SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 18
Baixar para ler offline
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: UM PROCESSO
INTERATIVO
Lia Krücken-Pereira1
Campus Universitário Trindade, CP 467
CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil
Tel: 55-048-3319554
E-mail: lia@enq.ufsc.br
Fernanda Debiasi 1
Campus Universitário Trindade, CP 467,
CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil
Tel: 55-048-3317030
E-mail: fdebiasi@eps.ufsc.br
Aline França de Abreu, PhD 1
Campus Universitário Trindade,CP 467,
CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil
Tel: 55-048-3317030
E-mail: aline@eps.ufsc.br
1
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Programa de Pós Graduação em Eng. de Produção
CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil
Resumo:
A Inteligência Competitiva tende a assumir um papel cada vez mais destacado no mercado atual,
caracterizado por fatores como alta competitividade, clientes e consumidores
cada vez mais exigentes, redução da vida útil de produtos e serviços e alta velocidade de
desenvolvimento de tecnologias. Para as organizações, a Inteligência Competitiva surge como
uma forma de disponibilização de informações que possam ser utilizadas como apoio para o
processo de tomada de decisão e revertidas em vantagens competitivas. Neste contexto, a
Inteligência Competitiva assume papel relevante para os processos e estratégias de Inovação
Tecnológica. O principal objetivo deste trabalho é discutir a inter-relação entre a Inteligência
Competitiva e a Inovação Tecnológica. Desta forma, duas abordagens são apresentadas: a
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 2
Inteligência Competitiva como geradora de Inovação Tecnológica e esta, por sua vez, como
ferramenta para o processo de Inteligência Competitiva.
Palavras-chave: inteligência competitiva, inovação tecnológica, conhecimento, estratégias
tecnológicas, organização.
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 3
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: UM PROCESSO
INTERATIVO
Introdução
O fator chave para o sucesso de uma organização é entregar a seus consumidores produtos ou
serviços com maior valor agregado possível (performance / preço) atendendo suas necessidades,
em menor tempo e melhor que a concorrência.
A concorrência é um fator crítico para o sucesso ou fracasso das organizações, determinando
como as atividades de uma organização devem ser conduzidas para garantir o sucesso a longo
prazo da mesma.
Muitas das grandes empresas vêm desenvolvendo ou aprimorando seus processos de inteligência,
pois cada vez mais acredita-se que informações relevantes e rápidas são fundamentais para a
tomada de decisões estratégicas. Dentre os diversos tipos de inteligência da organização citados
na literatura, a Inteligência Competitiva está voltada para uma questão chave: informação externa
e estratégias de inteligência possibilitando inovação(Mensch apud Pozzebon e Freitas, 1998).
Segundo Tyson (1998) a Inteligência Competitiva tem evoluído para um processo híbrido de
Planejamento Estratégico e atividades de pesquisa de mercado, estruturando processos de coleta
e análise de informações de forma sistemática e rotineira.
Assim, o presente artigo aborda a relação interativa entre a Inteligência Competitiva e a
Inovação Tecnológica: a necessidade de se utilizar inovações tecnológicas para acelerar o
processo de Inteligência Competitiva com o objetivo de coletar, analisar e distribuir informações
relevantes para a organização o mais rápido possível. Por outro lado, aborda a Inteligência
Competitiva como ferramenta de análise da indústria trazendo informações como tendências
tecnológicas e participando das decisões de estratégias tecnológicas da organização em questão.
2 O Processo de Inovação Tecnológica
Diversas definições para processo de Inovação Tecnológica podem ser encontradas na literatura
(Valeriano, 1985; Sheth e Ram, 1987; Tornatzky e Fleischer, 1990; Markides, 1997, dentre
outros). Apesar dos diferentes focos de abordagem, os diversos autores salientam que esse
processo envolve mudanças que sempre trazem incertezas, dificuldades e riscos, apesar de
seremvitais para a sobrevivência da s organizações. Tornatsky e Fleischer (1990) consideram que
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 4
o processo de Inovação Tecnológica envolve o desenvolvimento e a introdução de ferramentas
derivadas do conhecimento através das quais as pessoas interagem com seu ambiente. Valeriano
(1985) define Inovação Tecnológica sob um ponto de vista fundamentalmente econômico: “a
Inovação Tecnológica é o processo pelo qual uma idéia ou invenção é transposta para a
economia", ou seja, ela percorre o trajeto que vai desde esta idéia, fazendo uso de tecnologias
existentes ou buscadas para tanto, até criar o novo produto ou serviço e colocá-lo em
disponibilidade para o consumo ou uso.
Uma Inovação Tecnológica pode ser incremental ou radical. A Inovação Tecnológica
Incremental se adequa geralmente ao contexto da organização que está adotando-a, bem como a
seus valores e crenças, necessitando de poucas adaptações nos processos já existentes na
organização para sua implementação.
Já a Inovação Tecnológica Radical introduz conceitos completamente novos para a organização,
necessitando da criação de processos completamente novos, muitas vezes a extinção de processos
existentes, além de envolver, algumas vezes, a mudança de valores da organização.
Logicamente, a Inovação Tecnológica Radical envolve muito mais incertezas, resistências e,
consequentemente, riscos.
3 A Inovação Tecnológica como um Processo de Geração e Utilização de Conhecimento
A Inovação Tecnológica pode ser analisada como um processo constituído por diversas fases,
desde a pesquisa para desenvolvimento da tecnologia até a utilização da inovação pelo usuário de
forma rotineira. De forma genérica, durante a fase de desenvolvimento, o processo de Inovação
Tecnológica passa pela pesquisa, desenvolvimento, avaliação, manufatura e disseminação
(Tornatsky e Fleischer, 1990). Já a fase de utilização pode segue as etapas: conhecimento da
inovação, persuasão, decisão, implementação e confirmação (Rogers, 1995). Afigura 1 sintetiza
o Processo de Inovação Tecnológica definindo quem executa cada fase. Focalizando a geração de
conhecimento, Guimarães (1998) define o processo de inovação como uma síntese de
conhecimentos diversos, integrados à base privada de conhecimento de uma empresa através de
um processo de aprendizagem. Este processo demanda duas condições básicas: a oportunidade
tecnológica e a apropriação de benefícios gerados pelas atividades inovativas, atuando
simultaneamente. A autora salienta a importância do contexto social, de como uma interação
social pode gerar conhecimento e como o curso do desenvolvimento tecnológico é moldado por
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 5
estas interações. Drucker (1998) considera que a inovação deve ser uma prática sistemática e
apresenta como fontes de inovação: pesquisa e desenvolvimento, ocorrências inesperadas,
necessidades do processo, incongruências, mudanças no mercado ou indústria, mudanças
demográficas,mudanças na percepção e novos conhecimentos.
Em todas as fontes de inovação citadas, a informação tem papel relevante, tanto na sua forma
tácita como explícita, endógena ou exógena à organização. Tal observação implica que quanto
maior o aproveitamento das informações que chegam na organização e quanto mais sistematizada
sua busca e disseminação, maior a probabilidade de se aproveitar as oportunidades de inovação.
Dependendo do contexto, essas fontes podem assumir diferentes níveis de importância com o
tempo. As três últimas fontes de inovação citadas por Drucker representam oportunidades
existentes no ambiente externo da empresa. Mudanças demográficas representam oportunidades
de inovação devido a mudanças no número de pessoas - sua distribuição etária, educação,
ocupações, localização geográfica – e, portanto, requerem informações de fundo social,
econômico e demográfico. São consideradas como um investimento de baixo risco e de grande
retorno. Mudanças na percepção podem constituir grandes oportunidades de inovação. Uma
mudança de percepção não altera os fatos, mas sim seu significado, rapidamente. As
conseqüências dessa mudança de visão são concretas, podem ser definidas e exploradas.
Informações sobre tendências de mercado e mudanças nos hábitos dos consumidores são de
extrema importância. Inovações baseadas em novos conhecimentos diferem dos outros tipos de
inovação devido ao tempo que tomam, suas taxas de ocorrência e aplicabilidade, bem como
mudanças que provocam na organização. O processo baseia-se na identificação do novo
conhecimentoemergente e na sua transformação em tecnologia utilizável. O tempo que leva para
uma inovação deste tipo chegar ao mercado é longo - algo como 50 anos - e envolve vários tipos
de conhecimento. Constatado que uma inovação é tanto conceitual como perceptiva, a
Inteligência Competitiva pode ser vista como uma ferramenta para o processo de inovação, pois
possibilita observar o mercado, analisar as estratégias de seus competidores e suas repercussões,
o comportamento e as tendências dos consumidores, seus valores, expectativas e necessidades. A
capacidade de uma organização em inovar está relacionada à incorporação de conhecimento em
seus processos e produtos e as vantagens econômicas advindas do controle deste conhecimento.
Assim, conhecimento é a chave para a inovação, seja ela tecnológica ou não.
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 6
Figura 1. Processo de Inovação Tecnológica.
Fonte: Adaptado de Rogers (1995); Tornatsky e Fleischer (1990).
4 Conceito de Inteligência Competitiva
O conceito de Inteligência Competitiva é antigo e vem sendo praticado inconscientemente por
muitas organizações. Nota-se uma certa imprecisão, pois muitas expressões são empregadas
como sinônimos de Inteligência Competitiva : “Business Intelligence”, “Intelligence
Économique”, “Competitor Intelligence”, etc. Segundo Jacquet (1999), os resultados de uma
pesquisa feita na França pela agência Pouey mostrou que 69% das 250 pequenas e médias
empresas francesas questionadas praticam inteligência econômica sem saber, utilizando termos
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 7
como: "informação estratégica", "vigília estratégica, técnico-econômica ou da concorrência",
"informação de negócios".
