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2011, vol. 7, n. 3, pp. 29-36                                                           ISSN 1646−107X


Efeito agudo da suplementação da cafeína no desempenho da
força muscular e alterações cardiovasculares durante o treino de
força
Acute effect of caffeine supplementation on performance of muscular
strength and cardiovascular changes during resistance training
W. Materko, E.L. Santos



                                                                                                       RESUMO
      A proposta do presente estudo foi avaliar o efeito agudo da cafeína no desempenho da força muscular,
      paralelamente a possíveis alterações hemodinâmicas ao longo de uma sessão de treino de força
      muscular. Treze homens, experientes em treino de força, realizaram um protocolo de 3 sets de 10
      repetições máximas (10RM) nos exercícios supino reto (SR), puxada pela frente no pulley (PP), cadeira
      extensora (CE) e mesa flexora (MF) segundo três procedimentos: sem suplementação (C), com
      suplementação de 250 mg de cafeína (S) e placebo (P). Após avaliação antropométrica, procedeu-se a
      um teste de 10RM de familiarização. Realizaram-se medidas hemodinâmicas antes, durante e no final
      de cada sessão – frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA) – mantendo intervalos de 48h, cada
      voluntário realizou mais três sessões de 10RM, quando se procedeu, aleatoriamente, a administração
      de C, S ou P. Encontraram-se diferenças significativas para a carga de 10RM nos exercícios SR e CE,
      em comparação às intervenções S e C. Nenhuma diferença na FC ou PA foi registrada entre todos os
      procedimentos. Em conclusão, os resultados do presente estudo sugerem que a cafeína exerce um
      efeito ergogênico sobre a força muscular submáxima ao longo de uma sessão de treino de força.
      Palavras-chave: cafeína, força muscular, frequência cardíaca, pressão arterial, exercício físico



                                                                                                 ABSTRACT
      The purpose of the present study was to evaluate the acute effect of caffeine on the muscular strength
      performance in addition to the possible hemodynamic changes during a strength training session.
      Thirteen strength training experienced male subjects were submitted to a protocol of three sets of
      10RM for bench press (BP), pull press (PP), leg extension (LE) and leg curl (LC), according to three
      conditions: no supplementation (C); 250 mg of caffeine supplementation (S); placebo (P). All subjects
      were submitted to an anthropometric evaluation, followed by a 10RM familiarization test.
      Hemodynamic measurements – heart rate (HR) and blood pressure (BP) – were carried out before,
      during and after each session. Holding 48 hours time intervals, participants were submitted to three
      randomly presented 10RM tests according to C, S and P conditions. For conditions S and C, significant
      differences were found in BP and LE. No significant differences in HR and BP were found. Results
      seem to suggest an ergogenic effect of caffeine on submaximal muscle strength during a session of
      strength training.
      Keywords: caffeine, muscle strength, heart rate, blood pressure, physical exercise




Submetido: 25.07.2010 | Aceite: 24.10.2010




Wollner Materko e Edil Luis Santos. Laboratório de Engenharia Pulmonar, Programa de Engenharia Biomédica,
   COPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.
Endereço para correspondência: Wollner Materko, Laboratório de Engenharia Pulmonar, Universidade Federal do
   Rio de Janeiro, Rua Cândido Mendes nº140 apt 805, Glória, CEP: 20241-220 Rio de Janeiro, Brasil.
E-mail: wollner.materko@gmail.com
30 | W. Materko, E.L. Santos

    Os recursos ergogênicos são alternativos                            MÉTODO
farmacológicos de melhoria do desempenho            Amostra
desportivo, em especial o treino de força.              Participaram deste estudo 13 voluntários do
Muitos praticantes têm utilizado com o              sexo masculino, selecionados aleatoriamente
propósito de retardar a fadiga muscular e           em uma academia de ginástica do município do
melhorar o desempenho durante uma sessão.           Rio de Janeiro, Brasil. Consideraram-se como
O treino de força tem sido apontado em              critérios de elegibilidade que os voluntários
inúmeros estudos como um método efetivo             tivessem, no mínimo, seis meses de
para o aumento de força (Materko, Duarte,           experiência em treino de força, que não
Santos, & Junior, 2010), hipertrofia muscular       utilizassem qualquer recurso ergorgênico e não
(Araújo, 2008) e diminuição da frequência           apresentassem      lesões   osteomioarticulares
cardíaca e da pressão arterial em repouso           prévias. Todos foram previamente instruídos a
(Terra et al., 2008).                               não realizar exercícios nas 24h precedentes,
    Dentre os recursos ergogênicos mais             não consumir bebida alcoólica ou composto
usados, destaca-se a cafeína que é um               cafeinado e a manterem-se bem hidratados ao
composto químico de fórmula C8H10N4O2,              longo     dos    testes.   Os    procedimentos
classificado como alcalóide do grupo das            experimentais tiveram início somente após o
xantinas e designado quimicamente como              consentimento verbal e à assinatura do termo
1,3,7-trimetilxantina que é um antagonista dos      de consentimento livre e esclarecido, conforme
receptores A1 e A2 de adenosina que                 aprovado pelo Comité de Ética em Pesquisa da
ultrapassa rapidamente a barreira hemato-           Instituição e todos os procedimentos utilizados
encefálica,     agindo     como      estimulante    respeitaram a Declaração de Helsinque de
psicomotor (Hsu, Wang, & Chui, 2010) e              2008.
reduzindo a percepção ao esforço (Rosenthal,
Majeroni, Pretorius, & Malik, 2008). Ela está       Procedimentos
presente em vários produtos consumidos              Avaliação antropométrica
quotidianamente,       incluindo    café,    chá,       A avaliação antropométrica constou da
chocolate, refrigerante de cola, além de ser        medida de massa corporal e estatura, realizada
encontrada em alguns medicamentos como              numa balança mecânica com estadiômetro
agente antagonizador do efeito calmante de          (Filizola, Brasil) e para tomada das medidas
certos fármacos (Altimari, Moraes, Tirapegui,       das sete dobras cutâneas seguiram as técnicas
& Moreau, 2006).                                    descritas por Lohman (1992) através de um
    Embora o efeito ergogênico da cafeína sobre     compasso científico (Cescorf, Brasil). A partir
o desempenho em exercício aeróbio esteja bem        destas medidas, calculou-se o percentual de
documentado (Cox et al., 2002; Foskett, Ali, &      gordura e a massa livre de gordura usando as
Gant, 2009; Imagawa et al., 2009) durante           equações de Jackson e Pollock (1978) para a
exercícios anaeróbios ou de força muscular não      estimativa da densidade corporal em homens,
é conclusivo o efeito ergogênico da cafeína.        respectivamente, combinada com a equação de
Estudos anteriores têm apontado a cafeína           Siri (1961).
