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A necessidade de fundamentação da moral
 análise comparativa de duas perspectivas
filosóficas (as teorias éticas de Kant e Mill)



               INTRODUÇÃO
A necessidade de fundamentação da moral

       O que se entende por necessidade de
             fundamentação da moral?
• Entende – se estabelecer um critério, uma base
  que distinga uma acção boa ou moralmente
  correcta de uma acção má ou moralmente
  incorrecta. A necessidade de fundamentar a
  moral é a necessidade de encontrar esse critério,
  essa forma de distinguir o que é certo do que é
  moralmente errado.
A necessidade de fundamentação da moral

O problema da fundamentação da moral
  costuma colocar – se mediante as seguintes
  questões:
1.Como distinguir o bem do mal?
2. Como distinguir o moralmente correcto do
  moralmente incorrecto?
3.Em que consiste o valor moral de uma acção?
A necessidade de fundamentação da moral


Os dois critérios mais frequentemente
 apresentados para distinguir o correcto do
 incorrecto:
1.A intenção.
2.As consequências ou resultados da acção.
As duas teorias que vamos estudar (a teoria
  deontológica de Kant e a teoria utilitarista de
  Mill) distinguem – se pelo valor que atribuem a
  cada um dos critérios.
A necessidade de fundamentação da moral

Que relação existe entre juízos ou normas morais e teorias
  éticas?
                    «O Mário agiu mal porque roubou».
Trata-se de um juízo moral porque avalia a correcção moral de um acto.
   Muito frequentemente, ajuizamos o valor moral de um acto
   confrontando-o com uma determinada regra ou norma moral. Se o acto
   cumpre essa regra é correcto, se não a cumpre é errado.A norma violada
   neste caso foi: «Não se deve roubar».
Se perguntássemos por que razão não cumprir a referida regra foi errado,
   alguém poderia responder-nos: «Foi errado não cumprir a regra porque
   as consequências foram más». O que fez quem nos respondeu assim?
   Utilizou um critério mais geral do que qualquer das normas morais que
   conhecemos e avaliou a acção referindo-se ao seguinte princípio ético:
   «São erradas as acções que têm más consequências e certas as que têm
   boas consequências».
A necessidade de fundamentação da moral

             Para que servem então as teorias éticas?
   Para reduzir a diversidade das normas morais concretas a um princípio
   geral, denominado fundamento, que nos diz como devemos agir.
Este princípio geral não substitui as normas morais. Unicamente nos diz
   quando é correcto cumpri – las. Segundo Kant, é sempre errado roubar,
   matar ou mentir e não tem valor moral as acções em que não se cumpre
   o dever pelo dever. «Cumprir o dever pelo dever» é o princípio ético
   básico da ética de Kant. Segundo Mill, nem sempre aqueles actos são
   errados. Tudo depende das consequências da acção para o maioria dos
   envolvidos. «A acção boa é a que tem boas consequências para o maior
   número é o princípio ético básico da teoria utilitarista de Mill.
A maioria das pessoas, tenha ou não consciência explícita disso, baseia as
   suas avaliações morais em teorias éticas. É frequente ouvir-se dizer que
   «As boas intenções fazem as boas acções», que «A árvore se conhece
   pelos frutos» ou que «De boas intenções está o inferno cheio».

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Kant vs Mill: fundamentos morais

  • 1. A necessidade de fundamentação da moral análise comparativa de duas perspectivas filosóficas (as teorias éticas de Kant e Mill) INTRODUÇÃO
  • 2. A necessidade de fundamentação da moral O que se entende por necessidade de fundamentação da moral? • Entende – se estabelecer um critério, uma base que distinga uma acção boa ou moralmente correcta de uma acção má ou moralmente incorrecta. A necessidade de fundamentar a moral é a necessidade de encontrar esse critério, essa forma de distinguir o que é certo do que é moralmente errado.
  • 3. A necessidade de fundamentação da moral O problema da fundamentação da moral costuma colocar – se mediante as seguintes questões: 1.Como distinguir o bem do mal? 2. Como distinguir o moralmente correcto do moralmente incorrecto? 3.Em que consiste o valor moral de uma acção?
  • 4. A necessidade de fundamentação da moral Os dois critérios mais frequentemente apresentados para distinguir o correcto do incorrecto: 1.A intenção. 2.As consequências ou resultados da acção. As duas teorias que vamos estudar (a teoria deontológica de Kant e a teoria utilitarista de Mill) distinguem – se pelo valor que atribuem a cada um dos critérios.
  • 5. A necessidade de fundamentação da moral Que relação existe entre juízos ou normas morais e teorias éticas? «O Mário agiu mal porque roubou». Trata-se de um juízo moral porque avalia a correcção moral de um acto. Muito frequentemente, ajuizamos o valor moral de um acto confrontando-o com uma determinada regra ou norma moral. Se o acto cumpre essa regra é correcto, se não a cumpre é errado.A norma violada neste caso foi: «Não se deve roubar». Se perguntássemos por que razão não cumprir a referida regra foi errado, alguém poderia responder-nos: «Foi errado não cumprir a regra porque as consequências foram más». O que fez quem nos respondeu assim? Utilizou um critério mais geral do que qualquer das normas morais que conhecemos e avaliou a acção referindo-se ao seguinte princípio ético: «São erradas as acções que têm más consequências e certas as que têm boas consequências».
  • 6. A necessidade de fundamentação da moral Para que servem então as teorias éticas? Para reduzir a diversidade das normas morais concretas a um princípio geral, denominado fundamento, que nos diz como devemos agir. Este princípio geral não substitui as normas morais. Unicamente nos diz quando é correcto cumpri – las. Segundo Kant, é sempre errado roubar, matar ou mentir e não tem valor moral as acções em que não se cumpre o dever pelo dever. «Cumprir o dever pelo dever» é o princípio ético básico da ética de Kant. Segundo Mill, nem sempre aqueles actos são errados. Tudo depende das consequências da acção para o maioria dos envolvidos. «A acção boa é a que tem boas consequências para o maior número é o princípio ético básico da teoria utilitarista de Mill. A maioria das pessoas, tenha ou não consciência explícita disso, baseia as suas avaliações morais em teorias éticas. É frequente ouvir-se dizer que «As boas intenções fazem as boas acções», que «A árvore se conhece pelos frutos» ou que «De boas intenções está o inferno cheio».