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Apartamento paulistano com coleção de móveis nacionais
1. 98 apartamento itaim 99marcos bertoldi
o curitibano marcos bertoldi
encontrou sem querer um espaço
paulistano cheio de história
para reformar e preencher com
referências do mobiliário nacional
Texto Juliana Alves
Fotos Romulo Fialdini
versão
brasileira
Quando sua filha escolheu morar em São
Paulo, há quatro anos, o arquiteto Marcos
Bertoldi decidiu que era hora de comprar seu
primeiro imóvel na cidade. Depois de definir
dimensões, bairro e valor, a família foi atrás
de um apartamento de três quartos, que
demorou para ser encontrado. Morador em
Curitiba de uma casa de Vilanova Artigas,
Bertoldi queria uma arquitetura com a qual
se identificasse.
Depois de muitas visitas, um apartamento se
destacou pelas vigas de concreto aparente
e foi escolhido. “Comprei sem saber quem
era o arquiteto ou qual era a construtora e
quando levantei a história do prédio fiquei
encantado”, lembra Bertoldi.
Seleção nacional
O acervo de móveis de
Bertoldi se misturou a peças
compradas especialmente
para o apartamento. Acima,
destaque para as cadeiras
Girafa, de Lina Bo Bardi, e
Paulistano, de Paulo Mendes
da Rocha. Na página ao lado,
sofá de Bernardo Figueiredo,
sob obras de André Rigatti.
2. 100 apartamento itaim 101marcos bertoldi
Assinado pelo paulista Abrahão Sanovicz, o
edifício Modular Omicron, de 1972, faz parte
de um grupo de prédios residenciais enco-
mendados pela Formaespaço, construtora
sinônimo de vanguarda na São Paulo da
década de 1970. Localizado no Itaim Bibi, o
prédio se destaca por suas características
modernistas: estrutura aparente, ambientes
modulados de acordo com a estrutura, planta
livre, janelas em fita e portas do piso ao teto.
Bertoldi executou ele mesmo a reforma. Para
atender à tripla finalidade do espaço – casa
para a filha, hospedagem para a mulher e
escritório para ele –, a planta original, com três
quartos e 122 m2
, foi mantida, com exceção do
quarto de empregada, integrado à área social.
Banheiros e instalações foram refeitos, e um
piso de resina branca substituiu a cerâmica.
“Foi um trabalho de limpeza plástica, já que
eu não precisei gerar uma arquitetura, apenas
mostrar a que já estava lá. Percebi que tinha
uma coisa importante como pano de fundo e
procurei evidenciar as características moder-
nistas do imóvel, fazendo do espaço uma caixa
branca, com vigas aparentes, para receber
uma coleção de mobiliário brasileiro”, diz.
Na hora de escolher o layout, Bertoldi
imaginou uma composição assimétrica, que
equilibrasse espaços vazios e ocupados e
tornasse o ambiente dinâmico e fluido. Assim,
o posicionamento dos elementos permite
acréscimos ou subtrações sem desestruturar
Caixa branca
A reforma procurou evidenciar
as características originais
do imóvel de 1972, o que
ajuda a dar destaque para a
coleção de móveis. Entre as
peças, cadeira de balanço
Mendes Hirth (acima), de
Fernando Mendes, e cadeira
Zig Zag (na outra página), de
Gerrit Rietveld.
Arquiteto
Marcos Bertoldi
11 3807 0075
41 3223 4522
marcosbertoldi.com.br
Local
Itaim Bibi, São Paulo (SP)
‘busquei uma coleção que
funcionasse individualmente,
com peças referenciais do
mobiliário brasileiro modernista
e contemporâneo, mas sem
perder de vista o equilíbrio’
a harmonia do conjunto. A preocupação com
o deslocamento levou então à escolha de
móveis de proporções compactas, como o
sofá Pedras, da Ovo, e as cadeiras Girafa, de
Lina Bo Bardi, e Zig Zag, de Gerrit Rietveld.
Entre as várias peças assinadas, móveis
com importância emocional se destacam. A
cadeira de balanço Mendes Hirth, de Fernan-
do Mendes, por exemplo, já saiu de linha; e o
sofá Bernardo Figueiredo, projetado nos anos
60 para o Palácio do Itamaraty, faz parte do
imaginário brasileiro. “Busquei uma coleção
que funcionasse individualmente, com peças
referenciais do mobiliário brasileiro modernista
e contemporâneo, mas sem perder de vista o
equilíbrio e a harmonia do conjunto.”