2. Durante os séculos XIX e XX, o capitalismo priorizou uma sociedade disciplinar,
situado na casa, na escola, na igreja, na fábrica, na prisão.
Para Michel Foucault, tratava-se de uma sociedade disciplinar hierarquizada,
onde apogeu no Século XX, administrada pela firme vigilância, pelo controle do
tempo e do comportamento por um "superior": o pai, o professor, o patrão.
Os confinamentos são caracterizados como um ciclo fechado, isto é, o individuo
passa de um espaço fechado à outro, cada um com suas leis: família,
escola,caserna, fábrica, de vez em quando o hospital, eventualmente a prisão.
Mais tarde foi inaugurado uma forma de controle mais leve e mais eficaz,
segundo Gilles Deleuze, sendo um passo a frente da “Sociedade Disciplinar”,
onde ele resgata casos parentes.
Esse controle faz com que a sociedade tenha receio da condenação partida de
outros, por medo exclusão social.
Como se cobranças penetram na alma do indivíduo que se sente coagido a se
comportar de determinada forma para não ser condenado.
3. •Um dos primeiros mecanismos
de controle social e vigilância,
criado por Jeremy Bentham.
•Onde, no cetro haveria uma torre
de vigilância, possibilitando do
vigiador assistir a tudo que o
prisioneiros faziam, sem que eles
o vissem.
•Jeremy Bentham ao analisar seu
projeto se deu conta que ele
poderia ser utilizado também em
escolas e trabalhos, para vigiar
todos e fazer de suas tarefas mais
eficientes.
•Esse panóptico deu origem a
outros bens comuns em nossa
sociedade.
Jeremy Bentham e seu
panóptico:
Segundo Foucault o Panóptico despertou interesse, pelo fato de ser aplicável
a muitos domínios diferentes. Não se abordava exclusivamente de uma prisão.
O Panóptico, é um princípio geral de construção, um dispositivo polivalente de
vigilância, uma máquina óptica universal das concentrações humanas.
4. Características
A sociedade do controle é caracterizada pela
invisibilidade e pelo nomadismo que se expande
junto as redes de informação.
As sociedades de controle apontam uma espécie
de anti-arquitectura.A ausência da casa, do prédio,
do edifício é fruto de um processo em que se
caminha para um mundo virtual.
Se nos modelos panópticos, o observador tinha
que estar presente, nas sociedades atuais acontece
tudo de forma remota.
Há uma vigilância continua, caracterizada pela
propagação das câmeras espalhadas por toda a
parte.
.
7. Sistema Prisional
• O sistema controla toda uma massa de corpos. Controla o
direito de ir e vir, como interagem entre si, seus horários,
suas visitas, sua comida e seus direitos humanísticos.
• O problema começa quando esse controle se afasta do
controle do bem, ele transforma a vida dos indivíduos
conforme o mundo ao redor em que vive.
• O excesso de controle nas prisões, denuncia a falta de
controle do estado em relação as estatísticas criminais.
• É uma forma de tentar esconder aquilo que se tem
vergonha de não conseguir controlar por meios da educação
antecipada ao crime e assistida ao longo da vida.
9. Entretenimento
controlador
O governo depois de analisar os bens causados internamente
nas pessoas e como o processo do bem estar pode ser um fator
relevante para o controle, adotou formas de dominação através
do entretenimento superficial, sem conteúdo crítico e analítico.
O futebol, o carnaval, os eventos religiosos e a mídia
sensacionalista são formas de se anestesiar o pensamento
crítico analítico e a dor do descontrole, deixando o indivíduo
mais feliz na realização emocional e assim fazendo com que
esqueçam momentaneamente os problemas que nem sempre
o próprio tem a culpa.
O sensacionalismo “não está no controle do estado”, mas ele
conhece uma forma de controlar as pessoas, permitindo que
através da crítica banal e diária que o problema seja um fator
natural da sociedade, passando a impressão de que nunca
mudará sem que seja feito um máximo esforço da parte de
cada um.
10. As Redes Sociais são um grande exemplo de Sociedade de Controle. Esse tipo de mídia
costuma rastrear os dados de seus usuários traçando um perfil para cada um.
O Google Latitude é um exemplo de rede social que combina formas de sociabilidade com
um sistema de localização e controle. Disponível tanto na web como para usuários de
celular com acesso à Internet, o aplicativo funciona associado ao Google Maps mobile e
permite que, uma vez cadastrados como seus amigos, sua rede de relacionamento saiba
exatamente onde você está.
Porém, o controle nos veículos de comunicação em massa, sobre outra perspectiva tem
pontos positivos, como em publicidades presentes nas redes sociais. Que a partir de dados
de seus usuários, inserem o mais adequado anuncio para cada perfil. Esse tipo de controle é
favorável para as empresas que desejam focar a comunicação em um público alvo
específico e altamente segmentado.
Ao passo que a disciplina possui o panóptico para vigiar e punir, na sociedade do controle
cada indivíduo é um panóptico em potencial. Todos são potenciais agentes do poder por
mais que não o saibam. No facebook, por exemplo, ao mesmo tempo que o site matem o
controle de seus dados armazenados através dos cookies, o usuário detém o controle dos
seus “amigos” a partir do acesso a timeline.
11. Surgiu na Holanda em 1999, inspirado no livro 1984 do inglês George Orwell.
Neste livro, todos os habitantes de um país fictício são vigiados diariamente,
por câmeras que funcionam como olhos do governo. O autor alerta para o
perigo de estarmos a caminhas para uma sociedade controlada por câmeras.
Passados pouco mais de 50 anos da publicação do livro, as câmeras invadem
os programas televisivos.
Em 2000, o programa Big Brother passou a ser exportado para outros países,
chegando ao Brasil em 2002.
12. Alguns valores podem ser percebidos pela
estrutura e funcionamento do programa, tais
como: Confinamento, vigilância, exclusão,
fama, dinheiro, esforço, sorte, culto de herói,
salve-se quem poder, negação do sofrimento
psicossocial, cada um por si e Deus por todos.
A vigilância, a fama e o confinamento são
as características que ficam em maior
evidencia para o telespectador.
13. Hoje, os vigias do programa, são
todos os indivíduos fascinados
diante da televisão, vigiando e
controlando através dos votos, os
passos dos participantes.O que
antes era temido, o controle e o
vigiar, e o que também era
protegido, a privacidade e a
intimidade, tornam-se objetos de
fascínio.
O primeiro imperativo para
participar do reality show é a
imposição da restrição do privado.
Oferece-se aos participantes uma
casa bem equipada sob 24 horas de
vigia, para que estes fiquem
famosos. Desta maneira, troca-se a
privacidade pela fama. A fama é
inseparável de do vinculo da dor de
se separar do privado, da vida
rotineira, para se lançar rumo a ser
objeto do olhar do outro. O olho que
vigia e pune, é o mesmo que
possibilita a fama.
14. As pessoas, sabendo que são vigiadas 24 horas por dia, começam
a fazer poses, construindo uma real e própria encenação.
Portanto, a vigilância já é um confinamento que determina uma
forma de ser. Os participantes, cientes de que sua performance vai
desembocar na sua exclusão ou permanência, tanto pelos seus
parceiros como pelos telespectadores, são os elementos que
confirmam a prisão do ser.
O vencedor é o que padroniza um modelo de ser na cultura atual.
É aquele que perde a intimidade e a identidade, aquele que se
afasta dos seus e se submete a uma experiência de prisão show, é
julgado e sentenciado a cada comportamento apresenta maior
tolerância à privação.