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Morfologia
Morfologia Flexional
Processos morfológicos de formação de palavras
Palavra Simples
1. Uma palavra simples é uma palavra que não tem nenhum afixo nem sufixo e só tem
um radical.
EX: Peixe, flor, casa...
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Palavra complexa:
2. Uma palavra complexa é uma palavra formada por sufixos e afixos.
EX: Peixinho, florista
Radical:
3. O radical é a estrutura que dá o significado à palavra e que é invariável. A partir
deste conseguem-se formar novas palavras.


Forma de base:
4. A forma da base de uma palavra é a estrutura que dá forma a outras palavras. A
forma da base inclui o radical e pode ser chamada só de base.
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Afixo:
5. O afixo é o constituinte que ocorre a uma forma de base para dar início a uma nova
palavra:
Sufixos Prefixos
a) Palavras derivadas: solário, solar, soleira, ensolar...
b) Palavras compostas: guarda-sol...
Derivação
 Afixal: Associação de um afixo a uma forma de base
1. Prefixação: Prefixo + forma de base
EX: Infeliz, descontente, amoral
2. Sufixação: Forma de base + sufixo
Ex: Simplesmente, felizmente, livraria
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3. Prefixação + Sufixação: Podemos tirar o prefixo ou sufixo da palavra sem esta
perder o sentido
Ex: Infelizmente, deslealmente
4. Parassíntese: Não podemos tirar o prefixo nem o sufixo
Ex: Aterrorizar, apodrecer, emagrecer
5. Conversão: Processo de formação de palavras em que se altera a classe gramatical
a que a palavra pertence, não havendo alteração da sua forma
EX: Olhar (verbo)
Olhar (nome)
 Não Afixal:
1. Processo de formação de palavras que gera nomes deverbais , acrescentando
marcas de flexão nominal a um radical verbal.
EX: Troc- troca; troco
Composição:
1. Morfológica: Associação de um radical a outro(s) ou a uma ou mais palavras
EX: Cardiovascular
2. Morfossintática: Associação de duas ou mais palavras .
EX: Guarda-noturno
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Classes de Palavras
Existem dois tipos: Classes de Palavras Abertas ou
Fechadas
 Classes de Palavras Abertas
São as classes que incluem um número ilimitado de palavras.
 Nome Verbo
 Adjetivo Advérbio
 Interjeição
1. Nome
a) Próprio: é o que designa de forma individualizada um ser ou um objeto
distinguindo-o de todos os outros da mesma espécie ou categoria.
EX: Sebastião, Braga, …
b) Comum: é o que designa seres u objetos da mesma espécie ou categoria sem os
individualizar.
EX: barco, vela, mastro, …
Contável Não contável
c) Comum coletivo: é um nome comum no singular que designa um conjunto de
seres ou objetos.
Ex: bando, pinhal, ninhada, …
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2. Adjetivo
a) Relacional: Adjetivo que deriva de um nome, não varia em grau e surge após o
nome
EX: As invasões francesas foram muito violentas.
b) Qualificativo: Exprime qualidade, surgindo após o nome
EX: Está um dia lindo.
c) Numeral: Expressa ordem ou sucessão, surgindo antes do nome
3. Verbo:
 Verbo Principal
a) Intransitivo: Verbo principal que seleciona um sujeito mas não seleciona
complementos
EX: O Sérgio sorriu.
b) Transitivo direto: Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento
com função sintática de complemento direto
EX: O Pedro comprou um apartamento.
c) Transitivo indireto: Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento
com função sintática de complemento indireto ou de complemento oblíquo
EX: Ele falou-lhe
Ele mora aqui
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d) Transitivo direto e indireto: Verbo principal que seleciona um sujeito e dois
complementos com função sintática de complemento direto e de complemento
indireto ou oblíquo.
EX: A Diana comprou um lindo carro àquele vendedor.
 Verbo Auxiliar
a) Verbo (ter, ser, haver e ir que se une a uma forma não finita ( infinitivo, particípio
passado e gerúndio), construindo um complexo verbal.
EX: Ele tem estado aqui
 Verbo copulativo
a) Verbo que ocorre na frase em que existe um constituinte com a função de sujeito e
o outro com a função de predicativo de sujeito
EX: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se
4. Advérbio
a) De predicado: aqui, agora, suavemente, ali
EX: A Inês mora aqui
b) De frase: felizmente, provavelmente
EX: Felizmente não perdi o relógio.
c) Conetivo: porém, consequentemente, primeiro, seguidamente
EX: Primeiro comprei um telemóvel
a) De negação: não
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EX: Não digas a ninguém o meu segredo
b) De afirmação: sim
EX: Sim, estou feliz!
c) De quantidade e grau: muito, mais, do que
EX: O rapaz é muito atrevido
d) De inclusão e exclusão: só, apenas, somente
EX: Apenas vinte pessoas foram á palestra
e) Interrogativo: onde, quando, porquê
EX: Quando é que tu foste ao apoio de português?
f) Relativo: onde
EX: Não vou onde ele estiver.
5. Interjeição
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6. Locução
abaixo de acima de acerca de
a fim de além de a par de
apesar de antes de depois de
ao invés de diante de em fase de
em vez de graças a junto a
junto com junto de à custa de
defronte de através de em via de
de encontro a em frente de em frente a
 Classes de Palavras Fechadas
Definido
EX: O
1. Determinante
Indefinido
EX: UM
a) Demonstrativo
EX: Este
b) Relativo
EX: Cujo
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c) Interrogativo
EX: Qual
d) Possessivo
EX: Meu
e) Indefinido
EX: Certo
2. Pronome
a) Pessoais
EX: EU
b) Relativos
EX: Que
c) Demonstrativos
EX: Isto
d) Interrogativos
EX: Quem
e) Possessivos
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EX: Nosso
f) Indefinidos
EX: Ninguém
3. Quantificador
a) Numeral
EX: Dois
b) Universal
EX: Todo
c) Existencial
EX: Alguns
d) Interrogativo
EX: Quantos
e) Relativo
EX: Quanto
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4. Preposição
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5. Conjunção e Locução conjuncional
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Funções sintáticas ao nível da frase:
1. Sujeito – elemento que controla a concordância, em pessoa e em número,
relativamente ao núcleo. Pode ser:
a. Simples – constituído apenas por um grupo nominal ou por uma frase.
b. Composto – constituído por duas ou mais expressões nominais ou por
duas ou mais frases.
c. Nulo – não está realizado lexicalmente, sendo possível classificá-lo em:
i. Subentendido – quando é possível identificar no contexto o
referente para o qual remete o sufixo flexional.