Para as organizações, a Inteligência Competitiva é “colocar à disposição informações úteis de
origem econômica, financeira, comercial, jurídica e legislativa, científica e técnica”. É a
sensibilização da organização para a utilização da informação, que se reverte em vantagem
competitiva (Comité pour la Competitivité et la Securité Économique, 1995).
Uma visão mais abrangente do conceito de Inteligência Competitiva é dada por Rothschild (apud
Richard Combs Associates, 1999) que a define como “uma maneira de pensar”. Gilod et. al
(1999) conceitua Inteligência Competitiva como a atividade de monitoramento do ambiente
externo da empresa para a coleta de informações que sejam relevantes para o processo de tomada
de decisão da organização (apud Richard Combs Associates, 1999).
Jakobiak (1998) apresenta a Inteligência Competitiva como o conjunto de ações coordenadas que
envolvem pesquisa, tratamento e distribuição de informações úteis aos atores econômicos,
visando sua exploração.
Observa-se que diversos autores salientam a diferença entre a prática da Inteligência Competitiva
e da espionagem. A Inteligência Competitiva utiliza apenas informações públicas, que podem ser
legalmente e eticamente identificadas e acessadas (Malhotra, 1996).
Assim, a informação que sempre foi considerada como subproduto das atividades empresariais
torna-se a base da organização. Segundo Bogliolo (1998), a informação é a única fonte de valor
de uma organização.
Para uma efetiva compreensão e interpretação da informação, possibilitando que a mesma resulte
em tomadas de decisão, são necessários tanto o conhecimento tácito como o explícito (Skyrme,
1998). Além disso, reconhecer uma informação valiosa no mercado ou transformar dados em
informações, relacionando-as a um conhecimento prévio, é um processo complexo,que envolve
constante aprendizagem. Portanto, é importante ressaltar o papel do capital humano da
organização, ou seja, das capacidades de seus indivíduos, salientado por diversos autores através
de conceitos que envolvem, entre outros fatores, a inteligência humana: “Absorptive Capacity 1
(Cohen, 1990), “Learning Organizations 2 ” (Skyrme, 1998; Bogliolo, 1998), "Knowledge
Management 3 " (Thil, 1998).
Os motivos para a crescente e acelerada difusão da Inteligência Competitiva provêm da situação
econômica e política atuais. Sob este aspecto, cita-se as políticas de exportação/importação, que
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 8
conduziram muitas organizações a uma situação de guerra, ou seja, a um mercado altamente
competitivo, ao invés da antiga estabilidade de mercado proporcionada pelas barreiras
legislativas e alfandegárias vigentes anteriormente. Pode-se representar graficamente a
Inteligência Competitiva como a Figura 2.
Figura 2. Representação do Processo de Inteligência Competitiva.
O processo de Inteligência Competitiva permite à organização identificar ameaças competitivas,
eliminar ou reduzir surpresas, reduzir o tempo de reação, identificar oportunidades latentes,
gerenciar clientes, antecipar necessidades e desejos dos consumidores, monitorar as estratégias
dos concorrentes, difundir as informações na organização, preservar a vantagem competitiva,
monitorar as tecnologias em desenvolvimento, dentre outras ações.
Entre as empresas mais respeitadas pelos seus trabalhos com Inteligência Competitiva pode-se
citar: Motorola e General Eletric; Microsoft; Hewlett-Packard; IBM e AT&T; Intel; 3M; Xerox;
Merck; Coca-Cola e Chrysler (Health, 1996).
Segundo o consultor Bill DeGenaro, citado por Health (1996), o que diferencia, por exemplo, a
Motorola das demais empresas é o comprometimento da alta gerência e diretoria com a
Inteligência Competitiva. Seus executivos acreditam na importância da Inteligência Competitiva
para todo o processo de decisão.
Um exemplo de ação relacionada a Inteligência Competitiva da Motorola é o monitoramento de
informações em embaixadas e órgãos governamentais de países onde atua. Informações sobre os
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 9
planos de investimento de países como o Japão orientam as estratégias da empresa para trabalhar
mais próximo aos fabricantes e clientes, fortalecendo sua posição competitiva.
5 Elementos da Inteligência Competitiva
As principais etapas da Inteligência Competitiva definidas por Jakobiak (1998) sãoapresentadas
no gráfico a seguir. A estrutura do sistema é constituída por três famílias ou redes de atores
intervenientes: os observadores (REDE 1), os especialistas (REDE 2) e os decisores (REDE 3).
Figura 3. Principais atividades da Inteligência Competitiva.
Fonte: Adaptação de Jakobiak (1998).
Os papéis desenvolvidos pelos profissionais de cada uma das três redes são fundamentais.
Através da figura 4, pode-se visualizar como esses papéis interagem entre si. Observadores ou
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 10
gatekeepers são indivíduos que têm como força monitorar o ambiente e traduzir a informação
técnica em uma informação compreensível para o grupo de pesquisa (Cohen, 1990).
Os especialistas em tecnologia da informação são responsáveis pelo tratamento dos dados
coletados de forma a difundir seletivamente as informações, ao invés de simplesmente transferi-
las aos diversos setores da organização. Seu papel é de suma importância.
Figura 4. Configuração das redes de profissionais envolvidos no processo de Inteligência
Competitiva.
Fonte: Adaptação de Jakobiak (1998).
As atividades desenvolvidas em cada etapa do processo de Inteligência Competitiva são
apontadas por diversos autores e apresentadas no quadro sinóptico a seguir (Jakobiak, 1998;
Bruno, 1999; Davis, 1997; Grenetier, 1998).
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 11
Quadro 1. Atividades desenvolvidas em cada etapa da Inteligência Competitiva.
ETAPA ATIVIDADES
PESQUISA Busca em fontes de informação
1. Gerais: periódicos, enciclopédias, teses, patentes, bases de dados e internet.
2. Específica: informações públicas mas pouco difundidas, informações informais
e informações internas
COLETA Definem-se três categorias de coleta:
1. Coleta consecutiva a uma pesquisa em base de dados (procura por referência,
documentos originais)
2. Coleta periódica de certos dados (relatórios anuais da organização, catálogos
de fornecedores de equipamentos para novas tecnologias, matéria-prima, novos
produtos etc).
3. Coleta como um processo contínuo (agentes que trazem informações para a
organização devido a sua força social): técnicos, clientes, engenheiros de
projetos, concorrentes, pesquisadores, comerciantes, responsáveis de
marketing, participantes de feira, exposições, eventos da área, agentes da rede
de venda etc. São os chamados “outros observadores” na Figura 4, que
desempenham um papel vital.
DIFUSÃO Existem duas formas de difusão:
1. Difusão de informações brutas – secundárias (referência) ou primárias
(documentos completos);
2. Difusão de informações estruturadas (relatórios, comunicações, programas,
jornais internos, boletins);
A difusão se dá em diferentes níveis, conforme o papel hierárquico dos
indivíduos e a confidencialidade da informação.
EXPLORAÇÃO Tratamento É a operação que transforma dados em informações, ou seja,
agrega valor a dados dispersos.
Existem três tipos de tratamento a serem considerados:
ü Tratamento específico, conforme os critérios do
destinatário (usuário final);
ü Tratamento de análise estratégica;
ü Tratamento de informática.
Análise /
Validação
ü Análise é o estudo aprofundado da documentação para
recuperar as informações essenciais que possam auxiliar a
tomada de decisão ou ações estratégicas;
ü Validação é a verificação das fontes e credibilidade dos
dados.
UTILIZAÇÃO É a tomada de decisões de importância estratégica para a organização, como por
exemplo:
ü Novos projetos de pesquisa;
ü Novos programas de desenvolvimento;
ü Acordos de cooperação;
ü Transferência de tecnologia, venda ou compra de licença;
ü Compra / venda / arrendamento de unidades de produção;
ü Atividades debenchmarking;
ü Uso ofensivo da informação;
ü Reação às intenções / ações da concorrência.
ETAPA
ATIVIDADES
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 12
6 A Inteligência Competitiva como ferramenta de auxílio na definição das estratégias
tecnológicas de uma organização
No cenário atual, devido a concorrência cada vez mais globalizada e as constantes mudanças,
tanto internas à organização quanto externas a ela, é imprescindível que informações vitais para
os processos de tomada de decisão sejam disponibilizadas no tempo ideal para os responsáveis
por estes processos. Dentre as diversas decisões a serem tomadas por uma organização
encontram-se decisões relacionadas a estratégias tecnológicas, definindo, por exemplo, como,
quando e se um inovação tecnológica deve ser adotada ou desenvolvida. Neste contexto, a
Inteligência Competitiva torna-se um processo fundamental, possibilitando a identificação de
oportunidades de inovações, novas tendências tecnológicas, estratégias dos competidores,
clientes e fornecedores, antecipação de necessidades etc.
Dentre as ferramentas e técnicas usadas na Inteligência Competitiva podem ser citadas:
"benchmarking competitivo 4", "inteligência defensiva5", engenharia reversa 6, observações in-
loco (Malholtra, 1996).
Um exemplo que mostra claramente a aplicação da Inteligência Competitiva é o caso dos
fabricantes de computadores, ramo no qual a engenharia reversa nos produtos concorrentes é uma
prática comum. Através da desmontagem e observação das estruturas de produtos
comercializados, pode-se implementar inovações em produtos - como a utilização de
componentes plásticos em substituição aos tradicionais, confeccionados em metal. Através da
ánalise e do melhoramento das estratégias utilizadas em produtos concorrentes pode-se reduzir
custos (em relação à produção, aos materiais utilizados, aos investimentos em pesquisa e
desenvolvimento), melhorar características funcionais dos produtos (peso, desempenho, tempo
útil etc). Novamente observa-se a importância de respeitar a fatores éticos e a propriedade
industrial, normalmente estabelecida através de patentes.
7 A Inovação Tecnológica como ferramenta para a Inteligência Competitiva
Como visto anteriormente, o processo de Inteligência Competitiva busca coletar, analisar e
distribuir informações relevantes sobre indústria, clientes, competidores, tendências etc, no
menor tempo possível. A velocidade com que os outputs da Inteligência Competitiva vêm sendo
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 13
