O documento resume as principais fraturas faciais, descrevendo suas características radiográficas. Apresenta os tipos mais comuns de fraturas como a de tripé, blowout e LeFort, além de mandibulares. Fornece dicas para interpretação de imagens como as linhas de McGrigor-Campbell.
1. CURSO DE MEDICINA
ANATOMIA através do Rx do
trauma
Fraturas de Face
Leão HZ
(Professor de Morfologia – ULBRA)
Juan Zambon
(Acadêmico de Medicina – ULBRA)
Patrícia Comberlato
(Acadêmica de Odontologia – PUCRS)
3. Fraturas da Face
• Como o próprio nome já diz são fraturas que
ocorrem na região da face.
• Os ossos do crânio e da face coletivamente
formam uma área extremamente complexa
do corpo. Análise de uma face fraturada
requer conhecimento não somente da
anatomia norma, mas também dos padrões
de fraturas na face.
Smilesinc.com Destistry and Maxillofacial Surgery
4. Sinais radiográficos das
fraturas
Sinais Diretos
• Lucências lineares não anatômicas
• Defeito cortical ou sutura diastática
• Fragmentos ósseos sobrepondo-se
causando uma "dupla-densidade"
• Assimetria da Face
Sinais Indiretos
• Edema de tecidos moles
• Presença de Ar periorbital ou intracraniano
• Fluido nos seios paranasais
5. • Acidentes de carro: mais comum
• Cerca de 70 % dos acidentes de carro produzirão lesão
facial, felizmente maioria limita-se aos tecidos moles.
• Brigas e assaltos, são o segundo mecanismo mais
comum de lesão.
• O restante de fraturas são produzidos por quedas,
esportes, acidentes industriais e armas de fogo.
Causas das fraturas faciais
6. Fraturas faciais mais comuns:
Tipo de Fratura
Preva-
lência
Complexo
Zigomaticomaxilar(fratura
tripé)
40 %
LeFort
I 15 %
II 10 %
III 10 %
Arco Zigomático 10 %
Processo Alveolar da Maxila 5 %
Fraturas de esmagamento 5 %
Outro 5 %
7. • Impacto na lateral da face.
• Apresentação: trismo, devido ao
impingimento do arco zigomático contra o
processo coronoide da mandíbula ou do
músculo temporal.
• A Visualização adequada requer uma
incidência a partir da incidência
submentovertex, CT ou exame radiográfico
(incidência axial de Hirtz) que nos mostra
uma descontinuidade e ou afundamento do
arco zigomático.
Fratura Isolada de Arco Zigomático
8. • Envolve uma parte específica da maxila
• Associada com vários dentes fraturados.
• Radiografias panorâmicas para visualização das
fraturas na maxila e na mandíbula, porém as
radiografias intra-bucais são essenciais para se
estudar a relação entre a linha de fratura e os
elementos dentários.
• As fraturas que atingem o processo alveolar são
visíveis tanto nas radiografias intra-bucais como
nas extra-bucais. As fraturas da parede do alvéolo
somente poderão ser visualizadas na radiografia
extra-bucal lateral.
• TC para detectar alterações de elemento dentário:
Dx mais preciso.
O tratamento enfatiza manter a vitalidade dos dentes.
Fraturas Focais
Fratura do Processo Alveolar da
Maxila
9. Se todos os dentes não puderem ser
contados ou não estiverem em boca, um
Raio-X de tórax deve ser realizado para ser
cuidadosamente examinado para
evidenciar fragmentos de dentes
aspirados.
10. • impacto no olho, com forças
transmitidas para os tecidos
moles da órbita para baixo.
• O assoalho = caminho de menor
resistência
• Fraturam para dentro do seio
maxilar.
Fratura de órbita ou fratura blowout
11. Sinais:
• Equimose periorbitária
• limitação de movimentos oculares,
• assimetria facial
• parestesia do nervo infra-orbitário,
diminuição da acuidade visual
• enoftalmia e diplopia (especialmente um
olhar para cima).
