestão que sejam economicamente adequadas, socialmente aceitáveis e ambientalmente sustentáveis” (CERUTI e SILVA apud GONZAGA, 2005).
  • 27. 16 A questão do desempenho ambiental é objeto de normalização. A norma NBR ISO 14001 (2004) nos diz que o desempenho ambiental possui “resultados mensuráveis da gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais.”. A família da norma NBR ISO 14000 constitui-se de um conjunto de normas, divididas em seis áreas definidas e cinco subcomitês:  Sistema de Gestão Ambiental (SC 001);  Auditorias Ambientais (SC 002);  Rotulagem Ambiental (SC 003);  Avaliação de Desempenho Ambiental (SC 004);  Aspectos Ambientais nas Normas de Produtos e  Análise do Ciclo de Vida do Produto (SC 005). Objetivam a criação de um SGA que auxilie o cumprimento dos compromissos assumidos pelas empresas com o meio ambiente, avaliando o desempenho ambiental através de metodologias e procedimentos que mensurarão os resultados obtidos. A família da NBR ISO 14000 consiste em dois tipos de padrões (CERUTI e SILVA (2009) apud Cajazeira (1997): a) Padrões da organização que podem ser usados para executar e avaliar o Sistema de Gerência Ambiental dentro de uma organização, incluindo a série ISO 14010 de padrões de auditorias ambientais e a série ISO 14030 dos padrões para a avaliação de desempenho ambiental. b) Padrões de produtos que podem ser usados para avaliar os impactos ambientais dos produtos e dos processos. Fazem parte deste grupo a série ISO 14020 de padrões de rotulagem ambiental, a série ISO 14040 de padrões da análise do ciclo de vida e a série ISO 14060 de padrões do produto. As normas possibilitam “... a transparência da organização e de seus produtos em relação aos aspectos ambientais, viabilizando harmonizar os procedimentos e diretrizes aceitas internacionalmente com a política ambiental adotada pela mesma.”. (NASCIMENTO, 2008, pág. 101). As normas não definem como uma organização deverá trabalhar para diminuir seus impactos, quão menos estabelecem os níveis de desempenho ambiental, apenas especificam requisitos a serem cumpridos.
  • 28. 17 Os grupos de normas NBR ISO da família 14000 podem ser vistos na Tabela 4, abaixo. Tabela 4. A família dos padrões da ISO 14000 e trabalhos em andamento Normas Grupo Nº e data da publicação Título Sistemas de gestão ambiental ISO 14001/1996 SGA – Especificações e Diretrizes para Uso ISO 14004/1996 SGA – Diretrizes gerais sobre Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio ISO/TR 14061/1998 Informação para Auxiliar Organizações Florestais no Uso das Normas ISO 14001 e ISO 14004 de Sistemas de Gestão Ambiental Auditoria ambiental ISO 14010 * /1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Princípios Gerais ISO 14011*/1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Procedimentos de Auditoria – Auditoria de SGA ISO 14012*/1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de Qualificação para Auditores Ambientais ISO/WD 14015 (a ser determinada) Avaliação Ambiental de Locais e Organizações Rotulagem ambiental ISO 14020/1998 Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios Gerais ISO/DIS 14021/1999 Rótulos e Declarações Ambientais – Autodeclarações Ambientais ISO/FDIS 14024/1998 Rótulos e Declarações Ambientais – Rotulagem Ambiental Tipo I – Princípios e Procedimentos ISO/WD/TR 14025 (a ser determinada) Rótulos e Declarações Ambientais – Declarações Ambientais Tipo III – Diretrizes e Procedimentos Avaliação de desempenho ambiental ISO/DIS 14031/1999 Gestão Ambiental – Avaliação de Desempenho Ambiental – Diretrizes ISO/TR 14032/1999 Gestão Ambiental – Avaliação de Desempenho Ambiental – Exemplos Ilustrando o Uso da Norma ISO 14031 Análise do ciclo de vida ISO 14040/1997 Análise do Ciclo de Vida – Princípios e Práticas Gerais ISO 14041/1998 Análise do Ciclo de Vida – Definição do Objeto e Análise do Inventário ISO/CD 14042/1999 Análise do Ciclo de Vida – Avaliação dos Impactos ISO/DIS 14043/1999 Análise do Ciclo de Vida – Interpretação dos Resultados ISO/TR 14048/1999 Análise do Ciclo de Vida – Formato da Documentação ISO/TR 14049/1999 Análise do Ciclo de Vida - Exemplos de Aplicação da Norma ISO 14041 Termos e definições ISO 14050/1998 Gestão Ambiental – Vocabulário Aspectos ambientais em normas de produtos ISO Guia 64/1997 Guia para a Inclusão de Aspectos Ambientais em Normas de Produtos Fonte: adaptado de NASCIMENTO, 2008. * sintetizadas na Norma NBR ABNT ISO 19011 - Diretrizes para Auditorias em Sistemas de Gestão da Qualidade e/ou Ambiental.
  • 29. 18 Alguns motivos e benefícios apresentados por Mello (2009) que justificam a adoção de um SGA (ISO 14000): a) Motivos Externos: - Pressão do cliente; - Alta concorrência do mercado e - Restrição de comércio através de regulamentações de mercado. b) Motivos Internos: - Convicção, acreditar nos benefícios que o sistema proporciona; - Política corporativa e estratégia de competitividade. Alguns benefícios para a empresa a) Proporciona uma ferramenta gerencial adicional para aumentar cada vez mais a eficiência e eficácia dos serviços; b) Proporciona a definição clara de Organização, com responsabilidades e autoridades de cada função bem estabelecidas; c) Promove a capacidade dos colaboradores para o exercício de suas funções, estruturadas a partir de seleções, treinamentos sistemáticos e avaliação de desempenho; d) Reduz custos através de uma maior eficiência e redução do desperdício, o que aumenta a competitividade e participação no mercado; e) Aumenta a probabilidade de identificar os problemas antes que eles causem maiores consequências. A certificação perante a ISO 14000 deixa estabelecido que a melhoria contínua do desempenho ambiental é compromisso de todos os níveis da empresa. 3.3.1 Desempenho e Avaliação do desempenho ambiental O desempenho ambiental é compreendido como a informação analítica oferecida por um conjunto de indicadores que permite comparar vários setores em uma mesma empresa, ou várias empresas de uma indústria (GOMES, LUZ e SELLITO apud ZOBEL et. al. 2002).