requisitados também é dinâmica, aumentando a cada dia. Para que o processo de Inteligência
Competitiva possa responder às necessidades na velocidade desejada, ferramentas tecnológicas
apropriadas se fazem necessárias. Uma grande dificuldade inerente a esse processo é a
sistematização dos diferentes tipos de dados e informações de forma a disponibilizá-los, avaliar
seu valor, pertinência e nível de interdependência, contextualizando-os às transformações sociais
e econômicas do mercado. Bruno (1999) classifica os diferentes tipos de informação em
científicas, técnicas, tecnológicas, econômicas, ambientais, de segurança, regulamentares,
jurídicas e comerciais. Como pode-se prever, a estrutura dessas informações não são
padronizadas e necessitam de diferentes suportes (papel, bases de dados, internet, comunicação
oral etc.) Pozzebon e Freitas (1998) ressaltam a necessidade de se desenvolver "um ambiente que
forneça informações internas, informações externas, informações sobre as percepções dos
clientes e consumidores, e que permita análises e simulações, enfim, um ambiente integrador das
informações disponíveis para o sucesso da organização e que crie condições para usuários pró-
ativos". Segundo o autor, tais ambientes vêm sendo gradativamente implementados nas
organizações com base em métodos voltados para a identificação de dados estratégicos e aspectos
críticos dos negócios. Concluindo, a Inteligência Competitiva vem provocando inovações na área
de tecnologia da informação, pois os sistemas de informações tradicionais não possibilitam lidar
com dados informais, contextos, ambigüidades, significados, formatos heterogêneos. Além disso,
o processo de Inteligência Competitiva é global e sistemático, não possui linearidade e pode
mudar de orientação ou objetivo em função de conhecimentos adquiridos durante sua evolução.
Desta forma, cria-se uma interação entre a Inovação Tecnológica e a Inteligência Competitiva,
uma precisando da outra para sua sobrevivência. Focalizando-se estritamente o caso da
tecnologia da informação como suporte para a Inteligência Competitiva e esta, por sua vez, como
ferramenta para a busca de Inovações Tecnológicas para a tecnologia da informação, pode-se
observar como ocorre esta interação na figura 5.
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 14
Figura 5. Processo interativo entre a Inteligência Competitiva e o processo de Inovação Tecnológica na tecnologia da
informação.
Pode-se citar como exemplo de ferramenta tecnológica para a Inteligência Competitiva ocaso do
software PUZZLE®, apresentado por Lesca (1996). Basicamente, as vantagens de se utilizar esse
software residem na sua capacidade de armazenamento, permitindo composições e validações das
informações armazenadas ou elaboradas; no seu formato, o qual aceita todo ormato de
informação - texto, imagem, voz; na possibilidade de realizar múltiplos arranjos de informações
através de diversos vínculos de causalidade, analógicos, de contigüidade etc; na possibilidade de
verificar a coerência das informações agrupadas e na possibilidade de acessar de forma rápida e
fácil as informações derivadas. Segundo o autor, este software atende três necessidades práticas:
fornecer representações significativas, dinâmicas, referentes ao ambiente da empresa sem
conceitos pré-definidos; orientar a escuta do ambiente da empresa, ou seja, tornar mais seletiva e
objetiva a escuta do ambiente e, por conseqüência, permitir aumentar a eficácia e a dinâmica da
Inteligência Competitiva e deduzir informações inacessíveis de forma direta. O conceito de
puzzle, que deu nome ao software citado acima, é juntar as peças em desordem de um quebra-
cabeças, montando representações significativas para o usuário final - o responsável pela tomada
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 15
de decisão. No contexto utilizado por Lesca et al (1996), puzzle se refere a "uma metodologia de
tratamento de sinais fracos e um sistema aplicativo (software) que sustenta esta metodologia".
8 Considerações finais
A Inteligência Competitiva tende a assumir um papel cada vez mais destacado no mercado atual,
caracterizado por fatores como alta competitividade, clientes e consumidores cada vez mais
exigentes, redução da vida útil de produtos e serviços e alta velocidade de desenvolvimento de
novas tecnologias.
Teoricamente todas as organizações têm acesso às mesmas informações, que atualmente estão
disponibilizadas em grande volume, o que pode ser utilizado como vantagem competitivapor
algumas organizações e funcionar como barreira para outras.
As organizações estão plenas de informações, mas têm muito pouca inteligência. Segundo Lesca
et al (1996) dados e informações não se qualificam como inteligência até que eles tenham sido
processados por uma mente humana que sabe quais questões precisam ser respondidas. É neste
cenário que um programa de Inteligência Competitiva bem estruturado tem papel fundamental
para sustentar a vantagem competitiva de uma organização, possibilitando otimizar o uso das
informações. Por exemplo: o direcionamento de ações estratégicas maximizando a segurança de
sucesso, a criação de uma postura proativa ao invés de reativa da organização em relação ao
mercado. Portanto, é crucial que uma organização disponibilize recursos para investimentos em
tecnologia da informação como suporte e investimentos no capital humano da organização de
forma a desenvolver as capacidades e habilidades dos indivíduos para colaborar e possibilitar a
manutenção de um sistema de Inteligência Competitiva .
Notas
1 Absorptive Capacity: habilidade de explorar (avaliar e utilizar) conhecimentos externos com
base em conhecimentos prévios. (Cohen,1990)
2 Learning Organizations: organização em constante processo de aprendizado, com objetivo de
aumentar sua flexibilidade e adaptação a mudanças, buscando garantir sua sobrevivência em um
mercado altamente imprevisível e mutável. (Bogliolo, 1998)
3 Knowledge Management: um dos conceitos citados é o esforço de buscar, manter, filtrar e
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 16
disseminar o conhecimento dentro de uma organização. (Thil, 1998)
4 benchmarking competitivo: é usado para comparar as operações de uma organização às de seus
concorrentes.
5 inteligência defensiva: envolve o monitoramento e análise das atividades da própria
organização e como seus concorrentes e indivíduos as vêem.
6 engenharia reversa: adquirir informações sobre um produto (ou serviço) - como é produzido,
custo e qualidade, partindo do produto acabado.
Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 17
Bibliografia
Bogliolo, D. KM, Knowledge Management - 1/3. Itália, 1998. http://www.uniroma1.it/
Documentation /km1.html [04 fev. 1999].
Bogliolo, D. KM, Knowledge Management - 2/3. Itália, 1998. http://www.uniroma1.it/
Documentation/km2.html [04 fev. 1999].
Bruno, M. La Veille Technologique. Automated Research Systems.
http://ms161u06.u3mrs.fr/vtdef. html [04 jan. 1999].
Comité pour la Competitivité et la Securité Économique (CCSE). L'Intelligence Économique.
França, 1995. http://www.finances.gouv.fr/pole_ecofin/intelligence/intelligence_economique.htm
[04 jan. 1999].
COSTA, Marilia Damiani; KRUCKEN, Lia; ABREU, Aline França. Gestão da informação ou
gestão do conhecimento. In: Anais do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação, 19, 2000, Porto Alegre. Porto Alegre, 2000. (cd-rom)
DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o
capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Davis, M. Applying Technology to Competitive Intelligence. New Information Paradigms, 1997.
http://www.nipltd.htm[04 fev. 1999].
Drucker, P.F. The Discipline of Innovation, Harvard Business Review, nov-dec, 1998.
Galvin, R.W. Knowledge makes tne difference at Motorola. Strategy and Leadership, Mar/Apr,
1996.
Grenetier, I. Business Intelligence: pour décider efficacement. Valoris Amplitude, nº 13, hiver
1998.
Guimarães, M.C.S. Tecnologia como Conhecimento: o Público e o Privado; o Social e o
Econômico. Doutorado em Ciência da Informação, Convênio CNPq/IBICT - UFRJ/ECO, Rio de
Janeiro, 1998.
Health, Rebecca P. The Competitive Edge. September, 1996. http://www.demographics.com/
publications/mt/96_mt/9609_mt/9609mf02.htm[18 mai. 1999].
Jacquet, L. Information Stratégique: des PME-PMI Averties. Le Moci Moniteur du Commerce
International, nº1359, du 15 au 21 ocotbre 1998.
Jakobiak, F. L'Intelligence Économique en Pratique. Paris: Éditions d'Organisation, 1998.
Lesca, H.; Freitas, H.M.R.; Cunha Jr., M.V.M. Instrumentalizando a Decisão Gerencial. Decidr,
Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo
REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 18
ano , nº25, 1996.
Malhotra, Y. Competitive Intelligence Programs: An Overview. Brint Institute, 1996.
http://www.brint.com /papers/ciover.htm[04 mar. 1999].
MARKIDES, C. Strategic innovation. Sloan Management Review, Spring, 1997.
Porter, M.E. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. Rio de
Janeiro: Campus, 1992.
Pozzebon, M.; Freitas, H. Características Desejáveis de um EIS - Enterprise Information System
- Rumo à Proatividade. Read, nº5, v3, n1. UFRGS, Porto Alegre, 1998.
Richard Combs Associates. An Overview of Competitive Intelligence. Chicago, 1999. Texto
disponível na Internet: http://strategis.ic.gc.ca/SSG/mi03987e.htm [04 abr. 1999]
Rogers, E.M. Diffusion of Innovation. New York: Free Press, 1995.
SHETH, J.N.; RAM, S. Bringing innovation to market: how to break corporate and customer
barriers. USA: John Wiley & Sons, 1987.
Skyrme, D.J. Developing a Knowledge Strategy. Inglaterra, 1998. :http://www.skyrme.com/pubs/
knwstrat.htm[03 mar. 1999].
Skyrme, D.J. From Information to Knowledge Management: Are You Prepared? Inglaterra,
1998. http://www.skyrme.com/pubs/on97full.htm[03 mar. 1999].
Thil, J. Knowledge Management: du Bom Usage de la Gestion des Connaissances. Tech.
Internationales, nº46 juillet-août, 1998.
Tornatsky, L.G.; Fleischer, M. The Process of Technological Innovation. Massachusest:
Lexingthon Books,1990.
Tyson, K. M. The Complete Guide to Competitive Intelligence: gathering, analysing, and using
competitive intelligence. Chicago: Kirk Tyson International Ltd., 1998.
Tyson, K.M. Perpetual strategy: a 21t century essential. Strategy and Leadership , Jan/Feb, 1998.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Da pesquisa à inovação tecnológica
Da pesquisa à inovação tecnológicaDa pesquisa à inovação tecnológica
Da pesquisa à inovação tecnológicaAndré Laborde
 
