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Os movimentos urbanos
         O movimento operário




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3º ANO “A”




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Foto de bonde tombado na praça da República, no Rio de
Janeiro, em 1904, por populares em manifestação contra a
revolta da Vacina.


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1. Os movimentos urbanos
   A aceleração do desenvolvimento industrial foi
 acompanhada pelo processo de crescimento das
 cidades, principalmente no Sul e Sudeste. A população
 carioca quase triplicou entre 1900 e 1920, chegando a
 mais de 1,4 milhão de habitantes. São Paulo passou de 40
 mil para 889 mil e Porto Alegre de 74 mil para 256 mil
 habitantes no mesmo período. Belém, Recife e Salvador
 também apresentaram crescimento expressivo.



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As cidades brasileiras possuíam uma composição
 social bastante diversificada, com operários, burguesia
 industrial, mercantil e financeira, camadas médias
 (professores, médicos, advogados, engenheiros),
 funcionários públicos, intelectuais, setores populares e
 segmentos marginalizados, como os moradores de rua.
    A modernização difundida entre o fim do século XIX
 e início do século XX nos grandes centros urbanos
 não contemplou todas as regiões e camadas sociais da
 mesma maneira.



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Ao contrário, muitos indivíduos pobres viram-se
 desalojados de suas habitações, pressionados pelo
 desemprego, pelas péssimas condições de vida e pelos
 baixos salários. Foi nesse contexto que parte da
 população urbana menos privilegiada demonstrou sua
 insatisfação por meio dos movimentos sociais que
 ocorreram durante a Primeira República.




11:32                                                   6
Em 1890, São Paulo tinha
65 mil habitantes e era a
quinta cidade do Brasil
(atrás do Rio, Salvador,
Recife e Belém). Dez anos
depois, já tinha 240 mil
habitantes e era segunda
cidade do país (a maior
continuava sendo o Rio de
Janeiro, com 690 mil). A
riqueza do café tinha
atraído muitos imigrantes
para a capital paulista
(50% dos que vieram para
o Brasil).

 11:32                      7
Os diversos movimentos que marcaram o período da
 República Oligárquica podem ser interpretados como
 respostas populares à exclusão sociopolítica a que estava
 submetida a maioria da população pelo regime elitista e
 antidemocrático então vigente no país. Recorrendo aos
 meios diversos, a população marcava oposição às
 arbitrariedades governamentais e às estruturas de
 privilégios e de dominação.
    Tais revoltas, no entanto, não propunham uma
 completa reformulação do Estado ou uma revolução
 social. Pretendiam resolver, sobretudo, as dificuldades
 imediatas da população mais pobre. Acabaram assim,
 invariavelmente, vencidas pelos poderosos de então, que
 faziam uso da força policial ou militar para garantir a
 ordem instituída.
11:32                                                        8
1.1 A Revolta da Vacina (1904)
    A exaltação da modernidade, inspirada nas ideias
 gerais do positivismo, fazia enorme sucesso entre as
 elites brasileiras. Uma das consequências deste novo
 modo de pensar foi o prestígio que os médicos e
 engenheiros (os científicos) ganharam junto aos
 governantes, papel que até então era quase privilégio dos
 advogados. Pois foram esses ideais que levaram o
 prefeito do Rio a iniciar a reforma urbana na capital da
 República, baseada no que havia sido feito em Paris, a
 referência de progresso e bom gosto para as classes
 abastadas brasileiras.

11:32                                                    9
Durante o governo de Rodrigues Alves (1902-1906), o
 saneamento e a modernização do Rio de Janeiro
 tornaram-se prioridades. Nessa época, os serviços
 públicos urbanos eram muitos precários. A falta de
 tratamento de água e esgoto, principalmente nos
 arredores das cidades e nos cortiços, agrava a falta de
 higiene. Tais condições contribuíram para a
 disseminação de doenças e epidemias – sarampo, febre
 tifoide, tuberculose, varíola – que vitimavam milhares de
 pessoas.
    As benfeitorias eram necessárias até mesmo para
 melhorar a imagem da capital federal no exterior. Para
 efetivá-las, o presidente recorreu a empréstimos
 estrangeiros.

11:32                                                    10
O prefeito do Rio, Pereira Passos, mandou derrubar
 casebres e cortiços para abrir avenidas, expulsando
 parte da população, que se mudou para os morros. O
 centro velho foi demolido para a abertura da avenida
 central (hoje, Avenida Rio Branco), onde ficaria o teatro
 da ópera, o museu de belas-artes, a biblioteca nacional,
 as sedes das empresas, as lojas e os cafés elegantes. O
 problema é que, em nome da “saúde pública e social”, os
 funcionários do governo não tinham dó em subir o
 morro da favela (onde moravam os mais pobres) e
 derrubar os barracos. Em nome da modernidade,
 cortiços do centro e barracos do morro derrubados.