  • 30. 19 Segundo o EPAW (2013), desempenho ambiental pode ser entendido como: a relação entre a organização e o meio ambiente. Inclui: os efeitos ambientais dos recursos consumidos, impactos ambientais causados pelos processos da organização, implicações ambientais dos produtos e serviços, a recuperação e transformação de produtos e atendimento às exigências ambientais das legislações (EPAW, 2013). Há duas abordagens complementares para medição de desempenho ambiental: por indicadores de impacto ambiental e por indicadores de pressão ambiental. (MELO e PEGADO, 2006). Considera-se impacto ambiental, segundo o CONAMA nº 001 (1986), “... qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:”. I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II. as atividades sociais e econômicas; III. a biota; IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V. a qualidade dos recursos ambientais. Gomes, Luz e Sellito (2006) definem pressão ambiental como sendo “a medida da intensidade ou do potencial da atividade para causar o impacto. São pressões ambientais os fatores de produção que exigem consumo de recursos naturais ou com potencial de degradação ambiental [...]”. A medição do desempenho ambiental através do impacto ambiental torna-se mais completa, entretanto requer uma maior e mais profunda coleta de informações, que podem ser variáveis dependendo da exposição do local. Caso medida com base nas pressões ambientais, torna-se um sistema mais simples, que se vale de informações já disponíveis, assim requerendo menos informações a serem coletadas, o que faz com que os gestores optem por esta. A NBR ISO 14031 (2004) define a análise de desempenho ambiental como sendo “... um processo de gestão interna que utiliza indicadores para fornecer informações, comparando o desempenho ambiental,
  • 31. 20 passo e presente, de uma organização com seus critérios de desempenho ambiental.”. É importante ressaltar a subjetividade encontrada em uma avaliação de desempenho ambiental quando esta se limita a relatórios, pois o julgamento dos especialistas é variável conforme o momento e quem a analisa. Portanto, nota-se a necessidade de um caráter multidimensional e que contenha múltiplos indicadores de desempenho. (GOMES, LUZ e SELLITO apud PEARSON e BARNES, 1999). 3.3.2 NBR ISO 14031 – Gestão ambiental – Avaliação do Desempenho Ambiental – Diretrizes A norma NBR ISO 14031 (2004) fornece diretrizes de projeto e uso da avaliação de desempenho ambiental em uma organização. Apresenta um caráter mais operacional, não estabelecendo níveis de desempenho ambiental ou objetivando certificações ou conformidades. Conta com algumas definições importantes à elaboração e implementação de um SGA. A Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA) torna-se um processo gerencial interno baseado nos princípios da ferramenta PDCA e com etapas descritas na própria norma, sendo elas: a) Planejar 1) planejamento da ADA; 2) seleção de indicadores para a ADA (podendo incluir indicadores existentes ou geração de novos). b) Fazer Utilização de informações e dados que inclui: 1) coleta de dados relevantes para os indicadores selecionados; 2) análise e conversão de dados em informações, que descrevam o desempenho ambiental da organização; 3) avaliação das informações que descrevam o desempenho ambiental da organização em comparação com os critérios de desempenho ambiental da organização; 4) relato e comunicação das informações que descrevam o desempenho ambiental da organização.
  • 32. 21 c) Checar e agir Análise crítica e melhoria da ADA (Figura 2). Há um anexo na norma, o qual fornece orientações suplementares para auxiliar a ADA. Figura 2. Avaliação de desempenho ambiental Fonte: NBR ISO 14031, 2004. 3.3.3 NBR ISO 14032 – Gestão Ambiental – Exemplos de Avaliação do Desempenho Ambiental Sendo uma norma complementar à ISO 14031, o propósito da norma ISO 14032 é proporcionar exemplos reais de aplicações da ADA. Os exemplos tem o propósito de incentivar e ajudar as organizações mostrando como conduzir uma ADA. Os exemplos trazem consigo um formato o qual apresenta: Checar e Agir 3.4 Análise crítica e melhoria da avaliação de desempenho ambiental Planejar 3.2 Planejamento da avaliação de desempenho ambiental 3.2.2 Seleção de indicadores para avaliação de desempenho ambiental Fazer 3.3 Utilização de dados e informações 3.2.2 Coleta de dados 3.3.3 Análise e conversão de dados 3.3.2 Avaliação da informação 3.3.5 Relato e comunicação Dados Informação Resultados
  • 33. 22 a) Introdução: descrevendo brevemente a organização e a história da mesma, dentro de um contexto que servirá para compreender como se aplica a ADA e informações úteis ao leitor para que este possa relacioná-las com sua própria organização. b) Planejamento da ADA: identificação dos aspectos ambientais, desenvolvimento dos critérios de desempenho ambiental, considerações dos pontos de vista das partes interessadas e outras atividades planejadas com base de referência na ISO 14031. c) Seleção de indicadores para ADA: descreve como as organizações selecionam os indicadores de desempenho ambiental (IDA) com relação aos esforços da gerência (indicadores de desempenho gerencial - IDG) e para as operações da organização (indicadores de desempenho operacional - IDO). Também descreve como a organização considerou os IDA no desenvolvimento de sua ADA. d) Uso de dados e informação: descreve a coleta de dados, análises e conversões de dados, evolução da informação, informações e comunicações. e) Revisão e melhoramento da ADA: descreve como a organização utilizou a informação para examinar o processo de ADA e para identificar as oportunidades de melhoramento. f) Resumo e conclusões: inclui um resumo de algumas lições aprendidas pela organização de suas aplicações da ADA e também pode incluir conclusões sobre futuras aplicações da ADA. 3.4 Indicadores Comumente vê-se uma análise equivocada associando índice como sinônimo de indicador. KHOL e SELLITTO (2009) revelam que “indicadores devem fornecer medidas de magnitude das situações presentes e se possível das futuras, tanto quantitativa como qualitativamente”. Podem caracterizar um agregado de informações ou apresentar-se de como um dado individual, aonde “... um bom indicador deve conter os seguintes atributos: simples de entender; quantificação estatística e lógica coerente; e comunicar eficientemente o
  • 34. 23 estado do fenômeno observado.” (SICHE apud MUELLER et al.,1997) As informações contidas em indicadores auxiliam na melhoria contínua, comunicando seus resultados. A construção do índice auxilia na análise de dados através de elementos relacionados, revelando assim o estado de um sistema ou fenômeno (SICHE apud SHIELDS, 2002; PRABHU et.al., 1996). “[...] a diferença está em que um índice é o valor agregado final de todo um procedimento de cálculo onde se utilizam, inclusive, indicadores como variáveis que o compõem. Pode-se dizer também que um índice é simplesmente um indicador de alta categoria.” (SICHE, 2007). Dentro de uma ADA, faz-se uso de indicadores que auxiliam na análise da evolução da organização. De acordo com a norma ISO 14031, os indicadores para ADA podem ser divididos como: Tabela 5. Classificação dos indicadores ambientais Categoria Tipo Descrição Indicador de desempenho ambiental (IDA) Indicadores de desempenho gerencial (IDG) Fornecem informações sobre esforços gerenciais para influenciar o desempenho ambiental das operações da organização. Indicadores de desempenho operacional (IDO) Fornecem informações sobre o desempenho ambiental das operações da organização. Indicador de condição ambiental (ICA) Fornecem informações sobre a condição do meio ambiente. Podem ajudar a organização a entender melhor o impacto real ou potencial de seus aspectos ambientais e assim auxiliar no planejamento e implementação da ADA. Fonte: adaptado da NBR ISO 14031, 2004. Há três tipos de indicadores que são aplicáveis às questões ambientais: Condição, Pressão e Resposta, que gerarão informações e influenciarão nas ações a serem tomadas. (FIRJAN, 2008) 3.4.1 Seleção dos indicadores Os indicadores são selecionados pelas organizações como um meio de apresentar dados ou informações qualitativos ou quantitativos, de uma forma mais compreensível e útil. Ajudam a converter dados em informações concisas sobre os esforços da administração para influenciar o desempenho ambiental da organização, o desempenho ambiental das operações da