como      possível    agente    ergogênico    no
treinamento anaeróbio (Altimari et al., 2006;       Desenho Experimental
Astorino & Roberson, 2010). Sendo assim, o             O presente estudo foi conduzido segundo o
objectivo do presente estudo foi avaliar o efeito   ensaio clínico randomizado duplo-cego placebo
agudo da cafeína no desempenho da força             controlado, de forma que cada voluntário
muscular, paralelamente a possíveis alterações      realizou três sessões de treino de força de
hemodinâmicas ao longo de uma sessão de             acordo com os seguintes procedimentos: sem
treino de força muscular.                           suplementação (C), com a suplementação de
Cafeína e o desempenho da força muscular | 31

cafeína (S) e com placebo (P). A                  Avaliação Hemodinâmica
suplementação valeu-se da ingestão de uma             Antes, durante e após cada sessão foi
cápsula de 250 mg de cafeína e o placebo em       monitorada a frequência cardíaca (FC) (Polar,
cápsula inerte (estearato de magnésio, amido e    FS2 BLK, Finlândia) e a pressão arterial (PA)
talco), ambas ingerida 1h antes do treino de      (tensiômetro eletrônico, Omron, HEM-705CP,
força.                                            EUA). Além da carga de cada set de exercício,
                                                  calcularam-se a variação da pressão arterial
Protocolos de Teste                               sistólica (PAS), e diastólica (PAD), variação
    Os indivíduos foram submetidos a quatro       do duplo produto (DP), bem como a variação
sessões de teste de força muscular. A primeira    da frequência cardíaca (FC), expressos como
foi destinada a instruções sobre as técnicas de   a diferença entre os valores de repouso e
execução em cada exercício − chamada sessão       imediatamente após o último exercício.
de familiarização (Ploutz-Snyder & Giamis,
2001), quando se realizou um teste de 10          Análise Estatística
repetições máximas (10RM). A partir da carga          A análise estatística dividiu-se em descritiva
de 10RM obtida na sessão de familiarização,       e inferencial. A primeira buscou a definição do
realizaram-se mais três sessões de 10RM,          perfil dos grupos sendo expressa como média e
quando se procedeu aleatoriamente a               desvio padrão, enquanto a segunda buscou
administração de C, S ou P. Todas as sessões      compará-los. O teste de Kolmogorov-Smirnov
de teste de 10RM mantiveram a mesma               confirmou a normalidade da distribuição,
sequência de exercícios: (1) supino sentado -     portanto, as intervenções C, S e P foram
pegada aberta; (2) puxada pela frente no pulley   comparadas através do teste paramétrico de
- pegada aberta (membros superiores); (3)         análise de variância ANOVA para medidas
cadeira extensora; e, (4) mesa flexora            repetidas (média dos três sets), seguido do
(membros inferiores).                             teste de Bonferroni, quando encontradas
    Todos os exercícios foram conduzidos em       diferenças significativas para carga, PAS,
equipamentos da marca Buick Industries            PAD, FC ou FC relativos ao teste de 10RM,
(Brasil). Os testes de 10RM foram conduzidos      além da carga absoluta de 10RM (somatório
conforme o protocolo proposto por Brown e         das cargas de todos os exercícios). Adotou-se
Weir (2001). Realizaram-se três a cinco           em todos os testes empregados um p < .01.
minutos de atividades leves envolvendo o          Todos os procedimentos estatísticos foram
grupamento muscular testado e após um             realizados em Statistica v.8 (Statsoft, EUA). Os
minuto de alongamento leve, aquecimento de        resultados foram expressos como média (M) ±
repetições 12 repetições com 40% da carga de      erro padrão (EP).
10RM de familiarização. Após cinco minutos
de intervalo, realizou-se em cada exercício 3                     RESULTADOS
sets de 10RM com intervalo de 2 minutos,              A Tabela 1 apresenta as características
acrescentando-se quando necessário .5 a 5 Kg,     físicas e antropométricas do grupo de
previamente aferidos em balança de precisão       voluntários. A baixa dispersão dos dados
(Filizola).                                       aponta para um grupo bastante homogêneo,
    Todas as sessões foram realizadas entre       confirmando a normalidade da distribuição.
17:00 e 19:00 horas e obedeceram a um                 Conforme sumarizado na Tabela 2, apesar
intervalo mínimo de 48h para repetição do         de haver uma tendência a suportar cargas
teste de 10RM. Nos intervalos entre as sessões    maiores com a suplementação de cafeína, não
não foi permitida a realização de exercícios      se registraram diferenças significativas na
para não interferir nos resultados dos testes.    resposta cronotrópica em nenhum exercício. A
32 | W. Materko, E.L. Santos

suplementação de cafeína resultou em cargas                            e controle (243.7 ± 9.2 kg), quando
de 10RM significativamente maiores nos                                 comparado o placebo (258.8 ± 9.5 kg) ao
exercícios supino reto e cadeira extensora em                          suplementado ou controle nenhuma diferença
comparação à intervenção controle e,                                   foi registada. A diferença média entre os
contrariamente durante a intervenção placebo                           procedimentos controle e suplementado foi um
não se registraram diferenças em relação à                             aumento de 10.3% da carga absoluta de 10RM
suplementação.                                                         em relação ao controle e entre controle e
                                                                       placebo, resultando em um aumento de 6.2%
Tabela 1                                                               da carga absoluta de 10RM em relação ao
Características físicas e antropométricas dos voluntários              controle.
             Variáveis                       M ± DP
           Idade (anos)                    25.3  3.8                                     DISCUSSÃO
      Massa corporal (kg)                  77.0  12.6                     No presente estudo avaliou-se o efeito
          Estatura (cm)                  174.0  4.6                   agudo da cafeína no desempenho da força
      Gordura relativa (%)                 14.5  4.2                  muscular paralelamente a possíveis alterações
          IMC (kg/m²)                      25.2  3.4                  hemodinâmicas ao longo de uma sessão de
          PAS (mmHg)                     126.0  9.7
                                                                       treino de força muscular, verificando-se que
                                                                       uma dose de 250 mg de cafeína pode afetar o
          PAD (mmHg)                       72.3  7.6
                                                                       desempenho da força muscular em testes de
            FC (bpm)                       71.0  10.2
                                                                       10RM aplicados a diferentes exercícios. De
Nota: IMC – índice de massa corporal, PAS – pressão
arterial sistólica, PAD – pressão arterial diastólica, FC –            acordo com os resultados aqui obtidos, apesar
frequência cardíaca                                                    do aumento registrado na força muscular em
                                                                       ambas as intervenções − suplementação e
    A Figura 1 ilustra os resultados da PAS [.3                       placebo − pode-se atribuir efeito ergogênico à
± 3.6 mmHg (GC), 7.1 ± 4.0 mmHg (GP), 2.0                              cafeína durante uma sessão de testes de força
± 3.6 mmHg (GS)], PAD [1.8 ± 4.5 mmHg                                 muscular.