11:32                                                    11
O combate as epidemias foi entregue ao médico
 sanitarista Oswaldo Cruz, que passou a implementar
 uma série de medidas de higiene pública com o objetivo
 de combater a febre amarela, a peste bubônica e a
 varíola. Os mata-mosquitos, homens encarregados de
 eliminar os vetores das principais doenças – ratos e
 mosquitos -, tinham autorização para invadir as
 residências, fato que desagradava a população em geral,
 que consideravam esse ato uma grave violação dos
 costumes.




11:32                                                  12
Praças, cemitérios e canais de drenagem foram
 reformados, proibiu-se a circulação de mendigos e
 animais e foram instituídas visitas domiciliares de
 agentes sanitaristas para remover tudo que fosse
 considerado prejudicial à higiene. A população se
 revoltava com as vistorias nas casas feitas sem nenhum
 esclarecimento. A tensão social cresceu.




11:32                                                 13
Charge de 1904 satirizando
o Dr. Oswaldo Cruz. Repare
que na mão esquerda ele
segura uma enorme seringa
e do lado direito há uma
ratazana que o ignora.




11:32                        14
No Congresso e na imprensa surgiram manifestações
 contrárias ao “despotismo sanitário” de Oswaldo Cruz. E
 em 1904, a aprovação do projeto de vacinação
 obrigatória contra a varíola para os brasileiros com
 mais de seis meses de idade acendeu o estopim da
 revolta popular, que culminou em novembro com a
 Revolta da Vacina.
    Naquela época nem os intelectuais sabiam direito o
 que era uma vacina (a explicação científica, devido a
 Pasteur, era relativamente recente). Os positivistas
 ortodoxos (que seguiam, ao pé da letra, Comte e os
 discípulos), por exemplo, negavam-se a acreditar que a
 vacina atacasse micróbios. Havia liberais que afirmavam
 que o Estado não tinha o direito de impor a vacinação. O
 governo não se importou em esclarecer.
11:32                                                   15
Os governantes eram donos da verdade científica e
 isso bastava. Agora, ponha-se no lugar do pai que vê seu
 filho ter o braço perfurado por uma agulha de um
 homem do governo. Um governo que nunca se mostrou
 muito preocupado com os pobres. Você deixaria? Em
 seguida, espalhou-se que o local da aplicação seria a
 virilha. Boato falso, mas que teve efeito porque as
 pessoas acreditaram nele. E não aceitavam que os
 homens do governo apalpassem um local tão íntimo do
 corpo! Afirmavam também que era falta de respeito
 obrigar as mulheres a descobrirem o braço para serem
 vacinadas.


11:32                                                   16
Resultado: no dia marcado, quase ninguém se
 apresentou para ser vacinado. Qual foi atitude das
 autoridades? Em vez de fazer uma campanha de
 esclarecimento, avisou que a vacina seria
 obrigatória. Quem não se deixasse espetar poderia ir
 pra cadeia. A resposta popular foi a rebelião. Trilhos de
 bondes foram arrancados e as ruas do Rio de Janeiro
 ocupadas pelo povo, protegido por barricadas. Alguns
 líderes populares eram famosos capoeiristas. Os
 militares florianistas e os positivistas aproveitaram para
 atacar o presidente Rodrigues Alves. A Escola Militar
 aderiu aos protestos.


11:32                                                     17
A repressão agiu com eficácia. O Exército matou
 gente do mesmo jeito como se matam mosquitos.
 Numa entrevista ao jornal da época, um dos
 participantes esclareceu a ampla dimensão política da
 revolta: “[Era para] não andarem dizendo que o povo é
 carneiro. De vez em quando é bom a negrada mostrar
 que sabe morrer como homem! [O mais importante era]
 mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do
 povo”.
    Durante mais de uma semana a população enfrentou a
 polícia nas ruas, organizando barricadas, lutas corporais
 e quebradeiras. Depois de retomar o controle da cidade,
 o governo prendeu mais de mil pessoas e as deportou
 para o território do Acre.

11:32                                                    18
Para a mentalidade positivista, os problemas da
 cidade deveriam ser resolvidos de maneira “científica”:
 com engenheiros (abrindo ruas) e médicos (vacinando).
 Os que “sabem” resolvem por conta própria, e os pobres
 se revoltaram porque eram “ignorantes”, concluíram os
 sociólogos positivistas.
    Na verdade, não era somente contra a vacina que a
 população se rebelava. Ela se manifestava contrária a
 toda conjuntura de dificuldades econômicas,
 desemprego e falta de segurança. A remodelação e o
 saneamento da cidade foi, ainda, outro complicador. A
 obrigatoriedade da vacina serviu, assim, como
 pretexto    para      a  população   expressar     seu
 descontentamento com as ações do governo.

