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Associação de Defesa do Património de Mértola


     Curso de Animadores Locais 98/99




            Projecto
            “Semanas
           Temáticas”




                     Mértola, 23 de Março de 1999
“Um animador é um catalizador de
       actividades e de relações humanas, que
       promove o aparecimento de um espaço
       e tempo de recreação e
       desenvolvimento”
       Marques, Manuel




Trabalho Final de Curso elaborado por:
Jorge Miguel Colaço Teixeira
Sónia Margarida Rosário Batista
Telma Alexandra da Graça Revez Correia
Projecto “Semanas Temáticas”                                                            Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                                          Câmara Municipal de Mértola


                        Projecto “Semanas Temáticas”

         Índice
1- Nota Prévia .......................................................................................................... 06
2- Caracterização do Concelho ............................................................................... 07
       2.1- Localização Geográfica .......................................................................... 07
       2.2- Evolução Demográfica ........................................................................... 07
       2.3- Organização Económica ......................................................................... 10
       2.4- Dinâmicas Culturais ............................................................................... 10
       2.5- Agentes Locais ....................................................................................... 12
             2.5.1- Câmara Municipal de Mértola .................................................... 12
             2.5.2- Associação de Defesa do Património de Mértola ....................... 13
       2.6- Principais Problemas e Carências .......................................................... 14
       2.7- Recursos e Potencialidades .................................................................... 15
3- Semanas Temáticas ............................................................................................. 17
       3.1- Apresentação .......................................................................................... 18
       3.2- Objectivos............................................................................................... 20
       3.3- Âmbito Geográfico ................................................................................. 21
       3.4- Duração .................................................................................................. 22
4- Semana do Ambiente .......................................................................................... 23
       4.1- Questões Ambientais .............................................................................. 24
       4.2- O Ambiente no Concelho de Mértola – Potencialidades
           e Interlocutores ........................................................................................ 26
       4.3- Temática e Objectivos Específicos ........................................................ 28
       4.4- Âmbito Geográfico ................................................................................. 29
       4.5- Duração e Plano de Acção ..................................................................... 30
             4.5.1- Percursos..................................................................................... 31
                   4.5.1.1- Monte do Vento – Peddy-Paper ...................................... 31
                   4.5.1.2- Brava/Mértola – Percurso Fluvial ................................... 32
                   4.5.1.3- Portinho d’Alcácer – Percurso em BTT ......................... 33
       4.6- Avaliação ................................................................................................ 35
       4.7- Recursos ................................................................................................ 36
       4.8- Divulgação ........................................................................................... 37
       4.9- Orçamento .............................................................................................. 38
5- Semana da Fotografia ......................................................................................... 39
6- Semana da Dança ................................................................................................ 42
7- Semana do Vídeo ................................................................................................ 45
8- Semana do Associativismo ................................................................................. 48
9- Semana da Música .............................................................................................. 52
10- Recursos Globais do Projecto ............................................................................. 55
11- Considerações Finais ......................................................................................... 58

                                                                                                                           3
Projecto “Semanas Temáticas”                                                              Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                                            Câmara Municipal de Mértola

12- Agradecimentos .................................................................................................. 60
13- Bibliografia ......................................................................................................... 63
14- Anexos ................................................................................................................ 66
       A- Ofícios/Declarações ................................................................................. 67
       B- Documentos de Despesas ......................................................................... 72
       C- Programas de Apoio ................................................................................. 78
       D- Logotipo ................................................................................................... 95
       E- Divulgação ............................................................................................... 97
       F- Programas de Actividades ...................................................................... 103
       G- Jogos e Actividades de Grupo ................................................................ 111
       H- Percursos ................................................................................................ 115
       I- Mapas de Orientação .............................................................................. 125
       J- Questionário ........................................................................................... 129
       K- Certificado de Participação .................................................................... 132




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Projecto “Semanas Temáticas”                                 Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola               Câmara Municipal de Mértola




                                                “... a formação supõe uma
                                                intencionalidade específica da
                                                parte do educador e do
                                                educando e significa carrear a
                                                instrução para uma actividade
                                                particular...”
                                                Filho, Germano Seara




                                                                                          5
Projecto “Semanas Temáticas”                                  Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                Câmara Municipal de Mértola


1- Nota Prévia
        Este projecto insere-se no módulo de Trabalho de Campo, componente de
prática simulada do Curso de Animadores Locais, promovido pela Associação de
Defesa do Património de Mértola em colaboração com o Instituto de Emprego e
Formação Profissional.
       A elaboração deste projecto permite-nos pôr em prática os conhecimentos
adquiridos ao longo do curso supracitado, e simultaneamente, programar um
importante conjunto de elementos de animação destinado à população do Concelho
de Mértola, criando áreas de formação em temas pouco usuais, mas úteis para a sua
ocupação racional dos tempos livres.
       De referir ainda que este projecto se subdividir em seis actividades diferentes,
encontrando-se a primeira delas – a “Semana do Ambiente” – muito mais
especificada do que todas as outras. Esta situação ocorre pelo facto de se tentar
uma metodologia aplicável a todas as semanas temáticas, tornando-as mais reais e
mais viáveis em termos da sua realização. Esta situação ocorre pelo facto de, apesar
das especificidades próprias de cada matéria, constantes das diferentes semanas, a
metodologia a aplicar ser, na sua maioria, muito idêntica.
       Resta-nos por último realçar que, sendo o primeiro trabalho que
desenvolvemos na área da animação, com esta dimensão, só por si poderá consistir
num estimulo acrescido para a nossa vida futura enquanto animadores.




                                                                                           6
Projecto “Semanas Temáticas”                                           Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                         Câmara Municipal de Mértola


2- Caracterização do Concelho

        2.1- LOCALIZAÇÃO GEOGRÀFICA

       O Concelho de Mértola situado no Baixo Alentejo é um dos Concelhos mais
carenciados do País.
       Com uma área total de 127.940 há, situado no distrito de Beja é limitado a
Norte pelos concelhos de Beja e Serpa, a Oeste pelos Concelhos de Castro Verde e
Almodôvar, a Sul pelo Concelho de Alcoutim e a Este pela província espanhola de
Huelva.
       A vila de Mértola, sede de Concelho dista cerca de 50 km da cidade de Beja,
capital de distrito, e a 239 km de Lisboa.
       Classificado como Concelho rural de 2ª Casse subdivide-se em nove
freguesias: Alcaria Ruiva; Corte do Pinto; Espirito do Santo; Santana de Cambas; S.
João dos Caldeireiros; S. Sebastião dos Carros; S. Pedro de Sólis; S. Miguel do
Pinheiro e Mértola.
       O Concelho de Mértola é atravessado de Norte a Sul pelo Rio Guadiana. S.
Miguel do Pinheiro, S. Pedro de Sólis, S. Sebastião dos Carros e Espirito do Santo,
são as freguesias a sul do concelho que fazem fronteira com a ribeira do Vascão e
com a Serra Algarvia. Corte do Pinto e Santana de Cambas fazem fronteira com
Espanha (ribeira do Chança), enquanto que S. João dos Caldeireiros e Alcaria Ruiva
fazem ligação com o interior do país que são eles os Concelhos de Castro Verde e
Beja.

        2.2- EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA

       O Concelho de Mértola “assiste” desde a década de 60 a um acentuado
decréscimo da população. Considerando o período compreendido entre 1950 e 1991
(último recenseamento), o Concelho perdeu mais de 66% dos seus efectivos.

Quadro nº1 – Evolução da população residente no Concelho de Mértola

                        Anos                                População Residente
                        1950                                      29.353
                        1960                                      26.026
                        1970                                      14.310
                        1981                                      11.693
                        1991                                       9.805
        FONTE: X,XI,XII e XIII Recenseamento Geral da população, INE, 1950/60/70/81/91

      Na década de 60/70 ocorre o encerramento das Minas e o despedimento de
inúmeros mineiros. As freguesias localizadas a Este do Concelho (Corte do Pinto e


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Projecto “Semanas Temáticas”                                            Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                          Câmara Municipal de Mértola

Santana de Cambas) que acompanham esse definhar da Mina registando a maior
regressão populacional do Concelho, desde então.
       Entre 1970 e 1981 os decréscimos já não atingem as proporções das décadas
anteriores. Nas ultimas décadas, no Sul do Concelho, as freguesias têm-se vindo a
afirmar como localidades fortemente repulsivas.
       Hoje todas as freguesias apresentam uma baixa densidade populacional. A
freguesia mais povoada do Concelho de Mértola é a de Corte do Pinto – 17, 8
hab/km2 em 1991. A freguesia de Mértola apresenta uma densidade de 9,9 hab/km2,
inferior à de Corte do Pinto, talvez por ser a freguesia que apresenta maior área
geográfica.
       O Sul do Concelho corresponde a uma área extremamente deprimida com
valores populacionais muito baixos. S. Pedro de Sólis, S. Sebastião dos Carros e
Espirito Santo apresentam densidades populacionais entre 4 e 6 hab/km2.
       À excepção das freguesias de Mértola e Corte do Pinto, todas as restantes
freguesias do Concelho apresentam uma densidade inferior à média concelhia.
       O quadro resumo seguinte, apresentam de uma forma geral a população
residente no Concelho de Mértola.

Quadro nº2 – Área geográfica, população residente e densidade populacional do
                 Concelho de Mértola por Freguesias.

          Freguesias                    Área          População           Densidade
                                      Geográfica      Residente          Populacional
Alcaria Ruiva                           215.2           1.201                5.6
Corte do Pinto                           70.7           1.260               17.8
Espirito Santo                          134.0            542                 4.1
Mértola                                 318.0           3.166                9.9
S. João dos Caldeireiros                103.4            803                 7.8
S. Miguel do Pinheiro                   138.3           1.041                7.5
S. Pedro de Sólis                        63.7            377                 5.9
S. Sebastião dos Carros                  71.8            406                 5.7
Santana de Cambas                       164.2           1.006                6.1
TOTAL:                                 1279.4           9.085                7.7
        FONTE: X, XI, XII e XIII, Recenseamento Geral da População, INE; 1950/60/70/81/91.
              Carta administrativa de Portugal

       As densidades populacionais apresentadas não são dissociáveis da extensão
do Concelho, uma vez que este apresenta uma das maiores áreas do país. A estrutura
de povoamento que se nos depara, além dos factores histórico-culturais, encontra-se
condicionada por toda esta área física. O Concelho de Mértola caracteriza-se pela
existência de inúmeras localidades, 105 em 1991, bastante afastadas umas das
outras, nas quais habitam um número reduzido de pessoas. Sendo que 76,6% da
população reside em localidades com menos de 500 habitantes. A vila de Mértola, o

                                                                                                     8
Projecto “Semanas Temáticas”                                           Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                         Câmara Municipal de Mértola

único lugar com mais de 1000 habitantes não concentra mais de 14,1% do total da
população do Concelho. No entanto, a vila de Mértola nas duas últimas décadas, tem
revelado um crescimento populacional. O lugar sede do Concelho, por oferecer à
população um conjunto de infra-estruturas e de serviços, assim como uma maior
oferta de emprego, tem registado um aumento populacional, o que pode ser um
indicador de crescimento futuro deste aglomerado.
       A Freguesia de Mértola destaca-se claramente de todas as outras, pois é a que
apresenta o nível populacional mais alto e consequentemente um maior número de
serviços e instituições ao dispor da população. Esse facto traduz-se num
desenvolvimento superior ao de todas as restantes freguesias. Seguidamente
apresentam-se as freguesias de Alcaria Ruiva e Corte do Pinto. Se a primeira, pela
proximidade à cidade de Beja e pela facilidade das vias de comunicação lhe garante
um certo destaque em relação às restantes freguesias. Já a freguesia de Corte do
Pinto, outrora um dos pilares de riqueza do concelho pela exploração das Minas de
S. de Domingos, agora fechadas, apresenta-se em deterioração humana, restando
apenas o seu elevado nível populacional pelas muitas famílias que anteriormente
trabalhavam nas minas e que permaneceram na localidade, apesar de as mesmas já
não funcionarem.
       No reverso da moeda encontra-se toda zona sul do Concelho, onde os casos
mais preocupantes são as freguesias de S. Pedro de Sólis, S. Sebastião dos Carros e
Espirito Santo. Estas freguesias, à imagem do Concelho, estão num nível muito
preocupante. Apresentam muitas dificuldades de acesso/deslocações estando muito
distantes dos principais serviços sediados em Mértola. Estas freguesias encontram-se
dia após dia mais sós e distantes, perdendo a sua população para sítios que
apresentam mais e melhores condições de vida.
       A análise da estrutura etária da população por grandes grupos etários, revela
que estamos perante um Concelho fortemente envelhecido tanto na base como no
topo - duplo envelhecimento.


Quadro nº3 – Distribuição percentual da população do Concelho de Mértola por
                Grupos Etários.

                                     Grupos Etários
               0-14                15-24        25-64                 65 e +
              15.3%               12.8%            45.1%              26.8%
        FONTE: X,XI,XII e XIII Recenseamento Geral da população, INE, 1950/60/70/81/91

      Como podemos verificar 26,8% da população pertence ao grupo etário dos 65
ou mais anos, enquanto que no grupo etário dos 0-14 anos apenas temos 15,3% da
população.


                                                                                                    9
Projecto “Semanas Temáticas”                                Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola              Câmara Municipal de Mértola

       Este processo – duplo envelhecimento – tem vindo a ocorrer desde 1960,
sendo resultado do decréscimo das taxas de fecundidade e da forte emigração que se
faz sentir no Concelho.
       Este índice é extremamente preocupante e apela à implementação de medidas
que visem a atracção e fixação das camadas mais jovens no Concelho. Caso não se
verifique qualquer acontecimento conjuntural externo, a situação previsível é a
continuação do processo acelerado de envelhecimento populacional, onde já não se
dá sequer a renovação das gerações.

        2.3 – ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA

        O comércio existente no Concelho não se encontra muito desenvolvido,
localizando-se na sede do mesmo maior diversidade de escolha, sendo o restante,
bastante tradicional, dominante nas localidades mais pequenas.
        No que respeita à administração e ao sector de serviço, os mesmos localizam-
se totalmente na Vila de Mértola, exceptuando-se as Juntas de Freguesia.
        As pequenas explorações agrícolas e industriais / transformadoras existentes
no Concelho também se encontram dispersas por entre as várias localidades.

        2.4- DINÂMICAS CULTURAIS

        O estilo de vida do povo Alentejano desde sempre articulado com os ritmos
sazonais das tarefas agrícolas e com a mobilidade periódica em função da
localização dessas tarefas, determina, juntamente com a herança histórica e cultural
salpicada de convulsões económicas e lutas sociais, a postura individual e a apatia
de que este povo é característico.
        O Concelho de Mértola não foge a esta regra denotando uma grande falta de
iniciativas sócio-culturais. Este facto constitui uma das principais preocupações da
autarquia e de outras entidades locais, daí que a Câmara Municipal de Mértola surja
como uma das principais entidades dinamizadores da actividade cultural e
desportiva, apoiando economicamente os organismos existentes e assumindo mesmo
uma posição activa de acompanhamento, estímulo e criação de condições que
permitem o seu desenvolvimento.
        Este apoio é prestado sobretudo pelos serviços culturais, através dos seus
animadores desportivos e culturais e pelo trabalho desenvolvido junto de
colectividades e grupos desportivos do Concelho, cuja acção nesta área assume um
papel importante.
        A nível desportivo, a Câmara Municipal tem procurado desenvolver um
trabalho conjunto com escolas, sobretudo através da formação de professores e
alunos. Exemplo desse trabalho conjunto foi a criação do Pavilhão Desportivo que
se deve em parte à necessidade de uma infra-estrutura coberta que desse apoio às
escolas.


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 Associação de Defesa do Património de Mértola             Câmara Municipal de Mértola

       No entanto, grande percentagem da população que reside fora da sede de
 Concelho sobretudo a população estudantil, não usufrui deste espaço, residindo aí
 uma das principais lacunas a "combater".
       Neste momento, a Câmara Municipal de Mértola, tem em fase de acabamento
 as piscinas junto à EB 2,3/ ES de Mértola que irá permitir a prática da natação aos
 alunos que frequentam este ensino.
       Enquanto forma de ocupação de tempos livres, as iniciativas desportivas e a
 prática do desporto, assumem no Concelho uma grande importância, sobretudo nas
 camadas mais jovens, tanto assim que reúne praticantes, em torno de diferentes
 modalidades, como:
      - Andebol;
      - Futebol;
      - Basquetebol;
      - Ténis de mesa;
      - Atletismo;
      - Canoagem;

       Os equipamentos desportivos concentram-se quase exclusivamente na vila de
Mértola, sendo:
       - Pavilhão Desportivo Municipal (Gimnodesportivo)
       - Campo de futebol (medidas oficiais)
       - Ginásio de Musculação
       - Circuito de Manutenção
       - Campo de Ténis

      Os grupos desportivos existentes (Alcariense Futebol Clube, Atlético Sporting
 Clube Corte Gafo, Clube de Futebol Guadiana; Clube Náutico de Mértola; S.
 Domingos Futebol Clube e Corte Sines Futebol Clube) dedicam-se essencialmente
 ao futebol, exceptuando-se o Clube Náutico que aposta nos desportos náuticos.
      O Clube Náutico de Mértola entrou em funcionamento em 1987,e desde logo
 desempenhou um papel crucial na animação desportiva do Concelho. O Clube dá
 realce à prática de canoagem, não só competitiva, mas também para passeios e
 turismo, visando ainda a formação na área de canoagem, o convívio e a divulgação
 da modalidade.
        Na realidade, não só por parte da Câmara Municipal de Mértola, como dos
 próprios clubes, colectividades e populações locais é dada uma importância especial
 às actividades desportivas. As manifestações desportivas recebem uma grande
 adesão do público, talvez devido à quase inexistência de outro tipo de iniciativas
 culturais. Pode-se assim dizer que a actividade desportiva no Concelho de Mértola é
 bastante razoável e recebe por parte da população e das colectividades em geral um
 apreço especial.
        Contudo a Câmara Municipal de Mértola. desenvolve outras iniciativas
 como:

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        - Quinzena Cultural Serrão Martins
        - 25 de Abril
        - Dia Árvore
        - Dia da Criança
        - Concursos Vários
        - Provas Desportivas
        - Festas da Vila
        - Etc..


       Perseguindo este tipo de actividades encontramos ainda os Centros Culturais
e Recreativos (cerca de 60 em todo o Concelho). Destas colectividades, as mais
activas, promovem bailes, festas e algumas iniciativas desportivo-culturais,
essencialmente em épocas festivas.
       Finalizando este ponto, podemos referir ainda que a população do Concelho,
apesar de não desfrutar de grande oferta de iniciativas culturais, participa
activamente nas que lhe são oferecidas.