(GC), 3.0 ± 2.6 mmHg (GP), 1.2 ± 3.0 mmHg                                  Conforme a expectativa, nenhum problema
(GS)] e FC [32.3 ± 3.7 bpm (GC), 25.3 ± 5.4                           associado com o uso de cafeína durante ou
bpm (GP) e 32.6 ± 3.0 bpm (GS)] foram                                  imediatamente após qualquer teste foi
similares em todas as intervenções, de forma                           relatado. Tal facto pode ser relacionado à baixa
que não houve qualquer de aumento da                                   dosagem usada nos testes ( 3.24 mg · kg-1 de
atividade cronotrópica ou inotrópica após o                            cafeína se usar a massa corporal média dos
treino de força. Embora a carga absoluta de                            voluntários), já que a Goldstein et al. (2010)
10RM tenha apresentado diferença entre o                               relata que a cafeína é eficaz para melhorar o
procedimento suplementado (269.0 ± 9.1 kg)                             desempenho desportivo em atletas treinados



Tabela 2
Desempenho da força muscular frente às alterações hemodinâmicas para cada intervenção em diferentes exercícios
                                       Carga (kg)                                           FC (bpm)
  Exercícios        Controle           Placebo         Suplementado           Controle      Placebo      Suplementado
                     M  EP            M  EP                 M  EP          M  EP         M  EP          M  EP
    Supino         62.3  2.7        67.3  3.2          70.6  3.2         113.0  2.5    122.0  3.6     122.7  4.4
    Puxada         53.1  2.7        55.0  2.7          56.6  2.4         133.6  3.2    137.2  3.8     138.6  4.2
  Extensora        82.7  3.2        88.3  3.3          91.4  3.4         135.3  4.2    140.0  3.3     138.5  4.1
    Flexora        45.5  2.0        48.4  1.8          50.3  2.0         149.6  4.0    147.6  3.7     153.3  4.3
Cafeína e o desempenho da força muscular | 33

                         A                              quando consumida em doses baixas a
                                                        moderadas (3-6 mg · kg-1). Contrariamente, o
                                                        consumo de doses elevadas (≥ 9 mg · kg-1),
                                                        além de não gerar melhoras no desempenho
                                                        físico, aumenta o risco de efeitos colaterais.
                                                        Dentre      esses,    destacam-se:     arritimias
                                                        ventriculares, náuseas, irritabilidade, insônia,
                                                        hipocalemia, hiponatremia, hipertensão arterial
                                                        seguida      de     hipotensão,     insuficiência
                                                        respiratória,   convulsões    e    rabdomiólise
                                                        (Malinauskas, Aeby, Overton, Carpenter-Aeby,
                                                        & Barber-Heidal, 2007), consequentemente,
                                                        aumento do risco de infarto agudo do
                         B                              miocárdio (Azevedo & Barros, 2006).
                                                            Adicionalmente, tem sido demonstrado que
                                                        a cafeína pode melhorar o desempenho físico
                                                        em exercícios aeróbios como: corrida (Imagawa
                                                        et al., 2009), ciclismo (Goldstein, Jacobs,
                                                        Whitehurst, Penhollow, & Antonio, 2010;
                                                        Simmonds, Minahan, & Sabapathy, 2010),
                                                        remo (Skinner, Jenkins, Coombes, Taaffe, &
                                                        Leveritt, 2009) e até mesmo no futebol
                                                        (Foskett et al., 2009). Entretanto, o efeito
                                                        ergogênico da cafeína sobre a performance em
                                                        treino de força muscular ainda não está
                                                        plenamente estabelecido, nem tampouco os
                         C
                                                        mecanismos de ação fisiológica desta sobre o
                                                        organismo (Altimari et al., 2006; Astorino &
                                                        Roberson, 2010).
                                                            A interação da cafeína com os músculos
                                                        estriados esqueléticos é mediada pelo receptor
                                                        de rianodina, que resulta em aumento na
                                                        mobilização de cálcio através do retículo
                                                        sarcoplasmático e que consequentemente,
                                                        aumenta os níveis intracelulares de cálcio
                                                        intramuscular (Herrmann-Frank, Luttgau, &
                                                        Stephenson, 1999; Warren, Ingalis, Lowe, &
Figura 1. Desempenho da variação da pressão arterial    Armstrong, 2001). Dentre outros efeitos da
(A) sistólica em barras pretas e diastólica em barras   cafeína, podem-se citar: i) a inibição da
    cinzas, da variação da frequência cardíaca (B), e   fosfodiesterase; ii) o aumento da concentração
   carga absoluta (somatório das cargas de todos os     de adenosina monofosfato cíclica (AMPc); iii)
exercícios) (C), seguindo os procedimentos, com ou      diminuição da degradação do glicogênio (Davis
       sem suplementação de cafeína e placebo.
                                                        & Green, 2009); iv) aumento na oxidação de
 As barras são as médias e as linhas verticais são os
                                                        lipídios (Lopez-Garcia et al., 2006; McCarty,
                     erros padrões.
 * Diferença significativa da carga absoluta de 10RM
                                                        1995); v) redução da sensação de esforço
    entre o procedimento suplementado e controle        percebido, retardando a fadiga muscular
34 | W. Materko, E.L. Santos

(Doherty & Smith, 2005); e vi) melhora da           importante é a frequência no consumo da
atividade cognitiva (Foskett et al., 2009).         cafeína. No presente estudo, os voluntários
    Em relação à resposta hemodinâmica,             relataram uma baixa frequência no consumo de
enquanto alguns estudos anteriores vêm              cafeína, portanto, corroborando com o
demonstrando        aumentos       na     reposta   resultado do estudo de Bell e Mclellan (2002)
taquicárdica (Astorino, Rohmann, Firth, &           que demonstraram um resultado positivo do
Kelly, 2007) e hipertensiva (Astorino et al.,       efeito da cafeína em indivíduos com baixa
2007; Goldstein et al., 2010; Mort & Kruse,         frequência no consumo de cafeína.