11:32                                                  19
A vacina simbolizava o autoritarismo da República,
 feria os princípios morais e ideológicos, atingia a
 soberania individual. Por isso, foi amplamente
 rechaçada como atitude autoritária dos representantes
 do poder político.
    As autoridades, por sua vez, não explicaram
 claramente a necessidade da vacina.




11:32                                                20
As charges publicadas
nos jornais, revistas e
almanaques do início
do século retratavam
com humor e ironia a
situação    social    e
política da nação nas
primeiras décadas da
República.
Essa, por exemplo, retrata os distúrbios no largo do
Rocio, no Rio de Janeiro, durante a Revolta da Vacina. À
esquerda, Zé Povo resiste à vacinação obrigatória, por
Oswaldo Cruz, o ministro da Justiça, J. J. Sealma, o chefe da
polícia, Cardoso de Castro, e o presidente da
República, Rodrigues Alves.
 11:32                                                    21
1.2 A Revolta da Chibata (1910)
     No início do século XX, os marinheiros de baixa patente
 levavam uma vida de parcos salários, exaustiva jornada de
 trabalho e castigos corporais por desobediência ao
 regulamento da Marinha – uma penalidade abolida desde a
 proclamação da República, mas que, na prática, continuava a
 vigorar na frota de guerra brasileira: “Para as faltas leves,
 prisão e ferro na solitária, a pão e água; faltas leves repetidas,
 idem por seis dias; faltas graves, 25 chibatadas”. A ordem de
 punição vinha de oficiais, que eram brancos, geralmente
 filhos de fazendeiros. Era como se, simbolicamente, a
 escravidão no Brasil ainda existisse num único lugar: na
 Marinha de Guerra!

11:32                                                             22
Os marinheiros eram na maioria negros e mestiços,
 geralmente recrutados à força e pressionados pela
 família a ingressar nas Forças Armadas.
    O governo resolveu então modernizar a marinha. Nós
 já vimos que, para a mentalidade positivista dominante,
 modernizar não significa modificar as relações políticas
 (isso seria a “desordem”). Modernizar, para eles, era
 comprar navios de guerras novos da Inglaterra, da mais
 alta tecnologia que a ciência poderia oferecer. E manter,
 no Brasil, os castigos corporais... Mas os navios
 sofisticados exigiam que os oficiais e até os marinheiros
 recebessem treinamento especial.


11:32                                                    23
Alguns marinheiros eram enviados para a Inglaterra
 para receber instruções. Foi então que eles tomaram
 contato com o movimento sindical europeu.
 Descobriram que na Inglaterra, os operários sabiam que
 o principal direito era o direito de lutar por seus direitos.
 A marinha inglesa lembrava que os castigos corporais
 tinham terminado desde o motim no navio Bounty,
 ainda no século XVIII. Quando os cruzadores chegaram
 na Baía de Guanabara, sua tripulação não estava mais
 disposta a aceitar humilhações.
    O estopim foi um castigo físico (250 chicotadas
 diante da tripulação e ao som de tambores) dado ao
 marujo Marcelino Rodrigues Menezes, no dia 22 de
 novembro de 1910, por ter ferido um cabo com uma
 navalha.
11:32                                                        24
Em 1910, os marinheiros dos encouraçados Minas
 Gerais e São Paulo revoltaram-se no Rio de Janeiro,
 chefiados pelo gaúcho João Cândido Felisberto,
 apelidado Almirante Negro, e reivindicavam o fim dos
 castigos corporais, folgas semanais e melhores
 salários. Os rebeldes enviaram um telegrama ao
 presidente da República, Hermes da Fonseca (1910-1914),
 comunicando a decisão de bombardear a cidade do Rio
 de Janeiro caso não fossem atendidas suas solicitações.




