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Ilustrações
jordana germano
© 2013, O autor
© 2013, Instituto Elo
Projeto gráfico, capa, ilustração e diagramação: Jordana Germano
COMPART, Alexandre. Quero-porque-quero!!
Belo Horizonte: Instituto Elo, 2013.32p. ISNB: 978-85-63077-05
Instituto Elo
R. Guajajaras, 40 , sala 503 - Centro
30180-100 Belo Horizonte / MG / Brasil
Tel.: +55 31 3237-1000/ Fax: +55 31 3237-1000
www.institutoelo.org.br
publicacoes@institutoelo.org.br
Quero-porque-quero!!
Autor: Alexandre Compart. Belo Horizonte: Instituto Elo, 2012
32 p. (Série Cidadania para Crianças).
Número de ISBN: 978-85-63077-05
C736
.2.
Bem pertinho daqui
há não muito tempo atrás
morava um esperto menino
que adorava perguntar
Este menino chamava Henrique
e ia fazer seis anos
já estava aprendendo a ler
e tinha amigos em todos os cantos.
.3.
Na escola, no parquinho...
em todos os lugares que ia
sempre o Henrique fazia amigos
brincava e se divertia
Queria saber de tudo
e para isso todo o tempo perguntava:
– Por quê? Como assim?
E a cada dia que passava
mais sabido o Henrique ficava
Mas nossa história não começa aqui
um grande mistério vamos revelar
contando como o Henrique aprendeu
que era importante perguntar
Desde que era muito pequenininho
o Henrique sabia o que queria
antes de aprender falar
com seu dedinho ele apontava e pedia
Para o Henrique parecia mágica
era pedir que conseguia
uma bola... um carrinho...
era apontar que a mamãe trazia
Mal o dia clareava
ele o seu dedinho levantava
e se com o dedinho não desse certo
um berreiro ele começava.
.4.
.5.
O Henrique era muito esperto, aprendia tudo depressa.
Logo depois de engatinhar começou a andar.
Não demorou muito tempo e ele já corria por toda casa.
Aprender a falar também foi fácil para o Henrique.
Falou mamãe... falou papai... logo falava de tudo.
Aprendeu até a assobiar. Ai ele deixou de lado o
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Era só dizer as palavras mágicas:
– EU QUERO! - E conseguia quase tudo que queria.
A cada dia que passava mais inteligente e esperto o
Henrique ficava. Mas também... mais ele queria e pedia.
– Mas eu quero porque quero mamãe! - dizia o
Henrique o dia inteiro.
E se queria... queria mesmo. Se não conseguisse
vocês já sabem, o Henrique abria o maior berreiro.
Nem mesmo sua cadelinha – a Nala – conseguia escapar
do querer por querer.
.6.
.7.
O Henrique era um bom menino, só o seu querer
por querer não estava certo. Por que nem tudo
pode ser, nem se consegue com um berreiro.
Até os amiguinhos do Henrique com o tempo foram
se afastando dele:
– Você só brinca se for do seu jeito Henrique!
Desse jeito não tem jeito! - diziam eles.
Até mesmo a Nala, que adorava o Henrique, já estava
se cansando daquilo. Às vezes ela não queria brincar,
mas o Henrique não entendia.
Se queria brincar tinha que ser na hora e do jeito que
ele queria.
Se queria tomar banho queria porque queria... e se não
queria... esperneava... gritava... mesmo se já estivesse
passando da hora de tomar banho
– Eu quero porque quero mamãe!!
– Eu não quero porque não quero!!
.8.
.9.
O quero por que quero do Henrique piorava a cada dia:
– Mamãe eu quero a lua!
– Mas Henrique, a lua é muito grande. E é de todo mundo.
Tão grande que não pode ser de um só menino. A mamãe
não pode dar a lua pra você!
– Mas eu quero porque quero
a lua mamãe!
E ai... acho que vocês já sabem não é....
mais um grande berreiro...