2008), no presente estudo, durante o treino de          Em conformidade com o que fora apontado
força muscular, não se registaram aumentos          previamente (Bell & Mclellan, 2002),
significativos na FC, nem na PA, o que se pode      baseando-se nas divergências apresentadas
atribuir às baixas doses de cafeína                 acima, pode-se prever que variações na
administradas durante a suplementação.              intensidade e/ou duração dos testes de
Embora não se vise aqui estabelecer limites de      exercício, bem como a dosagem cafeína
confiabilidade, pode-se inferir, ou minima-         administrada, ou mesmo o intervalo de tempo
mente, suscitar novas pesquisas, baseadas na        entre a administração e o início dos testes e a
hipótese de que baixas doses de cafeína não         frequência no consumo da cafeína são fatores
geram sobrecarga miocárdica durante o treino        que interferem efetivamente nos resultados.
de força.                                           De facto, no presente estudo, nenhuma medida
    Estudos anteriores vêm demonstrando que         de sangue foi feita, assim só é possível a
a suplementação com cafeína não melhora a           preocupação com os efeitos de desempenho na
performance na força muscular máxima – em           força submáxima, mas não sobre os efeitos nos
exercícios como supino reto (Beck, Housh,           intermediários plasmáticos. No entanto, seria
Malek, Mielke, & Hendrix, 2008) e puxada no         interessante sugerir novos estudos, a fim de
pulley (Williams, Cribb, Cooke, & Hayes, 2008)      investigar o comportamento do pH plasmático,
– ou submáxima – nos exercícios supino reto e       do lactato, do potássio, da glicose e das
leg press, seja usando a carga relativa a 10RM      catecolaminas. Portanto estudos adicionais
(Green et al., 2007), a 60% de 1RM (Astorino,       com maior número de indivíduos e um
Rohmann, & Firth, 2008; Goldstein et al.,           protocolo de exercício mais intenso de
2010), ou a 70-80% de 1RM (Jacobs,                  resistência parecem ser justificados.
Pasternak, & Bell, 2003). Por outro lado, em
concordância com os resultados encontrados                            REFERÊNCIAS
no presente estudo, outros autores têm              Altimari, L. R., Moraes, A. C., Tirapegui, J., &
demonstrado melhoras na performance de                   Moreau, R. (2006). Caffeine and performance
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força muscular a 100% de 1RM no supino reto
                                                         Pharmaceutical Sciences, 42(1), 17-27.
(Goldstein et al., 2010), a 80% de 1RM no
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supino reto (Beck et al., 2006) e cadeira
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extensora (Duncan, Lyons, & Hankey, 2009), e             concentrações hormonais de testosterona e
na carga de 12RM na cadeira extensora e                  cortisol. Motricidade, 4(2), 67-75.
bíceps apoiado na máquina (Hudson, Green,           Astorino, T. A., & Roberson, D. W. (2010). Efficacy
Bishop, & Richardson, 2008).                             of acute caffeine ingestion for short-term high-
    Em relação à dosagem administrada de                 intensity exercise performance: A systematic
cafeína (3-6 mg · kg-1) é independente do                review. Journal of Strength and Conditioning
                                                         Research, 24(1), 257-265.
resultado apresentado na performance na força
                                                    Astorino, T. A., Rohmann, R. L., & Firth, K. (2008).
muscular máxima (Goldstein et al., 2010) ou
                                                         Effect of caffeine ingestion on one-repetition
submáxima (Beck et al., 2006; Duncan et al.,
                                                         maximum muscular strength. European Journal
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Ploutz-Snyder, L. L., & Giamis, E. L. (2001).              Williams, A. D., Cribb, P. J., Cooke, M. B., & Hayes,
     Orientation and familiarization to 1RM                      A. (2008). The effect of ephedra and caffeine
     strength testing in old and young women.                    on maximal strength and power in resistance-
     Journal of Strength and Conditioning Research,              trained athletes. Journal of Strength and
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Efecto de la cafeina en el ejercicio

  • 1. Motricidade © FTCD/CIDESD 2011, vol. 7, n. 3, pp. 29-36 ISSN 1646−107X Efeito agudo da suplementação da cafeína no desempenho da força muscular e alterações cardiovasculares durante o treino de força Acute effect of caffeine supplementation on performance of muscular strength and cardiovascular changes during resistance training W. Materko, E.L. Santos RESUMO A proposta do presente estudo foi avaliar o efeito agudo da cafeína no desempenho da força muscular, paralelamente a possíveis alterações hemodinâmicas ao longo de uma sessão de treino de força muscular. Treze homens, experientes em treino de força, realizaram um protocolo de 3 sets de 10 repetições máximas (10RM) nos exercícios supino reto (SR), puxada pela frente no pulley (PP), cadeira extensora (CE) e mesa flexora (MF) segundo três procedimentos: sem suplementação (C), com suplementação de 250 mg de cafeína (S) e placebo (P). Após avaliação antropométrica, procedeu-se a um teste de 10RM de familiarização. Realizaram-se medidas hemodinâmicas antes, durante e no final de cada sessão – frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA) – mantendo intervalos de 48h, cada voluntário realizou mais três sessões de 10RM, quando se procedeu, aleatoriamente, a administração de C, S ou P. Encontraram-se diferenças significativas para a carga de 10RM nos exercícios SR e CE, em comparação às intervenções S e C. Nenhuma diferença na FC ou PA foi registrada entre todos os procedimentos. Em conclusão, os resultados do presente estudo sugerem que a cafeína exerce um efeito ergogênico sobre a força muscular submáxima ao longo de uma sessão de treino de força. Palavras-chave: cafeína, força muscular, frequência