O documento discute a diferença entre dados e informação, afirmando que dados são entradas não processadas enquanto informação é o dado com significado adicionado através da interpretação individual. O mesmo dado pode resultar em informações diferentes dependendo de quem o processa devido a pré-condicionamentos inconscientes.
1. SERÁ QUE DADO É A MESMA COISA QUE INFORMAÇÃO?
A palavra informação está tão difundida em nosso meio que já não fazemos distinção entre o momento em que a recebemos e o
momento em que a fornecemos. A “informação” que chega serve para adquirirmos conhecimento cuja qualidade depende dos précondicionamentos inconscientes do receptor. Pus entre aspas a palavra informação porque acho que a entrada de conhecimento é um
dado, ainda não processado por nós. Por incrível que pareça, o mesmo dado, processado por diferentes pessoas, resulta certamente na
transmissão de informações diferentes por parte dessas pessoas. Informação passa a ser aquilo que transmitimos após havermos
processado um dado armazenado em nossa mente, dando-lhe significado. Informação é, pois, o dado acrescido de significado.
Resumindo, quem dá informação é o emissor e quem recebe o dado é o receptor. O entendimento desse fenômeno neuropsicológico
resolve grande parte dos conflitos interpessoais. É grande a probabilidade de as pessoas transmitirem opiniões diferentes sobre o mesmo
dado.
DADO
MEMÓRIA
(INATA + ADQUIRIDA)
INFORMAÇÃO
PRÉ-CONDICIONAMENTOS
INCONSCIENTES
3. Esse foi um dos tópicos importantes que levei em consideração no desenvolvimento de meu processo de grupo. Mas não há dúvida de
que a percepção dessa diferença é da maior importância nos conflitos organizacionais e caseiros. O treinamento em técnicas de
relacionamento interpessoal visa a resolver os conflitos, reduzindo as barreiras dos pré-condicionamentos inconscientes.
E, por fim, não podemos esquecer-nos do contexto em que se dá a comunicação porque é uma prática errada em qualquer ato de
interpretação ignorarem-se os contextos. Já que os contextos são mutantes, chega-se a uma famosa máxima de que “nenhuma palavra
tem o mesmo sentido uma segunda vez”.
A linguagem não verbal
A capacidade, que poucas pessoas têm, de “ler” a linguagem não verbal permite saber mais sobre os fatos. Como grande parte da
comunicação se dá pelo corpo, já que o corpo fala, a pessoa que tenha essa capacidade somará ao entendimento racional, proveniente do
lado esquerdo do cérebro, o entendimento holístico propiciado pela “leitura” do não verbal, do lado direito (essa dicotomia lado direito x
lado esquerdo do cérebro está com os dias contados já que há novidades científicas que revelam que ela não é tão radical assim; ou seja,
o cérebro todo está envolvido). Essa é uma grande vantagem em relação àquelas que só entendem a linguagem verbal.
Numa organização sem comunicação eficaz a informação não flui, e o sucesso não é atingido. A máxima “quem tem a informação tem o
poder” foi formulada no passado em organizações autocráticas que concentravam a informação em seus níveis superiores. As
organizações de maior sucesso em nossos dias foram as que entenderam que o poder tem que ser exercido em todos os seus níveis,
transmitindo-se constantemente todas as informações e democratizando-as. Daí a enorme importância do estudo e do aprendizado da
comunicação interpessoal eficaz nas organizações.