A mamãe do Henrique sabia que alguma coisa precisava
ser feita. Cada dia ele queria mais
e com isso menos amigos queriam brincar com ele.
Mas se o Henrique era esperto, a mamãe dele
também era. E pensando em como faria para mudar
aquilo lembrou de uma estória que a vovó do Henrique,
mamãe da mamãe, tinha contado pra ela há muitos e
muitos anos... quando ela era do tamanho do Henrique.
A estória do Quero-porque-quero!
– Já sei! – disse ela feliz com a idéia que teve – vou
contar a história do Quero-porque-quero para o
Henrique hoje mesmo!
.10.
.11.
E quando a noite chegou e o Henrique já estava
pronto pra dormir, a mamãe até já sabia o que ele
iria pedir:
– Mamãe, eu quero porque quero ouvir uma estória!!
A mamãe, que adorava contar estórias para o
Henrique, sabia bem qual iria contar.
– Hoje, Henrique, eu vou contar uma estória que
você nunca vai esquecer. Essa estória a sua vovó
contou para a mamãe quando ela era do seu tamanho!
– Conta logo mamãe, eu quero porque quero ouvir
a estória!!
– Parece até que você já sabia Henrique, você acabou
de dizer... é a estória do Quero-porque-quero!
– Do “Quero-porque-quero”?! repetiu curioso
o Henrique.
.12.
.13.
– Era uma vez... começou a
mamãe a contar - um passarinho muito
esperto e inteligente.
Esse passarinho vivia em uma linda
floresta encantada onde viviam muitos e
muitos passarinhos de todas as cores e
tamanhos. E também muitos outros bichos.
.14.
.15.
– Sabe qual o nome desse passarinho Henrique?
Como vocês já sabem o Henrique era um menino muito
esperto e já desconfiava da resposta, mas balançou a
cabeça e deixou a mamãe falar.
– Quero-porque-quero!! – exclamou ela –
E você sabe por que ele tinha esse nome Henrique?
– Não sei não mamãe.
– Cada passarinho canta de um jeito – explicou
a mamãe – o Bem-te-vi, por exemplo, canta
beeeem-te-viiii!!!
O Quero-porque-quero passava o dia inteiro cantando:
Queroporquequero!
Queroporquequero!
Queroporquequero!
O Henrique não despregava o olho da mamãe.
E enquanto ela ia contando a estória ele ia
imaginando o Quero-porque-quero cantando e
voando de galho em galho na floresta encantada.
.16.
.17.
– Mas mesmo vivendo em uma floresta encantada –
continuou a mamãe a contar a estória – podendo voar
para todos os cantos e com tantos passarinhos e outros
bichos para brincar com ele, o Quero-porque-quero vivia
triste e sozinho.
O Quero-porque-quero, Henrique, queria tudo sempre
do seu jeito... e sempre na hora que queria. Se queria
brincar com outro passarinho a brincadeira tinha que ser
exatamente como ele queria... e se queria pousar em um
galho onde já estivesse um outro passarinho... ele tanto
queria porque queria... e tão alto dizia:
– QUERO PORQUE QUERO!! QUERO PORQUE QUERO!!
Que o outro passarinho acabava saindo de lá só para não
ouvir aquele berreiro.
E a mamãe ia contando e o Henrique imaginando... e
pensando... e pensando...
– E querendo tudo do seu jeito e na hora que queria,
Henrique, o Quero-porque-quero acabou ficando sem
nenhum amigo...
– Tadinho do passarinho mamãe, vivendo triste e sozinho!..
– disse o Henrique com os olhos cheinhos de lágrimas.
.18.
.19.
– Não precisa ficar triste Henrique – consolou
a mamãe – espera a estória terminar.
– Conta mamãe! – Disse o Henrique engolindo o choro.
– Certa tarde, observando de longe os outros
passarinhos brincando, o Quero-porque-quero
descobriu uma coisa incrível... nem sempre todos
queriam as mesmas coisas... mas sempre conseguiam
brincar e se divertir juntos, porque sabiam deixar
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pudessem também querer.
E muitas vezes os passarinhos mudavam um pouco
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E aprendeu também que antes de querer só por querer
é preciso saber por quê.
Porque nem tudo da pra querer ou ter quando se quer.
Assim todos podiam brincar juntos e felizes.
.20.
.21.
No dia seguinte, o Quero-porque-quero resolveu conferir
se era mesmo certo tudo que tinha aprendido. Logo que
viu o Bem-te-vi perguntou para ele:
– Bem-te-vi, vamos brincar agora lá no alto daquela
amoreira?
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Então o Quero-porque-quero em vez de dizer como
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– Por quê?
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vovó.
– Até mais tarde Bem-te-vi! – disse o Quero-porque-quero
– e saiu voando por entre as árvores.
.22.
.23.
Voando bem alto pela floresta o Quero-porque-quero
viu que ao lado da casa do João-de-barro havia
muitas frutinhas. E pensou: – Vou pousar lá e pedir
ao João-de-barro para me ajudar a apanhar algumas.
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essa não é uma boa idéia... – falou o João-de-barro.
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Agora o Quero-porque-quero tinha certeza:
– O que eu aprendi está mesmo certo!! – exclamou
ele – E decidiu uma coisa: Nunca mais ia querer só por
querer. De agora em diante sempre ia perguntar e
procurar entender tudo.
.24.
.25.
E conversando e sempre procurando saber o
porquê das coisas a vida do Quero-porque-quero
mudou completamente. Rapidinho ele reconquistou
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novas amizades.
E desse dia em diante o Quero-porque-quero viveu
feliz e sempre rodeado de amigos.
– Que estória bonita mamãe! – disse o Henrique
já quase dormindo – Ainda bem que o Quero-porque-
quero descobriu tudo aquilo.
E dormiu tranquilamente depois de ganhar
um beijo de boa noite da mamãe.
.26.
.27.
Na manhã seguinte a mamãe viu que alguma coisa
tinha mudado. E não foi pouca coisa não. O quero
porque quero do Henrique tinha acabado. E pra tudo
agora o Henrique perguntava:
– Por quê?!
– Como assim?!
Quando a mamãe dizia a ele que estava na hora do
banho ou na hora dele ir para a escola... em vez dele
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– Mas por que eu tenho que tomar banho?
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– Banho é muito importante Henrique, ficar limpinho
é sempre muito bom. Ir para a escola também, lá você
vai aprender um monte de coisas novas e fazer muitos
amiguinhos.
.28.
.29.
E desse dia em diante se a Nala não queria brincar
o Henrique deixava ela tranquilinha e logo logo era
ela que o procurava querendo brincar.
E com isso o Henrique foi ficando cada dia mais
esperto e sabido... a mamãe e o papai mais orgulhosos...
e ele foi fazendo mais e mais amigos.
.30.
O projeto Cidadania para Crianças
propõe a publicação de estórias
infantis que trabalham temáticas
ligadas à cidadania, como o respeito
a diferenças, a tolerância, o diálogo,
a solidariedade, a honestidade etc.
Quero-porque-quero!!,
quarta estória publicada, tem
como temáticas centrais o respeito
e o diálogo.
As estórias da série trazem
invariavelmente elementos próximos
da realidade de vida das crianças
leitoras. Cada uma delas procura
explorar suas temáticas sempre com o
cuidado de não se limitar ao didático,
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prazer às crianças leitoras. As estórias
serão publicadas nos formatos livro,
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  • 2. © 2013, O autor © 2013, Instituto Elo Projeto gráfico, capa, ilustração e diagramação: Jordana Germano COMPART, Alexandre. Quero-porque-quero!! Belo Horizonte: Instituto Elo, 2013.32p. ISNB: 978-85-63077-05 Instituto Elo R. Guajajaras, 40 , sala 503 - Centro 30180-100 Belo Horizonte / MG / Brasil Tel.: +55 31 3237-1000/ Fax: +55 31 3237-1000 www.institutoelo.org.br publicacoes@institutoelo.org.br Quero-porque-quero!! Autor: Alexandre Compart. Belo Horizonte: Instituto Elo, 2012 32 p. (Série Cidadania para Crianças). Número de ISBN: 978-85-63077-05 C736 .2.
