O documento discute doenças pulmonares ocupacionais, incluindo pneumoconioses causadas por exposição a poeiras e fibras, como silicose e asbestose. Também aborda pneumonite de hipersensibilidade, asma ocupacional e doenças relacionadas à exposição a fumos metálicos durante soldagem. Realça a importância do uso de equipamentos de proteção individual e coletiva para prevenir doenças.
2. PNEUMOCONIOSES
Pneumo = pulmão Conion = pó Ose = estado de
DEPENDEM DA:
NATUREZA E PROPRIEDADES DO AGENTE
INALADO
CONCENTRAÇÃO DO AGENTE E DURAÇÃO
DA EXPOSIÇÃO
SUCEPTIBILIDADE INDIVIDUAL
3. CLASSIFICAÇÃO
Classificação das doenças respiratórias laborais:
1. Doença respiratória ocupacional – a natureza do trabalho
causa o adoecimento
2. Doença respiratória relacionada com trabalho – há
necessidade de comprovação do nexo causal
Classificação de Schilling:
I- trabalho como causa necessária → silicose, asbestose
II- trabalho como contributivo → asma brônquica
III- trabalho como provocador de distúrbio latente ou agravador
de doença estabelecida → rinite alérgica
4. CLASSIFICAÇÃO
Classificação em relação à latência:
Longa - pneumoconioses e o câncer de pulmão
- exposição acumulativa ou dose-dependente
- tempo de exposição
- concentração do agente na fração respirada
Curta - disfunção reativa das vias aéreas e pneumonite de
hipersensibilidade
- agentes irritantes ou sensibilizantes
5. TIPOS DE SUBSTÂNCIAS
INALÁVEIS
Aerossol solução coloidal em que a fase dispersora é gasosa e a fase
dispersa é sólida ou líquida
Fibras partículas com relação comprimento/diâmetro ≥ 3:1. Deposição
depende do diâmetro ≤ 3 µm
Poeiras são produzidas pela quebra ou degradação mecânica de
material sólido, que se encontra em suspensão no ar, na forma de
particulado esférico ou na forma de fibra
Fumos são óxidos metálicos formados a partir do aquecimento e fusão
do respectivo metal. Tamanho médio de 0,1 a 0,4 µm
Fumaças são produtos complexos de materiais orgânicos carbonáceos,
sendo constituídas de gases, fumos, vapores e poeiras
6. Tamanho médio das partículas em suspensão no ar
(Parkes WR. Occupational Lung Disorders. 1994)
Grãos de areia
Pólens
Poeira de cimento
Esporos de Actinomices
Poeira industrial de rochas
moídas (asbestos, sílica livre)
Fumaça de cigarro
Fumos metálicos (de solda)
200 a 2000 µm
10 a 100 µm
4 a 10 µm
0,6 a 2,5 µm
1 a 10 µm
0,1 a 1 µm
0,1 a 4 µm
8. SILICOSE
Pneumoconiose mais comum
Principal causa de invalidez entre as doenças respiratórias
ocupacionais
Agente etiológico principal é o quartzo
Inalação de sílica livre ou do dióxido de silício
Silicose, DPOC, Câncer de pulmão, Insuficiência Renal,
aumento do risco de Tuberculose pulmonar e Doenças do
colágeno
Não tem tratamento
9. SILICOSE
Ocupações expostas:
Mineração de ouro
Pedreira
Indústria cerâmica
Jateamento de areia
Fábrica de vidros refratários e de louças
Fundição de ferro
Cavadores de poços no Nordeste
10. DOENÇAS RELACIONADAS AO
ASBESTOS
Comercialmente conhecido como amianto (quase 30 variedades).
Efeitos carcinogênico (pulmão e mesotelioma) e fibrogênico
(Asbestose)
Doenças podem aparecer mesmo após o afastamento da exposição
LEI ESTADUAL RJ 1080/92: PROÍBE FABRICAÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DO ASBESTO CRISOTILA
11. DOENÇAS RELACIONADAS AO
ASBESTOS
Exposição direta: atividade extrativista (Goiás).
Exposição indireta: residir nas imediações
Ocupações expostas:
Indústria de transformação
Construção civil
Isolamento térmico de caldeiras/tubulações
Manutenção de fornos
13. PNEUMONITE DE
HIPERSENSIBILIDADE
Envolvimento é principalmente bronquiolar
Mais de 300 antígenos:
1. Agentes microbianos (bactérias, fungos e amebas);
2. Proteínas animais
3. Substâncias químicas de baixo peso molecular
Não está associada à alergia
14. PNEUMONITE DE
HIPERSENSIBILIDADE
Ocupações expostas:
Pulmão do fazendeiro
Bagaçose
Fabricação de queijos
Frequentadores de saunas
Trabalhadores em ambiente com ar condicionado e/ou
umidificado
Fabricação de detergentes
Indústria de alimentos
Granjeiros
Trabalho em biotério
Suberose (cortina mofada)
Sulfato de cobre (vinícola)
15. ASMA OCUPACIONAL
Duas definições: Asma Ocupacional e Asma agravada pelo
trabalho
Início dos sintomas após entrada no local de trabalho
Associação entre sintomas e trabalho
40% sintomático em 2 anos e 20% sintomático após 10
anos de exposição
16. Agentes mais comuns causadores de
ART e tipo de atividade profissional
associada ( Chang-Yeung M. Occupational asthma. NJEM. 1995; 333(2):107-12)
ALTO PESO MOLECULAR
Cereais (padeiros, trabalhadores de moinhos)
Látex (profissionais de saúde)
BAIXO PESO MOLECULAR
Formaldeído (trabalhadores de hospital, borracha, calçados)
Persulfato (cabelereiros)
Drogas (farmacêuticos, laboratoristas)
Isocianatos (pintores, instaladores de isolante térmico, espuma, borracha,
plástico)
17. FUMOS METÁLICOS
Fumos são partículas formadas em processos de combustão ou fusão de metais.