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...Documentar Tecnologia e Informação
 
Trabalho gestão de_produtos__22-04-14
Trabalho gestão de_produtos__22-04-14Trabalho gestão de_produtos__22-04-14
Trabalho gestão de_produtos__22-04-14Wander Marcos
 
A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...
A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...
A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...Vinicius Wenning Koboldt
 
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...Alexandre Bento
 
Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...
Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...
Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...A. Rui Teixeira Santos
 
Ambidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paperAmbidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paperLuis Rasquilha
 
A Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas Organizações
A Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas OrganizaçõesA Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas Organizações
A Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas OrganizaçõesLucas Vasconcelos
 
Inovação e empreendedorismo na gestão governamental
Inovação e empreendedorismo na gestão governamentalInovação e empreendedorismo na gestão governamental
Inovação e empreendedorismo na gestão governamentalFernando Alcoforado
 
Artigo lr tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)
Artigo lr   tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)Artigo lr   tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)
Artigo lr tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)Luis Rasquilha
 
Inovação e excelência operacional características da empresa ambidestra
Inovação e excelência operacional características da empresa ambidestraInovação e excelência operacional características da empresa ambidestra
Inovação e excelência operacional características da empresa ambidestraFundação Dom Cabral
 
Megatrends insights 2022 - PROF YOGUI
Megatrends insights   2022 - PROF YOGUIMegatrends insights   2022 - PROF YOGUI
Megatrends insights 2022 - PROF YOGUIPROF YOGUI, R
 
Inovacao ptsjc conceitos
Inovacao ptsjc conceitosInovacao ptsjc conceitos
Inovacao ptsjc conceitoszeusi9iuto
 

Mais procurados (19)

Da pesquisa à inovação tecnológica
Da pesquisa à inovação tecnológicaDa pesquisa à inovação tecnológica
Da pesquisa à inovação tecnológica
 
Da transformação à maturidade digital
Da transformação à maturidade digitalDa transformação à maturidade digital
Da transformação à maturidade digital
 
Defesa
DefesaDefesa
Defesa
 
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
 
Inovação e difusão tecnológica
Inovação e difusão tecnológicaInovação e difusão tecnológica
Inovação e difusão tecnológica
 
Projecto sobre inovacao sustentavel
Projecto sobre inovacao sustentavelProjecto sobre inovacao sustentavel
Projecto sobre inovacao sustentavel
 
Trabalho gestão de_produtos__22-04-14
Trabalho gestão de_produtos__22-04-14Trabalho gestão de_produtos__22-04-14
Trabalho gestão de_produtos__22-04-14
 
A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...
A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...
A centralidade do conceito de inovação tecnológica no processo de mudança est...
 
Revista Melhor: programa RH Triple A FDC
Revista Melhor: programa RH Triple A FDCRevista Melhor: programa RH Triple A FDC
Revista Melhor: programa RH Triple A FDC
 
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...
 
Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...
Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...
Organização e tecnologia dos Média, docente: prof. doutor Rui Teixeira Santos...
 
Ambidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paperAmbidestria corporativa white paper
Ambidestria corporativa white paper
 
A Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas Organizações
A Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas OrganizaçõesA Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas Organizações
A Gestão do Conhecimento e a Inovação Tecnológica nas Organizações
 
Inovação e empreendedorismo na gestão governamental
Inovação e empreendedorismo na gestão governamentalInovação e empreendedorismo na gestão governamental
Inovação e empreendedorismo na gestão governamental
 
Inovação e Sustentabilidade
Inovação e SustentabilidadeInovação e Sustentabilidade
Inovação e Sustentabilidade
 
Artigo lr tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)
Artigo lr   tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)Artigo lr   tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)
Artigo lr tendências e gestão da inovação ii - gestão da inovação (1)
 
Inovação e excelência operacional características da empresa ambidestra
Inovação e excelência operacional características da empresa ambidestraInovação e excelência operacional características da empresa ambidestra
Inovação e excelência operacional características da empresa ambidestra
 
Megatrends insights 2022 - PROF YOGUI
Megatrends insights   2022 - PROF YOGUIMegatrends insights   2022 - PROF YOGUI
Megatrends insights 2022 - PROF YOGUI
 
Inovacao ptsjc conceitos
Inovacao ptsjc conceitosInovacao ptsjc conceitos
Inovacao ptsjc conceitos
 

Destaque

Sinéad furey & Pearl Mahon - An investigation into the prevalence and people...
Sinéad furey & Pearl Mahon  - An investigation into the prevalence and people...Sinéad furey & Pearl Mahon  - An investigation into the prevalence and people...
Sinéad furey & Pearl Mahon - An investigation into the prevalence and people...Institute of Public Health in Ireland
 
Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01
Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01
Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01el-sandia123
 
תוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסים
תוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסיםתוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסים
תוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסיםMetzaitzim-Shivuk
 
Remy Hair in Virgin Natural Colors
Remy Hair in Virgin Natural ColorsRemy Hair in Virgin Natural Colors
Remy Hair in Virgin Natural ColorsEastern Hair
 
Mapa conceptual la propiedad andreina de la asuncion
Mapa conceptual  la propiedad andreina de la asuncionMapa conceptual  la propiedad andreina de la asuncion
Mapa conceptual la propiedad andreina de la asuncionAndreina Colucci
 
Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...
Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...
Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...Rotary Clube Vizela
 
Long Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair Extensions
Long Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair ExtensionsLong Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair Extensions
Long Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair ExtensionsEastern Hair
 
Natural Real Curls
Natural Real CurlsNatural Real Curls
Natural Real CurlsEastern Hair
 
ENCA 2016 - Genoa - Tadej Avcin
ENCA 2016 - Genoa - Tadej AvcinENCA 2016 - Genoa - Tadej Avcin
ENCA 2016 - Genoa - Tadej Avcinanton gruss
 
Untitleddocument (1) copy 11
Untitleddocument (1) copy 11Untitleddocument (1) copy 11
Untitleddocument (1) copy 11Louis Carpio
 
Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012
Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012
Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012Rotary Clube Vizela
 
Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13
Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13
Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13Rotary Clube Vizela
 

Destaque (20)

Sinéad furey & Pearl Mahon - An investigation into the prevalence and people...
Sinéad furey & Pearl Mahon  - An investigation into the prevalence and people...Sinéad furey & Pearl Mahon  - An investigation into the prevalence and people...
Sinéad furey & Pearl Mahon - An investigation into the prevalence and people...
 
Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01
Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01
Diapositivascienciaytecnologia 110609211147-phpapp01
 
תוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסים
תוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסיםתוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסים
תוצאות שאלון ייצוג נשים וגברים בכנסים
 
Remy Hair in Virgin Natural Colors
Remy Hair in Virgin Natural ColorsRemy Hair in Virgin Natural Colors
Remy Hair in Virgin Natural Colors
 
Mapa conceptual la propiedad andreina de la asuncion
Mapa conceptual  la propiedad andreina de la asuncionMapa conceptual  la propiedad andreina de la asuncion
Mapa conceptual la propiedad andreina de la asuncion
 
Desayunos
DesayunosDesayunos
Desayunos
 
javiera
javierajaviera
javiera
 
Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...
Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...
Reunião nº 16 - Preparação da reunião de Homenagem ao Profissional - dia 15-1...
 
Long Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair Extensions
Long Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair ExtensionsLong Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair Extensions
Long Soft Human Hair Hand Tied Weft Hair Extensions
 
Sopa de letras
Sopa de letrasSopa de letras
Sopa de letras
 
Natural Real Curls
Natural Real CurlsNatural Real Curls
Natural Real Curls
 
VACC CARD
VACC  CARDVACC  CARD
VACC CARD
 
Casos de Combinatoria (Flowchart)
Casos de Combinatoria (Flowchart)Casos de Combinatoria (Flowchart)
Casos de Combinatoria (Flowchart)
 
ENCA 2016 - Genoa - Tadej Avcin
ENCA 2016 - Genoa - Tadej AvcinENCA 2016 - Genoa - Tadej Avcin
ENCA 2016 - Genoa - Tadej Avcin
 
Untitleddocument (1) copy 11
Untitleddocument (1) copy 11Untitleddocument (1) copy 11
Untitleddocument (1) copy 11
 
Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012
Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012
Tomar Café com......VIA Vizela ImaginActiva dia 21-11-2012
 
13 tema
13 tema13 tema
13 tema
 
Pipe
PipePipe
Pipe
 
Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13
Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13
Tomar Café com......Notícias de Vizela - dia 24-04-13
 
Esquema ordenado numéricamente
Esquema ordenado numéricamenteEsquema ordenado numéricamente
Esquema ordenado numéricamente
 

Semelhante a Inovação tecnológica

A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)
A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)
A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)A. Rui Teixeira Santos
 
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
 Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e... Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...A. Rui Teixeira Santos
 
DESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.ppt
DESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.pptDESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.ppt
DESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.pptBentoGilUane
 
Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...
Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...
Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...Suzan Kelly Oliveira
 
Fmu gestao do conh art 3
Fmu gestao do conh art 3Fmu gestao do conh art 3
Fmu gestao do conh art 3Aline Grasselli
 
AULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdf
AULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdfAULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdf
AULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdfKellyCristianyRodrig
 
Exercicio 1.3
Exercicio 1.3Exercicio 1.3
Exercicio 1.3pfranchi
 
Gestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; Inovação
Gestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; InovaçãoGestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; Inovação
Gestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; InovaçãoDeomari Fragoso
 
Como gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovação
Como gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovaçãoComo gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovação
Como gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovaçãoBRAIN Brasil Inovação
 
Procurando oportunidades de negócio com drucker
Procurando oportunidades de negócio com druckerProcurando oportunidades de negócio com drucker
Procurando oportunidades de negócio com druckerRaphael Cordeiro
 
Lastres inovacao consecti pb ago 2011
Lastres inovacao consecti  pb ago 2011Lastres inovacao consecti  pb ago 2011
Lastres inovacao consecti pb ago 2011Confap
 
Gestão da Inovação nas Grandes Empresas
Gestão da Inovação nas Grandes EmpresasGestão da Inovação nas Grandes Empresas
Gestão da Inovação nas Grandes EmpresasRenato Lacerda
 
Gestão e liderança por autenticidade
Gestão e liderança por autenticidadeGestão e liderança por autenticidade
Gestão e liderança por autenticidadeCoach Érika Fernandes
 
Sistemas de inovacao cassiolato #c&t
Sistemas de inovacao cassiolato #c&tSistemas de inovacao cassiolato #c&t
Sistemas de inovacao cassiolato #c&tHilton M
 
NotaTecnica_Sustentabilidade
NotaTecnica_SustentabilidadeNotaTecnica_Sustentabilidade
NotaTecnica_SustentabilidadeDaniela Santos
 

Semelhante a Inovação tecnológica (20)

A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)
A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)
A Organizacao, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (2011/12, Lisboa)
 
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
 Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e... Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
Comportamento humano nas Organizações: atitude comportamental, organização e...
 
A Criatividade Como Estratégia Competitiva Nas Organizacões
A Criatividade Como Estratégia Competitiva Nas OrganizacõesA Criatividade Como Estratégia Competitiva Nas Organizacões
A Criatividade Como Estratégia Competitiva Nas Organizacões
 
DESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.ppt
DESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.pptDESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.ppt
DESENVOLVER IDEIAS INOVADORAS.ppt
 
Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...
Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...
Foresight, inteligência competitiva e gestão do conhecimento instrumentos par...
 
Fmu gestao do conh art 3
Fmu gestao do conh art 3Fmu gestao do conh art 3
Fmu gestao do conh art 3
 
Mr11
Mr11Mr11
Mr11
 
Inovacao
InovacaoInovacao
Inovacao
 
AULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdf
AULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdfAULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdf
AULA 3 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.pdf
 
Exercicio 1.3
Exercicio 1.3Exercicio 1.3
Exercicio 1.3
 
Aula 16
Aula 16Aula 16
Aula 16
 
Gestao do conhecimento, inteligência competitiva e inovação
Gestao do conhecimento, inteligência competitiva e inovaçãoGestao do conhecimento, inteligência competitiva e inovação
Gestao do conhecimento, inteligência competitiva e inovação
 
Gestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; Inovação
Gestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; InovaçãoGestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; Inovação
Gestão do Conhecimento; Inteligência; Competitividade; Inovação
 
Como gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovação
Como gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovaçãoComo gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovação
Como gerenciar o processo de desenvolvimento da estratégia para a inovação
 
Procurando oportunidades de negócio com drucker
Procurando oportunidades de negócio com druckerProcurando oportunidades de negócio com drucker
Procurando oportunidades de negócio com drucker
 
Lastres inovacao consecti pb ago 2011
Lastres inovacao consecti  pb ago 2011Lastres inovacao consecti  pb ago 2011
Lastres inovacao consecti pb ago 2011
 
Gestão da Inovação nas Grandes Empresas
Gestão da Inovação nas Grandes EmpresasGestão da Inovação nas Grandes Empresas
Gestão da Inovação nas Grandes Empresas
 
Gestão e liderança por autenticidade
Gestão e liderança por autenticidadeGestão e liderança por autenticidade
Gestão e liderança por autenticidade
 
Sistemas de inovacao cassiolato #c&t
Sistemas de inovacao cassiolato #c&tSistemas de inovacao cassiolato #c&t
Sistemas de inovacao cassiolato #c&t
 
NotaTecnica_Sustentabilidade
NotaTecnica_SustentabilidadeNotaTecnica_Sustentabilidade
NotaTecnica_Sustentabilidade
 

Último

HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Cartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino Fundamental
Cartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino FundamentalCartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino Fundamental
Cartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino Fundamentalgeone480617
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaFernanda Ledesma
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 

Último (20)

HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Cartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino Fundamental
Cartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino FundamentalCartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino Fundamental
Cartilha 1º Ano Alfabetização _ 1º Ano Ensino Fundamental
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 