  • 3. Bem pertinho daqui há não muito tempo atrás morava um esperto menino que adorava perguntar Este menino chamava Henrique e ia fazer seis anos já estava aprendendo a ler e tinha amigos em todos os cantos. .3.
  • 4. Na escola, no parquinho... em todos os lugares que ia sempre o Henrique fazia amigos brincava e se divertia Queria saber de tudo e para isso todo o tempo perguntava: – Por quê? Como assim? E a cada dia que passava mais sabido o Henrique ficava Mas nossa história não começa aqui um grande mistério vamos revelar contando como o Henrique aprendeu que era importante perguntar Desde que era muito pequenininho o Henrique sabia o que queria antes de aprender falar com seu dedinho ele apontava e pedia Para o Henrique parecia mágica era pedir que conseguia uma bola... um carrinho... era apontar que a mamãe trazia Mal o dia clareava ele o seu dedinho levantava e se com o dedinho não desse certo um berreiro ele começava. .4.
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  • 6. O Henrique era muito esperto, aprendia tudo depressa. Logo depois de engatinhar começou a andar. Não demorou muito tempo e ele já corria por toda casa. Aprender a falar também foi fácil para o Henrique. Falou mamãe... falou papai... logo falava de tudo. Aprendeu até a assobiar. Ai ele deixou de lado o dedinho. Pra pedir não precisava mais apontar. Era só dizer as palavras mágicas: – EU QUERO! - E conseguia quase tudo que queria. A cada dia que passava mais inteligente e esperto o Henrique ficava. Mas também... mais ele queria e pedia. – Mas eu quero porque quero mamãe! - dizia o Henrique o dia inteiro. E se queria... queria mesmo. Se não conseguisse vocês já sabem, o Henrique abria o maior berreiro. Nem mesmo sua cadelinha – a Nala – conseguia escapar do querer por querer. .6.
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  • 8. O Henrique era um bom menino, só o seu querer por querer não estava certo. Por que nem tudo pode ser, nem se consegue com um berreiro. Até os amiguinhos do Henrique com o tempo foram se afastando dele: – Você só brinca se for do seu jeito Henrique! Desse jeito não tem jeito! - diziam eles. Até mesmo a Nala, que adorava o Henrique, já estava se cansando daquilo. Às vezes ela não queria brincar, mas o Henrique não entendia. Se queria brincar tinha que ser na hora e do jeito que ele queria. Se queria tomar banho queria porque queria... e se não queria... esperneava... gritava... mesmo se já estivesse passando da hora de tomar banho – Eu quero porque quero mamãe!! – Eu não quero porque não quero!! .8.
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  • 10. O quero por que quero do Henrique piorava a cada dia: – Mamãe eu quero a lua! – Mas Henrique, a lua é muito grande. E é de todo mundo. Tão grande que não pode ser de um só menino. A mamãe não pode dar a lua pra você! – Mas eu quero porque quero a lua mamãe! E ai... acho que vocês já sabem não é.... mais um grande berreiro... A mamãe do Henrique sabia que alguma coisa precisava ser feita. Cada dia ele queria mais e com isso menos amigos queriam brincar com ele. Mas se o Henrique era esperto, a mamãe dele também era. E pensando em como faria para mudar aquilo lembrou de uma estória que a vovó do Henrique, mamãe da mamãe, tinha contado pra ela há muitos e muitos anos... quando ela era do tamanho do Henrique. A estória do Quero-porque-quero! – Já sei! – disse ela feliz com a idéia que teve – vou contar a história do Quero-porque-quero para o Henrique hoje mesmo! .10.