        2.5 – AGENTES LOCAIS

                 2.5.1 – CÂMARA MUNICIPAL DE MÈRTOLA

        Pela análise já verificável nesta caracterização concelhia é fácil deduzir que a
instituição com maior peso é a Câmara Municipal de Mértola, que se rege quanto à
inserção institucional e ao seu funcionamento, tal como todas as outras autarquias,
pelo decreto Lei 100/84 de 19 de Março, alterado pela Lei 18/91 de 12 de Junho. O
seu órgão deliberativo é a Assembleia Municipal e o executivo é a própria C:M.M.,
composto por um presidente e quatro vereadores. As suas fontes de financiamento
são compostas por impostos directos, Fundo de Equilíbrio Financeiro, empréstimos
e fundos europeios (conforme o presente               Quadro Comunitário de Apoio
1994/1999).
        As suas principais atribuições perante a população são as seguintes:
• A administração de bens próprios, sob a sua jurisdição;
• O desenvolvimento;
• O abastecimento público e saneamento básico;
• A saúde;
• A educação e ensino;
• A protecção á infância e à Terceira Idade;
• A cultura, tempos livres e desporto;
• A defesa e protecção do meio ambiente e da qualidade de vida;
• A protecção civil.


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       Para o alcance destas atribuições, conta com os seguintes serviços:
•   Divisão Administrativa e Financeira;
•   Divisão Técnica;
•   Divisão Sócio - Cultural;
•   Gabinete de Apoio ao Presidente;
•   Partido Veterinário;
•   Protecção Civil.

       A Divisão Sócio – Cultural, por sua vez, é composta pelos seguintes serviços:
•   Apoio Administrativo e Informações;
•   Cultura e Património Cultural/Natural;
•   Desporto;
•   Educação e Ensino;
•   Saúde;
•   Assistência social.

       Estes serviços permitem o desenvolvimento das seguintes atribuições:
•   Promover o desenvolvimento sócio – económico e cultural da comunidade;
•   Estudar, propor e executar acções de conservação e defesa do património
    cultural, paisagístico e urbanístico do município;
•   Planear, propor e executar programas de educação e ensino;
•   Fazer o diagnóstico das necessidades sociais e propor as medidas adequadas;
•   Colaborar com as instituições vocacionadas para intervir na área de acção social.

      Assim se justifica, perante estas situações, o enquadramento deste projecto,
que consiste num processo de prática simulada, na Divisão Sócio-Cultural da
Câmara Municipal de Mértola.

Informações de acordo com Diário da República, II série, nº 65 de 19 de Março de
1991; Editorial nº 145/90, secção II, Artº 13º.


                 2.5.2 – ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO PATRIMÓNIO DE
                         MÉRTOLA

       Reconhecendo a importância do associativismo na dinamização do
desenvolvimento local e na melhoria das condições de vida das populações têm
surgido nestes últimos anos novos actores e tendências associativas. Entre eles
destacam-se a Associação de Defesa do Património de Mértola e o Campo
Arqueológico de Mértola que têm apostado numa dinâmica de âmbito local e


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Associação de Defesa do Património de Mértola              Câmara Municipal de Mértola

regional, assente na valorização e preservação do património de forma a torná-lo útil
a um desenvolvimento integrado e sustentável.
      O Projecto Mértola Vila Museu é disso exemplo, pois ao criar uma dinâmica
institucional no sentido da descoberta do património, tem contribuído para a
emergência/criação de infra-estruturas, como os núcleos museológicos e mais
recentemente o Parque Natural do Vale do Guadiana, potenciais motores de
desenvolvimento socio-económico do Concelho.
      A Associação de Defesa do Património de Mértola foi criada em 1980, visando
proporcionar acções de desenvolvimento em vários domínios:
        - Estudo, inventariação e dinamização do património cultural e natural da
          região de Mértola, realizando diversas acções onde se destacam:
        - Criação da Escola/oficina de Tecelagem;
        - Criação de Cooperativa de Tecelagem;
        - Impulsionadora da criação da Colmel-Cooperativa de Apicultores;
        - Criação do Parque Natural do Vale do Guadiana;
        - Recuperação de moinhos de água e vento.

      Esta aposta da ADPM na defesa do património, na divulgação das
potencialidades turísticas do Concelho e no reviver da produção artesanal, tem
conseguido não só retirar a zona de Mértola do anonimato como criar novos posto de
trabalho.
      A mesma aposta tem vindo a ser feita pelo Campo Arqueológico de Mértola,
embora a sua intervenção incida principalmente na inventariação, estudo,
preservação e dinamização do património arqueológico e arquitectónico. Neste
domínio tem desenvolvido um trabalho meritório destacando-se a criação de vários
núcleos museológicos e o lançamento e publicação de revistas e cadernos.
        Numa região onde as carências são por demais conhecidas, este trabalho tem-
se mostrado uma alternativa viável e capaz de inverter a situação, pois o
desenvolvimento socio-económico do Concelho está intimamente ligado à gestão
racional dos seus recursos culturais, naturais e humanos.

        2.6 – PRINCIPAIS PROBLEMAS E CARÊNCIAS

         Pertencente a uma das áreas mais pobres do país (Baixo Alentejo), o
Concelho de Mértola sofre de todos os condicionantes característicos da região. De
entre eles destacamos os seguintes:
• Desertificação humana do Concelho e consequente desequilíbrio na estrutura
   etária;
• Os inúmeros aglomerados existentes, com um reduzido número de habitantes
   leva a uma reduzida rede de transportes e comunicações que originam nessas
   povoações um isolamento geográfico e social;
• Desemprego acentuado (74,6 % da população activa);

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• Falta de qualificação profissional e baixo índice de instrução;
• Fraca qualidade de vida;
• No que respeita ao campo da saúde (que constitui o grande problema da
  actualidade) as dificuldades são demais evidentes:
     - insuficientes recursos humanos e equipamentos, encontrando-se os
         existentes localizados exclusivamente na sede de Concelho;
     - insuficiente e ineficaz sector de internamento;
     - Serviço de Atendimento Permanente (S.A.P.) a funcionar apenas das 09 às
         21 horas;
     - Inexistência de informação sobre planeamento familiar, alimentação,
         higiene, educação sexual, etc...;
     - Serviço de Apoio Domiciliário (S.A.D.) deficiente, não abrangendo todos
         os locais onde residem idosos com bastantes dificuldades de deslocação a
         Mértola;
     - Inexistência de locais, equipamentos e estruturas de apoio a indivíduos
         com certo grau de deficiência.
• Insuficientes estruturas e serviços de apoio à infância, aos jovens e aos idosos,
  existindo apenas:
     - um Infantário;
     - a Oficina da Criança;
     - a Biblioteca Municipal;
     - um Lar da Terceira Idade.
• Enfraquecimento de dinâmicas culturais e sociais pela falta de novas iniciativas,
  especialmente nas colectividades culturais e recreativas.

        2.7 – RECURSOS E POTENCIALIDADES

        Todavia Mértola possuí um vasto património de recursos e potencialidades
que do ponto de vista económico, podem proporcionar um considerável
desenvolvimento quer a nível económico, cultural e recreativo.
        O aproveitamento turístico de todas as potencialidades pode ser enriquecido
se o interligarmos ao rico património arquitectónico e paisagístico os aspectos
culturais, também eles profundamente ricos e que se manifestam através da música
(por exemplo os grupos corais), da gastronomia, do artesanato, etc...
        O património, revela-se então como a grande potencialidade na qual se aposta
para um desenvolvimento socio-económico integrado na região.
        De entre as entidades locais destacam-se a Câmara Municipal de Mértola, a
Associação de Defesa do Património de Mértola, o Campo Arqueológico de Mértola,
as quais visam nos seus objectivos apoiar as várias iniciativas culturais,
nomeadamente no âmbito da preservação e/ou recuperação das práticas artesanais, da
conservação do património histórico e cultural, e outras manifestações artísticas e
culturais.

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        Das intervenções desenvolvidas no âmbito do património natural, destaca-se
a criação do Parque Natural do Vale do Guadiana, bem como as acções de Educação
Ambiental realizadas pelas escolas do Concelho.
        A nível do património cultural têm-se dada especial ênfase ás actividades
artesanais. Neste âmbito, foram feitos vários estudos, levantamentos e promovido
também, cursos de formação profissional, com o intuito de recuperar e rentabilizar as
actividades tradicionais.
        Em forma de conclusão, os investimentos e preocupações das entidades locais
vão no sentido de preservar tradições, divulgar os aspectos turísticos do Concelho e
dinamizar pólos de interesse geradores de perspectivas de novos postos de emprego.




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                                           “O que se pretende é procurar alternativas à
                                            passividade e ao individualismo, favorecer as
                                            relações inter-pessoais e, na medida do possível,
                                            fazer com que as pessoas utilizem o seu esforço,
                                            capacidade e entusiasmo para realizar tarefas de
                                            interesse comum. Pretende-se também, sensibilizar
                                            e dinamizar o movimento dos cidadãos, como
                                            objectivo de associar novas pessoas para a
                                            realização de actividades sócio-culturais. Neste
                                            aspecto os programas de animação surgem, também,
                                            como formas de fortalecer a sociedade civil.”
                                            Ander-Egg, Ezequiel




                             3- Semanas Temáticas




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Associação de Defesa do Património de Mértola                                                Câmara Municipal de Mértola


3.1- Apresentação
       No âmbito da concretização do referido trabalho de fim de curso, este
projecto visa a realização de semanas temáticas com fins culturais, informativos e
sobretudo formativos em temas pertinentes da vida social.
       Estando este projecto inserido num contexto de educação/formação, pretende-
se reproduzir e dotar de saberes os indivíduos a quem se destina.
       Neste sentido, acentando num modelo adaptativo, o indivíduo participante
deve apropriar-se de um conjunto de saberes informações, dos quais saiba tirar o
máximo de proveito.
       Assistimos actualmente à emergência de uma teoria da informação que atribui
ao indivíduo que se forma o papel de actor e sujeito da sua própria formação,
contextualizada na corrente da educação permanente, a qual acenta em quatro
conceitos-chave :
       - autonomia, em que o indivíduo assume responsabilidade da sua
           existência;
       - desenvolvimento afectivo e cognitivo, integrando-se activamente e
           construtivamente na sociedade em que se insere;
       - criação de um processo de interacção permanente entre si e o seu meio;
       - fornecimento de capacidade adaptativa e de motivação.
       Reforçando esta caracterização das vertentes educativas, poder-se-á dizer que
a animação vai de encontro aos mesmos objectivos, uma vez que a animação
cultural é um dos meios existentes de capacitar agentes de desenvolvimento
integrado.
       A animação sociocultural, pressupõe um conhecimento do meio e das suas
actividades produtivas e culturais levando um grupo ou uma comunidade a reflectir
sobre a sua consciencialização cívica, a sua participação comunitária, na sua
endoculturação, etc.
       Deste modo, sendo a animação um canal de desenvolvimento e sendo o
animador quem programa, coordena, concebe, executa e avalia todo um conjunto de
actividades, este projecto procura reflectir e transmitir todo um conjunto de noções
de sensibilização que se integrem num desenvolvimento equilibrado. Uma vez que
“onde há maiores responsabilidades há mais interesses; onde há mais interesse há
maior participação; e onde há maior participação há mais eficiência”. 1
       Assim este projecto intitulado por “Semanas Temáticas”, divide-se em 6
semanas, as quais abrangem vários temas . Assim :
       • 1ª semana - “Semana do Ambiente”, em que é abordada a temática do
         Ambiente, visando a formação de jovens em questões ambientais do
         Concelho em que vivem.


1
  Silva, Lúcio Craveiro da, “Cultura, Participação e desenvolvimento”, Universidade do Minho, Projecto de Educação de Adultos,
Braga, 1979.

                                                                                                                                 18
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        • 2ª semana - “Semana da Fotografia”, destinada à abordagem de
          conhecimentos/técnicas relacionadas com a arte de fotografar.
        • 3ª semana - “Semana da Dança”, visa a formação dos participantes em
          vários estilos de danças, como as danças clássicas, tradicionais e
          modernas.
        • 4ª semana - “Semana do Vídeo”, incide na temática da formação em vídeo,
          abordando técnicas, métodos de filmagens e montagem.
        • 5ª semana - “Semana do Associativismo”, a qual se destina ao tema do
          associativismo sendo especificamente destinada a dirigentes associativos e
          sócios, pretende-se abordar temas de como os dotar de capacidades
          técnicas e profissionais, alertando-os para o papel das associações na vida
          comunitária.
        • 6ª semana - “Semana da Música”, aborda a formação em alguns
          instrumentos e ritmos musicais, visando um incentivo à actividade.

        Assim, neste contexto, inúmeros temas poderiam ser abordados, como:
        • Emprego (como se procura, incentivos para a sua criação);
        • Direitos da vida quotidiana (civismo, direitos do consumidor, defesa do
          património cultural, justiça);
        • Prevenção da Toxicodependência;
        • Prevenção da SIDA;
        • Prevenção do alcoolismo;
        • Planeamento familiar;
        • Tempos livres artísticos e culturais (arte dramática, artesanato, cinema,
          dança, musica e canto, artes plásticas e artes gráficas, literatura ,
          museologia ,etc...);
        • Tempos livres desportivos (desportos colectivos, individuais, em recintos
          abertos e fechados);
        • Organização de actividades de férias /turismo (curso de monitores de
          colónias de férias, campos de férias);
        • Etc...

       Por forma a reajustar a realização destas semanas temáticas aos objectivos
propostos, deverão as mesmas consistir em algo inovador para a população,
exigindo-se para tal uma eficaz planificação e uma satisfatória experiência, a ser
iniciada na primeira dessas semanas e que se pretende crescente até à última.
       De referir ainda, que se julga bastante útil o prosseguimento deste tipo de
actividades durante um espaço temporal indefinido, devendo no entanto serem
reajustadas ano após ano, por forma a evitar a repetição e consequente saturação por
parte da população.




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Associação de Defesa do Património de Mértola                 Câmara Municipal de Mértola


3.2- Objectivos Gerais
        A fim de traçar linhas orientadoras, este projecto visa os seguintes objectivos:
        • Envolver a população em acções de formação de uma forma participada,
          inovadora e atractiva ;
        • Perpetuar estas acções incentivando os participantes a torná-las em
          possíveis hobbies ou mesmo motivá-los a seguirem uma carreira
          profissional ;
        • Sensibilizar os jovens para a necessidade de ocupar racionalmente os
          tempos livres ;
        • Conduzir os participantes destas acções de formação à descoberta e/ou
          aperfeiçoamento nas diversas áreas que este projecto faz abordagem;
        • Dar a conhecer certas potencialidades ou recursos existentes, dotando os
          participantes de conhecimentos adaptáveis a essas potencialidades ou
          recursos, de modo a utilizá-los de uma forma racional perspectivando o
          desenvolvimento sócio-cultural da região.
        • Descentralizar actividades procurando o envolvimento da população no
          seu todo.




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                                                                                            20
Projecto “Semanas Temáticas”                               Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola             Câmara Municipal de Mértola


3.3- Âmbito Geográfico
       Este projecto tem como área de influência todo o Concelho de Mértola e
tentará abranger uma larga faixa etária da população.
       Apesar da maioria dos equipamentos culturais e desportivos se encontrarem
na sede de Concelho, ainda assim existem alguns que pelo facto de estarem
subaproveitados urge reactivá-los e reanimá-los.
       Aqui é fundamental o nosso conceito de descentralização, justificando-se a
realização destas actividades em locais dispersos pelo Concelho.
       Assim, ao criar semanas temáticas com perfil lúdico/formativo, este trabalho
pretende ainda sensibilizar toda a comunidade para questões de âmbito cultural que
poderão ser a chave para uma maior participação da população em actividades deste
tipo, de uma forma organizada e subsequente.
       Sendo evidente as inúmeras carências, a nível concelhio, estas acções
(in)formativas pretendem assim lançar novas perspectivas aos interessados, tanto a
nível da sua própria formação pessoal, como da possibilidade de colocar esses
conhecimentos ao serviço da comunidade.




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3.4- Duração
       O presente projecto apresenta a vigência de dez meses (de Março/99 a
Dez./99), e consiste na realização de várias semanas temáticas, com um espaço de,
aproximadamente, dois meses entre elas.
       Este espaço temporal que medeia as várias semanas justifica-se pelo facto de
cada uma delas passar por um conjunto de fases preparatórias (divulgação,
contactos, orçamentos, etc...) que necessitam de algum tempo de organização.
       Cada semana terá ainda uma duração que pode variar de acordo com o seu
tema, de três a seis dias.