EX: «[Tu] Querias crescer depressa, aí tens.»
ii. Indeterminado – quando o verbo se encontra na 3ª pessoa do
plural ou do singular, acompanhado, neste último caso, do pronome
pessoal se com valor impessoal, não sendo possível identificar o
referente do sujeito nulo indeterminado, uma vez que não é
definido nem específico.
EX: «Disseram-me que ia chover.»; «Via-se bem que alguns deles
faziam logo as contas.»
iii. Expletivo – ocorre apenas com verbos impessoais.
EX: «Havia já algumas pessoas à sombra dos toldos ou estendidos
ao sol.»
2. Predicado – função sintática desempenhada pelo grupo verbal.
3. Modificador da frase – grupo preposicional (1) ou adverbial (2) que, ao contrário
dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no,
acrescentando informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua
grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase.
EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.»
(2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da
Índia.»
4. Vocativo – constituinte (não obrigatório) que identifica o interlocutor, ocorrendo
em frases imperativas (1), exclamativas (2) e interrogativas (3).
EX: (1) «Fecha a porta, Pedro.»
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(2) «Dói-me muito o peito, mãe!
(3) «Quando tenho alta, senhor doutor?»
Funções sintáticas internas ao grupo verbal:
1. Complementos – constituintes da frase selecionados pelo verbo:
a. Complemento direto – grupo nominal (1) ou oração substantiva
completiva (2) que pode ser substituído respetivamente pelo pronome
pessoal de 3ª pessoa (o/a, os/as) e pelo pronome demonstrativo átono o.
EX: (1) «Dois homens seguravam o porco.» → «Dois homens
seguravam-no»
(2) «Hão de jurar que não me conhecem.» → «Hão de jurá-lo.»
b. Complemento indireto – grupo preposicional (geralmente introduzido
pela preposição a) que pode ser substituído por um pronome pessoal de 3ª
pessoa (lhe/lhes).
EX: «Perguntem aí ao Gouveia.» → «Perguntem-lhe aí.»
c. Complemento oblíquo – grupo adverbial (1) ou preposicional (2) que, ao
contrário do complemento indireto, não pode ser substituído por um
pronome pessoal (lhe/lhes).
EX: (1) «Faz bem à alma.» →/ «Faz-lhe à alma.»
(2) «Também me lembro do sopro do maçarico.» →/
«Também me lembro-lhe.»
Exemplos de verbos que pedem complemento oblíquo:
a) ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido de
preposição; advérbio);
b) comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de, necessitar de,
troçar de, casar-se com, divorciar-se de, dispor-se a, arrepender-se de,
interessar-se por (nome ou pronome precedido de preposição).
d. Complemento agente da passiva – grupo preposicional (geralmente
introduzido pela preposição por) que, na frase ativa correspondente, passa
a grupo nominal com função de sujeito.
EX: «Uma Câmara não é eleita pelo povo, é nomeada pelo
Governo.» → «O povo não elege uma Câmara, o Governo nomeia-a.»
2. Predicativos:
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a. Predicativo do sujeito – grupo nominal (1), adjetival (2), adverbial (3) ou
proposicional (4) ou oração (5) selecionado por um verbo copulativo
(estar, ficar, continuar, parecer, permanecer, revelar-se, ser, tornar-se…) que
atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao
sujeito.
EX: (1) «A mãe era uma criatura desagradável e azeda.»
(2) «Garcia ficou aturdido.»
(3) «Olhe que isto é preciso é que todos fiquem bem.»
(4) «Caeiro era de estatura média.»
(5) «Pensar é estar doente dos olhos.»
b. Predicativo do complemento direto – grupo nominal (1), adjetival (2) ou
preposicional (3), selecionado por um verbo transitivo predicativo (achar,
chamar, considerar, eleger, julgar, nomear, tratar,…) que atribui uma
propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao complemento
direto.
EX: (1) « […] se o ministro fizer esse ladrão recebedor de
comarca.»
(2) «Todos a achavam simpática.»
(3) «Todos o tinham por tolo.»
3. Modificador do grupo verbal – grupo preposicional (1), adverbial (2) ou oração
subordinada (3) que, ao contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo
verbo, modificam-no, acrescentando informação suplementar. Caracterizam-se
essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições
da frase.
EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.»
(2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da
Índia.»
(3) «Não te posso dar minha filha, porque já não tenho filha.»
Funções sintáticas internas ao grupo nominal:
1. Complemento do nome – grupo preposicional [oracional (1) ou não oracional
(2)] ou, menos frequentemente, adjetival (3) que integra o grupo nominal,
ocorrendo sempre à direita do nome que completa e sendo sempre de
preenchimento opcional.
EX: (1) «Tem curiosidade de saber como é esta pobre máquina por dentro
[…].»
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(2) «Ter pena dele seria como ter pena dum plátano […].»
(3) «A procura turística tem aumentado.»
2. Modificador do nome – função sintática que integra o grupo nominal,
modificando-o através de informações suplementares.
a. Restritivo – grupo preposicional (1), grupo adjetival (2) ou oração relativa
restritiva (3) que modifica o nome, restringindo a sua referência.
EX: (1) «Fechou a porta da cela atrás de si […].»
(2) «De repente, a rapariga loira viu uma criança sair a correr.»
(3) «Há palavras que fazem bater mais depressa o coração
[…].»
b. Apositivo – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3) ou oração
relativa explicativa (4) que, ao modificarem o nome, não limitam a sua
referência. Na escrita, está sempre separado por vírgulas do nome que
modifica e ocorre normalmente à direita do mesmo.
EX: (1) «Alguma vez a sua Loló, magra e frenética criatura de
olhos verdes, brincara nos jardins dos palacetes […]?»
(2) «Que doença estranha, lenta mas tenaz, matava o Rei?»