  • 35. 24 organização ou a condição do meio ambiente. Convém selecionar um número suficiente de indicadores relevantes e compreensíveis para avaliar o seu desempenho ambiental. (ABNT NBR ISO 14031, 2004). De acordo com a FIRJAN (2008), na seleção de indicadores estes devem ser enumerados em todos os aspectos de processo da atividade produtiva, contabilizando entradas e saídas. Os indicadores selecionados devem:  ser simples, de fácil interpretação e capazes de demonstrar tendências;  ser relevantes em termos das questões e dos valores ambientais;  facilitar o entendimento dos SGA implementados;  ter uma base científica;  considerar as dificuldades de monitoramento (tempo, tecnologia, custos); e  proporcionar bases sólidas para comparações e tomadas de decisão. Após listagem, há a avaliação de significância e prioridades. Podemos dizer que os indicadores devem ser transparentes, adequados, confiáveis e motivadores (FIRJAN, 2008). Conforme se pode analisar na norma ISO 14031, há alguns parâmetros os quais devem ser levados em consideração na escolha de cada tipo de indicador, como poderá ser acompanhado a seguir. a) Indicadores de desempenho gerencial (IDG) Convém que os IDG forneçam informações sobre capacidade e esforços da organização em gerenciar assuntos tais como treinamento, requisitos legais, alocação e eficiente utilização de recursos, gestão de custos ambientais, compras, desenvolvimento de produtos, documentação, ou ação corretiva, os quais tenham ou possam ter influência no desempenho ambiental da organização. Convém que os IDG auxiliem a avaliação dos esforços, decisões e ações da administração para melhorar o desempenho ambiental. b) Indicadores de desempenho operacional (IDO) Convém que os IDO forneçam à administração informações sobre o desempenho ambiental das operações da organização. Se relacionam a:
  • 36. 25  entradas: materiais, energia e serviços;  fornecimento de insumos para as operações da organização;  projeto, instalação, operação, manutenção das instalações físicas e dos equipamentos da organização;  saídas: produtos, serviços, resíduos e emissões resultantes das operações da organização;  distribuição de saídas resultantes das operações da organização. c) Indicadores de condição ambiental (ICA) Fornecem informações sobre a condição do ambiente local, regional, nacional ou global. Não são medições do impacto sobre o meio ambiente, mudanças no ICA podem fornecer informações úteis sobre o relacionamento entre a condição do meio ambiente e as atividades, produtos e serviços de uma organização. O desenvolvimento e aplicação de ICA são, frequentemente, função das agências governamentais, ong's, instituições de pesquisa e científicas. 3.5 O papel das instituições de ensino superior (IES) As instituições de ensino superior (IES) podem agir como base na formação de conhecimentos, auxiliando o estabelecimento dos valores ambientais e suas influências. Também atuam como formadores de opinião; metodologias e ferramentas são desenvolvidas na busca do desenvolvimento sustentável e melhorias ambientais. Historicamente a introdução da temática ambiental em processos de gestão das IES ocorreu na década de setenta, nos Estados Unidos. (VAZ et.al., 2010). Entretanto a pioneira na implantação de um SGA e certificada com a norma ISO 14001 é a Universidade de Mälardalen, localizada na Suécia. (MARCO, 2010). A única IES brasileira detentora de certificação ISO 14001 é a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UniSinos), no Rio Grande do Sul
  • 37. 26 (INMETRO, 20130). A universidade desenvolveu um projeto denominado Verde Campus, o qual “visa à preservação, à melhoria e à recuperação da qualidade ambiental e assegura condições de desenvolvimento socioeconômico, segurança do trabalho, proteção da vida e qualidade ambiental.” (MARCO, 2010). Segundo Vaz et.al. (2010), IES’s como a Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Federal do Rio Grande do Sul estão implantando SGA’s em suas unidades. Já as Universidade de Horizontina (RS) desenvolveu um modelo com proposições através da ISO 14001, com base em trabalhos como o de Tauchen (2007), para implantação de gestão ambiental em IES. Algumas outras experiências vêm sendo realizadas por todo o país, como cita ibidem: a) IQ/USP - Instituto de Química da Universidade de São Paulo; b) IQSC/USP - Instituto de Química da Universidade de São Paulo do Campus São Carlos; c) CENA/USP - Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo; d) UNICAMP - Universidade de Campinas; e) IQ/UERJ - Instituto de Química da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; f) DQ/UFPR - Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná; g) IQ/UFRGS - Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; h) UCB - Universidade Católica de Brasília; i) UFSCar - Universidade Federal de São Carlos; j) FURB - Universidade Regional de Blumenau; k) URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões; l) UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro e, m) UNIVATES - Centro Universitário Univates. Algumas barreiras relacionadas à implantação de SGA’s encontradas pelas IES são citadas por VAZ apud RIBEIRO et al. (2005): “a falta de informação da sociedade sobre práticas sustentáveis; a não valorização do meio ambiente por diversos colaboradores da organização; a não percepção da universidade como uma fonte potencial de poluição.”
  • 38. 27 3.5.1 Experiência de Sistema de Gestão Ambiental Segundo dados colhidos em seu site, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UniSinos) foi a primeira universidade da América Latina a ser certificada pela norma ISO 14001 e vem trabalhando com manutenções diárias para implantações de requisitos da norma. Buscando a melhoria contínua, é realizado o monitoramento de suas atividades semestralmente através de auditorias internas e pela BRTÜV, empresa privada especializa em avaliação de qualidade. O campus de São Leopoldo possui uma área de mais de 90 hectares. Todas as atividades de ensino, programas e projetos de extensão, pesquisas básicas e aplicadas, além de atividades de apoio e complementares, integram o escopo da ISO 14001. As demais sedes da universidade já trabalham com rotinas do SGA, porém ainda não possuem certificação ambiental. O atual SGA tem origem no projeto Verde Campus (1997), aonde se levantaram questões ambientais relacionadas aos procedimentos e processos do campus. Atualmente há atividades ambientais, como: organização da coleta de lixo, permitindo posterior reciclagem, ações que incentivem a redução do consumo de água e energia e diminuição do volume de resíduos gerados pela comunidade. Sua política ambiental foi firmada em 2004, através de documento oficial, onde se encontram todas as questões referentes à preservação do meio ambiente. As instruções e procedimentos implantados pela universidade definem a sistemáticas para o gerenciamento, uso, geração, armazenamento, coleta, disposição final, transferência de resíduos sólidos e líquidos; gerenciamento de fornecedores; manutenções preventivas, corretivas e conservações; manuseio e estocagem de produtos; operações e funcionamento de setores e equipamentos; estocagem, uso e controle de gases e fumaças pretas, sendo eles:
  • 39. 28 Tabela 6. Procedimentos e funções - UniSinos Procedimentos e Função P01: Procedimento de identificação e avaliação de aspectos e impactos ambientais e estabelecimento de objetivos e metas e programa de gestão ambiental Define a sistemática para a identificação e avaliação dos aspectos e impactos ao meio ambiente, saúde e segurança ocupacional causados pelas atividades, produtos e serviços do campus da UniSinos e para o estabelecimento de objetivos e metas e programas de gestão ambiental. P02: Procedimento de elaboração, aprovação e controle de documentos Define a sistemática para a elaboração, alteração e controle dos documentos do Sistema de Gestão Ambiental do campus da UniSinos. P03: Procedimento de monitoramento de requisitos legais e outros Estabelece a sistemática para identificação, atualização e análise da legislação e de outros requisitos aplicáveis, produtos e serviços da organização, além de fixar as condições para a avaliação periódica do atendimento à conformidade legal. Atende às normas de gestão que exigem o monitoramento da conformidade legal aplicável. P04: Procedimento de preparação e resposta à emergências Define a sistemática para a preparação e o atendimento de emergências ambientais no campus da UniSinos, de forma a atender situações que envolvam vítimas, danos materiais ou afetem o meio ambiente. P05: Procedimento de controles operacionais Estabelece procedimentos, instruções e/ou critérios operacionais associados aos aspectos e impactos ambientais identificados como significativos (item 6.3.2 do P01 - Procedimento de Identificação e Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais e Estabelecimento de Objetivos e Metas e Programa de Gestão Ambiental) visando o alinhamento com a política ambiental da Unisinos e os objetivos e metas de seu SGA. Planeja e executa atividades e operações associadas aos aspectos ambientais significativos sob condições específicas, inclusive aquelas relacionadas à manutenção. Avalia as implicações ambientais de requisições financeiras para projetos antes de sua aprovação e liberação de verba. Controla o ingresso de substâncias químicas no campus da UniSinos. Gerencia os aspectos ambientais significativos, controláveis e influenciáveis de fornecedores de materiais e/ou serviços, incluindo a questão da comunicação de requisitos aplicáveis às suas atividades. (Continua na próxima página...)