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                                                “Não herdamos a terra dos nossos
                                                 avós, mas tomamo-la emprestada dos
                                                 nossos filhos.”
                                                Provérbio americano




                            4- Semana do Ambiente




                                                                                        23
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4.1- Questões Ambientais
       Constatar que os recursos do Planeta Terra não são infinitamente renováveis,
de nada serve pois continuam-se a verificar pressões sobre o Ambiente, traduzidas
em constantes sinais inequívocos de degradação de habitats milenares. Destroem-se
florestas, ameaçando de extinção múltiplas espécies de fauna e flora. Aumentam os
níveis de consumo de energia e de matérias-primas, é cada vez maior a poluição das
águas e dos ares. Persiste a velha questão do armazenamento e/ou reciclagem dos
resíduos. A camada de ozono estratosférica e protectora da Terra continua a ser
gradualmente eliminada. Múltiplas são as doenças derivadas do nosso quotidiano
urbano e industrializado.
       Todos estes problemas ambientais não têm fronteiras. Deste modo, a União
Europeia tem vindo a unir esforços para se posicionar no combate à poluição e na
preservação da natureza.
       Assim após a 1ª conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente (Junho de
1972), a Comissão Europeia propôs, por ocasião da Cimeira de Paris, a elaboração
de um programa de acção política no domínio do ambiente. Tornou-se assim
importante a posição forte e imponente da União Europeia zelando por uma política
comum associando o crescimento sustentável ao respeito pelo ambiente.
       De forma alguma se pode ainda afirmar que um desenvolvimento económico
sustentável será concretizado tendo em conta a defesa intrínseca do ambiente,
contudo foram criadas mais de 200 directivas e regulamentos do direito comunitário,
assim como também foram criados programas de acção que incentivam acções de
educação ambiental.
       Em suma a União Europeia rege-se por um conjunto de princípios tais como :
princípio de preocupação, princípio da preservação, princípio da correcção na fonte,
princípio do poluidor - pagador e princípio da subsidiariedade.
       Todo este conjunto de necessidades e problemas ambientais levou ao
estabelecimento de normas e directivas comunitárias as quais têm vindo a ser
elaboradas e aplicadas na defesa do Ambiente pela União Europeia e têm caracter
vinculativo para os Estados Membros.
       No sentido de reforçar todos estes princípios, surge a necessidade de abordá-
los nas mais diversas formas, atingindo um maior número de população. Assim
surge uma solução coerente: a Educação Ambiental.
       A Educação Ambiental, nos dias de hoje é fundamental, na medida em que se
trata de uma sensibilização, da qual dependerá o futuro da humanidade.
       A crescente necessidade de conservar o Ambiente, tem vindo a aumentar
tornando cada vez mais presente a concretização de acções de educação e
campanhas de sensibilização nas escolas, nos meios de comunicação, etc., para que
nasça uma nova postura ética do ser Humano e uma nova consciência ecológica e se
possa estabelecer uma relação mais harmoniosa entre as comunidades e a natureza.
       As vertentes pedagógicas na área da Educação Ambiental vão no sentido de
fomentar junto dos grupos alvo um significativo respeito sobre o Ambiente,
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proporcionando-lhes a aquisição de conhecimentos que possibilitem analisar as
diversas problemáticas ambientais que se colocam a nível individual, colectivo, e à
escala local, regional, nacional e até mesmo internacional. Ao mesmo tempo alertá-
los para o espaço vazio, que por vezes existe entre a aquisição de conhecimentos
técnicos e a resolução na prática de problemas, fazendo notar a necessidade de cada
vez mais o Homem participar activamente em acções concretas e estimulando o
interesse do mesmo em tornar-se parte activa na planificação e administração do
meio ambiente envolvente.
        Aqui, os métodos de abordagem poderão ser os mais diversificados: desde as
Apresentações teóricas com acções em sala, seminários e colóquios até às acções
práticas desenvolvidas em salas ou em espaços exteriores (ensaios laborais, acções
de formação e informação, percursos temáticos, acções informais de sensibilização,
etc... Por outro lado existem outras formas, tais como o turismo Ambiental/Cultural/
Rural, que surgem cada vez mais como uma alternativa de educação ambiental.
Embora este tipo de turismo seja um meio importante de Educação Ambiental, ele
pode, quando mal explorado, constituir uma ameaça ao próprio meio em que se
insere.
         Os percursos da natureza surgem como uma das formas viáveis de educação
ambiental, uma vez que oferecem um conjunto de oportunidades bastante
importantes, nomeadamente de contacto directo com a natureza, e de gestão dos seus
recursos possibilitando constatar as problemáticas e as potencialidades que o meio
ambiente encerra.
        Assim existem inúmeras actividades possíveis de realizar no decorrer de um
percurso, tais como:
        - observação de paisagem e de espécies faunísticas / florísticas, com o
            objectivo de proporcionar a interpretação do meio envolvente e a
            identificação de espécies;
        - actividades lúdicas de sensibilização, com o objectivo de possibilitar a
            fruição de espaços livres para o convívio;
        - actividades náuticas, no sentido de tirar partido das potencialidades
            naturais existentes;
        - passeios de bicicletas ou provas de BTT com o objectivo de aumentar o
            directo contacto com o meio;
        - actividades de orientação, com o objectivo de estimular a descoberta dos
            aspectos naturais envolventes;
        - realização de fotografias permitindo aumentar a percepção da área de
            intervenção.
        Para que não se repitam os erros que constantemente se verificam por todo o
Planeta Azul, é necessário envolver todas as forças locais para que olhem e cuidem
do meio que os rodeia de forma a que pouco a pouco atinjamos um objectivo
comum, criar condições para que de futuro todos nós tenhamos uma melhor
qualidade de vida.


                                                                                         25
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b) O Ambiente no Concelho de Mértola- Potencialidades
   e Interlocutores
       “Um estudo levado a cabo pela OCDE aos encargos assumidos num dado
número de países industrializados concluiu que as despesas com as medidas de
protecção do ambiente, nas últimas décadas, tinham tido um efeito positivo, a certo
prazo, no desenvolvimento e na criação de postos de trabalhos, dado que a procura a
que obrigavam fizera subir a produção em áreas económicas que estavam
subaproveitados”.2
       Ao longo dos últimos anos tem-se verificado no Concelho de Mértola, uma
crescente preocupação, com as questões ambientais, que se tem traduzido na
implicação de diferentes entidades para a concretização de acções que visem a
preservação e a conservação do meio ambiente.
       Reforçando toda esta preocupação existem várias entidades que assumem
como principal objectivo a preservação do património e da natureza. A Associação
de Defesa do Património de Mértola, o Parque Natural do Vale do Guadiana, o
Campo Arqueológico de Mértola e ainda a própria Autarquia são exemplo disso.
       Nos últimos dez anos esta área de trabalho tem sido uma prioridade na
actuação da A.D.P.M.. Com o objecto de salvaguardar e valorizar os valores
ambientais presentes na região, têm sido desenvolvidos projectos de terreno que
procuram exemplificar como se podem gerir de forma sustentada os recursos
naturais, rentabilizando-os sem confrontar a sua manutenção. Ao mesmo tempo são
incrementadas acções de preservação em zonas especialmente interessantes e
implementadas actividades de educação ambiental junto das escolas da região e de
alguns sectores da população, no sentido de apelar à sua participação para aquela
que é uma tarefa e responsabilidade conjunta e partilhada – a educação.
       O Parque Natural do Vale do Guadiana, é também uma entidade local que
luta pela preservação do ambiente. Dedica-se ao estudo e salvaguarda dos valores
naturais presentes na área protegida, tentando manter o equilíbrio necessário para
que o ecossistema possa permanecer saudável, equacionando a preservação do
ambiente com um desenvolvimento sustentado para as comunidades locais.
       Apoiando todos estes objectivos, encontra-se a Câmara Municipal de Mértola
que concede um apoio inequívoco a todas as entidades que procuram estabelecer
como metas a conservação de todo o Património natural e cultural deste Concelho.
       Contudo, existem ainda algumas carências sentidas, nomeadamente a
articulação de um desenvolvimento sustentável com o aproveitamento dos recursos
ambientais numa estratégia integrada de desenvolvimento Turístico da região.
       No que se refere à educação ambiental com jovens, embora existam entidades
que promovam acções neste sentido, tal como a Escola EB 2,3/ES com o Núcleo de
Ambiente, a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça com o curso de Turismo
2
 Cruz, Manuel Machado P.; “I.D.E.S. – Introdução ao Desenvolvimento Económico e Social”; volume 2; Areal
Porto 1995.

                                                                                                           26
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Rural e Ambiental e a ADPM através do curso de Gestão do Meio Ambiente, é
necessário alargar estas acções a um âmbito populacional mais disperso, com o fim
de que cada vez mais se consciencializar a população de que o ambiente tem que ser
protegido.
        A área protegida do Parque do Vale do Guadiana pelo valioso património
ambiental/cultural que possuí, permite um leque diversificado de percursos,
paisagens de elevado interesse cénico que justificam uma contemplação e
interpretação cuidada. Os valores paisagísticos e florísticos presentes na região são
outros trunfos deste Parque Natural.
        É neste sentido que a realização de uma Semana Temática sobre o Ambiente
se justifica, pois enquadra-se perfeitamente nas várias questões abordadas:
• Educação Ambiental;
• Problemáticas Globais;
• Potencialidades Locais.




                                                                                         27
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4.3- Temática e objectivos específicos
       Por se pensar mais útil e adequado aos dias que correm, por ser um tema
predominante na sociedade, com bastante importância para o Concelho, o ambiente
constitui-se como uma temática atractiva, quanto a nós, é indicada para a realização
da 1ª Semana Temática.
       Assim com o intuito de ocupar racionalmente os tempos livres de um grupo
de jovens e simultaneamente alertá-los para uma crescente necessidade de
preservação da natureza. A formação incidirá nas seguintes áreas:
       1- Características ecológicas do Concelho;
       2- A importância da fauna e da flora para a sobrevivência humana;
       3- O ambiente como fonte de riqueza;
       4- Os riscos do subaproveitamento do ambiente.

       Para além destas áreas de formação, serão também propostas algumas
actividades lúdicas para os participantes, a fim de lhes proporcionar algum
divertimento e entusiasmo, como também um interesse acrescido. Assim, neste
contexto, as actividades a realizar serão as seguintes:
       • Visita guiada à Sociedade Agrícola da Brava;
       • Passeio ao longo do Rio Guadiana;
       • Visita guiada ao Monte do Vento;
       • Estadia no Monte do Vento;
       • "Peddy-Paper";
       • Estadia no Clube Náutico de Mértola;
       • Prova de BTT.

       Pela natureza específica desta semana, e pela forma como esta temática é
abordada, o seu grupo alvo restringe-se aos jovens do Concelho de Mértola, com
idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos.




                                                                                         28
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4.4- Âmbito Geográfico
       Através da descrição anterior das actividades, facilmente se deduz que a
maior parte delas são realizadas ao ar livre e sempre em locais distintos, o que acaba
por ser uma forma privilegiada para abordar a temática do ambiente. O facto de as
actividades se realizarem quase todas fora da Vila de Mértola, acaba por levar os
jovens para locais distintos, despertando-lhes mais interesse e proporcionando-lhes o
conhecimento de locais por eles não frequentados, produzindo desta forma a
chamada descentralização.




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4.5- Duração e plano de acção
       Prevê-se que o tempo necessário para a realização desta actividade seja 3
dias, 12, 13 e 14 de Março.
       O programa, a seguir indicado, é composto por actividades de carácter lúdico,
desportivo e formativo.
       O programa mais detalhado poderá ser visto no anexo F.

                                                          Datas                  Março 1999
                   Actividades                                                  12   13   14
                                                Locais
• Apresentação do Grupo                               Mértola                 X
• Visita guiada à Herdade da Brava                Herdade da Brava            X
• Descida do Rio Guadiana em canoas
• Abordagem         das      actividades            Rio Guadiana              X
   desenvolvidas no Monte do Vento
• Actividades de Convívio                          Monte do Vento             X
• Percurso Pedestre "Peddy-Paper"                  Monte do Vento             X
• Formação: "Fauna e Flora – A sua                 Monte do Vento                     X
   importância – O ambiente como fonte
   de riqueza”
• Visita ao "Pulo do Lobo"                         Monte do Vento                     X
•    Formação:     "As    características           Pulo do Lobo                      X
   ecológicas do Concelho – riscos do
   seu subaproveitamento"
• Prova de BTT                                    Portinho d’Alcácer                             X
• Entrega de certificados/ diplomas de            Portinho d’Alcácer                             X
  participação
                                                         Mértola                                 X


       Foi igualmente incluído neste projecto um programa alternativo cuja função
será de prever eventual falta de condições climatéricas.
       No decorrer das várias actividades da semana serão incluídos alguns jogos
(ver em anexo G).




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4.5.1- Percursos

        4.5.1.1- Monte do Vento – Peddy-Papper
       O Monte do Vento é uma propriedade adquirida pela Associação de Defesa
do Património do Mértola, no âmbito do Programa Comunitário « LIFE », que
desenvolveu entre 1993 e 1995 o projecto « Preservação e Valorização do
Património Natural do Troço Médio do Vale do Guadiana ». Posteriormente foi
iniciado o projecto « Novas Tecnologias Aplicadas á Conservação da Natureza do
Vale do Guadiana » até 1998.
       Situado na zona Norte do Concelho de Mértola, tem como pontos de
referência a proximidade do Pulo do Lobo, fazendo fronteira com a ribeira de Terges
e Cobres, com uma área de 198 hectares e localiza-se dentro dos limites de Parque
Natural do Vale do Guadiana.
       Esta propriedade assume como principais objectivos estabelecer uma relação
de equilíbrio entre o Homem e a Natureza, procurando enquadrar-se nos valores
assumidos pela Associação de .Defesa do Património de Mértola, conservação e
valorização do património natural e cultural.
       Desta forma, o Monte do Vento, dedica-se á realização de experiências e
actividades relacionadas com a conservação da Natureza, investigação científica,
demonstração do uso racional dos recursos naturais, Educação Ambiental e
Formação Profissional.
       A paisagem característica desta herdade enquadra-se na paisagem típica
alentejana, com pastagens, estevais e montados.
       Possui solos rochosos, os quais constituem um dos mais graves problemas
ambientais da região, por se apresentarem em fase da erosão, revelando-se uma das
grandes preocupações dos técnicos do Monte do Vento, lutar contra a sua
fragmentação. A vegetação é escassa uma vez que o clima é quente e seco, sendo a
esteva, o funcho, o tojo, o rosmaninho, a azinheira e a oliveira a mais frequente.
Quanto à fauna, é ainda variada existindo um conjunto de espécies protegidas por se
encontrarem em vias de extinção como é do Chapim-de-poupa, a Raposa,
Estrelinha-de-cabeça-listrada, a Pega - Azul, Milhafre-real, entre outros.
       A perda de uma espécie protegida quer seja na vegetação ou na fauna, altera
por completo todo o Ecossistema desequilibrado-o. Desta forma, conservar,
preservar e proteger o Ambiente é necessário.
       Assim, em forma de conclusão, a Semana do Ambiente, enquadra-se com
alguns dos objectivos da herdade do Monte do Vento, nomeadamente a Educação
Ambiental. Neste sentido, realizar-se-ão actividades dentro desta temática, nas suas
instalações, tais como jogos de convívio, percursos e um Peddy- Papper, com o
intuito de que os participantes nesta actividade possam descobrir a Natureza, o
Ambiente envolvente.


                                                                                         31
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Associação de Defesa do Património de Mértola                                             Câmara Municipal de Mértola

      Dada a sua importância em torno do modelo de gestão, de preservação e de
espaço privilegiado de Educação Ambiental, foi o Monte do Vento incluído nesta
semana.

            4.5.1.2- Brava/Mértola - Percurso Fluvial
      O percurso realizar-se-à nas águas do Guadiana, entre a Brava e Mértola,
sendo a viagem feita em canoas de 2 lugares (C2) alugadas ao Clube Náutico de
Mértola.
      Os objectivos deste percurso é dotar os participantes de conhecimentos sobre
o rio, estimulando-os para um contacto com a realidade física do Guadiana,
envolvendo-os nos seus problemas, mas também despertando para todas as suas
potencialidades no que respeita essencialmente à sua riqueza ambiental própria e das
zonas envolventes, despertando o interesse pelas realidades sócio-culturais
desenvolvidas em seu redor e ainda reconhecer o rio como factor de
desenvolvimento.
      “O alerta final vai no sentido de uma alteração das mentalidades de todos
quantos dependem e contactam com o rio. A mudança social deverá conduzir a
humanidade a encarar o Ambiente como um bem escasso, com a escassez com que
encaramos o dinheiro.”3

       O Rio Guadiana nasce em Campo Montiel, Espanha, e desagua no Oceano
Atlântico entre Vila Real de Santo António e Ayamonte. O seu curso tem a extensão
de 810 Km., dos quais 110 Km. Servem de fronteira entre Portugal e Espanha. No
nosso Concelho os afluentes do Guadiana são as ribeiras de Terges e Cobres, do
Vascão, da Chança e a de Oeiras.

      No percurso do Guadiana proposto para a actividade (Brava - Mértola)
encontramos margens declivosas e rochosas, (onde não se fixa vegetação em
quantidade suficiente para travar o efeito da erosão), ocasionalmente cobertas de
Alecrim e de Umbigo de Vénus. Nestes locais vivem espécies já extintas noutras
zonas do planeta, como é o caso do Mocho Real.
      Por entre estas margens declivosas, existem ainda margens mais baixas e
suaves, onde existem algumas árvores de fruto e zonas cobertas de arbustos muito
cerrados e de difícil penetração, que servem de abrigo a várias espécies de aves
como o Grifo, o Abutre-do-Egipto, o Guarda-Rios, a Galinha de Água, o Rouxinol,
o Chapim-Rabilongo, entre outros.

       Mas neste percurso fluvial, que termina na Vila de Mértola, e após passagem
nos Canais (outro local do Guadiana de extrema beleza e ponto de atracção turística)
os participantes poderão também desfrutar da magistral importância do património

3 Campos, Isabel; “Roteiro de Viagem Mértola – Vila Real de Santo António; SOS Guadiana; Escola C+S de Mértola; Mértola 1992.

                                                                                                                                32
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Associação de Defesa do Património de Mértola              Câmara Municipal de Mértola

construído. Exemplo disso são os próprios Canais e as Azenhas de Mértola,
desactivadas desde meados deste século e que serviam para reduzir o trigo e o milho
a farinha, bastante importante para o desenvolvimento da economia tradicional, pois
era um dos pilares do comércio local e consistia na principal base alimentar das
populações.
       O percurso finaliza-se no Cais do Guadiana, onde os participantes poderão
observar a estrutura habitacional da antiga cidade - porto de Mértola: ponto de
chegada e escoamento de cereais, minérios, pessoas, ideias e informações. A vila
velha é o aglomerado urbano intramuralhas cujos limites variam historicamente.

       E estas são as linhas-mestras que este percurso oferece àqueles que nele
participam. Aliado à prática de um desporto fortemente desenvolvido nas águas do
Guadiana, cujo mérito cabe ao Clube Náutico de Mértola, podemos desfrutar de uma
extrema beleza natural e patrimonial: com uma fauna e flora únicas e estruturas
tradicionais para um aproveitamento racional das suas águas, o Rio Guadiana
apresenta alguns aspectos (ainda) desconhecidos de parte da população do
Concelho.

        4.5.1.3- Portinho d’Alcácer – Percurso de BTT
       A área de intervenção deste percurso tem uma extensão aproximada de 6 km,
e identifica-se como perímetro florestal de Mértola.
       O percurso permite-nos observar vários pontos de interesse relacionados com
a paisagem, a flora, a fauna e o património construído.
       A paisagem tem algum interesse pelo seu relevo ondulado, com o vale da
ribeira de Oeiras bastante acentuado. A flora que identifica a zona acima enunciada
divide-se em três sistemas:
       • sistema florestal, constituído por espécies não autóctones: pinheiros,
           eucaliptos, acácias e carrascos;
       • paisagem agrícola, bastante humanizada com explorações agrícolas e
           hortinhas. Nas explorações agrícolas encontramos culturas arvenses,
           pastagem ou pousios e nas explorações hortícolas encontramos com
           bastante frequência árvores de fruto;
       • vale da ribeira de Oeiras apresenta uma flora mediterrânica bem adaptada
           ao ecossistema ribeirinho: o loendro, o zambujeiro, a giesta, o tojo, a
           amendoeira, entre outras espécies.