• SINAL DA SOBRANCELHA
Fratura em blowout
Imagem:
• Raio-X
• Tomografia Computadorizada precisão em afundamentos ósseos,
velamento do seio maxilar e das células etmoidais e herniamento de
tecidos para o interior do seio maxilar.
• A ultrasonografia: útil no Dx de fraturas orbitárias: sem radiação, fácil
execução e baixo custo.
12. O trauma no zigomático
pode resultar em
• Impactação para dentro
do seio maxilar com
fratura do assoalho
orbital e da parede lateral
do antro maxilar.
• O zigoma é destacado do
osso maxilar, do rebordo
orbital inferior, do osso
frontal na sutura
zigomatico-frontal, e do
arco zigomático.
Fraturas em Tripé ou fratura do
complexo zigomaticomaxilar
• separação de três ligações do zigoma ao
resto da face.
Visão Frontal da Fratura de Complexo
Zigomaticomaxilar
14. Fraturas LeFort
LeFort I (fratura maxilar transversa ou
horizontal)
Ocorre transversalmente entre o assoalho
da maxila acima dos ápices dentários e o
assoalho orbital. Envolve rebordo alveolar,
paredes mediais e laterais do seio maxilar,
palato, porção Inferior do processo
pterigoide e processos do esfenoide.
Resulta num aspecto de “palato flutuante”.
15. Fraturas LeFort
LeFort II (fratura piramidal)
Linha de fratura no plano
subzigomático, a partir da ponte nasal,
através do processo frontal da maxila,
osso lacrimal e assoalho da órbita,
estendendo-se inferiormente através
da parede anterior do seio maxilar sob
o zigoma. Resulta num aspecto de
“maxila flutuante”.
Um mecanismo provável é o impacto
para baixo na área basal.
16. Fraturas LeFort
LeFort III (fratura transversal ou
disjunção craniofacial):
• A linha de fratura percorre o processo
nasofrontal, maxilofrontal, paredes
orbitárias e arco zigomático. Resulta
num aspecto de “face flutuante”.
• É o mais severo trauma das fraturas.
• Dissociação craniofacial.
• Em geral, uma força considerável é
necessária para produzir esta fratura, e
é incomum como uma lesão única.
• Ocorre associado com injúrias
cranianas e encefálicas severas.
18. Nessas lesões, a face apresenta fraturas
muito cominutivas, e há uma grande
chance de lesões de crânio. Esses
pacientes comumente estão em
condições instáveis e lesões ósseas axiais
e apendiculares associadas.
As subclassificações de fraturas de
esmagamento incluem o frontal,
frontonasal (naso-etmoide) ou síndromes
do esmagamento facial central.
CT é mandatório nesses casos!
Fraturas de esmagamento
22. A mandíbula também pode ser
deslocada sem fratura
• grandes bocejo s
• longos tratamentos odontológicos
• dor considerável
Fraturas Mandibulares
• Reposiciona côndilo da mandíbula na
fossa mandibular do osso temporal
através de movimentos realizados com
os dedos indicador e polegar das duas
mãos sobre a eminência mentoniana
fazendo com que o paciente volte a
relação cêntrica ou posição fisiológica
do côndilo.
25. Incidência Occipito-
Mental (OM) - Normal
• olhando um pouco
para cima
• zigoma e arco
zigomático lembra a
cabeça e tromba de
elefante
• áreas escuras são as
órbitas e os seios
paranasais – frontal,
nasal/etmoide, e
maxilar
• seios frontais são
altamente variáveis
Incidência Occipito-Mental (OM) - Normal
30. Linha superior – VERMELHO – passa através da
sutura zigomático-frontal (asteriscos) e pela parte
superior das órbitas
Linha média – LARANJA – segue o arco
zigomático (tromba do elefante), cruza o osso
zigomático e segue pela margem inferior das
órbitas até o lado oposto
Linha inferior – VERDE – passa através do côndilo
(1) e pelo processo coronoide (2) da mandíbula e
através da parte lateral e medial dos antros dos
seios maxilares de cada lado
Linha mediana – usada para verificar simetria
As linhas de 'McGrigor-Campbell' são visíveis em
incidências OM e OM30
33. Fraturas em 'Tripé'
• O zigoma é destacado do osso maxilar
• Do rebordo orbital inferior
• Do osso frontal na sutura zigomatico-frontal
• Do arco zigomático.