(3) «A velha tinha-se dado preparatoriamente um choro, de
grande efeito em corações de viajante.»
(4) «O rapaz, que chegou pelo lado de trás, abriu a cancela de
madeira.»
Funções sintáticas internam ao grupo adjetival:
c. Complemento do adjetivo – grupo preposicional [não oracional (1) ou
oracional (2)] que integra o grupo adjetival, ocorrendo sempre à sua
direita. Não é de preenchimento obrigatório.
EX: (1) «E será o pai feliz com o meu sacrifício?»
(2) «Sou fácil de definir.»
d. Modificador do adjetivo – grupo adverbial que integra o grupo adjetival,
correspondendo a um advérbio colocado à esquerda do adjetivo.
EX: «verão como o elefante se enfrenta com os mais furiosos ventos
contrários.»
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Coordenação e Subordinação
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Lexicologia
Léxico e vocabulário
1. Neologismo: Palavra cujo significante ou cuja relação significante – significado era
inexistente num estádio de língua anterior ao da sua atestação.
2. Arcaísmo: Palavra ou construção cujo uso é considerado antiquado pela
comunidade linguística.
Semântica Lexical- Relações Semânticas entre as
palavras
1. Polissemia: Propriedade semântica característica das palavras ou dos
constituintes morfológicos que possuem mais do que um significado.
EX. Dar á luz
Acender a luz
 Relações parte/todo
1. Holonímia: Entre duas palavras pode estabelecer-se uma relação de
significado, em que uma remete para um todo – a palavra holónima – e a outra
é considerada parte daquela – a palavra merónima.
EX: Holónima- corpo
Merónima- braço, coxa
 Relações de Hierarquia
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1. Hiperónimos- Árvore
Flor
2. Hipónimos - Laranjeira
Margarida
Processos irregulares de formação de palavras
1. Empréstimo: Processo de transferência de uma palavra de uma língua para outra
EX: croissant
2. Sigla: Palavra formada através da redução de um grupo de palavras ás suas
iniciais, as quais são pronunciadas de acordo com a designação de cada letra.
EX: RTP, EDP
3. Acrónimo: Palavra formada através da junção de letras pu sílabas inicias de um
grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só.
EX: ONU (Organização das Nações Unidas), BES ( Banco Espírito Santo)
4. Amálgama: Processo que consiste na criação de uma palavra a partir da junção de
partes de duas ou mais palavras
EX: Informática (informação + automática), Cibernautica (cibernética+ astronauta)
5. Extensão semântica: Processo através do qual uma palavra existente adquireum
novo significado
EX: portal (portão)
Portal (internet)
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Deixis
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Atos Ilocutórios:
É possível classificar os atos ilocutórios com base nas intenções comunicativas (objetivo
ilocutório) e na função que assumem no contexto da sua enunciação (força ilocutória).
Dois enunciados podem ter o mesmo objetivo ilocutório mas forças ilocutórias distintas.
Por exemplo, uma ordem e um pedido têm o mesmo objetivo ilocutório (levar alguém a
agir), no entanto as suas forças ilocutórias são diferentes, já que o primeiro tem a força
ilocutória de uma ordem e o segundo a de um pedido.
Tipo Objetivo ilocutório
Atos ilocutórios
assertivos
Descrever um determinado estado de coisas e exprimir a
crença na verdade do seu enunciado (1).
Atos ilocutórios
diretivos
Levar o interlocutor* a praticar uma ação futura, que pode ser
de natureza verbal [ato ilocutório diretivo de resposta verbal:
perguntas (2)] ou não verbal [ato ilocutório diretivo de
resposta não verbal (3)].
Atos ilocutórios
compromissivos
Comprometer o locutor*1 relativamente à prática de uma ação
futura (4).
Atos ilocutórios
expressivos
Exprimir o estado psicológico do locutor relativamente ao
conteúdo do seu enunciado, sendo necessário que este seja
sincero naquilo que exprime. Podem ser realizados utilizando
verbos como agradecer (5) ou lamentar (6); frases e
expressões exclamativas com adjetivos valorativos (7) ou
ainda frases exclamativas com verbos de valor afetivo como
adorar (8), gostar, odiar, etc.
Atos ilocutórios
declarativos
Ciar uma nova realidade, capacidade que lhe advém do seu
estatuto institucional (9).
* → a quem a frase se dirige
* → quem anuncia a frase
EX: (1) «Não percebo esta matéria.» (2) «O que pensas deste filme?»
(3) «Conduz mais devagar!» (4) «Prometo que estarei lá.»
(5) «Obrigada pela folha» (6) «Lamento o atraso.»
(7) «Boa noite!» (8) «Adoro viajar!»
(9) «Declaro-vos marido e mulher
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Marcadores Discursivos
1. Os marcadores discursivos são unidades linguísticas invariáveis que permitem
estabelecer conexões entre enunciados, de modo a construir um discurso coeso e
coerente.
Designação Função Marcadores discursivos
Estruturação da
informação
ordenar a informação
por um lado, por outro lado, em primeiro lugar,
após, antes, depois, em seguida, seguidamente,
até que, por último, para concluir…
Reformuladores
reformular o discurso,
explicando-o ou
retificando-o
ou seja, isto é, quer dizer, por outras palavras,
quer dizer, ou melhor, dizendo melhor, ou
antes, como se pode ver, é o caso de, como
vimos, quer isto dizer, significa isto que, não se
pense que, pelo que referi anteriormente
Operadores
discursivos
reforçar e concretizar
ideias
de facto, na verdade, na realidade, com efeito,
por exemplo, efetivamente, note-se que, atente-
se em, repare-se, veja-se, mais concretamente,
é evidente que, a meu ver, estou em crer que,
em nosso entender, certamente, decerto, com
toda a certeza, naturalmente, evidentemente,
com isto (não), pretendemos, por outras
palavras, ou melhor, ou seja, em resumo, em
suma
Marcadores
conversacionais
ou fáticos
gerir a relação entre os
interlocutores
ouve, olha, presta atenção
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Conetores discursivos
1. Os conetores ou articuladores têm como função articular, conectar, ligar grupos de
palavras; unir frases simples, formando frases complexas; estabelecer nexos
lógicos entre períodos e parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes.