  • 40. 29 Tabela 6. Procedimentos e funções - Unisinos (Continuação...) Procedimentos e Função P06: Procedimento de monitoramento e medição Define os mecanismos para monitorar e medir, periodicamente, as características principais das operações e atividades que podem causar um impacto significativo ao meio ambiente associadas aos controles operacionais e/ou objetivos e metas. Define a sistemática de calibração dos equipamentos utilizados para monitorar os aspectos/impactos e/ou desempenho ambiental. P07: Procedimento de comunicação Define a sistemática e os mecanismos para a divulgação e comunicação interna dos requisitos do Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos entre os diversos níveis e funções e o recebimento, registro, análise e resposta à comunicação externa das partes interessadas. P08: Procedimento de não-conformidade e ações corretivas e preventivas Define a sistemática de implantação de ações corretivas e preventivas para o gerenciamento de não-conformidades do Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos. P09: Procedimento de gerenciamento de registros Define a sistemática para o gerenciamento de registros do Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos a fim de garantir que os funcionários tenham conhecimento e acesso aos registros necessários para executar seus papéis e funções. P10: Procedimento de auditoria interna do sistema de gestão ambiental Define a sistemática de planejamento, comunicação, execução e relatório das auditorias internas do Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos, em conformidade com a NBR 19011. P11: Procedimento de treinamento, conscientização e competência Define a sistemática para assegurar que o pessoal que tem interfaces com o Sistema de Gestão Ambiental da UniSinos, funcionários ou fornecedores de materiais ou serviços, sejam qualificados e competentes para executar as suas tarefas, papéis e responsabilidades levando em consideração critérios de educação, treinamento e/ou experiência apropriados. Fonte: UNISINOS, 2013b. Caso alguma parte interessada, interna ou externa, queira solicitar informações ou documentos, a universidade conta com um canal de comunicação ambiental. Dentre seus tipos de comunicação, encontram-se:  Divulgação - quando se tratar de pedidos de informações sobre o SGA.
  • 41. 30  Comunicado legal - quando for o caso de comunicações de órgãos de fiscalização.  Reclamação - quando se tratar de possíveis problemas como geração de odores, ruídos, etc.  Ocorrência ambiental - quando se tratar de cortes de árvores, animais mortos, vazamentos, etc.  Outros - no caso de não se enquadrar em nenhuma alternativa anterior. Há um formulário que deve ser enviado para o e-mail Também é realizado anualmente um relatório com os resultados de monitoramentos das atividades, auditorias e questões ambientais pertinentes, o qual pode ser acessado através do site da instituição. (UniSinos, 2013c)
  • 42. 31 4. METODOLOGIA i. Levantamento e revisão bibliográfica: A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica para melhor compreensão das normas 14001, 14031 e 14032 para que os aspectos referentes a indicadores, requisitos legais, avaliação de desempenho ambiental e sistemas de gestão ambiental fossem bem explanados. Permitindo assim definições sobre os temas-base para entendimento do funcionamento da análise de indicadores; ii. Estudos de casos: Ainda por meio da revisão bibliográfica, buscou-se referências de estudos e aplicações de Sistemas de Gestão Ambiental em instituições de ensino superior, para que através de suas experiências houvesse um norteamento quanto à seleção dos indicadores. A busca de informações teve como principal fonte de consulta à rede mundial de computadores; iii. Caracterização da área de estudo: Caracterizou-se a área de estudo, seguido pela setorização do campus universitário do UniFEB; iv. Escolha do escopo: Realizou-se uma análise preliminar dos principais resíduos gerados, considerando-os quanto à origem, tipo, classificação e destinação. Subsequentemente, escolheu-se um setor como escopo inicial; v. Organização de indicadores aplicáveis: Levantaram-se os indicadores de desempenho ambiental operacional aplicáveis ao setor escolhido com informações obtidas in loco, pelo Setor de Manutenção, pesquisas realizadas anteriormente e com o auxílio da ISO 14031; vi. Análise dos aspectos e impactos ambientais: Analisou-se os possíveis aspectos ambientais e os impactos a eles associados. Analisou-se a magnitude dos impactos, atribuindo aos mesmos pesos relacionados a parâmetros, dentre os quais foram utilizados:  Duração (D): impactos temporários se manifestam durante uma ou mais fases do projeto e que cessam na sua desativação. Impactos permanentes representam uma alteração definitiva de um componente do ambiente.
  • 43. 32 o Temporário (1) o Permanente (2)  Escala Temporal (ET): impactos imediatos são aquele que ocorrem simultaneamente à ação que os gera. Impactos à médio e longo prazo são os que ocorrem com uma certa defasagem em relação à ação que os gera. o Imediatos (1) o A médio prazo (2) o A longo prazo (3) o Permanente (4)  Escala Espacial (EE): impactos locais são aqueles cuja abrangência se restringe aos limites das áreas do empreendimento; abrangência municipal é usada para os impactos cuja área de influência esteja relacionada aos limites administrativos municipais; escala regional, os impactos ultrapassem as duas categorias anteriores; escala global, afeta todo o planeta. o Local (1) o Municipal (2) o Regional (3) o Global (4)  Probabilidade de Ocorrência (PO): refere-se ao grau de incerteza acerca da ocorrência de um impacto. o Improvável (1): Impacto inexistente ou de importância insignificante; o Remota (2): Impacto potencial e que pode se desenvolver; o Baixa (3): Pouco provável sua ocorrência, mas não deve ser desprezado; o Média (4): Impacto real e com influência no meio ambiente, sua ocorrência não pode ser descartada; o Alta (5): Grande possibilidade de ocorrer; o Certa (7): Não há incerteza sobre a ocorrência.
  • 44. 33 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Caracterização da área de estudo: UniFEB Sendo a principal IES da região, o Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB) possui um campus com 17,2 hectares. (Figura 3). Figura 3. Campus UniFEB (Fonte: Google Earth, 2013). A maior parte do corpo discente é formada por estudantes do nível superior e especializações. As atividades de ensino englobam ensino fundamental, médio, técnico, graduação e pós-graduação. 5.2 Geração de resíduos Devido sua ampla gama de cursos, o UniFEB gera variados tipos de resíduos. Havendo a necessidade de conhecer os tipos de resíduos mais comumente encontrados nas instalações do campus, realizou-se uma análise
  • 45. 34 preliminar dos mesmos, seguindo alguns critérios definidos para a realização específica deste trabalho (Tabela 7). Tabela 7. Classificação geral dos tipos de resíduos gerados Resíduos Resíduos sólidos (S) Efluentes líquidos (L) Emissões atmosféricas (A) Classificação D – Domiciliar C – Comum A – Aplicável E – Especial N.T. – Necessita tratar N.A. – Não aplicável N.A. – Não aplicável N.A. – Não aplicável - Fonte: Elaborado pela autora. Aonde se entende por:  Domiciliar (D): Incluem papel, papelão, madeira, vidro, latas, plásticos (desde que não sejam dos grupos previstos para logística reversa), trapos, folhas, galhos e terra, restos de alimentos.  Especial (E): materiais inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos, restos de embalagens de agrotóxicos, inseticidas, herbicidas, resíduos industriais ou de serviços de saúde, enfim, todos àqueles que exigem maiores cuidados quanto acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final.  Comum (C): considerou-se efluente líquido comum àquele que não necessita de tratamento posterior, podendo ser diretamente encaminhado à rede sanitária de esgoto.  Necessita tratar (N.T.): àqueles que necessitam de um tratamento  Aplicável (A): há geração de emissões consideráveis  Não aplicável (N.A.): as emissões inexistem ou são pouco significantes Analisou-se os setores principais do UniFEB (Tabela 8) de acordo com os principais resíduos gerados. Assim, determinou-se os setores considerados prioritários, em termos de geração de resíduos.