        No tocante à fauna desta área podemos encontrar, junto das hortas existentes,
várias espécies de aves (cotovia, trigueirão, pintassilgo, etc.). Para além destas
existem ainda algumas espécies cinegéticas como a perdiz, o coelho, a lebre e o
javali.



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       No que diz respeito ao património construído podemos observar dois
moinhos que ilustram a tradicional estrutura de moagem movida à força motriz da
água, utilizada para a transformação de cereal em farinha, bastante importante para a
economia tradicional.
       O moinho do Portinho d`Alcáçer localiza-se a sudoeste de Mértola, a 2,3km
da foz da ribeira de Oeiras, inserido num conjunto de rochas próximo da ponte
designada pelo mesmo nome, era constituído pelo armazém e a casa do moleiro,
agora praticamente destruída.
       O acesso ao moinho era feito por um caminho de “pé posto” bem escavado na
rocha. O moinho era composto por infra-estruturas e equipamentos de controle de
água que eram imprescindíveis ao seu funcionamento, no entanto hoje apenas o
edifício que o albergava está intacto, estando tudo o resto, total ou parcialmente
destruído.
       O Moinho de Vento localiza-se a 300m. de Mértola e situa-se num cerro
fronteiro à Capela de Nª Srª das Neves.
       Existem ainda ao longo da ribeira de Oeiras uma série de moinhos de água,
agora abandonados e bastante destruídos.

       Em suma, o percurso consiste numa prova de BTT. Enquadrado no perímetro
florestal de Mértola e zonas circundantes à ribeira de Oeiras, com uma extensão
aproximada de 6 km. Apresentam-se como principais objectivos desta iniciativa a
sensibilização dos participantes para a importância da preservação do património
natural e cultural. Pretende-se ainda dar a conhecer as características locais no que
toca a fauna e flora.




                                                                                         34
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4.6- Avaliação
        No sentido de avaliar esta actividade, elaborou-se um questionário (ver
anexo J), que procura dar resposta a algumas falhas que possam surgir na realização
da mesma.
        Assim, uma avaliação final da actividade torna-se importante pois, analisa
os erros e avalia os aspectos positivos quer da sua organização ou realização, sendo
uma base de partida para uma eventual repetição ou elaboração de outra actividade.
Porém, não colocando de parte este método, entendemos que no decorrer da
actividade deve ser feita uma avaliação constante da mesma, afim de solucionar
problemas imediatos, tais como motivação, interesse e integração do grupo.




                                                                                         35
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4.7- Recursos
       Para a realização desta actividade é necessário a obtenção de alguns apoios,
os quais passamos a especificar.
       Solicita-se apoio financeiro aos empresários e micro-empresas locais,
associações e demais instituições públicas e privadas, por forma a suportar os
encargos da mesma. O IPJ- Instituto Português da Juventude e o INATEL- Instituto
Nacional de Actividades de Tempos Livres também poderão contribuir, visto
tratarem-se de instituições privilegiadas para questões ligadas à juventude e à
ocupação de tempos livres e desporto. Outro recurso prende-se com a candidatura da
actividade aos Programa Infante D. Henrique e Iniciativa, do Instituto Português da
Juventude.
       Os apoios técnicos e materiais caberão em grande parte à Câmara Municipal
de Mértola e à Associação de Defesa do Património de Mértola, no que se prende
essencialmente com as questões de transporte, de divulgação e contacto com as
entidades. Será também necessário a marcação do Monte do Vento (na Associação
de Defesa do Património de Mértola), a visita guiada à Herdade da Brava (na
Sociedade Agrícola da Brava, S.A.) e as refeições (no Grémio Recreativo 1º de
Dezembro).
       Ainda no que se refere aos recursos técnicos, os mesmo também poderão
provir de algumas instituições locais como a Associação Defesa do Matrimónio de
Mértola e Parque Natural do Vale do Guadiana e o que diz respeito á formação
sobre o Ambiente. No tocante à canoagem, o monitor responsável virá do Clube
Náutico de Mértola. Será também necessário alguém que se responsabilize pelas
questões da animação do grupo, onde podemos solicitar a colaboração de um
animador da Câmara Municipal de Mértola.
       De uma forma mais simplificada e esquematizada apresentamos o seguinte
quadro:

                                                                Tipo de Apoio
              Entidade
                                         Técnico   Material   Financ.    Transp.   Aliment.    Outros
- Câmara Municipal de Mértola              X         X           X         X          -          -
- Associação de Defesa do                  X         X           X         X          X          -
Património
- Clube Náutico de Mértola                 X          X         X          X           -          -
- Parque Natural do Vale do                X          -         X          -           -          -
Guadiana
- Sociedade Agrícola da Brava, SA          X          -         X          X          -           -
- Grémio Recreativo 1º Dezembro            -          -         -          -          X           X
- Instituto Português da Juventude         -          -         -          -          -           X
- Instituto Nacional de Actividades de     -          X         -          -          -           X
Tempos Livres e Desporto
- Escola EB 2,3 / ES de Mértola             -         -          -          -          -          X
- Oficina da Criança                        -         X          -          -          -          -




                                                                                                       36
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4.8- Divulgação

        A divulgação deve ser feita de uma forma atractiva, por forma a identificar-se
com o grupo alvo. Deve ir ao encontro dos seus interesses, devendo ser realizada em
locais próprios, onde existam grande número de jovens.
        Assim, como forma de identificar o tema e a própria actividade, criou-se um
logotipo que por si só simbolize todo o perfil da mesma, revelando um caracter
juvenil, simples e adaptativo. (ver anexo E)
        Quanto às brochuras, que se direccionam especificamente aos jovens, contêm
um conjunto de informações tais como, um programa da actividade, um conjunto de
recomendações, um destacável com uma ficha de inscrição, logotipos das entidades
organizadoras e referencia às entidades que colaboram na realização desta
acção.(ver exemplar em anexo)
        O seu formato em forma de envelope, justifica-se uma vez que será feita uma
distribuição em mão junto dos jovens, associando-se a uma carta tipo convite que se
faz aos mesmos. Porém para se dê a conhecer a um leque mais vasto de população,
estas mesmas brochuras são distribuídas e afixadas em locais mais vastos como
cafés espalhados pelo Concelho, além das escolas Bento Jesus Caraça e EB 2,3/ES,
mais concretamente aos curso de turismo e Arqueologia e ao núcleo de ambiente,
respectivamente.
        De uma forma mais alargada, procurando sensibilizar a comunidade em geral,
assim como tentar aumentar mais o interesse pela actividade, foi elaborado um
cartaz de grandes dimensões fazendo referência ao tema, às entidades que
organizam, aos dias a que se refere e ao local onde se aceitam inscrições.
        Enriquecendo toda esta campanha de divulgação, irão ser feitos na rádio
local, escola EB 2,3/ES de Mértola, anúncios alusivos à actividade (ver anexos). Os
quais se dividem em duas fases, sendo a primeira um breve anúncio geral e a
segunda um anúncio mais completo com uma descrição pormenorizada da
actividade.
        Desta forma, a divulgação completa-se, resumindo-se apenas a uma simples e
eficaz campanha, a qual será avaliada pelo impacto positivo reflectida pela adesão
dos participantes.




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4.9- Orçamento


                            Perspectiva Orçamental
                           Do Plano de Actividades
 1- Descida do Rio Guadiana em Embarcações
       1.1- Aluguer de canoas                      27.000$00
       1.2- Transporte de canoas                    5.000$00
       1.3- Monitor de canoagem                    10.000$00
       1.4- Barcos de apoio                         2.000$00            44.000$00

 2- Actividades no Monte do Vento
        2.1- Cedência de espaço                          8.000$00
        2.2- Actividades                                10.000$00
        2.3- Estadia                                    14.400$00
        2.4- Alimentação                                56.600$00
        2.5- Acréscimo de 50 % pela realização de
         actividades ao fim de semana                   44.500$00     133.500$00

 3- Refeições no Grémio Recreativo 1º de
    Dezembro                                            30.000$00       34.000$00

 4- Estadia no Clube Náutico de Mértola                 18.000$00       18.000$00

 5- Despesas com formadores                             40.000$00       40.000$00

 6- Seguros para a actividade                           19.000$00       19.000$00

 7- Despesas de divulgação                              15.000$00       15.000$00

                                                TOTAL                 301.500$00




                                                                                         38
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                                                 “A fotografia é o testemunho ter
                                                 estado que substitui senão o próprio
                                                 estar pelo menos a experiência que conferia
                                                 a esse estar o sabor de uma aventura.”
                                                Almeida, Bernardo Pinto de




                          5- Semana da Fotografia




                                                                                                  39
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1- TEMA

        Ter conhecimento sobre a arte de fotografar é para muitos um anseio
irrealizável. A fotografia pode ser encarada como um passatempo, uma carreira
profissional, ou uma paixão da qual não se detém, por vezes, os conhecimentos
suficientes.

2- CARACTERIZAÇÃO

       Mértola constitui-se como um Concelho que evidencia várias carências no
que diz respeito a eventos de caracter (in)formativo, onde a população possa adquirir
mais conhecimentos sobre áreas específicas, que embora já tenham contactado, não
possuem bases seguras de como actuar nas mesmas. É o caso da fotografia.

3- OBJECTIVOS

      Pretende-se proporcionar aos participantes interessados um aumento dos seus
conhecimentos e consequentemente alertá-los de que a arte de fotografar pode ser
uma boa forma de ocupar os tempos livres. Consciencializando-os assim das belas
paisagens que existem no nosso Concelho.

4- DATA

       A duração desta actividade é de 6 dias, de 3 a 8 de Maio, os primeiros 4
destinados à formação e ao mini concurso, os restantes 2 destinam-se à exposição
aberta ao público.

5- DESCRIÇÃO

         Esta semana consiste em:
        • Formação na arte de fotografar, relativamente aos materiais a utilizar,
           técnicas, métodos de revelação, etc;
        • Eleger a melhor fotografia, incentivando à realização destas sobre uma
           qualquer temática do Concelho. Levando os formandos desta acção a
           observem através de uma objectiva o aspecto, os hábitos e as ‘gentes’ do
           local onde residem;
        • Concretização de um mini concurso, no qual será encontrado o vencedor,
           através de um júri a definir, que atribuirá prémios simbólicos (por
           exemplo um álbum e um diploma de honra) pelas “melhores fotografias”;
        • Para finalizar, a realização de uma pequena exposição sobre fotografia,
           com apresentação dos trabalhos realizados ao longo da formação.



                                                                                         40
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Associação de Defesa do Património de Mértola                      Câmara Municipal de Mértola

       O local onde decorre esta actividade será na Escola EB 2,3/ES de Mértola,
visto apresentar todos os equipamentos necessários para a prática desta acção, a
exposição realizar-se-à nas instalações do Clube Náutico de Mértola.

         Actividades                                 Data           Maio de 1999
                                   Local                       3    4 5 6 7               8
-   Apresentação              do
                                    Escola 2,3/Es de Mértola   X
    grupo;
-   Acção de formação na
    arte da fotografia
    (técnicas, métodos de                                           X X X
    revelação, etc);
                           Escola 2,3/Es de Mértola
-   Mini concurso da
    melhor da fotografia; Escola 2,3/Es de Mértola                                X
-   Exposição           de
    fotografia aberta ao
    público com amostra
    dos    trabalhos    da                                                              X
                           Clube Náutico de Mértola
    formação.


      De forma a levar a população a participar nesta acção, será realizada uma
campanha de divulgação, incentivando possíveis formandos, tal como para a
exposição serão distribuídos documentos publicitários alusivos ao evento.

6- POPULAÇÃO ABRANGIDA

      Esta acção de formação destina-se à população do Concelho de Mértola, não
havendo restrições de idades, porém o limite de inscrições é de 15 pessoas.

7- AVALIAÇÃO

       Quantos de nós trabalhamos com uma máquina fotográfica, porém na
realidade nem sempre efectuamos fotografias com sucesso, desconhecendo as
causas. Desta forma uma semana de formação sobre a fotografia constitui-se como
uma actividade interessante e atractiva.




                                                                                                 41
Projecto “Semanas Temáticas”                                        Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                      Câmara Municipal de Mértola




                                                “A expressão artística consiste em
                                                actividades que favorecem a expressão
                                                e que constituem formas de iniciação e
                                                desenvolvimento de linguagens criativas
                                                e de capacidade de inovação, assim como,
                                                procura de novas formas de expressão”
                                                Ander-Egg, Ezequiel




                                   6 – Semana da Dança




                                                                                                 42
Projecto “Semanas Temáticas”                                Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola              Câmara Municipal de Mértola

1-TEMA

      A dança é uma actividade, que embora provenha de tempos históricos
permanece ainda, no Concelho de Mértola pouco abordada, sem no entanto deixar
de constitui um atractivo para a população em geral.

2-CARACTERIZAÇÃO

       Continuamos, a notar neste Concelho, carências quanto à realização de
actividades / espectáculos que incentivem a constituição de ( quanto mais não seja )
grupos de dança, como por exemplo o folclore.

3-OBJECTIVOS

       Pretende-se conduzir ao (re)nascimento da prática da dança no Concelho,
lançando pólos dinamizadores que despertem interesse por esta actividade, criando
se possível espaços, que conduzam a uma ocupação racional dos tempos livres.
       Relativamente ao grupo participante nesta actividade, procurar-se-á
sensibiliza-los para esta área, levando-o ao conhecimento do seu próprio corpo,
aumentando ao mesmo tempo a sua coordenação motora. Assim, pretende-se que os
participantes executem diversos tipos de danças, aumentando os seus conhecimentos
nesta área tão carenciada.

4-DATA

       A duração desta actividade será de 16 sessões de 2 horas, em horário semanal
e pós-laboral.

5-DESCRIÇÃO

       Esta acção permitirá, a todos os que nela se inscreverem, o contacto com
vários tipos de danças, desde as clássicas, às tradicionais, passando pelas latino-
americanas e pelas modernas.
       No final da formação será organizado um baile onde, para além da actuação
de grupos de danças profissionais, será feita uma demonstração dos conhecimentos
apreendidos pelos formandos.
       Assim sendo, esta acção divide-se em duas partes:
       • Ensino / aprendizagem de vários estilos de danças ao grupo participante
          (clássicas, tradicionais, latino-americanas e modernas).
       • Realização de um baile, aberto a toda a comunidade, onde o grupo de
          participantes possa eventualmente demonstrar o que aprendeu durante a
          formação.


                                                                                         43
Projecto “Semanas Temáticas”                                Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola              Câmara Municipal de Mértola

       No intuito de tornar esta actividade apelativa é necessário lançar uma
campanha de divulgação promovendo junto da população o interesse pela
participação na mesma. Assim, serão distribuídos brochuras informativas, com o
intuito de cativar eventuais interessados. Para o evento cultural (Baile) que
referimos, serão distribuídos antecipadamente cartazes de divulgação da actividade,
junto dos locais mais frequentados pelo Concelho.
       Desta forma, dada a natureza da actividade, o local onde se irá realizar será
no salão dos Bombeiros Voluntários de Mértola, por ser o local ideal, apresentando
um espaço amplo e acolhedor.

6-POPULAÇÃO ABRANGIDA

      Esta actividade, destina-se a toda a população em geral, com idade mínima de
15 anos. Tendo como limite 40 pessoas.

7-AVALIAÇÃO

       Para finalizar, esta actividade revela-se bastante importante uma vez que dada
a sua natureza, e as carências que vêm colmatar, se justifica a sua realização.




                                                                                         44
Projecto “Semanas Temáticas”                          Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola        Câmara Municipal de Mértola




                                7- Semana do Vídeo




                                                                                   45
Projecto “Semanas Temáticas”                                Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola              Câmara Municipal de Mértola

1- TEMA

       Saber observar é um dote que nem todos estamos capacitados, pois aos
nossos olhos existem sempre pequenos pormenores que passam despercebidos.
       Hoje em dia, com o avanço tecnológico, existem determinados equipamentos
que nos ajudam a observar melhor, permitindo recapitular imagens vezes sem conta
que os nossos olhos apenas visualizarem uma só vez.
       No entanto, tal como é necessário dispender tempo para apreender a
sabedoria da observação, também, para saber manusear com sucesso estas
“máquinas de apoio”, se deve despender de tempo.
       Assim, no sentido de proporcionar algum saber á população do Concelho de
Mértola, propomos a realização de uma semana de formação sobre a temática do
vídeo.

2- CARACTERIZAÇÃO

      No que respeita a este tema, apenas os estudantes da Escola EB 2, 3/ES de
Mértola estabelecem algum contacto com técnicas de filmagem e montagem de
Vídeos, pois nesta instituição, existe o Núcleo de Televisão, que emite programas,
apenas internos, alguns deles realizados pelos alunos.

3- OBJECTIVOS

• Ensinar aos participantes técnicas de filmagem, montagem e misturas de
  imagens, sensibilizando-os para uma ocupação racional dos seus tempos livres;
• Intervir nos hábitos dos participantes desta acção, incentivando-os a observar
  com mais atenção e interesse a paisagem, as pessoas, os seus hábitos e usos.

4- DATA

       A realização desta actividade incide entre o dia 31 de Agosto a 4 de
Setembro, em horário pós-laboral entre as 19h. e as 22h. e no dia de sábado entre as
13h. e 15h.

5- DESCRIÇÃO

      Esta actividade constitui-se por:
• Acções de formação sobre a aprendizagem das técnicas e métodos de filmagem;
• Elaboração de pequenos trabalhos práticos;
• Exibição de todos os trabalhos realizados, com entrega de certificado de
  participação.



                                                                                         46
Projecto “Semanas Temáticas”                                      Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                    Câmara Municipal de Mértola

         Actividades                                      Data     Setembro de 1999
                                    Local                        1    2   3    4   5

- Apresentação do grupo
 - Introdução ao tema
 -    Aprendizagem  das                  Escola EB 2,3/ES de
 técnicas                                      Mértola           X

-     Aprendizagem       das
 técnicas      (continuação)
 - Abordagem á temática -               Escola EB 2,3/ ES de
 Prática de filmagem                          Mértola                 X
- Prática de filmagem
 (continuação)
- Início da elaboração de                Escola EB 2,3/ ES
 um pequeno trabalho                         de Mértola                     X
- Elaboração de um                      Escola EB 2,3/ ES de
 pequeno filme                                Mértola                              X
- Passagem dos trabalhos
 realizados
- Entrega de um certificado              Escola EB 2,3/ES de
 de participação                               Mértola                                  X


       A divulgação desta actividade tem como objectivo motivar a população,
sendo realizados cartazes e brochuras alusivos ao tema e distribuídos em locais
específicos.

