1. O CiEO do futuro
Num mundo em constante mudança e de grandes incertezas, chegou a vez de o CIO evoluir
dentro das organizações. Segundo um artigo publicado na revista online CIO.com “CIOs Can
Be Chief Innovation Officers, Too”, já é perceptível que estes estão a adquirir novas
responsabilidades e competências fora da área das tecnologias de informação.
O rápido aparecimento de novas tecnologias e tendências de negócio como Cloud Computing,
Social Media, BYOD (Bring Your Own Device), Business Intelligence, Mobile e Inteligência
Artificial), e a importância que lhes está a ser conferida como podemos constatar no estudo
levado a cabo pela Gartner em “CIOs in Asia show Clowd Computing tops the Technology
priority lists as Businesses Focus on Growth in 2011”, está a criar um novo conceito
denominado de “CIO Squared” e a apresentar-se como uma oportunidade para a transição
natural de muitos “Chief Information Officers” para “Chief Innovation Officers”, ou seja, o novo
CIO passará a ser o principal responsável pela inovação.
De acordo com pesquisa realizada pela Gartner e divulgada em 2012 no estudo “quatro
previsões para o futuro da TI e dos CIO’s”, “estamos testemunhando o surgimento de uma
nova geração de CIOs, que visa não apenas executar a TI, mas também garantir que os
negócios atinjam valores estratégicos a partir do uso da tecnologia”.
Segundo outro estudo (IBM), divulgado na entrevista a Harvey Koeppel, Director Executivo do
Centro para Liderança de CIOs, em 2008 notavam-se já alterações nas funções deste cargo;
“O papel do CIO não é apenas tratar de questões tácticas, mas também impulsionar o valor
geral dos negócios”. Estes serão os novos gurus da inovação, responsáveis pelo
desenvolvimento de novas ideias, reconhecimento de ideias inovadoras de outras pessoas e
gestão de todo o processo de inovação que identifica estratégias, oportunidades, modelos de
negócio e novas tecnologias, suportadas pelo desenvolvimento de novas capacidades com
parceiros.
Tendências como colaboração, informação partilhada, agilidade e inteligência colectiva serão
agora o Focus deste novo CIO, renascido como um guia perante a nova realidade assistida.
É ainda documentado que “CIO e CEOs estão a trabalhar juntos para melhorar a comunicação
e a compreensão mútua”, o que leva cada vez mais CIOs a estarem atualmente bem
posicionados para liderar uma área de negócio e tornarem-se em “trusted advisors”. Desta
forma, passarão a sentar-se na mesa executiva para discussão de assuntos chave da
organização e, mais importante, participar nas tomadas de decisão da mesma. Um bom
exemplo disso é Rebecca Jacoby, conhecida como a Superstar CIO da Cisco que já conseguiu
quebrar a barreira e marcar o seu lugar como um membro da “C-Suite”, juntamente com os
restantes altos cargos administrativos.
Outros estudos académicos (MCIS 2012) reforçam que a tomada de decisão nos investimentos
em Sistemas de Informação, devem ter em conta as prioridades e a estratégia de negócio das
organizações, aumentando assim o retorno aos investimentos bem como a competitividade das
mesmas.
É possível, assim, especular que a próxima geração de CIOs será bastante indicada a
ascender a posições de maior relevo e mais estratégicas em organizações mais avançadas,
contrariamente ao que se passava até então. Não haverá, eventualmente, pessoa mais
habilitada para gerir e incorporar o poder criativo das novas tecnologias com a estratégia de
negócio nas organizações, potenciando assim um maior retorno dos investimentos.
Jorge Pereira, 2013-09-05