  • 46. 35 Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos Local Qtde. Tipo Resíduos S L A Administração 1 Arquivos e secretaria D N.A. N.A. 4 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A. 1 Contabilidade D N.A. N.A. 1 Contas a pagar D N.A. N.A. 1 Contas a receber D N.A. N.A. 1 Controladoria D N.A. N.A. 3 Coordenações de cursos D N.A. N.A. 1 Departamento de comunicação D N.A. N.A. 1 Departamento jurídico D N.A. N.A. 1 Departamento de recursos humanos D N.A. N.A. 1 INTEC D N.A. N.A. 1 Negociação D N.A. N.A. 3 Pro- reitorias D N.A. N.A. 2 Recepções D N.A. N.A. 1 Reitoria D N.A. N.A. 1 Sala de professor Contratados D N.A. N.A. 1 Sala de reunião/conselho curador D N.A. N.A. 1 Sala do superintendente D N.A. N.A. 3 Secretarias D N.A. N.A. 1 Tesouraria D N.A. N.A. Biotério 1 D C N.A. Blocosdeaula * 1 Biblioteca D N.A. N.A. 18 Banheiros (masculino, feminino, deficiente) D C N.A. 1 Departamento de multimeios E N.A. N.A. 1 D.T.I. E N.A. N.A. 8 Laboratório de Informática E N.A. N.A. 79 Salas de aula D N.A. N.A. 1 Sala pró-aluno D N.A. N.A. 1 Sala professores D N.A. N.A. DCE 1 Bar D C N.A. 4 Banheiros D C N.A. 1 Depósito E N.A. N.A. 1 Guarita D N.A. N.A. 2 Piscinas E C N.A. 2 Quiosques D N.A. N.A. 1 Sala capoeira D N.A. N.A. 1 Sala depósito D N.A. N.A. 1 Salão de festas D N.A. N.A. Casadoprofessor/ADOFEB 1 Administração D N.A. N.A. 16 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A. 1 Campo de futebol society D N.A. N.A. 3 Cozinha. D C N.A. 14 Quartos D N.A. N.A. 2 Piscina E C N.A. 5 Quiosques. D N.A. N.A. 1 Sala de computadores. E N.A. N.A. 1 Sala de reuniões D N.A. N.A. 1 Salão de festas D N.A. N.A. 1 Sauna D N.T. A (Continua na próxima página...) * Joâo Monteiro de Barros Filho + Prof. Rael Vidal + Lauro Kfouri + Prof. Francisco J. M. T. Ramos + Prof. Elvira + “Laranjão”
  • 47. 36 Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos (Continuação...) Local Qtde. Tipo Resíduos S L A Cantina 1 Arquivo morto D N.A. N.A. 1 Cantina D C N.A. 1 Cozinha D C N.A. Clínicas/Laboratóriosodontológicos 1 Arquivo morto D N.A. N.A. 1 Arquivos de prontuários D N.A. N.A. 3 Banheiros D C N.A. 2 Depósitos D N.A. N.A. 2 Farmácia E N.T. A 1 Laboratório dentística E N.T. A 1 Laboratório materiais dentários E N.T. A 1 Laboratório prótese E N.T. A 7 Raios X E N.T. A 1 Recepção D N.A. N.A. 1 Sala ar condicionado D N.A. N.A. 1 Sala armazenamento material E N.A. N.A. 1 Sala assistente social D N.A. N.A. 1 Sala aula pós-graduação D N.A. N.A. 1 Sala coordenação D N.A. N.A. 1 Sala esterilização E N.T. A 1 Sala maquina E N.T. N.A. 1 Sala professores D N.A. N.A. 1 Sala radiologia E N.A. N.A. 1 Sala revelação E N.T. N.A. 1 Sala serviços gerais D N.A. N.A. 4 Salas Cirurgia E N.A. N.A. Colégioeescolatécnica 1 Administração D N.A. N.A. 4 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A. 2 Depósito D N.A. N.A. 1 Depósito de materiais de limpeza D C N.A. 1 Depósito materiais prótese E N.A. N.A. 1 Laboratório de informática E N.A. N.A. 2 Laboratório prótese D N.A. N.A. 1 Pátio interno D N.A. N.A. 2 Recepção D N.A. N.A. 1 Secretaria D N.A. N.A. 1 Sala aula de Eletrônica E N.A. N.A. 1 Sala Diretor D N.A. N.A. 1 Sala dos Professores D N.A. N.A. 1 Sala vice-direção + 1 banheiro D C N.A. 10 Salas de aula D N.A. N.A. Farmáciaebioquímica 1 Almoxarifado D N.A. N.A. 2 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A. 1 Estoque E N.A. N.A. 1 Expurgo E N.A. N.A. 1 Laboratório bioquímica clínica. E N.A. N.A. 1 Laboratório controle de qualidade e meios. E N.A. N.A. 1 Laboratório farmacognosia. E N.A. N.A. 1 Laboratório farmacotécnica. E N.A. N.A. 1 Laboratório microbiologia clínica. E N.A. N.A. 2 Laboratório microbiologia. E N.A. N.A. 3 Laboratório microscopia. E N.A. N.A. 1 Laboratório parasitologia e parasitologia clínica. E N.A. N.A. (Continua na próxima página...)
  • 48. 37 Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos (Continuação...) Local Qtde. Tipo Resíduos S L A Farmáciaebioquímica 1 Laboratório semi-sólidos E N.T. N.A. 1 Laboratório sólidos E N.T. N.A. 1 Laboratório sorologia e imunologia clínica E N.T. N.A. 2 Recepções D N.A. N.A. 1 Sala administração com banheiros masculino e feminino. D N.A. N.A. 1 Sala da copa D N.A. N.A. 1 Sala das balanças. E N.A. N.A. 1 Sala de arquivo. D N.A. N.A. 1 Sala de dispensação com banheiros masculino e feminino D N.A. N.A. 1 Sala de estocagem e limpeza. E N.A. N.A. 1 Sala de imunofluorescência. D N.A. N.A. 1 Sala de injetáveis. D N.A. N.A. 1 Sala de lavagem e esterilização D N.T. N.A. 1 Sala de máquinas D N.A. N.A. 1 Sala de separação e distribuição de amostras. D N.A. N.A. 1 Sala paramentação. D N.A. N.A. 1 Setor de coleta: 6 salas sendo 1 com banheiro D C N.A. Laboratórios 1 Almoxarifado (física) D N.A. N.A. 2 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A. 1 Brinquedoteca D N.A. N.A. 1 Central de reagentes e vidraçarias E N.T. N.A. 1 Coordenadoria laboratórios didáticos D N.A. N.A. 1 Laboratório anatomia animal E N.T. N.A. 1 Laboratório anatomia humana E N.T. N.A. 1 Laboratório automação industrial E N.T. N.A. 1 Laboratório C.I.T. E N.A. N.A. 1 Laboratório de materiais de construção E N.A. N.A. 1 Laboratório ecotoxicologia E N.T. N.A. 1 Laboratório eletrônica industrial N.A. N.A. N.A. 2 Laboratório eletrônica N.A. N.A. N.A. 1 Laboratório física computacional E N.A. N.A. 1 Laboratório física médica E N.A. N.A. 4 Laboratório física D N.A. N.A. 1 Laboratório hidrologia e fenômenos do transporte D N.A. N.A. 1 Laboratório maquinas elétricas E N.T. N.A. 1 Laboratório matemática D N.A. N.A. 1 Laboratório metrodologia D N.A. N.A. 1 Laboratório patologia E N.A. N.A. 7 Laboratório química E N.T. N.A. 1 Laboratório zoologia E N.T. N.A. 1 Pátio interno D C N.A. 1 Sala C.E.P. D N.A. N.A. 1 Sala C.P.A. D N.A. N.A. 1 Sala de educação física D N.A. N.A. 1 Sala de lavagem e preparação. E N.T. N.A. 1 Sala do técnico de eletrônica. D N.A. N.A. (Continua na próxima página...)