6- POPULAÇÃO ABRANGIDA

       Esta acção deverá ter como limite máximo um grupo de 10 pessoas, não
existindo qualquer restrição de idade nem de sexo.

7- AVALIAÇÃO

       Dada a caracterização transcrita anteriormente, pensa-se que a realização
desta semana temática possa despertar interesse junto da população e,
simultaneamente, transmitir estes conhecimentos a mais do que uma faixa etária da
população.




                                                                                               47
Projecto “Semanas Temáticas”                                        Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola                      Câmara Municipal de Mértola




                                                “As associações são uma fonte crucial de
                                                inspiração e são um fertilizante para o
                                                crescimento da participação social. Têm um
                                                papel fundamental no dinamismo e progresso
                                                local”
                                                Basto, M.ª Elisa e Neves, Eduarda




                      8- Semana do Associativismo




                                                                                                 48
Projecto “Semanas Temáticas”                                Curso de Animadores Locais
Associação de Defesa do Património de Mértola              Câmara Municipal de Mértola

1- TEMA

       Constituindo-se como um dos pilares da vida sócio-cultural do Concelho, o
Associativismo perdeu nos últimos anos algum protagonismo, sendo dever de todos
os intervenientes locais restabelecer a sua importância.

2- CARACTERIZAÇÃO

        Muito se fala acerca do Associativismo, de como ele é importante para a vida
social e cultural do Concelho de Mértola, porquê continua adormecido e como
revitalizá-lo .
        Das mais de 60 colectividades existentes no Concelho (sociais, culturais,
recreativas e de desenvolvimento local) apenas um quarto das mesmas prossegue os
seus fins, pala realização de algumas actividades para benefício dos seus sócios e
também das populações. As restantes ou estão encerradas ou restringem-se apenas
ao funcionamento do bar.
        Muito se tentou ao elaborar projectos e algumas reuniões associativas para
dinamizá-las, no entanto, com resultados pouco frutíferos, visto alertarem apenas as
colectividades para as suas confrontações actuais: como elaborar os documentos
administrativos e como elaborar os planos de actividades. No entanto nunca lhes foi
explicado o porquê da elaboração desses documentos, remetendo a uma vertente
informativa, aquilo que deveria ser uma vertente formativa.
        Tendo em conta que existem dirigentes jovens e menos jovens, que existem
dirigentes de Associações em funcionamento e dirigentes de Associações
encerradas, o nível e a forma como essa informação seria distribuída exige um
planeamento eficaz da mesma.

3- OBJECTIVOS

       Pretende-se com esta iniciativa alertar os dirigentes e sócios das
colectividades do Concelho para as seguintes áreas:
       * o papel das Associações no Concelho;
       * o dirigismo associativo;
       * o dirigismo desportivo;
       * dotar de capacidades técnicas e profissionais os corpos gerentes das
         Associações;
       * documentos de gestão administrativa;
       * documentos alusivos à gestão das actividades (planos e relatórios de
         actividades);
       * o Futuro das Associações:
       - o rigoroso cumprimento da elaboração dos documentos
                  obrigatórios;
              - programas de apoio ;