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  • 12. E quando a noite chegou e o Henrique já estava pronto pra dormir, a mamãe até já sabia o que ele iria pedir: – Mamãe, eu quero porque quero ouvir uma estória!! A mamãe, que adorava contar estórias para o Henrique, sabia bem qual iria contar. – Hoje, Henrique, eu vou contar uma estória que você nunca vai esquecer. Essa estória a sua vovó contou para a mamãe quando ela era do seu tamanho! – Conta logo mamãe, eu quero porque quero ouvir a estória!! – Parece até que você já sabia Henrique, você acabou de dizer... é a estória do Quero-porque-quero! – Do “Quero-porque-quero”?! repetiu curioso o Henrique. .12.
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  • 14. – Era uma vez... começou a mamãe a contar - um passarinho muito esperto e inteligente. Esse passarinho vivia em uma linda floresta encantada onde viviam muitos e muitos passarinhos de todas as cores e tamanhos. E também muitos outros bichos. .14.
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  • 16. – Sabe qual o nome desse passarinho Henrique? Como vocês já sabem o Henrique era um menino muito esperto e já desconfiava da resposta, mas balançou a cabeça e deixou a mamãe falar. – Quero-porque-quero!! – exclamou ela – E você sabe por que ele tinha esse nome Henrique? – Não sei não mamãe. – Cada passarinho canta de um jeito – explicou a mamãe – o Bem-te-vi, por exemplo, canta beeeem-te-viiii!!! O Quero-porque-quero passava o dia inteiro cantando: Queroporquequero! Queroporquequero! Queroporquequero! O Henrique não despregava o olho da mamãe. E enquanto ela ia contando a estória ele ia imaginando o Quero-porque-quero cantando e voando de galho em galho na floresta encantada. .16.
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  • 18. – Mas mesmo vivendo em uma floresta encantada – continuou a mamãe a contar a estória – podendo voar para todos os cantos e com tantos passarinhos e outros bichos para brincar com ele, o Quero-porque-quero vivia triste e sozinho. O Quero-porque-quero, Henrique, queria tudo sempre do seu jeito... e sempre na hora que queria. Se queria brincar com outro passarinho a brincadeira tinha que ser exatamente como ele queria... e se queria pousar em um galho onde já estivesse um outro passarinho... ele tanto queria porque queria... e tão alto dizia: – QUERO PORQUE QUERO!! QUERO PORQUE QUERO!! Que o outro passarinho acabava saindo de lá só para não ouvir aquele berreiro. E a mamãe ia contando e o Henrique imaginando... e pensando... e pensando... – E querendo tudo do seu jeito e na hora que queria, Henrique, o Quero-porque-quero acabou ficando sem nenhum amigo... – Tadinho do passarinho mamãe, vivendo triste e sozinho!.. – disse o Henrique com os olhos cheinhos de lágrimas. .18.
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  • 20. – Não precisa ficar triste Henrique – consolou a mamãe – espera a estória terminar. – Conta mamãe! – Disse o Henrique engolindo o choro. – Certa tarde, observando de longe os outros passarinhos brincando, o Quero-porque-quero descobriu uma coisa incrível... nem sempre todos queriam as mesmas coisas... mas sempre conseguiam brincar e se divertir juntos, porque sabiam deixar de querer as coisas como queriam para que todos pudessem também querer. E muitas vezes os passarinhos mudavam um pouco o que queriam ou mesmo deixavam de querer. E aprendeu também que antes de querer só por querer é preciso saber por quê. Porque nem tudo da pra querer ou ter quando se quer. Assim todos podiam brincar juntos e felizes. .20.