  • 49. 38 Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos (Continuação...) Local Qtde. Tipo Resíduos S L A Laboratórios– Alimentos 1 Laboratório bioengenharia E N.T. N.A. 1 Laboratório bioquimica alimentos/embalagens E C N.A. 1 Laboratório bromatologia/análise de alimentos/química processos. E C N.A. 1 Laboratório Cozinha experimental D C N.A. 1 Laboratório química E N.T. N.A. 1 Laboratório física E C N.A. 1 Laboratório gastronomia D C N.A. 1 Laboratório Pesquisa e desenvolvimento. D C N.A. 1 Laboratório tecnologia de leite, frutas e hortaliças D C N.A. Laticínio 1 Caldeira E N.T. A 1 Câmara secagem D N.A. A 1 Câmara salga D N.T. N.A. 1 Empacotamento D N.A. N.A. 1 Laboratório físico químico E N.T. N.A. 1 Laboratório microbiologia E N.T. N.A. 1 Pasteurização D C A 1 Plataforma E N.T. N.A. 1 Refeitório D C N.A. 1 Sala D N.A. N.A. 1 Sala compressora D N.T. A 3 Salas de leite empacotado D N.A. N.A. 1 Sala de inspeção. D N.A. N.A. 1 Sala queijo N.A. N.A. N.A. 1 Usina fruta N.A. N.A. N.A. 1 Vestiário com banheiro D C N.A. Núcleojurídico 4 Banheiros (masculino, feminino) D C N.A. 2 Depósitos. D N.A. N.A. 1 Sala de audiência. D N.A. N.A. 1 Sala coordenadora. D N.A. N.A. 1 Sala de espera. D N.A. N.A. 1 Sala de orientação de projetos D N.A. N.A. 1 Sala de triagem. D N.A. N.A. 1 Sala do Juiz. D N.A. N.A. 1 Sala J.E.C. D N.A. N.A. 1 Salas de atendimento do Juizado Especial Civil. D N.A. N.A. 13 Salas de aula. D N.A. N.A. 1 Tribunal do júri. D N.A. N.A. NEA 1 Sala de estudos D N.A. N.A. Oficinade Manutençãoe Engenharia 1 Arquivo morto D N.A. N.A. 2 Banheiros D C N.A. 1 Copa/Refeitório. D C N.A. 1 Departamento de engenharia/manutenção E N.A. N.A. 1 Depósito patrimônio (barracão). E N.A. N.A. 1 Depósito materiais e ferramentas. E N.A. N.A. 1 Oficina E N.T. N.A. 2 Salas de projeto D N.A. N.A. Outros 1 Agência bancária D N.A. N.A. 2 Caixa d’água D C N.A. 1 Estação repetidora (Embratel) N.A. N.A. N.A. Restau- rante 2 Banheiros D C N.A. 1 Cozinha D C N.A. 1 Salão D N.A. N.A. (Continua na próxima página...)
  • 50. 39 Tabela 8. Setores do UniFEB e classificação dos resíduos (Continuação...) Local Qtde. Tipo Resíduos S L A TeatroJorge Andrade 2 Banheiros (masc., fem.) D C N.A. 2 Bilheterias D N.A. N.A. 2 Camarins D N.A. N.A. 1 Foyer D N.A. N.A. 1 Palco. D N.A. N.A. 1 Sala de projeção. D N.A. N.A. Fonte: elaborado pela autora. Legenda das cores: Disposição normal Disposição especial Geração inexistente/pouco significante Como pode ser acompanhado por meio da Tabela 8 alguns setores apresentam um quadro mais alarmante se comparado a outros. Para continuidade do trabalho delimitou-se como setor de estudo o Laticínio como escopo inicial para análise de indicadores de desempenho. Tal setor foi escolhido por apresentar geração de resíduos em todos estados da matéria, os quais necessitam de tratamento especial. 5.3 Laticínio O laticínio do UniFEB possui atuante em sua linha de produção leite integral do tipo C - pasteurizado e o creme do leite. Embora não apresente um quadro tão crítico se comparado a outros setores, a escolha do laticínio como escopo delimitado ao trabalho se deve ao fato de que os processos envolvidos no seu funcionamento abrangem aspectos e possíveis impactos que cobrem diversas áreas ambientais, o que facilita o entendimento do funcionamento de uma análise de desempenho ambiental e sua extensão. Um esquema das etapas genéricas de produção de produtos lácteos pode ser acompanhado na Figura 4.
  • 51. 40 Figura 4. Processo de produção do leite homogeneizado e pasteurizado Fonte: MAGANHA, 2006. Como podem ser analisados, os principais aspectos e impactos ambientais atribuídos ao setor se correlacionam com:
  • 52. 41  Consumo de água: utilizada em operações de limpeza, desinfecção, lavagem da massa láctea, resfriamento e geração de vapor;  Geração de efluentes líquidos: sendo o principal impacto ambiental, advém das operações de lavagem/limpeza, derramamentos, vazamentos, operações deficientes, perdas no processo, descarte de subprodutos (soro ou leite ácido);  Consumo de energia: utilizada na maior parte dos procedimentos como os de tratamento térmico, como refrigeração e armazenamento, geração de vapor, água quente, iluminação e ventilação, operação de equipamentos;  Geração de resíduos: há geração dos resíduos em todos os processos executivos do setor, sendo a mais diversificada em fontes, envolvendo sub- setores administrativos, produção, embalagens, materiais de análises, recebimentos de matéria-prima, etc. A inadequada disposição de suas matérias-primas e resíduos pode acarretar em poluição do solo, água e atmosférica;  Emissões atmosféricas: provenientes de máquinas, equipamentos e operações realizadas;  Ruído/vibração: estando localizado em meio uma área de ocupação residencial e comercial, as atividades de funcionamento do setor, bem como seus equipamentos e transporte de insumos e produtos resultam em possíveis incômodos à vizinhança. A seguir, podem ser acompanhados alguns possíveis aspectos e impactos levantados, bem a magnitude a eles atribuída (Tabela 9).