Fusão = Fundir - Passagem de um corpo do estado sólido ao
líquido
Combustão = Queimar - Estado de um corpo que arde
produzindo luz e calor
18. FUMOS METÁLICOS
As fontes dos fumos metálicos são o metal base, o
revestimento metálico da peça de trabalho, o eletrodo e os
agentes fundentes associados com o sistema de soldagem,
em particular, (soldas MIG e TIG, eletrodo, plasma). Os
fumos são agentes provenientes das operações de solda
(elétrica)
São exalados devido ao aquecimento dos metais em fusão
e da queima do eletrodo e de seu revestimento protetor
19. FUMOS METÁLICOS
Estes fumos se inalados ao longo do tempo poderão causar:
doença pulmonar obstrutiva
febre de fumos metálicos
intoxicação especifica de acordo com o tipo de metal
manipulado
OBS: Pelos riscos que envolvem os soldadores, o controle
ambiental dos locais de solda é de suma importância.
20. FUMOS DE SOLDA
1- FLUORETOS
Fluorose = Doença grave e incapacitante que leva a uma
calcificação dos ligamentos.
Monitoramento = fluoreto urinário no periódico
21. FUMOS DE SOLDA
2- COBRE
Risco só para para quem tem a “Doença de Wilson”
Não se faz monitoramento e nem vigilância à saúde
22. FUMOS DE SOLDA
3- CROMO
Se houver alto teor de cromo no material (aço inox por
exemplo chega a 20 a 25%) há alto risco de haver exposição
excessiva ao Cromo hexavalente (cancerígeno Grupo 1 da
IARC)
Monitoramento biológico = Pode-se fazer monitoramento
através de Cromo urinário no periódico
23. FUMOS DE SOLDA
4- ALUMINIO
De pouco significado toxicológico. Poderia haver fibrose
pulmonar em casos raros
Não existe monitoramento biológico
24. FUMOS DE SOLDA
5- FERRO
Siderose
Não há importância como tóxico sistêmico
25. FUMOS DE SOLDA
6- MAGNÉSIO
Febre dos fumos metálicos
Não tem importância como tóxico sistêmico e não tem
monitoramento biológico
26. FUMOS DE SOLDA
7- CÁDMIO
Em materiais que tenham altos teores deste metal deve-se
tomar cuidado extremo
Extremamente lesivo para pulmão (enfisema do cádmio) e
para os rins com proteinúria e IRC. Também causa
descoloração do colo dos dentes e anosmia
Monitoramento = Cd urinário no admissional, periódico e
demissional (Cd-U > 5 g/g. cret.) = intoxicação
27. FUMOS DE SOLDA
8- NÍQUEL
O aço inox também tem também elevados teores deste
metal ( até 15%)
Provoca febre dos fumos metálicos e sensibilização cutânea
(alergia)
É cancerígeno na refinação de níquel, (grupo 1 da IARC),
mas na solda ??
Não há monitoramento biológico previsto na NR-7
28. FUMOS DE SOLDA
9- MANGANÊS
Provoca Manganismo, que é uma doença grave
incapacitante e irreversível(Parkinson Mangânico)
Não há monitoramento biológico previsto na NR-7. O Mn-U é
um indicador ruim pois varia muito entre as pessoas
29. FUMOS DE SOLDA
10- ZINCO
As chapas galvanizadas emitem grande quantidade de
fumos de zinco, mesmo em solda a ponto. O zinco em forma
de fumos de zinco irritantes e potentes causadores de febre
dos fumos metálicos
Não há indicadores biológico no Brasil, e é um indicador de
difícil execução
31. FUMOS DE SOLDA
12- CHUMBO
É raro de ser encontrado em solda por arco elétrico. Pode ser
usado com maçarico e seu risco é proporcional a temperatura
de aquecimento
Na brasagem (“solda eletrônica”) com liga de estanho/chumbo
a liberação de fumos de Pb é muito pequena tendo em vista a
baixa temperatura envolvida no processo
Em casos da exposição existir, deve-se realizar o
monitoramento biológico através do Pb-S e ALA-U no
admissional, periódico e demissional
34. USE OS EQUPAMENTOS
ADEQUADOS
EPC´s – Instalar sistema de ventilação local exaustora, nas
operações de soldagem, captando o contaminante no
momento em que ele se forma, (exaustão p/ fumo metálico
da solda)
EPI´s – Uniforme, (calça, camisa, botina), luvas raspa de
couro, creme de proteção, óculos de proteção, avental raspa
de couro, máscara (8801 3M)