11:32                                                  25
“Nós queríamos combater os maus-tratos, a má
    alimentação na Marinha. E acabar definitivamente
    com a chibata, o causo era só esse.” (João Cândido, o
    Almirante Negro)
11:32                                                       26
O presidente estava no teatro, deliciando-se com a
 ópera Tannhäuser, de Richard Wagner, quando recebeu
 a notícia de que os marinheiros haviam tomado conta
 dos navios e expulsado os oficiais para terra. E que
 faziam exigências às autoridades. Para o espanto das
 elites, os marinheiros, liderados pelo semianalfabeto
 João Cândido, o Almirante Negro manobrava
 espetacularmente os navios. Falavam sério. Cada
 encouraçado levava cerca de mil tripulantes e estava
 carregado com uma artilharia capaz de varrer o Rio de
 Janeiro do mapa. A histeria tomou conta da cidade. Uma
 multidão de famílias dos bairros elegantes fugiu para
 Petrópolis. No Senado, o opositor Rui Barbosa lembrava
 que o governo não tinha capacidade de reprimir a revolta
 (e não tinha mesmo), então deveria negociar.
11:32                                                   27
Grupo de marinheiros que tomou parte da Revolta da
    Chibata, no Cruzador Barroso, 1910.
11:32                                                    28
A revolta recebeu o apoio de deputados de oposição,
 que pressionaram o governo federal a ceder às exigências
 dos marinheiros. De mão atadas, o governo teve de se
 curvar. Principalmente, porque os operários começaram
 a entrar em greve de solidariedade aos amotinados. Os
 marinheiros passaram a receber um soldo pouquinho
 melhor e o trabalho duro foi aliviado. O Congresso
 votou o fim dos castigos corporais na Marinha e
 anistiou os participantes da revolta.




11:32                                                   29
Entretanto, o decreto de anistia foi descumprido e o
 governo passou a perseguir e prender os marujos. Na calada,
 esperaram tudo voltar ao normal e pegaram os marinheiros
 desprevenidos e desarmados. Uma suposta revolta também
 integrada por marinheiros na Ilha das Cobras foi o fato
 culminante para a perseguição e prisão dos rebeldes.
    O governo ordenou que o Exército atacasse a ilha e
 derrotasse seus opositores. Dezesseis marinheiros morreram
 na cela subterrânea do presídio. Os poucos sobreviventes
 foram deportados para a Amazônia, para trabalhos forçados
 nos seringais. Nove foram fuzilados durante a viagem. O
 Almirante Negro foi julgado em 1912 e inocentado. Trabalhou
 na marinha mercante, mas foi perseguido e terminou os dias
 como pescador em 1969. Morreu, quase esquecido, em São
 João de Meriti, cidade pobre da baixada fluminense (RJ). Em
 1912 todos os revoltosos foram absolvidos.
11:32                                                      30
Charge      de       Loureiro
 publicada em O Malho, 1910.
 Revolta da Chibata: diante da
 ameaça de bombardeio do
 Rio de Janeiro, o governo
 concedeu      anistia     aos
 revoltosos, mas retrocedeu
 posteriormente.




11:32                            31
João Cândido, o Almirante Negro




11:32                                     32
2. O movimento operário
   A Constituição de 1891 pouco se preocupava com
 questões sociais. Por isso, as relações de trabalho nas
 cidades eram definidas pela emergente burguesia
 industrial, mercantil e financeira. O operariado
 brasileiro foi formado basicamente pelos imigrantes,
 somados a trabalhadores provenientes de regiões mais
 pobres do Brasil.




11:32                                                  33
11:32   34
Entre     1894    e   1903,
entraram no Brasil mais de
1 milhão e 500 mil
imigrantes. Em algumas
cidades, como São Paulo, a
população estrangeira era
maior do que a de
brasileiros. Na imagem,
fotografia do passaporte de
uma família de imigrantes
italianos.



 11:32                        35
Os italianos constituíram a maioria dos imigrantes.
        Os portugueses e espanhóis chegaram em grande
        quantidade após 1905.

11:32                                                         36
Era o patrão que determinava as relações de
 trabalho, como quantas horas o operário deveria
 trabalhar. Desse modo, as jornadas de trabalho das
 mulheres e crianças era frequente, inclusive à noite.
 Havia até crianças de 5 anos de idade trabalhando nas
 fábricas. Muitas das crianças acabavam com membros
 mutilados pelas máquinas e, assim como os demais
 trabalhadores, não tinham direito a tratamento
 médico, seguro por acidente de trabalho, etc.




11:32                                                37
Cena comum na República Velha:
           criança operária




11:32                                38
Num primeiro momento, surgiram as ligas operárias e
 as    sociedades      de     resistência.    De    modo
 geral, reivindicavam melhores salários, menor
 jornada de trabalho, assistência ao trabalhador
 doente ou acidentado e regulamentação do
 trabalho feminino e infantil. Logo em seguida
 começaram a ser organizados sindicatos, primeiro por
 ofício e depois por uma mesma atividade
 econômica, que atuaram por meio de greves e
 manifestações        de     caráter       acentuadamente
 reivindicatório. À frente dessas mobilizações, militantes
 anarquistas e socialistas desenvolviam um importante
 trabalho de conscientização política.

11:32                                                    39
Fotografia dos operários da
fábrica de tecidos Bangu,
no Rio de Janeiro. Até o
início do século XX, o Rio
de Janeiro era o principal
centro industrial do país.
Nas décadas seguintes
seria ultrapassado por São
Paulo.