Designação Função Articuladores / Conetores do discurso
Aditivos
agrupar, adicionar ideias,
segmentos, sequências,
informação
e, nem (negativa), bem como, não só… mas
também, além disso, mais ainda, igualmente, ainda
Alternativos /
Exclusão
apresentar opções,
alternativas
ou, ou… ou, ora… ora, seja… seja, alternativamente,
em alternativa, opcionalmente
Contrastivos
indicar uma oposição, um
contraste
mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
contrariamente, pelo contrário
Concessivos
negar o efeito, a conclusão
exprimir uma concessão
embora, ainda que, mesmo que, conquanto, apesar
de, malgrado, não obstante, mesmo assim, ainda
assim
Temporais
exprimir relações de tempo
entre os segmentos do texto /
discurso
quando, mal, assim que, logo que, enquanto,
entretanto, depois que, desde que, antes de, mais
tarde, ao mesmo tempo
Finais
traduzir o fim, a intenção, o
objetivo
para (que), a fim de, a fim de que, de modo / forma
a, com o objetivo de
Comparativos exprimir uma comparação
como, tal como, assim como, bem como, também,
mais / menos do que
Causais exprimir a causa, a razão
porque, visto que, dado que, como, uma vez que, já
que
Condicionais
introduzir hipóteses ou
condições
se, caso, desde que, a não ser que, contanto que
Consecutivos
exprimir a ideia de
consequência, resultado,
efeito
por isso, daí que, de tal forma… que, tanto… que,
tal… que, tão… que
Conclusivas
expressar uma conclusão,
uma inferência (dedução
lógica a partir do já exposto)
portanto, assim, logo, por conseguinte, concluindo,
para concluir, em conclusão, em consequência, daí,
então, deste modo, por isso, por este motivo
Completivos
completar o sentido do núcleo
do grupo verbal
que, se, para
Confirmativos ou
exemplificativos
documentar
exemplificar
por exemplo, a ilustrar, documentando,
exemplificando
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Figuras de Estilo
 A nível fónico:
1. Aliteração – repetição de sons consonânticos em sílabas próximas. (O
vento vago voltou);
2. Assonância – repetição intencional dos mesmos sons vocálicos (À tona de
águas paradas);
 A nível sintático:
1. Anáfora – repetição de uma ou mais palavras no início de uma frase, de um
membro de frase ou de um verbo (nem rei nem lei, nem paz nem guerra);
2. Anástrofe – alteração da ordem direta da frase devido à anteposição de
um complemento ou à deslocação de uma palavra (Às horas em que um
frio vento passa);
3. Assíndeto – supressão da partícula de ligação (Grécia, Roma, cristandade,
Europa);
4. Enumeração – acumulação ou inventariação de elementos da mesma
natureza (Mas o melhor do são as crianças/flores, música, o luar e o sol);
5. Hipérbato – transposição da ordem normal das palavras de uma oração,
donde resulta a separação dos elementos constituintes de um sintagma
(Súbdita a frase o busca);
6. Paralelismo de construção – repetição da estrutura frásica para
memorizar ou destacar ideias (Três vezes do leme as mãos ergueu,/Três
vezes ao leme as reprendeu);
7. Polissíndeto – repetição do elemento de ligação entre frases ou palavras
(E com as mãos e os pés/ E com o nariz e a boca).
 A nível interpretativo:
1. Antítese – apresentação de dois conceitos opostos (Julguei que isto era o
fim e afinal é o princípio);
2. Antonomásia – substituição de um nome próprio por uma palavra ou
expressão que o designem de modo inconfundível (Cessem do sábio grego
e do Troiano);
3. Apóstrofe/invocação – interpelação, chamamento de alguém ou de algo
personificado (Ó céu! Ó campo! Ó canção!);
4. Comparação – relação de semelhança entre duas ideias usando uma
partícula comparativa ou verbos como «parecer», «assemelhar-se» (O meu
olhar é nítido como um girassol);
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5. Disfemismo – apresentação, de forma violenta, de uma ideia que pode ser
expressa de forma suave (Cheiro que não ofende estes narizes, habituados,
que estão ao churrasco do auto de fé);
6. Eufemismo – expressão, de uma ideia chocante, de uma forma suave
(quando a fogueira se apagar tens de te ir embora [= morrer]);
7. Gradação – encadeamento, disposição de palavras/ideias segundo uma
ordem crescente ou decrescente (Sagaz consumidora conhecida/de
fazendas, de Reinos e de Impérios);
8. Hipérbole – exagero da realidade (corre um rio sem fim);
9. Hipálage – transferência de uma impressão causada por um ser para outro
ser, ao qual logicamente não pertence, mas que se encontra relacionado
com o primeiro. (No plaino abandonado.)
10. Interrogação – pergunta retórica que não pretende obter resposta, mas
enfatizar a questão (Quem vem viver a verdade/Que morrer D. Sebastião?);
11. Ironia – afirmação que pretende sugerir ou insinuar o contrário;
12. Metáfora – comparação de dois conceitos sem utilização da partícula
comparativa (Numa onda de alegria);
13. Metonímia – utilização de um vocábulo em vez de outro, com o qual tem
uma relação de contiguidade (o continente pelo conteúdo; o autor pela
obra, por exemplo: Estou a estudar Camões);
14. Oximoro – expressão que inclui contradição (São coisas vestindo nadas);
15. Perífrase – utilização de muitas palavras para dizer o que pode ser
expresso por poucas (Pelo neto gentil do velho Atlante [= Mercúrio]);
16. Personificação – atribuição de qualidades ou de comportamentos
humanos a seres inanimados ou a animais (Quando uma nuvem passa a
mão por cima da luz);
17. Pleonasmo – repetição da mesma ideia (Vi, claramente visto, o lume
vivo);
18. Sinédoque – expressão do todo pela parte ou da parte pelo todo, do
singular pelo plural, do plural pelo singular, do género pelo indivíduo (Vós,
ó novo temor da maura lança [= exército mouro]);
19. Sinestesia – expressão simultânea de sensações diferentes (Brancura
quente da calçada).