cardíaca, pressão arterial, exercício físico ABSTRACT The purpose of the present study was to evaluate the acute effect of caffeine on the muscular strength performance in addition to the possible hemodynamic changes during a strength training session. Thirteen strength training experienced male subjects were submitted to a protocol of three sets of 10RM for bench press (BP), pull press (PP), leg extension (LE) and leg curl (LC), according to three conditions: no supplementation (C); 250 mg of caffeine supplementation (S); placebo (P). All subjects were submitted to an anthropometric evaluation, followed by a 10RM familiarization test. Hemodynamic measurements – heart rate (HR) and blood pressure (BP) – were carried out before, during and after each session. Holding 48 hours time intervals, participants were submitted to three randomly presented 10RM tests according to C, S and P conditions. For conditions S and C, significant differences were found in BP and LE. No significant differences in HR and BP were found. Results seem to suggest an ergogenic effect of caffeine on submaximal muscle strength during a session of strength training. Keywords: caffeine, muscle strength, heart rate, blood pressure, physical exercise Submetido: 25.07.2010 | Aceite: 24.10.2010 Wollner Materko e Edil Luis Santos. Laboratório de Engenharia Pulmonar, Programa de Engenharia Biomédica, COPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Endereço para correspondência: Wollner Materko, Laboratório de Engenharia Pulmonar, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rua Cândido Mendes nº140 apt 805, Glória, CEP: 20241-220 Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: wollner.materko@gmail.com
  • 2. 30 | W. Materko, E.L. Santos Os recursos ergogênicos são alternativos MÉTODO farmacológicos de melhoria do desempenho Amostra desportivo, em especial o treino de força. Participaram deste estudo 13 voluntários do Muitos praticantes têm utilizado com o sexo masculino, selecionados aleatoriamente propósito de retardar a fadiga muscular e em uma academia de ginástica do município do melhorar o desempenho durante uma sessão. Rio de Janeiro, Brasil. Consideraram-se como O treino de força tem sido apontado em critérios de elegibilidade que os voluntários inúmeros estudos como um método efetivo tivessem, no mínimo, seis meses de para o aumento de força (Materko, Duarte, experiência em treino de força, que não Santos, & Junior, 2010), hipertrofia muscular utilizassem qualquer recurso ergorgênico e não (Araújo, 2008) e diminuição da frequência apresentassem lesões osteomioarticulares cardíaca e da pressão arterial em repouso prévias. Todos foram previamente instruídos a (Terra et al., 2008). não realizar exercícios nas 24h precedentes, Dentre os recursos ergogênicos mais não consumir bebida alcoólica ou composto usados, destaca-se a cafeína que é um cafeinado e a manterem-se bem hidratados ao composto químico de fórmula C8H10N4O2, longo dos testes. Os procedimentos classificado como alcalóide do grupo das experimentais tiveram início somente após o xantinas e designado quimicamente como consentimento verbal e à assinatura do termo 1,3,7-trimetilxantina que é um antagonista dos de consentimento livre e esclarecido, conforme receptores A1 e A2 de adenosina que aprovado pelo Comité de Ética em Pesquisa da ultrapassa rapidamente a barreira hemato- Instituição e todos os procedimentos utilizados encefálica, agindo como estimulante respeitaram a Declaração de Helsinque de psicomotor (Hsu, Wang, & Chui, 2010) e 2008. reduzindo a percepção ao esforço (Rosenthal, Majeroni, Pretorius, & Malik, 2008). Ela está Procedimentos presente em vários produtos consumidos Avaliação antropométrica quotidianamente, incluindo café, chá, A avaliação antropométrica constou da chocolate, refrigerante de cola, além de ser medida de massa corporal e estatura, realizada encontrada em alguns medicamentos como numa balança mecânica com estadiômetro agente antagonizador do efeito calmante de (Filizola, Brasil) e para tomada das medidas certos fármacos (Altimari, Moraes, Tirapegui, das sete dobras cutâneas seguiram as técnicas & Moreau, 2006). descritas por Lohman (1992) através de um Embora o efeito ergogênico da cafeína sobre compasso científico (Cescorf, Brasil). A partir o desempenho em exercício aeróbio esteja bem destas medidas, calculou-se o percentual de documentado (Cox et al., 2002; Foskett, Ali, & gordura e a massa livre de gordura usando as Gant, 2009; Imagawa et al., 2009) durante equações de Jackson e Pollock (1978) para a exercícios anaeróbios ou de força muscular não estimativa da densidade corporal em homens, é conclusivo o efeito ergogênico da cafeína. respectivamente, combinada com a equação de Estudos anteriores têm apontado a cafeína Siri (1961). como possível agente ergogênico no treinamento anaeróbio (Altimari et al., 2006; Desenho Experimental Astorino & Roberson, 2010). Sendo assim, o O presente estudo foi conduzido segundo o objectivo do presente estudo foi avaliar o efeito ensaio clínico randomizado duplo-cego placebo agudo da cafeína no desempenho da força controlado, de forma que cada voluntário muscular, paralelamente a possíveis alterações realizou três sessões de treino de força de hemodinâmicas ao longo de uma sessão de acordo com os seguintes procedimentos: sem treino de força muscular. suplementação (C), com a suplementação de