 11:32                        40
A maior greve desse período realizou-se em julho
 de 1917, em São Paulo. Começou numa tecelagem e
 estendeu-se por todo o estado. Durante três dias, o
 Comitê de Defesa Proletária, que liderava a greve,
 dominou São Paulo. A principal reivindicação era o
 aumento de salários. Os patrões perceberam que não
 tinha saída a não ser atender à reivindicação operária.
 Concederam 20% de aumento e a greve acabou.




11:32                                                  41
A imprensa era o principal
veículo de divulgação ideais
operários,    trazidos    da
Europa sobretudo pelos
imigrantes italianos. Vários
intelectuais da época, como
Euclides da Cunha e Lima
Barreto, escreviam nos
jornais e revistas dos
trabalhadores.




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Os movimentos urbanos da Primeira República

  • 1. Os movimentos urbanos O movimento operário 11:32 1
  • 3. Foto de bonde tombado na praça da República, no Rio de Janeiro, em 1904, por populares em manifestação contra a revolta da Vacina. 11:32 3
  • 4. 1. Os movimentos urbanos A aceleração do desenvolvimento industrial foi acompanhada pelo processo de crescimento das cidades, principalmente no Sul e Sudeste. A população carioca quase triplicou entre 1900 e 1920, chegando a mais de 1,4 milhão de habitantes. São Paulo passou de 40 mil para 889 mil e Porto Alegre de 74 mil para 256 mil habitantes no mesmo período. Belém, Recife e Salvador também apresentaram crescimento expressivo. 11:32 4
  • 5. As cidades brasileiras possuíam uma composição social bastante diversificada, com operários, burguesia industrial, mercantil e financeira, camadas médias (professores, médicos, advogados, engenheiros), funcionários públicos, intelectuais, setores populares e segmentos marginalizados, como os moradores de rua. A modernização difundida entre o fim do século XIX e início do século XX nos grandes centros urbanos não contemplou todas as regiões e camadas sociais da mesma maneira. 11:32 5
  • 6. Ao contrário, muitos indivíduos pobres viram-se desalojados de suas habitações, pressionados pelo desemprego, pelas péssimas condições de vida e pelos baixos salários. Foi nesse contexto que parte da população urbana menos privilegiada demonstrou sua insatisfação por meio dos movimentos sociais que ocorreram durante a Primeira República. 11:32 6
  • 7. Em 1890, São Paulo tinha 65 mil habitantes e era a quinta cidade do Brasil (atrás do Rio, Salvador, Recife e Belém). Dez anos depois, já tinha 240 mil habitantes e era segunda cidade do país (a maior continuava sendo o Rio de Janeiro, com 690 mil). A riqueza do café tinha atraído muitos imigrantes para a capital paulista (50% dos que vieram para o Brasil). 11:32 7
  • 8. Os diversos movimentos que marcaram o período da República Oligárquica podem ser interpretados como respostas populares à exclusão sociopolítica a que estava submetida a maioria da população pelo regime elitista e antidemocrático então vigente no país. Recorrendo aos meios diversos, a população marcava oposição às arbitrariedades governamentais e às estruturas de privilégios e de dominação. Tais revoltas, no entanto, não propunham uma completa reformulação do Estado ou uma revolução social. Pretendiam resolver, sobretudo, as dificuldades imediatas da população mais pobre. Acabaram assim, invariavelmente, vencidas pelos poderosos de então, que faziam uso da força policial ou militar para garantir a ordem instituída. 11:32 8
  • 9. 1.1 A Revolta da Vacina (1904) A exaltação da modernidade, inspirada nas ideias gerais do positivismo, fazia enorme sucesso entre as elites brasileiras. Uma das consequências deste novo modo de pensar foi o prestígio que os médicos e engenheiros (os científicos) ganharam junto aos governantes, papel que até então era quase privilégio dos advogados. Pois foram esses ideais que levaram o prefeito do Rio a iniciar a reforma urbana na capital da República, baseada no que havia sido feito em Paris, a referência de progresso e bom gosto para as classes abastadas brasileiras. 11:32 9
  • 10. Durante o governo de Rodrigues Alves (1902-1906), o saneamento e a modernização do Rio de Janeiro tornaram-se prioridades. Nessa época, os serviços públicos urbanos eram muitos precários. A falta de tratamento de água e esgoto, principalmente nos arredores das cidades e nos cortiços, agrava a falta de higiene. Tais condições contribuíram para a disseminação de doenças e epidemias – sarampo, febre tifoide, tuberculose, varíola – que vitimavam milhares de pessoas. As benfeitorias eram necessárias até mesmo para melhorar a imagem da capital federal no exterior. Para efetivá-las, o presidente recorreu a empréstimos estrangeiros. 11:32 10