  • 53. 42 Tabela 9. Aspectos e impactos para o laticínio Meio físico Meio Biótico Meio antrópico Água Ar Solo Trabalhador Vizinhança Sociedade Alteraçãodaqualidadedeáguassuperficiais Aumentodaquantidadedesólidos Alteraçãodoregimedeescoamento Contaminaçãodocorpohídrico Escassezdeágua Alteraçãodaqualidadedoar Contaminaçãodoar Contribuiçãoparaefeitoestufa Poluiçãosonor’a Poluiçãoatmosférica Alteraçãodaspropriedadesfísicas/químicas Contaminaçãodosolo Induçãodeprocessoserosivos Esgotamento Interferêncianafauna Interferêncianaflora Alteraçãodosecossistemas Reduçãodaqualidadeambiental Alteraçõesnascondiçõesdesaúde Alteraçãonascondiçõesdesegurança Desconfortopelosfuncionários Explosão,riscosdevida Perdaderendimento Riscodeacidentes Alteraçãodaqualidadepaisagística Alteraçãonascondiçõesdesaúde Alteraçãonascondiçõesdesegurança Alteraçãonotráfegodeviaslocais Desconfortoambiental Incômodoparaacomunidade Aumentodovolumedeaterrosderesíduos Esgotamentodosrecursosnaturais Escassezdeenergiaelétrica Pressãosobreserviçosurbanos 1 Armazenamento de matérias-primas, produtos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 2 Climatização de ambientes x x x x x x x x x x x 3 Consumo de água x x x x x x x x x x x x x x 4 Consumo de energia elétrica x x x x 5 Consumo de matéria-prima x x x x x x x x x x x x x x x x x x 6 Derramamentos, vazamentos, operações deficientes de equipamentos e transbordamentos de tanques x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 7 Descarga de efluentes líquidos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 8 Descarte inadequado de lâmpadas usadas x x x x x x x x x x x x x x x x 9 Descarte inadequado de resíduos sólidos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 10 Desperdício de água x x x x x x x x x x x x x x 11 Desperdício de energia elétrica x x x 12 Desprendimento de gases x x x x x x x x x x x x x x 13 Efluentes de águas residuárias x x x x x x x x x x x x 14 Emissão de material particulado x x x x x x x 15 Emissão de vapores x x x x x x x x x x x x x 16 Emissões atmosféricas x x x x x x x x x 17 Estocagem e Uso de Líquidos Combustíveis e Inflamáveis x x x x x x 18 Gases refrigerantes oriundos de vazamentos x x x x x x x x x x x x x x 19 Geração de Efluentes - Químicos e/ou Biológicos x x x x x x x x x x x x x x x 20 Geração de Efluentes com alta concentração orgânica x x x x x x x x x x x 21 Geração de Resíduos - Domésticos x x x x x x x x x x x x x 22 Geração de Resíduos - Classe I (Perigosos) x x x x x x x x x x x x x x x 23 Geração de Resíduos - Classe II-B (Inertes) x x x x x x x x x 24 Geração de Resíduos - Lâmpadas x x x x x x x x x 25 Geração de Resíduos - Resíduos de Construção e Demolição (RCD) x x x x x x x x x x x x x x x x 26 Gerenciamento de Fumaça Preta de Veículos Movidos à Diesel x x x x x x x x x x x x x x x x 27 Incorreta disposição de materiais a serem descartados x x x x x x x x x x x x x x x x 28 Lançamento de efluente com óleos, graxas x x x x x x x x x x x x x x 29 Lançamento de efluente contaminado x x x x x x x x x x x x x x 30 Lavagem e limpeza x x x x x 31 Liberação de gases tóxicos x x x x x x x x x x x x x x x x 32 Manipulação de produtos domissanitários x x x x x 33 Manuseio e Estocagem de Produtos Químicos x x x x x x x x x 34 Manutenção Corretiva e Preventiva de Equipamentos x x x x x x x x 35 Movimentação de carga e descarga x x x x x x x x x x x x 36 Odores x x x x x x x x x x x x 37 Operação da ETE UniFEB x x x x x x x x 38 Operação em caldeiras x x x x x 39 Perdas no processo x x x x x x 40 Produção de cinzas e gases x x x x x x x x x x x x x x 41 Queima de combustível x x x x x x x x x x x x x x x x 42 Queima de lenha x x x x x x x x x x x x x x x x x x 43 Resíduos sólidos contendo restos de produtos, embalagens x x x x x x 44 Risco de geração de faíscas onde há gases dispersos x x x x 45 Sujeiras vinda de latões x x x x x x 46 Uso de agentes limpantes e desinfectantes x x 47 Uso e geração de Resíduos - Papel x x x x x x 48 Vazamentos nas tubulações x x x x x x x x x 49 Vazamentos de resíduos x x x x x x x x x x 50 Vazamentos de vapor das tubulações x x x x x x x x x 51 Vibração x x x x x x x x x x x Magnitude D 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 1 2 2 1 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 ET 2 1 3 3 2 1 2 3 1 2 3 2 3 3 2 3 3 3 2 1 2 1 2 1 3 3 3 2 2 1 4 4 2 2 EE 2 1 2 1 2 3 1 4 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 1 3 3 3 2 PO 6 6 2 4 4 4 4 3 3 4 3 2 1 1 3 3 3 3 3 5 3 5 2 5 2 2 1 2 2 3 3 4 4 3 Total 11 9 9 10 9 9 9 12 6 9 9 6 7 7 7 9 9 8 8 8 7 8 6 8 7 8 7 7 7 6 11 13 10 8 D = Duração; ET = Escala temporal; EE = Escala espacial; PO = Probabilidade de ocorrência; Aspectos Impacto s
  • 54. 43 Foram levantados 34 impactos, dos quais ao analisarmos a magnitude a eles associada, temos: Tabela 10. Magnitude dos impactos e sua representatividade geral A terceira coluna (% grau de magnitude) analisa o valor da magnitude obtida associado a uma magnitude máxima, ou seja, àquela aonde a somatória de todos os valores de magnitude atinja seu máximo (17). Representa quão próximo está de uma situação drástica. Podemos verificar que a maioria dos impactos levantados (70,6%) encontra-se na faixa de magnitude 7 a 9, estando distribuídos em todos os meios. Os impactos com maior magnitude encontram-se relacionados à água, ar e sociedade, sendo este último ressaltado aos resíduos e recursos. 5.4 Escolha dos indicadores Após a análise e levantamento da magnitude dos impactos e aspectos ambientais dos setores selecionados, com o auxílio da ISO 14031, levantaram-se indicadores de desempenho ambiental (Tabela 11) que podem ser utilizados. Magnitude Representatividade Nº. ocorrências % grau de magnitude % nº. total de ocorrências 13 1 76,5 2,9 12 1 70,6 2,9 11 2 64,7 5,9 10 2 58,8 5,9 9 9 52,9 26,5 8 7 47,1 20,6 7 8 41,2 23,5 6 4 35,3 11,8 Total 34 100 100
  • 55. 44 Tabela 11. Indicadores associados aos aspectos ambientais Indicador ambiental Aplicável a: IndicadoresdeDesempenhoOperacional Materiais Quantidade de materiais usados por unidade de produto 5, 42 Quantidade de materiais processados, reciclados ou reutilizados que são usados 21, 24, 25 Quantidade de materiais de embalagem descartados ou reutilizados por un. de produto 21, 24, 25 Quantidade de matéria-prima reutilizada no processo de produção 5 Quantidade de água por unidade de produto 2, 3 Quantidade de água reutilizada 2, 3 Quantidade de materiais perigosos usados no processo de produção 22, 23 Energia Quantidade de energia usada por ano ou por unidade do produto 2, 4 Quantidade de cada tipo de energia usada 4, 41, 42 Quantidade de energia gerada com subprodutos ou correntes de processos 42 Quantidade de unidades de energia economizadas devido a programas de conservação de energia 4 Serviçosde apoio Quantidade de materiais perigosos usados pelos prestadores de serviços contratados 4 Quantidade de produtos de limpeza usados pelos prestadores de serviço contratados 46 Quantidade de materiais recicláveis e reutilizáveis usados pelos prestadores de serviço contratados 21 Quantidade ou tipo de resíduos gerados pelos prestados de serviço contratados 30 Instalaçõesfísicase equipamentos Número de partes de equipamentos com peças projetadas para fácil desmontagem, reciclagem e reutilização 2 Número de horas por ano em que uma peça específica do equipamenteo está em operação 2 Número de situações de emergência ou operações não rotineiras por ano 18, 31, 33, 44, 48, 49, 50 Número de locais para correta disposição ou armazenamento 33 Área de solo usada para tratamento de efluentes 37 Geração média de fumaça preta 26 Número de horas de manutenção preventiva dos equipamentos por ano 2, 34, 50 Produtos Número de produtos que podem ser reutilizados ou reciclados 25, 42 Índice de produtos defeituosos 2 Número de unidades de subprodutos gerados por unidade de produto 2 Número de unidades de energia consumida durante o uso do produto 2 Duração do uso do produto 2 Número de produtos com instruções referentes ao uso e à disposição ambientalmente seguros 22, 23, 24, 25 Resíduos Quantidade de resíduos por ano ou por unidade de produto 21, 24, 43, 45 Quantidade de resíduos perigosos, recicláveis ou reutilizáveis por ano 22, 23, 25 Quantidade de resíduos para disposição 21, 22, 23, 24, 25, 43, 45 Quantidade de resíduos armazenados no local 21, 22, 23, 24, 25 Quantidade de resíduos controlados por licenças 22, 23, 24, 25 Quantidade de resíduos convertidos em material reutilizável por ano 25 Quantidade de resíduos perigosos eliminados devido à substituição de material 22, 24 Emissões Quantidade de emissões específicas por ano 2, 36, 40 Quantidade de emissões específicas por unidade de produto 41, 42 Quantidade de emissões atmosféricas com potencial de depleção da camada de ozônio 41, 42 Quantidade de emissões atmosféricas com potencial de mudança climática global 41, 42 Quantidade de material específico descarregado por ano 41, 42 Quantidade de um material específico descarregado na água por unidade de produto 7, 19, 20, 28, 29, 30, Quantidade de energia desperdiçada 11 Quantidade de material destinado para aterro sanitário por unidade de produto 21, 22, 23, 24, 25, 40, 45 Ruído medido em determinado local 2 Quantidade de radiação liberada 38 Quantidade de calor, vibração ou luz emitida 2, 42, 51
  • 56. 45 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conseguiu-se cumprir o levantamento das normativas relacionadas ao desempenho ambiental e, através delas, realizar um estudo mais aprofundado quanto aos tipos de indicadores ambientais. Como visto, ainda há poucas IES as quais possuem certificação na área e os modelos de SGA na maioria ainda encontra-se em processo de estruturação. Com a apresentação de alguns aspectos, impactos e indicadores ambientais, espera-se ter demonstrado a importância do investimento no gerenciamento ambiental do UniFEB. Havendo uma preocupação com suas práticas ambientais, podem ser criadas desde diretrizes a modelos e práticas sustentáveis para implantação de um SGA pela IES. Os indicadores propostos ao setor de escopo inicial mostram que o controle periódico do funcionamento da IES pode possibilitar a avaliação de desempenho global, analisar os setores críticos e realizar provisões. É importante ressaltar a importância de que na fase de planejamento do SGA sejam levantados os indicadores de desempenho gerencial, que serão responsáveis pelo acompanhamento da evolução programática. Os benefícios advindos de um SGA são os mais diversos, estando desde as economias relativas a melhoramentos de processos e produtividade, como ganhos com reduções de consumos, riscos, geração de passivos, etc. Geram-se brechas para novas oportunidades de pesquisas, sendo importante ressaltar a melhoria da imagem da instituição, a qual adquire um perfil também executor.