Inovação tecnológica

  • 1. REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: UM PROCESSO INTERATIVO Lia Krücken-Pereira1 Campus Universitário Trindade, CP 467 CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil Tel: 55-048-3319554 E-mail: lia@enq.ufsc.br Fernanda Debiasi 1 Campus Universitário Trindade, CP 467, CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil Tel: 55-048-3317030 E-mail: fdebiasi@eps.ufsc.br Aline França de Abreu, PhD 1 Campus Universitário Trindade,CP 467, CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil Tel: 55-048-3317030 E-mail: aline@eps.ufsc.br 1 Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Programa de Pós Graduação em Eng. de Produção CEP: 88040-970 Florianópolis/SC Brasil Resumo: A Inteligência Competitiva tende a assumir um papel cada vez mais destacado no mercado atual, caracterizado por fatores como alta competitividade, clientes e consumidores cada vez mais exigentes, redução da vida útil de produtos e serviços e alta velocidade de desenvolvimento de tecnologias. Para as organizações, a Inteligência Competitiva surge como uma forma de disponibilização de informações que possam ser utilizadas como apoio para o processo de tomada de decisão e revertidas em vantagens competitivas. Neste contexto, a Inteligência Competitiva assume papel relevante para os processos e estratégias de Inovação Tecnológica. O principal objetivo deste trabalho é discutir a inter-relação entre a Inteligência Competitiva e a Inovação Tecnológica. Desta forma, duas abordagens são apresentadas: a
  • 2. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 2 Inteligência Competitiva como geradora de Inovação Tecnológica e esta, por sua vez, como ferramenta para o processo de Inteligência Competitiva. Palavras-chave: inteligência competitiva, inovação tecnológica, conhecimento, estratégias tecnológicas, organização.
  • 3. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 3 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: UM PROCESSO INTERATIVO Introdução O fator chave para o sucesso de uma organização é entregar a seus consumidores produtos ou serviços com maior valor agregado possível (performance / preço) atendendo suas necessidades, em menor tempo e melhor que a concorrência. A concorrência é um fator crítico para o sucesso ou fracasso das organizações, determinando como as atividades de uma organização devem ser conduzidas para garantir o sucesso a longo prazo da mesma. Muitas das grandes empresas vêm desenvolvendo ou aprimorando seus processos de inteligência, pois cada vez mais acredita-se que informações relevantes e rápidas são fundamentais para a tomada de decisões estratégicas. Dentre os diversos tipos de inteligência da organização citados na literatura, a Inteligência Competitiva está voltada para uma questão chave: informação externa e estratégias de inteligência possibilitando inovação(Mensch apud Pozzebon e Freitas, 1998). Segundo Tyson (1998) a Inteligência Competitiva tem evoluído para um processo híbrido de Planejamento Estratégico e atividades de pesquisa de mercado, estruturando processos de coleta e análise de informações de forma sistemática e rotineira. Assim, o presente artigo aborda a relação interativa entre a Inteligência Competitiva e a Inovação Tecnológica: a necessidade de se utilizar inovações tecnológicas para acelerar o processo de Inteligência Competitiva com o objetivo de coletar, analisar e distribuir informações relevantes para a organização o mais rápido possível. Por outro lado, aborda a Inteligência Competitiva como ferramenta de análise da indústria trazendo informações como tendências tecnológicas e participando das decisões de estratégias tecnológicas da organização em questão. 2 O Processo de Inovação Tecnológica Diversas definições para processo de Inovação Tecnológica podem ser encontradas na literatura (Valeriano, 1985; Sheth e Ram, 1987; Tornatzky e Fleischer, 1990; Markides, 1997, dentre outros). Apesar dos diferentes focos de abordagem, os diversos autores salientam que esse processo envolve mudanças que sempre trazem incertezas, dificuldades e riscos, apesar de seremvitais para a sobrevivência da s organizações. Tornatsky e Fleischer (1990) consideram que
  • 4. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 4 o processo de Inovação Tecnológica envolve o desenvolvimento e a introdução de ferramentas derivadas do conhecimento através das quais as pessoas interagem com seu ambiente. Valeriano (1985) define Inovação Tecnológica sob um ponto de vista fundamentalmente econômico: “a Inovação Tecnológica é o processo pelo qual uma idéia ou invenção é transposta para a economia", ou seja, ela percorre o trajeto que vai desde esta idéia, fazendo uso de tecnologias existentes ou buscadas para tanto, até criar o novo produto ou serviço e colocá-lo em disponibilidade para o consumo ou uso. Uma Inovação Tecnológica pode ser incremental ou radical. A Inovação Tecnológica Incremental se adequa geralmente ao contexto da organização que está adotando-a, bem como a seus valores e crenças, necessitando de poucas adaptações nos processos já existentes na organização para sua implementação. Já a Inovação Tecnológica Radical introduz conceitos completamente novos para a organização, necessitando da criação de processos completamente novos, muitas vezes a extinção de processos existentes, além de envolver, algumas vezes, a mudança de valores da organização. Logicamente, a Inovação Tecnológica Radical envolve muito mais incertezas, resistências e, consequentemente, riscos. 3 A Inovação Tecnológica como um Processo de Geração e Utilização de Conhecimento A Inovação Tecnológica pode ser analisada como um processo constituído por diversas fases, desde a pesquisa para desenvolvimento da tecnologia até a utilização da inovação pelo usuário de forma rotineira. De forma genérica, durante a fase de desenvolvimento, o processo de Inovação Tecnológica passa pela pesquisa, desenvolvimento, avaliação, manufatura e disseminação (Tornatsky e Fleischer, 1990). Já a fase de utilização pode segue as etapas: conhecimento da inovação, persuasão, decisão, implementação e confirmação (Rogers, 1995). Afigura 1 sintetiza o Processo de Inovação Tecnológica definindo quem executa cada fase. Focalizando a geração de conhecimento, Guimarães (1998) define o processo de inovação como uma síntese de conhecimentos diversos, integrados à base privada de conhecimento de uma empresa através de um processo de aprendizagem. Este processo demanda duas condições básicas: a oportunidade tecnológica e a apropriação de benefícios gerados pelas atividades inovativas, atuando simultaneamente. A autora salienta a importância do contexto social, de como uma interação social pode gerar conhecimento e como o curso do desenvolvimento tecnológico é moldado por
  • 5. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 5 estas interações. Drucker (1998) considera que a inovação deve ser uma prática sistemática e apresenta como fontes de inovação: pesquisa e desenvolvimento, ocorrências inesperadas, necessidades do processo, incongruências, mudanças no mercado ou indústria, mudanças demográficas,mudanças na percepção e novos conhecimentos. Em todas as fontes de inovação citadas, a informação tem papel relevante, tanto na sua forma tácita como explícita, endógena ou exógena à organização. Tal observação implica que quanto maior o aproveitamento das informações que chegam na organização e quanto mais sistematizada sua busca e disseminação, maior a probabilidade de se aproveitar as oportunidades de inovação. Dependendo do contexto, essas fontes podem assumir diferentes níveis de importância com o tempo. As três últimas fontes de inovação citadas por Drucker representam oportunidades existentes no ambiente externo da empresa. Mudanças demográficas representam oportunidades de inovação devido a mudanças no número de pessoas - sua distribuição etária, educação, ocupações, localização geográfica – e, portanto, requerem informações de fundo social, econômico e demográfico. São consideradas como um investimento de baixo risco e de grande retorno. Mudanças na percepção podem constituir grandes oportunidades de inovação. Uma mudança de percepção não altera os fatos, mas sim seu significado, rapidamente. As conseqüências dessa mudança de visão são concretas, podem ser definidas e exploradas. Informações sobre tendências de mercado e mudanças nos hábitos dos consumidores são de extrema importância. Inovações baseadas em novos conhecimentos diferem dos outros tipos de inovação devido ao tempo que tomam, suas taxas de ocorrência e aplicabilidade, bem como mudanças que provocam na organização. O processo baseia-se na identificação do novo conhecimentoemergente e na sua transformação em tecnologia utilizável. O tempo que leva para uma inovação deste tipo chegar ao mercado é longo - algo como 50 anos - e envolve vários tipos de conhecimento. Constatado que uma inovação é tanto conceitual como perceptiva, a Inteligência Competitiva pode ser vista como uma ferramenta para o processo de inovação, pois possibilita observar o mercado, analisar as estratégias de seus competidores e suas repercussões, o comportamento e as tendências dos consumidores, seus valores, expectativas e necessidades. A capacidade de uma organização em inovar está relacionada à incorporação de conhecimento em seus processos e produtos e as vantagens econômicas advindas do controle deste conhecimento. Assim, conhecimento é a chave para a inovação, seja ela tecnológica ou não.
  • 6. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 6 Figura 1. Processo de Inovação Tecnológica. Fonte: Adaptado de Rogers (1995); Tornatsky e Fleischer (1990). 4 Conceito de Inteligência Competitiva O conceito de Inteligência Competitiva é antigo e vem sendo praticado inconscientemente por muitas organizações. Nota-se uma certa imprecisão, pois muitas expressões são empregadas como sinônimos de Inteligência Competitiva : “Business Intelligence”, “Intelligence Économique”, “Competitor Intelligence”, etc. Segundo Jacquet (1999), os resultados de uma pesquisa feita na França pela agência Pouey mostrou que 69% das 250 pequenas e médias empresas francesas questionadas praticam inteligência econômica sem saber, utilizando termos