                                                                                         49
Projecto de fim de curso
Projecto de fim de curso
Projecto de fim de curso
Projecto de fim de curso
Projecto de fim de curso
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Projecto de fim de curso
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Projecto de fim de curso
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Projecto de fim de curso
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Projecto de fim de curso
Projecto de fim de curso
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Projecto de fim de curso
Projecto de fim de curso
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  • 1. Associação de Defesa do Património de Mértola Curso de Animadores Locais 98/99 Projecto “Semanas Temáticas” Mértola, 23 de Março de 1999
  • 2. “Um animador é um catalizador de actividades e de relações humanas, que promove o aparecimento de um espaço e tempo de recreação e desenvolvimento” Marques, Manuel Trabalho Final de Curso elaborado por: Jorge Miguel Colaço Teixeira Sónia Margarida Rosário Batista Telma Alexandra da Graça Revez Correia
  • 3. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Projecto “Semanas Temáticas” Índice 1- Nota Prévia .......................................................................................................... 06 2- Caracterização do Concelho ............................................................................... 07 2.1- Localização Geográfica .......................................................................... 07 2.2- Evolução Demográfica ........................................................................... 07 2.3- Organização Económica ......................................................................... 10 2.4- Dinâmicas Culturais ............................................................................... 10 2.5- Agentes Locais ....................................................................................... 12 2.5.1- Câmara Municipal de Mértola .................................................... 12 2.5.2- Associação de Defesa do Património de Mértola ....................... 13 2.6- Principais Problemas e Carências .......................................................... 14 2.7- Recursos e Potencialidades .................................................................... 15 3- Semanas Temáticas ............................................................................................. 17 3.1- Apresentação .......................................................................................... 18 3.2- Objectivos............................................................................................... 20 3.3- Âmbito Geográfico ................................................................................. 21 3.4- Duração .................................................................................................. 22 4- Semana do Ambiente .......................................................................................... 23 4.1- Questões Ambientais .............................................................................. 24 4.2- O Ambiente no Concelho de Mértola – Potencialidades e Interlocutores ........................................................................................ 26 4.3- Temática e Objectivos Específicos ........................................................ 28 4.4- Âmbito Geográfico ................................................................................. 29 4.5- Duração e Plano de Acção ..................................................................... 30 4.5.1- Percursos..................................................................................... 31 4.5.1.1- Monte do Vento – Peddy-Paper ...................................... 31 4.5.1.2- Brava/Mértola – Percurso Fluvial ................................... 32 4.5.1.3- Portinho d’Alcácer – Percurso em BTT ......................... 33 4.6- Avaliação ................................................................................................ 35 4.7- Recursos ................................................................................................ 36 4.8- Divulgação ........................................................................................... 37 4.9- Orçamento .............................................................................................. 38 5- Semana da Fotografia ......................................................................................... 39 6- Semana da Dança ................................................................................................ 42 7- Semana do Vídeo ................................................................................................ 45 8- Semana do Associativismo ................................................................................. 48 9- Semana da Música .............................................................................................. 52 10- Recursos Globais do Projecto ............................................................................. 55 11- Considerações Finais ......................................................................................... 58 3
  • 4. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 12- Agradecimentos .................................................................................................. 60 13- Bibliografia ......................................................................................................... 63 14- Anexos ................................................................................................................ 66 A- Ofícios/Declarações ................................................................................. 67 B- Documentos de Despesas ......................................................................... 72 C- Programas de Apoio ................................................................................. 78 D- Logotipo ................................................................................................... 95 E- Divulgação ............................................................................................... 97 F- Programas de Actividades ...................................................................... 103 G- Jogos e Actividades de Grupo ................................................................ 111 H- Percursos ................................................................................................ 115 I- Mapas de Orientação .............................................................................. 125 J- Questionário ........................................................................................... 129 K- Certificado de Participação .................................................................... 132 4
  • 5. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola “... a formação supõe uma intencionalidade específica da parte do educador e do educando e significa carrear a instrução para uma actividade particular...” Filho, Germano Seara 5
  • 6. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 1- Nota Prévia Este projecto insere-se no módulo de Trabalho de Campo, componente de prática simulada do Curso de Animadores Locais, promovido pela Associação de Defesa do Património de Mértola em colaboração com o Instituto de Emprego e Formação Profissional. A elaboração deste projecto permite-nos pôr em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso supracitado, e simultaneamente, programar um importante conjunto de elementos de animação destinado à população do Concelho de Mértola, criando áreas de formação em temas pouco usuais, mas úteis para a sua ocupação racional dos tempos livres. De referir ainda que este projecto se subdividir em seis actividades diferentes, encontrando-se a primeira delas – a “Semana do Ambiente” – muito mais especificada do que todas as outras. Esta situação ocorre pelo facto de se tentar uma metodologia aplicável a todas as semanas temáticas, tornando-as mais reais e mais viáveis em termos da sua realização. Esta situação ocorre pelo facto de, apesar das especificidades próprias de cada matéria, constantes das diferentes semanas, a metodologia a aplicar ser, na sua maioria, muito idêntica. Resta-nos por último realçar que, sendo o primeiro trabalho que desenvolvemos na área da animação, com esta dimensão, só por si poderá consistir num estimulo acrescido para a nossa vida futura enquanto animadores. 6
  • 7. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 2- Caracterização do Concelho 2.1- LOCALIZAÇÃO GEOGRÀFICA O Concelho de Mértola situado no Baixo Alentejo é um dos Concelhos mais carenciados do País. Com uma área total de 127.940 há, situado no distrito de Beja é limitado a Norte pelos concelhos de Beja e Serpa, a Oeste pelos Concelhos de Castro Verde e Almodôvar, a Sul pelo Concelho de Alcoutim e a Este pela província espanhola de Huelva. A vila de Mértola, sede de Concelho dista cerca de 50 km da cidade de Beja, capital de distrito, e a 239 km de Lisboa. Classificado como Concelho rural de 2ª Casse subdivide-se em nove freguesias: Alcaria Ruiva; Corte do Pinto; Espirito do Santo; Santana de Cambas; S. João dos Caldeireiros; S. Sebastião dos Carros; S. Pedro de Sólis; S. Miguel do Pinheiro e Mértola. O Concelho de Mértola é atravessado de Norte a Sul pelo Rio Guadiana. S. Miguel do Pinheiro, S. Pedro de Sólis, S. Sebastião dos Carros e Espirito do Santo, são as freguesias a sul do concelho que fazem fronteira com a ribeira do Vascão e com a Serra Algarvia. Corte do Pinto e Santana de Cambas fazem fronteira com Espanha (ribeira do Chança), enquanto que S. João dos Caldeireiros e Alcaria Ruiva fazem ligação com o interior do país que são eles os Concelhos de Castro Verde e Beja. 2.2- EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA O Concelho de Mértola “assiste” desde a década de 60 a um acentuado decréscimo da população. Considerando o período compreendido entre 1950 e 1991 (último recenseamento), o Concelho perdeu mais de 66% dos seus efectivos. Quadro nº1 – Evolução da população residente no Concelho de Mértola Anos População Residente 1950 29.353 1960 26.026 1970 14.310 1981 11.693 1991 9.805 FONTE: X,XI,XII e XIII Recenseamento Geral da população, INE, 1950/60/70/81/91 Na década de 60/70 ocorre o encerramento das Minas e o despedimento de inúmeros mineiros. As freguesias localizadas a Este do Concelho (Corte do Pinto e 7
  • 8. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Santana de Cambas) que acompanham esse definhar da Mina registando a maior regressão populacional do Concelho, desde então. Entre 1970 e 1981 os decréscimos já não atingem as proporções das décadas anteriores. Nas ultimas décadas, no Sul do Concelho, as freguesias têm-se vindo a afirmar como localidades fortemente repulsivas. Hoje todas as freguesias apresentam uma baixa densidade populacional. A freguesia mais povoada do Concelho de Mértola é a de Corte do Pinto – 17, 8 hab/km2 em 1991. A freguesia de Mértola apresenta uma densidade de 9,9 hab/km2, inferior à de Corte do Pinto, talvez por ser a freguesia que apresenta maior área geográfica. O Sul do Concelho corresponde a uma área extremamente deprimida com valores populacionais muito baixos. S. Pedro de Sólis, S. Sebastião dos Carros e Espirito Santo apresentam densidades populacionais entre 4 e 6 hab/km2. À excepção das freguesias de Mértola e Corte do Pinto, todas as restantes freguesias do Concelho apresentam uma densidade inferior à média concelhia. O quadro resumo seguinte, apresentam de uma forma geral a população residente no Concelho de Mértola. Quadro nº2 – Área geográfica, população residente e densidade populacional do Concelho de Mértola por Freguesias. Freguesias Área População Densidade Geográfica Residente Populacional Alcaria Ruiva 215.2 1.201 5.6 Corte do Pinto 70.7 1.260 17.8 Espirito Santo 134.0 542 4.1 Mértola 318.0 3.166 9.9 S. João dos Caldeireiros 103.4 803 7.8 S. Miguel do Pinheiro 138.3 1.041 7.5 S. Pedro de Sólis 63.7 377 5.9 S. Sebastião dos Carros 71.8 406 5.7 Santana de Cambas 164.2 1.006 6.1 TOTAL: 1279.4 9.085 7.7 FONTE: X, XI, XII e XIII, Recenseamento Geral da População, INE; 1950/60/70/81/91. Carta administrativa de Portugal As densidades populacionais apresentadas não são dissociáveis da extensão do Concelho, uma vez que este apresenta uma das maiores áreas do país. A estrutura de povoamento que se nos depara, além dos factores histórico-culturais, encontra-se condicionada por toda esta área física. O Concelho de Mértola caracteriza-se pela existência de inúmeras localidades, 105 em 1991, bastante afastadas umas das outras, nas quais habitam um número reduzido de pessoas. Sendo que 76,6% da população reside em localidades com menos de 500 habitantes. A vila de Mértola, o 8
  • 9. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola único lugar com mais de 1000 habitantes não concentra mais de 14,1% do total da população do Concelho. No entanto, a vila de Mértola nas duas últimas décadas, tem revelado um crescimento populacional. O lugar sede do Concelho, por oferecer à população um conjunto de infra-estruturas e de serviços, assim como uma maior oferta de emprego, tem registado um aumento populacional, o que pode ser um indicador de crescimento futuro deste aglomerado. A Freguesia de Mértola destaca-se claramente de todas as outras, pois é a que apresenta o nível populacional mais alto e consequentemente um maior número de serviços e instituições ao dispor da população. Esse facto traduz-se num desenvolvimento superior ao de todas as restantes freguesias. Seguidamente apresentam-se as freguesias de Alcaria Ruiva e Corte do Pinto. Se a primeira, pela proximidade à cidade de Beja e pela facilidade das vias de comunicação lhe garante um certo destaque em relação às restantes freguesias. Já a freguesia de Corte do Pinto, outrora um dos pilares de riqueza do concelho pela exploração das Minas de S. de Domingos, agora fechadas, apresenta-se em deterioração humana, restando apenas o seu elevado nível populacional pelas muitas famílias que anteriormente trabalhavam nas minas e que permaneceram na localidade, apesar de as mesmas já não funcionarem. No reverso da moeda encontra-se toda zona sul do Concelho, onde os casos mais preocupantes são as freguesias de S. Pedro de Sólis, S. Sebastião dos Carros e Espirito Santo. Estas freguesias, à imagem do Concelho, estão num nível muito preocupante. Apresentam muitas dificuldades de acesso/deslocações estando muito distantes dos principais serviços sediados em Mértola. Estas freguesias encontram-se dia após dia mais sós e distantes, perdendo a sua população para sítios que apresentam mais e melhores condições de vida. A análise da estrutura etária da população por grandes grupos etários, revela que estamos perante um Concelho fortemente envelhecido tanto na base como no topo - duplo envelhecimento. Quadro nº3 – Distribuição percentual da população do Concelho de Mértola por Grupos Etários. Grupos Etários 0-14 15-24 25-64 65 e + 15.3% 12.8% 45.1% 26.8% FONTE: X,XI,XII e XIII Recenseamento Geral da população, INE, 1950/60/70/81/91 Como podemos verificar 26,8% da população pertence ao grupo etário dos 65 ou mais anos, enquanto que no grupo etário dos 0-14 anos apenas temos 15,3% da população. 9
  • 10. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Este processo – duplo envelhecimento – tem vindo a ocorrer desde 1960, sendo resultado do decréscimo das taxas de fecundidade e da forte emigração que se faz sentir no Concelho. Este índice é extremamente preocupante e apela à implementação de medidas que visem a atracção e fixação das camadas mais jovens no Concelho. Caso não se verifique qualquer acontecimento conjuntural externo, a situação previsível é a continuação do processo acelerado de envelhecimento populacional, onde já não se dá sequer a renovação das gerações. 2.3 – ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA O comércio existente no Concelho não se encontra muito desenvolvido, localizando-se na sede do mesmo maior diversidade de escolha, sendo o restante, bastante tradicional, dominante nas localidades mais pequenas. No que respeita à administração e ao sector de serviço, os mesmos localizam- se totalmente na Vila de Mértola, exceptuando-se as Juntas de Freguesia. As pequenas explorações agrícolas e industriais / transformadoras existentes no Concelho também se encontram dispersas por entre as várias localidades. 2.4- DINÂMICAS CULTURAIS O estilo de vida do povo Alentejano desde sempre articulado com os ritmos sazonais das tarefas agrícolas e com a mobilidade periódica em função da localização dessas tarefas, determina, juntamente com a herança histórica e cultural salpicada de convulsões económicas e lutas sociais, a postura individual e a apatia de que este povo é característico. O Concelho de Mértola não foge a esta regra denotando uma grande falta de iniciativas sócio-culturais. Este facto constitui uma das principais preocupações da autarquia e de outras entidades locais, daí que a Câmara Municipal de Mértola surja como uma das principais entidades dinamizadores da actividade cultural e desportiva, apoiando economicamente os organismos existentes e assumindo mesmo uma posição activa de acompanhamento, estímulo e criação de condições que permitem o seu desenvolvimento. Este apoio é prestado sobretudo pelos serviços culturais, através dos seus animadores desportivos e culturais e pelo trabalho desenvolvido junto de colectividades e grupos desportivos do Concelho, cuja acção nesta área assume um papel importante. A nível desportivo, a Câmara Municipal tem procurado desenvolver um trabalho conjunto com escolas, sobretudo através da formação de professores e alunos. Exemplo desse trabalho conjunto foi a criação do Pavilhão Desportivo que se deve em parte à necessidade de uma infra-estrutura coberta que desse apoio às escolas. 10
  • 11. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola No entanto, grande percentagem da população que reside fora da sede de Concelho sobretudo a população estudantil, não usufrui deste espaço, residindo aí uma das principais lacunas a "combater". Neste momento, a Câmara Municipal de Mértola, tem em fase de acabamento as piscinas junto à EB 2,3/ ES de Mértola que irá permitir a prática da natação aos alunos que frequentam este ensino. Enquanto forma de ocupação de tempos livres, as iniciativas desportivas e a prática do desporto, assumem no Concelho uma grande importância, sobretudo nas camadas mais jovens, tanto assim que reúne praticantes, em torno de diferentes modalidades, como: - Andebol; - Futebol; - Basquetebol; - Ténis de mesa; - Atletismo; - Canoagem; Os equipamentos desportivos concentram-se quase exclusivamente na vila de Mértola, sendo: - Pavilhão Desportivo Municipal (Gimnodesportivo) - Campo de futebol (medidas oficiais) - Ginásio de Musculação - Circuito de Manutenção - Campo de Ténis Os grupos desportivos existentes (Alcariense Futebol Clube, Atlético Sporting Clube Corte Gafo, Clube de Futebol Guadiana; Clube Náutico de Mértola; S. Domingos Futebol Clube e Corte Sines Futebol Clube) dedicam-se essencialmente ao futebol, exceptuando-se o Clube Náutico que aposta nos desportos náuticos. O Clube Náutico de Mértola entrou em funcionamento em 1987,e desde logo desempenhou um papel crucial na animação desportiva do Concelho. O Clube dá realce à prática de canoagem, não só competitiva, mas também para passeios e turismo, visando ainda a formação na área de canoagem, o convívio e a divulgação da modalidade. Na realidade, não só por parte da Câmara Municipal de Mértola, como dos próprios clubes, colectividades e populações locais é dada uma importância especial às actividades desportivas. As manifestações desportivas recebem uma grande adesão do público, talvez devido à quase inexistência de outro tipo de iniciativas culturais. Pode-se assim dizer que a actividade desportiva no Concelho de Mértola é bastante razoável e recebe por parte da população e das colectividades em geral um apreço especial. Contudo a Câmara Municipal de Mértola. desenvolve outras iniciativas como: 11
  • 12. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola - Quinzena Cultural Serrão Martins - 25 de Abril - Dia Árvore - Dia da Criança - Concursos Vários - Provas Desportivas - Festas da Vila - Etc.. Perseguindo este tipo de actividades encontramos ainda os Centros Culturais e Recreativos (cerca de 60 em todo o Concelho). Destas colectividades, as mais activas, promovem bailes, festas e algumas iniciativas desportivo-culturais, essencialmente em épocas festivas. Finalizando este ponto, podemos referir ainda que a população do Concelho, apesar de não desfrutar de grande oferta de iniciativas culturais, participa activamente nas que lhe são oferecidas. 2.5 – AGENTES LOCAIS 2.5.1 – CÂMARA MUNICIPAL DE MÈRTOLA Pela análise já verificável nesta caracterização concelhia é fácil deduzir que a instituição com maior peso é a Câmara Municipal de Mértola, que se rege quanto à inserção institucional e ao seu funcionamento, tal como todas as outras autarquias, pelo decreto Lei 100/84 de 19 de Março, alterado pela Lei 18/91 de 12 de Junho. O seu órgão deliberativo é a Assembleia Municipal e o executivo é a própria C:M.M., composto por um presidente e quatro vereadores. As suas fontes de financiamento são compostas por impostos directos, Fundo de Equilíbrio Financeiro, empréstimos e fundos europeios (conforme o presente Quadro Comunitário de Apoio 1994/1999). As suas principais atribuições perante a população são as seguintes: • A administração de bens próprios, sob a sua jurisdição; • O desenvolvimento; • O abastecimento público e saneamento básico; • A saúde; • A educação e ensino; • A protecção á infância e à Terceira Idade; • A cultura, tempos livres e desporto; • A defesa e protecção do meio ambiente e da qualidade de vida; • A protecção civil. 12
  • 13. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Para o alcance destas atribuições, conta com os seguintes serviços: • Divisão Administrativa e Financeira; • Divisão Técnica; • Divisão Sócio - Cultural; • Gabinete de Apoio ao Presidente; • Partido Veterinário; • Protecção Civil. A Divisão Sócio – Cultural, por sua vez, é composta pelos seguintes serviços: • Apoio Administrativo e Informações; • Cultura e Património Cultural/Natural; • Desporto; • Educação e Ensino; • Saúde; • Assistência social. Estes serviços permitem o desenvolvimento das seguintes atribuições: • Promover o desenvolvimento sócio – económico e cultural da comunidade; • Estudar, propor e executar acções de conservação e defesa do património cultural, paisagístico e urbanístico do município; • Planear, propor e executar programas de educação e ensino; • Fazer o diagnóstico das necessidades sociais e propor as medidas adequadas; • Colaborar com as instituições vocacionadas para intervir na área de acção social. Assim se justifica, perante estas situações, o enquadramento deste projecto, que consiste num processo de prática simulada, na Divisão Sócio-Cultural da Câmara Municipal de Mértola. Informações de acordo com Diário da República, II série, nº 65 de 19 de Março de 1991; Editorial nº 145/90, secção II, Artº 13º. 2.5.2 – ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO PATRIMÓNIO DE MÉRTOLA Reconhecendo a importância do associativismo na dinamização do desenvolvimento local e na melhoria das condições de vida das populações têm surgido nestes últimos anos novos actores e tendências associativas. Entre eles destacam-se a Associação de Defesa do Património de Mértola e o Campo Arqueológico de Mértola que têm apostado numa dinâmica de âmbito local e 13
  • 14. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola regional, assente na valorização e preservação do património de forma a torná-lo útil a um desenvolvimento integrado e sustentável. O Projecto Mértola Vila Museu é disso exemplo, pois ao criar uma dinâmica institucional no sentido da descoberta do património, tem contribuído para a emergência/criação de infra-estruturas, como os núcleos museológicos e mais recentemente o Parque Natural do Vale do Guadiana, potenciais motores de desenvolvimento socio-económico do Concelho. A Associação de Defesa do Património de Mértola foi criada em 1980, visando proporcionar acções de desenvolvimento em vários domínios: - Estudo, inventariação e dinamização do património cultural e natural da região de Mértola, realizando diversas acções onde se destacam: - Criação da Escola/oficina de Tecelagem; - Criação de Cooperativa de Tecelagem; - Impulsionadora da criação da Colmel-Cooperativa de Apicultores; - Criação do Parque Natural do Vale do Guadiana; - Recuperação de moinhos de água e vento. Esta aposta da ADPM na defesa do património, na divulgação das potencialidades turísticas do Concelho e no reviver da produção artesanal, tem conseguido não só retirar a zona de Mértola do anonimato como criar novos posto de trabalho. A mesma aposta tem vindo a ser feita pelo Campo Arqueológico de Mértola, embora a sua intervenção incida principalmente na inventariação, estudo, preservação e dinamização do património arqueológico e arquitectónico. Neste domínio tem desenvolvido um trabalho meritório destacando-se a criação de vários núcleos museológicos e o lançamento e publicação de revistas e cadernos. Numa região onde as carências são por demais conhecidas, este trabalho tem- se mostrado uma alternativa viável e capaz de inverter a situação, pois o desenvolvimento socio-económico do Concelho está intimamente ligado à gestão racional dos seus recursos culturais, naturais e humanos. 2.6 – PRINCIPAIS PROBLEMAS E CARÊNCIAS Pertencente a uma das áreas mais pobres do país (Baixo Alentejo), o Concelho de Mértola sofre de todos os condicionantes característicos da região. De entre eles destacamos os seguintes: • Desertificação humana do Concelho e consequente desequilíbrio na estrutura etária; • Os inúmeros aglomerados existentes, com um reduzido número de habitantes leva a uma reduzida rede de transportes e comunicações que originam nessas povoações um isolamento geográfico e social; • Desemprego acentuado (74,6 % da população activa); 14