  • 57. 46 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 35 p. ______. NBR ISO 14031: Gestão ambiental – Avaliação de desempenho ambiental - Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 43 p. BÁRBARO, N.O. Participación de las empresas en la gestión ambiental. UNICEN. Disponível em: <http://www.exa.unicen.edu.ar/catedras/evaia/Ap untes%20y%20Clases/SGA%20II.doc> Acesso: 20, out. 2013. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Resolução nº 001. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1986. Seção 1, p. 2548-2549. CAMPOS, C. de. Avaliação de desempenho ambiental em projetos – procedimentos e ferramentas. Dissertação apresentada ao programa de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – USP. São Paulo, 2007. CERUTI, F. C.; SILVA, M. L. N. da. Dificuldades de implantação de sistema de gestão ambiental (SGA) em empresas. Revista Acadêmica, Ciências Agrárias e Ambiente, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 111-119, jan./mar. 2009. COELHO, L. V. T. et. al. A importância do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) - Estudo de caso na empresa Grande Rio Honda em Palmas – Tocantins. Palmas – TO. 2011. COUTO, S. Gestão Ambiental: o caminho da sustentabilidade. [s.d.]. Disponível em: < http://www.academiadetalentos.com.br/05.pdf>. Acesso: 23, out. 2013. DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2ª Ed. – São Paulo: Atlas, 1999. Environmental Practitioner Programme – EPAW. Glossary. Disponível em <http://www.epaw.co.uk/EPT/glossary.html>. Acesso: 25, out. 2013.
  • 58. 47 FARIA, H. M. Uma discussão a respeito dos benefícios econômicos da gestão ambiental. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Escola Federal de Itajubá. Itajubá, MG. 1999. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/E NEGEP1999_A0694.PDF> Acesso: 23, out. 2013. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FIRJAN. Manual de indicadores ambientais. Rio de Janeiro: DIM/GTM, 2008. FREY, M. R.; CAMARGO, M. E. Análise dos indutores da evolução da consciência ambiental. Disponível em: < http://revista.uepb.edu.br/index.php/ qualitas/article/viewFile/19/12> Acesso: 25, out. 2013. GOMES, L. P.; LUZ, S.O. de C. da; SELLITO, M. A. Medição de desempenho ambiental baseada em um método multicriterial de apoio à decisão: estudo de caso na indústria automotiva. Gestão & Produção. v.13, n.3, p. 557-570. 2006. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/gestao14001/>. Acesso: 29, out. 2013. INSTITUTO NACIONAL DE NORMALIZACION. NCh ISO 14032: Gestión ambiental – Ejemplos de evaluación del desempeño ambiental (EDA). Chile: INN, 2002. 151 p. JÚNIOR, J.L.G. et. al. Importância do sistema de gestão ambiental na empresa – estudo de caso. [s.d] .Disponível em: <http://eco.unne.edu.ar/ contabilidad/costos/VIIIcongreso/166.doc> Acesso: 20, out. 2013. KRAEMER, M. E. P. Gestão ambiental: um enfoque no desenvolvimento sustentável. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/gestao/des_ sustentavel.doc> Acesso: 23, out. 2013. KHOL, C.A.; SELLITTO, M.A. Avaliação do desempenho ambiental de um operador de serviços logísticos por indicadores categóricos. Estudos tecnológicos. v. 5, nº 3. p. 284-301. 2009. MAGANHA, M. F. B. Guia técnico ambiental da indústria de produtos lácteos. São Paulo: CETESB, 2006. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso: 9, nov. 2013.
  • 59. 48 MARCO, D. de. Sistemas de gestão ambiental em instituições de ensino superior. Unoesc & Ciências − ACET, Joaçaba, v. 1, n. 2, p. 189-198, jul./dez. 2010. Disponível em: <http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acet/article/ view/563>. Acesso: 28, out. 2013. MELLO, L. A. de O. Sistemas de Gestão Ambiental. Fev. 2009. 45 f. Notas de aula. Digitalizado. UNIPLI. Disponível em: <http://www.labogef.iesa.ufg.br/ labogef/arquivos/downloads/Gestao_Ambiental_Apostila_Completa_00582.pdf > Acesso: 24, out. 2013. MELO, J. & PEGADO, C. Ecoblock: A method for integrated environmental performance evaluation of companies and products (construction case-study), 2006. Disponível em <http://www.researchgate.net/publication/242100380_ ECOBLOCK_-_MTODO_DE_AVALIAO_DO_DESEMPENHO_AMBIENTAL> Acesso: 23, out. 2013. NASCIMENTO, L.F. Gestão ambiental e a sustentabilidade. Sistema Universidade aberta do Brasil, 2008. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/16757129/Gestao-Ambiental-e-Sustentabilidade> Acesso: 19, out. 2013. SICHE, R. et.al. Índices versus indicadores: precisões conceituais na discussão da sustentabilidade de países. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/asoc/v10n2/a09v10n2.pdf> Acesso: 27, out. 2013. VAZ, C.R. et.al. Sistema de Gestão Ambiental em Instituições de Ensino Superior: uma Revisão. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Sistemas – Ano 5, nº 3, Jul-Set/2010, p. 45-58. Disponível em: <http://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/viewFile/327/314> Acesso: 27, out. 2013. TAUCHEN, J.A. Um modelo de gestão ambiental para implantação em instituições de ensino superior. Dissertação (Mestrado em Engenharia), Universidade de Passo Fundo. 2007, 149 p. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp103987.pdf> Acesso: 27, out. 2013. UFRGS. SGA. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/sga/SGA>. Acesso: 07, nov. 2013. UNISINOS. Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.unisinos.br/institucion al/meio-ambiente/apresentacao>. Acesso: 01, nov. 2013a.
  • 60. 49 ______. Procedimentos. Disponível em: <http://www.unisinos.br/institucional/ meio-ambiente/sgaunisinos/procedimentos>. Acesso: 01, nov. 2013b. ______. Relatórios e certificações. Disponível em: <http://www.unisinos.br/ institucional/meio-ambiente/sga-unisinos/relatorios-e-certificacoes>. Acesso: 01, nov. 2013c.