  • 7. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 7 como: "informação estratégica", "vigília estratégica, técnico-econômica ou da concorrência", "informação de negócios". Para as organizações, a Inteligência Competitiva é “colocar à disposição informações úteis de origem econômica, financeira, comercial, jurídica e legislativa, científica e técnica”. É a sensibilização da organização para a utilização da informação, que se reverte em vantagem competitiva (Comité pour la Competitivité et la Securité Économique, 1995). Uma visão mais abrangente do conceito de Inteligência Competitiva é dada por Rothschild (apud Richard Combs Associates, 1999) que a define como “uma maneira de pensar”. Gilod et. al (1999) conceitua Inteligência Competitiva como a atividade de monitoramento do ambiente externo da empresa para a coleta de informações que sejam relevantes para o processo de tomada de decisão da organização (apud Richard Combs Associates, 1999). Jakobiak (1998) apresenta a Inteligência Competitiva como o conjunto de ações coordenadas que envolvem pesquisa, tratamento e distribuição de informações úteis aos atores econômicos, visando sua exploração. Observa-se que diversos autores salientam a diferença entre a prática da Inteligência Competitiva e da espionagem. A Inteligência Competitiva utiliza apenas informações públicas, que podem ser legalmente e eticamente identificadas e acessadas (Malhotra, 1996). Assim, a informação que sempre foi considerada como subproduto das atividades empresariais torna-se a base da organização. Segundo Bogliolo (1998), a informação é a única fonte de valor de uma organização. Para uma efetiva compreensão e interpretação da informação, possibilitando que a mesma resulte em tomadas de decisão, são necessários tanto o conhecimento tácito como o explícito (Skyrme, 1998). Além disso, reconhecer uma informação valiosa no mercado ou transformar dados em informações, relacionando-as a um conhecimento prévio, é um processo complexo,que envolve constante aprendizagem. Portanto, é importante ressaltar o papel do capital humano da organização, ou seja, das capacidades de seus indivíduos, salientado por diversos autores através de conceitos que envolvem, entre outros fatores, a inteligência humana: “Absorptive Capacity 1 (Cohen, 1990), “Learning Organizations 2 ” (Skyrme, 1998; Bogliolo, 1998), "Knowledge Management 3 " (Thil, 1998). Os motivos para a crescente e acelerada difusão da Inteligência Competitiva provêm da situação econômica e política atuais. Sob este aspecto, cita-se as políticas de exportação/importação, que
  • 8. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 8 conduziram muitas organizações a uma situação de guerra, ou seja, a um mercado altamente competitivo, ao invés da antiga estabilidade de mercado proporcionada pelas barreiras legislativas e alfandegárias vigentes anteriormente. Pode-se representar graficamente a Inteligência Competitiva como a Figura 2. Figura 2. Representação do Processo de Inteligência Competitiva. O processo de Inteligência Competitiva permite à organização identificar ameaças competitivas, eliminar ou reduzir surpresas, reduzir o tempo de reação, identificar oportunidades latentes, gerenciar clientes, antecipar necessidades e desejos dos consumidores, monitorar as estratégias dos concorrentes, difundir as informações na organização, preservar a vantagem competitiva, monitorar as tecnologias em desenvolvimento, dentre outras ações. Entre as empresas mais respeitadas pelos seus trabalhos com Inteligência Competitiva pode-se citar: Motorola e General Eletric; Microsoft; Hewlett-Packard; IBM e AT&T; Intel; 3M; Xerox; Merck; Coca-Cola e Chrysler (Health, 1996). Segundo o consultor Bill DeGenaro, citado por Health (1996), o que diferencia, por exemplo, a Motorola das demais empresas é o comprometimento da alta gerência e diretoria com a Inteligência Competitiva. Seus executivos acreditam na importância da Inteligência Competitiva para todo o processo de decisão. Um exemplo de ação relacionada a Inteligência Competitiva da Motorola é o monitoramento de informações em embaixadas e órgãos governamentais de países onde atua. Informações sobre os
  • 9. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 9 planos de investimento de países como o Japão orientam as estratégias da empresa para trabalhar mais próximo aos fabricantes e clientes, fortalecendo sua posição competitiva. 5 Elementos da Inteligência Competitiva As principais etapas da Inteligência Competitiva definidas por Jakobiak (1998) sãoapresentadas no gráfico a seguir. A estrutura do sistema é constituída por três famílias ou redes de atores intervenientes: os observadores (REDE 1), os especialistas (REDE 2) e os decisores (REDE 3). Figura 3. Principais atividades da Inteligência Competitiva. Fonte: Adaptação de Jakobiak (1998). Os papéis desenvolvidos pelos profissionais de cada uma das três redes são fundamentais. Através da figura 4, pode-se visualizar como esses papéis interagem entre si. Observadores ou
  • 10. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 10 gatekeepers são indivíduos que têm como força monitorar o ambiente e traduzir a informação técnica em uma informação compreensível para o grupo de pesquisa (Cohen, 1990). Os especialistas em tecnologia da informação são responsáveis pelo tratamento dos dados coletados de forma a difundir seletivamente as informações, ao invés de simplesmente transferi- las aos diversos setores da organização. Seu papel é de suma importância. Figura 4. Configuração das redes de profissionais envolvidos no processo de Inteligência Competitiva. Fonte: Adaptação de Jakobiak (1998). As atividades desenvolvidas em cada etapa do processo de Inteligência Competitiva são apontadas por diversos autores e apresentadas no quadro sinóptico a seguir (Jakobiak, 1998; Bruno, 1999; Davis, 1997; Grenetier, 1998).
  • 11. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 11 Quadro 1. Atividades desenvolvidas em cada etapa da Inteligência Competitiva. ETAPA ATIVIDADES PESQUISA Busca em fontes de informação 1. Gerais: periódicos, enciclopédias, teses, patentes, bases de dados e internet. 2. Específica: informações públicas mas pouco difundidas, informações informais e informações internas COLETA Definem-se três categorias de coleta: 1. Coleta consecutiva a uma pesquisa em base de dados (procura por referência, documentos originais) 2. Coleta periódica de certos dados (relatórios anuais da organização, catálogos de fornecedores de equipamentos para novas tecnologias, matéria-prima, novos produtos etc). 3. Coleta como um processo contínuo (agentes que trazem informações para a organização devido a sua força social): técnicos, clientes, engenheiros de projetos, concorrentes, pesquisadores, comerciantes, responsáveis de marketing, participantes de feira, exposições, eventos da área, agentes da rede de venda etc. São os chamados “outros observadores” na Figura 4, que desempenham um papel vital. DIFUSÃO Existem duas formas de difusão: 1. Difusão de informações brutas – secundárias (referência) ou primárias (documentos completos); 2. Difusão de informações estruturadas (relatórios, comunicações, programas, jornais internos, boletins); A difusão se dá em diferentes níveis, conforme o papel hierárquico dos indivíduos e a confidencialidade da informação. EXPLORAÇÃO Tratamento É a operação que transforma dados em informações, ou seja, agrega valor a dados dispersos. Existem três tipos de tratamento a serem considerados: ü Tratamento específico, conforme os critérios do destinatário (usuário final); ü Tratamento de análise estratégica; ü Tratamento de informática. Análise / Validação ü Análise é o estudo aprofundado da documentação para recuperar as informações essenciais que possam auxiliar a tomada de decisão ou ações estratégicas; ü Validação é a verificação das fontes e credibilidade dos dados. UTILIZAÇÃO É a tomada de decisões de importância estratégica para a organização, como por exemplo: ü Novos projetos de pesquisa; ü Novos programas de desenvolvimento; ü Acordos de cooperação; ü Transferência de tecnologia, venda ou compra de licença; ü Compra / venda / arrendamento de unidades de produção; ü Atividades debenchmarking; ü Uso ofensivo da informação; ü Reação às intenções / ações da concorrência. ETAPA ATIVIDADES
  • 12. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 12 6 A Inteligência Competitiva como ferramenta de auxílio na definição das estratégias tecnológicas de uma organização No cenário atual, devido a concorrência cada vez mais globalizada e as constantes mudanças, tanto internas à organização quanto externas a ela, é imprescindível que informações vitais para os processos de tomada de decisão sejam disponibilizadas no tempo ideal para os responsáveis por estes processos. Dentre as diversas decisões a serem tomadas por uma organização encontram-se decisões relacionadas a estratégias tecnológicas, definindo, por exemplo, como, quando e se um inovação tecnológica deve ser adotada ou desenvolvida. Neste contexto, a Inteligência Competitiva torna-se um processo fundamental, possibilitando a identificação de oportunidades de inovações, novas tendências tecnológicas, estratégias dos competidores, clientes e fornecedores, antecipação de necessidades etc. Dentre as ferramentas e técnicas usadas na Inteligência Competitiva podem ser citadas: "benchmarking competitivo 4", "inteligência defensiva5", engenharia reversa 6, observações in- loco (Malholtra, 1996). Um exemplo que mostra claramente a aplicação da Inteligência Competitiva é o caso dos fabricantes de computadores, ramo no qual a engenharia reversa nos produtos concorrentes é uma prática comum. Através da desmontagem e observação das estruturas de produtos comercializados, pode-se implementar inovações em produtos - como a utilização de componentes plásticos em substituição aos tradicionais, confeccionados em metal. Através da ánalise e do melhoramento das estratégias utilizadas em produtos concorrentes pode-se reduzir custos (em relação à produção, aos materiais utilizados, aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento), melhorar características funcionais dos produtos (peso, desempenho, tempo útil etc). Novamente observa-se a importância de respeitar a fatores éticos e a propriedade industrial, normalmente estabelecida através de patentes. 7 A Inovação Tecnológica como ferramenta para a Inteligência Competitiva Como visto anteriormente, o processo de Inteligência Competitiva busca coletar, analisar e distribuir informações relevantes sobre indústria, clientes, competidores, tendências etc, no menor tempo possível. A velocidade com que os outputs da Inteligência Competitiva vêm sendo