  • 15. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola • Falta de qualificação profissional e baixo índice de instrução; • Fraca qualidade de vida; • No que respeita ao campo da saúde (que constitui o grande problema da actualidade) as dificuldades são demais evidentes: - insuficientes recursos humanos e equipamentos, encontrando-se os existentes localizados exclusivamente na sede de Concelho; - insuficiente e ineficaz sector de internamento; - Serviço de Atendimento Permanente (S.A.P.) a funcionar apenas das 09 às 21 horas; - Inexistência de informação sobre planeamento familiar, alimentação, higiene, educação sexual, etc...; - Serviço de Apoio Domiciliário (S.A.D.) deficiente, não abrangendo todos os locais onde residem idosos com bastantes dificuldades de deslocação a Mértola; - Inexistência de locais, equipamentos e estruturas de apoio a indivíduos com certo grau de deficiência. • Insuficientes estruturas e serviços de apoio à infância, aos jovens e aos idosos, existindo apenas: - um Infantário; - a Oficina da Criança; - a Biblioteca Municipal; - um Lar da Terceira Idade. • Enfraquecimento de dinâmicas culturais e sociais pela falta de novas iniciativas, especialmente nas colectividades culturais e recreativas. 2.7 – RECURSOS E POTENCIALIDADES Todavia Mértola possuí um vasto património de recursos e potencialidades que do ponto de vista económico, podem proporcionar um considerável desenvolvimento quer a nível económico, cultural e recreativo. O aproveitamento turístico de todas as potencialidades pode ser enriquecido se o interligarmos ao rico património arquitectónico e paisagístico os aspectos culturais, também eles profundamente ricos e que se manifestam através da música (por exemplo os grupos corais), da gastronomia, do artesanato, etc... O património, revela-se então como a grande potencialidade na qual se aposta para um desenvolvimento socio-económico integrado na região. De entre as entidades locais destacam-se a Câmara Municipal de Mértola, a Associação de Defesa do Património de Mértola, o Campo Arqueológico de Mértola, as quais visam nos seus objectivos apoiar as várias iniciativas culturais, nomeadamente no âmbito da preservação e/ou recuperação das práticas artesanais, da conservação do património histórico e cultural, e outras manifestações artísticas e culturais. 15
  • 16. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Das intervenções desenvolvidas no âmbito do património natural, destaca-se a criação do Parque Natural do Vale do Guadiana, bem como as acções de Educação Ambiental realizadas pelas escolas do Concelho. A nível do património cultural têm-se dada especial ênfase ás actividades artesanais. Neste âmbito, foram feitos vários estudos, levantamentos e promovido também, cursos de formação profissional, com o intuito de recuperar e rentabilizar as actividades tradicionais. Em forma de conclusão, os investimentos e preocupações das entidades locais vão no sentido de preservar tradições, divulgar os aspectos turísticos do Concelho e dinamizar pólos de interesse geradores de perspectivas de novos postos de emprego. 16
  • 17. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola “O que se pretende é procurar alternativas à passividade e ao individualismo, favorecer as relações inter-pessoais e, na medida do possível, fazer com que as pessoas utilizem o seu esforço, capacidade e entusiasmo para realizar tarefas de interesse comum. Pretende-se também, sensibilizar e dinamizar o movimento dos cidadãos, como objectivo de associar novas pessoas para a realização de actividades sócio-culturais. Neste aspecto os programas de animação surgem, também, como formas de fortalecer a sociedade civil.” Ander-Egg, Ezequiel 3- Semanas Temáticas 17
  • 18. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 3.1- Apresentação No âmbito da concretização do referido trabalho de fim de curso, este projecto visa a realização de semanas temáticas com fins culturais, informativos e sobretudo formativos em temas pertinentes da vida social. Estando este projecto inserido num contexto de educação/formação, pretende- se reproduzir e dotar de saberes os indivíduos a quem se destina. Neste sentido, acentando num modelo adaptativo, o indivíduo participante deve apropriar-se de um conjunto de saberes informações, dos quais saiba tirar o máximo de proveito. Assistimos actualmente à emergência de uma teoria da informação que atribui ao indivíduo que se forma o papel de actor e sujeito da sua própria formação, contextualizada na corrente da educação permanente, a qual acenta em quatro conceitos-chave : - autonomia, em que o indivíduo assume responsabilidade da sua existência; - desenvolvimento afectivo e cognitivo, integrando-se activamente e construtivamente na sociedade em que se insere; - criação de um processo de interacção permanente entre si e o seu meio; - fornecimento de capacidade adaptativa e de motivação. Reforçando esta caracterização das vertentes educativas, poder-se-á dizer que a animação vai de encontro aos mesmos objectivos, uma vez que a animação cultural é um dos meios existentes de capacitar agentes de desenvolvimento integrado. A animação sociocultural, pressupõe um conhecimento do meio e das suas actividades produtivas e culturais levando um grupo ou uma comunidade a reflectir sobre a sua consciencialização cívica, a sua participação comunitária, na sua endoculturação, etc. Deste modo, sendo a animação um canal de desenvolvimento e sendo o animador quem programa, coordena, concebe, executa e avalia todo um conjunto de actividades, este projecto procura reflectir e transmitir todo um conjunto de noções de sensibilização que se integrem num desenvolvimento equilibrado. Uma vez que “onde há maiores responsabilidades há mais interesses; onde há mais interesse há maior participação; e onde há maior participação há mais eficiência”. 1 Assim este projecto intitulado por “Semanas Temáticas”, divide-se em 6 semanas, as quais abrangem vários temas . Assim : • 1ª semana - “Semana do Ambiente”, em que é abordada a temática do Ambiente, visando a formação de jovens em questões ambientais do Concelho em que vivem. 1 Silva, Lúcio Craveiro da, “Cultura, Participação e desenvolvimento”, Universidade do Minho, Projecto de Educação de Adultos, Braga, 1979. 18
  • 19. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola • 2ª semana - “Semana da Fotografia”, destinada à abordagem de conhecimentos/técnicas relacionadas com a arte de fotografar. • 3ª semana - “Semana da Dança”, visa a formação dos participantes em vários estilos de danças, como as danças clássicas, tradicionais e modernas. • 4ª semana - “Semana do Vídeo”, incide na temática da formação em vídeo, abordando técnicas, métodos de filmagens e montagem. • 5ª semana - “Semana do Associativismo”, a qual se destina ao tema do associativismo sendo especificamente destinada a dirigentes associativos e sócios, pretende-se abordar temas de como os dotar de capacidades técnicas e profissionais, alertando-os para o papel das associações na vida comunitária. • 6ª semana - “Semana da Música”, aborda a formação em alguns instrumentos e ritmos musicais, visando um incentivo à actividade. Assim, neste contexto, inúmeros temas poderiam ser abordados, como: • Emprego (como se procura, incentivos para a sua criação); • Direitos da vida quotidiana (civismo, direitos do consumidor, defesa do património cultural, justiça); • Prevenção da Toxicodependência; • Prevenção da SIDA; • Prevenção do alcoolismo; • Planeamento familiar; • Tempos livres artísticos e culturais (arte dramática, artesanato, cinema, dança, musica e canto, artes plásticas e artes gráficas, literatura , museologia ,etc...); • Tempos livres desportivos (desportos colectivos, individuais, em recintos abertos e fechados); • Organização de actividades de férias /turismo (curso de monitores de colónias de férias, campos de férias); • Etc... Por forma a reajustar a realização destas semanas temáticas aos objectivos propostos, deverão as mesmas consistir em algo inovador para a população, exigindo-se para tal uma eficaz planificação e uma satisfatória experiência, a ser iniciada na primeira dessas semanas e que se pretende crescente até à última. De referir ainda, que se julga bastante útil o prosseguimento deste tipo de actividades durante um espaço temporal indefinido, devendo no entanto serem reajustadas ano após ano, por forma a evitar a repetição e consequente saturação por parte da população. 19
  • 20. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 3.2- Objectivos Gerais A fim de traçar linhas orientadoras, este projecto visa os seguintes objectivos: • Envolver a população em acções de formação de uma forma participada, inovadora e atractiva ; • Perpetuar estas acções incentivando os participantes a torná-las em possíveis hobbies ou mesmo motivá-los a seguirem uma carreira profissional ; • Sensibilizar os jovens para a necessidade de ocupar racionalmente os tempos livres ; • Conduzir os participantes destas acções de formação à descoberta e/ou aperfeiçoamento nas diversas áreas que este projecto faz abordagem; • Dar a conhecer certas potencialidades ou recursos existentes, dotando os participantes de conhecimentos adaptáveis a essas potencialidades ou recursos, de modo a utilizá-los de uma forma racional perspectivando o desenvolvimento sócio-cultural da região. • Descentralizar actividades procurando o envolvimento da população no seu todo. - 20
  • 21. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 3.3- Âmbito Geográfico Este projecto tem como área de influência todo o Concelho de Mértola e tentará abranger uma larga faixa etária da população. Apesar da maioria dos equipamentos culturais e desportivos se encontrarem na sede de Concelho, ainda assim existem alguns que pelo facto de estarem subaproveitados urge reactivá-los e reanimá-los. Aqui é fundamental o nosso conceito de descentralização, justificando-se a realização destas actividades em locais dispersos pelo Concelho. Assim, ao criar semanas temáticas com perfil lúdico/formativo, este trabalho pretende ainda sensibilizar toda a comunidade para questões de âmbito cultural que poderão ser a chave para uma maior participação da população em actividades deste tipo, de uma forma organizada e subsequente. Sendo evidente as inúmeras carências, a nível concelhio, estas acções (in)formativas pretendem assim lançar novas perspectivas aos interessados, tanto a nível da sua própria formação pessoal, como da possibilidade de colocar esses conhecimentos ao serviço da comunidade. 21
  • 22. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 3.4- Duração O presente projecto apresenta a vigência de dez meses (de Março/99 a Dez./99), e consiste na realização de várias semanas temáticas, com um espaço de, aproximadamente, dois meses entre elas. Este espaço temporal que medeia as várias semanas justifica-se pelo facto de cada uma delas passar por um conjunto de fases preparatórias (divulgação, contactos, orçamentos, etc...) que necessitam de algum tempo de organização. Cada semana terá ainda uma duração que pode variar de acordo com o seu tema, de três a seis dias. 22
  • 23. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola “Não herdamos a terra dos nossos avós, mas tomamo-la emprestada dos nossos filhos.” Provérbio americano 4- Semana do Ambiente 23
  • 24. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.1- Questões Ambientais Constatar que os recursos do Planeta Terra não são infinitamente renováveis, de nada serve pois continuam-se a verificar pressões sobre o Ambiente, traduzidas em constantes sinais inequívocos de degradação de habitats milenares. Destroem-se florestas, ameaçando de extinção múltiplas espécies de fauna e flora. Aumentam os níveis de consumo de energia e de matérias-primas, é cada vez maior a poluição das águas e dos ares. Persiste a velha questão do armazenamento e/ou reciclagem dos resíduos. A camada de ozono estratosférica e protectora da Terra continua a ser gradualmente eliminada. Múltiplas são as doenças derivadas do nosso quotidiano urbano e industrializado. Todos estes problemas ambientais não têm fronteiras. Deste modo, a União Europeia tem vindo a unir esforços para se posicionar no combate à poluição e na preservação da natureza. Assim após a 1ª conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente (Junho de 1972), a Comissão Europeia propôs, por ocasião da Cimeira de Paris, a elaboração de um programa de acção política no domínio do ambiente. Tornou-se assim importante a posição forte e imponente da União Europeia zelando por uma política comum associando o crescimento sustentável ao respeito pelo ambiente. De forma alguma se pode ainda afirmar que um desenvolvimento económico sustentável será concretizado tendo em conta a defesa intrínseca do ambiente, contudo foram criadas mais de 200 directivas e regulamentos do direito comunitário, assim como também foram criados programas de acção que incentivam acções de educação ambiental. Em suma a União Europeia rege-se por um conjunto de princípios tais como : princípio de preocupação, princípio da preservação, princípio da correcção na fonte, princípio do poluidor - pagador e princípio da subsidiariedade. Todo este conjunto de necessidades e problemas ambientais levou ao estabelecimento de normas e directivas comunitárias as quais têm vindo a ser elaboradas e aplicadas na defesa do Ambiente pela União Europeia e têm caracter vinculativo para os Estados Membros. No sentido de reforçar todos estes princípios, surge a necessidade de abordá- los nas mais diversas formas, atingindo um maior número de população. Assim surge uma solução coerente: a Educação Ambiental. A Educação Ambiental, nos dias de hoje é fundamental, na medida em que se trata de uma sensibilização, da qual dependerá o futuro da humanidade. A crescente necessidade de conservar o Ambiente, tem vindo a aumentar tornando cada vez mais presente a concretização de acções de educação e campanhas de sensibilização nas escolas, nos meios de comunicação, etc., para que nasça uma nova postura ética do ser Humano e uma nova consciência ecológica e se possa estabelecer uma relação mais harmoniosa entre as comunidades e a natureza. As vertentes pedagógicas na área da Educação Ambiental vão no sentido de fomentar junto dos grupos alvo um significativo respeito sobre o Ambiente, 24
  • 25. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola proporcionando-lhes a aquisição de conhecimentos que possibilitem analisar as diversas problemáticas ambientais que se colocam a nível individual, colectivo, e à escala local, regional, nacional e até mesmo internacional. Ao mesmo tempo alertá- los para o espaço vazio, que por vezes existe entre a aquisição de conhecimentos técnicos e a resolução na prática de problemas, fazendo notar a necessidade de cada vez mais o Homem participar activamente em acções concretas e estimulando o interesse do mesmo em tornar-se parte activa na planificação e administração do meio ambiente envolvente. Aqui, os métodos de abordagem poderão ser os mais diversificados: desde as Apresentações teóricas com acções em sala, seminários e colóquios até às acções práticas desenvolvidas em salas ou em espaços exteriores (ensaios laborais, acções de formação e informação, percursos temáticos, acções informais de sensibilização, etc... Por outro lado existem outras formas, tais como o turismo Ambiental/Cultural/ Rural, que surgem cada vez mais como uma alternativa de educação ambiental. Embora este tipo de turismo seja um meio importante de Educação Ambiental, ele pode, quando mal explorado, constituir uma ameaça ao próprio meio em que se insere. Os percursos da natureza surgem como uma das formas viáveis de educação ambiental, uma vez que oferecem um conjunto de oportunidades bastante importantes, nomeadamente de contacto directo com a natureza, e de gestão dos seus recursos possibilitando constatar as problemáticas e as potencialidades que o meio ambiente encerra. Assim existem inúmeras actividades possíveis de realizar no decorrer de um percurso, tais como: - observação de paisagem e de espécies faunísticas / florísticas, com o objectivo de proporcionar a interpretação do meio envolvente e a identificação de espécies; - actividades lúdicas de sensibilização, com o objectivo de possibilitar a fruição de espaços livres para o convívio; - actividades náuticas, no sentido de tirar partido das potencialidades naturais existentes; - passeios de bicicletas ou provas de BTT com o objectivo de aumentar o directo contacto com o meio; - actividades de orientação, com o objectivo de estimular a descoberta dos aspectos naturais envolventes; - realização de fotografias permitindo aumentar a percepção da área de intervenção. Para que não se repitam os erros que constantemente se verificam por todo o Planeta Azul, é necessário envolver todas as forças locais para que olhem e cuidem do meio que os rodeia de forma a que pouco a pouco atinjamos um objectivo comum, criar condições para que de futuro todos nós tenhamos uma melhor qualidade de vida. 25
  • 26. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola b) O Ambiente no Concelho de Mértola- Potencialidades e Interlocutores “Um estudo levado a cabo pela OCDE aos encargos assumidos num dado número de países industrializados concluiu que as despesas com as medidas de protecção do ambiente, nas últimas décadas, tinham tido um efeito positivo, a certo prazo, no desenvolvimento e na criação de postos de trabalhos, dado que a procura a que obrigavam fizera subir a produção em áreas económicas que estavam subaproveitados”.2 Ao longo dos últimos anos tem-se verificado no Concelho de Mértola, uma crescente preocupação, com as questões ambientais, que se tem traduzido na implicação de diferentes entidades para a concretização de acções que visem a preservação e a conservação do meio ambiente. Reforçando toda esta preocupação existem várias entidades que assumem como principal objectivo a preservação do património e da natureza. A Associação de Defesa do Património de Mértola, o Parque Natural do Vale do Guadiana, o Campo Arqueológico de Mértola e ainda a própria Autarquia são exemplo disso. Nos últimos dez anos esta área de trabalho tem sido uma prioridade na actuação da A.D.P.M.. Com o objecto de salvaguardar e valorizar os valores ambientais presentes na região, têm sido desenvolvidos projectos de terreno que procuram exemplificar como se podem gerir de forma sustentada os recursos naturais, rentabilizando-os sem confrontar a sua manutenção. Ao mesmo tempo são incrementadas acções de preservação em zonas especialmente interessantes e implementadas actividades de educação ambiental junto das escolas da região e de alguns sectores da população, no sentido de apelar à sua participação para aquela que é uma tarefa e responsabilidade conjunta e partilhada – a educação. O Parque Natural do Vale do Guadiana, é também uma entidade local que luta pela preservação do ambiente. Dedica-se ao estudo e salvaguarda dos valores naturais presentes na área protegida, tentando manter o equilíbrio necessário para que o ecossistema possa permanecer saudável, equacionando a preservação do ambiente com um desenvolvimento sustentado para as comunidades locais. Apoiando todos estes objectivos, encontra-se a Câmara Municipal de Mértola que concede um apoio inequívoco a todas as entidades que procuram estabelecer como metas a conservação de todo o Património natural e cultural deste Concelho. Contudo, existem ainda algumas carências sentidas, nomeadamente a articulação de um desenvolvimento sustentável com o aproveitamento dos recursos ambientais numa estratégia integrada de desenvolvimento Turístico da região. No que se refere à educação ambiental com jovens, embora existam entidades que promovam acções neste sentido, tal como a Escola EB 2,3/ES com o Núcleo de Ambiente, a Escola Profissional Bento de Jesus Caraça com o curso de Turismo 2 Cruz, Manuel Machado P.; “I.D.E.S. – Introdução ao Desenvolvimento Económico e Social”; volume 2; Areal Porto 1995. 26
  • 27. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Rural e Ambiental e a ADPM através do curso de Gestão do Meio Ambiente, é necessário alargar estas acções a um âmbito populacional mais disperso, com o fim de que cada vez mais se consciencializar a população de que o ambiente tem que ser protegido. A área protegida do Parque do Vale do Guadiana pelo valioso património ambiental/cultural que possuí, permite um leque diversificado de percursos, paisagens de elevado interesse cénico que justificam uma contemplação e interpretação cuidada. Os valores paisagísticos e florísticos presentes na região são outros trunfos deste Parque Natural. É neste sentido que a realização de uma Semana Temática sobre o Ambiente se justifica, pois enquadra-se perfeitamente nas várias questões abordadas: • Educação Ambiental; • Problemáticas Globais; • Potencialidades Locais. 27
  • 28. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.3- Temática e objectivos específicos Por se pensar mais útil e adequado aos dias que correm, por ser um tema predominante na sociedade, com bastante importância para o Concelho, o ambiente constitui-se como uma temática atractiva, quanto a nós, é indicada para a realização da 1ª Semana Temática. Assim com o intuito de ocupar racionalmente os tempos livres de um grupo de jovens e simultaneamente alertá-los para uma crescente necessidade de preservação da natureza. A formação incidirá nas seguintes áreas: 1- Características ecológicas do Concelho; 2- A importância da fauna e da flora para a sobrevivência humana; 3- O ambiente como fonte de riqueza; 4- Os riscos do subaproveitamento do ambiente. Para além destas áreas de formação, serão também propostas algumas actividades lúdicas para os participantes, a fim de lhes proporcionar algum divertimento e entusiasmo, como também um interesse acrescido. Assim, neste contexto, as actividades a realizar serão as seguintes: • Visita guiada à Sociedade Agrícola da Brava; • Passeio ao longo do Rio Guadiana; • Visita guiada ao Monte do Vento; • Estadia no Monte do Vento; • "Peddy-Paper"; • Estadia no Clube Náutico de Mértola; • Prova de BTT. Pela natureza específica desta semana, e pela forma como esta temática é abordada, o seu grupo alvo restringe-se aos jovens do Concelho de Mértola, com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos. 28
  • 29. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.4- Âmbito Geográfico Através da descrição anterior das actividades, facilmente se deduz que a maior parte delas são realizadas ao ar livre e sempre em locais distintos, o que acaba por ser uma forma privilegiada para abordar a temática do ambiente. O facto de as actividades se realizarem quase todas fora da Vila de Mértola, acaba por levar os jovens para locais distintos, despertando-lhes mais interesse e proporcionando-lhes o conhecimento de locais por eles não frequentados, produzindo desta forma a chamada descentralização. 29
  • 30. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.5- Duração e plano de acção Prevê-se que o tempo necessário para a realização desta actividade seja 3 dias, 12, 13 e 14 de Março. O programa, a seguir indicado, é composto por actividades de carácter lúdico, desportivo e formativo. O programa mais detalhado poderá ser visto no anexo F. Datas Março 1999 Actividades 12 13 14 Locais • Apresentação do Grupo Mértola X • Visita guiada à Herdade da Brava Herdade da Brava X • Descida do Rio Guadiana em canoas • Abordagem das actividades Rio Guadiana X desenvolvidas no Monte do Vento • Actividades de Convívio Monte do Vento X • Percurso Pedestre "Peddy-Paper" Monte do Vento X • Formação: "Fauna e Flora – A sua Monte do Vento X importância – O ambiente como fonte de riqueza” • Visita ao "Pulo do Lobo" Monte do Vento X • Formação: "As características Pulo do Lobo X ecológicas do Concelho – riscos do seu subaproveitamento" • Prova de BTT Portinho d’Alcácer X • Entrega de certificados/ diplomas de Portinho d’Alcácer X participação Mértola X Foi igualmente incluído neste projecto um programa alternativo cuja função será de prever eventual falta de condições climatéricas. No decorrer das várias actividades da semana serão incluídos alguns jogos (ver em anexo G). 30
  • 31. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.5.1- Percursos 4.5.1.1- Monte do Vento – Peddy-Papper O Monte do Vento é uma propriedade adquirida pela Associação de Defesa do Património do Mértola, no âmbito do Programa Comunitário « LIFE », que desenvolveu entre 1993 e 1995 o projecto « Preservação e Valorização do Património Natural do Troço Médio do Vale do Guadiana ». Posteriormente foi iniciado o projecto « Novas Tecnologias Aplicadas á Conservação da Natureza do Vale do Guadiana » até 1998. Situado na zona Norte do Concelho de Mértola, tem como pontos de referência a proximidade do Pulo do Lobo, fazendo fronteira com a ribeira de Terges e Cobres, com uma área de 198 hectares e localiza-se dentro dos limites de Parque Natural do Vale do Guadiana. Esta propriedade assume como principais objectivos estabelecer uma relação de equilíbrio entre o Homem e a Natureza, procurando enquadrar-se nos valores assumidos pela Associação de .Defesa do Património de Mértola, conservação e valorização do património natural e cultural. Desta forma, o Monte do Vento, dedica-se á realização de experiências e actividades relacionadas com a conservação da Natureza, investigação científica, demonstração do uso racional dos recursos naturais, Educação Ambiental e Formação Profissional. A paisagem característica desta herdade enquadra-se na paisagem típica alentejana, com pastagens, estevais e montados. Possui solos rochosos, os quais constituem um dos mais graves problemas ambientais da região, por se apresentarem em fase da erosão, revelando-se uma das grandes preocupações dos técnicos do Monte do Vento, lutar contra a sua fragmentação. A vegetação é escassa uma vez que o clima é quente e seco, sendo a esteva, o funcho, o tojo, o rosmaninho, a azinheira e a oliveira a mais frequente. Quanto à fauna, é ainda variada existindo um conjunto de espécies protegidas por se encontrarem em vias de extinção como é do Chapim-de-poupa, a Raposa, Estrelinha-de-cabeça-listrada, a Pega - Azul, Milhafre-real, entre outros. A perda de uma espécie protegida quer seja na vegetação ou na fauna, altera por completo todo o Ecossistema desequilibrado-o. Desta forma, conservar, preservar e proteger o Ambiente é necessário. Assim, em forma de conclusão, a Semana do Ambiente, enquadra-se com alguns dos objectivos da herdade do Monte do Vento, nomeadamente a Educação Ambiental. Neste sentido, realizar-se-ão actividades dentro desta temática, nas suas instalações, tais como jogos de convívio, percursos e um Peddy- Papper, com o intuito de que os participantes nesta actividade possam descobrir a Natureza, o Ambiente envolvente. 31