  • 11. O prefeito do Rio, Pereira Passos, mandou derrubar casebres e cortiços para abrir avenidas, expulsando parte da população, que se mudou para os morros. O centro velho foi demolido para a abertura da avenida central (hoje, Avenida Rio Branco), onde ficaria o teatro da ópera, o museu de belas-artes, a biblioteca nacional, as sedes das empresas, as lojas e os cafés elegantes. O problema é que, em nome da “saúde pública e social”, os funcionários do governo não tinham dó em subir o morro da favela (onde moravam os mais pobres) e derrubar os barracos. Em nome da modernidade, cortiços do centro e barracos do morro derrubados. 11:32 11
  • 12. O combate as epidemias foi entregue ao médico sanitarista Oswaldo Cruz, que passou a implementar uma série de medidas de higiene pública com o objetivo de combater a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Os mata-mosquitos, homens encarregados de eliminar os vetores das principais doenças – ratos e mosquitos -, tinham autorização para invadir as residências, fato que desagradava a população em geral, que consideravam esse ato uma grave violação dos costumes. 11:32 12
  • 13. Praças, cemitérios e canais de drenagem foram reformados, proibiu-se a circulação de mendigos e animais e foram instituídas visitas domiciliares de agentes sanitaristas para remover tudo que fosse considerado prejudicial à higiene. A população se revoltava com as vistorias nas casas feitas sem nenhum esclarecimento. A tensão social cresceu. 11:32 13
  • 14. Charge de 1904 satirizando o Dr. Oswaldo Cruz. Repare que na mão esquerda ele segura uma enorme seringa e do lado direito há uma ratazana que o ignora. 11:32 14
  • 15. No Congresso e na imprensa surgiram manifestações contrárias ao “despotismo sanitário” de Oswaldo Cruz. E em 1904, a aprovação do projeto de vacinação obrigatória contra a varíola para os brasileiros com mais de seis meses de idade acendeu o estopim da revolta popular, que culminou em novembro com a Revolta da Vacina. Naquela época nem os intelectuais sabiam direito o que era uma vacina (a explicação científica, devido a Pasteur, era relativamente recente). Os positivistas ortodoxos (que seguiam, ao pé da letra, Comte e os discípulos), por exemplo, negavam-se a acreditar que a vacina atacasse micróbios. Havia liberais que afirmavam que o Estado não tinha o direito de impor a vacinação. O governo não se importou em esclarecer. 11:32 15
  • 16. Os governantes eram donos da verdade científica e isso bastava. Agora, ponha-se no lugar do pai que vê seu filho ter o braço perfurado por uma agulha de um homem do governo. Um governo que nunca se mostrou muito preocupado com os pobres. Você deixaria? Em seguida, espalhou-se que o local da aplicação seria a virilha. Boato falso, mas que teve efeito porque as pessoas acreditaram nele. E não aceitavam que os homens do governo apalpassem um local tão íntimo do corpo! Afirmavam também que era falta de respeito obrigar as mulheres a descobrirem o braço para serem vacinadas. 11:32 16
  • 17. Resultado: no dia marcado, quase ninguém se apresentou para ser vacinado. Qual foi atitude das autoridades? Em vez de fazer uma campanha de esclarecimento, avisou que a vacina seria obrigatória. Quem não se deixasse espetar poderia ir pra cadeia. A resposta popular foi a rebelião. Trilhos de bondes foram arrancados e as ruas do Rio de Janeiro ocupadas pelo povo, protegido por barricadas. Alguns líderes populares eram famosos capoeiristas. Os militares florianistas e os positivistas aproveitaram para atacar o presidente Rodrigues Alves. A Escola Militar aderiu aos protestos. 11:32 17
  • 18. A repressão agiu com eficácia. O Exército matou gente do mesmo jeito como se matam mosquitos. Numa entrevista ao jornal da época, um dos participantes esclareceu a ampla dimensão política da revolta: “[Era para] não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a negrada mostrar que sabe morrer como homem! [O mais importante era] mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo”. Durante mais de uma semana a população enfrentou a polícia nas ruas, organizando barricadas, lutas corporais e quebradeiras. Depois de retomar o controle da cidade, o governo prendeu mais de mil pessoas e as deportou para o território do Acre. 11:32 18