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  • 22. No dia seguinte, o Quero-porque-quero resolveu conferir se era mesmo certo tudo que tinha aprendido. Logo que viu o Bem-te-vi perguntou para ele: – Bem-te-vi, vamos brincar agora lá no alto daquela amoreira? – Agora eu não posso Quero-porque-quero. Então o Quero-porque-quero em vez de dizer como antes que queria porque queria perguntou: – Por quê? E o bem te vi respondeu: – Porque estou esperando a minha mamãe, e ela disse para eu esperar aqui. Nós vamos lá na casa da vovó. – Entendi. Mais tarde então vamos brincar lá? – Claro! – respondeu o Bem-te-vi – no finalzinho da tarde podemos ir juntos e brincar lá na amoreira. O Quero-porque-quero saiu então satisfeito, ia brincar com o Bem-te-vi assim que ele voltasse da casa da sua vovó. – Até mais tarde Bem-te-vi! – disse o Quero-porque-quero – e saiu voando por entre as árvores. .22.
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  • 24. Voando bem alto pela floresta o Quero-porque-quero viu que ao lado da casa do João-de-barro havia muitas frutinhas. E pensou: – Vou pousar lá e pedir ao João-de-barro para me ajudar a apanhar algumas. – João-de-barro, você me ajuda a apanhar algumas frutinhas? – Eu adoraria ajudar você Quero-porque-quero, mas essa não é uma boa idéia... – falou o João-de-barro. – Mas por quê?! – perguntou o Quero-porque-quero. – Porque elas ainda estão verdes, e se você comer vai acabar com uma dor de barriga. – Ah! Entendi, João-de-barro. Obrigado por me avisar. Quando elas estiverem maduras você me fala? – Claro que sim! E ajudo você a apanhar quantas quiser! Agora o Quero-porque-quero tinha certeza: – O que eu aprendi está mesmo certo!! – exclamou ele – E decidiu uma coisa: Nunca mais ia querer só por querer. De agora em diante sempre ia perguntar e procurar entender tudo. .24.
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  • 26. E conversando e sempre procurando saber o porquê das coisas a vida do Quero-porque-quero mudou completamente. Rapidinho ele reconquistou todos os seus amigos e fez muitas e muitas novas amizades. E desse dia em diante o Quero-porque-quero viveu feliz e sempre rodeado de amigos. – Que estória bonita mamãe! – disse o Henrique já quase dormindo – Ainda bem que o Quero-porque- quero descobriu tudo aquilo. E dormiu tranquilamente depois de ganhar um beijo de boa noite da mamãe. .26.
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  • 28. Na manhã seguinte a mamãe viu que alguma coisa tinha mudado. E não foi pouca coisa não. O quero porque quero do Henrique tinha acabado. E pra tudo agora o Henrique perguntava: – Por quê?! – Como assim?! Quando a mamãe dizia a ele que estava na hora do banho ou na hora dele ir para a escola... em vez dele dizer que não queria porque não queria, perguntava: – Mas por que eu tenho que tomar banho? – Por que eu tenho que ir pra escola? E então, feliz da vida, a mamãe explicava: – Banho é muito importante Henrique, ficar limpinho é sempre muito bom. Ir para a escola também, lá você vai aprender um monte de coisas novas e fazer muitos amiguinhos. .28.
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  • 30. E desse dia em diante se a Nala não queria brincar o Henrique deixava ela tranquilinha e logo logo era ela que o procurava querendo brincar. E com isso o Henrique foi ficando cada dia mais esperto e sabido... a mamãe e o papai mais orgulhosos... e ele foi fazendo mais e mais amigos. .30.
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  • 32. O projeto Cidadania para Crianças propõe a publicação de estórias infantis que trabalham temáticas ligadas à cidadania, como o respeito a diferenças, a tolerância, o diálogo, a solidariedade, a honestidade etc. Quero-porque-quero!!, quarta estória publicada, tem como temáticas centrais o respeito e o diálogo. As estórias da série trazem invariavelmente elementos próximos da realidade de vida das crianças leitoras. Cada uma delas procura explorar suas temáticas sempre com o cuidado de não se limitar ao didático, mas de, principalmente, proporcionar prazer às crianças leitoras. As estórias serão publicadas nos formatos livro, e-book, vídeo e áudio. Em todos os formatos serão utilizados recursos para que as estórias sejam acessíveis ao maior numero de crianças possível.