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Gramática 11º ano

  • 2. Gramática Portuguesa 11/10/15 2 Morfologia Morfologia Flexional Processos morfológicos de formação de palavras Palavra Simples 1. Uma palavra simples é uma palavra que não tem nenhum afixo nem sufixo e só tem um radical. EX: Peixe, flor, casa...  Palavra complexa: 2. Uma palavra complexa é uma palavra formada por sufixos e afixos. EX: Peixinho, florista Radical: 3. O radical é a estrutura que dá o significado à palavra e que é invariável. A partir deste conseguem-se formar novas palavras.   Forma de base: 4. A forma da base de uma palavra é a estrutura que dá forma a outras palavras. A forma da base inclui o radical e pode ser chamada só de base.
  • 3. Gramática Portuguesa 11/10/15 3 Afixo: 5. O afixo é o constituinte que ocorre a uma forma de base para dar início a uma nova palavra: Sufixos Prefixos a) Palavras derivadas: solário, solar, soleira, ensolar... b) Palavras compostas: guarda-sol... Derivação  Afixal: Associação de um afixo a uma forma de base 1. Prefixação: Prefixo + forma de base EX: Infeliz, descontente, amoral 2. Sufixação: Forma de base + sufixo Ex: Simplesmente, felizmente, livraria
  • 4. Gramática Portuguesa 11/10/15 4 3. Prefixação + Sufixação: Podemos tirar o prefixo ou sufixo da palavra sem esta perder o sentido Ex: Infelizmente, deslealmente 4. Parassíntese: Não podemos tirar o prefixo nem o sufixo Ex: Aterrorizar, apodrecer, emagrecer 5. Conversão: Processo de formação de palavras em que se altera a classe gramatical a que a palavra pertence, não havendo alteração da sua forma EX: Olhar (verbo) Olhar (nome)  Não Afixal: 1. Processo de formação de palavras que gera nomes deverbais , acrescentando marcas de flexão nominal a um radical verbal. EX: Troc- troca; troco Composição: 1. Morfológica: Associação de um radical a outro(s) ou a uma ou mais palavras EX: Cardiovascular 2. Morfossintática: Associação de duas ou mais palavras . EX: Guarda-noturno
  • 5. Gramática Portuguesa 11/10/15 5 Classes de Palavras Existem dois tipos: Classes de Palavras Abertas ou Fechadas  Classes de Palavras Abertas São as classes que incluem um número ilimitado de palavras.  Nome Verbo  Adjetivo Advérbio  Interjeição 1. Nome a) Próprio: é o que designa de forma individualizada um ser ou um objeto distinguindo-o de todos os outros da mesma espécie ou categoria. EX: Sebastião, Braga, … b) Comum: é o que designa seres u objetos da mesma espécie ou categoria sem os individualizar. EX: barco, vela, mastro, … Contável Não contável c) Comum coletivo: é um nome comum no singular que designa um conjunto de seres ou objetos. Ex: bando, pinhal, ninhada, …
  • 6. Gramática Portuguesa 11/10/15 6 2. Adjetivo a) Relacional: Adjetivo que deriva de um nome, não varia em grau e surge após o nome EX: As invasões francesas foram muito violentas. b) Qualificativo: Exprime qualidade, surgindo após o nome EX: Está um dia lindo. c) Numeral: Expressa ordem ou sucessão, surgindo antes do nome 3. Verbo:  Verbo Principal a) Intransitivo: Verbo principal que seleciona um sujeito mas não seleciona complementos EX: O Sérgio sorriu. b) Transitivo direto: Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento com função sintática de complemento direto EX: O Pedro comprou um apartamento. c) Transitivo indireto: Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento com função sintática de complemento indireto ou de complemento oblíquo EX: Ele falou-lhe Ele mora aqui
  • 7. Gramática Portuguesa 11/10/15 7 d) Transitivo direto e indireto: Verbo principal que seleciona um sujeito e dois complementos com função sintática de complemento direto e de complemento indireto ou oblíquo. EX: A Diana comprou um lindo carro àquele vendedor.  Verbo Auxiliar a) Verbo (ter, ser, haver e ir que se une a uma forma não finita ( infinitivo, particípio passado e gerúndio), construindo um complexo verbal. EX: Ele tem estado aqui  Verbo copulativo a) Verbo que ocorre na frase em que existe um constituinte com a função de sujeito e o outro com a função de predicativo de sujeito EX: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se 4. Advérbio a) De predicado: aqui, agora, suavemente, ali EX: A Inês mora aqui b) De frase: felizmente, provavelmente EX: Felizmente não perdi o relógio. c) Conetivo: porém, consequentemente, primeiro, seguidamente EX: Primeiro comprei um telemóvel a) De negação: não
  • 8. Gramática Portuguesa 11/10/15 8 EX: Não digas a ninguém o meu segredo b) De afirmação: sim EX: Sim, estou feliz! c) De quantidade e grau: muito, mais, do que EX: O rapaz é muito atrevido d) De inclusão e exclusão: só, apenas, somente EX: Apenas vinte pessoas foram á palestra e) Interrogativo: onde, quando, porquê EX: Quando é que tu foste ao apoio de português? f) Relativo: onde EX: Não vou onde ele estiver. 5. Interjeição
  • 9. Gramática Portuguesa 11/10/15 9 6. Locução abaixo de acima de acerca de a fim de além de a par de apesar de antes de depois de ao invés de diante de em fase de em vez de graças a junto a junto com junto de à custa de defronte de através de em via de de encontro a em frente de em frente a  Classes de Palavras Fechadas Definido EX: O 1. Determinante Indefinido EX: UM a) Demonstrativo EX: Este b) Relativo EX: Cujo
  • 10. Gramática Portuguesa 11/10/15 10 c) Interrogativo EX: Qual d) Possessivo EX: Meu e) Indefinido EX: Certo 2. Pronome a) Pessoais EX: EU b) Relativos EX: Que c) Demonstrativos EX: Isto d) Interrogativos EX: Quem e) Possessivos
  • 11. Gramática Portuguesa 11/10/15 11 EX: Nosso f) Indefinidos EX: Ninguém 3. Quantificador a) Numeral EX: Dois b) Universal EX: Todo c) Existencial EX: Alguns d) Interrogativo EX: Quantos e) Relativo EX: Quanto
  • 13. Gramática Portuguesa 11/10/15 13 5. Conjunção e Locução conjuncional
  • 14. Gramática Portuguesa 11/10/15 14 Funções sintáticas ao nível da frase: 1. Sujeito – elemento que controla a concordância, em pessoa e em número, relativamente ao núcleo. Pode ser: a. Simples – constituído apenas por um grupo nominal ou por uma frase. b. Composto – constituído por duas ou mais expressões nominais ou por duas ou mais frases. c. Nulo – não está realizado lexicalmente, sendo possível classificá-lo em: i. Subentendido – quando é possível identificar no contexto o referente para o qual remete o sufixo flexional. EX: «[Tu] Querias crescer depressa, aí tens.» ii. Indeterminado – quando o verbo se encontra na 3ª pessoa do plural ou do singular, acompanhado, neste último caso, do pronome pessoal se com valor impessoal, não sendo possível identificar o referente do sujeito nulo indeterminado, uma vez que não é definido nem específico. EX: «Disseram-me que ia chover.»; «Via-se bem que alguns deles faziam logo as contas.» iii. Expletivo – ocorre apenas com verbos impessoais. EX: «Havia já algumas pessoas à sombra dos toldos ou estendidos ao sol.» 2. Predicado – função sintática desempenhada pelo grupo verbal. 3. Modificador da frase – grupo preposicional (1) ou adverbial (2) que, ao contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase. EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.» (2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.» 4. Vocativo – constituinte (não obrigatório) que identifica o interlocutor, ocorrendo em frases imperativas (1), exclamativas (2) e interrogativas (3). EX: (1) «Fecha a porta, Pedro.»