  • 19. Para a mentalidade positivista, os problemas da cidade deveriam ser resolvidos de maneira “científica”: com engenheiros (abrindo ruas) e médicos (vacinando). Os que “sabem” resolvem por conta própria, e os pobres se revoltaram porque eram “ignorantes”, concluíram os sociólogos positivistas. Na verdade, não era somente contra a vacina que a população se rebelava. Ela se manifestava contrária a toda conjuntura de dificuldades econômicas, desemprego e falta de segurança. A remodelação e o saneamento da cidade foi, ainda, outro complicador. A obrigatoriedade da vacina serviu, assim, como pretexto para a população expressar seu descontentamento com as ações do governo. 11:32 19
  • 20. A vacina simbolizava o autoritarismo da República, feria os princípios morais e ideológicos, atingia a soberania individual. Por isso, foi amplamente rechaçada como atitude autoritária dos representantes do poder político. As autoridades, por sua vez, não explicaram claramente a necessidade da vacina. 11:32 20
  • 21. As charges publicadas nos jornais, revistas e almanaques do início do século retratavam com humor e ironia a situação social e política da nação nas primeiras décadas da República. Essa, por exemplo, retrata os distúrbios no largo do Rocio, no Rio de Janeiro, durante a Revolta da Vacina. À esquerda, Zé Povo resiste à vacinação obrigatória, por Oswaldo Cruz, o ministro da Justiça, J. J. Sealma, o chefe da polícia, Cardoso de Castro, e o presidente da República, Rodrigues Alves. 11:32 21
  • 22. 1.2 A Revolta da Chibata (1910) No início do século XX, os marinheiros de baixa patente levavam uma vida de parcos salários, exaustiva jornada de trabalho e castigos corporais por desobediência ao regulamento da Marinha – uma penalidade abolida desde a proclamação da República, mas que, na prática, continuava a vigorar na frota de guerra brasileira: “Para as faltas leves, prisão e ferro na solitária, a pão e água; faltas leves repetidas, idem por seis dias; faltas graves, 25 chibatadas”. A ordem de punição vinha de oficiais, que eram brancos, geralmente filhos de fazendeiros. Era como se, simbolicamente, a escravidão no Brasil ainda existisse num único lugar: na Marinha de Guerra! 11:32 22
  • 23. Os marinheiros eram na maioria negros e mestiços, geralmente recrutados à força e pressionados pela família a ingressar nas Forças Armadas. O governo resolveu então modernizar a marinha. Nós já vimos que, para a mentalidade positivista dominante, modernizar não significa modificar as relações políticas (isso seria a “desordem”). Modernizar, para eles, era comprar navios de guerras novos da Inglaterra, da mais alta tecnologia que a ciência poderia oferecer. E manter, no Brasil, os castigos corporais... Mas os navios sofisticados exigiam que os oficiais e até os marinheiros recebessem treinamento especial. 11:32 23
  • 24. Alguns marinheiros eram enviados para a Inglaterra para receber instruções. Foi então que eles tomaram contato com o movimento sindical europeu. Descobriram que na Inglaterra, os operários sabiam que o principal direito era o direito de lutar por seus direitos. A marinha inglesa lembrava que os castigos corporais tinham terminado desde o motim no navio Bounty, ainda no século XVIII. Quando os cruzadores chegaram na Baía de Guanabara, sua tripulação não estava mais disposta a aceitar humilhações. O estopim foi um castigo físico (250 chicotadas diante da tripulação e ao som de tambores) dado ao marujo Marcelino Rodrigues Menezes, no dia 22 de novembro de 1910, por ter ferido um cabo com uma navalha. 11:32 24
  • 25. Em 1910, os marinheiros dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo revoltaram-se no Rio de Janeiro, chefiados pelo gaúcho João Cândido Felisberto, apelidado Almirante Negro, e reivindicavam o fim dos castigos corporais, folgas semanais e melhores salários. Os rebeldes enviaram um telegrama ao presidente da República, Hermes da Fonseca (1910-1914), comunicando a decisão de bombardear a cidade do Rio de Janeiro caso não fossem atendidas suas solicitações. 11:32 25
  • 26. “Nós queríamos combater os maus-tratos, a má alimentação na Marinha. E acabar definitivamente com a chibata, o causo era só esse.” (João Cândido, o Almirante Negro) 11:32 26
  • 27. O presidente estava no teatro, deliciando-se com a ópera Tannhäuser, de Richard Wagner, quando recebeu a notícia de que os marinheiros haviam tomado conta dos navios e expulsado os oficiais para terra. E que faziam exigências às autoridades. Para o espanto das elites, os marinheiros, liderados pelo semianalfabeto João Cândido, o Almirante Negro manobrava espetacularmente os navios. Falavam sério. Cada encouraçado levava cerca de mil tripulantes e estava carregado com uma artilharia capaz de varrer o Rio de Janeiro do mapa. A histeria tomou conta da cidade. Uma multidão de famílias dos bairros elegantes fugiu para Petrópolis. No Senado, o opositor Rui Barbosa lembrava que o governo não tinha capacidade de reprimir a revolta (e não tinha mesmo), então deveria negociar. 11:32 27