  • 3. Cafeína e o desempenho da força muscular | 31 cafeína (S) e com placebo (P). A Avaliação Hemodinâmica suplementação valeu-se da ingestão de uma Antes, durante e após cada sessão foi cápsula de 250 mg de cafeína e o placebo em monitorada a frequência cardíaca (FC) (Polar, cápsula inerte (estearato de magnésio, amido e FS2 BLK, Finlândia) e a pressão arterial (PA) talco), ambas ingerida 1h antes do treino de (tensiômetro eletrônico, Omron, HEM-705CP, força. EUA). Além da carga de cada set de exercício, calcularam-se a variação da pressão arterial Protocolos de Teste sistólica (PAS), e diastólica (PAD), variação Os indivíduos foram submetidos a quatro do duplo produto (DP), bem como a variação sessões de teste de força muscular. A primeira da frequência cardíaca (FC), expressos como foi destinada a instruções sobre as técnicas de a diferença entre os valores de repouso e execução em cada exercício − chamada sessão imediatamente após o último exercício. de familiarização (Ploutz-Snyder & Giamis, 2001), quando se realizou um teste de 10 Análise Estatística repetições máximas (10RM). A partir da carga A análise estatística dividiu-se em descritiva de 10RM obtida na sessão de familiarização, e inferencial. A primeira buscou a definição do realizaram-se mais três sessões de 10RM, perfil dos grupos sendo expressa como média e quando se procedeu aleatoriamente a desvio padrão, enquanto a segunda buscou administração de C, S ou P. Todas as sessões compará-los. O teste de Kolmogorov-Smirnov de teste de 10RM mantiveram a mesma confirmou a normalidade da distribuição, sequência de exercícios: (1) supino sentado - portanto, as intervenções C, S e P foram pegada aberta; (2) puxada pela frente no pulley comparadas através do teste paramétrico de - pegada aberta (membros superiores); (3) análise de variância ANOVA para medidas cadeira extensora; e, (4) mesa flexora repetidas (média dos três sets), seguido do (membros inferiores). teste de Bonferroni, quando encontradas Todos os exercícios foram conduzidos em diferenças significativas para carga, PAS, equipamentos da marca Buick Industries PAD, FC ou FC relativos ao teste de 10RM, (Brasil). Os testes de 10RM foram conduzidos além da carga absoluta de 10RM (somatório conforme o protocolo proposto por Brown e das cargas de todos os exercícios). Adotou-se Weir (2001). Realizaram-se três a cinco em todos os testes empregados um p < .01. minutos de atividades leves envolvendo o Todos os procedimentos estatísticos foram grupamento muscular testado e após um realizados em Statistica v.8 (Statsoft, EUA). Os minuto de alongamento leve, aquecimento de resultados foram expressos como média (M) ± repetições 12 repetições com 40% da carga de erro padrão (EP). 10RM de familiarização. Após cinco minutos de intervalo, realizou-se em cada exercício 3 RESULTADOS sets de 10RM com intervalo de 2 minutos, A Tabela 1 apresenta as características acrescentando-se quando necessário .5 a 5 Kg, físicas e antropométricas do grupo de previamente aferidos em balança de precisão voluntários. A baixa dispersão dos dados (Filizola). aponta para um grupo bastante homogêneo, Todas as sessões foram realizadas entre confirmando a normalidade da distribuição. 17:00 e 19:00 horas e obedeceram a um Conforme sumarizado na Tabela 2, apesar intervalo mínimo de 48h para repetição do de haver uma tendência a suportar cargas teste de 10RM. Nos intervalos entre as sessões maiores com a suplementação de cafeína, não não foi permitida a realização de exercícios se registraram diferenças significativas na para não interferir nos resultados dos testes. resposta cronotrópica em nenhum exercício. A
  • 4. 32 | W. Materko, E.L. Santos suplementação de cafeína resultou em cargas e controle (243.7 ± 9.2 kg), quando de 10RM significativamente maiores nos comparado o placebo (258.8 ± 9.5 kg) ao exercícios supino reto e cadeira extensora em suplementado ou controle nenhuma diferença comparação à intervenção controle e, foi registada. A diferença média entre os contrariamente durante a intervenção placebo procedimentos controle e suplementado foi um não se registraram diferenças em relação à aumento de 10.3% da carga absoluta de 10RM suplementação. em relação ao controle e entre controle e placebo, resultando em um aumento de 6.2% Tabela 1 da carga absoluta de 10RM em relação ao Características físicas e antropométricas dos voluntários controle. Variáveis M ± DP Idade (anos) 25.3  3.8 DISCUSSÃO Massa corporal (kg) 77.0  12.6 No presente estudo avaliou-se o efeito Estatura (cm) 174.0  4.6 agudo da cafeína no desempenho da força Gordura relativa (%) 14.5  4.2 muscular paralelamente a possíveis alterações IMC (kg/m²) 25.2  3.4 hemodinâmicas ao longo de uma sessão de PAS (mmHg) 126.0  9.7 treino de força muscular, verificando-se que uma dose de 250 mg de cafeína pode afetar o PAD (mmHg) 72.3  7.6 desempenho da força muscular em testes de FC (bpm) 71.0  10.2 10RM aplicados a diferentes exercícios. De Nota: IMC – índice de massa corporal, PAS – pressão arterial sistólica, PAD – pressão arterial diastólica, FC – acordo com os resultados aqui obtidos, apesar frequência cardíaca do aumento registrado na força muscular em ambas as intervenções − suplementação e A Figura 1 ilustra os resultados da PAS [.3 placebo − pode-se atribuir efeito ergogênico à ± 3.6 mmHg (GC), 7.1 ± 4.0 mmHg (GP), 2.0 cafeína durante uma sessão de testes de força ± 3.6 mmHg (GS)], PAD [1.8 ± 4.5 mmHg muscular. (GC), 3.0 ± 2.6 mmHg (GP), 1.2 ± 3.0 mmHg Conforme a expectativa, nenhum problema (GS)] e FC [32.3 ± 3.7 bpm (GC), 25.3 ± 5.4 associado com o uso de cafeína durante ou bpm (GP) e 32.6 ± 3.0 bpm (GS)] foram imediatamente após qualquer teste foi similares em todas as intervenções, de forma relatado. Tal facto pode ser relacionado à baixa que não houve qualquer de aumento da dosagem usada nos testes ( 3.24 mg · kg-1 de atividade cronotrópica ou inotrópica após o cafeína se usar a massa corporal média dos treino de força. Embora a carga absoluta de voluntários), já que a Goldstein et al. (2010) 10RM tenha apresentado diferença entre o relata que a cafeína é eficaz para melhorar o procedimento suplementado (269.0 ± 9.1 kg) desempenho desportivo em atletas treinados Tabela 2 Desempenho da força muscular frente às alterações hemodinâmicas para cada intervenção em diferentes exercícios Carga (kg) FC (bpm) Exercícios Controle Placebo Suplementado Controle Placebo Suplementado M  EP M  EP M  EP M  EP M  EP M  EP Supino 62.3  2.7 67.3  3.2 70.6  3.2 113.0  2.5 122.0  3.6 122.7  4.4 Puxada 53.1  2.7 55.0  2.7 56.6  2.4 133.6  3.2 137.2  3.8 138.6  4.2 Extensora 82.7  3.2 88.3  3.3 91.4  3.4 135.3  4.2 140.0  3.3 138.5  4.1 Flexora 45.5  2.0 48.4  1.8 50.3  2.0 149.6  4.0 147.6  3.7 153.3  4.3