  • 15. Gramática Portuguesa 11/10/15 15 (2) «Dói-me muito o peito, mãe! (3) «Quando tenho alta, senhor doutor?» Funções sintáticas internas ao grupo verbal: 1. Complementos – constituintes da frase selecionados pelo verbo: a. Complemento direto – grupo nominal (1) ou oração substantiva completiva (2) que pode ser substituído respetivamente pelo pronome pessoal de 3ª pessoa (o/a, os/as) e pelo pronome demonstrativo átono o. EX: (1) «Dois homens seguravam o porco.» → «Dois homens seguravam-no» (2) «Hão de jurar que não me conhecem.» → «Hão de jurá-lo.» b. Complemento indireto – grupo preposicional (geralmente introduzido pela preposição a) que pode ser substituído por um pronome pessoal de 3ª pessoa (lhe/lhes). EX: «Perguntem aí ao Gouveia.» → «Perguntem-lhe aí.» c. Complemento oblíquo – grupo adverbial (1) ou preposicional (2) que, ao contrário do complemento indireto, não pode ser substituído por um pronome pessoal (lhe/lhes). EX: (1) «Faz bem à alma.» →/ «Faz-lhe à alma.» (2) «Também me lembro do sopro do maçarico.» →/ «Também me lembro-lhe.» Exemplos de verbos que pedem complemento oblíquo: a) ir a, vir de, estar em, partir de (nome ou pronome precedido de preposição; advérbio); b) comunicar com, concordar com, discordar de, precisar de, necessitar de, troçar de, casar-se com, divorciar-se de, dispor-se a, arrepender-se de, interessar-se por (nome ou pronome precedido de preposição). d. Complemento agente da passiva – grupo preposicional (geralmente introduzido pela preposição por) que, na frase ativa correspondente, passa a grupo nominal com função de sujeito. EX: «Uma Câmara não é eleita pelo povo, é nomeada pelo Governo.» → «O povo não elege uma Câmara, o Governo nomeia-a.» 2. Predicativos:
  • 16. Gramática Portuguesa 11/10/15 16 a. Predicativo do sujeito – grupo nominal (1), adjetival (2), adverbial (3) ou proposicional (4) ou oração (5) selecionado por um verbo copulativo (estar, ficar, continuar, parecer, permanecer, revelar-se, ser, tornar-se…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao sujeito. EX: (1) «A mãe era uma criatura desagradável e azeda.» (2) «Garcia ficou aturdido.» (3) «Olhe que isto é preciso é que todos fiquem bem.» (4) «Caeiro era de estatura média.» (5) «Pensar é estar doente dos olhos.» b. Predicativo do complemento direto – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3), selecionado por um verbo transitivo predicativo (achar, chamar, considerar, eleger, julgar, nomear, tratar,…) que atribui uma propriedade ou uma localização (espacial ou temporal) ao complemento direto. EX: (1) « […] se o ministro fizer esse ladrão recebedor de comarca.» (2) «Todos a achavam simpática.» (3) «Todos o tinham por tolo.» 3. Modificador do grupo verbal – grupo preposicional (1), adverbial (2) ou oração subordinada (3) que, ao contrário dos complementos, não sendo selecionados pelo verbo, modificam-no, acrescentando informação suplementar. Caracterizam-se essencialmente pela sua grande mobilidade, podendo ocorrer em várias posições da frase. EX: (1) «O carrinho partiu, com Lourival, por entre a azinhaga.» (2) «O conselheiro enrolava vagarosamente o seu lenço de seda da Índia.» (3) «Não te posso dar minha filha, porque já não tenho filha.» Funções sintáticas internas ao grupo nominal: 1. Complemento do nome – grupo preposicional [oracional (1) ou não oracional (2)] ou, menos frequentemente, adjetival (3) que integra o grupo nominal, ocorrendo sempre à direita do nome que completa e sendo sempre de preenchimento opcional. EX: (1) «Tem curiosidade de saber como é esta pobre máquina por dentro […].»
  • 17. Gramática Portuguesa 11/10/15 17 (2) «Ter pena dele seria como ter pena dum plátano […].» (3) «A procura turística tem aumentado.» 2. Modificador do nome – função sintática que integra o grupo nominal, modificando-o através de informações suplementares. a. Restritivo – grupo preposicional (1), grupo adjetival (2) ou oração relativa restritiva (3) que modifica o nome, restringindo a sua referência. EX: (1) «Fechou a porta da cela atrás de si […].» (2) «De repente, a rapariga loira viu uma criança sair a correr.» (3) «Há palavras que fazem bater mais depressa o coração […].» b. Apositivo – grupo nominal (1), adjetival (2) ou preposicional (3) ou oração relativa explicativa (4) que, ao modificarem o nome, não limitam a sua referência. Na escrita, está sempre separado por vírgulas do nome que modifica e ocorre normalmente à direita do mesmo. EX: (1) «Alguma vez a sua Loló, magra e frenética criatura de olhos verdes, brincara nos jardins dos palacetes […]?» (2) «Que doença estranha, lenta mas tenaz, matava o Rei?» (3) «A velha tinha-se dado preparatoriamente um choro, de grande efeito em corações de viajante.» (4) «O rapaz, que chegou pelo lado de trás, abriu a cancela de madeira.» Funções sintáticas internam ao grupo adjetival: c. Complemento do adjetivo – grupo preposicional [não oracional (1) ou oracional (2)] que integra o grupo adjetival, ocorrendo sempre à sua direita. Não é de preenchimento obrigatório. EX: (1) «E será o pai feliz com o meu sacrifício?» (2) «Sou fácil de definir.» d. Modificador do adjetivo – grupo adverbial que integra o grupo adjetival, correspondendo a um advérbio colocado à esquerda do adjetivo. EX: «verão como o elefante se enfrenta com os mais furiosos ventos contrários.»
  • 19. Gramática Portuguesa 11/10/15 19 Lexicologia Léxico e vocabulário 1. Neologismo: Palavra cujo significante ou cuja relação significante – significado era inexistente num estádio de língua anterior ao da sua atestação. 2. Arcaísmo: Palavra ou construção cujo uso é considerado antiquado pela comunidade linguística. Semântica Lexical- Relações Semânticas entre as palavras 1. Polissemia: Propriedade semântica característica das palavras ou dos constituintes morfológicos que possuem mais do que um significado. EX. Dar á luz Acender a luz  Relações parte/todo 1. Holonímia: Entre duas palavras pode estabelecer-se uma relação de significado, em que uma remete para um todo – a palavra holónima – e a outra é considerada parte daquela – a palavra merónima. EX: Holónima- corpo Merónima- braço, coxa  Relações de Hierarquia
  • 20. Gramática Portuguesa 11/10/15 20 1. Hiperónimos- Árvore Flor 2. Hipónimos - Laranjeira Margarida Processos irregulares de formação de palavras 1. Empréstimo: Processo de transferência de uma palavra de uma língua para outra EX: croissant 2. Sigla: Palavra formada através da redução de um grupo de palavras ás suas iniciais, as quais são pronunciadas de acordo com a designação de cada letra. EX: RTP, EDP 3. Acrónimo: Palavra formada através da junção de letras pu sílabas inicias de um grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só. EX: ONU (Organização das Nações Unidas), BES ( Banco Espírito Santo) 4. Amálgama: Processo que consiste na criação de uma palavra a partir da junção de partes de duas ou mais palavras EX: Informática (informação + automática), Cibernautica (cibernética+ astronauta) 5. Extensão semântica: Processo através do qual uma palavra existente adquireum novo significado EX: portal (portão) Portal (internet)
  • 22. Gramática Portuguesa 11/10/15 22 Atos Ilocutórios: É possível classificar os atos ilocutórios com base nas intenções comunicativas (objetivo ilocutório) e na função que assumem no contexto da sua enunciação (força ilocutória). Dois enunciados podem ter o mesmo objetivo ilocutório mas forças ilocutórias distintas. Por exemplo, uma ordem e um pedido têm o mesmo objetivo ilocutório (levar alguém a agir), no entanto as suas forças ilocutórias são diferentes, já que o primeiro tem a força ilocutória de uma ordem e o segundo a de um pedido. Tipo Objetivo ilocutório Atos ilocutórios assertivos Descrever um determinado estado de coisas e exprimir a crença na verdade do seu enunciado (1). Atos ilocutórios diretivos Levar o interlocutor* a praticar uma ação futura, que pode ser de natureza verbal [ato ilocutório diretivo de resposta verbal: perguntas (2)] ou não verbal [ato ilocutório diretivo de resposta não verbal (3)]. Atos ilocutórios compromissivos Comprometer o locutor*1 relativamente à prática de uma ação futura (4). Atos ilocutórios expressivos Exprimir o estado psicológico do locutor relativamente ao conteúdo do seu enunciado, sendo necessário que este seja sincero naquilo que exprime. Podem ser realizados utilizando verbos como agradecer (5) ou lamentar (6); frases e expressões exclamativas com adjetivos valorativos (7) ou ainda frases exclamativas com verbos de valor afetivo como adorar (8), gostar, odiar, etc. Atos ilocutórios declarativos Ciar uma nova realidade, capacidade que lhe advém do seu estatuto institucional (9). * → a quem a frase se dirige * → quem anuncia a frase EX: (1) «Não percebo esta matéria.» (2) «O que pensas deste filme?» (3) «Conduz mais devagar!» (4) «Prometo que estarei lá.» (5) «Obrigada pela folha» (6) «Lamento o atraso.» (7) «Boa noite!» (8) «Adoro viajar!» (9) «Declaro-vos marido e mulher
  • 23. Gramática Portuguesa 11/10/15 23 Marcadores Discursivos 1. Os marcadores discursivos são unidades linguísticas invariáveis que permitem estabelecer conexões entre enunciados, de modo a construir um discurso coeso e coerente. Designação Função Marcadores discursivos Estruturação da informação ordenar a informação por um lado, por outro lado, em primeiro lugar, após, antes, depois, em seguida, seguidamente, até que, por último, para concluir… Reformuladores reformular o discurso, explicando-o ou retificando-o ou seja, isto é, quer dizer, por outras palavras, quer dizer, ou melhor, dizendo melhor, ou antes, como se pode ver, é o caso de, como vimos, quer isto dizer, significa isto que, não se pense que, pelo que referi anteriormente Operadores discursivos reforçar e concretizar ideias de facto, na verdade, na realidade, com efeito, por exemplo, efetivamente, note-se que, atente- se em, repare-se, veja-se, mais concretamente, é evidente que, a meu ver, estou em crer que, em nosso entender, certamente, decerto, com toda a certeza, naturalmente, evidentemente, com isto (não), pretendemos, por outras palavras, ou melhor, ou seja, em resumo, em suma Marcadores conversacionais ou fáticos gerir a relação entre os interlocutores ouve, olha, presta atenção