  • 28. Grupo de marinheiros que tomou parte da Revolta da Chibata, no Cruzador Barroso, 1910. 11:32 28
  • 29. A revolta recebeu o apoio de deputados de oposição, que pressionaram o governo federal a ceder às exigências dos marinheiros. De mão atadas, o governo teve de se curvar. Principalmente, porque os operários começaram a entrar em greve de solidariedade aos amotinados. Os marinheiros passaram a receber um soldo pouquinho melhor e o trabalho duro foi aliviado. O Congresso votou o fim dos castigos corporais na Marinha e anistiou os participantes da revolta. 11:32 29
  • 30. Entretanto, o decreto de anistia foi descumprido e o governo passou a perseguir e prender os marujos. Na calada, esperaram tudo voltar ao normal e pegaram os marinheiros desprevenidos e desarmados. Uma suposta revolta também integrada por marinheiros na Ilha das Cobras foi o fato culminante para a perseguição e prisão dos rebeldes. O governo ordenou que o Exército atacasse a ilha e derrotasse seus opositores. Dezesseis marinheiros morreram na cela subterrânea do presídio. Os poucos sobreviventes foram deportados para a Amazônia, para trabalhos forçados nos seringais. Nove foram fuzilados durante a viagem. O Almirante Negro foi julgado em 1912 e inocentado. Trabalhou na marinha mercante, mas foi perseguido e terminou os dias como pescador em 1969. Morreu, quase esquecido, em São João de Meriti, cidade pobre da baixada fluminense (RJ). Em 1912 todos os revoltosos foram absolvidos. 11:32 30
  • 31. Charge de Loureiro publicada em O Malho, 1910. Revolta da Chibata: diante da ameaça de bombardeio do Rio de Janeiro, o governo concedeu anistia aos revoltosos, mas retrocedeu posteriormente. 11:32 31
  • 32. João Cândido, o Almirante Negro 11:32 32
  • 33. 2. O movimento operário A Constituição de 1891 pouco se preocupava com questões sociais. Por isso, as relações de trabalho nas cidades eram definidas pela emergente burguesia industrial, mercantil e financeira. O operariado brasileiro foi formado basicamente pelos imigrantes, somados a trabalhadores provenientes de regiões mais pobres do Brasil. 11:32 33
  • 34. 11:32 34
  • 35. Entre 1894 e 1903, entraram no Brasil mais de 1 milhão e 500 mil imigrantes. Em algumas cidades, como São Paulo, a população estrangeira era maior do que a de brasileiros. Na imagem, fotografia do passaporte de uma família de imigrantes italianos. 11:32 35
  • 36. Os italianos constituíram a maioria dos imigrantes. Os portugueses e espanhóis chegaram em grande quantidade após 1905. 11:32 36
  • 37. Era o patrão que determinava as relações de trabalho, como quantas horas o operário deveria trabalhar. Desse modo, as jornadas de trabalho das mulheres e crianças era frequente, inclusive à noite. Havia até crianças de 5 anos de idade trabalhando nas fábricas. Muitas das crianças acabavam com membros mutilados pelas máquinas e, assim como os demais trabalhadores, não tinham direito a tratamento médico, seguro por acidente de trabalho, etc. 11:32 37
  • 38. Cena comum na República Velha: criança operária 11:32 38
  • 39. Num primeiro momento, surgiram as ligas operárias e as sociedades de resistência. De modo geral, reivindicavam melhores salários, menor jornada de trabalho, assistência ao trabalhador doente ou acidentado e regulamentação do trabalho feminino e infantil. Logo em seguida começaram a ser organizados sindicatos, primeiro por ofício e depois por uma mesma atividade econômica, que atuaram por meio de greves e manifestações de caráter acentuadamente reivindicatório. À frente dessas mobilizações, militantes anarquistas e socialistas desenvolviam um importante trabalho de conscientização política. 11:32 39
  • 40. Fotografia dos operários da fábrica de tecidos Bangu, no Rio de Janeiro. Até o início do século XX, o Rio de Janeiro era o principal centro industrial do país. Nas décadas seguintes seria ultrapassado por São Paulo. 11:32 40
  • 41. A maior greve desse período realizou-se em julho de 1917, em São Paulo. Começou numa tecelagem e estendeu-se por todo o estado. Durante três dias, o Comitê de Defesa Proletária, que liderava a greve, dominou São Paulo. A principal reivindicação era o aumento de salários. Os patrões perceberam que não tinha saída a não ser atender à reivindicação operária. Concederam 20% de aumento e a greve acabou. 11:32 41
  • 42. A imprensa era o principal veículo de divulgação ideais operários, trazidos da Europa sobretudo pelos imigrantes italianos. Vários intelectuais da época, como Euclides da Cunha e Lima Barreto, escreviam nos jornais e revistas dos trabalhadores. 11:32 42