  • 32. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Dada a sua importância em torno do modelo de gestão, de preservação e de espaço privilegiado de Educação Ambiental, foi o Monte do Vento incluído nesta semana. 4.5.1.2- Brava/Mértola - Percurso Fluvial O percurso realizar-se-à nas águas do Guadiana, entre a Brava e Mértola, sendo a viagem feita em canoas de 2 lugares (C2) alugadas ao Clube Náutico de Mértola. Os objectivos deste percurso é dotar os participantes de conhecimentos sobre o rio, estimulando-os para um contacto com a realidade física do Guadiana, envolvendo-os nos seus problemas, mas também despertando para todas as suas potencialidades no que respeita essencialmente à sua riqueza ambiental própria e das zonas envolventes, despertando o interesse pelas realidades sócio-culturais desenvolvidas em seu redor e ainda reconhecer o rio como factor de desenvolvimento. “O alerta final vai no sentido de uma alteração das mentalidades de todos quantos dependem e contactam com o rio. A mudança social deverá conduzir a humanidade a encarar o Ambiente como um bem escasso, com a escassez com que encaramos o dinheiro.”3 O Rio Guadiana nasce em Campo Montiel, Espanha, e desagua no Oceano Atlântico entre Vila Real de Santo António e Ayamonte. O seu curso tem a extensão de 810 Km., dos quais 110 Km. Servem de fronteira entre Portugal e Espanha. No nosso Concelho os afluentes do Guadiana são as ribeiras de Terges e Cobres, do Vascão, da Chança e a de Oeiras. No percurso do Guadiana proposto para a actividade (Brava - Mértola) encontramos margens declivosas e rochosas, (onde não se fixa vegetação em quantidade suficiente para travar o efeito da erosão), ocasionalmente cobertas de Alecrim e de Umbigo de Vénus. Nestes locais vivem espécies já extintas noutras zonas do planeta, como é o caso do Mocho Real. Por entre estas margens declivosas, existem ainda margens mais baixas e suaves, onde existem algumas árvores de fruto e zonas cobertas de arbustos muito cerrados e de difícil penetração, que servem de abrigo a várias espécies de aves como o Grifo, o Abutre-do-Egipto, o Guarda-Rios, a Galinha de Água, o Rouxinol, o Chapim-Rabilongo, entre outros. Mas neste percurso fluvial, que termina na Vila de Mértola, e após passagem nos Canais (outro local do Guadiana de extrema beleza e ponto de atracção turística) os participantes poderão também desfrutar da magistral importância do património 3 Campos, Isabel; “Roteiro de Viagem Mértola – Vila Real de Santo António; SOS Guadiana; Escola C+S de Mértola; Mértola 1992. 32
  • 33. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola construído. Exemplo disso são os próprios Canais e as Azenhas de Mértola, desactivadas desde meados deste século e que serviam para reduzir o trigo e o milho a farinha, bastante importante para o desenvolvimento da economia tradicional, pois era um dos pilares do comércio local e consistia na principal base alimentar das populações. O percurso finaliza-se no Cais do Guadiana, onde os participantes poderão observar a estrutura habitacional da antiga cidade - porto de Mértola: ponto de chegada e escoamento de cereais, minérios, pessoas, ideias e informações. A vila velha é o aglomerado urbano intramuralhas cujos limites variam historicamente. E estas são as linhas-mestras que este percurso oferece àqueles que nele participam. Aliado à prática de um desporto fortemente desenvolvido nas águas do Guadiana, cujo mérito cabe ao Clube Náutico de Mértola, podemos desfrutar de uma extrema beleza natural e patrimonial: com uma fauna e flora únicas e estruturas tradicionais para um aproveitamento racional das suas águas, o Rio Guadiana apresenta alguns aspectos (ainda) desconhecidos de parte da população do Concelho. 4.5.1.3- Portinho d’Alcácer – Percurso de BTT A área de intervenção deste percurso tem uma extensão aproximada de 6 km, e identifica-se como perímetro florestal de Mértola. O percurso permite-nos observar vários pontos de interesse relacionados com a paisagem, a flora, a fauna e o património construído. A paisagem tem algum interesse pelo seu relevo ondulado, com o vale da ribeira de Oeiras bastante acentuado. A flora que identifica a zona acima enunciada divide-se em três sistemas: • sistema florestal, constituído por espécies não autóctones: pinheiros, eucaliptos, acácias e carrascos; • paisagem agrícola, bastante humanizada com explorações agrícolas e hortinhas. Nas explorações agrícolas encontramos culturas arvenses, pastagem ou pousios e nas explorações hortícolas encontramos com bastante frequência árvores de fruto; • vale da ribeira de Oeiras apresenta uma flora mediterrânica bem adaptada ao ecossistema ribeirinho: o loendro, o zambujeiro, a giesta, o tojo, a amendoeira, entre outras espécies. No tocante à fauna desta área podemos encontrar, junto das hortas existentes, várias espécies de aves (cotovia, trigueirão, pintassilgo, etc.). Para além destas existem ainda algumas espécies cinegéticas como a perdiz, o coelho, a lebre e o javali. 33
  • 34. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola No que diz respeito ao património construído podemos observar dois moinhos que ilustram a tradicional estrutura de moagem movida à força motriz da água, utilizada para a transformação de cereal em farinha, bastante importante para a economia tradicional. O moinho do Portinho d`Alcáçer localiza-se a sudoeste de Mértola, a 2,3km da foz da ribeira de Oeiras, inserido num conjunto de rochas próximo da ponte designada pelo mesmo nome, era constituído pelo armazém e a casa do moleiro, agora praticamente destruída. O acesso ao moinho era feito por um caminho de “pé posto” bem escavado na rocha. O moinho era composto por infra-estruturas e equipamentos de controle de água que eram imprescindíveis ao seu funcionamento, no entanto hoje apenas o edifício que o albergava está intacto, estando tudo o resto, total ou parcialmente destruído. O Moinho de Vento localiza-se a 300m. de Mértola e situa-se num cerro fronteiro à Capela de Nª Srª das Neves. Existem ainda ao longo da ribeira de Oeiras uma série de moinhos de água, agora abandonados e bastante destruídos. Em suma, o percurso consiste numa prova de BTT. Enquadrado no perímetro florestal de Mértola e zonas circundantes à ribeira de Oeiras, com uma extensão aproximada de 6 km. Apresentam-se como principais objectivos desta iniciativa a sensibilização dos participantes para a importância da preservação do património natural e cultural. Pretende-se ainda dar a conhecer as características locais no que toca a fauna e flora. 34
  • 35. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.6- Avaliação No sentido de avaliar esta actividade, elaborou-se um questionário (ver anexo J), que procura dar resposta a algumas falhas que possam surgir na realização da mesma. Assim, uma avaliação final da actividade torna-se importante pois, analisa os erros e avalia os aspectos positivos quer da sua organização ou realização, sendo uma base de partida para uma eventual repetição ou elaboração de outra actividade. Porém, não colocando de parte este método, entendemos que no decorrer da actividade deve ser feita uma avaliação constante da mesma, afim de solucionar problemas imediatos, tais como motivação, interesse e integração do grupo. 35
  • 36. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.7- Recursos Para a realização desta actividade é necessário a obtenção de alguns apoios, os quais passamos a especificar. Solicita-se apoio financeiro aos empresários e micro-empresas locais, associações e demais instituições públicas e privadas, por forma a suportar os encargos da mesma. O IPJ- Instituto Português da Juventude e o INATEL- Instituto Nacional de Actividades de Tempos Livres também poderão contribuir, visto tratarem-se de instituições privilegiadas para questões ligadas à juventude e à ocupação de tempos livres e desporto. Outro recurso prende-se com a candidatura da actividade aos Programa Infante D. Henrique e Iniciativa, do Instituto Português da Juventude. Os apoios técnicos e materiais caberão em grande parte à Câmara Municipal de Mértola e à Associação de Defesa do Património de Mértola, no que se prende essencialmente com as questões de transporte, de divulgação e contacto com as entidades. Será também necessário a marcação do Monte do Vento (na Associação de Defesa do Património de Mértola), a visita guiada à Herdade da Brava (na Sociedade Agrícola da Brava, S.A.) e as refeições (no Grémio Recreativo 1º de Dezembro). Ainda no que se refere aos recursos técnicos, os mesmo também poderão provir de algumas instituições locais como a Associação Defesa do Matrimónio de Mértola e Parque Natural do Vale do Guadiana e o que diz respeito á formação sobre o Ambiente. No tocante à canoagem, o monitor responsável virá do Clube Náutico de Mértola. Será também necessário alguém que se responsabilize pelas questões da animação do grupo, onde podemos solicitar a colaboração de um animador da Câmara Municipal de Mértola. De uma forma mais simplificada e esquematizada apresentamos o seguinte quadro: Tipo de Apoio Entidade Técnico Material Financ. Transp. Aliment. Outros - Câmara Municipal de Mértola X X X X - - - Associação de Defesa do X X X X X - Património - Clube Náutico de Mértola X X X X - - - Parque Natural do Vale do X - X - - - Guadiana - Sociedade Agrícola da Brava, SA X - X X - - - Grémio Recreativo 1º Dezembro - - - - X X - Instituto Português da Juventude - - - - - X - Instituto Nacional de Actividades de - X - - - X Tempos Livres e Desporto - Escola EB 2,3 / ES de Mértola - - - - - X - Oficina da Criança - X - - - - 36
  • 37. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.8- Divulgação A divulgação deve ser feita de uma forma atractiva, por forma a identificar-se com o grupo alvo. Deve ir ao encontro dos seus interesses, devendo ser realizada em locais próprios, onde existam grande número de jovens. Assim, como forma de identificar o tema e a própria actividade, criou-se um logotipo que por si só simbolize todo o perfil da mesma, revelando um caracter juvenil, simples e adaptativo. (ver anexo E) Quanto às brochuras, que se direccionam especificamente aos jovens, contêm um conjunto de informações tais como, um programa da actividade, um conjunto de recomendações, um destacável com uma ficha de inscrição, logotipos das entidades organizadoras e referencia às entidades que colaboram na realização desta acção.(ver exemplar em anexo) O seu formato em forma de envelope, justifica-se uma vez que será feita uma distribuição em mão junto dos jovens, associando-se a uma carta tipo convite que se faz aos mesmos. Porém para se dê a conhecer a um leque mais vasto de população, estas mesmas brochuras são distribuídas e afixadas em locais mais vastos como cafés espalhados pelo Concelho, além das escolas Bento Jesus Caraça e EB 2,3/ES, mais concretamente aos curso de turismo e Arqueologia e ao núcleo de ambiente, respectivamente. De uma forma mais alargada, procurando sensibilizar a comunidade em geral, assim como tentar aumentar mais o interesse pela actividade, foi elaborado um cartaz de grandes dimensões fazendo referência ao tema, às entidades que organizam, aos dias a que se refere e ao local onde se aceitam inscrições. Enriquecendo toda esta campanha de divulgação, irão ser feitos na rádio local, escola EB 2,3/ES de Mértola, anúncios alusivos à actividade (ver anexos). Os quais se dividem em duas fases, sendo a primeira um breve anúncio geral e a segunda um anúncio mais completo com uma descrição pormenorizada da actividade. Desta forma, a divulgação completa-se, resumindo-se apenas a uma simples e eficaz campanha, a qual será avaliada pelo impacto positivo reflectida pela adesão dos participantes. 37
  • 38. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 4.9- Orçamento Perspectiva Orçamental Do Plano de Actividades 1- Descida do Rio Guadiana em Embarcações 1.1- Aluguer de canoas 27.000$00 1.2- Transporte de canoas 5.000$00 1.3- Monitor de canoagem 10.000$00 1.4- Barcos de apoio 2.000$00 44.000$00 2- Actividades no Monte do Vento 2.1- Cedência de espaço 8.000$00 2.2- Actividades 10.000$00 2.3- Estadia 14.400$00 2.4- Alimentação 56.600$00 2.5- Acréscimo de 50 % pela realização de actividades ao fim de semana 44.500$00 133.500$00 3- Refeições no Grémio Recreativo 1º de Dezembro 30.000$00 34.000$00 4- Estadia no Clube Náutico de Mértola 18.000$00 18.000$00 5- Despesas com formadores 40.000$00 40.000$00 6- Seguros para a actividade 19.000$00 19.000$00 7- Despesas de divulgação 15.000$00 15.000$00 TOTAL 301.500$00 38
  • 39. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola “A fotografia é o testemunho ter estado que substitui senão o próprio estar pelo menos a experiência que conferia a esse estar o sabor de uma aventura.” Almeida, Bernardo Pinto de 5- Semana da Fotografia 39
  • 40. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 1- TEMA Ter conhecimento sobre a arte de fotografar é para muitos um anseio irrealizável. A fotografia pode ser encarada como um passatempo, uma carreira profissional, ou uma paixão da qual não se detém, por vezes, os conhecimentos suficientes. 2- CARACTERIZAÇÃO Mértola constitui-se como um Concelho que evidencia várias carências no que diz respeito a eventos de caracter (in)formativo, onde a população possa adquirir mais conhecimentos sobre áreas específicas, que embora já tenham contactado, não possuem bases seguras de como actuar nas mesmas. É o caso da fotografia. 3- OBJECTIVOS Pretende-se proporcionar aos participantes interessados um aumento dos seus conhecimentos e consequentemente alertá-los de que a arte de fotografar pode ser uma boa forma de ocupar os tempos livres. Consciencializando-os assim das belas paisagens que existem no nosso Concelho. 4- DATA A duração desta actividade é de 6 dias, de 3 a 8 de Maio, os primeiros 4 destinados à formação e ao mini concurso, os restantes 2 destinam-se à exposição aberta ao público. 5- DESCRIÇÃO Esta semana consiste em: • Formação na arte de fotografar, relativamente aos materiais a utilizar, técnicas, métodos de revelação, etc; • Eleger a melhor fotografia, incentivando à realização destas sobre uma qualquer temática do Concelho. Levando os formandos desta acção a observem através de uma objectiva o aspecto, os hábitos e as ‘gentes’ do local onde residem; • Concretização de um mini concurso, no qual será encontrado o vencedor, através de um júri a definir, que atribuirá prémios simbólicos (por exemplo um álbum e um diploma de honra) pelas “melhores fotografias”; • Para finalizar, a realização de uma pequena exposição sobre fotografia, com apresentação dos trabalhos realizados ao longo da formação. 40
  • 41. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola O local onde decorre esta actividade será na Escola EB 2,3/ES de Mértola, visto apresentar todos os equipamentos necessários para a prática desta acção, a exposição realizar-se-à nas instalações do Clube Náutico de Mértola. Actividades Data Maio de 1999 Local 3 4 5 6 7 8 - Apresentação do Escola 2,3/Es de Mértola X grupo; - Acção de formação na arte da fotografia (técnicas, métodos de X X X revelação, etc); Escola 2,3/Es de Mértola - Mini concurso da melhor da fotografia; Escola 2,3/Es de Mértola X - Exposição de fotografia aberta ao público com amostra dos trabalhos da X Clube Náutico de Mértola formação. De forma a levar a população a participar nesta acção, será realizada uma campanha de divulgação, incentivando possíveis formandos, tal como para a exposição serão distribuídos documentos publicitários alusivos ao evento. 6- POPULAÇÃO ABRANGIDA Esta acção de formação destina-se à população do Concelho de Mértola, não havendo restrições de idades, porém o limite de inscrições é de 15 pessoas. 7- AVALIAÇÃO Quantos de nós trabalhamos com uma máquina fotográfica, porém na realidade nem sempre efectuamos fotografias com sucesso, desconhecendo as causas. Desta forma uma semana de formação sobre a fotografia constitui-se como uma actividade interessante e atractiva. 41
  • 42. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola “A expressão artística consiste em actividades que favorecem a expressão e que constituem formas de iniciação e desenvolvimento de linguagens criativas e de capacidade de inovação, assim como, procura de novas formas de expressão” Ander-Egg, Ezequiel 6 – Semana da Dança 42
  • 43. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 1-TEMA A dança é uma actividade, que embora provenha de tempos históricos permanece ainda, no Concelho de Mértola pouco abordada, sem no entanto deixar de constitui um atractivo para a população em geral. 2-CARACTERIZAÇÃO Continuamos, a notar neste Concelho, carências quanto à realização de actividades / espectáculos que incentivem a constituição de ( quanto mais não seja ) grupos de dança, como por exemplo o folclore. 3-OBJECTIVOS Pretende-se conduzir ao (re)nascimento da prática da dança no Concelho, lançando pólos dinamizadores que despertem interesse por esta actividade, criando se possível espaços, que conduzam a uma ocupação racional dos tempos livres. Relativamente ao grupo participante nesta actividade, procurar-se-á sensibiliza-los para esta área, levando-o ao conhecimento do seu próprio corpo, aumentando ao mesmo tempo a sua coordenação motora. Assim, pretende-se que os participantes executem diversos tipos de danças, aumentando os seus conhecimentos nesta área tão carenciada. 4-DATA A duração desta actividade será de 16 sessões de 2 horas, em horário semanal e pós-laboral. 5-DESCRIÇÃO Esta acção permitirá, a todos os que nela se inscreverem, o contacto com vários tipos de danças, desde as clássicas, às tradicionais, passando pelas latino- americanas e pelas modernas. No final da formação será organizado um baile onde, para além da actuação de grupos de danças profissionais, será feita uma demonstração dos conhecimentos apreendidos pelos formandos. Assim sendo, esta acção divide-se em duas partes: • Ensino / aprendizagem de vários estilos de danças ao grupo participante (clássicas, tradicionais, latino-americanas e modernas). • Realização de um baile, aberto a toda a comunidade, onde o grupo de participantes possa eventualmente demonstrar o que aprendeu durante a formação. 43
  • 44. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola No intuito de tornar esta actividade apelativa é necessário lançar uma campanha de divulgação promovendo junto da população o interesse pela participação na mesma. Assim, serão distribuídos brochuras informativas, com o intuito de cativar eventuais interessados. Para o evento cultural (Baile) que referimos, serão distribuídos antecipadamente cartazes de divulgação da actividade, junto dos locais mais frequentados pelo Concelho. Desta forma, dada a natureza da actividade, o local onde se irá realizar será no salão dos Bombeiros Voluntários de Mértola, por ser o local ideal, apresentando um espaço amplo e acolhedor. 6-POPULAÇÃO ABRANGIDA Esta actividade, destina-se a toda a população em geral, com idade mínima de 15 anos. Tendo como limite 40 pessoas. 7-AVALIAÇÃO Para finalizar, esta actividade revela-se bastante importante uma vez que dada a sua natureza, e as carências que vêm colmatar, se justifica a sua realização. 44
  • 45. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 7- Semana do Vídeo 45
  • 46. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 1- TEMA Saber observar é um dote que nem todos estamos capacitados, pois aos nossos olhos existem sempre pequenos pormenores que passam despercebidos. Hoje em dia, com o avanço tecnológico, existem determinados equipamentos que nos ajudam a observar melhor, permitindo recapitular imagens vezes sem conta que os nossos olhos apenas visualizarem uma só vez. No entanto, tal como é necessário dispender tempo para apreender a sabedoria da observação, também, para saber manusear com sucesso estas “máquinas de apoio”, se deve despender de tempo. Assim, no sentido de proporcionar algum saber á população do Concelho de Mértola, propomos a realização de uma semana de formação sobre a temática do vídeo. 2- CARACTERIZAÇÃO No que respeita a este tema, apenas os estudantes da Escola EB 2, 3/ES de Mértola estabelecem algum contacto com técnicas de filmagem e montagem de Vídeos, pois nesta instituição, existe o Núcleo de Televisão, que emite programas, apenas internos, alguns deles realizados pelos alunos. 3- OBJECTIVOS • Ensinar aos participantes técnicas de filmagem, montagem e misturas de imagens, sensibilizando-os para uma ocupação racional dos seus tempos livres; • Intervir nos hábitos dos participantes desta acção, incentivando-os a observar com mais atenção e interesse a paisagem, as pessoas, os seus hábitos e usos. 4- DATA A realização desta actividade incide entre o dia 31 de Agosto a 4 de Setembro, em horário pós-laboral entre as 19h. e as 22h. e no dia de sábado entre as 13h. e 15h. 5- DESCRIÇÃO Esta actividade constitui-se por: • Acções de formação sobre a aprendizagem das técnicas e métodos de filmagem; • Elaboração de pequenos trabalhos práticos; • Exibição de todos os trabalhos realizados, com entrega de certificado de participação. 46
  • 47. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola Actividades Data Setembro de 1999 Local 1 2 3 4 5 - Apresentação do grupo - Introdução ao tema - Aprendizagem das Escola EB 2,3/ES de técnicas Mértola X - Aprendizagem das técnicas (continuação) - Abordagem á temática - Escola EB 2,3/ ES de Prática de filmagem Mértola X - Prática de filmagem (continuação) - Início da elaboração de Escola EB 2,3/ ES um pequeno trabalho de Mértola X - Elaboração de um Escola EB 2,3/ ES de pequeno filme Mértola X - Passagem dos trabalhos realizados - Entrega de um certificado Escola EB 2,3/ES de de participação Mértola X A divulgação desta actividade tem como objectivo motivar a população, sendo realizados cartazes e brochuras alusivos ao tema e distribuídos em locais específicos. 6- POPULAÇÃO ABRANGIDA Esta acção deverá ter como limite máximo um grupo de 10 pessoas, não existindo qualquer restrição de idade nem de sexo. 7- AVALIAÇÃO Dada a caracterização transcrita anteriormente, pensa-se que a realização desta semana temática possa despertar interesse junto da população e, simultaneamente, transmitir estes conhecimentos a mais do que uma faixa etária da população. 47
  • 48. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola “As associações são uma fonte crucial de inspiração e são um fertilizante para o crescimento da participação social. Têm um papel fundamental no dinamismo e progresso local” Basto, M.ª Elisa e Neves, Eduarda 8- Semana do Associativismo 48
  • 49. Projecto “Semanas Temáticas” Curso de Animadores Locais Associação de Defesa do Património de Mértola Câmara Municipal de Mértola 1- TEMA Constituindo-se como um dos pilares da vida sócio-cultural do Concelho, o Associativismo perdeu nos últimos anos algum protagonismo, sendo dever de todos os intervenientes locais restabelecer a sua importância. 2- CARACTERIZAÇÃO Muito se fala acerca do Associativismo, de como ele é importante para a vida social e cultural do Concelho de Mértola, porquê continua adormecido e como revitalizá-lo . Das mais de 60 colectividades existentes no Concelho (sociais, culturais, recreativas e de desenvolvimento local) apenas um quarto das mesmas prossegue os seus fins, pala realização de algumas actividades para benefício dos seus sócios e também das populações. As restantes ou estão encerradas ou restringem-se apenas ao funcionamento do bar. Muito se tentou ao elaborar projectos e algumas reuniões associativas para dinamizá-las, no entanto, com resultados pouco frutíferos, visto alertarem apenas as colectividades para as suas confrontações actuais: como elaborar os documentos administrativos e como elaborar os planos de actividades. No entanto nunca lhes foi explicado o porquê da elaboração desses documentos, remetendo a uma vertente informativa, aquilo que deveria ser uma vertente formativa. Tendo em conta que existem dirigentes jovens e menos jovens, que existem dirigentes de Associações em funcionamento e dirigentes de Associações encerradas, o nível e a forma como essa informação seria distribuída exige um planeamento eficaz da mesma. 3- OBJECTIVOS Pretende-se com esta iniciativa alertar os dirigentes e sócios das colectividades do Concelho para as seguintes áreas: * o papel das Associações no Concelho; * o dirigismo associativo; * o dirigismo desportivo; * dotar de capacidades técnicas e profissionais os corpos gerentes das Associações; * documentos de gestão administrativa; * documentos alusivos à gestão das actividades (planos e relatórios de actividades); * o Futuro das Associações: - o rigoroso cumprimento da elaboração dos documentos obrigatórios; - programas de apoio ; 49