  • 24. Gramática Portuguesa 11/10/15 24 Conetores discursivos 1. Os conetores ou articuladores têm como função articular, conectar, ligar grupos de palavras; unir frases simples, formando frases complexas; estabelecer nexos lógicos entre períodos e parágrafos, de modo a construir textos coesos e coerentes. Designação Função Articuladores / Conetores do discurso Aditivos agrupar, adicionar ideias, segmentos, sequências, informação e, nem (negativa), bem como, não só… mas também, além disso, mais ainda, igualmente, ainda Alternativos / Exclusão apresentar opções, alternativas ou, ou… ou, ora… ora, seja… seja, alternativamente, em alternativa, opcionalmente Contrastivos indicar uma oposição, um contraste mas, porém, todavia, contudo, no entanto, contrariamente, pelo contrário Concessivos negar o efeito, a conclusão exprimir uma concessão embora, ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de, malgrado, não obstante, mesmo assim, ainda assim Temporais exprimir relações de tempo entre os segmentos do texto / discurso quando, mal, assim que, logo que, enquanto, entretanto, depois que, desde que, antes de, mais tarde, ao mesmo tempo Finais traduzir o fim, a intenção, o objetivo para (que), a fim de, a fim de que, de modo / forma a, com o objetivo de Comparativos exprimir uma comparação como, tal como, assim como, bem como, também, mais / menos do que Causais exprimir a causa, a razão porque, visto que, dado que, como, uma vez que, já que Condicionais introduzir hipóteses ou condições se, caso, desde que, a não ser que, contanto que Consecutivos exprimir a ideia de consequência, resultado, efeito por isso, daí que, de tal forma… que, tanto… que, tal… que, tão… que Conclusivas expressar uma conclusão, uma inferência (dedução lógica a partir do já exposto) portanto, assim, logo, por conseguinte, concluindo, para concluir, em conclusão, em consequência, daí, então, deste modo, por isso, por este motivo Completivos completar o sentido do núcleo do grupo verbal que, se, para Confirmativos ou exemplificativos documentar exemplificar por exemplo, a ilustrar, documentando, exemplificando
  • 25. Gramática Portuguesa 11/10/15 25 Figuras de Estilo  A nível fónico: 1. Aliteração – repetição de sons consonânticos em sílabas próximas. (O vento vago voltou); 2. Assonância – repetição intencional dos mesmos sons vocálicos (À tona de águas paradas);  A nível sintático: 1. Anáfora – repetição de uma ou mais palavras no início de uma frase, de um membro de frase ou de um verbo (nem rei nem lei, nem paz nem guerra); 2. Anástrofe – alteração da ordem direta da frase devido à anteposição de um complemento ou à deslocação de uma palavra (Às horas em que um frio vento passa); 3. Assíndeto – supressão da partícula de ligação (Grécia, Roma, cristandade, Europa); 4. Enumeração – acumulação ou inventariação de elementos da mesma natureza (Mas o melhor do são as crianças/flores, música, o luar e o sol); 5. Hipérbato – transposição da ordem normal das palavras de uma oração, donde resulta a separação dos elementos constituintes de um sintagma (Súbdita a frase o busca); 6. Paralelismo de construção – repetição da estrutura frásica para memorizar ou destacar ideias (Três vezes do leme as mãos ergueu,/Três vezes ao leme as reprendeu); 7. Polissíndeto – repetição do elemento de ligação entre frases ou palavras (E com as mãos e os pés/ E com o nariz e a boca).  A nível interpretativo: 1. Antítese – apresentação de dois conceitos opostos (Julguei que isto era o fim e afinal é o princípio); 2. Antonomásia – substituição de um nome próprio por uma palavra ou expressão que o designem de modo inconfundível (Cessem do sábio grego e do Troiano); 3. Apóstrofe/invocação – interpelação, chamamento de alguém ou de algo personificado (Ó céu! Ó campo! Ó canção!); 4. Comparação – relação de semelhança entre duas ideias usando uma partícula comparativa ou verbos como «parecer», «assemelhar-se» (O meu olhar é nítido como um girassol);
  • 26. Gramática Portuguesa 11/10/15 26 5. Disfemismo – apresentação, de forma violenta, de uma ideia que pode ser expressa de forma suave (Cheiro que não ofende estes narizes, habituados, que estão ao churrasco do auto de fé); 6. Eufemismo – expressão, de uma ideia chocante, de uma forma suave (quando a fogueira se apagar tens de te ir embora [= morrer]); 7. Gradação – encadeamento, disposição de palavras/ideias segundo uma ordem crescente ou decrescente (Sagaz consumidora conhecida/de fazendas, de Reinos e de Impérios); 8. Hipérbole – exagero da realidade (corre um rio sem fim); 9. Hipálage – transferência de uma impressão causada por um ser para outro ser, ao qual logicamente não pertence, mas que se encontra relacionado com o primeiro. (No plaino abandonado.) 10. Interrogação – pergunta retórica que não pretende obter resposta, mas enfatizar a questão (Quem vem viver a verdade/Que morrer D. Sebastião?); 11. Ironia – afirmação que pretende sugerir ou insinuar o contrário; 12. Metáfora – comparação de dois conceitos sem utilização da partícula comparativa (Numa onda de alegria); 13. Metonímia – utilização de um vocábulo em vez de outro, com o qual tem uma relação de contiguidade (o continente pelo conteúdo; o autor pela obra, por exemplo: Estou a estudar Camões); 14. Oximoro – expressão que inclui contradição (São coisas vestindo nadas); 15. Perífrase – utilização de muitas palavras para dizer o que pode ser expresso por poucas (Pelo neto gentil do velho Atlante [= Mercúrio]); 16. Personificação – atribuição de qualidades ou de comportamentos humanos a seres inanimados ou a animais (Quando uma nuvem passa a mão por cima da luz); 17. Pleonasmo – repetição da mesma ideia (Vi, claramente visto, o lume vivo); 18. Sinédoque – expressão do todo pela parte ou da parte pelo todo, do singular pelo plural, do plural pelo singular, do género pelo indivíduo (Vós, ó novo temor da maura lança [= exército mouro]); 19. Sinestesia – expressão simultânea de sensações diferentes (Brancura quente da calçada).