  • 5. Cafeína e o desempenho da força muscular | 33 A quando consumida em doses baixas a moderadas (3-6 mg · kg-1). Contrariamente, o consumo de doses elevadas (≥ 9 mg · kg-1), além de não gerar melhoras no desempenho físico, aumenta o risco de efeitos colaterais. Dentre esses, destacam-se: arritimias ventriculares, náuseas, irritabilidade, insônia, hipocalemia, hiponatremia, hipertensão arterial seguida de hipotensão, insuficiência respiratória, convulsões e rabdomiólise (Malinauskas, Aeby, Overton, Carpenter-Aeby, & Barber-Heidal, 2007), consequentemente, aumento do risco de infarto agudo do B miocárdio (Azevedo & Barros, 2006). Adicionalmente, tem sido demonstrado que a cafeína pode melhorar o desempenho físico em exercícios aeróbios como: corrida (Imagawa et al., 2009), ciclismo (Goldstein, Jacobs, Whitehurst, Penhollow, & Antonio, 2010; Simmonds, Minahan, & Sabapathy, 2010), remo (Skinner, Jenkins, Coombes, Taaffe, & Leveritt, 2009) e até mesmo no futebol (Foskett et al., 2009). Entretanto, o efeito ergogênico da cafeína sobre a performance em treino de força muscular ainda não está plenamente estabelecido, nem tampouco os C mecanismos de ação fisiológica desta sobre o organismo (Altimari et al., 2006; Astorino & Roberson, 2010). A interação da cafeína com os músculos estriados esqueléticos é mediada pelo receptor de rianodina, que resulta em aumento na mobilização de cálcio através do retículo sarcoplasmático e que consequentemente, aumenta os níveis intracelulares de cálcio intramuscular (Herrmann-Frank, Luttgau, & Stephenson, 1999; Warren, Ingalis, Lowe, & Figura 1. Desempenho da variação da pressão arterial Armstrong, 2001). Dentre outros efeitos da (A) sistólica em barras pretas e diastólica em barras cafeína, podem-se citar: i) a inibição da cinzas, da variação da frequência cardíaca (B), e fosfodiesterase; ii) o aumento da concentração carga absoluta (somatório das cargas de todos os de adenosina monofosfato cíclica (AMPc); iii) exercícios) (C), seguindo os procedimentos, com ou diminuição da degradação do glicogênio (Davis sem suplementação de cafeína e placebo. & Green, 2009); iv) aumento na oxidação de As barras são as médias e as linhas verticais são os lipídios (Lopez-Garcia et al., 2006; McCarty, erros padrões. * Diferença significativa da carga absoluta de 10RM 1995); v) redução da sensação de esforço entre o procedimento suplementado e controle percebido, retardando a fadiga muscular
  • 6. 34 | W. Materko, E.L. Santos (Doherty & Smith, 2005); e vi) melhora da importante é a frequência no consumo da atividade cognitiva (Foskett et al., 2009). cafeína. No presente estudo, os voluntários Em relação à resposta hemodinâmica, relataram uma baixa frequência no consumo de enquanto alguns estudos anteriores vêm cafeína, portanto, corroborando com o demonstrando aumentos na reposta resultado do estudo de Bell e Mclellan (2002) taquicárdica (Astorino, Rohmann, Firth, & que demonstraram um resultado positivo do Kelly, 2007) e hipertensiva (Astorino et al., efeito da cafeína em indivíduos com baixa 2007; Goldstein et al., 2010; Mort & Kruse, frequência no consumo de cafeína. 2008), no presente estudo, durante o treino de Em conformidade com o que fora apontado força muscular, não se registaram aumentos previamente (Bell & Mclellan, 2002), significativos na FC, nem na PA, o que se pode baseando-se nas divergências apresentadas atribuir às baixas doses de cafeína acima, pode-se prever que variações na administradas durante a suplementação. intensidade e/ou duração dos testes de Embora não se vise aqui estabelecer limites de exercício, bem como a dosagem cafeína confiabilidade, pode-se inferir, ou minima- administrada, ou mesmo o intervalo de tempo mente, suscitar novas pesquisas, baseadas na entre a administração e o início dos testes e a hipótese de que baixas doses de cafeína não frequência no consumo da cafeína são fatores geram sobrecarga miocárdica durante o treino que interferem efetivamente nos resultados. de força. De facto, no presente estudo, nenhuma medida Estudos anteriores vêm demonstrando que de sangue foi feita, assim só é possível a a suplementação com cafeína não melhora a preocupação com os efeitos de desempenho na performance na força muscular máxima – em força submáxima, mas não sobre os efeitos nos exercícios como supino reto (Beck, Housh, intermediários plasmáticos. No entanto, seria Malek, Mielke, & Hendrix, 2008) e puxada no interessante sugerir novos estudos, a fim de pulley (Williams, Cribb, Cooke, & Hayes, 2008) investigar o comportamento do pH plasmático, – ou submáxima – nos exercícios supino reto e do lactato, do potássio, da glicose e das leg press, seja usando a carga relativa a 10RM catecolaminas. Portanto estudos adicionais (Green et al., 2007), a 60% de 1RM (Astorino, com maior número de indivíduos e um Rohmann, & Firth, 2008; Goldstein et al., protocolo de exercício mais intenso de 2010), ou a 70-80% de 1RM (Jacobs, resistência parecem ser justificados. Pasternak, & Bell, 2003). Por outro lado, em concordância com os resultados encontrados REFERÊNCIAS no presente estudo, outros autores têm Altimari, L. R., Moraes, A. C., Tirapegui, J., & demonstrado melhoras na performance de Moreau, R. (2006). Caffeine and performance in anaerobic exercise. Brazilian Journal of força muscular a 100% de 1RM no supino reto Pharmaceutical Sciences, 42(1), 17-27. (Goldstein et al., 2010), a 80% de 1RM no Araújo, M. R. (2008). A influência do treinamento supino reto (Beck et al., 2006) e cadeira de força e do treinamento aeróbio sobre as extensora (Duncan, Lyons, & Hankey, 2009), e concentrações hormonais de testosterona e na carga de 12RM na cadeira extensora e cortisol. Motricidade, 4(2), 67-75. bíceps apoiado na máquina (Hudson, Green, Astorino, T. A., & Roberson, D. W. (2010). Efficacy Bishop, & Richardson, 2008). of acute caffeine ingestion for short-term high- Em relação à dosagem administrada de intensity exercise performance: A systematic cafeína (3-6 mg · kg-1) é independente do review. Journal of Strength and Conditioning Research, 24(1), 257-265. resultado apresentado na performance na força Astorino, T. A., Rohmann, R. L., & Firth, K. (2008). muscular máxima (Goldstein et al., 2010) ou Effect of caffeine ingestion on one-repetition submáxima (Beck et al., 2006; Duncan et al., maximum muscular strength. European Journal 2009; Hudson et al., 2008), pois o mais of Applied Physiology, 102(2), 127-132.
