O documento discute infortúnios e desgraças, definindo infortúnio como fortuna adversa ou sorte desgraçada. Ele descreve grandes catástrofes recentes como ataques terroristas e maremotos, e como elas promovem solidariedade. O texto também fala sobre infortúnios ocultos e desgraças particulares que afetam mais pessoas do que grandes desastres, e enfatiza a importância de ser caridoso com aqueles que sofrem em silêncio.
3. Catástrofes que marcaram os últimos anos
A primeira se deu no dia 11 de setembro de 2001,
quando o mundo todo assistiu, estarrecido, ao atentado
terrorista às torres gêmeas do World Trade
Center;
A segunda teve causa natural. Foi no dia 26 de
dezembro passado, quando ocorreu um maremoto
gigantesco em conseqüência de um terremoto de
8,9 graus na escala Richter, com epicentro
localizado no leito do mar próximo à Ilha de Sumatra,
matando mais de sessenta mil pessoas em diversos
países da Ásia e na costa leste da África.
5. Lei de destruição
No Capítulo VI Parte 3a de O Livro dos Espíritos, Kardec
trata da Lei de Destruição, sendo a Questão 737
particularmente importante para o nosso estudo.
737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de
flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a
destruição uma necessidade para a regeneração moral dos
Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na
escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo,
para que os resultados possam ser apreciados. Somente do
vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os
qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam.
Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias
para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem
de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria
exigido muitos séculos.”
6. Grandes catástrofes
chocam a opinião pública, tocando fundo na consciência das
pessoas, pois a mídia não as omite, antes fazendo delas suas
principais manchetes por dias ou semanas;
As pessoas se associam no trabalho voluntário, coletam e fornecem
donativos dos mais variados, se envolvem como podem no esforço
de ajudar as vítimas e reconstruir o que foi destruído.
Após os grandes flagelos vê-se, sempre, grande mobilização de
recursos de toda natureza. Em tais momentos, atos de heroísmo
que, em outras circunstâncias, passariam despercebidos, acabam
sendo divulgados aos quatro cantos do planeta, emocionando
pessoas por toda parte, servindo de inspiração e exemplo para
emulação.
7. Desgraças particulares
Kardec nos chama a atenção, no entanto, para os
infortúnios ocultos, as desgraças particulares que,
apesar de dispersas e sem interesse para a mídia,
formam, no todo, um volume de desgraças muitas
vezes superior à soma de todos os grandes flagelos
que a mídia tanto propaga. Ser caridoso ou heróico
no atendimento a um infortúnio oculto jamais será
divulgado na mídia, tornando o autor mais
meritório
perante
Deus.
8. O necessitado e o caridoso
Quem é caridoso de coração encontra os infortúnios
ocultos à sua volta, no lar, nas ruas, no trabalho ou onde
quer que seja e, tendo-o encontrado, logo se põe a
serviço, procurando minimizar o sofrimento dos
infortunados.
O necessitado pode estar do nosso lado todo o dia e
nunca o termos percebido, pois as demandas de nossas
emoções descontroladas somente permitem que vejamos
nossas
próprias
necessidades
e
carências.
9. Aprendendo a ser caridoso
Requer:
Força de vontade e dedicação;
Desprendimento;
Exemplificando;
Vivenciando o Evangelho;
Amando indistintamente.
10. A caridade segundo Jesus
"Qual o verdadeiro sentido da
palavra caridade, como a
entendia Jesus?“
"Benevolência para com todos,
indulgência
para
as
imperfeições
dos
outros,
perdão das ofensas.”
11. Perdas
“Mas ajuntai tesouros no céu...” - Mateus, 6:20
Mesmo guardando prudência e moderação, serás convocado ao aprendizado do desapego.
Na condição de usufrutuário passageiro das bênçãos que te felicitam, não obterás certidão de
posse sobre tais recursos.
Não existem perdas reais no universo, porque nada pertence a ninguém.
Quando a vida te convidar às necessárias renovações, ainda que sofras a dolorosa cirurgia do
desprendimento, mantém-te no controle de ti mesmo.
Hoje é o filho que muda, amanhã um vínculo que parte, depois é um bem surrupiado, mais
além um emprego que é retirado.
Não são perdas, são mudanças.
Guarda calma e equilíbrio para que entendas o “recado” de Deus a ti endereçado nas
alterações que a existência te conclama.
As dores das perdas são preciosos receituários contra as ilusões que carregamos.
Ermance Dufaux