  • 13. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 13 requisitados também é dinâmica, aumentando a cada dia. Para que o processo de Inteligência Competitiva possa responder às necessidades na velocidade desejada, ferramentas tecnológicas apropriadas se fazem necessárias. Uma grande dificuldade inerente a esse processo é a sistematização dos diferentes tipos de dados e informações de forma a disponibilizá-los, avaliar seu valor, pertinência e nível de interdependência, contextualizando-os às transformações sociais e econômicas do mercado. Bruno (1999) classifica os diferentes tipos de informação em científicas, técnicas, tecnológicas, econômicas, ambientais, de segurança, regulamentares, jurídicas e comerciais. Como pode-se prever, a estrutura dessas informações não são padronizadas e necessitam de diferentes suportes (papel, bases de dados, internet, comunicação oral etc.) Pozzebon e Freitas (1998) ressaltam a necessidade de se desenvolver "um ambiente que forneça informações internas, informações externas, informações sobre as percepções dos clientes e consumidores, e que permita análises e simulações, enfim, um ambiente integrador das informações disponíveis para o sucesso da organização e que crie condições para usuários pró- ativos". Segundo o autor, tais ambientes vêm sendo gradativamente implementados nas organizações com base em métodos voltados para a identificação de dados estratégicos e aspectos críticos dos negócios. Concluindo, a Inteligência Competitiva vem provocando inovações na área de tecnologia da informação, pois os sistemas de informações tradicionais não possibilitam lidar com dados informais, contextos, ambigüidades, significados, formatos heterogêneos. Além disso, o processo de Inteligência Competitiva é global e sistemático, não possui linearidade e pode mudar de orientação ou objetivo em função de conhecimentos adquiridos durante sua evolução. Desta forma, cria-se uma interação entre a Inovação Tecnológica e a Inteligência Competitiva, uma precisando da outra para sua sobrevivência. Focalizando-se estritamente o caso da tecnologia da informação como suporte para a Inteligência Competitiva e esta, por sua vez, como ferramenta para a busca de Inovações Tecnológicas para a tecnologia da informação, pode-se observar como ocorre esta interação na figura 5.
  • 14. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 14 Figura 5. Processo interativo entre a Inteligência Competitiva e o processo de Inovação Tecnológica na tecnologia da informação. Pode-se citar como exemplo de ferramenta tecnológica para a Inteligência Competitiva ocaso do software PUZZLE®, apresentado por Lesca (1996). Basicamente, as vantagens de se utilizar esse software residem na sua capacidade de armazenamento, permitindo composições e validações das informações armazenadas ou elaboradas; no seu formato, o qual aceita todo ormato de informação - texto, imagem, voz; na possibilidade de realizar múltiplos arranjos de informações através de diversos vínculos de causalidade, analógicos, de contigüidade etc; na possibilidade de verificar a coerência das informações agrupadas e na possibilidade de acessar de forma rápida e fácil as informações derivadas. Segundo o autor, este software atende três necessidades práticas: fornecer representações significativas, dinâmicas, referentes ao ambiente da empresa sem conceitos pré-definidos; orientar a escuta do ambiente da empresa, ou seja, tornar mais seletiva e objetiva a escuta do ambiente e, por conseqüência, permitir aumentar a eficácia e a dinâmica da Inteligência Competitiva e deduzir informações inacessíveis de forma direta. O conceito de puzzle, que deu nome ao software citado acima, é juntar as peças em desordem de um quebra- cabeças, montando representações significativas para o usuário final - o responsável pela tomada
  • 15. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 15 de decisão. No contexto utilizado por Lesca et al (1996), puzzle se refere a "uma metodologia de tratamento de sinais fracos e um sistema aplicativo (software) que sustenta esta metodologia". 8 Considerações finais A Inteligência Competitiva tende a assumir um papel cada vez mais destacado no mercado atual, caracterizado por fatores como alta competitividade, clientes e consumidores cada vez mais exigentes, redução da vida útil de produtos e serviços e alta velocidade de desenvolvimento de novas tecnologias. Teoricamente todas as organizações têm acesso às mesmas informações, que atualmente estão disponibilizadas em grande volume, o que pode ser utilizado como vantagem competitivapor algumas organizações e funcionar como barreira para outras. As organizações estão plenas de informações, mas têm muito pouca inteligência. Segundo Lesca et al (1996) dados e informações não se qualificam como inteligência até que eles tenham sido processados por uma mente humana que sabe quais questões precisam ser respondidas. É neste cenário que um programa de Inteligência Competitiva bem estruturado tem papel fundamental para sustentar a vantagem competitiva de uma organização, possibilitando otimizar o uso das informações. Por exemplo: o direcionamento de ações estratégicas maximizando a segurança de sucesso, a criação de uma postura proativa ao invés de reativa da organização em relação ao mercado. Portanto, é crucial que uma organização disponibilize recursos para investimentos em tecnologia da informação como suporte e investimentos no capital humano da organização de forma a desenvolver as capacidades e habilidades dos indivíduos para colaborar e possibilitar a manutenção de um sistema de Inteligência Competitiva . Notas 1 Absorptive Capacity: habilidade de explorar (avaliar e utilizar) conhecimentos externos com base em conhecimentos prévios. (Cohen,1990) 2 Learning Organizations: organização em constante processo de aprendizado, com objetivo de aumentar sua flexibilidade e adaptação a mudanças, buscando garantir sua sobrevivência em um mercado altamente imprevisível e mutável. (Bogliolo, 1998) 3 Knowledge Management: um dos conceitos citados é o esforço de buscar, manter, filtrar e
  • 16. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 16 disseminar o conhecimento dentro de uma organização. (Thil, 1998) 4 benchmarking competitivo: é usado para comparar as operações de uma organização às de seus concorrentes. 5 inteligência defensiva: envolve o monitoramento e análise das atividades da própria organização e como seus concorrentes e indivíduos as vêem. 6 engenharia reversa: adquirir informações sobre um produto (ou serviço) - como é produzido, custo e qualidade, partindo do produto acabado.
  • 17. Lia Krücken-Pereira, Fernanda Debiasi & Aline França de Abreu REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 17 Bibliografia Bogliolo, D. KM, Knowledge Management - 1/3. Itália, 1998. http://www.uniroma1.it/ Documentation /km1.html [04 fev. 1999]. Bogliolo, D. KM, Knowledge Management - 2/3. Itália, 1998. http://www.uniroma1.it/ Documentation/km2.html [04 fev. 1999]. Bruno, M. La Veille Technologique. Automated Research Systems. http://ms161u06.u3mrs.fr/vtdef. html [04 jan. 1999]. Comité pour la Competitivité et la Securité Économique (CCSE). L'Intelligence Économique. França, 1995. http://www.finances.gouv.fr/pole_ecofin/intelligence/intelligence_economique.htm [04 jan. 1999]. COSTA, Marilia Damiani; KRUCKEN, Lia; ABREU, Aline França. Gestão da informação ou gestão do conhecimento. In: Anais do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, 19, 2000, Porto Alegre. Porto Alegre, 2000. (cd-rom) DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Davis, M. Applying Technology to Competitive Intelligence. New Information Paradigms, 1997. http://www.nipltd.htm[04 fev. 1999]. Drucker, P.F. The Discipline of Innovation, Harvard Business Review, nov-dec, 1998. Galvin, R.W. Knowledge makes tne difference at Motorola. Strategy and Leadership, Mar/Apr, 1996. Grenetier, I. Business Intelligence: pour décider efficacement. Valoris Amplitude, nº 13, hiver 1998. Guimarães, M.C.S. Tecnologia como Conhecimento: o Público e o Privado; o Social e o Econômico. Doutorado em Ciência da Informação, Convênio CNPq/IBICT - UFRJ/ECO, Rio de Janeiro, 1998. Health, Rebecca P. The Competitive Edge. September, 1996. http://www.demographics.com/ publications/mt/96_mt/9609_mt/9609mf02.htm[18 mai. 1999]. Jacquet, L. Information Stratégique: des PME-PMI Averties. Le Moci Moniteur du Commerce International, nº1359, du 15 au 21 ocotbre 1998. Jakobiak, F. L'Intelligence Économique en Pratique. Paris: Éditions d'Organisation, 1998. Lesca, H.; Freitas, H.M.R.; Cunha Jr., M.V.M. Instrumentalizando a Decisão Gerencial. Decidr,
  • 18. Inovação Tecnológica e Inteligência Competitiva: Um Processo Interativo REAd – Edição 21 Vol. 7 No. 1, maio-junho 2001 18 ano , nº25, 1996. Malhotra, Y. Competitive Intelligence Programs: An Overview. Brint Institute, 1996. http://www.brint.com /papers/ciover.htm[04 mar. 1999]. MARKIDES, C. Strategic innovation. Sloan Management Review, Spring, 1997. Porter, M.E. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. Rio de Janeiro: Campus, 1992. Pozzebon, M.; Freitas, H. Características Desejáveis de um EIS - Enterprise Information System - Rumo à Proatividade. Read, nº5, v3, n1. UFRGS, Porto Alegre, 1998. Richard Combs Associates. An Overview of Competitive Intelligence. Chicago, 1999. Texto disponível na Internet: http://strategis.ic.gc.ca/SSG/mi03987e.htm [04 abr. 1999] Rogers, E.M. Diffusion of Innovation. New York: Free Press, 1995. SHETH, J.N.; RAM, S. Bringing innovation to market: how to break corporate and customer barriers. USA: John Wiley & Sons, 1987. Skyrme, D.J. Developing a Knowledge Strategy. Inglaterra, 1998. :http://www.skyrme.com/pubs/ knwstrat.htm[03 mar. 1999]. Skyrme, D.J. From Information to Knowledge Management: Are You Prepared? Inglaterra, 1998. http://www.skyrme.com/pubs/on97full.htm[03 mar. 1999]. Thil, J. Knowledge Management: du Bom Usage de la Gestion des Connaissances. Tech. Internationales, nº46 juillet-août, 1998. Tornatsky, L.G.; Fleischer, M. The Process of Technological Innovation. Massachusest: Lexingthon Books,1990. Tyson, K. M. The Complete Guide to Competitive Intelligence: gathering, analysing, and using competitive intelligence. Chicago: Kirk Tyson International Ltd., 1998. Tyson, K.M. Perpetual strategy: a 21t century essential. Strategy and Leadership , Jan/Feb, 1998.