  • 7. Cafeína e o desempenho da força muscular | 35 Astorino, T. A., Rohmann, R. L., Firth, K., & Kelly, Foskett, A., Ali, A., & Gant, N. (2009). Caffeine S. (2007). Caffeine-induced changes in enhances cognitive function and skill cardiovascular function during resistance performance during simulated soccer activity. training. International Journal of Sport Nutrition International Journal of Sport Nutrition and Exercise and Exercise Metabolism, 17(5), 468-477. Metabolism, 19(4), 410-423. Azevedo, A., & Barros, H. (2006). Coffee and Goldstein, E. R., Jacobs, P. L., Whitehurst, M., myocardial infarction: Heterogeneity of an Penhollow, T., & Antonio, J. (2010). Caffeine association in Portuguese men. European Journal enhances upper body strength in resistance- of Cardiovascular Prevention & Rehabilitation, trained women. Journal of the International Society 13(2), 268-273. of Sports Nutrition, 7(18). doi:10.1186/1550- Beck, T. W., Housh, T. J., Malek, M. H., Mielke, M., 2783-7-18. & Hendrix, R. (2008). The acute effects of a Goldstein, E. R., Ziegenfuss, T., Kalman, D., caffeine-containing supplement on bench press Kreider, R., Campbell, B., Wilborn, C., ... strength and time to running exhaustion. Antonio, J. (2010). International Society of Journal of Strength and Conditioning Research, Sports Nutrition position stand: Caffeine and 22(5), 1654-1658. performance. Journal of the International Society of Beck, T. W., Housh, T. J., Schmidt, R. J., Johnson, G. Sports Nutrition, 7(5). doi:10.1186/1550-2783- O., Housh, D. J., Cobun, J. W., & Malek, M. H. 7-5. (2006). The acute effects of a caffeine- Green, J. M., Wickwire, P. J., Mclester, J. R., Gendle, containing supplement on strength, muscular S., Hudson, G., Pritchett, R. C., & Laurent, endurance and anaerobic capabilities. Journal of C.M. (2007). Effects of caffeine on repetitions Strength and Conditioning Research, 20(3), 506- to failure and ratings of perceived exertion 510. during resistance training. International Journal Bell, D. G., & Mclellan, T. M. (2002). Exercise of Sports Physiology and Performance, 2(3), 250- endurance 1, 3, and 6 h after caffeine ingestion 259. in caffeine users and nonusers. Journal of Applied Herrmann-Frank, A., Luttgau, H. C., & Stephenson, Physiology, 93(4), 1227-1234. D. G. (1999). Caffeine and excitation- Brown, L. E., & Weir, J. P. (2001). ASEP procedures contraction coupling in skeletal muscle: A recommendation I: Accurate assessment of stimulating story. Journal of Muscle Research and muscular strength and power. Journal of Exercise Cell Motility, 20(2), 223-237. Physiology-online, 4, 1-21. Hsu, C. W., Wang, C. S., & Chui, T. H. (2010). Cox, G. R., Desbrow, B., Montgomery, P. G., Caffeine and a selective adenosine A2A Anderson, M. E., Bruce, C. R., Macrides, T. A., receptor antagonist induce sensitization and ... Burke, L. M. (2002). Effect of different cross-sensitization behavior associated with protocols of caffeine intake on metabolism and increased striatal dopamine in mice. Journal of endurance performance. Journal of Applied Biomedical Science, 17(1). doi:10.1186/1423- Physiology, 93(3), 990-999. 0127-17-4. Davis, J. K., & Green, J. M. (2009). Caffeine and Hudson, G. M., Green, J. M., Bishop, P. A., & anaerobic performance: Ergogenic value and Richardson, M. T. (2008). Effects of caffeine mechanisms of action. Sports Medicine, 39(10), and aspirin on light resistance training 813-832. performance, perceived exertion, and pain Doherty, M., & Smith, P. M. (2005). Effects of perception. Journal of Strength and Conditioning caffeine ingestion on rating of perceived Research, 22(6), 1950-1957. exertion during and after exercise: A meta- Imagawa, T. F., Hirano, I., Itsuki, K., Horie, M., analysis. Scandinavian Journal of Medicine & Naka, A., Matsumoto, K., & Imagawa, S. Science in Sports, 15(2), 69-78. (2009). Caffeine and taurine enhance Duncan, M. J., Lyons, M., & Hankey, J. (2009). endurance performance. International Journal of Placebo effects of caffeine on short-term Sports Medicine, 30(7), 485-488. resistance exercise to failure. International Jackson, A. S., & Pollock, M. (1978). Generalized Journal of Sports Physiology and Performance, 4(2), equations for predicting body density of men. 244-253. The British Journal of Nutrition, 40, 497-504.
  • 8. 36 | W. Materko, E.L. Santos Jacobs, I., Pasternak, H., & Bell, D. G. (2003). Rosenthal, T. C., Majeroni, B. A., Pretorius, R., & Effects of ephedrine, caffeine, and their Malik, K. (2008). Fatigue: An overview. combination on muscular endurance. Medicine American Family Physician, 78(10), 1173-1179. & Science in Sports & Exercise, 35(6), 987-994. Simmonds, M. J., Minahan, C. L., & Sabapathy, S. Lohman, T. G. (1992). Advances in body composition (2010). Caffeine improves supramaximal assessment. Champaign, IL: Human Kinetics. cycling but not the rate of anaerobic energy Lopez-Garcia, E., Van Dam, R. M., Rajpathak, S., release. European Journal of Applied Physiology, Willett, W. C., Manson, J. E., & Hu, F. B. 109(2), 287-295. (2006). Changes in caffeine intake and long- Siri, W. E. (1961). Body composition from fluid term weight change in men and women. spaces and density: Analysis of methods. American Journal of Clinical Nutrition, 83(3), 674- Nutrition, 9(5), 480-491. 680. Skinner, T. L., Jenkins, D. G., Coombes, J. S., Taaffe, Malinauskas, B. M., Aeby, V. G., Overton, R. F., D. R., & Leveritt, M. D. (2010). Dose response Carpenter-Aeby, T., & Barber-Heidal, K. of caffeine on 200 m rowing performance. (2007). A survey of energy drink consumption Medicine & Science in Sports & Exercise, 42(3), 571- patterns among college students. Nutrition 576. Journal, 6(35). doi:10.1186/1475-2891-6-35. Terra, D. F., Mota, M. R., Rabelo, H. T., Bezerro, L. Materko, W., Duarte, M., Santos, E. L., & Junior, H. M. A., Lima, R. M., Ribeiro, A. G., ... Silva, F. S. (2010). Comparação entre dois sistemas de M. (2008). Reduction of arterial pressure and treino de força no desenvolvimento da força doublé product at rest after resistance exercise muscular máxima. Motricidade, 6(2), 5-13. training in elderly women. Arquivos Brasileiros de McCarty, M. F. (1995). Optimizing exercise for fat Cardiologia, 91(5), 274-279. loss. Medical Hypotheses, 44(5), 325-330. Warren, G. L., Ingalis, C. P., Lowe, D. A., & Mort, J. R., & Kruse, H. R. (2008). Timing of blood Armstrong, R. B. (2001). Excitation- pressure measurement related to caffeine contraction uncoupling: Major role in consumption. The Annals of Pharmacotherapy, contraction-induced muscle injury. Exercise and 42(1), 105-110. Sport Sciences Reviews, 29(2), 82-87. Ploutz-Snyder, L. L., & Giamis, E. L. (2001). Williams, A. D., Cribb, P. J., Cooke, M. B., & Hayes, Orientation and familiarization to 1RM A. (2008). The effect of ephedra and caffeine strength testing in old and young women. on maximal strength and power in resistance- Journal of Strength and Conditioning Research, trained athletes. Journal of Strength and 15(4), 519-523. Conditioning Research, 22(2), 464-470. Todo o conteúdo da revista Motricidade está licenciado sob a Creative Commons, excepto quando especificado em contrário e nos conteúdos retirados de outras fontes bibliográficas.