2. Idade absoluta e idade relativa
Quando se fala da idade de uma rocha, pode-se falar de idade absoluta ou
de idade relativa. Vamos ver essa diferença.
A idade relativa não nos diz quantos milhões de anos a rocha tem Ela nos
informar que essa rocha é mais antiga ou mais jovem que outra ou então se
ela se formou antes ou depois de um determinado evento geológico.
Isso é feito com base em alguns princípios. Princípio é um ponto de partida,
uma referência de certo modo inquestionável sem a qual não se pode
avançar, em Ciência, com qualquer segurança.
1. Princípio da superposição – Em uma sequência de camadas de rocha não
deformadas, cada camada é mais jovem do que aquelas que estão abaixo
dela. Esse princípio é tão óbvio e tão aceito cientificamente que alguns
autores o chamam de lei, não de princípio. As rochas sedimentares formam-
se pela deposição de sedimentos (cascalho, areia, argila, etc.). Isso vale
também para a lava vulcânica, que forma pilhas de até várias dezenas de
derrames, como se vê no sul do Brasil, onde há 135 milhões de anos houve
intenso vulcanismo formador de basaltos e riodacitos.
4. 2 Princípio da continuidade lateral original – seqüencias estratigráficas
idênticas expostas em lados opostos de um vale devem ser interpretadas como
restos de camadas que já forma contínuas na área na qual o vale foi aberto.
Quem conhece o Grand Canyon, no Colorado (EUA), ou já o viu em fotos ou
filmes lembrará que há um grande pacote de camadas de rochas horizontais
de um lado e de outro do rio Colorado. As camadas que estão em um lado
aparecem com as mesmas características e na mesma ordem no outro lado,
mostrando que eram contínuas e foram erodidas pelo rio.
6. A idade Absoluta
A idade absoluta é aquela que nos diz, com maior grau de certeza, há
quantos milhões ou bilhões de anos a rocha se formou. Pode ser
determinada de duas maneiras, pelo conteúdo fossilífero ou pela datação
radiométrica, que utiliza a radioatividade natural das rochas.
Se a rocha contém fósseis, sua idade será a idade desses fósseis. Isso é muito
simples, mas é um método com enormes limitações. Nem toda rocha
contém fósseis; as ígneas, por exemplo, nunca os têm. E, mesmo quando a
rocha contém restos ou vestígios de animais ou plantas, eles podem ser de
difícil obtenção. Outro problema é que alguns fósseis viveram durante um
período de tempo muito grande, assim, o intervalo possível para a formação
da rocha em que estão é muito amplo, e de pouca utilidade. Por isso, são
muito importantes os chamados fósseis-indices. São seres vivos que viveram
durante um período de tempo curto (em termos geológicos) e em amplas
áreas do planeta. Desse modo, são relativamente fáceis de encontrar e,
quando descobertos, sabe-se que a rocha em que estão tem uma idade que
está num intervalo de tempo não muito amplo.
7. Para superar as grandes limitações da datação pelo conteúdo fossilífero, usa-
se a datação radiométrica, que só se tornou possível quando, há cerca de 100
anos, descobriu-se a radioatividade.
Radioatividade é o processo de desintegração espontânea de átomos de
alguns elementos químicos encontrados na natureza.
Toda a matéria é formada de átomos e os átomos são constituídos de um
núcleo, onde existem prótons e nêutrons e de elétrons, que giram em torno
desse núcleo.
Os elementos químicos radioativos emitem uma radiação, que pode ser de
três tipos: dois prótons e dois nêutrons, como o núcleo do elemento hélio
(radiação alfa), elétrons (radiação beta) ou uma radiação eletromagnética,
semelhante aos raios X (radiação gama). Com a emissão dessas radiações, os
átomos originais, radioativos, transformam-se em átomos de outro
elemento, estáveis, isso é, não radioativos. Sabendo-se a velocidade com que
esse processo ocorre, determina-se a quantidade do elemento formado pela
radioatividade e assim determina-se há quanto tempo o processo está
ocorrendo naquela rocha. Esse tempo será sua idade.
9. Se você leu Como funciona a Terra, sabe que a estrutura física da Terra tem
várias camadas distintas. Existe um núcleo interno sólido, um núcleo externo
derretido, uma manta maleável e uma crosta sólida. A crosta, a camada mais
fina, forma a superfície da Terra e é onde os fósseis são formados e
descobertos. Na área de Recreação Nacional do Lago Mead você pode ver
camadas expostas de rocha sedimentares de vários períodos da era
Paleozóica