35. Fratura em tripé
1 – O zigoma
(asterisco)
é separado do osso
frontal na sutura
zigomático-frontal
2 – Fratura
cominutiva do arco
zigomático
3 – Fratura de
assoalho da órbita
4 – Rompimento da
parede lateral do
seio maxilar
37. Um nível de
sangue visto no
seio maxilar pode
ser o único sinal
óbvio de fratura
Nível Hidroaéreo
38. Fratura 'Tripé'
• A - Sutura zigomatico-frontal aumentada
• B - Fratura de arco zigomático
• C - Fratura de assoalho da órbita
• D - Fratura de parede lateral do seio maxilar
NOTA
• A sutura zigomatico-frontal (A) tem uma aparência
normal variável
• Alargamento da sutura – se vista isoladamente- não
indica fratura
41. Enfisema Orbitário
Ocasionalmente uma fratura em 'tripé' ou 'blowout'
pode provocar um vazamento de ar do seio maxilar
para a órbita. Isto pode deixar a aparência de
'sobrancelha'.
44. Falsas Fraturas
Achados no Raio-X podem ser mal interpretados a não
ser que uma busca por padrões mais comuns de
fratura seja feita. Qualquer lesão encontrada precisa
ser correlacionada com a história clínica. Acidentes
sobrepostos como suturas ósseas não devem ser
confundidas com fraturas.
55. Fratura Mandibular – Incidência Mandibular
Mesmo paciente da
imagem anterior)
Nesta incidência a
fratura condilar é
mais facilmente
vista
56. 1- Olhe nos olhos: 60 - 70 % de todas as fraturas de
face envolvem a órbita de alguma forma.
2- Simetria bilateral pode ser de grande ajuda
3- Trace cuidadosamente as linhas de Dolan ou
McGrigor-Campbell
4- Use CT liberalmente no manejo de fraturas da
face
5- Conheça as prevalências básicas
6 - Correlacione sempre com achados clínicos
7 - Exercite *muito* o estudo das imagens!
Ditos sábios sobre fraturas faciais
58. Revista de Cirurgia Bucomaxilofacial. FRATURAS ORBITÁRIAS BLOWOUT: TRATAMENTO COM TELAS DE TITÂNIO. Encontrado em:
http://www.revistacirurgiabmf.com. Acesso em: 29 de outubro de 2014.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná. FRATURAS DO ARCO ZIGOMÁTICO: CERCLAGEM DE CONTENÇÃO. Encontrado em:
http://www.pucpr.br. Acesso em 29 de outubro de 2014.
Revista de Cirurgia Bucomaxilofacial. TRAUMATISMO DENTOALVEOLAR. Encontrado em: http://www.revistacirurgiabmf.com.
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Universidade de São Paulo. Revistas eletrônicas. Imagem no trauma de face. Encontrado em: http://www.revistas.usp.br. Acesso
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Dolan KD, Jacoby CG. Facial fractures. Semin Roentgenol 1978;13:37-51.
Dolan KD, Jacoby CG, Smoker WR. The radiology of facial fractures. Radiographics 1984;4:575-663.
Material de livre acesso em: University of Washington - MSK Radiology Book, Facial and Mandibular Fractures:
(http://www.rad.washington.edu/academics/academic-sections/msk/teaching-materials/online-musculoskeletal-radiology-
book/facial-and-mandibular-fractures)
Tradução e adaptação de Patrícia Comberlato - Acadêmica de Odontologia, PUCRS.
Material livremente disponível em http://radiologymasterclass.co.uk/). Traduzido e adaptado por Patrícia Comberlato (acadêmica
de Odontologia da PUCRS), Ex-aluna da Ulbra e grande admiradora do Leão.
Referências: